INTRODUÇÃO À FILOSOFIA

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INTRODUÇÃO À FILOSOFIA
Prof.Alan Ibn Chahrur
UNESP - Bauru
Filosofia, um saber inútil?
A Filosofia serve para alguma coisa?
O PROBLEMA DA UTILIDADE
A Filosofia pode (e deve!) sim ser entendida como um saber que não serve para nada, desde que se tenha em mente o que significa “servir”
SERVIR – SERVIÇO - SERVO
O PROBLEMA DA UTILIDADE
UMA CONEXÃO ESQUECIDA:
A ideia de “servir para algo” necessariamente carrega uma limitação, pois equivale à ideia de “servir a algo”, ou seja, à ideia de submissão. 
CONCLUSÃO: Algo ou alguém “serve” para alguma coisa quando se submete a certas vontades ou interesses.
O PROBLEMA DA UTILIDADE
Nesse sentido, a Filosofia, por definição, de fato não “serve para nada”, justamente porque não “serve a nada”.
EM RESUMO:
Se a Filosofia pretende se constituir como um espaço de pensamento livre, ela deve ser rigorosamente inútil (não pode “servir a nada”).
O PROBLEMA DA UTILIDADE
FILOSOFIA – UMA EXIGÊNCIA ABSOLUTAMENTE RADICAL
Como forma de garantir o livre jogo dialético (argumento e contra-argumento), o discurso filosófico não pode admitir nenhuma outra limitação senão aquela imposta pelo melhor argumento. 
DISCURSO – RAZÃO (LOGOS)
O PENSAMENTO LIVRE
Raízes etimológicas
“Etimologicamente, [a filosofia significa] amor pela sabedoria; saber de caráter investigativo, rigoroso e não dogmático (por causa disso muitas vezes identificado com racionalidade) que tem como temas principais a verdade em geral, os primeiros princípios da realidade ou do ser em geral, as leis formais do pensamento, a crítica e a investigação dos pressupostos e condições do conhecimento, os valores e os preceitos morais que servem de referência para a ação, para a vida virtuosa e para a conquista da felicidade, os princípios da vida política, a análise lógica da linguagem, as condições de possibilidades dos juízos estéticos sobre a beleza e seu contrário”. 
(GIACOIA JR, Oswaldo. Pequeno Dicionário de Filosofia contemporânea. 2 Ed. São Paulo: Publifolha. 2010. p.82/83)
ETIMOLOGIA
Então a Filosofia se limita a uma disciplina puramente teórica?
Logo, não tem nenhuma relevância prática?
Um simples “amor pelo abstrato”, por aquilo que não está presente? A eterna “busca pelo que falta”?
TEORIA X PRÁTICA
A resposta depende, agora, do que exatamente entendemos por teoria.
Uma ideia? Um pensamento? Uma ficção? Uma imagem?
TEORIA X PRÁTICA
O QUE DIABOS É UMA 
TEORIA?
TEORIA X PRÁTICA
TEORIA – THEOREIN 
VER - CONTEMPLAR
TEORIA X PRÁTICA
Mas ver ou contemplar o quê?
EM RESUMO: tudo aquilo que é, ou seja, tudo aquilo que existe. 
Tudo aquilo que permanece de certa forma no espaço e no tempo. 
TEORIA X PRÁTICA
Contudo, o fato é que
ABSOLUTAMENTE NADA DO QUE NÓS CONHECEMOS PERMANECE EM DEFINITO NO ESPAÇO E NO TEMPO.
O mundo se apresenta num absoluto estado de impermanência.
TEORIA E PRÁTICA
O que permanece em meio à mudança?
Para refletir: Dilema do rio de Heráclito – Pode um homem banhar-se duas vezes no mesmo rio?
O rio não permanece o mesmo e tampouco o homem.
TEORIA X PRÁTICA
Ao mesmo tempo, seria impossível conhecer um mundo que muda a todo momento (conflito mudança x permanência).
Se o homem conhece e interage com o mundo, algo deve permanecer em meio a toda mudança, algo além dos sentidos, que conhecem apenas o que se transforma. 
TEORIA X PRÁTICA
EM CONCLUSÃO: Por trás de mudanças aparentes, devem existir essências que permanecem iguais.
Essência (eidos)
X
Aparência
TEORIA X PRÁTICA
Logo, a teoria busca ver ou contemplar a essência por trás das aparências. 
O teórico é aquele que busca o eidos, o fundamento essencial de tudo que existe.
TEORIA X PRÁTICA
A relação teoria e prática:
 SABER TEÓRICO SABER PRÁTICO
Essência Bom
 X X
Aparência mau
TEORIA X PRÁTICA
Na medida em que a prática se relaciona com ação, se torna virtualmente impossível qualquer discussão ética (bom-mau), sem uma correspondente discussão sobre a essência das coisas (essência e aparência), sendo a recíproca verdadeira. 
Saber teórico e prático – DOIS LADOS DA MESMA MOEDA
TEORIA X PRÁTICA
Trata-se, nada menos, do que uma distinção aristotélica fundamental:
ESPÉCIES DE CONHECIMENTO
TEÓRICO - (essência e aparência)
PRÁTICO – (bom e mal)
PRODUTIVO – (técnica e produto)
TEORIA X PRÁTICA
Para concluir, pode-se entender a teoria como:
“Conjunto sistematicamente organizado de conceitos, proposições ou teses, versando sobre um determinado tema ou assunto; conhecimento da caráter abstrato, desenvolvido de modo puramente intelectual, que se opõe, por isso, ao conhecimento prático” (GIACOIA, 2010, p.167/168)
TEORIA E PRÁTICA
Definindo-se prática, por conseguinte, como tudo aquilo que é:
“De ou relativo à praxis, ao fazer humano; ação orientada por valores; domínio de conhecimentos científicos ou filosóficos aplicados, regras ou princípios de conduta individual ou coletiva; muitas vezes oposto à teoria (enquanto atitude puramente mental e passiva)” (GIACOIA, 2010, p.146)
TEORIA X PRÁTICA
SINTETIZANDO: 
Teoria e prática se opõe apenas como os dois lados de uma mesma moeda. Nesse sentido,
 talvez não exista nada mais prático do que uma boa teoria!
CONCLUSÃO