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POLUIÇÃO E IMPACTO AMBIENTAL Prof. Rafael Oliveira Batista, D.S. Mossoró,RN Universidade Federal Rural do Semi-Árido - UFERSA Departamento de Ciências Ambientais e Tecnológicas Engenharia Agrícola e Ambiental UNIDADE III: POLUIÇÃO DOS ECOSSISTEMAS Poluição do solo: aspectos legais e institucionais RECURSO SOLO: O solo é a formação natural que se desenvolve na porção superficial da crosta terrestre. Ele é resultado, essencialmente, da interação dos processos físicos, químicos e biológicos sobre as rochas superficiais da crosta terrestre . - As terras emersas representam 29,2% da superfície total do planeta. Ilustração dos processos que participam da formação do solo. Poluição do solo: aspectos legais e institucionais A Sociedade Brasileira de Ciência do Solo define quatro classes de tamanho de partículas menores do que 2 mm, usadas para a definição da classe de textura dos solos: - Areia grossa - 2 a 0,2 mm ou 2000 a 200 µm - Areia fina - 0,2 a 0,05 mm ou 200 a 50 µm - Silte - 0,05 a 0,002 mm ou 50 a 2 µm - Argila - menor do que 2 µm Triângulo textural Tamanhos das partículas do solo (A) e representação de uma argila (B) Fonte: Silva (2008). Sistema coloidal do solo Partículas diminutas, de tamanho coloidal (inferior a 2 µm), minerais ou orgânicas, ou organo-minerais, como fase dispersa na solução (ou no ar) do solo. A B Poluição do solo: aspectos legais e institucionais Propriedades de um sistema coloidal Superfície específica Refere-se à área por unidade de massa do material considerado (fração argila ou a fração matéria orgânica) expressa em metros quadrados por grama (m2 g-1), podendo inferir no grau de reatividade do solo. Área superficial específica (ASE) e Capacidade de Troca Catiônica (CTC) de constituintes da fração argila do solo. Importância do tamanho da partícula na atividade da argila. Fonte: Silva (2008). Fonte: Silva (2008). Poluição do solo: aspectos legais e institucionais Cargas elétricas Propriedade muito importante de uma dispersão coloidal é a presença de cargas elétricas. As partículas coloidais do solo, as argilas de modo geral, são eletronegativas. Embora possam, também, possuir cargas positivas, estas são, normalmente, em menor número. Representação das cargas de uma argila Fonte: Silva (2008). Capacidade de Troca Catiônica (CTC) A CTC do solo é responsável pela retenção e liberação dos cátions dos colóides para a solução do solo, permitindo sua maior permanência no sistema de forma a serem absorvidos pelos microrganismos e plantas, e reduzindo sua progressiva lixiviação. - Capacidade efetiva de troca de cátions (CTC ef = t = SB + Al3+, em cmolc dm -3). - Soma de bases (SB = Ca2+ + Mg2+ + K+ + Na+, em cmolc dm -3) - Capacidade de troca de cátions a pH 7 (CTC pH 7 = T = SB + (H + Al), em cmolc dm -3) Poluição do solo: aspectos legais e institucionais Sorção - Processo físico-químico caracterizado pelo acúmulo de uma molécula (inorgânica ou orgânica) na interface sólido-líquido. - Neste processo, denomina-se adsorvato a substância que está sendo removida da fase líquida e adsorvente, a fase sólida na qual ocorre a acumulação. Dessorção - Consiste na liberação de um íon retido pela fase sólida do solo para a solução. A redução no pH e o aumento na unidade e temperatura interferem neste processo. Representação do processo de adsorção e dessorção Fonte: http://slideplayer.com.br/slide/2709644/. pH < U > T > Poluição do solo: aspectos legais e institucionais Usos do solo: - Elemento de fixação e nutrição da vida vegetal; - Fundação para edificações, aterros, estradas, sistemas de posição de resíduos e outros; - Elemento a ser extraído e utilizado na área de construções em geral e na manufatura de objetos diversos; - Elemento de armazenamento de combustíveis fósseis; e - Elemento de armazenamento de água. Poluição do solo: aspectos legais e institucionais Degradação do solo: - Na agricultura ocorre a aplicação de nutrientes defensivos agrícolas no solo e a remoção sazonal da cobertura vegetal; - A erosão causada pela ação das águas e ventos acarreta a remoção das partículas do solo causando alterações no relevo, representando riscos às construções civis e a retirada da camada superficial e fértil do solo, provocando assoreamento e eutrofização dos corpos hídricos. - As práticas recomendadas para evitar erosão estão ligadas à manutenção da cobertura vegetal, à utilização de árvores como quebra-ventos, à cobertura do solo com material orgânico e às técnicas de caráter mecânico, como aração, plantio e construção em curva de nível, execução de canaletas para desvio das águas pluviais e execução de muro de arrimo. Poluição do solo: aspectos legais e institucionais Plantio em curvas de nível Plantio direto Quebra-ventos Terraço Paliçadas na área rural Poluição do solo: aspectos legais e institucionais Preservação da mata ciliar Poluição do solo: aspectos legais e institucionais Paliçadas na área urbana Muro de arrimo Proteção de encostas com pneus Proteção de encostas com biomanta Poluição do solo: aspectos legais e institucionais - A disposição indiscriminada de resíduos no solo gera excesso de metano e dióxido de carbono que afeta a biota do solo. - A presença de metais pesados pode inibir a reposição da vegetação, reduz a produtividade e acumulam nas partes comestíveis das plantas tornando o alimento impróprio ao consumo. Aterro comum (lixão) Poluição do solo: aspectos legais e institucionais Fontes de poluição do solo: - Poluição decorrente da disposição de resíduos sólidos domésticos, hospitalares e industriais; - Poluição decorrente de resíduos líquidos sanitários e industriais ; - Poluição decorrente da urbanização e ocupação do solo; - Poluição decorrente da atividade agropastoris; - Poluição decorrente de atividades extrativas; - Poluição decorrente de acidentes no transporte de cargas. Poluição do solo: aspectos legais e institucionais Os resíduos sólidos podem ser agrupados em: - Resíduos sólidos domésticos: gerados pelas residências e incluem os resíduos de escritório e de atividades do comércio. - Resíduos sólidos de serviço da saúde: são caracterizados como perigosos (classe I) e não perigosos (classe II) podem apresentar materiais contaminados com microrganismos patogênicos, incluem nessa classificação resíduos de farmácias e laboratórios de análises. - Resíduos industriais: gerados nas diversas atividades industriais. Resíduos domésticos Resíduos de serviços da saúde Resíduos sólidos industriais Poluição do solo: aspectos legais e institucionais O IBAMA é o órgão responsável pela formulação, coordenação e execução da política nacional de controle da poluição do solo. A Portaria no 53/1979, trata os resíduos sólidos de maneira genérica e determina, em seu item 1, que os projetos específicos de tratamento e disposição de resíduos sólidos, bem como a fiscalização de sua implantação, operação e manutenção ficam sujeitos à aprovação do órgão estadual de controle de poluição, devendo ser enviadas ao IBAMA cópias das autorizações concedidas. Determina também que os resíduos sólidos perigosos, ou seja, aqueles de natureza tóxica, bem como os que contêm substâncias inflamáveis, corrosivas, explosivas, radioativas e outras consideradas prejudiciais, deverão sofrertratamento ou acondicionamento adequado, no próprio local de produção e nas condições estabelecidas pelo órgão estadual de controle da poluição. Proíbe o lançamento de resíduos em corpos hídricos e obriga à incineração de resíduos patogênicos. Poluição do solo: aspectos legais e institucionais A resolução CONAMA no 313/2002, estabeleceu a necessidade de realização de um inventário dos resíduos industriais gerados e,ou existentes no País, visando ao controle de resíduos perigosos. As indústrias enquadradas nos critérios estabelecidos pela Resolução devem apresentar ao órgão ambiental competente: - Informações sobre geração, armazenamento, transporte e destinação de seus resíduos sólidos; - Registrar mensalmente e manter na unidade industrial os dados de geração e destinação dos resíduos gerados, para efeito de obtenção dos dados para o Inventário Nacional de Resíduos Industriais. Poluição do solo: aspectos legais e institucionais A Lei no 12305/2010 dispõe sobre a política nacional de resíduos sólidos que introduziu o conceito de logística reversa (retorno dos produtos após o uso pelo consumidor, de forma independente do serviço público de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos) para alguns poluentes específicos, tais como: - Agrotóxicos, seus resíduos e embalagens, assim como outros produtos cuja embalagem, após o uso, constitua resíduo perigoso; - Pilhas e baterias; - Pneus; - Óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens; - Lâmpadas fluorescentes; e - Produtos eletroeletrônicos e seus componentes. Poluição do solo: aspectos legais e institucionais Ainda no âmbito federal, existe um conjunto de Resoluções específicas quanto a resíduos sólidos e contaminação do solo e de águas subterrâneas: - Resoluções CONAMA no 358/2005 e ANVISA no 306/2004, que estabelecem normas mínimas para o tratamento de resíduos sólidos oriundos de serviço de saúde; - Resolução CONAMA no 362/2005, define que todo óleo lubrificante usado ou contaminado deverá ser recolhido e terá uma destinação adequada, de modo a não prejudicar o meio ambiente; - Resolução CONAMA no 401/2008, que estabelece a necessidade de disciplinar o descarte adequado de pilhas e baterias usadas, quanto à coleta, reutilização, reciclagem, tratamento e disposição final; - Resolução CONAMA no 416/2009, que estabelece prazos e quantidades para a coleta e destino final dos pneus; - Resolução CONAMA no 334/2003, que dispõe sobre os procedimentos de licenciamento ambiental de estabelecimentos destinados ao recebimento de embalagens vazias de agrotóxicos. Poluição do solo: aspectos legais e institucionais Mais especificamente relacionados com a contaminação do solo e das águas subterrâneas, existem editadas as Resoluções CONAMA no 396/2008, que dispõe sobre a classificação e diretrizes ambientais para o enquadramento, prevenção e controle da poluição das águas subterrâneas; e no 420/2009 que dispõe sobre critérios e valores orientadores de qualidade do solo quanto à presença de substâncias químicas e estabelece diretrizes para o gerenciamento ambiental de áreas contaminadas por essas substâncias em decorrência de atividades antrópicas. Poluição do solo: aspectos legais e institucionais Valores orientadores de solos e água subterrânea de ambientes contaminados Fonte: Resolução CONAMA n° 420/2009 (BRASIL, 2009). Poluição do solo: aspectos legais e institucionais Valores orientadores de solos e água subterrânea de ambientes contaminados Fonte: Resolução CONAMA n° 420/2009 (BRASIL, 2009). Poluição do solo: aspectos legais e institucionais Valores orientadores de solos e água subterrânea de ambientes contaminados Fonte: Resolução CONAMA n° 420/2009 (BRASIL, 2009). BOA SORTE A TODOS E A TODAS! “O sucesso na vida de uma pessoa é fruto do esforço e da sabedoria nos momentos de oportunidade” Rafael Oliveira Batista e-mail: rafaelbatista@ufersa.edu.br eng.batista@gmail.com
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