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Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia
Departamento de Ciências Naturais 
Colegiado do Curso de Medicina
Sabrina Campos Rodrigues Spósito
DOENÇAS RESULTANTES DA AGRESSÃO AO MEIO AMBIENTE
 (DCN 710)
RELATÓRIO TEÓRICO
PROBLEMA 1 – EU VIVO DO LIXO
Vitória da Conquista – Bahia
Setembro de 2014
Sabrina Campos Rodrigues Spósito
RELATÓRIO TEÓRICO
PROBLEMA 1 – EU VIVO DO LIXO
Relatório teórico apresentado ao Colegiado do Curso de Medicina da UESB como segunda chamada da atividade tutorial “Eu vivo do lixo”, parte das exigências curriculares do módulo Doenças Resultantes da Agressão ao Meio Ambiente, orientada pela Prof. Verônica Cheles Vieira.
Vitória da Conquista, 15 de setembro de 2014.
Eu vivo do lixo
Objetivo 1: Compreender os principais tipos de lixo e seu descarte adequado.
O lixo, também chamado de resíduos sólidos, consiste de materiais sólidos considerados sem utilidade, supérfluos ou perigosos, gerados pela atividade humana, e que devem ser descartados ou eliminados. Podem ser classificados pela sua composição ou pela sua origem.
Classificação segundo composição:
Lixo orgânico: É todo lixo de origem animal ou vegetal. Inclui restos de alimentos como folhas, sementes, restos de carne e ossos, papel, madeira não tratada quimicamente, fezes, entre outros. Quando se acumula, o lixo orgânico normalmente apresenta rápida decomposição e pode causar mau cheiro, além de ser também fonte de agentes causadores de doenças.
Lixo inorgânico: Inclui todo material que não possui origem biológica, ou que ocorreu por meios artificiais, como plásticos, produtos de metal, vidro , detergentes, entre outros. A maioria do lixo inorgânico possui um grande problema: demoram muito tempo para se biodegradarem quando são depositados no meio ambiente.Outros produtos como metais não podem decompor, acumulando com o tempo, a menos que sejam reciclados.
Lixo tóxico: Inclui pilhas e baterias que contêm ácidos e metais pesados ​​em sua composição, certos tipos de tinta, além de rejeito industrial. Estes produtos precisam receber um tratamento adequado antes do descarte final e podem causar sérios problemas ao meio ambiente e à saúde caso esse descarte seja realizado de modo inadequado. São ainda considerados como altamente tóxicos os lixos de origem nuclear e hospitalar que são os mais nocivos neste grupo. 
Classificação segundo a origem:
Lixo doméstico: é o lixo produzido pelas pessoas em casa.
Lixo urbano: é o lixo produzido em instalações públicas, em instalações comerciais, bem como restos de construções e demolições.
Lixo industrial: é gerado pelas indústrias, e em geral é altamente destrutivo para o ambiente e para a saúde humana.
Lixo hospitalar (resíduos dos serviços de saúde): são resíduos sólidos, semissólidos ou líquidos cujas particularidades tornem inviável seu descarte junto ao lixo comum. Incluem resíduos com a possível presença de agentes biológicos e risco de infecção, além de resíduos químicos.
Lixo nuclear: composto por produtos altamente radioativos, que podem ser restos de combustível nuclear ou qualquer material que teve exposição prolongada à radiação e que possui algum grau de radioatividade. 
Cada tipo de lixo deve receber um descarte adequado, de acordo com suas características e os riscos que oferece à saúde e ao meio ambiente. Podemos citar como formas de descarte:
Reciclagem: É o processo de reaproveitamento de resíduos sólidos orgânicos e inorgânicos. É considerado o melhor método de destinação do lixo, em relação ao meio ambiente, uma vez que diminui a quantidade de resíduos depositados no meio ambiente e também a necessidade de extração de matéria-prima diretamente da natureza. Os materiais mais reciclados são o vidro, o alumínio, o papel e o plástico. Esta reciclagem contribui para a diminuição significativa da poluição do solo, da água e do ar, além de gerar emprego nas grandes cidades através de cooperativas de catadores.
Aterros sanitários: São considerados uma solução prática e relativamente barata de disposição final de resíduos urbanos e industriais. Um fator negativo é o fato de demandarem grandes áreas de terra. A construção do aterro sanitário requer a instalação prévia de mantas impermeabilizantes que impedem a infiltração do chorume no solo e no lençol freático. Esse líquido é então conduzido até um sistema de tratamento de efluentes para posterior descarte em condições que não agridam o meio ambiente. Além disso, é necessária atenção ao metano gerado, que pode ser canalizado para geração de energia, ou apenas queimado no próprio local. Após o esgotamento do aterro, a área ocupada pode ser descontaminada e utilizada para outros fins.
Lixões: "Lixão", vazadouro ou descarga de resíduos a céu aberto é uma forma inadequada de disposição final de resíduos sólidos, que se caracteriza pela simples descarga do lixo sobre o solo, sem medidas de proteção ao meio ambiente ou à saúde pública. No "lixão" não há nenhum controle quanto aos tipos de resíduos depositados. A presença de catadores, que geralmente residem no local, e de animais constitui grande risco para a saúde, além dos riscos de incêndios causados pelos gases gerados e também a contaminação do solo e das águas causada pelo chorume.
Coprocessamento: É o sistema utilizado com o uso de resíduos industriais e/ou urbanos, no processo de fabricação do cimento, a fim de gerar energia e/ou recuperação de recursos e resultar na diminuição do uso de combustíveis fósseis e/ou substituição de matéria-prima. Alguns elementos que podem receber esse descarte incluem: borras oleosas, borras ácidas, pneus, borrachas não cloradas, solventes, ceras, entre outros.
Incineração: Incineradores reduzem o lixo a cinzas com redução de volume superior a 90%. Pode ser utilizado quando se acabaram todas as outras possibilidades de tratamentos a priori, como o reuso e reciclagem. É um dos métodos mais corretos para destinação final de lixo hospitalar (RSS - Resíduos de Serviços de Saúde), sendo também o tipo de destinação final mais utilizado nos países Europeus e Japão com reaproveitamento da energia térmica para geração de energia elétrica. Podem ser altamente poluidores, gerando dioxinas e gases de efeito estufa se mal operados.
Pirólise: É uma reação de decomposição térmica, na ausência total ou parcial de oxigênio obtendo-se um gás, o Syngás e resíduos com alto teor de carbono fixo. Estudos indicam que a pirólise é um dos meios mais eficientes e ecologicamente corretos para o tratamento do lixo, pois além da possibilidade da extração de diversos subprodutos como sulfato amônia, alcatrão, álcoois e óleo combustível, os equipamentos impedem a liberação de substâncias nocivas na atmosfera, diminuem a geração de poluentes como o metano e gás carbônico e podem representar futuramente uma alternativa aos aterros sanitários e à incineração do lixo.
Compostagem: Pode ser definida como um processo controlado de decomposição aeróbia e exotérmica da substância orgânica biodegradável, por meio da ação de microrganismos, com liberação de gás carbônico e vapor de água, produzindo, ao final, um produto estável e rico em matéria orgânica. Pode ser utilizada para resíduos orgânicos domésticos, porém o seu custo pode ser muito elevado.
Biogasificação: Também chamada digestão anaeróbia é um tratamento por decomposição anaeróbica que gera biogás, uma mistura que consiste em metano, dióxido de carbono e traços de outros gases 'contaminantes'. Essa mistura pode ser usada diretamente como combustível no aquecimento de água, preparo de comida, e até para tocar motores, mas que tem sua eficiência melhorada se reformado para atingir o nível de qualidade de biometano. O efluente sólido e líquido resultante do processo é rico em nutrientes e pode ser usado na agricultura, desde livre de patógenos e metais pesados.Com a crescente necessidade de promoção de energias renováveis, juntamente com o aparecimento de novas tecnologiasque baratearam os custos de produção, a digestão anaeróbia ganha cada vez mais destaque tanto em governos de países desenvolvidos da Europa como em países populosos como Índia e China. É uma alternativa moderna apontada como sucessora dos aterros sanitários.
Confinamento permanente: Destinação adequada do lixo radioativo. As duas opções que existem para o armazenamento são armazenamento temporal prolongado (ATC) que permite guardar os resíduos entre 100 a 300 anos e é realizado com tecnologia existente na atualidade, e o armazenamento definitivo de grande profundidade ou armazenamento geológico profundo (AGP). O ATC, mesmo sem problemas, não oferece uma solução definitiva ao problema, apenas prorroga para gerações futuras. Trata-se, portanto de uma opção de gestão temporal e não final.
Objetivo 2: Compreender o funcionamento de um aterro sanitário.
O Aterro Sanitário é a forma de disposição final mais conhecida mundialmente. Consiste em um espaço devidamente isolado para deposição de resíduos sólidos. 
Para ser qualificado como Disposição final, o aterro sanitário precisa se encaixar no conceito da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) que define disposição final ambientalmente adequada como sendo a “distribuição ordenada de rejeitos em aterros, observando normas operacionais específicas, de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança e a minimizar os impactos ambientais adversos.”
Portanto para ser chamado de aterro sanitário são necessários no mínimo as seguintes características:
Unidades Operacionais:
Possibilidade de alojamento em células especiais para vários tipos de resíduos;
Isolamento inferior não permitindo que o chorume atinja os lençóis freáticos;
Sistema de coleta e tratamento dos líquidos percolados (chorume), resultante da decomposição da matéria orgânica;
Sistema de coleta e tratamento dos gases do aterro;
Isolamento superior evitando contaminação do ar e atração de animais que se alimentem dos resíduos orgânicos (feito diariamente)
Sistema de drenagem pluvial para evitar que a água da chuva penetre no aterro e dessa forma gere ainda mais chorume
Pátio de estocagem de materiais;
Unidades de apoio:
Cerca e barreira vegetal;
Estradas de acesso e de serviço;
Balança rodoviária e sistema de controle de resíduos;
Guarita de entrada e prédio administrativo;
Oficina e borracharia.
Todo aterro tem uma rotina operacional que consiste em:
Recepção dos Resíduos
- Receber os caminhões previamente cadastrados;
- Identificar os transportadores;
- Registrar e verificar a procedência;
- Pesar e registrar toda a operação
Disposição dos resíduos
São dispostos nas células os resíduos coletados. No início da operação do aterro, a deposição se processa sobre o fundo da célula que deve estar preparado e impermeabilizado com camada de argila compactada. Caso seja utilizada a manta sintética sob a camada de argila, deve-se tomar cuidado para não danificá-la durante a operação.
Descarga do lixo: O caminhão deve depositar o lixo na frente de serviço mediante presença do fiscal, para controle do tipo dos resíduos. A diminuição da frente de trabalho permite uma melhor manipulação do lixo, tornando o processo mais prático e eficiente.
Espalhamento e Compactação do lixo: O lixo deve ser espalhado em rampa, numa proporção de 1 na vertical para 3 na horizontal (1:3). O trator de esteira deve compactar o lixo com movimentos repetidos de baixo para cima (3 a 5 vezes). Quanto melhor a compactação, maior a segurança e eficiência do aterro.
Recobrimento do lixo
Cobertura diária - com camada, preferencialmente, de argila de 15 a 20 cm de espessura. Assim evita-se a presença de vetores como ratos, baratas e aves e que o lixo se espalhe em dias de ventania.
Cobertura final - uma vez esgotada a capacidade do aterro procede-se a cobertura final com 60 cm de espessura sobre as superfícies que ficarão expostas permanentemente. Após o recobrimento, deve-se plantar a grama nos taludes definitivos e platôs, que servirá como proteção contra a erosão. Recomenda-se o lançamento de uma camada de cascalho sobre as bermas, as quais serão submetidas ao tráfego operacional.
Drenagem Interna
À medida que as camadas de lixo forem formando as células, será necessária a construção de drenos internos horizontais e verticais, os quais devem ser interligados para melhor eficiência na drenagem dos gases e chorume, gerados na decomposição do lixo.O metano é o gás produzido em maior volume dentre os gases liberados na decomposição do lixo, sendo explosivo e bastante volátil. Por isso, é comum controlar seu escapamento através da queima controlada.
Drenagem Superficial
As drenagens superficiais, previstas nos patamares (canaletas e caixas de drenagem) e nos taludes (descidas de água), são instaladas ao final de cada camada da célula. A drenagem ineficiente das águas de chuva pode provocar maior infiltração na célula, aumentando o volume de chorume gerado. Por isso, deve-se evitar ao máximo a entrada de chuva na área das células. Junto às frentes de trabalho, seja na área de empréstimo ou na de disposição do lixo, é necessária a abertura de canaletas (drenagem provisória), para o afastamento das águas pluviais, permitindo a manutenção de boas condições de trabalho. Todos os dispositivos de drenagem devem ser mantidos desobstruídos para impedir a entrada de água no aterro, evitando a contaminação de um maior volume de água. As águas de chuva coletadas dentro do aterro devem ser drenadas diretamente para os cursos d'água, a fim de evitar seu contato com o chorume.
TRATAMENTO DO CHORUME
A quantidade e qualidade do chorume variam bastante de um aterro para outro, pois dependem de fatores como composição do lixo, quantidade de resíduos dispostos, Índices de precipitação/evapotranspiração, entre outros. Uma vez formado o chorume, líquido escuro e muito poluente, ele deve ser drenado e conduzido para um sistema de tratamento, antes de ser lançado no corpo d'água. Na operação do sistema de tratamento é necessário efetuar, de forma sistemática, a medição da vazão do chorume gerado, bem como a determinação da sua composição, antes e depois do tratamento.
As técnicas que se aplicam no tratamento do chorume se assemelham com as utilizadas no tratamento de esgotos. Para o Aterro Sanitário, utiliza-se com mais freqüência as lagoas anaeróbias e facultativas, onde ocorre a remoção da carga orgânica do chorume, pela ação das bactérias. Após o tempo em que fica retido na lagoa (tempo de detenção) o líquido passa pelo tratamento químico e então pode ser destinado a outras atividades
EQUIPE E MAQUINÁRIO NECESSÁRIO 
Engenheiro Civil/Sanitarista - Coordena o funcionamento do Aterro
Encarregado Geral - Coordena a execução e manutenção das obras e serviços de campo
Operador de Máquinas - Responsável pela operação das máquinas pesadas
Fiscal - Fiscalização, vistoria e liberação dos caminhões de resíduos
Balanceiro - Pesagem de veículos coletores transportadores de lixo
Sinalizador - Auxílio a motoristas e operadores na frente de serviço
Vigia - Vigilância e segurança no Aterro
Servente - Serviços diversos.
Trator de Esteira: É usado para disposição, compactação e cobertura do lixo, bem como para abertura e manutenção de acessos provisórios e outros serviços eventuais.
Retro-Escavadeira: É um equipamento fundamental para a abertura de drenos, podendo ser utilizada também para escavação de solo para cobertura e carregamento do caminhão basculante.
Caminhão Basculante: É utilizado para o transporte do solo de cobertura e demais materiais necessários durante a operação.
Monitoramento
O monitoramento consiste em avaliar a eficiência do aterro em relação a sua operação e ao controle ambiental.
Monitoramento das águas superficiais: Coleta de amostras em pontos a montante e a jusante do ponto onde é lançado o efluente da lagoa de estabilização numa freqüência a ser definida pela licença ambiental do aterro. Devem ser analisados, no mínimo, os seguintes parâmetros:pH, Condutividade, Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) ou Demanda Química de Oxigênio (DQO), NO3 e coliformes fecais, procurando atender às exigências do licenciamento ambiental.
Monitoramento do lençol freático: O monitoramento do lençol freático será feito através da coleta de amostras nos poços (pelo menos dois) a serem instalados no aterro. Os parâmetros a serem estudados são os mesmos analisados para o monitoramento da águas superficiais podendo-se fazer, eventualmente, a análise para Chumbo, Cádmio, Ferro e Manganês.
Monitoramento da qualidade do chorume e do efluente tratado: O controle e monitoramento têm como finalidade conhecer a composição e quantidade de efluentes de um aterro, para que se possa adotar os corretos reparos. Além disso, fornecerá dados sobre a eficiência ou não do sistema de tratamento. As amostras de chorume devem ser coletadas no vertedor triangular (entrada para tratamento), enquanto que o efluente tratado deve ter suas amostras coletadas junto à saída da lagoa de tratamento. As análises físico-químicas e bacteriológicas são as mesmas feitas para o monitoramento das águas superficiais devendo ser feita, eventualmente, a análise de concentração de metais pesados presentes no chorume como Chumbo, Cádmio, Ferro, Manganês, Cromo e Bário.
Monitoramento do maciço e do sistema de drenagem superficial: São necessárias inspeções mensais em todos os platôs, taludes, bermas, terraços, pois são pontos possíveis de acúmulo de água na superfície do aterro. Também é importante verificar processos erosivos e danos no sistema de drenagem superficial, como quebra de tubulações e obstrução de canaletas.
Monitoramento do sistema de exaustão e drenagem dos gases: À medida que o lixo vai sendo decomposto, ocorre formação de gás, mas seu afloramento só ocorre após algumas semanas de deposição de lixo. A liberação de gás persiste por alguns anos depois do fechamento do aterro, sendo necessário seu monitoramento durante este período.
Monitoramento da vazão de chorume: Realizada diariamente e no mesmo horário, a leitura da vazão do chorume permite uma análise da eficiência da drenagem subterrânea de chorume, assim como a da drenagem superficial de águas pluviais.
Com funcionamento e manutenção adequada, o aterro sanitário pode ser o mais próximo de um descarte ideal de lixo, especialmente para os municípios do interior do Brasil.
Objetivo 3: Identificar as consequências socioambientais do descarte inadequado do lixo.
Ao longo dos anos, o lixo passou a ser uma questão de interesse global. E os problemas são os mesmos de um lado a outro do globo: o destino do lixo e seu acondicionamento inadequado têm trazido graves problemas a todas as nações. Produzidos em todos os estágios das atividades humanas, os resíduos, em termos tanto de composição como de volume, variam em função das práticas de consumo e dos métodos de produção utilizados. As principais preocupações estão voltadas para as repercussões que podem ter sobre a saúde humana e sobre o meio ambiente.
Nos dias atuais, com a maioria das pessoas vivendo nas cidades e com o avanço mundial da indústria provocando mudanças nos hábitos de consumo da população, vem-se gerando um lixo diferente em quantidade e diversidade. Até mesmo nas zonas rurais encontram-se frascos e sacos plásticos acumulando-se devido a formas inadequadas de eliminação. Em um passado não muito distante a produção de resíduos era de algumas dezenas de quilos por habitante/ano; no entanto, hoje, países altamente industrializados como os Estados Unidos produzem mais de 700 kg/hab/ano. No Brasil, o valor médio verificado nas cidades mais populosas é da ordem de 180 kg/hab/ano.
O Brasil recicla 90% das latas de alumínio, 80% do papelão e 2/3 dos pneus. Porém, somente 3% do lixo orgânico é reciclado e menos de 10% dos municípios brasileiros possuem coleta seletiva. Do material descartado, 76% é abandonado a céu aberto em locais impróprios, permitindo a proliferação de vetores capazes de transmitirem várias doenças. A matéria orgânica disposta de forma desordenada entra em processo de putrefação, formando uma mistura complexa de gases de metano, dióxido de carbono, sulfídrico, amônia e outros ácidos orgânicos voláteis, os quais, quando em contato com o sistema respiratório de seres humanos, podem causar lesões irreversíveis e levar à morte. Outro problema é a contaminação dos recursos hídricos devido à migração de chorume.
Há ainda alguns tipos especiais de lixo que quando descartados de forma incorreta causam dano ainda maior. Os equipamentos eletrônicos rejeitados são, na maioria dos casos, reduzidos à condição de lixo e têm como destino o lixo comum, chegando aos aterros sanitários ou lixões. Aproximadamente 50 milhões de toneladas de lixo eletrônico são gerados todo ano no mundo, representando 5% de todo o lixo gerado pela humanidade. As consequências para os seres humanos, animais e ambiente são graves, pois esses equipamentos possuem diversas substâncias e elementos químicos extremamente nocivos à saúde, principalmente os metais pesados.
Os resíduos gerados por aglomerações urbanas e, também, por processos produtivos constituem um grande problema, tanto pela quantidade quanto pela toxicidade de tais rejeitos. A solução para tal questão não depende apenas de atitudes governamentais ou decisões de empresas; deve ser fruto também do empenho de cada cidadão, que tem o poder de recusar produtos potencialmente impactantes, participar de organizações não-governamentais ou simplesmente segregar resíduos dentro de casa, facilitando assim os processos de reciclagem. O conhecimento da questão do lixo é a única maneira de se iniciar um ciclo de decisões e atitudes que possam resultar em uma efetiva melhoria de qualidade ambiental e de vida .
A compreensão da problemática do lixo e a busca de sua resolução pressupõem mais do que a adoção de tecnologias. Uma ação na origem do problema exige reflexão não sobre o lixo em si, no aspecto material, mas quanto ao seu significado simbólico, seu papel e sua contextualização cultural, e também sobre as relações históricas estabelecidas pela sociedade com os seus rejeitos.
Objetivo 4: Estudar a fisiopatologia, transmissão, prevenção, tratamento e epidemiologia da leptospirose.
A leptospirose é uma doença febril aguda causada pela espiroqueta Leptospira interrogans. Esta doença acomete praticamente todos os estados brasileiros, sendo considerado um importante problema de saúde pública. 
Agente etiológico e ciclo evolutivo
As espiroquetas são bactérias de formato espiralar. As leptospiras são microrganismos aeróbios obrigatórios, helicoidais, flexíveis e móveis. Essas bactérias podem permanecer viáveis em solo úmido ou na água por semanas a meses, mas precisam de um hospedeiro animal para manter o seu ciclo vital. Diversas espécies podem servir de reservatório, porém a principal são os ratos.
O rato infectado pela L. interrogans permanece eliminando o microrganismo em sua vida, sendo assim um portador são, universal e hospedeiro definitivo. Os outros animais, como o ser humano, são hospedeiros “acidentais”, o que caracteriza a leptospirose como uma autêntica zoonose (doença habitualmente encontrada em animais vertebrados, circunstancialmente transmitida ao homem).
A leptospira é capaz de penetrar ativamente por pequenas abrasões cutâneas ou pela mucosa. Como a L. Interrogans sobrevive e meio úmido ou aquoso, o contato com o solo ou água contaminada passa a ser uma importante forma de transmissão, que é o caso das enchentes.
Patogênese
Após penetrarem, as leptospiras alcançam a corrente sanguínea, se multiplicando e disseminando por diversos órgãos e sistemas – esta é a fase da leptospiremia. Pela sua ativa movimentação helicoidal e pela produção de uma hialuronidase, a leptospira tem facilidade de se difundir pelo tecido conjuntivo, atingindo compartimentos corporais como liquor e humor aquoso, sem causar reação inflamatória exuberante nesta fase. Existem dois aspectosprincipais da patogênese da leptospirose:
- Lesão direta do endotélio vascular, levando a uma capilarite generalizada
- Adesão das leptospiras à membrana das células, determinando lesão ou disfunção celular.
A vasculite sistêmica induzida pela leptospira determina extravasamento de líquido para o espaço extracelular e fenômenos hemorrágicos característicos da doença, especialmente na forma grave. A síndrome febril pode ser decorrente da liberação de citocinas induzidas por fatores de virulência da leptospira.
Na forma grave, os principais órgãos acometidos são:
Fígado e Rim: 
No fígado há sinais de colestase, com algumas alterações morfológicas nos hepatócitos que predominam na região centrolobular. A disfunção hepática predomina nitidamente na excreção biliar, justificando grandes elevações de bilirrubina, mas com leve aumento das transaminases. 
Nos rins pode haver nefrite instersticial e necrose tubular, mas a disfunção renal é desproporcional aos achados nefroinflamatórios. A isquemia renal resultante da hipovolemia relativa (perda de líquido para o espaço extracelular) é um importante fator contribuinte para a lesão renal. A disfunção predomina no túbulo proximal, elevando acentuadamente a fração excretória de sódio e potássio.
Pulmão, Coração e Músculo Esquelético: 
A disfunção pulmonar é a principal causa de óbito na síndrome de Weil. A lesão pulmonar é decorrente da vasculite, levando ao extravasamento de líquidos e sangue para os alvéolos. Surgem infiltrados hemorrágicos no pulmão que podem se expressar clinicamente com heptise e/ou insuficiência respiratória.
O coração é afetado com uma miocardite mononuclear, semelhante aos achados da febre reumática, podendo levar à insuficiência cardíaca.
A miosia é um achado frequente, mesmo na forma anictérica da leptospirose. Os músculos apresentam necrose hialina focal, miócitos vacuolados e infiltrado mononuclear.
A segunda fase da leptospirose começa quando surgem os anticorpos IgM antileptospira, sendo denominada fase imune. A resposta imune humoral é capaz de eliminar por opsonização as leptospiras de quase todos os órgão. O fenômeno de hipersensibilidade decorrente da resposta imunológica pode levar a novas manifestações clínicas, como meningite asséptica, uveíte recorrente e manutenção de febre por um período prolongado.
Diagnóstico
A confirmação diagnótica pode vir por meio direto, com o ilosamente da L. interrogans em meio de cultura apropriado, ou de forme indireta, através de exames sorológicos. Considera-se como caso confirmado, aquele que preencher um dos seguintes critério:
- teste Elisa-IgM reagente
- soroconversão na reação de microaglutinação, entendida como uma primeira amostra não reagente e uma segunda amostra com título maior ou igual 1:200
- imunohistoquímica positiva para leptospirose positiva em pacientes que foram a óbito.
Tratamento
Como a leptospirose é uma doença infecciosa autolimitada, o tratamento antibiótico tem como principais objetivos reduzir a intensidade da duração dos sintomas e reduzir a morbimortalidade na forma grave. A terapia deve ser iniciada o quanto antes, de preferência nos primeiros 5 dias do início dos sintomas. 
Para a forma grave, as medidas de suporte são fundamentais, incluindo a hidratação venosa para reposição da volemia, a reposição de potássio quando necessária e o acompanhamentos das funções renal e pulmonar.

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