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Caderno de Direito Tributário I

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DIREITO TRIBUTÁRIO I 
	Aula 01 – 13/02/2017
Cronograma: 
Atividade Financeira do Estado; 
Receita Pública; 
Direito Financeiro; 
Direito Financeiro como Direito Autônomo; 
Direito Tributário; 
Autonomia do Direito Tributário; 
Conceitos do Direito Tributário. 
Eu não consigo falar de Direito Tributário sem antes tratar da Atividade Financeira do Estado 
O Direito Tributário está incluído nessa atividade de finanças que o Estado tem. 
A ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO
Países democráticos = a atividade financeira se desenvolve no campo de Direito Público. 
Brasil = Constituição rígida = amplo espaço de previsão para a atividade financeira. 
A ciência jurídica é “uma grande pizza” mas por questões didáticas separou-se em direito público e direito privado. 
Art. 145 CF 
Se a CF não fosse rígida a sistemática da atividade financeira alteraria o tempo inteiro. Isso dá uma segurança jurídica em relação a essa matéria. 
O Direito Financeiro e o Direito Tributário é direito sólido, rígido.
RECEITA PÚBLICA 
Receita Pública é a entrada definitiva de dinheiro nos cofres públicos. 
A finalidade do Estado é o bem comum. 
Bem comum é segurança, saúde, educação. 
Como o Estado faz para chegar nessa finalidade? Ele arrecada e distribui. 
O Estado não tem finalidade de lucro. 
Resultado da receita no bem comum e não em pecúnia. 
Ingresso público é a entrada provisória. 
Ex.: Empréstimo compulsório: É um tipo de tributo em que eu empresto para o Brasil, mas o Brasil tem que devolver. 
IPVA – Ano passado o GDF já tinha contabilizado o quando ele ia receber mais ou menos com o IPVA. É receita, o dinheiro entra e fica. 
O Estado faz previsão de entrada de receita definitiva. O quanto de dinheiro que ele vai ter pra trabalhar no programa de governo dele. 
DIREITO FINANCEIRO
É o conjunto de normas que trata das instituições financeiras (receitas/despesas/orçamentos/etc) 
O conjunto de normas que regulam a atividade financeira do Estado constitui o Direito Financeiro. 
É o conjunto de atos voltados para a gestão, obtenção e aplicação dos recursos públicos para alcance das finalidades do Estado (bem comum: segurança/saúde). Ex.: Manutenção da ordem pública, financiamento da ordem pública etc. 
DIREITO FINANCEIRO COMO DIREITO AUTÔNOMO
Parte do Direito Civil. 
O Direito Financeiro levou muito tempo para ser reconhecido como Direito Autônomo.
Antes praticamente tudo era parte do Direito Civil, tanto é que antes estudávamos a Lei de Introdução as normas do Direito Civil e hoje é Lei de Introdução as Normas do Direito Brasileiro.
Parte do Direito Administrativo (1919 – PÓS PRIMEIRA GUERRA)
Passou-se a entender que o Direito Financeiro era parte do Direito Administrativo. 
Hoje: Direito autônomo. (Ideia encampada pela CF/88)
Por volta de 1919 (pós primeira guerra) o Direito Financeiro foi reconhecido como direito autônomo na Alemanha. 
Art. 24, I CF
Gestão pública
DIREITO TRIBUTÁRIO
ARRECADAÇÃO COMPULSÓRIA
EX. COMPRA/ ALUGUEL/ DOAÇÕES
DERIVADA
ORIGINÁRIA
PROCESSO FISCAL
CRÉDITO PÚBLICO
ORÇAMENTO PÚBLICO
DESPESA PÚBLICA
RECEITA PÚBLICA
ATIVIDADE FINANCEIRA 
Receita originária: O Estado negocia sozinho, vendendo bens, alugando. 
Receita derivada: A arrecadação é obrigatória. 
Tributo é o ingresso de receita pública de forma derivada. 
DIREITO TRIBUTÁRIO
Surge para estabelecer normas na relação jurídico que eu (contribuinte) tenho com o Estado. 
Em uma relação jurídica as duas partes tem direitos e deveres.
Se aplica restritamente as receitas de caráter compulsório. 
O Código Tributário não tem nenhum artigo considerado inconstitucional. 
RESTRITO DAS RECEITAS de caráter compulsório (obrigatório). Regula as relações jurídicas entre o fisco, como sujeito ativo, e o contribuinte ou terceiros como sujeitos passivos. 
É sub-ramo do Direito Financeiro que apresenta maior desenvolvimento doutrinário e maior riqueza de diplomas no direito positivo, já codificado inclusive por alguns países como o Brasil, por exemplo. (Lei 5.172/66)
O DIREITO TRIBUTÁRIO E A SUA POSIÇÃO NO QUADRO GERAL DA CIÊNCIA JURÍDICA 
Terminologia “Direito Tributário”
Por que o Direito Tributário é importante?
Atividade Estatal Antiga
No Brasil: Variados diplomas legais, sem preocupação com a consolidação dessas leis. 
As complexidades das relações com o fisco não se limitam apenas a determinar os sujeitos passivos da relação. 
Desde a época da Bíblia já existia o cobrador de impostos. 
Na época de Roma não existia Direito Tributário, não existia uma regra que dizia até onde o Estado poderia ir na propriedade das pessoas. 
AUTONOMIA DO DIREITO TRIBUTÁRIO 
	Direito Tributário “é o ramo do Direito Público que rege as relações entre o Estado e os particulares decorrentes da atividade financeira do Estado no que se refere a obtenção de receitas que correspondam ao conceito de Tributos.” (RUBENS GOMES DE SOUZA)
	“O Direito Tributário é o ramo autônomo do Direito integrado pelo conjunto de proposições jurídico-normativas, que correspondam, a instituição, a arrecadação e fiscalização de tributos.” (PAULO DE BARROS CARVALHO)
Direito autônomo: possui regramentos, princípios e processamentos próprios para que seja considerada uma disciplina apartada das demais. 
Ciência própria, tem um corpo próprio. 
A principal preocupação do Direito Financeiro é a arrecadação, utilização do dinheiro e gestão desses valores.
A principal preocupação do Direito Tributário é a relação entre o contribuinte e o fisco.
Se o fisco tá colocando a mão no meu bolso pra pegar dinheiro então essa relação tem que ser regulamentada. 
E essa regulamentação é que fez o Direito Tributário ser uma ciência autônoma. 
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;
Só pelo artigo 24, inciso I da CF a gente já consegue perceber que a CF reconhece o Direito Tributário como direito autônomo?
Antes de 1966 a legislação tributária era uma bagunça, existiam mais de 80 legislações sobre imposto de renda, hoje ela continua difícil, mas está um pouco mais tranquilo. 
Depois da codificação já temos uma norma geral que se trata de direito tributário. 
Muitos países não tem Código Tributário. 
Pesquisar um assunto de direito tributário primeiro se consulta a CF, depois o CTN, depois lei federal. 
O CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL 
É uma lei nacional que estabelece as normas tributárias para todo o país. 
Trata de normas gerais do Direito Tributário e por isso vincula todos os entes da Federação. 
Antes de se decidir codificar o direito tributário existiam muitas legislações sobre direito tributário, e essas legislações se confrontavam. 
Art. 24, §1º CF - § 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais.
Foi aprovado como lei ordinária, mas recepcionado pela CF como lei complementar. (art. 146 CF)
Art. 146. Cabe à lei complementar:
I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;
Na época não existia lei complementar. 
Diferença entre lei ordinária e lei complementar: quórum e a matéria.
O CTN é lei ordinária e foi recebido como lei complementar, então somente pode ser alterado por meio de lei complementar. 
O CTN é dividido em dois livros: 
Livro I – Parte Geral – Sistema Tributário Nacional (art. 1º ao 95) = CF 
Livro II – Parte Especial – Normas gerais de Direito Tributário (art. 96 a 218) 
Quatro bases: 
Da legislação tributária
Da obrigação tributária
Do crédito tributário
Da administração tributária
O QUE SÃO NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIO? 
	Aula 02 – 20/02/2017
CRONOGRAMA: 
Definição;
Características;
Categorias;
Espécies
REVISÃO DA AULA 1: 
1. DEFINIÇÃO DE TRIBUTO: (ATENÇÃO, PROVA!!!!!!!!!!!!!!!!!!)
	A definição de tributo está no artigo 3º, CTN:
	“Tributo é toda prestação pecuniáriacompulsória em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.” 
QUESTÃO DE PROVA!!! Qual o conceito oficial de tributo? É o conceito do artigo 3º, CTN. 
Se existe um conceito oficial, é porque em alguma outra lei existe outro conceito de tributo. 
A Lei 4.320/64 não fala de Direito Tributário Propriamente dito, ela se trata de Direito Financeiro. 
O objeto de estudo do Direito Financeiro é receita, despesa e orçamento público. 
O objeto de estudo do Direito Tributário é a relação entre o Estado e o contribuinte. 
É uma relação obrigacional. 
	A definição prevista no artigo 3º, CTN não abrange a ideia de arrecadação prevista no artigo 9º da lei 4.320/64. 
	Art. 9º. Tributo é a receita derivada instituída pelas entidades de direito público, compreendendo os impostos, as taxas e contribuições nos termos da constituição e das leis vigentes em matéria financeira, destinando-se o seu produto ao custeio de atividades gerais ou especificas exercidas por essas entidades. 
Esse artigo não diz o que é tributo, o art. 3º do CTN que diz o que é tributo. 
PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA, EM MOEDA OU CUJO O VALOR NELA SE POSSA EXPRIMIR
Regra: $$$
Exceção: art. 156, XI, CTN
    Art. 156. Extinguem o crédito tributário:
        XI – a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições estabelecidas em lei.  (Incluído pela Lcp nº 104, de 2001)
CTN é Lei Ordinária e foi recebido pela CF com força de Lei Complementar, ele só pode ser modificado, alterado ou incluído por meio de Lei Complementar. 
A LC 104/01 inseriu como possibilidade de morte do crédito tributário a dação em pagamento. 
É possível extinguir o crédito tributário com outra coisa que não dinheiro? Só por bem imóvel. 
O que é dação em pagamento (CC)? 
Ocorre quando o devedor, com a anuência do credor, solve sua obrigação mediante a entrega de outro bem que não seja dinheiro, em substituição da prestação originalmente acordada, extinguindo a obrigação. Após a apuração do preço da coisa a ser dada em pagamento, a relação entre credor e devedor será regulamentada pelas normas do contrato de compra e venda.
O fato de a LC/04 ter incluído a dação em pagamento como uma das formas de execução do crédito tributário descaracteriza o art. 3º, CTN?
O fato de existir a possibilidade de receber como tributo com bem imóvel não significa que o tributo não é uma prestação pecuniária. 
A expressão “cujo valor nela se possa exprimir” permite a fixação do valor dos tributos por meio de indexadores. 
Indexadores, o que é? 
São índices de reajuste e tem a função de corrigir a desvalorização da moeda. 
É possível o pagamento de tributos com títulos da dívida pública? 
Títulos da dívida pública, o que é? 
É um investimento. É se estivesse comprando títulos do Tesouro Nacional. Como se a pessoa estivesse investindo no Brasil. 
Se eu tenho título da dívida pública então o governo me deve, se o governo me deve e eu devo o governo por meio de tributos, pode haver uma compensação. 
REGRA: 156, II, CTN
       Art. 156. Extinguem o crédito tributário:
        II - a compensação;
PRESTAÇÃO COMPULSÓRIA
O tributo é receita derivada e o dever de pagar um tributo decorre de lei, sendo imediatamente, neste caso, a vontade das partes. 
Não há possibilidade de se recusar a pagar o tributo porque é uma prestação obrigatória. 
Se não pagar a pessoa vai ser sancionada. 
Ex.: Se a pessoa não pagar IPVA o órgão não vai emitir o documento do carro. E se o carro por parado na fiscalização o carro vai ser preso, mas não é porque a pessoa não pagou e sim porque está sem o documento. 
A obrigação tributária de pagar o tributo decorre do art. 5º, II, CF, ou seja, a lei é fonte direta e imediata. 
As pessoas são obrigadas a pegar tributo porque está previsto na lei. 
Contrato pode determinar a obrigação de pagar tributo? 
Não, porque tributo não decorre de contrato e sim de lei. 
O nascimento da obrigação tributária independe da vontade e do consentimento do contribuinte. 
 Se o tributo está estabelecido em lei eu sou obrigada a pagar, não depende da minha vontade. 
Não depende da aceitação do contribuinte. 
A regra que permanece é a da compulsoriedade. Não há manifestação de vontade no nascedouro da obrigação. 
PRESTAÇÃO QUE NÃO CONSTITUA SANÇÃO DE ATO ILÍCITO 
Tributo não é sanção! 
Tributo não é pena!
Tributo não é multa!
Multa pecuniáriaReceitas derivadas.
Tributo 
Recebimento de multa também é compulsório! 
Multa é uma sanção por descumprimento. 
Multa não é tributo, mas entra nos cofres públicos igual o tributo por meio de receita derivada. 
	Tributo
	Multa
	Não tem finalidade sancionatória; 
Visa arrecadar e intervir em sit. Econômicas/soc.
	É sanção por ato ilícito. 
O ideal é a não arrecadação, visa coibir o ato ilícito. 
O que acontece se os rendimentos ocorrerem por meios ilícitos? 
O traficante é obrigado a pagar imposto de renda? Resposta: SIM.
O traficante é obrigado a pagar o imposto de renda, independentemente, da origem do dinheiro, se lícita ou ilícita, em face do princípio da pecúnia “non olet”. (O dinheiro não tem cheiro). 
Para o Fisco não interessa se a origem do dinheiro é lícita ou ilícita, se é dinheiro "limpo" ou dinheiro "sujo", afinal de contas o "dinheiro não tem cheiro."
Logo, um traficante deve(ria) declarar Imposto de Renda, e certamente incidiria a maior alíquota sob as suas rendas (27,5%). Caso não declare imposto de renda responderá pelo crime de tráfico de drogas e de sonegação fiscal.
O fato de o Estado cobrar tributo referente a uma atividade ilícita significa dizer que ele está se associando ao crime ou obtendo recursos de forma ilícita? 
O STF entende que o Estado não é conivente quando ele tributa valores provenientes de atos ilícitos. 
A única coisa que ele está aplicando é o princípio da isonomia tributária. Porque se não fosse assim o Estado estaria valorizando o tráfico, por exemplo. 
Não é porque o Estado é conivente, é porque o ato ilícito aufere renda. 
HC 77.530-4/ES
PRESTAÇÃO INSTITUÍDA EM LEI
Regra que não comporta exceção: O tributo só pode ser criado por lei (complementar/ordinária) ou ato normativo de igual força (?)
Única regra que não tem exceção. 
ATENÇÃO! 
	Criar/instituir tributo: somente por lei ou ato normativo de igual força. 
	Majorar ou reduzir tributo: comporta exceções. 
COBRADA MEDIANTE ATIVIDADE ADMINISTRATIVA PLENAMENTE VINCULADA 
Auditor fiscal da receita federal, então não posso cobrar imposto municipal. 
A cobrança de tributo se dá por meio da atividade estatal vinculada à obrigatoriedade da lei. 
A autoridade tributária não pode analisar a conveniência e oportunidade no momento da cobrança do tributo. 
O tributo será cobrado com base na descrição legal, sob pena de responsabilidade funcional. 
	Aula 03 – 06/03/2017
Cronograma: 
Espécies tributária. 
O conceito de tributo que está no artigo 3º da CF é um conceito genérico. 
Dentro dele vamos começar a extrair os “filhos” do tributo. 
1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS: entendimento doutrinário majoritário: subsistem 5 espécies de tributos no atual sistema tributária constitucional, prevalecendo a teoria pentapartite. 
Impostos; 
Taxas; 
HISTÓRICO: 
Teoria bipartida/ dicotômica/ clássica/ dualista: separava os tributos em duas espécies: vinculados e não vinculados a uma atuação estatal. 
Tributos vinculados ao Estado (taxa)
E os Tributos não vinculados (imposto)
Para essa teoria só importava isso, se era vinculado ao não à atuação estatal.
Teoria tripartite/ tricotômica: por conta do CTN, essa teoria se consolidou que acabou influenciando, inclusive, a CF para essa teoria, são tributos os impostos, as taxas e as contribuições de melhoria (SACHA CAUMON, PAULO DE BARROS). 
Teoria influenciada pelo Código Alemão 
Art. 145, CF (I, TX, CM)
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderãoinstituir os seguintes tributos:
I - impostos;
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.
Art. 5º, CTN (I, TX, CM) 
Art. 5º Os tributos são impostos, taxas e contribuições de melhoria.
Teoria quadripartite (RICARDO LOBO TORRES): Para essa corrente, seriam quatro espécies de tributos: impostos/ taxas/ contribuições de melhoria/ empréstimo compulsório. 
Fez uma releitura da Constituição e a partir daí descobriu que existiam três. 
Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:
Teoria pentapartida/ pentapartite/ quinquipartida (STF é doutrina majoritária): Nas décadas de 80/90, fortaleceu-se a ideia de que os tributos são divididos em 5 espécies: impostos/ taxas/ contribuições de melhoria/ empréstimos compulsórios e contribuições especiais. 
O STF resolveu reler a CF e na década de 80/90 entendeu que são 5 tributos. 
Contribuição especial na constituição é só contribuições. 
Mas a maioria da doutrina fala contribuições especiais.
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.
OBS.: Já há quem defenda a teoria hexapartida.
Tem uma corrente nova que já prevê a ideia de que não são mais só cinco e sim que são seis, é a teoria hexapartida que entende que as contribuições de iluminação pública é contribuição diferente das contribuições especiais. Mas esse teoria não vigora. Esse teoria sequer é discutida. 
Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 39, de 2002)
TRIBUTOS EM ESPÉCIE: 
Impostos (art. 145, CF e art. 16, CTN)
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
I - impostos;
Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.
É o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa à vida do contribuinte, à sua atividade ou ao seu patrimônio. 
O fato gerador é uma atividade estatal independente
Quem define o fato gerador é a lei 
Para o imposto que ter uma simulação entre uma atividade prestada pelo Estado e o que ele está cobrando? Não! 
Não é vinculado à uma atividade estatal específica.
Imposto patrocina despesas gerais.
É unilateral/ “tributo sem causa” / “não contraprestacional” 
Por isso alguns autores gostam de falar que ele é unilateral, que ele é só cobrança. 
Tributo sem causa, ele nasce com a mera característica de fiscalidade, só para arrecadar, só para encher os cofre públicos. 
O tributo é para contribuir para os cofres. 
Porque a gente paga IPVA, IR, IPTU? Pra ter rua afastada, pra ter saúde decente, pra ter educação de primeira linha? NÃO!
Briga do município quanto as fatias dos tributos. 
O imposto não é contrapartida de determinada atividade. 
É uma contrapartida indireta, porque volta de forma indireta em serviços.
Pedágio não é tributo. 
O tributo não é vinculado à uma atividade especifica do Estado.
Conceito: Imposto é tributo que tem por hipótese de incidência um fato alheio a qualquer atuação do poder público. (Paulo de Barros Carvalho). 
Tributo vinculado é o tributo devido em decorrência de uma prestação estatal em favor do contribuinte, vinculado são as taxas e as contribuições, não vinculados os impostos. (Ricardo Lobo Torres) 
O CTN classifica os impostos em 4 grandes grupos: 
Impostos Sobre o Comércio Exterior
Imposto sobre a importação (art. 19) 
Imposto sobre a exportação (art. 23)
Impostos Sobre o Patrimônio e a Renda (art. 29) 
Imposto sobre a propriedade territorial rural - ITR
Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana – IPTU
Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis e de Direitos a eles Relativos – ITBI
Imposto sobre Renda e Proventos de Qualquer Natureza 
Impostos sobre a Produção e a Circulação (art. 46)
Imposto sobre Produtos Industrializados – IPI 
Imposto Estadual sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias 
Imposto Municipal sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias 
4. Impostos Especiais 
a.1) PRINCÍPIO DA NÃO AFETAÇÃO: De acordo com a previsão constitucional – art. 167, IV, CF. A receita oriunda de impostos são pode ser atrelada/vinculada a qualquer órgão, fundo ou despesa específicas. É o denominado princípio da não afetação. 
Art. 167. São vedados:
IV - a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de atividades da administração tributária, como determinado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
Por que existe essa regra? 
Para não ocorrer o engessamento do orçamento. 
Eu não posso contar com essa receita para financiar determinado serviço, por exemplo um programa de governo.
A regra do princípio da não afetação atinge todos os tributos?
Não, é só a receita de imposto. 
EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO DA NÃO AFETAÇÃO: 
A própria constituição traz as exceções. 
Repartição constitucional dos impostos. 
Destinação de recursos para saúde. 
Destinação de recursos para o desenvolvimento do ensino. 
Destinação de recursos para a atividade tributária. 
Prestação de garantias para: 
Operações de crédito por antecipação de receita
A União 
Paramentos de débitos para a União. 
ESTUDO DE CASO: Lei 6.559/89/SP Sugeriu a vinculação de receita do ICMS para programa de habitação da Caixa Econômica Federal. STF declarou a referida lei inconstitucional. Porque fere o princípio da não afetação. 
	a.2) PRINCIPAIS CLASSIFICAÇÕES DO IMPOSTOS: 
		
IMPOSTOS DIRETOS: Não repercute. A carga tributária é suportada pelo contribuinte. 
Ele vai afetar a esfera do contribuinte, ele não repercute para terceiro. Quando eu compro o corro eu que pago o tributo do meu veículo. 
IMOSTOS INDIRETOS: O ônus tributário repercute em terceira pessoa (ex. ICMS/IPI) 
Quem vai pagar é o consumidor final. 
IMPOSTOS PESSOAIS: Levam em conta as condições particulares dos contribuintes. 
Art. 145, CF
§ 1º Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.
Na medida que for possível serão consideradas minhas características pessoais para pagar o tributo. Único exemplo é o Imposto de Renda. 
IMPOSTOS REAIS: Levam em consideração a matéria tributária, isto é, levada em conta o bem ou a coisa. Ex.: IPVA/ IPTU/ ITR/ ETC. 
Tributa sobre o valor do bem.
IMPOSTOS FISCAIS: Possuem o intuito eminentemente arrecadatório devem promover os recursos do Estado. Ex.: IR/ ETBI, ITCMD/ETC. 
O dinheiro vai para o governo, ele não volta em forma de serviços prestados pelo Estado.Intuito iminentemente arrecadatório. É só para encher os cofres do governo. 
IMPOSTOS EXTRAFISCAIS: São aqueles com finalidade reguladora de mercado ou da economia de um país. Ex.: II/IE/ETC.
Foge um pouco da ideia de que o imposto é meramente para encher os cofres públicos. 
Por meio dos impostos extrafiscais o país pode mexer na economia. 
Decorre da política econômica do governo.
No governo Lula, quando se mexeu no IPI do veículo a economia cresceu. 
Importação do trigo da Argentina para o Brasil. 
Deixa de arrecadar de um lado para poder aumentar a arrecadação de outro lado. 
Serve para regulamentar. 
TAXAS: É um tributo imediatamente vinculado a uma atividade pública e não a uma ação particular. 
A taxa é o oposto de imposto, enquanto o imposto não é vinculado à uma atividade estatal específica a taxa é totalmente vinculada à uma atividade estatal específica. 
É o imposto que vai voltar para o contribuinte diretamente. 
É tributo cujo fato gerador não é um fato do contribuinte, mas um fato do Estado. O Estado exerce determinada atividade, e por isso, cobra a taxa da pessoa a quem aproveita aquela atividade (LUCIANO AMARO). 
São tributos vinculados a uma prestação direta. 
Exação bilateral/ contraprestacional ou sinalagmática. 
Art. 145, II, CF 
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;
Art. 77, CTN 
 Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição.
Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que correspondam a imposto nem ser calculada em função do capital das empresas.
b.1) O fato gerador da taxa é: 
O exercício regular do poder de polícia. 
Poder de polícia, o que é? 
Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. 
	O poder de polícia limita ou disciplina direitos. 
	Poder de polícia fiscaliza, pode aplicar sanções. 
	Poder de polícia é exercido pela administração pública. 
PODER DE POLÍCIA: É A PRERROGATIVA DE QUE DISPÕE A Administração Pública para condicionar e restringir o uso e gozo de bens, atividade e direitos individuais, com o fundamento na lei e em benefício da coletividade. 
A utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico é divisível prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição. 
Específico e divisível: Taxa de iluminação pública, não tem como mensurar o quanto cada pessoa usa. Agora a taxa de iluminação pública não é mais taxa e sim uma contribuição. 
b.2) Exemplos de taxas declaradas constitucionais: 
Taxa de polícia ou taxa de fiscalização; 
Taxa de alvará (ou funcionamento); 
Taxa de fiscalização de anúncios; 
Taxa de fiscalização de marcados de valores mobiliários (CVM); 
Taxa de controle e fiscalização ambiental; 
Taxa de fiscalização de cartórios extrajudiciais. 
b.3) Art. 145, II, CF
O que é o serviço público especificado no artigo? 
O serviço público deverá ser: 
Específico; 
Divisível. 
A utilização de serviço público decorrente da taxa deve ser: 
Efetiva; 
Potencial. 
POLÊMICA! 
Art. 149-A, CF = “taxa”? 
Continuação do áudio no celular. 
	Aula 04 – 13/03/2017
c) Contribuições de melhoria 
	c.1) Histórico: 
França/ 1672
Londres/ 1605
Rio Tamisa 
Brasil/ CF 1934 
c.2) O tributo: 
Art. 145, III, CF
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.
A lei que cria a contribuição de melhoria tem que especificar quais imóveis vão ter que pagar a contribuição de melhoria. 
Art. 81, CTN
Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.
Tem que obedecer o limite da total da despesa realizada e o limite individual valorização do imóvel. 
Evita o enriquecimento ilícito do particular nas custas do Estado.
Esse dinheiro arrecadado à título de contribuição de melhoria vai para a despesa da obra. 
Art. 82. A lei relativa à contribuição de melhoria observará os seguintes requisitos mínimos:
I - publicação prévia dos seguintes elementos:
a) memorial descritivo do projeto;
b) orçamento do custo da obra;
c) determinação da parcela do custo da obra a ser financiada pela contribuição;
d) delimitação da zona beneficiada;
e) determinação do fator de absorção do benefício da valorização para toda a zona ou para cada uma das áreas diferenciadas, nela contidas;
II - fixação de prazo não inferior a 30 (trinta) dias, para impugnação pelos interessados, de qualquer dos elementos referidos no inciso anterior;
III - regulamentação do processo administrativo de instrução e julgamento da impugnação a que se refere o inciso anterior, sem prejuízo da sua apreciação judicial.
§ 1º A contribuição relativa a cada imóvel será determinada pelo rateio da parcela do custo da obra a que se refere a alínea c, do inciso I, pelos imóveis situados na zona beneficiada em função dos respectivos fatores individuais de valorização.
§ 2º Por ocasião do respectivo lançamento, cada contribuinte deverá ser notificado do montante da contribuição, da forma e dos prazos de seu pagamento e dos elementos que integram o respectivo cálculo.
O artigo 82 traz um monte de requisitos que a lei que vai criar a contribuição de melhoria tem que obedecer. 
E um dos requisitos é prazo para impugnar a lei. 
O Estado tem que apresentar contas, o que ele gastou na obra. 
A contribuição de melhoria não pode ser cobrada antes da conclusão da obra.
O que gera a possibilidade de cobrar a contribuição de melhoria é a valorização decorrente da obra pública. 
Para ser cobrada as contas tem que estar todas disponíveis. 
E tem que ter a análise de valorização. 
A contribuição de melhoria referente à uma obra só pode ser cobrada uma vez.
Pode haver contribuição de melhoria de obra particular? NÃO! 
Se na licitação houve um superfaturamento e isso vai impactar na contribuição de melhoria. 
Parei no 34:52
“A contribuição de melhoria é um “tributo especial”, mas não se confunde com impostos, nem com taxas.” (Rubens de Souza) 
Por que é diferente de imposto? 
Porque a contribuição de melhoria é uma valorização decorrente de obra pública e essa contribuição de melhoria é para cobrir o custo total da obra e o imposto não é vinculado a uma atividade estatal específica. 
Por que é diferente de taxa?
Porque taxa é um tributo vinculado a uma prestação de serviço público ou poder de polícia.
Relembrando: 
Principal característica de imposto: Não vinculação a uma atividade específica. (Art. 16) 
Principal característica de taxa: Vinculação a uma atividade estatal. 
Principal característica da contribuição de melhoria: Valorização de obra pública. 
“A contribuição de melhoria é tributoafinado com a ideia de justiça fiscal, subordinando-se ao princípio do custo/benefício.” (Ricardo de Torres) 
“Toda vez que o poder público realizar uma obra pública que traga benefícios para o particular, nasce para o Estado a possibilidade de instituir a contribuição de melhoria, desde que vinculada a existência da lei, fazendo retornar ao tesouro público o valor despendido com a realização da obra pública, na medida em que desta decorra a valorização imobiliária.” 
O Estado não é obrigado a cobrar contribuição de melhoria. 
Tem que ter uma relação direta entre a obra e a valorização.
O imóvel tem que ter sido valorizado por causa da obra. 
Tem que ser imóvel particular.
Com a contribuição de melhoria, o que o Estado evita? Evita o enriquecimento ilícito. 
c.3) Fato gerador: O fato gerador da contribuição de melhoria é valorização imobiliária decorrente de obra pública. É preciso haver relação direta entre a obra e a valorização, ou seja, a valorização imobiliária deve ser decorrência da obra pública. 
c.4) Incidência da contribuição de melhoria: 
	DL. 195/67 (EXS): 
Art 2º Será devida a Contribuição de Melhoria, no caso de valorização de imóveis de propriedade privada, em virtude de qualquer das seguintes obras públicas:
I. “Abertura, alargamento, pavimentação, iluminação, arborização, esgotos pluviais, melhoramentos em praças. 
II. Construção e ampliação de parques, compôs de desportos, pontes, tuneis, viadutos. 
III. Construção ou ampliação de sistemas de trânsito rápido. Inclusive todas as obras e edificações necessárias ao funcionamento do sistema. (ETC)
É possível a cobrança de contribuição de melhoria em obra de asfaltamento? 
Sim 
E de recapeamento asfáltico? 
Não
Doutrina diverge quanto a obrigatoriedade de cobrança de contribuição de melhoria no art. 2º. 
E se a obra pública desvalorizar os imóveis? Não há cobrança de contribuição de melhoria. 
E se desvalorizar o Estado está assumindo o risco e gera responsabilidade civil objetiva do Estado, logo posso pedir “indenização” para o Estado. 
c.5) Sujeito passivo (art. 121, parágrafo único, CTN) 
 Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária.
        Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz-se:
        I - contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador;
        II - responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa de lei.
c.6) Base de cálculo
	A base de cálculo é o valor do imóvel após a obra menos o valor do imóvel antes da obra. 
	EX.: 
Custo da obra: 100.000.00
Imóveis beneficiados: 10 
Valorização de cada imóvel: 6.000,00 
Total valorizado: 60.000,00
Valor da cobrança: 
c.7) Requisitos mínimos (lei):
	Art. 82, CTN
d) Empréstimo compulsório: 
d.1) Base legal (148, CF e 15 CTN) 
Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência;
Calamidade pública é catástrofe natural. 
A guerra só começa quando há uma declaração de guerra.
Se o Brasil declarou a guerra ele não pode fazer empréstimo compulsório. 
Ele só pode lançar mão de empréstimo compulsório se ele for atingido por guerra. 
Art. 154. A União poderá instituir:
II - na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação.
Uma coisa é o imposto extraordinário de guerra e outra coisa é o empréstimo compulsório decorrente de guerra. 
Isso quer dizer que a União pode entrar numa competência que não é dela.
O imposto não é devolvido, o empréstimo sim. 
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o disposto no art. 150, III, "b".
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição.
 Art. 15. Somente a União, nos seguintes casos excepcionais, pode instituir empréstimos compulsórios:
        I - guerra externa, ou sua iminência;
        II - calamidade pública que exija auxílio federal impossível de atender com os recursos orçamentários disponíveis;
        III - conjuntura que exija a absorção temporária de poder aquisitivo.
        Parágrafo único. A lei fixará obrigatoriamente o prazo do empréstimo e as condições de seu resgate, observando, no que for aplicável, o disposto nesta Lei.
É apenas a União que institui o empréstimo compulsório por meio de lei complementar. 
Quem diz em quanto tempo que a União devolve e os índices de reajuste dessa contribuição? É a lei complementar que vai criar o empréstimo compulsório. 
É um tributo temporário e restituível. É a característica principal. 
O empréstimo compulsório é ingresso pois ele não é uma entrada definitiva. 
d.2) Situações em ensejam a instituição do tributo:
Despesas extraordinárias decorrentes de calamidade pública, guerra externa ou sua iminência. 
Investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional. 
Despesa extraordinária: absolutamente necessárias após esgotados os fundos públicos, inclusive os de contingência. 
Despesa extraordinária decorrente de calamidade pública: catástrofes naturais. 
Despesa extraordinária de caráter urgente e de relevante interesse nacional: antecipação de arrecadação. 
ATENÇÃO: 
	d.3) Fato gerador
Não é a guerra! 
Não é a calamidade pública! 
Não é o investimento público! 
Então o que é? 
É uma situação decorrente dessas situações (guerra, calamidade pública). 
Em caso de guerra precisa de dinheiro para comprar comida, comprar armas. 
Gasoduto e oleoduto. 
d.4) Aplicação vinculada dos recursos
A aplicação dos recursos provenientes de empréstimos compulsórios é vinculada à despesa que fundamentou a sua instituição. 
	d.5) Devolução do valor do empréstimo. 
“O traço marcante do tributo é a restituibilidade. É ingresso de recursos temporários, sendo que o retorno patrimonial ao particular-contribuinte da quantia mutuada deve ser feito em dinheiro e com todos os acréscimos hábeis a recompor o valor original ofertado” (RE 121.136/CE) 
	d.6) Exemplos 
Empréstimo calamidade (DL 2.047/83) incidia sobre renda. Era um adicional ao IR. 
Empréstimo sobre a aquisição de veículos e consumo de combustíveis. (DL 2.088/86) 
	Aula 05 – 20/03/2017 
CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS 
	São tributos destinados ao financiamento de gastos específicos, dentro do contexto de intervenção do Estado no campo social e econômico. O produto da arrecadação financia atividades de interesse público, beneficiando determinado grupo e, direta ou indiretamente o contribuinte. SOLIDARIEDADE 
É um grupo tentando ajudar outros grupos. 
Tiro do grupo de trabalhadores para colocar no grupo de estudantes.
Ex.: CPMF
A contribuição só vai existir a depender do benefício e previsão na lei. 
	As contribuições se distinguem umas das outras pela finalidade cujo atendimento a que se destinam, por isso a receita é vinculada. (Não pode ocorrer desvio do produto da arrecadação). 
Contribuição Especial é tributo? Elas se submetem ao CTN? (RE 562.276/10/STF) 
Não está prevista no CTN e sim na CF. 
As contribuições estão inseridas no conceito do artigo 3º?
STF entende que contribuições especiais também se inclui no conceito do artigo 3º do CTN.
Elas não estão escritas no CTN, mas estão incluídas.
Qual é a diferença entre imposto e contribuições especiais? 
O imposto não se vincula a uma atividade estatal específica. 
A contribuição especial, para que ela exista, tem-se que saber qual benefício ela vai trazer. 
Tem que colocar na lei os fatos que vão fazer que ela seja cobrada. 
CIDE – É um tipo de contribuição que o Estado Brasileiro tira de umsetor específico da economia para patrocinar grupos específicos. 
Ele tira do setor petrolífero e patrocina projetos ambientais etc. 
Ex.: Não pode fazer escola com a CIDE combustível. 
 
ATENÇÃO! Nos impostos: o FATO GERADOR (lei) faz nascer a obrigação tributária. 
Nas contribuições, a obrigação decorre do benefício + fato descrito na norma. 
Qual a diferença entre taxa e contribuição especial? 
A taxa é vinculada a uma contraprestação, essa contraprestação é dividida em duas: poder de polícia e serviços públicos específicos e divisíveis. 
Contribuição especial é para beneficiar determinado grupo direta ou indiretamente por meio de outro grupo. 
Qual é a diferença entre contribuições de melhoria e contribuição especiais?
Contribuição de melhoria é a valorização imobiliária decorrente de obra pública. 
Contribuição especial é a variação de um grupo. 
SISTEMA S 
Sesi, SENAI, SEBRAE, SENAT 
Sistema S está na administração indireta. 
3º Setor – Entidades paraestatais. 
Paraestatal está do lado do Estado, colabora com o Estado mas não é do Estado. É privado. 
Quem financia o sistema S são as contribuições de melhoria pagas pelas empresas dos setores. 
BASE LEGAL: Art. 149 e 149-A, CF
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.
§ 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário de que trata o art. 40, cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 41, 19.12.2003)
§ 2º As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico de que trata o caput deste artigo: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
I - não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
II - incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
III - poderão ter alíquotas: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
a) ad valorem, tendo por base o faturamento, a receita bruta ou o valor da operação e, no caso de importação, o valor aduaneiro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
b) específica, tendo por base a unidade de medida adotada. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
§ 3º A pessoa natural destinatária das operações de importação poderá ser equiparada a pessoa jurídica, na forma da lei. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
§ 4º A lei definirá as hipóteses em que as contribuições incidirão uma única vez. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 39, de 2002)
Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na fatura de consumo de energia elétrica. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 39, de 2002)
As contribuições se dividem em: 
Federais (art. 149, CF) 
Estaduais/ DF/ Municípios (Art. 149, §1º, CF) 
Municipais (Art. 149-A, CF) 
FEDERAIS: 
Sociais;
Intervenção no domínio econômico;
Interesse das categorias prof. E econômicas. 
CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS: É uma espécie tributária vinculada a atuação indireta do Estado. 
Aspectos sociais: saúde, educação, previdência. 
CARACTERPISTICAS:
São de competência exclusiva da União; 
Regidas pelo mesmo regime do art. 149, CF 
Sujeitam-se ao Regime Tributário; (quer dizer que estão dentro do art. 3º do CTN)
Pessoa jurídica ficar devendo contribuição o que acontece? Vai ser cobrada como se estivesse devendo um tributo, vai ter certidão fiscal, inscrição na dívida ativa. 
A cobrança pelo regime tributário é ruim pra mim e bom para o Estado.
Instituídas por lei e obedecem aos princípios; 
Custeiam a atuação do Estado em campos sociais. 
O STF entende que são contribuições sociais: 
Contribuições Sociais Gerais: 
A contribuição do salário-educação (art. 212, §5º, CF) 
Financiamento da educação pública (fonte adicional) 
Educação pública básica e fundamental. 
Contribuição do “sistema S” (art. 240, CF) 
Destinadas às entidades privadas de serviços sociais autônomos. 
SESI/SENAI/ SESC/ SEBRAE/ SENAT/APEX
Contribuições da Seguridade Social 
A seguridade social tem 3 grandes galhos: saúde, assistência social e a previdência. 
O orçamento da seguridade social vem de onde? De todo mundo: Estado, trabalhador e empregador.
O financiamento da seguridade social tem que ser grande porque são grandes despesas.
Contribuições primordiais: 
Modalidade de tributo vinculado, já que objetiva custear a previdência social. 
O orçamento da seguridade social vem de onde? 
Contribuição Social particular sobre a folha de pagamentos. 
Art. 195, I, “a”, CF c/c Art. 195, I Dec. 3.048/99
Custeia o regime da previdência social. 
Quem contribui? 
De dentro da folha de pagamento para a seguridade social. 
É Pessoa jurídica, esse valor da folha de pagamento é repassado à título de contribuição social para a seguridade social. 
Contribuição sobre o lucro líquido (CSLL): o Estado ganha sob o lucro. 
Art. 195, I, “c”, CF c/c Art. 28, Lei 9.430/96
Quem contribui? 
Pessoa jurídica, empresa ou equiparado. 
Aqui é sobre lucro líquido. 
Lucro = receita menos despesa. 
Lucro de quem? Da pessoa jurídica, empresa ou equiparado. 
Contribuição ao pis/pasep
Serve para: 
Promoção da integração do empregado na vida e no desenvolvimento das empresas. 
Art. 239, CF = Recursos do pis/pasep.
Financiam dois grandes grupos, o programa do seguro-desemprego e abono salarial (art. 239, §3º, CF)
Quem contribui?
Um grupo que vai ajudar outro grupo de trabalhadores. 
Empregado auxiliando o empresário. 
Contribuição para o financiamento da seguridade social (cofins): O Estado ganha sob o faturamento. 
Destinada aos fundos de previdência e assistência social e da saúde pública. 
Art. 195, I, “b”, CF c/c Lei 10.833/03
Quem contribui? 
Outras Contribuições Sociais
São as que podem ser criadas no plano da competência residual da União. 
Art. 195, §4º, CF 
CONTRIBUIÇÕES DE INTERVENÇÃONO DOMÍNIO ECONÔMICO. (CIDE’S) 
Também chamadas de contribuições interventivas. 
Tem caráter extrafiscal/ instrumento de planejamento/ correlação de distorções/ instrumento de arrecadação. 
O que é caráter extrafiscal? Não é necessariamente arrecadatória. O Estado quando se utiliza desse recurso ele põe a mão no mercado, ele intervém no mercado para equilibrar a economia. 
CIDE-COMBUSTÍVEL
Lei 10.336/01 = Importação e comercialização de petróleo e gás natural e seus derivados. 
Serve para financiar projetos ambientais, programa de infraestrutura de transportes e pagamento/ de subsídios, para transporte de combustível. 
CONSTRIBUIÇÕES DE INTERESSE DAS CATEGORIAS PROFISSIONAIS OU ECONÔMICAS 
Contribuição Sindical
Também chamadas de contribuições confederativas. 
Contribuição-anuidade: Visa prover de recursos e os órgãos controladores e fiscalizadores das profissões. 
A anuidade é um tributo. 
Qual a natureza jurídica de um conselho profissional? É uma autarquia profissional. 
Quem institui? A União. 
É um tributo e se não pagar a anuidade é inscrito na dívida ativa. 
Os conselhos profissionais tem que fazer licitação e concurso público.
Eles tem fiscalização do Tribunal de Contas da União porque eles recebem tributo. 
Ex.: CREA/CRM/CRC/ETC
E a OAB? É exceção à regra.A anuidade da OAB é tributo? 
Qual a natureza da OAB suis generis. 
De ficar devendo a anuidade da OAB a cobrança da OAB é cível. 
Não é execução fiscal porque a anuidade da OAB não é tributo. 
As atividades são reputadas como de interesse público. (Art. 119, CTN) 
Contribuição Sindical: É uma modalidade de contribuição parafiscal na subespécie “corporativa ou profissional”. 
É tributo? 
Contribuição sindical é tributo. 
Para o STF, as contribuições sindicais compulsórias possuem natureza tributária consistindo receita pública, estando os responsáveis sujeitos à competência fiscalizatória do TCU”. (MS 28.465/14)
	Contribuição Sindical 
	Contribuição confederativa 
	Art. 8º, IV, CF c/c Art. 578 e ss, CLT 
É tributo (Qual espécie?) 
É compulsório 
Obrigação ex lege
Depende de ato do Poder Legislativo
Respeita s limitações ao poder de tributar. 
Exigível de todos os trabalhadores. 
	Art. 8º, IV, parte inicial, CF 
Não é tributo
Voluntária 
Deriva de contrato 
Depende de assembleia geral
Não respeita os limites ao poder de tributar
Exigível dos Sindicalizados 
Súmula 666/STF e SV 40 
	Aula 06 – 27/03/2017
1. Competência Tributária 
1.1. Conceito: “Competência tributária é a aptidão para criar tributos (...) O poder de criar tributos é repartido entre os vários entes políticos, de modo que cada um tem competência para impor prestações tributárias dentro da esfera do que assinava a constituição.” (Luciano Amara) 
Princípio do Federalismo: A CF consagrou esse princípio delimitando às pessoas políticas o poder de tributar. 
Kyioshi Harada: A ausência de hierarquia entre os entes fez com que a CF estabelecesse a repartição de competência legislativa de cada esfera política, delimitando a atuação de cada ente político. 
Há hierarquia entre pessoas políticas? 
1.2. Base legal: 
Art. 153, CF
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:
I - importação de produtos estrangeiros;
II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados;
III - renda e proventos de qualquer natureza;
IV - produtos industrializados;
V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários;
VI - propriedade territorial rural;
VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar.
§ 1º É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas dos impostos enumerados nos incisos I, II, IV e V.
Art. 155, CF
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
III - propriedade de veículos automotores. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
Art. 156, CF 
Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:
I - propriedade predial e territorial urbana;
II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição;
III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
IV - (Revogado pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
Cada filho tem seu quarto, quando um entra no quarto do outro tem barraco. 
Competência tributária = criar/instituir tributo (por meio de lei complementar) 
Competência para legislar sobre direito tributário = art. 24, CF e 30, III, CF 
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico;
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais.
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados.
União estabelece norma geral e os Estados suplementam trazendo para a sua realidade. 
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.
Art. 30. Compete aos Municípios:
III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei;
Uma coisa é competência para criar tributo outra coisa é competência para legislar sobre direito tributário. 
A quem compete estabelecer normas gerais? União – CTN é uma norma geral sobre direito Tributário.
A quem compete suplementar as normas gerais da União mediante lei própria? 
Aos Estados
Não existindo normas gerais da União, qual é o papel dos Estados e do DF? 
Competência legislativa plena. 
E se depois de os Estados/DF editarem normas gerais, sobrevier lei federal sobre normal geral? 
A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for contrário.
Competência Tributária é criar tributo. 
Só se cria tributo por meio de lei.
Criar tributo não significa legislar sobre direito tributário. 
A questão de que a União tem que criar norma geral não descaracteriza a equivalência dos entes.
Todos os entes podem criar tributos.
1.3. Características da Competência Tributária 
É o poder de criar tributo repartido entre vários entes políticos. Cada um tem competência para impor prestações tributárias. 
A CF cria tributos? Não, ela estabelece a competência para os entes políticos criarem os tributos. 
No art. 145, a CF indica os entes políticos e também os tipos (espécies) de tributos que podem ser criados. Não é suficiente? 
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
I - impostos;
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.
Não é suficiente porque tem que a especificação do tributo, porque se não ninguém vai saber a alíquota, o fato gerador, pra quem pagar etc. 
Os entes criaram tributo por meio de lei, só vai ser complementar quando a CF falar que vai ser lei complementar. A regra é lei ordinária. 
O Município é obrigado a instituir o tributo indicado pela CF?
Não, ele faz se ele quiser e se ele quiser vai fazer por meio de lei. 
E se o ente político para o qual a CF estabeleceu como competente para instituir determinado tributo não o fizer, poderá outro ente fazê-lo? Art. 7º CTN
 Art. 7º A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária, conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra, nos termos do § 3º do artigo 18 da Constituição.
Um ente público pode delegar a outro a competência tributária? 
Art. 8º O não-exercício da competência tributária não a defere a pessoa jurídica de direito público diversa daquela a que a Constituição a tenha atribuído.
Resumindo... 
As características da competência tributária são: 
a) Facultatividade de exercício: O ente político exerce a competência tributária se tiver interesse. O ente não é obrigado apenas porque a CF outorga a competência. Ex. IGF 
b) Indelegabilidade: A competência tributária não é delegável, ou seja,não é transferível a outro ente. Art. 7º, CTN
c) Inalterabilidade: Competência tributária é de trato exclusivo da CF. A lei do ente competente não pode alterar a competência da CF. 
É possível alteração de competência?
A CF pode alterar a competência tributária por meio de emenda constitucional. Processo formal. 
Ex.: Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 39, de 2002)
Antes era taxa, quem podia instituir era União, Estados, DF e Municípios. Hoje é contribuição e quem pode instituir é o DF e os Municípios. 
d) Incaducabilidade: O não exercício da competência por qualquer prazo não implica perda da competência. 
Competência tributária não fica velha, não caduca.
A competência tributária não cai em desuso. 
1.4. Tipologia da Competência Tributária 
a) Competência Comum: É a atribuição de todos os entes para criar tributos. 
Ex.: 
Taxa – União: Parque Nacional. 
	Estado: Parque Estadual 
	Município: Parque Municipal 
b) Competência privativa: É a regra do jogo. É a competência detalhada na CF para cada ente político. É a certeza de que nenhum ente invadirá a esfera de competência alheia. 
Ex.: Art. 153, CF/ Art. 148, CF/ Art. 149, caput, CF 
Ex.: Art. 155, CF/ Art. 149, §1º, CF
Transmissão causa mortis, operações relativas à circulação de mercadorias e IPVA.
Ex.: Art. 156, CF/ Art. 149, §1º, CF/ Art. 149-A, CF
IMPOSTOS FEDERAIS (Impostos recolhidos pela União)
Imposto de Importação (II) – Imposto sobre a importação de produtos estrangeiros e sobre a bagagem de viajante que vier do exterior. O fato gerador deste tributo é a entrada destes produtos e bagagens no território nacional. O contribuinte do imposto é o viajante ou o importador.
Imposto de Exportação (IE) – Imposto sobre a exportação, para o estrangeiro, de produtos nacionais ou nacionalizados, cujo fato gerador é a saída desses do território nacional. O contribuinte do imposto é o exportador.
Imposto de Renda (IR) – Imposto sobre o acúmulo de renda (ou rendimento) que supere R$1.903,98 (atualizado em 28.03.2015). Seu contribuinte é qualquer pessoa física ou jurídica que acumule renda que supere o valor acima descrito.
Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) – Imposto que recai sobre o produto importado quando do seu desembaraço aduaneiro, assim como na saída (do estabelecimento) de produto nacional industrializado (o IPI afeta o valor de tudo o que adquirimos enquanto produto). Esse imposto também é cobrado na arrematação do produto apreendido ou abandonado quando esse é levado a leilão. Seu contribuinte pode ser o importador, o industrial, o comerciante ou o arrematador.
Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) – Imposto que recai sobre operações de crédito, câmbio e seguro, e sobre operações relativas a títulos e valores mobiliários. Seus contribuintes são as partes envolvidas em cada uma das operações descritas.
Imposto sobre Propriedade Territorial Rural (ITR) – Imposto cujo fato gerador é a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel (como definido na lei civil) localizado fora da zona urbana do município. Os contribuintes deste imposto podem ser o proprietário do imóvel (tanto pessoa física quanto jurídica), o titular do seu domínio útil ou ainda o seu possuidor a qualquer título.
Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF) – Ainda que seja um imposto de competência da União (federal), como disposto na Constituição Federal, esta não o instituiu até os dias de hoje.
IMPOSTOS ESTADUAIS (Impostos recolhidos pelos Estados)
Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS) – Imposto que incide: sobre operações relativas à circulação de mercadorias, inclusive sobre o fornecimento de alimentação e bebidas em bares e restaurantes; sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e sobre prestações onerosas de serviços de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior; sobre fornecimento de mercadorias com prestação de serviços não compreendidos na competência tributária dos municípios; sobre fornecimento de mercadorias com prestação de serviços sujeitos ao imposto sobre serviços, de competência dos municípios, quando a lei complementar aplicável expressamente o sujeitar à incidência do imposto estadual. O contribuinte desse imposto pode ser qualquer pessoa, física ou jurídica, que realize, com habitualidade ou em volume, qualquer atividade descrita acima.
Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) – Como diz o nome, é imposto que incide sobre a propriedade de veículos automotores terrestres somente. O contribuinte do imposto é o proprietário do veículo em questão.
Imposto de Transmissão Causa Mortis e Doação (ITCMD) – Imposto que recai: sobre a transmissão de qualquer bem ou direito havido por sucessão legítima ou sucessão testamentária, inclusive a sucessão provisória; sobre a transmissão por doação, a qualquer título, de quaisquer bens ou direitos; sobre a aquisição de bem ou direito em excesso pelo herdeiro ou cônjuge meeiro, na partilha, em sucessão causa mortis ou em dissolução de sociedade conjugal. Seus contribuintes podem ser o herdeiro ou o legatário na transmissão causa mortis; o donatário, na doação e o fiduciário quando este for encarregado de transmitir a herança ou o legado ao seu sucessor.
IMPOSTOS MUNICIPAIS (Impostos recolhidos pelos Municípios)
Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) – Imposto que tem como fato gerador a prestação de serviço (por empresa ou profissional autônomo) de serviços descritos na lista de serviços da Lei Complementar no 116, de 31 de julho de 2003. Os contribuintes do imposto são as empresas ou profissionais autônomos que prestam o serviço tributável. Porém, em alguns casos, os municípios podem atribuir às empresas ou aos indivíduos que tomam os serviços a responsabilidade pelo recolhimento do imposto.
Imposto sobre Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) – Imposto cuja incidência tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de propriedade imóvel localizada em zona urbana ou extensão urbana. Os contribuintes do imposto são as pessoas físicas ou jurídicas que mantém a posse do imóvel por justo título.
Imposto sobre Transmissão de Bens e Imóveis Inter vivos (ITBI) – Imposto cujo fato gerador: é a transmissão, inter vivos (entre pessoas vivas), a qualquer título, por ato oneroso (ex.: compra e venda) de propriedade ou domínio útil de bens imóveis; a transmissão a qualquer título de direitos reais sobre imóveis, exceto os direitos de garantia; a cessão de direitos relativos às transmissões acima mencionadas. O contribuinte do imposto pode ser qualquer uma das partes envolvidas na operação tributada, como dispuser a lei.
c) Competência Cumulativa (Art. 147, CF) 
Art. 147. Competem à União, em Território Federal, os impostos estaduais e, se o Território não for dividido em Municípios, cumulativamente, os impostos municipais; ao Distrito Federal cabem os impostos municipais.
Duas situações especiais na Federação: 
DF – cabe os impostos municipais. 
Territórios - se for dividido em município a competência dos tributos estaduais fica com a União e a competência dos municipais ficam com o município. Se não for divididos em municípios a União fica com os tributos municipais e os estaduais. 
d) Competência Residual: É de competência da União a instituição de impostos ou contribuições novos (diferentes dos já existentes). 
Art. 154, I, CF 
Art. 154. A União poderá instituir:
I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição;
Art. 195, §4º, CF
Art. 195. A seguridade social seráfinanciada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:
§ 4º A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I.
e) Competência Extraordinária: 
Art. 154, II, CF e Art. 76, CTN (IEG)
Art. 154. A União poderá instituir:
II - na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação.
Art. 76. Na iminência ou no caso de guerra externa, a União pode instituir, temporariamente, impostos extraordinários compreendidos ou não entre os referidos nesta Lei, suprimidos, gradativamente, no prazo máximo de cinco anos, contados da celebração da paz.
IMPORTANTE!!!! PROVA INSTITUCIONAL ADORA!
	IEG
	Emp. Comp./ Guerra
	Lei Ordinária Federal 
Não Restituível 
Não se vincula à receita que criou (167, IV) 
FG: Não é a guerra.
	Lei complementar 
É restituível 
Tem receita afetada à despesa (148, p.u) 
FG: Não é a guerra.
	Aula 07 – 03/04/2017
1. COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA: É a aptidão para criar tributos. 
Quem confere a competência tributária? 
2. CAPACIDADE TRIBUTÁRIA ATIVA: É o poder de cobrar, exigir, fiscalizar, arrecadar o tributo. 
Via de regra, a pessoa que cria o tributa é a pessoa que cobra, arrecada e fiscaliza.
E ente cria o tributo, mas outro ente pode cobrar, exigir e fiscalizar.
A União institui o tributo que o CRECI cobra. 
 Art. 7º A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária, conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra, nos termos do § 3º do artigo 18 da Constituição.
Art. 119. Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito público, titular da competência para exigir o seu cumprimento.
Ex. INSS tem a capacidade tributária ativa de contribuições especiais afetas à sua atuação. 
Ex. Autarquias Profissionais (CREA/CRECI/CRM/ETC): Possuem capacidade tributária ativa em relação às contribuições profissionais instituídas pela União. 
O INSS/ os conselhos possuem competência tributária. 
ATENÇÃO! A pessoa jurídica que detém capacidade tributária ativa pode ocupar o polo ativo da relação jurídico-tributária na condição de sujeito ativo, uma vez que é titular do poder de exigir tributo. 
CARACTERÍSITCAS 
Atribuição Delegável 
A tributação não legislativa: A delegação da capacidade tributária ativa depende de previsão legal. Diz respeito à dimensão administrativo-executiva da competência. 
 Art. 7º A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária, conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra, nos termos do § 3º do artigo 18 da Constituição.
 § 2º A atribuição pode ser revogada, a qualquer tempo, por ato unilateral da pessoa jurídica de direito público que a tenha conferido.
Ato unilateral é ato administrativo.
Precisa de lei para delegar a capacidade administrativa? Não! 
É como se a autarquia fosse uma longa mão da União. 
E a qualquer tempo o ente pode retirar essa atribuição por meio de revogação. 
Atribuição revogável: A atribuição pode ser revogada, a qualquer tempo, por ato unilateral da pessoa jurídica de direito público que a tenha conferido. 
Atribuição a pessoa jurídica de Direito Público: 
1ª Corrente: Não é possível delegar à pessoas jurídicas de direito privado. (Lei) 
Art. 7º A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária, conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra, nos termos do § 3º do artigo 18 da Constituição.
   § 3º Não constitui delegação de competência o cometimento, a pessoas de direito privado, do encargo ou da função de arrecadar tributos.
2ª Corrente: É possível a arrecadação de tributos por pessoas jurídicas de direito privado (Ex. Cartórios, sistema ‘S’) 
Diferenças: 
	Competência Tributária – Art. 7º CTN
	Capacidade Tributária
	Poder para criar (por meio de lei) tributo; 
Atribuição legislativa (quem confere a competência tributária é a CF); 
Indelegabilidade/ Inalterabilidade/ Incaducabilidade/ Facultatividade
Titulares: Entes políticos. 
	Cobrar/ exigir/ fiscalizar/ arrecadar
Atribuição Adm. 
Delegabilidade 
Titulares: Entes de D. Público a entes de D. Público (OBS) 
	Aula 08 – 10/04/2017 – SEMINÁRIOS 
	Aula 09 – 17/04/2017 – PROVA 
	Aula 10 – 24/04/2017 
“O poder de tributar é, uma decorrência inevitável que a soberania do Estado exerce sobre as pessoas de seu território.” (RUY BARBOSA NOGUEIRA) 
O poder de tributar é absoluto?
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS 
a) Capacidade Contributiva: É a capacidade econômica. Cada um contribui na proporção de suas rendas e haveres. 
Imposto (pessoal): IR 
b) Legalidade: “O princípio da legalidade tributária é o fundamento de toda a tributação, sem o qual não há como se falar em direito tributário,” (Ruy Barbosa Nogueira) 
Cabe à lei criar ou extinguir tributo. 
Porque existem outros meios e não só a lei para aumentar e diminuir. 
Regra do princípio da legalidade: criar/instituir = lei (ordinária). 
CUIDADO! RESERVA DE LEI COMPLEMENTAR. 
Art. 153, VII, CF (IGF) 
Art. 148, I e II CF 
Art. 154, I, CF 
A regra é lei ordinária, só será lei complementar quando estiver expresso (Reserva de Lei) 
Quando fala reserva de lei só uma espécie de lei pode fazer. 
A lei de criação de um tributo deve prever: 
Alíquota
Base de cálculo
Sujeito passivo 
Fato gerador
É possível a utilização de MP em matéria tributária?
Em caso de relevância e urgência o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional. Art. 62, §2º CF 
Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos, exceto os previstos nos artigos 153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada. 
Medida provisória não poderá tratar de IGF, pois ele é reserva de lei complementar. 
Medida provisória pode tratar de tributo e depois será convertida em lei ordinária. 
Medida provisória não pode tratar de tributo reservado à lei complementar. 
EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE 
Imposto de importação
Imposto de exportação
Imposto sobre produtos industrializados 
Imposto sobre operação financeira 
Contribuição de intervenção no domínio econômico (cide combustível) Decreto presidencial 
Imposto sobre circulação de mercadorias e transporte interestadual e intermunicipal de comunicações (ICMS) CONFAZ
Os dois últimos são impostos reguladores de mercado, o Estado precisa mexer rápido com eles e por meio de lei demora, por isso esses impostos podem ser mexido por meio de Decreto Presidencial e Portaria do Ministério da Fazenda. 
A lei que cria o tributo tem que ter fato gerador, alíquota, sujeito passivo, base de cálculo. 
O IPI é uma exceção ao princípio da legalidade no sentido de majorar alíquota. Essa alíquota pode ser mexida por outra coisa que não é a Lei, pode ser mexida por Decreto Presidencial. 
Exceções ao princípio da legalidade não significa que o tributo não será criado por meio de lei, mas que poderá ser majorado por meio de outro ato normativo. 
c) ISONOMIA/ IGUALDADE (Art. 150, LI, CF): Postulado específico que veda o tratamento tributário desigual a contribuintesque se encontrem em situações equivalentes. 
d) Irretroatividade (art. 150, III, CF): Segundo a CF, é vedado cobrar tributos em relação a fotos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os tiver criado/aumentado. 
Atenção! Não há exceção ao princípio da irretroatividade, salvo Art. 106, CTN. 
e) Anterioridade de Exercício/ Anual/ Comum 
f) Anterioridade nonagésima/ privilegiada
Art. 150, III, “b”, “c”, CF 
Qual é a principal ideia? Garantir a não surpresa. 
Qual é a intenção dos princípios? Dupla garantia ao contribuinte. 
Porque são duas anterioridades? Porque houve abuso dos entes políticos.
ATENÇÃO! Os dois princípios são cumulados. 
Ex.: Lei “y” majorou um tributo em 15/09/2015. Quando incide o aumento? No exercício financeiro seguinte. 01/01/2016
 Lei “w” majorou um tributo em 15/12/2015. Quando incide o aumento? 15/03/2016
Para extinguir, reduzir alíquota ou revogar isenção, precisa respeitar a anterioridade? 
Precisa!
	Exceções à Anterioridade do Exercício 
	Exceções à Noventena 
	Imposto de Importação 
Imposto de Exportação
Imposto sobre Produtos Industrializados
Imposto sobre grandes fortunas
Imposto extraordinário de guerra
Empréstimo compulsório (despesa extraordinária)
ICMS/ COMBUSTÍVEL 
CIDE COMBUSTÍVEL/ CONT.SEG.SOC.
	Imposto de importação 
Imposto de exportação 
Imposto de renda
Imposto sobre grandes fortunas
Imposto extraordinário de guerra
Empréstimos compulsórios (des. Extraor.) 
IPVA
 Base de cálculo 
IPTU 
	Aula 11 – 08/05/2017 – Slide
DAS LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR E IMUNIDADES E ISENÇÕES.
IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS EM ESPÉCIE 
Imunidade Tributária recíproca (Art. 150, IV, “a”, CF) 
É subjetiva (quando pessoas ou entidades não são oneradas); 
Subjetiva é quando deixa de tributar sobre pessoas e entidades. 
Decorre da autonomia político-administrativa dos ente políticos, não há relação de hierarquia. Corolário da forma federativa do Estado (igualdade político-jurídica aos entes); 
A CF entende que a União, os Estados o DF e os Municípios são autônomos. 
Autonomia dos entes = para ter autonomia tem que ter autonomia financeira, administrativa etc. 
Autonomia (cada ente manda nele)
A partir do momento que um ente cobra um do outro impostos essa autonomia quebra. 
É cláusula pétrea – regra protetiva do pacto federativo (ADI 939); 
Apesar de ela não estar no art. 60 §4º o STF entende que essa imunidade, por ser proteção da autonomia dos entes, é cláusula pétrea. 
Só se aplica aos impostos; 
O Palácio do Leão lá no Maranhão vai pagar taxa de coleta de lixo, porque a imunidade só se aplica aos impostos. 
Estende-se às autarquias e fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, desde que a finalidade seja essencialmente pública (ex. INCRA); 
Abrange Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista prestadoras de serviços públicos. 
Administração Pública Direta: União, Estados, DF e Municípios. 
Administração Pública Indireta: Autarquias, Fundações Públicas, Empresas Públicas e Sociedade de Economia Mista. 
Tem Empresas Públicas e Sociedade de Economia Mista de dois tipos: as exploradoras de atividade econômica e as prestadoras de serviços públicos. 
STF: A imunidade tributária só deixa de operar quando a natureza jurídica da entidade estatal é de exploração da atividade econômica. (RE 242.827/PE) 
Análise de Caso: 
CORREIOS (EBCT) – STF/2013 
# A EBCT possui imunidade tributária recíproca? 
Possui, o STF estendeu a imunidade tributária para uma prestadora de serviço público. 
Casos julgados pelo STF como afrontas à imunidade recíproca:
Proibição de cobrança de IOF nas operações financeiras realizadas pelos estados, Distrito Federal e municípios (AI-AgR 172.890/RS/1996; RE 196.415/PR/1999; RE 213.059/SP/1997)
Vedação da incidência do imposto de renda sobre os rendimentos auferidos pelas pessoas públicas que gozam da imunidade reciproca (ADIMC 1.758/DF/1998);
Declaração da inconstitucionalidade do art. 2°, § 2°, da EC 3/1993, que, entre outras coisas, pretendeu excluir o IPMF da regra de imunidade reciproca (ADI 939/DF);
Vedação de incidência de ICMS em operações de importação em que o importador seja o próprio ente federado (AI-AgR 518.405/RS, rel. Min. Joaquim Barbosa, 06.04.2010).
	
b) Imunidade tributária religiosa (art. 5º, VI e art. 150, VI, „b‟)
Protege o direito individual de liberdade de culto.
É subjetiva (quando pessoas ou entidades não são oneradas);
No STF a imunidade tributária religiosa é alargada justamente para garantir a liberdade de crença.
Atinge todas as religiões. 
É cláusula pétrea – proteção de direito individual;
Aplicável exclusivamente aos IMPOSTOS;
Análise de Casos:
Aplica-se somente aos prédios onde se realizam os cultos? (art. 150, VI, b, c/c § 4º, CF)
Se estende ao patrimônio da igreja. 
Se determinada religião aluga um imóvel seu, tal imóvel perde a imunidade? (STF – RE 325.822/SP e Súmula 724).
Não perde se o valor do aluguel seja aplicado nas atividades essenciais de tais entidades. 
Imóveis destinados à residência de ministros religiosos têm imunidade? (ARE AgR 694.453/DF)
Sim, se o imóvel for da instituição. 
Cemitérios que são extensões de entidades religiosas sem fins lucrativos e que revertam suas atividades funerárias à religião, possuem imunidade? (RE 578.562/BA)
Tem imunidade. 
E a maçonaria, possui imunidade? (RE 562.351/RS)
Não, pq não é religião.
c) Imunidades genéricas (art. 150, VI, “c”, CF)
situações:
Partidos políticos e suas fundações.
Entidades sindicais dos trabalhadores.
Instituições de educação sem fins lucrativos.
Instituições de assistência social sem fins lucrativos
c.1) Imunidade Tributária dos Partidos Políticos e suas Fundações.
Decorre da noção de Estado Democrático de Direito. Serve para assegurar o pluralismo político e evitar que o Estado use do Poder de Tributar como pretexto para subjugar partidos políticos cujas concepções contrariem aquelas adotadas por quem está no Poder.
c.2) Entidades Sindicais de Trabalhadores
Para proteção da liberdade sindical estabelecida na CF.
# Essa imunidade abrange os sindicatos dos empregadores ou de setores econômicos?
Não, a ideia é defender os interesses do trabalhador.
c.3 e c.4) Imunidade das Instituições de Educação e de Assistência Social Sem Fins Lucrativos.
Requisitos para que as entidades gozem da imunidade (art. 14, CTN):
Não distribuir qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas a qualquer título;
Aplicar integralmente no país os seus recursos na manutenção dos seus objetivos institucionais;
Manter escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades capazes de assegurar sua exatidão.
# Se a Entidade deixar de cumprir os requisitos estabelecidos no art. 14, CTN?
A autoridade competente pode suspender a aplicação do benefício. 
# Entidades sem fins lucrativos podem ter superávit?
d) Imunidade tributária cultural (art. 150, VI, “d‟, CF)
Objetivo: estimular a disseminação de cultura e de ideias em geral.
Finalidade: facilitar, por meio da redução dos custos de edição, impressão e distribuição dos livros, dos jornais e dos periódicos veiculados em papel, a livre manifestação do pensamento (CF, art. 5.°, IV), da atividade intelectual, artística, científica, de comunicação (CF, art. 5.°, IX) e o acesso à informação (CF, art. 5.°, XIV).
# Essa imunidade alcança editoras, livrarias, empresa jornalística, banca de jornais e comerciantes em geral?
Não, atinge o papel. 
Análise de casos:
Álbum de figurinhas e os cromos adesivos? (RE 179.893/SP) Sim 
Revistas de cunho sexual? Sim 
Apostilas? Sim
Encartes de propagandas dentro de jornais? (RE 213.094/ES) Não tem, porque o interesse não é a informação e sim comercial. 
Tinta especial para jornal? (RE 273.308/SP, rel. Min. Moreira Alves, 22.08.2000) Não
Solução de base alcalina concentrada? (RE 273.308/SP, rel. Min. Moreira Alves, 22.08.2000) Não

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