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Horário Gratuito de Propaganda Eleitoral e a Formação da Opinião Pública Borba; Aldé

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(BORBA, Felipe; ALDÉ, Alessandra) Horário Gratuito de Propaganda Eleitoral e a Formação da Opinião Pública 
Em meio a diversas pesquisas realizadas pelo Instituto Datafolha, uma delas pergunta ao eleitor se ele já assistiu, ao menos uma vez, ao Horário Gratuito de Propaganda Eleitoral (HGPE). A resposta encontrada foi o aumento da audiência à medida que a Campanha avança, de forma que ela é maior no segundo turno que no primeiro. 
Com a finalidade de analisar o perfil, o nível de conhecimento dos candidatos e os efeitos da audiência, Borba e Aldé constataram que o retrato de quem assistiu ao menos uma vez ao horário eleitoral é bem definido. É composto, majoritariamente, por pessoas com alta escolaridade, interesse e predisposição política, além de elevado poder de compra e posição favorável ao voto obrigatório.
Transformações significativas em relação ao HGPE ocorreram com o passar dos anos, como a diminuição considerável no tempo de veiculação na TV. Mudanças de natureza tecnológica, a exemplo da não veiculação em TV por assinatura e da popularização da internet, fazem entrar em pauta o questionamento à importância do HGPE para as eleições. Isso porque a maneira pela qual o eleitor adquire informações atualmente é bem mais amplo, se comparado à primeira eleição em 1989. 
Dessa maneira, torna-se necessário considerar outra forma para obter a atenção do eleitor para o horário político. Uma das alternativas apresentada pelos autores é veicular spots de propaganda eleitoral entre os programas da televisão aberta. Tal medida, na proposta de Borba e Aldé, não deve substituir o formato atual do HGPE – mas sim ser realizada em adição a ele.
Ao observar democracias mais consolidadas, as propagandas eleitorais têm impacto considerável para o conhecimento do cidadão a respeito do candidato, das propostas e dos temas. Isso aumenta o nível de confiança na decisão. Assim, coloca-se em pauta a limitação causada pela diminuição do HGPE: enquanto as classes com maior acesso à informação, normalmente as mais ricas, conseguem obter dados pelas mídias alternativas, as grandes massas sofrem limitações por não possuírem esse tipo de acesso.

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