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processo penal 2

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Semana 1
1) Na tentativa de identificar a autoria de vários arrombamentos em residências agrupadas em região de veraneio, a polícia detém um suspeito, que perambulava pelas redondezas. Após alguns solavancos e tortura físicopsicológica, o suspeito, de apelido Alfredino, acabou por admitir a autoria de alguns dos crimes, inclusive de um roubo praticado mediante sevícia consubstanciada em beliscões e cusparadas na cara da pessoa moradora. Além de admitir a autoria, Alfredinho delatou um comparsa, alcunhado Chumbinho, que foi logo localizado e indiciado no inquérito policial instaurado. A vítima do roubo, na delegacia, reconheceu os meliantes, notadamente Chumbinho como aquele que mais a agrediu, apesar de ter ele mudado o corte de cabelo e raspado um ralo cavanhaque. Deflagrada a ação penal, o advogado dos imputados impetrou habeas corpus, com o propósito de trancar a persecução criminal, ao argumento de ilicitude da prova de autoria. Solucione a questão, fundamentadamente, com referência necessária aos princípios constitucionais pertinentes.
Resposta: A forma expressa do art. 5ª, LVI, da CF/88 e do art. 157 do CPP, que proíbem a utilização das provas ilícitas no processo, não devem ser interpretadas de forma rígida, pois só na situação e no caso concreto é que se delimitará a importância dos bens jurídicos envolvidos, sopesando-os, para que desta forma, se possa chegar ao fim almejado mediante a mais clara e cristalina justiça.
Segundo o Princípio da Proporcionalidade, as provas ilegítimas quando forem usadas em benefício do réu, será perfeitamente possível a sua aceitação no processo. Nesse sentido, elas devem ser aceitas quando o bem jurídico alcançado for maior que o direito violado. Esta teoria visa atribuir valor às provas, sendo que na medida em que se garante um direito, muitas vezes é preciso restringir outro. Este princípio permite uma ponderação entre direitos e bens violados e assegurados, pois, mediante ele, é que se pode obter um direito verdadeiramente justo.
Semana 2
O Padre José Roberto ouviu, em confissão, Maria admitir que mantém por conta própria estabelecimento onde ocorre exploração sexual, com intuito de lucro. No local, admitiu Maria ao Vigário que garotas de programa atendem clientes para satisfazer seus diversos desejos sexuais mediante o pagamento de entrada no valor de R$100,00 no estabelecimento, e o valor de R$500,00 para a atendente. Maria, efetivamente, responde a processo crime onde lhe foi imputada a conduta descrita no art. 229 do CP. O Ministério Público arrolou o Padre José Roberto como testemunha da acusação e pretende ouvi-lo na AIJ, já que trata-se de testemunha com alto grau de idoneidade. Pergunta-se:
1) Pode o magistrado obrigar o Padre a depor em juízo, sob pena de cometer o crime do art. 342 do CP?
Resposta: Não. O segredo sacramental da confissão é inviolável, mesmo que a pessoa revele um crime. A relação entre padre e fiel segue as determinações morais e éticas do sigilo profissional. Segundo a inteligência do art. 207 do Código de Processo Penal, são proibidas de depor as pessoas que em razão de ministério devam guardar segredo.

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