Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 CONVENC¸O˜ES Universidade Federal do Rio Grande do Sul Escola de Engenharia / DELAE S´ıntese de Teoria de Circuitos Sec¸a˜o 1. Convenc¸o˜es 1.1 Carga Ele´trica A carga ele´trica (q) de um ’corpo’ e´ uma “grandeza fundamental” expressa em Coulombs (C), sendo −1C igual a carga de 6.24 · 1018ele´trons. Unidade: Coulomb(C) 1.2 Corrente A corrente representa o fluxo de Carga ele´trica por unidade de tempo: I(t) = dq(t) dt (1.2-1) A corrente fluindo em um ramo de circuito entre dois no´s, A e B, orientada na direc¸a˜o de A para B e´ representada por IAB(t) (viz-a`-viz → IAB (t)) Unidade: Ampere (A) 1.3 Diferenc¸a de Potencial Ele´trico A diferenc¸a de potencial ele´trico (Tensa˜o) entre dois terminais A e B (VAB(t)), e´ defi- nida como o trabalho (energia, w(t)) necessa´ria para mover uma carga (q(t)) entre estes dois terminais: VAB(t) = dw(t) dq(t) (1.3-1) A tensa˜o entre dois pontos A e B (VAB), pode ser calculada como VAB(t) 4 = VA(t)− VB(t) (1.3-2) Onde VA representa o potencial ele´trico absoluto de um ponto A (i.e. o trabalho necessa´rio para mover-se a carga ate´ o infinito). Similarmente, representa-se a mesma como um vetor orientado → VAB (t) (referencial em B). Assim, por definic¸a˜o, VAA(t) 4 = 0 Unidade: Volts (V ) S´ıntese de Teoria de Circuitos D ra ft 1 Alceu Heinke Frigeri 1.4 Poteˆncia 1 CONVENC¸O˜ES 1.4 Poteˆncia A poteˆncia Ele´trica, por definic¸a˜o, representa o trabalho (energia) realizado por unidade de tempo: p(t) = dw(t) dt ∴ p(t) = dw(t) dq(t) · dq(t) dt = v(t) · i(t) (1.4-1) Assim a poteˆncia instantaˆnea (energia por unidade de tempo) em qualquer componente, conectado entre dois no´s A e B, e´ definida como o produto da tensa˜o pela corrente sobre o mesmo. PAB(t) = → IAB (t). → VAB (t) (1.4-2) Sendo a poteˆncia > 0, o componente esta´ dissipando energia. Sendo a poteˆncia < 0, o componente esta´ fornecendo energia. Unidade: Watt (W ) 1.5 Energia A Energia dissipada/fornecida por um componente e´ dada pela integral da poteˆncia ins- tantaˆnea sobre o mesmo: EAB(t) = ∫ t −∞ PAB(τ) dτ = ∫ t −∞ → IAB (τ). → VAB (τ) dτ (1.5-1) Unidade: Joule (J) 1.6 Fonte de Tensa˜o Independente Dada um fonte de tensa˜o Vi conectada entre dois no´s A e B, tem-se que VAB ≡ Vi + −Vi A B Q Figura 1.1: Fonte de Tensa˜o Ideal conectado a` um circuito qualquer 1.7 Fonte de Corrente Independente Dada um fonte de corrente Ii conectada entre dois no´s A e B, tem-se que IAB ≡ Ii S´ıntese de Teoria de Circuitos D ra ft 2 Alceu Heinke Frigeri 1.8 Fontes Controladas 1 CONVENC¸O˜ES Ii A B Q Figura 1.2: Fonte de Corrente Ideal conectada a` um circuito qualquer 1.8 Fontes Controladas Uma fonte controlada (seja de tensa˜o ou corrente), e´ uma fonte cujo valor da mesma e´ definido por uma expressa˜o auxiliar (e.g. Vi = K.Vx, onde Vx e´ uma tensa˜o n’algum ponto do circuito). NB.: Uma fonte controlada pode tanto resultar em uma fonte independente equivalente, uma impedaˆncia, ou uma combinac¸a˜o de ambos. 1.9 Componentes Passivos I 1.9.1 Resistor Ohmico Ideal Um Resistor Ohmico e´ um componente linear no qual vale a relac¸a˜o VR = R.IR (1.9-1) sendo a unidade de R Ohms (Ω) Ou, considerando-se que dado resistor esteja entre dois no´s A e B: VAB = R.IAB (1.9-2) A R + − VAB IAB B Figura 1.3: Resistor Oˆhmico NB. A relac¸a˜o tensa˜o x corrente pode, semelhantemente, ser definida como IY = Y.VY , onde Y = 1R . Sendo a unidade de Y Siemens (S ou Ω −1) Importante notar que a Poteˆncia (sec¸a˜o 1.4-2) em um resistor Ohmico e´ sempre positiva: PR(t) = VR(t).IR(t) = VR(t). VR(t) R = (IR(t).R).IR(t) > 0 (1.9-3) S´ıntese de Teoria de Circuitos D ra ft 3 Alceu Heinke Frigeri 3 POTEˆNCIA TOTAL DE UM CIRCUITO Sec¸a˜o 2. Leis de Kirchoff 2.1 Tensa˜o de Malha A soma das tenso˜es em um caminho fechado qualquer e´ zero (“Trabalho zero em um caminho fechado”). n∑ i=1 Vi = 0 (2.1-1) Assim, dado um conjunto de No´s quaisquer, e.g., A B C D E F G H, podemos ter: VAB + VBC + VCD + VDE + VEF + VFG + VGH + VHA = 0 VBD + VDG + VGC + VCE + VEB = 0 2.2 Corrente de No´ A soma das correntes entrando em um no´ e´ zero (“conservac¸a˜o de massa”). n∑ i=1 Ii = 0 (2.2-1) Assim, dado um No´ X, o qual e´ conectado a N outros No´s (1 2 3 . . . N), temos que:∑N i=1 IiX = 0 Sec¸a˜o 3. Poteˆncia Total de um Circuito 3.1 Teorema de Tellegen Sendo um circuito ele´trico um sistema fechado, a poteˆncia total instantaˆnea, no mesmo, incluindo todas as fontes e componentes passivos, e´ sempre zero. (“conservac¸a˜o de energia”) N∑ i=1 Pi(t) = N∑ i=1 Vi(t).Ii(t) = 0 (3.1-1) No caso particular de um circuito com apenas uma fonte independente, a poteˆncia forne- cida por esta fonte (Pf (t) < 0) e´ igual a poteˆncia dissipada por todos os demais componentes passivos do circuito. S´ıntese de Teoria de Circuitos D ra ft 4 Alceu Heinke Frigeri 4 TEOREMA DA LINEARIDADE Sec¸a˜o 4. Teorema da Linearidade 4.1 Aplicac¸a˜o Direta de Kirchoff Da aplicac¸a˜o direta das Leis de Kirchoff (sec¸a˜o 2) e conforme (sec¸a˜o 5), independente das inco´gnicas escolhidas, sempre e´ poss´ıvel levantar-se um sistema de equac¸o˜es relacionando- se tenso˜es e correntes em um circuito na forma [A][x] = [B][U ]. Assim sendo, e´ poss´ıvel resolver-se o mesmo, para uma inco´gnita xi qualquer (Aplicac¸a˜o da “regra de Cramer”): xi = ∆[Ai] ∆[A] (4.1-1) Onde Ai e´ a matriz de cofatores de A, substituindo-se a i-e´sima coluna pelos termos inde- pendentes, no caso, [B][U ]. Assumindo-se que dado circuito tenha M fontes independentes U1, U2, U3 . . . UM , isso re- sultara´ que: xi = k ′ i1U1 + k ′ i2U2 + k ′ i3U3 + . . .+ k ′ iMUM ∆[A] ou, simplesmente: xi = M∑ j=1 KijUj (4.1-2) 1. Toda e qualquer Tensa˜o ou Corrente, em qualquer ponto de um circuito sempre de- pendera´, linearmente, das fontes independentes. 2. De outra forma, se multiplicar-se por α todas a fontes independentes, o resultado e´ que todas as correntes e tenso˜es no circuito sera˜o multiplicadas pela mesma constante 4.2 Me´todo de sobreposic¸a˜o: Particularmente, caso se multiplique cada fonte independente por uma constante indivi- dual αpj , tem-se que: xip = M∑ j=1 KijαpjUj (4.2-1) Neste caso, pode-se definir M circuitos independentes p = 1, 2, 3 . . .M , tais que αpj = 1 se p ≡ j e αpj = 0, caso contra´rio. Desta forma, cada um dos M circuitos tera´ apenas uma fonte na˜o nula, e o valor das tenso˜es e correntes, no p-e´simo circuito, sera˜o: xip = KipUp sendo fa´cil observar-se que o somato´rio das tenso˜es e correntes nos M circuitos resulta as tenso˜es e correntes no circuito original. xi = M∑ p=1 xip = M∑ p=1 M∑ j=1 KijαpjUj = M∑ p=1 KipUp S´ıntese de Teoria de Circuitos D ra ft 5 Alceu Heinke Frigeri 4.3 Efeito de Fontes Controladas 5 LEVANTAMENTO DE EQUAC¸O˜ES 4.3 Efeito de Fontes Controladas Dado um circuito qualquer, de ordemM , comN+1 fontes independentes (U1, U2, U3 . . . UN , UN+1), pode-se escrever: [A] · X1 X2 ... XM = [B1] · U1 U2 ... UN + [B2] · [UN+1] ∴ [A][X] = [B1][U ] + [B2][UN+1] Denominando-se Ai1 a matriz resultante da substituic¸a˜o da i-e´sima coluna da matriz A pelo vetor [B1][U ] e de Ai2 a matriz resultante da substituic¸a˜o da i-e´sima coluna da matriz A pelo vetor [B2][UN+1], a determinac¸a˜o de qualquer varia´vel (Teorema da Linearidade, sec¸a˜o 4, particularmente sobreposic¸a˜o) pode ser assim feita: Xi = ∆[Ai1] ∆[A] + ∆[Ai2] ∆[A] = ∆[Ai1] ∆[A] + KiN+1UN+1 ∆[A] Se neste sistema a fonte UN+1 for substitu´ıda por uma fonte controlada (UN+1 = Kp.Xp), resulta agora que: Xi =∆[Ai1] ∆[A] + KiN+1Kp.Xp ∆[A] e, em particular que: Xp = ∆[Ap1] ∆[A] + KpN+1Kp.Xp ∆[A] ∴ Xp = ∆[Ap1] ∆[A]−KpN+1Kp Desta forma, para qualquer varia´vel Xi (i 6= p), tem-se: Xi = ∆[Ai1] ∆[A] + KiN+1Kp ∆[A] · ∆[Ap1] ∆[A]−KpN+1Kp Ou seja, todas as correntes/tenso˜es no circuito passam a ser uma func¸a˜o linear exclusi- vamente das demais fontes independentes (U1, U2 . . . UN ). Observe-se que: 1. Todas as varia´veis (tenso˜es e correntes no circuito) dependem exclusivamente das fontes independentes. → a fonte dependente afeta os pesos das constantes de dependencia linear 2. Caso Kp ≡ 0, as expresso˜es resultantes sa˜o as originais com a fonte UN+1 ≡ 0. 3. Caso Kp →∞ e KpN+1 6= 0, tem-se quem Xp → 0 e UN+1 = Kp.Xp → cte. = ∆[Ap1] −KpN+1 e Xi = ∆[Ai1] ∆[A] + KiN+1 ∆[A] · ∆[Ap1]−KpN+1 ou seja Xi na˜o depende de Kp. Sec¸a˜o 5. Levantamento de Equac¸o˜es 5.1 Regras ba´sicas Dado um circuito com Fontes Independentes (Tensa˜o ou Corrente), Fontes Controladas, e Impedaˆncias, sempre e´ poss´ıvel levantar um sistema de equac¸o˜es linearmente independentes: S´ıntese de Teoria de Circuitos D ra ft 6 Alceu Heinke Frigeri 5.1 Regras ba´sicas 5 LEVANTAMENTO DE EQUAC¸O˜ES [A][x] = [B][U ], onde o vetor [U ] e´ composto das Fontes Independentes e o vetor [x] sa˜o as inco´gnitas do circuito (Tensa˜o ou corrente). Por exemplo: Figura 5.1: Circuito de Exemplo 1. Pela Lei de Ohm, relaciona-se a tensa˜o e corrente em cada resistor: (a) VAB = R1.IAB (b) VBE = R2.IBE (c) VBC = R3.IBC (d) VFE = R4.IFE (e) VCF = R5.ICF (f) VCD = R6.ICD 2. Para cada no´, tem-se equil´ıbrio de corrente: (a) No´ A: IAB + I1 + IAE = 0 (Obs.: IAE corrente entrando da fonte V1) (b) No´ B: IBA + IBC + IBE = 0 (c) No´ C: ICB + ICD + ICF − I1 = 0 (d) No´ D: IDC + IDF = 0 (Obs.: IDF corrente entrando da fonte V2) (e) No´ E: IEB + IEF + IEA = 0 (Obs.: IEA = −IAE corrente saindo da fonte V1) (f) No´ F: IFC + IFD + IFE = 0 (Obs.: IFD = −IDF corrente saindo da fonte V2) NB.: das 6 equac¸o˜es acima, apenas 5 sa˜o linearmente independentes. 3. Malhas (Cuidado, a escolha das malhas e´ arbitra´rio) (a) Malha A B E A: VAB + VBE + VEA = VAB + VBE − V1 = 0 (b) Malha B C F E B: VBC + VCF + VFE + VEB = 0 (c) Malha C D F C: VCD + VDF + VFC = VCD + V2 + VFC = 0 (d) Malha A C B A: VAC + VCB + VBA = 0 (Obs.: VAC e´ a tensa˜o sobre a fonte de corrente I1) NB.: Para garantir que as equac¸o˜es de malha sejam linearmente independentes, e´ importante garantir, em um processo inclusivo, que cada ’nova malha’ contemple pelo menos um arco na˜o referenciado pelas malhas anteriores. 4. Escolhendo-se (arbitrariamente) as seguintes inco´gnitas: IAB IBE IBC ICF ICD IFE IAE VAC pode-se montar o seguinte sistema de equac¸o˜es: 1 0 0 0 0 0 1 0 −1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 −1 1 1 0 0 0 0 −1 0 0 0 −1 −1 0 R1 R2 0 0 0 0 0 0 0 −R2 R3 R5 0 R4 0 0 0 0 0 −R5 R6 0 0 0 −R1 0 −R3 0 0 0 0 1 . IAB IBE IBC ICF ICD IFE IAE VAC = 0 0 −1 0 0 0 0 0 1 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 −1 0 0 0 0 . V1V2 I1 S´ıntese de Teoria de Circuitos D ra ft 7 Alceu Heinke Frigeri 5.2 Me´todo das Correntes Virtuais de Malha 5 LEVANTAMENTO DE EQUAC¸O˜ES 5.2 Me´todo das Correntes Virtuais de Malha Para cada malha, arbitraria, define-se uma “Corrente virtual de Malha” Ii, e monta-se as equac¸o˜es das malhas em func¸a˜o destas “correntes virtuais de malha”. Por exemplo: Figura 5.2: Circuito de exemplo com “correntes de malha”destacadas 1. Para cada uma das malhas destacadas: (a) Malha A B E A:R1 ∗ (Ib − Ia) +R2 ∗ (Ib − Ic)− V1 = 0 (b) Malha B C F E B:R3 ∗ (Ic − Ia) +R5 ∗ (Ic − Id) +R4 ∗ Ic +R2(Ic − Ib) = 0 (c) Malha C D F C: R6 ∗ Id + V2 +R5 ∗ (Id − Ic) = 0 (d) Malha A C B A: VAC +R3 ∗ (Ia− Ic) +R1 ∗ (Ia− Ib) = 0 (Obs.: VAC e´ a tensa˜o sobre a fonte de corrente I1) (e) Ia ≡ I1 2. Neste caso, as inco´gnitas sa˜o: VAC Ib Ic Id NB.: a fonte de corrente ’define’ Ia, mas insere uma inco´gnita VAC no lugar. pode-se montar o seguinte sistema de equac¸o˜es: 0 R1 +R2 −R2 0 0 −R2 R3 +R5 +R4 +R2 −R5 0 0 −R5 R6 +R5 1 −R1 −R3 0 . VAC Ib Ic Id = 1 0 R1 0 0 R3 0 −1 0 0 0 −R3 −R1 . V1V2 I1 A qual pode ser re-escrita como: 1 −R1 −R3 0 0 R1 +R2 −R2 0 0 −R2 R3 +R5 +R4 +R2 −R5 0 0 −R5 R6 +R5 . VAC Ib Ic Id = 0 0 −R3 −R1 1 0 R1 0 0 R3 0 −1 0 . V1V2 I1 5.2.1 Me´todo das Correntes Virtuais de Malhas: Caso Particular com uma Unica Fonte de Tensa˜o Figura 5.3: Circuito Resistivo Puro, com Fonte u´nica S´ıntese de Teoria de Circuitos D ra ft 8 Alceu Heinke Frigeri 5.3 Me´todo das Tenso˜es de No´ 5 LEVANTAMENTO DE EQUAC¸O˜ES Aplicando-se o me´todo das correntes de malhas (sec¸a˜o 5.2) a` este circuito com uma u´nica fonte independente, e sem fontes controladas, resulta: 1. Para cada uma das malhas destacadas: (a) Malha A B E A:R1 ∗ (Ib − Ia) +R2 ∗ (Ib − Ic)− V1 = 0 (b) Malha B C F E B:R3 ∗ (Ic − Ia) +R5 ∗ (Ic − Id) +R4 ∗ Ic +R2(Ic − Ib) = 0 (c) Malha C D F C: (R6 +R8) ∗ Id +R5 ∗ (Id − Ic) = 0 (d) Malha A C B A: R7 ∗ Ia +R3 ∗ (Ia − Ic) +R1 ∗ (Ia − Ib) = 0 2. Neste caso, as inco´gnitas sa˜o: Ia Ib Ic Id Resultando no seguinte sistema de equac¸o˜es: −R1 R1 +R2 −R2 0 −R3 −R2 R2 +R3 +R5 +R4 −R5 0 0 −R5 R6 +R5 +R8 R1 +R3 +R7 −R1 −R3 0 . Ia Ib Ic Id = 1 0 0 0 . [V1] 3. Re-ordenando esta matriz de forma que os ’termos positivos fiquem na diagonal prin- cipal’: R1 +R3 +R7 −R1 −R3 0 −R1 R1 +R2 −R2 0 −R3 −R2 R2 +R3 +R5 +R4 −R5 0 0 −R5 R6 +R5 +R8 . Ia Ib Ic Id = 0 1 0 0 . [V1] Sendo que, como pode-se observar, a matriz A e´ sime´trica: AT = A. 5.3 Me´todo das Tenso˜es de No´ Escolhe-se, abitrario, um no´ como o no´ de refereˆncia. Define-se a tensa˜o dos demais no´s em refereˆncia a este. Monta-se as equac¸o˜es de no´s em func¸a˜o destas tenso˜es. Por exemplo: Figura 5.4: Circuito de exemplo com “no´s”destacados 1. Escolhendo-se (arbitra´rio) o No´ E como refreˆncia, as equac¸o˜es ficam: (a) No´ A: VAE ≡ V1 (b) No´ B: VAE−VBER1 + VCE−VBE R3 + VEE−VBER2 = 0 (c) No´ C: VBE−VCER3 + VDE−VCE R6 + VFE−VCER5 + I1 = 0 (d) No´ F : VCE−VFER5 + IDF + VEE−VFE R4 = 0 (Obs.: A corrente IDF e´ a corrente entrante na fonte V2) (e) No´ D: VCE−VDER6 + IFD = 0 ou seja, IDF = −IFD = VCE−V2−VFER6 S´ıntese de Teoria de Circuitos D ra ft 9 Alceu Heinke Frigeri 6 EQUIVALEˆNCIA DE CIRCUITOS 2. Neste caso, as inco´gnitas sa˜o: VBE VCE VFE NB.: VDE = V2 + VFE pode-se montar o seguinte sistema de equac¸o˜es:− 1R1 − 1R3 − 1R2 1R3 01 R3 − 1R3 − 1R6 − 1R5 1R6 + 1R5 0 1R5 + 1 R6 − 1R5 − 1R4 − 1R6 . VBEVCE CFE = − 1R1 0 0 0 − 1R6 −1 0 −1 0 0 1R6 0 . V1V2 I1 Observe-se, igualmente, que a matriz A e´ novamente sime´trica: AT = A. Alternativamente, pode-se utilizar a condutaˆcia Y , ao inve´s da resisteˆncia R, para simplificar as expresso˜es. Sec¸a˜o 6. Equivaleˆncia de Circuitos Dados dois circuitos quaisquer, A e B: IA + − VA A IB + − VB B Figura 6.1: Dipolos A e B disse que ambos sa˜o equivalentes se, dado um terceiro circuito X: Ix + − Vx X Figura 6.2: Dipo´lo X Se Iax ≡ Ibx e Vax ≡ Vbx, i.e., se for imposs´ıvel determinar se o circuito X esta´ conectado com o A ou B. S´ıntese de Teoria de Circuitos D ra ft 10 Alceu Heinke Frigeri 6.1 Equivaleˆncia fonte controlada, impedaˆncia 6 EQUIVALEˆNCIA DE CIRCUITOS Iax + − Vax A X Ibx + − Vbx B X Figura 6.3: Dipo´los A e B conectados a X equivalentemente a relac¸a˜oVax = f(Iax) e´ ideˆntica a Vbx = f(Ibx) 6.1 Equivaleˆncia fonte controlada, impedaˆncia Dada a natureza funcional de uma fonte controlada, a mesma pode ser usada para representar/substituir um resistor (e vice-versa): B R A B + − Vf ≡ R · IR IR A A + − VR If ≡ VRR B Figura 6.4: Equivaleˆncia Resistor x Fonte Controlada 6.2 Equivaleˆncia fonte independente, impedaˆncia Se entre dois no´s A e B, tivermos uma resiteˆncia R, sobre a qual conhecermos de ante- ma˜o a tensa˜o sobre a mesma (digamos Vx), viz-a`-viz a corrente sobre a mesma Ix = Vx R , enta˜o as representac¸o˜es abaixo sa˜o equivalentes S´ıntese de Teoria de Circuitos D ra ft 11 Alceu Heinke Frigeri 7 TEOREMAS DE THEVENIN E NORTON B R A B + −Vx A A Ix B Figura 6.5: Equivaleˆncia Resistor x Fonte Independente Sec¸a˜o 7. Teoremas de Thevenin e Norton 7.1 Dependencia Linear entre varia´veis Dada a dependeˆncia Linear de qualquer varia´vel em um circuito com as fontes, resulta que duas varia´veis quaisquer sempre se relacionaram de forma linear entre si. Em particular, no circuito abaixo podemos escrever: Figura 7.1: Circuito A, com fontes Va = K1Ia +K2, ou, vice-e-versa, Ia = K ′ 1Va +K ′ 2 Estas duas expresso˜es sa˜o chamadas, respectivamente, de equivalentes Thevenin e Nor- ton. 7.1.1 Prova Formal Partindo-se do circuito abaixo: Figura 7.2: Dep. Linear entre varia´veis Aplicando-se o me´todo de Correntes de Malhas (sec¸a˜o 5.2), utilizando-se a corrente Ix como a ’corrente da primeira malha’, pode-se escrever: S´ıntese de Teoria de Circuitos D ra ft 12 Alceu Heinke Frigeri 7.1 Dependencia Linear entre varia´veis 7 TEOREMAS DE THEVENIN E NORTON ∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣ Z11 Z12 Z13 Z14 . . . Z1N Z21 Z22 Z23 Z24 . . . Z2N Z31 Z32 Z33 Z34 . . . Z3N Z41 Z42 Z43 Z44 . . . Z4N ... ... ... ... . . . ... ZN1 ZN2 ZN3 ZN4 . . . ZNN ∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣ . ∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣ Ix I2 I3 I4 ... IN ∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣ = ∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣ a11 . . . a1n b11 . . . b1m a21 . . . a2n b21 . . . b2m a31 . . . a3n b31 . . . b3m a41 . . . a4n b41 . . . b4m ... ... ... ... . . . ... aN1 . . . aNn bN1 . . . bNm ∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣ . ∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣ V1 ... Vn I1 ... Im ∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣ Onde, por definic¸a˜o, Z11 = Rx + ∑ Ri (sendo Ri as demais resisteˆncias da primeira malha). Colocada a equac¸a˜o acima na forma A.X = U , pela regra de Cramer, Ix pode ser determindo da seguinte forma: Ix = ∆[Ai] ∆[A] = ∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣ U1 Z12 Z13 Z14 . . . Z1N U2 Z22 Z23 Z24 . . . Z2N U3 Z32 Z33 Z34 . . . Z3N U4 Z42 Z43 Z44 . . . Z4N ... ... ... ... . . . ... UN ZN2 ZN3 ZN4 . . . ZNN ∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣ Z11 Z12 Z13 Z14 . . . Z1N Z21 Z22 Z23 Z24 . . . Z2N Z31 Z32 Z33 Z34 . . . Z3N Z41 Z42 Z43 Z44 . . . Z4N ... ... ... ... . . . ... ZN1 ZN2 ZN3 ZN4 . . . ZNN ∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣ = ∑M j=1KijUj ∆[A] O determinante da Matriz A, por sua vez, pode ser assim calculado:∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣ Z11 Z12 Z13 Z14 . . . Z1N Z21 Z22 Z23 Z24 . . . Z2N Z31 Z32 Z33 Z34 . . . Z3N Z41 Z42 Z43 Z44 . . . Z4N ... ... ... ... . . . ... ZN1 ZN2 ZN3 ZN4 . . . ZNN ∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣ = Z11. ∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣ Z22 Z23 Z24 . . . Z2N Z32 Z33 Z34 . . . Z3N Z42 Z43 Z44 . . . Z4N ... ... ... . . . ... ZN2 ZN3 ZN4 . . . ZNN ∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣ − Z21. ∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣ Z12 Z13 Z14 . . . Z1N Z32 Z33 Z34 . . . Z3N Z42 Z43 Z44 . . . Z4N ... ... ... . . . ... ZN2 ZN3 ZN4 . . . ZNN ∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣ + . . . + (−1)N+1.ZN1. ∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣ Z12 Z13 Z14 . . . Z1N Z22 Z23 Z24 . . . Z2N Z32 Z33 Z34 . . . Z3N Z42 Z43 Z44 . . . Z4N ... ... ... . . . ... ∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣ = Z11.Ka +Kb = (Rx + ∑ Ri).Ka +Kb = Rx.Ka +K ′ b Ou seja: Ix = ∑M j=1KijUj Rx.Ka +K ′b = KU Rx.Ka +K ′b ∴ Ix.(Rx.Ka +K ′b) = KU ∴ Vx.Ka + Ix.K ′b = KU Observe-se que, na expressa˜o acima, Ka,K ′ b eKU independem de Rx Q.E.D. S´ıntese de Teoria de Circuitos D ra ft 13 Alceu Heinke Frigeri 7.2 Thevenin 7 TEOREMAS DE THEVENIN E NORTON 7.2 Thevenin Dada a expressa˜o, VA = K1IA +K2, a mesma pode ser representada como uma fonte de tensa˜o controlada por corrente: Figura 7.3: Circuitos equivalentes ao dipo´lo da fig.: 7.1 O termo K1 e´ chamado de Resisteˆncia de Thevenin Rth, e o termo K2 e´ chamado de tensa˜o de Thevenin Vth. Figura 7.4: Circuito equivalente Thevenin para que ambas as representac¸o˜es sejam equivalentes (princ´ıcipio da equivaleˆncia) as relac¸o˜es tensa˜o corrente no dipolo A e no circuito equivalente devem ser ideˆnticas. Assim: 1. Circuito Aberto: Figura 7.5: Thevenin em C.A. Ou seja, deixando-se o circuito aberto, a tensa˜o que se mede entre os terminais X Y e´ a pro´pria tensa˜o de thevenin Vca = Vth 2. Curto Circuito: Figura 7.6: Thevenin em C.C. S´ıntese de Teoria de Circuitos D ra ft 14 Alceu Heinke Frigeri 7.3 Norton 7 TEOREMAS DE THEVENIN E NORTON Ou seja, aplicando-se um curto circuito, a corrente que se mede entre os terminais X Y e´ a raza˜o entre a tensa˜o de thevenin Vth e a Resisteˆncia de Thevenin Rth. Icc = Vth Rth 3. Uma resisteˆncia Rx qualquer: Figura 7.7: Thevenin com Rx Ou seja, colocando-se um resisteˆncia Rx entre os terminais X Y , a corrente sera´ dada pela expressa˜o Ix = Vth Rth +Rx 4. (linearidade) Observe-se que a tensa˜o de Thevenin, relativo ao circuito real A, depende linearmente de todas as fontes independentes do mesmo. Disso resulta que, uma forma de determinar-se Rth consiste em multiplicar-se por zero todas as fontes independentes de A, efetivamente zerando a fonte de Thevenin, e da´ı restando apenas a Rth entre os terminais X Y . Figura 7.8: Thevenin de circuito sem fontes independentes 7.3 Norton Dada a expressa˜o, Ia = K ′ 1Va +K ′ 2, a mesma pode ser representada como uma fonte de corrente controlada por tensa˜o: Figura 7.9: Circuitos equivalentes ao dipo´lo da fig.: 7.1 O termo K ′ 1 e´ chamado de Condutaˆncia (Resisteˆncia) de Norton YN = 1 RN , e o termo −K ′2 e´ chamado de corrente de Norton IN . S´ıntese de Teoria de Circuitos D ra ft 15 Alceu Heinke Frigeri 7.3 Norton 7 TEOREMAS DE THEVENIN E NORTON Figura 7.10: Circuito equivalente Norton para que ambas as representac¸o˜es sejam equivalentes (princ´ıcipio da equivaleˆncia) as relac¸o˜es tensa˜o corrente no dipolo A e no circuito equivalente devem ser ideˆnticas. Assim: 1. Circuito Aberto: Figura 7.11: Norton em C.A. Ou seja, deixando-se o circuito aberto, a tensa˜o que se mede entre os terminais X Y e´ a produto da corrente de Norton IN pela resiteˆncia de Norton RN do circuito equivalente Vca = IN .RN 2. Curto Circuito: Figura 7.12: Norton em C.C. Ou seja, aplicando-se um curto circuito, a corrente que se mede entre os terminais X Y e´ a pro´pria corrente de Norton Icc = IN 3. Uma resisteˆncia Rx qualquer: Figura 7.13: Norton com Rx Ou seja, colocando-se um resisteˆncia Rx entre os terminais X Y , a corrente sera´ dada pela expressa˜o Ix = IN . RN RN +Rx S´ıntese de Teoria de Circuitos D ra ft 16 Alceu Heinke Frigeri 7.4 Equivaleˆncia Norton x Thevenin. 8 REGRAS DE ASSOCIAC¸A˜O 4. (linearidade) Observe-se que a corrente de Norton, relativo ao circuito real A, depende linearmente de todas as fontes independentes do mesmo. Disso resulta que, uma forma de determinar-se RN consiste em multiplicar-se por zero todas as fontes independentes de A, efetivamente zerando a fonte de Norton, e da´ı restando apenas a RN entre os terminais X Y . Figura 7.14: Norton de circuito sem fontes indetendentes 7.4 Equivaleˆncia Norton x Thevenin. Uma vez que um dipo´lo A (fig.:7.1) pode ser substitu´ıdo tanto por um equivalente The- venin (fig.:7.4) como por um equivalenteNorton (fig.:7.10), tanto o equivalente Thevenin como o equivalente Norton sa˜o equivalentes entre si. Dessa equivaleˆncia resulta, como pode-se observar, que Rth ≡ RN e que Vth = RN .IN viz-a`-viz IN = Vth Rth . Sec¸a˜o 8. Regras de Associac¸a˜o 8.1 Associac¸a˜o se´rie Dado N resistores (R1, R2, R3, . . ., RN ) associados em se´rie (i.e., com igual corrente I): Figura 8.1: Associac¸a˜o se´rie de Resistores Os mesmos podem ser substitu´ıdos por um Resistor equivalente Req: S´ıntese de Teoria de Circuitos D ra ft 17 Alceu Heinke Frigeri 8.2 Associac¸a˜o paralelo 8 REGRAS DE ASSOCIAC¸A˜O Figura 8.2: Resistor Equivalente Para que sejam equivalentes (princ´ıpio de equivaleˆncia), tem-se que: Vab ≡ Vab e Iab ≡ Iab em ambos os circuitos. 1. Resisteˆncia Equivalente: Na associac¸a˜o se´rie temos Vab = ∑N i=1 Vi = ∑N i=1Ri.Iab enquanto que para o Resistor equivalente temos Vab = Req.Iab, resultando: Req = N∑ i=1 Ri (8.1-1) 2. Divisor de tensa˜o: A tensa˜o no i-e´simo resistor pode ser calculada como: Vi = Ri.Iab. Dado Iab como func¸a˜o de Req (Iab = Vab Req ), resulta Vi = Ri Req .Vab (8.1-2) 8.2 Associac¸a˜o paralelo Dado N condutaˆncias (Y1, Y2, Y3, . . ., YN ) associadas em paralelo (i.e., sob igual tensa˜o V ): Figura 8.3: Associac¸a˜o Paralela de Condutaˆncias As mesmas podem ser substitu´ıdos por uma Condutaˆncia equivalente Req: Figura 8.4: Condutaˆncia Equivalente Para que sejam equivalentes (princ´ıpio de equivaleˆncia), tem-se que: Vab ≡ Vab e Iab ≡ Iab em ambos os circuitos. S´ıntese de Teoria de Circuitos D ra ft 18 Alceu Heinke Frigeri 9 TEOREMA DA COMPENSAC¸A˜O 1. Condutaˆncia Equivalente: Na associac¸a˜o paralelo temos Iab = ∑N i=1 Ii = ∑N i=1 Yi.Vab enquanto que para a Con- dutaˆncia equivalente temos Iab = Yeq.Vab, resultando: Yeq = N∑ i=1 Yi (8.2-1) 2. Divisor de corrente: A corrente na i-e´sima condutaˆncia pode ser calculada como: Ii = Yi.Vab. Dado Vab como func¸a˜o de Yeq (Vab = Iab Yeq ), resulta Ii = Yi Yeq .Iab (8.2-2) Sec¸a˜o 9. Teorema da compensac¸a˜o Dado um circuito qualquer do qual destaque-se uma resisteˆncia Rx: Figura 9.1: Circuito Base A - Teor. Compensac¸a˜o A corrente Ix e tensa˜o Vx no mesmo podem ser determinados a partir do Equivalente Thevenin (ver sec¸a˜o 7.2) do Circuito A: Figura 9.2: Thevenin Circuito Base A - Teor. Compensac¸a˜o Substituindo, no mesmo circuito, a resisteˆncia Rx por Ry, tem-se, similarmente: Figura 9.3: Circuito Base B - Teor. Compensac¸a˜o S´ıntese de Teoria de Circuitos D ra ft 19 Alceu Heinke Frigeri 9 TEOREMA DA COMPENSAC¸A˜O Figura 9.4: Thevenin Circuito Base B - Teor. Compensac¸a˜o Fazendo Ry = Rx + ∆R resulta em: Figura 9.5: Thevenin Circuito Base B - Teor. Compensac¸a˜o Onde, pode-se redefinir Iy e Vy como func¸a˜o de Ix e Vx: Figura 9.6: Thevenin Circuito Base B - Teor. Compensac¸a˜o No qual pode-se substituir o resistor Ry por um resistor Rx e uma fonte controla de tensa˜o (princ´ıpio de equivaleˆncia, sec¸a˜o 6.1): Figura 9.7: Circuito Base B - Equivaleˆnte Aplicando-se o me´todo de sobreposic¸a˜o ao circuito da fig. 9.7, tem-se dois circuitos a serem analisados: Figura 9.8: Circuito Base B - Sobreposic¸a˜o - Fonte Vth S´ıntese de Teoria de Circuitos D ra ft 20 Alceu Heinke Frigeri 10 TEOREMA DE MILLMANN Figura 9.9: Circuito Base B - Sobreposic¸a˜o - Fonte ’de variac¸a˜o’ Sendo claro que, o circuito da fig. 9.8 e´ o mesmo da fig. 9.1, e que (me´todo da sobre- posic¸a˜o) Iy = I ′ y + I ′′ y , tal como Vy = V ′ y +V ′′ y . Assim sendo, como I ′ y = Ix e V ′ y = Vx, enta˜o I ′′y = ∆I e V ′′ y = ∆V . Finalmente, consolidando o fator ∆R.∆I da fonte controlada como uma resisteˆncia, temos o chamado ’circuito de variac¸o˜es’: Figura 9.10: Circuito de Variac¸o˜es O qual pode, igualmente, ser respresentado como: Figura 9.11: Circuito de Variac¸o˜es Sec¸a˜o 10. Teorema de Millmann Dado um no´ A interconectado a n outros no´s via n condutaˆncias YpA (e nenhuma fonte), conforme figura abaixo: S´ıntese de Teoria de Circuitos D ra ft 21 Alceu Heinke Frigeri 11 CONVERSA˜O ESTRELA-REDE Figura 10.1: Teorema de Millmann Tem-se que, aplicando a lei dos no´s de Kirchoff: n∑ p=1 IpA = 0 = n∑ p=1 YpA.VpA = n∑ p=1 YpA.(VpN − VAN ) Assim sendo, pode-se isolar VAN : n∑ p=1 YpA.VpN = n∑ p=1 YpA.VAN = VAN . n∑ p=1 YpA e finalmente: VAN = ∑n p=1 YpA.VpN∑n p=1 YpA (10.0-3) Ou seja, pode-se determinar a diferenc¸a de potencial entre dois no´s conhecendo-se as condutaˆncias conectadas a um deles, e a diferenc¸a de potencial entre o segundo no´ e os demais no´s aos quais as condutaˆncias esta˜o conectadas. Sec¸a˜o 11. Conversa˜o Estrela-Rede 11.1 Teorema de Rosen Dado um no´ ao qual tem-se n condudaˆncias conectadas: S´ıntese de Teoria de Circuitos D ra ft 22 Alceu Heinke Frigeri 11.1 Teorema de Rosen 11 CONVERSA˜O ESTRELA-REDE Figura 11.1: Teorema de Rosen - Star A corrente em cada ramo e´ dada por: Iq = YqAVqA = YqA(VqN − VAN ) Aplicando-se do Teorema de Millmann, tem-se: Iq = YqAVqN − YqA ∑n p=1 YpA.VpN∑n p=1 YpA = YqAVqN ∑n p=1 YpA − YqA ∑n p=1 YpA.VpN∑n p=1 YpA Fatorando-se e alterando o ı´ndice do denominador, tem-se: Iq = YqA ∑n p=1 YpA.(VqN − VpN )∑n k=1 YkA O que permite reescrever a mesma como: Iq = n∑ p=1 [ YqAYpA∑n k=1 YkA ] (VqN − VpN ) = n∑ p=1 [ YqAYpA∑n k=1 YkA ] Vqp No caso de uma ’rede’ (mesh), dado pelo seguinte circuito (onde, entre cada um dos n-no´s tem-se uma condutaˆncia com cada um dos n− 1 no´s restantes): Figura 11.2: Teorema de Rosen - Mesh A corrente em cada ramo e´ dada por: S´ıntese de Teoria de Circuitos D ra ft 23 Alceu Heinke Frigeri 11.2 Conversa˜o Y −∆ 11 CONVERSA˜O ESTRELA-REDE Iq = n∑ p=1 YqpVqp Donde resulta a igualdade de Rosen: Yqp = YqAYpA∑n k=1 YkA (11.1-1) que permite converter uma configurac¸a˜o estrela (star) em uma ’de rede’ (mesh). NB.: Na˜o existe uma regra geral do conversa˜o reversa. 11.2 Conversa˜o Y −∆ Dado dois circuitos com 3 condutaˆncias, como abaixo: Figura 11.3: Conversa˜o Y −∆ Pelo teorema de Rosen tem-se: Y12 = Y1AY2A Y1A + Y2A + Y3A Y23 = Y2AY3A Y1A + Y2A + Y3A (11.2-1) Y13 = Y1AY3A Y1A + Y2A + Y3A 11.3 Conversa˜o ∆− Y Dado dois circuitos com 3 condutaˆncias, como abaixo: S´ıntese de Teoria de Circuitos D ra ft 24 Alceu Heinke Frigeri 12 TEOREMA DA RECIPROCIDADE Figura 11.4: Conversa˜o ∆− Y e´ fa´cil verificar que, desconectando-se o terminal 3, a impedaˆncia entre os terminais 1e2 resulta em: Zequiv12 = Z1A + Z2A = Z12//(Z31 + Z23) = Z12(Z31 + Z23) Z12 + Z23 + Z31 Similarmente, desconectando-se os terminais 1 e 2, tem-se: Zequiv23 = Z2A + Z3A = Z23//(Z12 + Z31) = Z23(Z12 + Z31) Z12 + Z23 + Z31 Zequiv31 = Z3A + Z1A = Z31//(Z12 + Z23) = Z31(Z12 + Z23) Z12 + Z23 + Z31 Resolvendo estas em termos de Z1A, Z2A e Z3A, tem-se: Z1A = Z12Z31 Z12 + Z23 + Z31 Z2A = Z12Z23 Z12 + Z23 + Z31 (11.3-1) Z3A = Z23Z31 Z12 + Z23 + Z31 Sec¸a˜o 12. Teorema da Reciprocidade Dado um circuito N qualquer, pass´ıvo, sem fontes indepedentes ou controladas, do qual sejam destacados dois pares de no´s (par a − b e par c − d) o teorema da reciprocidade estabelece que a corrente I2 medida entre os no´s c− d devida a uma fonte Vi aplicada entre os no´s a− b e´ igual a corrente I ′1 medida entre os no´s a− b devida a uma fonte Vi aplicada entre os no´s c− d. S´ıntese de Teoria de Circuitos D ra ft 25 Alceu Heinke Frigeri 12 TEOREMA DA RECIPROCIDADE Figura 12.1: Teorema reciprocidade Levantando-se o sistemas de equac¸o˜es pelo me´todode correntes de malhas (sec¸a˜o 5.2), tomando-se o cuidado de caracterizar como ’primeira malha’ a malha contendo a fonte Vi e o par a− b, e como ’segunda malha’ a malha contendo o par c− d, tem-se:∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣ Z11 Z12 Z13 Z14 . . . Z1N Z21 Z22 Z23 Z24 . . . Z2N Z31 Z32 Z33 Z34 . . . Z3N Z41 Z42 Z43 Z44 . . . Z4N ... ... ... ... . . . ... ZN1 ZN2 ZN3 ZN4 . . . ZNN ∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣ . ∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣ I1 I2 I3 I4 ... IN ∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣ = ∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣ Vi 0 0 0 ... 0 ∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣ Onde Zij = Zji (sec¸a˜o 5.2.1). Aplicando-se a regra de Cramer, a corrente I2 resulta: I2 = ∆[A2] ∆[A] = ∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣ Z11 Vi Z13 Z14 . . . Z1N Z21 0 Z23 Z24 . . . Z2N Z31 0 Z33 Z34 . . . Z3N Z41 0 Z43 Z44 . . . Z4N ... ... ... ... . . . ... ZN1 0 ZN3 ZN4 . . . ZNN ∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣ Z11 Z12 Z13 Z14 . . . Z1N Z21 Z22 Z23 Z24 . . . Z2N Z31 Z32 Z33 Z34 . . . Z3N Z41 Z42 Z43 Z44 . . . Z4N ... ... ... ... . . . ... ZN1 ZN2 ZN3 ZN4 . . . ZNN ∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣ = (−1)(1+2).Vi. ∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣ Z21 Z23 Z24 . . . Z2N Z31 Z33 Z34 . . . Z3N Z41 Z43 Z44 . . . Z4N ... ... ... . . . ... ZN1 ZN3 ZN4 . . . ZNN ∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣ Z11 Z12 Z13 Z14 . . . Z1N Z21 Z22 Z23 Z24 . . . Z2N Z31 Z32 Z33 Z34 . . . Z3N Z41 Z42 Z43 Z44 . . . Z4N ... ... ... ... . . . ... ZN1 ZN2 ZN3 ZN4 . . . ZNN ∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣ Trocando-se a fonte Vi de lado, resulta no circuito: Figura 12.2: Teorema reciprocidade S´ıntese de Teoria de Circuitos D ra ft 26 Alceu Heinke Frigeri 13 MA´XIMA TRANSFEREˆNCIA DE POTEˆNCIA Similarmente tem-se:∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣ Z11 Z12 Z13 Z14 . . . Z1N Z21 Z22 Z23 Z24 . . . Z2N Z31 Z32 Z33 Z34 . . . Z3N Z41 Z42 Z43 Z44 . . . Z4N ... ... ... ... . . . ... ZN1 ZN2 ZN3 ZN4 . . . ZNN ∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣ . ∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣ I ′1 I ′2 I ′3 I ′4 ... I ′N ∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣ = ∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣ 0 Vi 0 0 ... 0 ∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣ Onde Zij = Zji (sec¸a˜o 5.2.1). a` qual, aplicando-se a regra de Cramer, a corrente I ′1 resulta: I ′1 = ∆[A′1] ∆[A] = ∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣ 0 Z12 Z13 Z14 . . . Z1N Vi Z22 Z23 Z24 . . . Z2N 0 Z32 Z33 Z34 . . . Z3N 0 Z42 Z43 Z44 . . . Z4N ... ... ... ... . . . ... 0 ZN2 ZN3 ZN4 . . . ZNN ∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣ Z11 Z12 Z13 Z14 . . . Z1N Z21 Z22 Z23 Z24 . . . Z2N Z31 Z32 Z33 Z34 . . . Z3N Z41 Z42 Z43 Z44 . . . Z4N ... ... ... ... . . . ... ZN1 ZN2 ZN3 ZN4 . . . ZNN ∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣ = (−1)(2+2).Vi. ∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣ Z12 Z13 Z14 . . . Z1N Z32 Z33 Z34 . . . Z3N Z42 Z43 Z44 . . . Z4N ... ... ... . . . ... ZN2 ZN3 ZN4 . . . ZNN ∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣ Z11 Z12 Z13 Z14 . . . Z1N Z21 Z22 Z23 Z24 . . . Z2N Z31 Z32 Z33 Z34 . . . Z3N Z41 Z42 Z43 Z44 . . . Z4N ... ... ... ... . . . ... ZN1 ZN2 ZN3 ZN4 . . . ZNN ∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣ Como Zij = Zji, (sec¸a˜o 5.2.1), pode-se re-escrever I ′ 1 da seguinte forma: I ′1 = (−1)(2+2).Vi. ∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣ Z21 Z31 Z41 . . . ZN1 Z23 Z33 Z43 . . . ZN3 Z24 Z34 Z44 . . . ZN4 ... ... ... . . . ... Z2N Z3N Z4N . . . ZNN ∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣ Z11 Z12 Z13 Z14 . . . Z1N Z21 Z22 Z23 Z24 . . . Z2N Z31 Z32 Z33 Z34 . . . Z3N Z41 Z42 Z43 Z44 . . . Z4N ... ... ... ... . . . ... ZN1 ZN2 ZN3 ZN4 . . . ZNN ∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣∣ como |A| = |AT |, enta˜o −I ′1 = I2 (Q.E.D.) Sec¸a˜o 13. Ma´xima Transfereˆncia de Poteˆncia Dado um circuito A qualquer ao qual esta´ conectada uma carga Rx. A poteˆncia sobre a impedaˆncia Rx e´ determinada por Px = Vx.Ix. S´ıntese de Teoria de Circuitos D ra ft 27 Alceu Heinke Frigeri 14 QUADRIPOLOS Figura 13.1: Ma´xima Transfereˆncia de Poteˆncia Assim, como Ix = Vth Rth+Rx , tem-se que Px = (Rx.Ix).Ix = Rx.( Vth Rth+Rx )2 O ma´ximo desta func¸a˜o ocorre quando dPx dRx = 0 Ou seja: dPx dRx = d (Rx.( Vth Rth+Rx )2) dRx = Vth (Rth +Rx)2 − 2. Rx.Vth (Rth +Rx)3 = 0 o que resulta em: Vth (Rth +Rx)2 = 2. Rx.Vth (Rth +Rx)3 logo: Rth +Rx = 2.Rx ∴ Rx = Rth Sec¸a˜o 14. Quadripolos Dado um circuito qualquer Q, resistivo, com fontes internas independentes, do qual se destaquem 2 pares de terminais: Figura 14.1: Circuito Q A semelhanc¸a da sec¸a˜o 7.1, pode-se estabelecer, no caso gene´rico, que: VabVcd Vbc = K11 K12 K13K21 K22 K23 K31 K32 K33 · IaIc Ib + K14K24 K34 N.B. Vbd ∆ = −Vab + Vbc + Vcd e Id ∆= −Ia − Ib − Ic S´ıntese de Teoria de Circuitos D ra ft 28 Alceu Heinke Frigeri 14.1 Paraˆmetros Y 14 QUADRIPOLOS Estabelecendo-se que na˜o existira˜o fontes independentes internas no circuito Q, enta˜o os termos K14,K24eK34 sa˜o zero. Semelhantemente, fixando-se que Vbd seje zero (curto circuito), enta˜o na˜o existe necessidade de equacionar-se Vbc. Desta forma o sistema de equac¸o˜es resume-se a:[ Vab Vcd ] = [ K11 K12 K13 K21 K22 K23 ] · IaIc Ib Alem disso, fixando-se que o circuito A na˜o se conecte com o circuito B de qualquer outra forma, que na˜o seja o circuito Q, enta˜o pode-se afirmar que: Ia = −Ib e Ic = −Id, e com isso, tem-se: [ Vab Vcd ] = [ K11 K12 K21 K22 ] · [ Ia Ic ] Renomeando-se Vab = V1, Vcd = V2, Ia = I1 e Ib = I2, chega-se ao “formato padra˜o” de representac¸a˜o de um quadripolo: Figura 14.2: Quadripolo Q cujas equac¸o˜es sa˜o: [ V1 V2 ] = [ K11 K12 K21 K22 ] · [ I1 I2 ] De fato, dada a arbritariedade da escolha inicial das varia´veis, e dada a interdependencia linear entre as mesmas, existem 6 formas padro˜es de representac¸a˜o: 14.1 Paraˆmetros Y [ I1 I2 ] = [ Y11 Y12 Y21 Y22 ] · [ V1 V2 ] (14.1-1) Que contempla a seguinte representac¸a˜o: S´ıntese de Teoria de Circuitos D ra ft 29 Alceu Heinke Frigeri 14.1 Paraˆmetros Y 14 QUADRIPOLOS Figura 14.3: Quadripolo Q, paraˆmetros Y Cujos paraˆmetros podem ser assim calculados (me´todo de frac¸o˜es parciais): Y11 = I1 V1 ∣∣∣∣ V2=0 Y12 = I1 V2 ∣∣∣∣ V1=0 Y21 = I2 V1 ∣∣∣∣ V2=0 Y22 = I2 V2 ∣∣∣∣ V1=0 (14.1-2) Observe-se que, no caso do Quadripolo Q for passivo, sem fontes controladas, o Teorema da reciplocidade (sec¸a˜o 12) resulta imediatamente que Y12 = Y21. 14.1.1 Conversa˜o de Paraˆmetros Particularmente, no caso de Paraˆmetros Z e Y , e´ imediato que[ Y11 Y12 Y21 Y22 ] = [ Z11 Z12 Z21 Z22 ]−1 Genericamente, isolando-se I1 e I2 nas demais equac¸o˜es de definic¸a˜o de quadripolos (sec¸oes 14.1 ate´ 14.6), obteˆm-se: [ Y11 Y12 Y21 Y22 ] = [ Z22 −Z12 −Z21 Z11 ] ∣∣∣∣ Z11 Z12Z21 Z22 ∣∣∣∣ = [ 1 −H12 H21 H11.H22 −H12.H21 ] H11 = [ G11.G22 −G12.G21 G12 −G21 1 ] G22 = [ D C.B −A.D −1 A ] B = [ −A′ 1 A′.D′ − C ′.B′ −D′ ] B′ 14.1.2 Associac¸a˜o Paralelo-Paralelo Dado 2 quadripolos Qa e Qb associados conforme a representac¸a˜o a seguir: S´ıntese de Teoria de Circuitos D ra ft 30 Alceu Heinke Frigeri 14.2 Paraˆmetros Z: 14 QUADRIPOLOS Figura 14.4: Quadripolos - Associac¸a˜o Paralelo-Paralelo Nota-se que V1 ≡ V1a ≡ V1b, V2 ≡ V2a ≡ V2b, I1 = I1a + I1b e I2 = I2a + I2b. Disso resulta, facilmente, que:[ I1 I2 ] = [ Y11 Y12 Y21 Y22 ] · [ V1 V2 ] = ([ Y11a Y12a Y21a Y22a ] + [ Y11b Y12b Y21b Y22b ]) · [ V1 V2 ] Cuidado: Caso os dois quadripolos sendo associados na˜o sejam o resultado de decom- posic¸a˜o parcial de um circuito original do qual eles sejam parte integrante, mas sim, se esteja tentando associar dois quadripolos gene´ricos quaisquer, enta˜o e´ preciso verificar, antecipa- damente, se Vx = 0 no circuito abaixo: Figura 14.5: Quadripolos - Condic¸a˜o de Validade para associac¸a˜o Paralelo-Paralelo 14.2 Paraˆmetros Z: [ V1 V2 ] = [ Z11Z12 Z21 Z22 ] · [ I1 I2 ] (14.2-1) Que contempla a seguinte representac¸a˜o: S´ıntese de Teoria de Circuitos D ra ft 31 Alceu Heinke Frigeri 14.2 Paraˆmetros Z: 14 QUADRIPOLOS Figura 14.6: Quadripolo Q, paraˆmetros Z Cujos paraˆmetros podem ser assim calculados (me´todo de frac¸o˜es parciais): Z11 = V1 I1 ∣∣∣∣ I2=0 Z12 = V1 I2 ∣∣∣∣ I1=0 Z21 = V2 I1 ∣∣∣∣ I2=0 Z22 = V2 I2 ∣∣∣∣ I1=0 (14.2-2) 14.2.1 Conversa˜o de Paraˆmetros Particularmente, no caso de Paraˆmetros Z e Y , e´ imediato que[ Z11 Z12 Z21 Z22 ] = [ Y11 Y12 Y21 Y22 ]−1 Genericamente, isolando-se V1 e V2 nas demais equac¸o˜es de definic¸a˜o de quadripolos (sec¸oes 14.1 ate´ 14.6), obteˆm-se: [ Z11 Z12 Z21 Z22 ] = [ Y22 −Y12 −Y21 Y11 ] ∣∣∣∣ Y11 Y12Y21 Y22 ∣∣∣∣ = [ H11.H22 −H12.H21 H12 −H21 1 ] H22 = [ 1 −G12 G21 G11.G22 −G12.G21 ] G11 = [ A A.D − C.B 1 D ] C = [ −D′ −1 C ′.B′ −A′.D′ −A′ ] C ′ Observe-se que, no caso do Quadripolo Q for passivo, sem fontes controladas, o Teorema da reciplocidade (sec¸a˜o 12) resulta imediatamente que Y12 = Y21, logo Z12 = Z21. 14.2.2 Associac¸a˜o Se´rie-Se´rie Dado 2 quadripolos Qa e Qb associados conforme a representac¸a˜o a seguir: S´ıntese de Teoria de Circuitos D ra ft 32 Alceu Heinke Frigeri 14.3 Paraˆmetros H: 14 QUADRIPOLOS Figura 14.7: Quadripolos - Associac¸a˜o Se´rie-Se´rie Nota-se que I1 ≡ I1a ≡ I1b, I2 ≡ I2a ≡ I2b, V1 = V1a + V1b e V2 = V2a + V2b. Disso resulta, facilmente, que:[ V1 V2 ] = [ Z11 Z12 Z21 Z22 ] · [ I1 I2 ] = ([ Z11a Z12a Z21a Z22a ] + [ Z11b Z12b Z21b Z22b ]) · [ I1 I2 ] Cuidado: Caso os dois quadripolos sendo associados na˜o sejam o resultado de decom- posic¸a˜o parcial de um circuito original do qual eles sejam parte integrante, mas sim, se esteja tentando associar dois quadripolos gene´ricos quaisquer, enta˜o e´ preciso verificar, antecipa- damente, se Vx = 0 no circuito abaixo: Figura 14.8: Quadripolos - Condic¸a˜o de Validade para associac¸a˜o Se´rie-Se´rie 14.3 Paraˆmetros H: [ V1 I2 ] = [ H11 H12 H21 H22 ] · [ I1 V2 ] (14.3-1) Que contempla a seguinte representac¸a˜o: S´ıntese de Teoria de Circuitos D ra ft 33 Alceu Heinke Frigeri 14.3 Paraˆmetros H: 14 QUADRIPOLOS Figura 14.9: Quadripolo Q, paraˆmetros H Cujos paraˆmetros podem ser assim calculados (me´todo de frac¸o˜es parciais): H11 = V1 I1 ∣∣∣∣ V2=0 H12 = V1 V2 ∣∣∣∣ I1=0 H21 = I2 I1 ∣∣∣∣ V2=0 H22 = I2 V2 ∣∣∣∣ I1=0 (14.3-2) 14.3.1 Conversa˜o de Paraˆmetros Particularmente, no caso de Paraˆmetros H e G, e´ imediato que[ H11 H12 H21 H22 ] = [ G11 G12 G21 G22 ]−1 Genericamente, isolando-se V1 e I2 nas demais equac¸o˜es de definic¸a˜o de quadripolos (sec¸oes 14.1 ate´ 14.6), obteˆm-se: [ H11 H12 H21 H22 ] = [ G22 −G12 −G21 G11 ] ∣∣∣∣ G11 G12G21 G22 ∣∣∣∣ = [ Z11.Z22 − Z12.Z21 Z12 −Z21 1 ] Z22 = [ 1 −Y12 Y21 Y11.Y22 − Y12.Y21 ] Y11 = [ B A.D − C.B −1 C ] D = [ −B′ 1 C ′.B′ −A′.D′ −C ′ ] A′ Observe-se que, no caso do Quadripolo Q for passivo, sem fontes controladas, o Teorema da reciplocidade (sec¸a˜o 12) resulta imediatamente que Y12 = Y21, logo H12 = −H21. 14.3.2 Associac¸a˜o Se´rie-Paralelo Dado 2 quadripolos Qa e Qb associados conforme a representac¸a˜o a seguir: S´ıntese de Teoria de Circuitos D ra ft 34 Alceu Heinke Frigeri 14.4 Paraˆmetros G: 14 QUADRIPOLOS Figura 14.10: Quadripolos - Associac¸a˜o Se´rie-Paralelo Nota-se que I1 ≡ I1a ≡ I1b, V2 ≡ V2a ≡ V2b, V1 = V1a + V1b e I2 = I2a + I2b. Disso resulta, facilmente, que:[ V1 I2 ] = [ H11 H12 H21 H22 ] · [ I1 V2 ] = ([ H11a H12a H21a H22a ] + [ H11b H12b H21b H22b ]) · [ I1 V2 ] Cuidado: Caso os dois quadripolos sendo associados na˜o sejam o resultado de decom- posic¸a˜o parcial de um circuito original do qual eles sejam parte integrante, mas sim, se esteja tentando associar dois quadripolos gene´ricos quaisquer, enta˜o e´ preciso verificar, antecipa- damente, se Vx = 0 no circuito abaixo: Figura 14.11: Quadripolos - Condic¸a˜o de Validade para associac¸a˜o Se´rie-Paralelo 14.4 Paraˆmetros G: [ I1 V2 ] = [ G11 G12 G21 G22 ] · [ V1 I2 ] (14.4-1) Que contempla a seguinte representac¸a˜o: S´ıntese de Teoria de Circuitos D ra ft 35 Alceu Heinke Frigeri 14.4 Paraˆmetros G: 14 QUADRIPOLOS Figura 14.12: Quadripolo Q, paraˆmetros G Cujos paraˆmetros podem ser assim calculados (me´todo de frac¸o˜es parciais): G11 = I1 V1 ∣∣∣∣ I2=0 G12 = I1 I2 ∣∣∣∣ V1=0 G21 = V2 V1 ∣∣∣∣ I2=0 G22 = V2 I2 ∣∣∣∣ V1=0 (14.4-2) 14.4.1 Conversa˜o de Paraˆmetros Particularmente, no caso de Paraˆmetros H e G, e´ imediato que[ G11 G12 G21 G22 ] = [ H11 H12 H21 H22 ]−1 Genericamente, isolando-se I1 e V2 nas demais equac¸o˜es de definic¸a˜o de quadripolos (sec¸ oes 14.1 ate´ 14.6), obteˆm-se: [ G11 G12 G21 G22 ] = [ H22 −H12 −H21 H11 ] ∣∣∣∣ H11 H12H21 H22 ∣∣∣∣ = [ Y11.Y22 − Y12.Y21 Y12 −Y21 1 ] Y22 = [ 1 −Z12 Z21 Z11.Z22 − Z12.Z21 ] Z11 = [ C C.B −A.D 1 B ] A = [ −C ′ −1 A′.D′ − C ′.B′ −B′ ] D′ Observe-se que, no caso do Quadripolo Q for passivo, sem fontes controladas, o Teorema da reciplocidade (sec¸a˜o 12) resulta imediatamente que Y12 = Y21, logo G12 = −G21. 14.4.2 Associac¸a˜o Paralelo-Se´rie Dado 2 quadripolos Qa e Qb associados conforme a representac¸a˜o a seguir: S´ıntese de Teoria de Circuitos D ra ft 36 Alceu Heinke Frigeri 14.5 Paraˆmetros de Transmissa˜o (ABCD) 14 QUADRIPOLOS Figura 14.13: Quadripolos - Associac¸a˜o Paralelo-Se´rie Nota-se que V1 ≡ V1a ≡ V1b, I2 ≡ I2a ≡ I2b, I1 = I1a + I1b e V2 = V2a + V2b. Disso resulta, facilmente, que:[ I1 V2 ] = [ G11 G12 G21 G22 ] · [ I1 V2 ] = ([ G11a G12a G21a G22a ] + [ G11b G12b G21b G22b ]) · [ V1 I2 ] Cuidado: Caso os dois quadripolos sendo associados na˜o sejam o resultado de decom- posic¸a˜o parcial de um circuito original do qual eles sejam parte integrante, mas sim, se esteja tentando associar dois quadripolos gene´ricos quaisquer, enta˜o e´ preciso verificar, antecipa- damente, se Vx = 0 no circuito abaixo: Figura 14.14: Quadripolos - Condic¸a˜o de Validade para associac¸a˜o Paralelo-Se´rie 14.5 Paraˆmetros de Transmissa˜o (ABCD) [ V1 I1 ] = [ A B C D ] · [ V2 −I2 ] (14.5-1) S´ıntese de Teoria de Circuitos D ra ft 37 Alceu Heinke Frigeri 14.5 Paraˆmetros de Transmissa˜o (ABCD) 14 QUADRIPOLOS Cujos paraˆmetros podem ser assim calculados (me´todo de frac¸o˜es parciais): A = V1 V2 ∣∣∣∣ I2=0 B = −V1 I2 ∣∣∣∣ V2=0 C = I1 V2 ∣∣∣∣ I2=0 D = −I1 I2 ∣∣∣∣ V2=0 (14.5-2) NB.: Na˜o e´ poss´ıvel representar os paraˆmetros de trasmissa˜o (ABCD) na forma de um circuito equivalente, devendo os mesmos serem tratados, exclusivamente, como um conjunto de equac¸o˜es equivalentes. 14.5.1 Conversa˜o de Paraˆmetros Particularmente, no caso de Paraˆmetros de Transmissa˜o Direto (ABCD) e reverso (A′B′C ′D′), e´ imediato que [ A B C D ] = [ A′ B′ C ′ D′ ]−1 Genericamente, isolando-se V1 e I1 nas demais equac¸o˜es de definic¸a˜o de quadripolos (sec¸oes 14.1 ate´ 14.6), obteˆm-se: [ A B C D ] = [ D′ −B′ −C ′ A′ ] ∣∣∣∣ A′ B′C ′ D′ ∣∣∣∣ = [ −Y22 −1 Y21.Y12 − Y11.Y22 −Y11 ] Y21 = [ Z11 Z11.Z22 − Z12.Z21 1 Z22 ] Z21 = [ H12.H21 −H11.H22 −H11 −H22 −1 ] H21 = [ 1 G22 G11 G11.G22 −G12.G21 ] G21 Observe-se que, no caso do Quadripolo Q for passivo, sem fontes controladas, o Teorema da reciplocidade (sec¸a˜o12) resulta imediatamente que Y12 = Y21, logo A.D − C.B = 1. 14.5.2 Associac¸a˜o em Cascata Direta Dado 2 quadripolos Qa e Qb associados conforme a representac¸a˜o a seguir: Figura 14.15: Quadripolos - Associac¸a˜o em Cascata Nota-se que V1 ≡ V1a, I1 ≡ I1a, V2 ≡ V2b, I2 ≡ I2b, V2a ≡ V1b e I2a ≡ −I1b. Disso resulta, facilmente, que:[ V1 I1 ] = [ A B C D ] · [ V2 −I2 ] = ([ Aa Ba Ca Da ] · [ Ab Bb Cb Db ]) · [ V2 −I2 ] S´ıntese de Teoria de Circuitos D ra ft 38 Alceu Heinke Frigeri 14.6 Paraˆmetros de Transmissa˜o Reversa (A′B′C ′D′) 14 QUADRIPOLOS 14.6 Paraˆmetros de Transmissa˜o Reversa (A′B′C ′D′) [ V2 −I2 ] = [ A′ B′ C ′ D′ ] · [ V1 I1 ] (14.6-1) Cujos paraˆmetros podem ser assim calculados (me´todo de frac¸o˜es parciais): A′ = V2 V1 ∣∣∣∣ I1=0 B′ = V2 I1 ∣∣∣∣ V1=0 C ′ = − I2 V1 ∣∣∣∣ I1=0 D′ = −I2 I1 ∣∣∣∣ V1=0 (14.6-2) NB.: Na˜o e´ poss´ıvel representar os paraˆmetros de transmissa˜o reversa (A′B′C ′D′) na forma de um circuito equivalente, devendo os mesmos serem tratados, exclusivamente, como um conjunto de equac¸o˜es equivalentes. 14.6.1 Conversa˜o de Paraˆmetros Particularmente, no caso de Paraˆmetros de Transmissa˜o Direto (ABCD) e reverso (A′B′C ′D′), e´ imediato que [ A′ B′ C ′ D′ ] = [ A B C D ]−1 Genericamente, isolando-se I1 e V2 nas demais equac¸o˜es de definic¸a˜o de quadripolos (sec¸oes 14.1 ate´ 14.6), obteˆm-se: [ A′ B′ C ′ D′ ] = [ D −B −C A ] ∣∣∣∣ A BC D ∣∣∣∣ = [ −Y11 1 Y11.Y22 − Y21.Y12 −Y22 ] Y12 = [ Z22 Z12.Z21 − Z11.Z22 −1 Z11 ] Z12 = [ G12.G21 −G11.G22 G22 G11 −1 ] G12 = [ 1 −H11 −H22 H11.H22 −H12.H21 ] H12 Observe-se que, no caso do Quadripolo Q for passivo, sem fontes controladas, o Teorema da reciplocidade (sec¸a˜o 12) resulta imediatamente que Y12 = Y21, logo A ′.D′ − C ′.B′ = 1. 14.6.2 Associac¸a˜o em Cascata Reversa Dado 2 quadripolos Qa e Qb associados conforme a representac¸a˜o a seguir: Figura 14.16: Quadripolos - Associac¸a˜o em Cascata Nota-se que V1 ≡ V1a, I1 ≡ I1a, V2 ≡ V2b, I2 ≡ I2b, V2a ≡ V1b e I2a ≡ −I1b. Disso resulta, facilmente, que:[ V2 −I2 ] = [ A′ B′ C ′ D′ ] · [ V1 I1 ] = ([ A′b B ′ b C ′b D ′ b ] · [ A′a B ′ a C ′a D ′ a ]) · [ V1 I1 ] S´ıntese de Teoria de Circuitos D ra ft 39 Alceu Heinke Frigeri 15 COMPONENTES PASSIVOS II Sec¸a˜o 15. Componentes Passivos II Na sec¸a˜o 1.9 viu-se um u´nico componente passivo, R, no qual a relac¸a˜o tensa˜o/corrente e´ ’instantaˆnea’ (VR(t) = R.IR(t)), a seguir verse-a´ dois componentes passivos, armazenadores de energia, L e C, cujas relac¸o˜es tensa˜o/corrente dependem da energia armazenada (na forma de um campo ele´trico ou magne´tico) nos mesmos. 15.1 Capacitor Ideal Capacitores sa˜o componentes armazenadores de energia na forma de um diferencial de potencial ele´trico. No caso mais simples (capacitor formado por placas paralelas isoladas por um diele´trico), supondo cargas sime´tricas (q(t) e −q(t)) em ambas as placas sob uma diferenc¸a de potencial ele´trico V (t), a capacitaˆncia e´ dada por: C = q(t) V (t) (15.1-1) Da qual decorre as expresso˜es de corrente e tensa˜o em um Capacitor: IC(t) = C. dV (t) dt (15.1-2) Vc(t) = 1 C ∫ t −∞ IC(t)dt (15.1-3) sendo a unidade de Capacitaˆncia (C) Farads (F ) Considerando-se que dado capacitor esteja entre dois no´s A e B: VAB(t) = 1 C ∫ t −∞ IAB(t)dt A C + − VAB(t) IAB(t) B Figura 15.1: Capacitor Ideal 15.1.1 Poteˆncia/Energia Acumulada Da pro´pria definic¸a˜o de Potencial Ele´trico (sec¸a˜o 1.3) tem-se dw(t)) = V (t).dq(t), assim o ’trabalho total’ necessa´rio para carregar um capacitor (Energia armazenada no mesmo) e´: Earmazenada = ∫ Q 0 q(t) C dq(t) = Q2 2C = 1 2 Q.V (t) = 1 2 C.V 2(t) (15.1-4) Importante notar que a Energia armazenada (sec¸a˜o 1.5-1) em um Capacitor, sendo a excitac¸a˜o senoidal e´ sempre, perio´dicamente, zero. Por exemplo, caso IC(t) = I. cos(wt), e supondo o capacitor inicialmente descarregado VC0(t = 0) = 0, enta˜o: Vc(t) = 1 C ∫ IC(t)dt = I. sin(wt) w.C S´ıntese de Teoria de Circuitos D ra ft 40 Alceu Heinke Frigeri 15.1 Capacitor Ideal 15 COMPONENTES PASSIVOS II A expressa˜o de poteˆncia resulta: PC(t) = VC(t).IC(t) = I2. sin(wt). cos(wt) w.C A qual e´ ciclicamente positiva e negativa. Agora, a Energia total sobre um capacitor, ao longo do per´ıodo (T = 2piw ) desta seno´ide sera´ sempre, ciclicamente, zero: EC(t) = ∫ T 0 PC(τ) dτ = ∫ T 0 I2. sin(wτ). cos(wτ) w.C dτ = 0 (15.1-5) 15.1.2 Modelos equivalentes 15.1.2-1 Capacitor com Carga Inicial Como a integral de definic¸a˜o da tensa˜o sobre um capacitor tem como limite inferior −∞, e´ comum separar a mesma em intervalos. Por exemplo, se VC0 e´ a tensa˜o sobre um capacitor em um dado instante de tempo t0, enta˜o pode-se escrever: VC(t0) = 1 C ∫ t0 −∞ IC(t)dt = VC0 e neste caso enta˜o: Vc(t) = 1 C ∫ t −∞ IC(t)dt = 1 C ∫ t0 −∞ IC(t)dt+ 1 C ∫ t t0 IC(t)dt = VC0 + 1 C ∫ t t0 IC(t)dt O que acaba comportando a seguinte representac¸a˜o equivalente/alternativa para um capacitor inicialmente carregado: A C + − V ′C(t) IC(t) B + − VC0 + −VC(t) Figura 15.2: Capacitor Ideal Carregado Pode-se representar um Capacitor com carga inicial na˜o nula como um Capacitor des- carregado em se´rie com uma fonte de tensa˜o representando a carga inicial deste capacitor. E a tensa˜o sobre este ’capacitor inicialmente descarregado’, ou seja, V ′C(t) = 1 C ∫ t t0 IC(t)dt, representa a variac¸a˜o de tensa˜o sobre o capacitor com relac¸a˜o ao instante t0 15.1.2-2 Capacitor em um Ponto t0 no tempo Dada a tensa˜o em um capacitor em um instante de tempo t0, VC(t0) = 1 C ∫ t0 −∞ IC(t)dt = VC0 , a tensa˜o deste capacitor no entorno deste instante de tempo pode ser determinada por: lim �t→0 VC(t = t0 + �t) = VC0 + lim �t→0 1 C ∫ t0+�t t0 IC(t)dt O qual, sendo IC(t) finito, e´ igual a VC0 . onsequ¨enteu¨eˆntemente, conhecida a tensa˜o em um capacitor em um instante de tempo, o mesmo pode ser substitu´ıdo por uma fonte de tensa˜o S´ıntese de Teoria de Circuitos D ra ft 41 Alceu Heinke Frigeri 15.2 Indutor Ideal 15 COMPONENTES PASSIVOS II ideal para todos os efeitos, no entorno deste instante de tempo. Ou gene´ricamente pode-se substituir o mesmo for uma fonte de tensa˜o ideal/controlada de valor VC(t). A C + − VC(t0) IC(t0) B B + − VC(t0) IC(t0) A Figura 15.3: Modelo de Capacitor no entorno de um ponto no tempo 15.1.2-3 Capacitor em t→∞, com excitac¸a˜o constante Como sera´ visto mais adiante (sec¸o˜es 17.5 e 17.5.1), no caso de circuitos RLC com fontes constantes, todas as tenso˜es e correntes, passado um tempo ’suficientemente longo’, sera˜o igualmente constantes (Resposta em Regime Permanente). Particularmente, para um capacitor qualquer isso significa que: lim t→∞Vc(t) = limt→∞ 1 C ∫ t −∞ IC(τ)dτ = Cte. do que resulta: lim t→∞ IC(t) = 0 caso contra´rio, a tensa˜o no capacitor continuaria variando para t → ∞. Ou seja, um capacitor, em um circuito com fontes constantes, com t→∞, pode ser substitu´ıdo por um circuito aberto. A C + − VC(t→∞) IC(t→∞) B A IC(t→∞) B + − VC(t→∞) Figura 15.4: Modelo de Capacitor em Regime Permanente para Excitac¸a˜o Constante 15.2 Indutor Ideal Indutores sa˜o componentes armazenadores de energia na forma de um campo magne´tico. No caso mais simples (campo magne´tico induzido por uma corrente em um condutor)a indutaˆncia e´ dada por: L = Φ(t) i(t)(15.2-1) Da lei de induc¸a˜o de Faraday v(t) = dΦ(t)dt resulta enta˜o as expresso˜es de corrente e tensa˜o em um Indutor: VL(t) = L. dI(t) dt (15.2-2) S´ıntese de Teoria de Circuitos D ra ft 42 Alceu Heinke Frigeri 15.2 Indutor Ideal 15 COMPONENTES PASSIVOS II IL(t) = 1 L ∫ t −∞ VL(t)dt (15.2-3) sendo a unidade de Indutaˆncia (L) Henry (H) Considerando-se que dado indutor esteja entre dois no´s A e B: IAB(t) = 1 L ∫ t −∞ VAB(t)dt A L + − VAB(t) IAB(t) B Figura 15.5: Indutor Ideal 15.2.1 Poteˆncia/Energia Acumulada A Energia armazenada em um indutor pode ser calculada como o ’trabalho total’ ne- cessa´rio para ’carregar’ o indutor (comec¸a˜ndo em zero). Considerando-se que VL(t) = LdIL(t)dt e PL(t) = VL(t).IL(t) = L.IL(t) dIL(t) dt Assim: Earmazenada = ∫ I=IL(t) I=0 PL(t)dt = ∫ I=IL(t) I=0 L.I.dI = 1 2 L.I2L(t) (15.2-4) Importante notar que a Energia armazenada (sec¸a˜o 1.5-1) em um Indutor, sendo a ex- citac¸a˜o senoidal e´ sempre, perio´dicamente, zero. Por exemplo, caso VL(t) = V. cos(wt), e supondo o indutor inicialmente descarregado IL0(t = 0) = 0, enta˜o: IL(t) = 1 L ∫ VL(t)dt = V. sin(wt) w.L A expressa˜o de poteˆncia resulta: PL(t) = VL(t).IL(t) = V 2. sin(wt). cos(wt) w.L A qual e´ ciclicamente positiva e negativa. Agora, a Energia total sobre um indutor, ao longo do per´ıodo (T = 2piw ) desta seno´ide sera´ sempre, ciclicamente, zero: EL(t) = ∫ T 0 PL(τ) dτ = ∫ T 0 I2. sin(wτ). cos(wτ) w.L dτ = 0 (15.2-5) 15.2.2 Modelos equivalentes 15.2.2-1 Indutor com Carga Inicial Como a integral de definic¸a˜o da corrente sobre um indutor tem como limite inferior −∞, e´ comum separar a mesma em intervalos. Por exemplo, se IL0 e´ a corrente sobre um indutor em um dado instante de tempo t0, enta˜o pode-se escrever: IL(t0) = 1 L ∫ t0 −∞ VL(t)dt = IL0 S´ıntese de Teoria de Circuitos D ra ft 43 Alceu Heinke Frigeri 15.2 Indutor Ideal 15 COMPONENTES PASSIVOS II e neste caso enta˜o: IL(t) = 1 L ∫ t −∞ VL(t)dt = 1 L ∫ t0 −∞ VL(t)dt+ 1 L ∫ t t0 VL(t)dt = IL0 + 1 L ∫ t t0 VL(t)dt O que acaba comportando a seguinte representac¸a˜o equivalente/alternativa para um indutor inicialmente carregado: A L + − VL(t) I ′L(t) IL(t) B IL0 Figura 15.6: Indutor Ideal Carregado Ou seja, pode-se representar um Indutor com carga inicial na˜o nula como um Indutor descarregado em paralelo com uma fonte de corrente representando a carga inicial deste indutor. E a corrente passando por este ’indutor inicialmente descarregado’, ou seja, I ′L(t) = 1 L ∫ t t0 VL(t)dt, representa a variac¸a˜o de corrente sobre o indutor com relac¸a˜o ao instante t0 15.2.2-2 Indutor em um Ponto t0 no tempo Dada a corrente em um indutor em um instante de tempo t0, IL(t0) = 1 L ∫ t0 −∞ VL(t)dt = IL0 , a corrente deste indutor no entorno deste instante de tempo pode ser determinada por: lim �t→0 IL(t = t0 + �t) = IL0 + lim �t→0 1 L ∫ t0+�t t0 VL(t)dt O qual, sendo VL(t) finito, e´ igual a IL0 . Consequ¨entemente, conhecida a corrente em um indutor em um instante de tempo, o mesmo pode ser substitu´ıdo por uma fonte de corrente ideal para todos os efeitos, no entorno deste instante de tempo. Ou gene´ricamente pode-se substituir o mesmo for uma fonte de corrente ideal/controlada de valor VC(t). A C + − VL(t0) IL(t0) B B + − VL(t0) IL(t0) A Figura 15.7: Modelo de Indutor no entorno de um ponto no tempo 15.2.2-3 Indutor em t→∞, com excitac¸a˜o constante Como sera´ visto mais adiante (sec¸o˜es 17.5 e 17.5.1), no caso de circuitos RLC com fontes constantes, todas as tenso˜es e correntes, passado um tempo ’suficientemente longo’, S´ıntese de Teoria de Circuitos D ra ft 44 Alceu Heinke Frigeri 16 ASSOCIAC¸O˜ES L/C sera˜o igualmente constantes (Resposta em Regime Permanente). Particularmente, para um indutor qualquer isso significa que: lim t→∞ IL(t) = limt→∞ 1 L ∫ t −∞ VL(τ)dτ = Cte. do que resulta: lim t→∞VL(t) = 0 caso contra´rio, a corrente no indutor continuaria variando para t → ∞. Ou seja, um indutor, em um circuito com fontes constantes, com t → ∞, pode ser substitu´ıdo por um curto circuito. A L + − VL(t→∞) IL(t→∞) B A IL(t→∞) B + − VL(t→∞) Figura 15.8: Modelo de Indutor em Regime Permanente para Excitac¸a˜o Constante Sec¸a˜o 16. Associac¸o˜es L/C 16.1 Indutores em se´rie Dado N indutores (L1, L2, L3, . . ., LN ), igualmente, inicialmente, descarregados, asso- ciados em se´rie (i.e., com igual corrente I(t)): A I(t) L1 + − VL1(t) L2 + − VL2(t) L3 + − VL3(t) Li + − VLi(t) Ln + − VLn(t) B + − VAB(t) Figura 16.1: Associac¸a˜o se´rie de Indutores Os mesmos podem ser substitu´ıdos por um Indutor equivalente Leq: S´ıntese de Teoria de Circuitos D ra ft 45 Alceu Heinke Frigeri 16.1 Indutores em se´rie 16 ASSOCIAC¸O˜ES L/C A I(t) Leq B + − VAB(t) Figura 16.2: Indutor Equivalente Para que sejam equivalentes (princ´ıpio de equivaleˆncia), tem-se que: Vab(t) ≡ Vab(t) e Iab(t) ≡ Iab(t) em ambos os circuitos. 1. Indutaˆncia Equivalente: Na associac¸a˜o se´rie temos Vab(t) = ∑N i=1 Vi(t) = ∑N i=1 Li. ˙Iab(t) enquanto que para o Indutor equivalente temos Vab(t) = Leq. ˙Iab(t), resultando: Leq = N∑ i=1 Li (16.1-1) 2. Divisor de tensa˜o: A tensa˜o no i-e´simo indutor pode ser calculada como: Vi(t) = Li. ˙Iab(t). Dado ˙Iab(t) como func¸a˜o de Leq ( ˙Iab(t) = Vab(t) Leq ), resulta Vi(t) = Li Leq .Vab(t) (16.1-2) 16.1.1 Cargas Iniciais A raza˜o da restric¸a˜o de Carga Inicial Nula, i.e., Indutores Descarregado, adve´m da necessidade de garantir-se, na˜o so´ que a corrente seja ideˆntica em todos os Indutores, mas igualmente, as tenso˜es em cada um deles seja diretamente proporcional a Indutaˆncia de cada um. Dada a natureza da associac¸a˜o se´rie, naturalmente, uma vez associados em se´rie, a corrente de cada indutor sera´ a mesma. Entretanto, caso a carga inicial de cada indutor for distinta, teremos uma descontinuidade na func¸a˜o corrente, com natural recombinac¸a˜o de cargas (ver sec¸a˜o 16.1.2), mas, apo´s a recombinac¸a˜o inicial, o processo e´ ideˆntico. ATENC¸A˜O: Consequ¨entemente, as expresso˜es de divisor de tensa˜o indutivo somente sa˜o va´lidas para instantes de tempo posteriores a recombinac¸a˜o de cargas! 16.1.2 Recombinac¸a˜o de Cargas Tendo-se um circuito como o da fig. 16.3, no qual Sendo a corrente em cada indutor, L1 e L2, no instante de tempo lim�→0 t0−�, distinta, i.e., IL1 0− 6= IL2 0− , onde lim�→0 IL1(t0−�) = IL1 0− e lim�→0 IL2(t0 − �) = IL2 0− . S´ıntese de Teoria de Circuitos D ra ft 46 Alceu Heinke Frigeri 16.1 Indutores em se´rie 16 ASSOCIAC¸O˜ES L/C A B L1 IL1(t) L2 IL2(t) t0 Figura 16.3: Circuito com Recombinac¸a˜o Indutiva de Carga Com a abertura da chave S1 no instante t0, ter-se-a´, forc¸osamente, uma descontinuidade nas expresso˜es de corrente, ou seja, por exemplo, ∆IL1(t0) = lim �→0 [IL1(t0 + �)− IL1(t0 − �)] 6= 0 , uma vez que a corrente em ambos os indutores, aberta a chave S1, sera´ a mesma, e naturalmente distinta da corrente antes da chave abrir. Assim, apo´s a abertura da chave S1, a corrente em ambos os indutores sera´, instataˆneamente ideˆntica: lim�→0 IL1(t0 + �) = IL1 0+ ≡ lim�→0 IL2(t0 + �) = IL2 0+ ∆ = IL0+ . Sendo os induto- res ideais, surgira´ sobre ambos os indutores um impulso de tensa˜o (u0(t0)) sime´trico, de tal sorte que a variac¸a˜o total da tensa˜o sobre ambos os indutores e´ zero (se o balanc¸o de tensa˜o na˜o fosse nulo, sendo, surgiria sobre o resto do circuito uma correnteimpulsiva, u0(t), que por sua vez implicaria em uma variac¸a˜o de tensa˜o sobre o indutor do tipo u+1(t0). . . . . . ) L1 + − VL1(t0) IL1(t0) L2 + − VL2(t0) IL2(t0) Figura 16.4: Tensa˜o sobre os Indutores no momento de abertura da chave, t0 Das expresso˜es de corrente de cada indutor individualmente tem-se: lim �→0 IL1(t0 + �) = lim �→0 1 L1 ∫ t0−� −∞ VL1(τ)dτ + lim �→0 1 L1 ∫ t0+� t0−� VL1(τ)dτ = IL1 0− + lim �→0 1 L1 ∫ t0+� t0−� VL1(τ)dτ = IL1 0+ e lim �→0 IL2(t0 + �) = lim �→0 1 L2 ∫ t0−� −∞ VL2(τ)dτ + lim �→0 1 L2 ∫ t0+� t0−� VL2(τ)dτ = IL2 0− + lim �→0 1 L2 ∫ t0+� t0−� VL2(τ)dτ = IL2 0+ Como no intervalo de tempo t0−�→ t0+�, as tenso˜es sobre os indutores sera˜o ideˆnticas e sime´tricas, VL1(t) = −VL2(t), assumindo-se, ∆Q = lim�→0 ∫ t0+� t0−� VL1(τ)dτ resulta facilmente que: IL1 0− +lim �→0 1 L1 ∫ t0+� t0−� VL1(τ)dτ = IL1 0− + 1 L1 ·∆Q ≡ IL2 0− +lim �→0 1 L2 ∫ t0+� t0−� VL2(τ)dτ = IL2 0− − 1 L2 ·∆Q ∆Q = L1 · IL0+ − L1 · IL10− = −L2 · IL0+ + L2 · IL20− assim IL0+ = IL10− · L1 L1 + L2 + IL2 0− · L2 L1 + L2 S´ıntese de Teoria de Circuitos D ra ft 47 Alceu Heinke Frigeri 16.2 Indutores em paralelo 16 ASSOCIAC¸O˜ES L/C e ∆Q = (IL2 0− − IL1 0− ) · L2.L1 L1 + L2 Alternativamente, observe-se que, naturalmente, da conclusa˜o inicial de que VL1(t) = −VL2(t) no intervalo de tempo t0 − �→ t0 + �, enta˜o, efetivamente, os dois indutores esta˜o virtualmente em paralelo neste intervalo de tempo. Sendo ambos os indutores ideais (sem resiteˆncia se´rie associada), pode-se calcular a variac¸a˜o de corrente sobre ambos via expressa˜o de divisor de corrente indutivo em “Regime Permanente” (N.B. apesar que, obviamente, na˜o ter-se t → ∞, a extrita situac¸a˜o e´ de “Regime” no sentido de estabilizac¸a˜o). Ou seja, utilizando-se o modelo de Indutor para Regime Permanente dado por 15.2.2, conforme a fig:16.5 L1 + − VL1(t0) IL1(t0) L2 + − VL2(t0) IL2(t0) Figura 16.5: Modelo equivalente de Indutores para recombinac¸a˜o de cargas A expressa˜o de variac¸a˜o de corrente em cada indutor, pode assim ser facilmente calculada como: ∆IL1 |t0+t0− = (IL20− − IL10− ) · L2 L1 + L2 ou seja IL1 0+ = IL1 0− + (IL2 0− − IL1 0− ) · L2 L1 + L2 = IL1 0− · L1 L1 + L2 + IL2 0− · L2 L1 + L2 e ∆IL2 |t0+t0− = (IL10− − IL20− ) · L1 L1 + L2 ou seja IL2 0+ = IL2 0− + (IL1 0− − IL2 0− ) · L1 L1 + L2 = IL1 0− · L1 L1 + L2 + IL2 0− · L2 L1 + L2 Por fim, observe-se que, naturalmente: ∆IL1 |t0+t0− = ∆Q L1 e ∆IL2 |t0+t0− = −∆Q L2 16.2 Indutores em paralelo Dado N Indutores, representados pelas suas ’condutaˆncias’ (Y †L1 , Y † L2 , Y †L3 , . . ., Y † LN , sendo Y †Li = 1 Li ), igualmente, inicialmente, descarregados, associadas em paralelo (i.e., sob igual tensa˜o V (t)): S´ıntese de Teoria de Circuitos D ra ft 48 Alceu Heinke Frigeri 16.2 Indutores em paralelo 16 ASSOCIAC¸O˜ES L/C A I(t) B Y †L1 : 1 L1 IL1(t) Y †L2 : 1 L2 IL2(t) Y †L3 : 1 L3 IL3(t) Y †Li : 1 Li ILi(t) Y †Ln : 1 Ln ILn(t) + − VAB(t) Figura 16.6: Associac¸a˜o Paralela de Indutaˆncias As mesmas podem ser substitu´ıdos por uma Indutaˆncia equivalente Y †Leq : A I(t) Y †Leq : 1 Leq B + − VAB(t) Figura 16.7: Indutaˆncia Equivalente Para que sejam equivalentes (princ´ıpio de equivaleˆncia), tem-se que: Vab(t) ≡ Vab(t) e Iab(t) ≡ Iab(t) em ambos os circuitos. 1. Indutaˆncia Equivalente: Na associac¸a˜o paralelo temos Iab(t) = ∑N i=1 Ii(t) = ∑N i=1 Y † Li . ∫ t −∞ Vab(t)dt enquanto que para a Condutaˆncia equivalente temos Iab(t) = Y † Leq . ∫ t −∞ Vab(t)dt, resultando: Y †Leq = N∑ i=1 Y †Li (16.2-1) 2. Divisor de corrente: A corrente na i-e´sima condutaˆncia pode ser calculada como: Ii(t) = Y † Li . ∫ t −∞ Vab(t)dt. Dado ∫ t −∞ Vab(t)dt como func¸a˜o de Y † Leq ( ∫ t −∞ Vab(t)dt = Iab(t) Y †eq ), resulta Ii(t) = Y †Li Y †Leq .Iab(t) (16.2-2) 16.2.1 Cargas Iniciais A raza˜o da restric¸a˜o de Carga Inicial Nula, i.e., Indutores Descarregado, adve´m da neces- sidade de garantir-se que o histo´rico de integrac¸a˜o da tensa˜o ∫ t −∞ Vab(t)dt em cada indutor seja identica. Entretanto, no caso de Indutores associados em paralelo, existe uma abor- dagem simples, por sobreposic¸a˜o. Neste caso, modela-se cada indutor como um indutor descarregado em paralelo com uma fonte de corrente (tal qual na fig. 15.6), de resto to- das as expresso˜es sa˜o ideˆnticas, tratando as ’fontes em paralelo’ como ’fontes adicionais’. ATENC¸A˜O: Consequ¨entemente, as expresso˜es de divisor de corrente indutivo representam apenas a ’variac¸a˜o de carga/corrente’ no periodo considerado, sendo a corrente total de S´ıntese de Teoria de Circuitos D ra ft 49 Alceu Heinke Frigeri 16.3 Capacitores em se´rie 16 ASSOCIAC¸O˜ES L/C um indutor dada pela corrente que esta passando no ’indutor descarregado’ mais a carga inicial!!! 16.3 Capacitores em se´rie Dado N capacitores, representados por suas ’impedaˆncias’ (Z†C1 , Z † C2 , Z†C3 , . . ., Z † CN , sendo Z†Ci = 1 Ci ), igualmente, inicialmente, descarregados, associados em se´rie (i.e., com igual corrente I(t)): A I(t) Z†C1 : 1 C1 + − VC1(t) Z†C2 : 1 C2 + − VC2(t) Z†C3 : 1 C3 + − VC3(t) Z†Ci : 1 Ci + − VCi(t) Z†Cn : 1 Cn + − VCn(t) B + − VAB(t) Figura 16.8: Associac¸a˜o se´rie de capacitores Os mesmos podem ser substitu´ıdos por um Capacitor equivalente Z†Ceq : A I(t) Z†Ceq : 1 Ceq B + − VAB(t) Figura 16.9: Capacitor Equivalente Para que sejam equivalentes (princ´ıpio de equivaleˆncia), tem-se que: Vab(t) ≡ Vab(t) e Iab(t) ≡ Iab(t) em ambos os circuitos. 1. Capacitaˆncia Equivalente: Na associac¸a˜o se´rie temos Vab(t) = ∑N i=1 Vi(t) = ∑N i=1 Z † Ci . ∫ t −∞ Iab(t)dt enquanto que para o Indutor equivalente temos Vab(t) = Z † Ceq . ∫ t −∞ Iab(t)dt, resultando: Z†Ceq = N∑ i=1 Z†Ci (16.3-1) 2. Divisor de tensa˜o: A tensa˜o no i-e´simo capacitor pode ser calculada como: Vi(t) = Z † Ci . ∫ t −∞ Iab(t)dt. Dado ∫ t −∞ Iab(t)dt como func¸a˜o de Z † Ceq ( ∫ t −∞ Iab(t)dt = Vab(t) Z†Ceq ), resulta Vi(t) = Z†Ci Z†Ceq .Vab(t) (16.3-2) S´ıntese de Teoria de Circuitos D ra ft 50 Alceu Heinke Frigeri 16.4 Capacitores em paralelo 16 ASSOCIAC¸O˜ES L/C 16.3.1 Cargas Iniciais A raza˜o da restric¸a˜o de Carga Inicial Nula, i.e., Capacitores Descarregados, adve´m da necessidade de garantir-se que o histo´rico de integrac¸a˜o da corrente ∫ t −∞ Iab(t)dt em cada capacitor seja ideˆntica. Entretanto, no caso de Capacitores associados em se´rie, existe uma abordagem simples, por sobreposic¸a˜o. Neste caso, modela-se cada capacitor como um capacitor descarregado em se´rie com uma fonte de tensa˜o (tal qual na fig. ??), de resto todas as expresso˜es sa˜o ideˆnticas, tratando as ’fontes em se´rie’ como ’fontes adicionais’. ATENC¸A˜O: Consequ¨entemente, as expresso˜es de divisor de tensa˜o capacitivo representam apenas a ’variac¸a˜o de carga/tensa˜o’ no periodo considerado, sendo a tensa˜o total de um capacitor dada pela tensa˜o que esta passando no ’capacitor descarregado’ mais a carga inicial!!! 16.4 Capacitores em paralelo Dado N capacitores, representados pelas suas ’condutaˆncias’ (Y †C1 , Y † C2 , Y †C3 , . . ., Y † CN , sendo Y †Ci = Ci ), igualmente, inicialmente, descarregados, associadas em paralelo (i.e., sob igual tensa˜o V (t)): A I(t) B C1 IC1(t) C2 IC2(t) C3 IC3(t) Ci ICi(t)Cn ICn(t) + − VAB(t) Figura 16.10: Associac¸a˜o Paralela de Capacitaˆncias As mesmas podem ser substitu´ıdos por uma Capacitaˆncia equivalente Y †Ceq : A I(t) Y †Ceq : Ceq B + − VAB(t) Figura 16.11: Capacitaˆncia Equivalente Para que sejam equivalentes (princ´ıpio de equivaleˆncia), tem-se que: Vab(t) ≡ Vab(t) e Iab(t) ≡ Iab(t) em ambos os circuitos. 1. Capacitaˆncia Equivalente: Na associac¸a˜o paralelo temos Iab(t) = ∑N i=1 Ii(t) = ∑N i=1 Y † Ci . ˙Vab(t) enquanto que para a Condutaˆncia equivalente temos Iab(t) = Y † Ceq . ˙Vab(t), resultando: S´ıntese de Teoria de Circuitos D ra ft 51 Alceu Heinke Frigeri 16.4 Capacitores em paralelo 16 ASSOCIAC¸O˜ES L/C Y †Ceq = N∑ i=1 Y †Ci (16.4-1) 2. Divisor de corrente: A corrente na i-e´sima condutaˆncia pode ser calculada como: Ii(t) = Y † Ci . ˙Vab(t). Dado ˙Vab(t) como func¸a˜o de Y † Ceq ( ˙Vab(t) = Iab(t) Y †eq ), resulta Ii(t) = Y †Ci Y †Ceq .Iab(t) (16.4-2) 16.4.1 Cargas Iniciais A raza˜o da restric¸a˜o de Carga Inicial Nula, i.e., Capacitores Descarregados, adve´m da necessidade de garantir-se, na˜o so´ que a tensa˜o seja ideˆntica em todos os Capacitores, mas igualmente, as correntes em cada um deles seja diretamente proporcional a capacitaˆncia de cada um. Dada a natureza da associac¸a˜o paralelo, naturalmente, uma vez associados, a tensa˜o de cada capacitor sera´ a mesma. Entretanto, caso a carga inicial de cada capacitor for distinta, teremos uma descontinuidade na func¸a˜o tensa˜o, com natural recombinac¸a˜o de cargas (ver sec¸a˜o 16.4.2), mas, apo´s a recombinac¸a˜o inicial, o processo e´ ideˆntico. ATENC¸A˜O: Consequ¨entemente, as expresso˜es de divisor de corrente capacitivo somente sa˜o va´lidas para instantes de tempo posteriores a recombinac¸a˜o de cargas! 16.4.2 Recombinac¸a˜o de Cargas Tendo-se um circuito como o da fig. 16.12, no qual Sendo a tensa˜o em cada capacitor, C1 e C2, no instante de tempo lim�→0 t0− �, distinta, i.e., VC1 0− 6= VC2 0− , onde lim�→0 VC1(t0− �) = VC1 0− e lim�→0 VC2(t0 − �) = VC2 0− . A B C1 + − VC1(t) C2 + − VC2(t) t0 Figura 16.12: Circuito com Recombinac¸a˜o Capacitiva de Carga Se fechada a chave S1 no instante t0, ter-se-a´, forc¸osamente, uma descontinuidade nas expresso˜es de tensa˜o, ou seja, por exemplo, ∆VC1(t0) = lim �→0 [VC1(t0 + �)− VC1(t0 − �)] 6= 0 uma vez que a tensa˜o em ambos os capacitores, fechada a chave S1, sera´ a mesma, e natu- ralmente distinta da tensa˜o antes da mesma fechar . Assim, apo´s o fechamento da chave S1, a tensa˜o em ambos os capacitores sera´, ins- tataˆneamente ideˆntica: lim�→0 VC1(t0 + �) = VC1 0+ ≡ lim�→0 VC2(t0 + �) = VC2 0+ ∆ = VC0+ . Sendo os capacitores ideais, surgira´ sobre ambos os capacitores um impulso de correNte (u0(t0)) sime´trico, de tal sorte que a variac¸a˜o total da corrente sobre ambos os capacitores e´ zero (se o balanc¸o de corrente na˜o fosse nulo, surgiria sobre o resto do circuito uma tensa˜o S´ıntese de Teoria de Circuitos D ra ft 52 Alceu Heinke Frigeri 16.4 Capacitores em paralelo 16 ASSOCIAC¸O˜ES L/C impulsiva, u0(t), que por sua vez implicaria em uma variac¸a˜o de corrente sobre o capacitor do tipo u+1(t0). . . . . . ) C1 + − VC1(t0) IC1(t0) C2 + − VC2(t0) IC2(t0) Figura 16.13: Corrente sobre os Capacitores no momento de fechamento da chave, t0 Das expresso˜es de tensa˜o de cada capacitor individualmente tem-se: lim �→0 VC1(t0 + �) = lim �→0 1 C1 ∫ t0−� −∞ IC1(τ)dτ + lim �→0 1 C1 ∫ t0+� t0−� IC1(τ)dτ = VC1 0− + lim �→0 1 C1 ∫ t0+� t0−� IC1(τ)dτ = VC1 0+ e lim �→0 VC2(t0 + �) = lim �→0 1 C2 ∫ t0−� −∞ IC2(τ)dτ + lim �→0 1 C2 ∫ t0+� t0−� IC2(τ)dτ = VC2 0− + lim �→0 1 C2 ∫ t0+� t0−� IC2(τ)dτ = VC2 0+ Como no intervalo de tempo t0 − � → t0 + �, as correntes sobre os capacitores sera˜o ideˆnticas e sime´tricas, IC1(t) = −IC2(t), assumindo-se, ∆Q = lim�→0 ∫ t0+� t0−� IC1(τ)dτ resulta facilmente que: VC1 0− +lim �→0 1 L1 ∫ t0+� t0−� IC1(τ)dτ = VC1 0− + 1 C1 ·∆Q ≡ VC2 0− +lim �→0 1 C2 ∫ t0+� t0−� IC2(τ)dτ = VC2 0− − 1 C2 ·∆Q ∆Q = C1 · VC0+ − C1 · VC10− = −C2 · VC0+ + C2 · VC20− assim VC0+ = VC10− · C1 C1 + C2 + VC2 0− · C2 C1 + C2 e ∆Q = (VC2 0− − VC1 0− ) · C2.C1 C1 + C2 Alternativamente, observe-se que, naturalmente, da conclusa˜o inicial de que IC1(t) = −IC2(t) no intervalo de tempo t0− �→ t0 + �, enta˜o, efetivamente, os dois capacitores esta˜o virtualmente em se´rie neste intervalo de tempo. Sendo ambos os capacitores ideais (sem resisteˆncia se´rie associada), pode-se calcular a variac¸a˜o de tensa˜o sobre ambos via expressa˜o de divisor de tensa˜o capacitivo em “Regime Permanente” (N.B. apesar que, obviamente, na˜o ter-se t → ∞, a extrita situac¸a˜o e´ de “Regime” no sentido de estabilizac¸a˜o). Ou seja, utilizando-se o modelo de capacitor para Regime Permanente dado por 15.2.2, conforme a fig:16.14 C1 + − VC1(t0) IC1(t0) C2 + − VC2(t0) IC2(t0) Figura 16.14: Modelo equivalente de Capacitores para recombinac¸a˜o de cargas S´ıntese de Teoria de Circuitos D ra ft 53 Alceu Heinke Frigeri 16.5 Similitude de expresso˜es 16 ASSOCIAC¸O˜ES L/C A expressa˜o de variac¸a˜o de tensa˜o em cada capacitor, pode assim ser facilmente calculada como: ∆VC1 |t0+t0− = (VC20− − VC10− ) · C2 C1 + C2 ou seja VC1 0+ = VC1 0− + (VC2 0− − VC1 0− ) · C2 C1 + C2 = VC1 0− · C1 C1 + C2 + VC2 0− · C2 C1 + C2 e ∆VC2 |t0+t0− = (VC10− − VC20− ) · C1 C1 + C2 ou seja VC2 0+ = VC2 0− + (VC1 0− − VC2 0− ) · C1 C1 + C2 = VC1 0− · C1 C1 + C2 + VC2 0− · C2 C1 + C2 Por fim, observe-se que, naturalmente: ∆VC1 |t0+t0− = ∆Q C1 e ∆VC2 |t0+t0− = −∆Q C2 16.5 Similitude de expresso˜es Ao comparar-se as expresso˜es para associac¸a˜o se´rie de Resistores (8.1-1), Indutores (16.1-1) e Capacitores (16.3-1), e seus pares Divisor de Tensa˜o Resistivo (8.1-2), Indutivo (16.1-2) e Capacitivo (16.3-2), viz-a`-viz, as expresso˜es para associac¸a˜o paralelo de Resistores (8.2-1), Indutores (16.2-1) e Capacitores (16.4-1), e seus pares Divisor de Corrente Resistivo (8.2-2), Indutivo (16.2-2) e Capacitivo (16.4-2), fica claro a similitude destas expresso˜es, que resultam do formato alge´brico das relac¸o˜es tensa˜o/corrente de cada componente: V (t) = [Z] · f(I(t)) VR(t) = [R] · IR(t) VC(t) = [ 1 C ] · ∫ t −∞ IC(t)dt VL(t) = [L] · dIL(t)dt e, similarmente I(t) = [Y ] · f(V (t)) IR(t) = [ 1 R ] · VR(t) IC(t) = [C] · dVC(t)dt IL(t) = [ 1 L ] · ∫ t −∞ VL(t)dt Ou seja, as expresso˜es de associac¸a˜o de Resistores e Indutores (incluindo na˜o apenas associac¸a˜o se´rie/paralelo, divisores de tensa˜o/corrente, mas conversa˜o Y −∆ (11.2 e ∆− Y 11.3), e o teorema de Rosen (11.1-1), e demais) sa˜o extritamente ideˆnticas. Alia´s, a u´nica diferenc¸a resulta que, com ’circuitos capacitivos’, utiliza-se 1C nas expresso˜es, onde com Indutores/Resistores, utiliza-se diretamente L e R. S´ıntese de Teoria de Circuitos D ra ft 54 Alceu Heinke Frigeri 17 ANA´LISE DE CIRCUITOS RLC Sec¸a˜o 17. Ana´lise de Circuitos RLC 17.1 Introduc¸a˜o As leis de Kirchoff (sec¸a˜o 2) sa˜o aplica´veis independente da natureza dos componentes envolvidos. Em particular, no caso de circuitos RLC (i.e. circuitos compostos por fon- tes (dependentes e independentes), resistores (R), indutores (L) e capacitores (C)), dada a depeˆndencia temporal entre as relac¸o˜es Tensa˜o x Corrente em indutores (sec¸a˜o 15.2) e capacitores (sec¸a˜o 15.1), o levantamento do sistema de equac¸o˜es de um circuito (sec¸a˜o 5) conduz
Compartilhar