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Resumo de Direito Processual Penal OAB

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Licensed to Briso Souza Ferreira - Email: brisogsouza@gmail.com
Princípios Constitucionais
Os princípios constituem regras basilares de um sistema. Por isso, a 
Constituição Federal estabeleceu, principalmente no art. 5º, mas não 
apenas nele), vários princípios relativos ao processo penal. 
Outros tantos são subtraídos de textos como a Convenção Americana 
de Direitos Humanos. Portanto, isso não quer dizer que os princípios 
estejam apenas positivados no corpo do texto constitucional.
A seguir trataremos dos princípios essenciais ao direito processual 
penal, vejamos:
1. Princípio do devido processo legal (art. 5°, LIV, CF)
“Ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido 
processo legal”. Constitui, basicamente, a garantia de que o conteúdo da 
jurisdicionalidade é a legalidade, obediência ao que está previamente 
estabelecido em lei. É uma garantia na medida em que protege o particular 
contra qualquer atividade Estatal que, sendo arbitrária, desproporcional 
ou não razoável, constitua violação a qualquer direito fundamental.
2. Princípios do Contraditório e da Ampla Defesa (art. 5°, LV, CF)
Contraditório (audiência bilateral) = significa que cada ato praticado 
durante o processo seja resultante da participação ativa das partes. 
Relevante é que o juiz, antes de proferir a decisão, ouça as partes, 
dando-lhes igual oportunidade para que se manifestem. Comunicação 
obrigatória (as partes devem ser comunicadas do que acontece no 
processo) + reação possível (se a parte quiser se manifestar);
Licensed to Briso Souza Ferreira - Email: brisogsouza@gmail.com
Ampla defesa = É o direito das partes de oferecer argumentos em seu 
favor e de demonstrá-los, nos limites em que isso seja possível. A defesa 
pode ser exercida por meio de defesa técnica e também de auto defesa. 
Defesa técnica: indisponível e irrenunciável. Autodefesa (direito de 
audiência, de presença e de postulação): disponível. A lei 11.900/09 criou 
o interrogatório por videoconferência.
3. Princípio da presunção de inocência (art. 5°, LVII, CF)
Este é mesmo um princípio em voga nos dias de hoje, mas vamos 
compreendê-lo para fins do processo penal. O texto constitucional 
determina que ninguém será considerado culpado até que haja o trânsito 
em julgado de sentença penal condenatório, o que quer dizer que a prisão 
cautelar passou a ser uma medida de exceção, devendo ser utilizada 
apenas se cumpridos os requisitos para sua imposição. Ademais, apenas há 
que se falar de condenação se houver pela convicção de culpa, pois há a 
presunção de inocência do réu, bastando para sua absolvição que haja 
dúvida – princípio do favor rei.
Consequências:
a) A prisão processual é excepcional;
b) Uso de algemas é excepcional (Súmula Vinculante STF n. 11) ;
c) Processos e inquéritos em andamento não configuram maus 
antecedentes.
4. Princípio acusatório
Partes com papeis de defesa e acusação bem contornados, juiz imparcial e 
até mesmo inerte. O anverso do sistema inquisitivo no qual um só órgão 
acumula as funções de acusar e julgar.
5. Princípio da verdade real
 Toda a atividade processual, em especial a produção de provas, deve 
conduzir ao descobrimento dos fatos conforme se passarem na realidade. 
O conjunto instrutório deve refletir, no maior grau de fidelidade possível, 
os acontecimentos pertinentes ao fato investigado.
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6. Princípios da igualdade das partes ou da paridade processual 
 A igualdade processual é um desdobramento do princípio da isonomia 
ou da igualdade (art. 5º, caput, CF). No processo penal, às partes devem 
ser asseguradas as mesmas oportunidades de alegação e de prova, 
cabendo-lhes iguais direitos, ônus, obrigações e faculdades.
7. Princípio da Publicidade (art. 5º, LX, da CF)
 Os atos processuais devem ser públicos, constituindo-se uma garantia 
inseparável do conceito de democracia, na medida em que se exigem 
transparência nos assuntos públicos. Publicidade mediata: resultante da 
divulgação de tais atos pelos meios de comunicação;
Publicidade imediata: as partes estão presentes e têm contato direto com 
os atos processuais.
8. Princípio da persuasão racional ou do livre convencimento motivado 
(art. 155, CPP)
 O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida 
em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão 
exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, 
ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.
9. Princípio da motivação dos atos judiciais (art. 93, IX, CPP; art. 381, III, 
CPP)
 Se por uma lado o juiz é livre para formar seu convencimento acerca 
da prova, é imperativo que exponha, motivando as decisões que proferir, 
os elementos de prova que fundamentam suas decisões e as razões pelas 
quais esses elementos serão considerados determinantes. A motivação 
inclui ainda, a fundamentação legal da decisão.
10. Princípio da economia processual (art. 563, CPP)
 Nenhum ato será declarado nulo, se da nulidade não resultar prejuízo 
para a acusação ou para a defesa. 
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Esse princípio consubstancia-se no aproveitamento dos atos judiciais 
praticados, ainda que tenham sido conduzidos de maneira diversa daquela 
prescrita em lei. O princípio tem por finalidade evitar a repetição 
desnecessária de atos processuais.
11. Princípio do duplo grau de jurisdição
 Princípio segundo o qual as decisões podem ser revistas por órgãos 
jurisdicionais de grau superior, por meio da interposição de recursos. 
Abrange tanto as questões de fato quanto de direito, alcançando as 
sentenças e decisões interlocutórias.
12. Princípio da boa-fé processual
 Princípio geral do direito, decorre do “princípio do devido processo 
legal”, indo em busca de um processo justo.
13. Princípio da identidade física do Juiz
 Inserido pela lei nº 11.719/2008 no processo penal. Estabelece que o 
magistrado que presidir a instrução obrigatoriamente prolatará a 
sentença. Esse princípio deve ser estendido em todos os tipos de 
procedimentos, inclusive nos especiais, não se restringindo ao 
procedimento comum ordinário.
14. Princípio do Juiz Natural – art. 5º, inc. LIII, da CF 
Muitos consideram que esse princípio é um pressuposto à existência do 
juiz, e não um mero atributo. O princípio está explicitado no texto 
constitucional e estabelece que o autor da infração apenas poderá ser 
processado e julgado perante o órgão jurisdicional competente, o quer 
dizer que o autor tem direito de saber anteriormente quem será a 
autoridade que irá processá-lo e qual o juiz ou tribunal julgá-lo. A partir 
dessa premissa, o art. 5º, inc. XXXVII da CF estabelece que não haverá 
tribunal e nem juízo de exceção. 
Obs.: O STF, no mesmo embasamento, também tem considerado em suas 
decisões, o princípio do promotor natural.
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15. Princípio da Duração Razoável do Processo - art. 5º, inc. LXXVIII, da CF 
Cabe ao Estado garantir que o processo seja realizado em prazo razoável, 
ou seja, que a finalidade do processo seja atingida sem causar 
constrangimentos desnecessários.
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QUESTÃO 1
Matheus foi denunciado pela prática dos crimes de tráfico de drogas (Art. 33, 
caput, da Lei nº 11.343/2006) e associação para o tráfico (Art. 35, caput, da Lei 
nº 11.343/2006), em concurso material. Quando da realização da audiência de 
instrução e julgamento, o advogado de defesa pleiteou que o réu fosse 
interrogado após a oitiva das testemunhas de acusação e de defesa, como 
determina o Código de Processo Penal (Art. 400 do CPP, com redação dada pela 
Lei nº 11.719/2008), o que seria mais benéfico à defesa. O juiz singular indeferiu 
a inversão do interrogatório, sob a alegação de que a norma aplicável à espécie 
seria a Lei nº 11.343/2006,a qual prevê, em seu Art. 57, que o réu deverá ser 
ouvido no início da instrução. Nesse caso,
A) o juiz não agiu corretamente, pois o interrogatório do acusado, de acordo 
com o Código de Processo Penal, é o último ato a ser realizado.
B) o juiz agiu corretamente, eis que o interrogatório, em razão do princípio da 
especialidade, deve ser o primeiro ato da instrução nas ações penais instauradas 
para a persecução dos crimes previstos na Lei de Drogas.
C) o juiz não agiu corretamente, pois é cabível a inversão do interrogatório, 
devendo ser automaticamente reconhecida a nulidade em razão da adoção de 
procedimento incorreto.
D) o juiz agiu corretamente, já que, independentemente do procedimento 
adotado, não há uma ordem a ser seguida em relação ao momento da 
realização do interrogatório do acusado.
Comentário: O princípio da especialidade revela que a norma especial afasta a 
incidência da norma geral. Lex specialis derogat legi generali. A norma se diz 
especial quando contiver os elementos de outra (geral) e acrescentar 
pormenores. Alternativa correta: B
 
 
 
Questões Comentadas
dos Últimos Exames
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Aplicação da Lei Penal
É princípio geral do direito que as normas jurídicas limitam-se no 
tempo e no espaço, isto é, aplicam-se em um determinado território e em 
um determinado lapso de tempo. 
Aplicação analógica: processo de integração da norma jurídica escrita 
por meio do qual diante do silêncio d lei sobre determinada situação, se 
utiliza outro preceito legal que rege situação semelhante. Utiliza-se como 
suplemento os princípios gerais do direito (admissibilidade das provas 
ilícitas pro reo, impossibilidade de coagir o réu a produzir prova contra si 
mesmo).
Tem aplicação diferente da lei penal no tempo. A Lei Penal não 
retroage, salvo para beneficiar o réu. Para a lei processual vale o princípio 
do efeito imediato (tempus regit actum). A nova lei processual será 
aplicada a todos os processos em curso, não importando se beneficia ou 
não o réu. Ademais, os atos processuais já praticados permanecerão 
válidos. (art. 2° CPP). Segundo o art. 3° do CPP a lei processual admite 
analogia; interpretação extensiva; aplicação dos princípios gerais do 
direito.
Prazo Penal Prazo Processo Penal
Conta o dia do começo Começa a contar no próximo dia útil (a partir
da intimação ou citação, e não da juntada do 
mandado)
Improrrogável É prorrogável para o próximo dia útil
Contagem de Prazo
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Inquérito Policial
A pretensão punitiva surge para o Estado no momento em que a 
infração penal é cometida, cabendo a este aplicar ao autor a sanção penal 
estabelecida pela legislação no caso concreto. 
Entretanto, o Estado não pode aplicar a sanção imediatamente, 
devendo respeitar uma cadeia de atos para averiguação dos fatos, 
respeitando a indisponibilidade do direito de liberdade uma vez que a 
Constituição Federal preconiza em seu art. 5º, inc. LIV que ninguém deve ser 
privado de sua liberdade ou mesmo de seus bens, sem que haja devido 
processo legal (nulla poena sine judicio – não há ação penal sem processo).
Todo esse processo é denominado persecução penal que é composta da 
investigação criminal e da ação penal. 
A investigação criminal precede a ação penal colhendo informações 
para a propositura da ação penal que está condicionada à existência de justa 
causa e indícios de autoria e materialidade. 
O Título II é um dos títulos mais recorrentes em provas. Trata do art. 4º 
ao 23 do inquérito policial. 
Conceito: Não é processo judicial, nem administrativo. É procedimento 
administrativo de cunho investigatório, presidido pela autoridade policial 
(delegado da polícia civil ou federal), destinado a produzir prova idônea e 
embasar a opinio delicti do titular da ação penal. O inquérito policial consiste 
em todas as diligências necessárias para o descobrimento do fato criminoso, 
de suas circunstâncias e dos seus autores e cúmplices. É presidido pela 
autoridade policial. Destinado ao titular da ação penal: MP, nos casos de ação 
penal pública; ou o titular do direito de queixa, nos casos de ação privada 
(ofendido, rep. legal, curador especial, parente).
Obs.: São afastadas do inquérito a apuração de infrações de menor potencial ofensivo – Lei n. 
9.099/95. Lavra-se o termo circunstanciado.
 Exceções: 1Há contravenções e crimes cuja pena máxima não exceda 2 anos que só podem ser 
investigados por inquérito policiais: crimes da Lei Maria da Penha – art. 41.
2Art. 291/CTB: será feita por inquérito policial.
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Características:
a) Escrito (art. 9° CPP); é possível produzir prova oral, mas esta deverá ser 
reduzida a termo (escrita), por determinação legal. É uma peça 
informativa.
b) Oficioso (art. 4º, CPP) – iniciado de ofício pela autoridade policial (nas 
ações penais públicas incondicionadas). Não se aplica às ações públicas 
condicionadas, nem às ações penais privadas. A ação penal pública 
condicionada carece de representação, e ação penal privada, de 
requerimento do ofendido;
Obs.: Os delegados são proibidos de realizar as investigações em que figuram como suspeito 
magistrado ou membro do MP, que são reguladas por leis orgânicas (LOMAN e LONMP).
c) Indisponível (art. 17, CPP) – só será arquivado com autorização judicial, 
depois de manifestação do MP; mas ele poderá se recusar a abrir o 
inquérito, só não poderá encerrá-lo depois de instaurado. Da decisão do 
delegado que se recusa a instalar o inquérito cabe recurso administrativo 
para o "chefe de polícia" (secretário de segurança pública).
d) Dispensável – O inquérito policial não é indispensável à propositura da 
ação penal.
e) Discricionário: à autoridade policial, não é permitido arquivar o 
inquérito policial. O delegado é quem decide que prova vai produzir. 
Exceções (obrigatoriedade de produzir a prova): quando houver 
requisições do MP ou do juiz; crimes que deixam vestígio (não transeunte). 
# desaparecendo os vestígios do crime, o exame de corpo de delito, pode 
ser substituído por outras provas. Para a doutrina esta substituição das 
provas é um exame de corpo de delito indireto.
f) Inquisitório: ausência de contraditório e ampla defesa. O contraditório e 
a ampla defesa não se aplicam ao inquérito policial, pois a Constituição 
assegura contraditório e ampla defesa apenas a acusados e a litigantes. 
Cabe ressaltar que o inquérito policial não é peça acusatória.
 
Obs.: 1há uma corrente minoritária que alega que no IP pode ter 
contraditório e ampla defesa.
2 O fato de haver inquisitoriedade não significa que possa haver 
arbitrariedade. Dizer que “o indiciado não é sujeito de direitos, mas objeto 
da investigação” é completamente incoerente com a CF/88.
 
Licensed to Briso Souza Ferreira - Email: brisogsouza@gmail.com
Direitos fundamentais:
a) respeito à sua integridade física e psíquica;
b) direito de não produzir prova contra si mesmo (nemo tenetur se detegere) – 
art. 5º, inc. LXIII/CF;
c) direito de acesso às provas documentadas nos autos – Súmula vinculante n. 
14;
d) direito de não ser submetido a identificação criminal, salvo disposição legal.
g) Sigiloso (art. 20 CPP) - o sigilo no inquérito policial tem por fim assegurar 
que a investigação preserve a honra e a intimidade das pessoas envolvidas, 
bem como para garantir a elucidação do fato ou para que seja atendido o 
direito da sociedade – art. 20, do CPP e art. 5º, inc. LX, CF.
Contudo, há algo importante a se ressaltar: o sigilo dos atos do inquérito não 
pode ser aplicado ao Ministério Público, ao Juiz e ao advogado (art. 7º, inc. XIV 
do Estatuto da Advocacia e Súmula Vinculante n. 14) devendo comprovar que 
representa o indiciado, não sendo necessário que seja uma procuração.
Indiciado maior de 18 e menor de 21 anos deve ter um curador. A falta 
de nomeação de um curador constitui mera irregularidade no inquérito 
policial,mas é ilegalidade que enseja relaxamento da prisão em flagrante. A 
capacidade civil nada tem a ver com a menoridade penal.
Existem inquéritos extrapoliciais: instaurado para apurar crime cometido 
por magistrado e por membro do MP. Outro bom exemplo é a CPI (comissão 
parlamentar de inquérito. Sobre a CPI:
* Só pode decretar uma prisão: prisão em flagrante (prisão que pode ser 
decretada por qualquer indivíduo);
* Pode decretar a quebra do sigilo bancário e fiscal (dos dados);
* Não pode decretar a interceptação telefônica (grampo) – só juiz pode.
* Investiga fato certo e por prazo determinado;
* Quórum para instauração da CPI: 1/3 de parlamentares de qualquer casa;
* Poder instrutório de juiz (pode produzir prova com um juiz); pode intimar 
testemunhas e requisitar documentos. Encerrada a CPI – o relatório é enviado 
ao MP.
Licensed to Briso Souza Ferreira - Email: brisogsouza@gmail.com
É possível a investigação criminal direta pelo membro do MP. 
Havendo justa causa para proposição da ação penal é dispensável o 
inquérito policial. A participação de membro do MP na fase investigatória 
não acarreta seu impedimento ou suspeição para o oferecimento da 
denúncia (Súmula 234 STJ).
A participação de membro do Ministério Público na fase 
investigatória criminal não acarreta o seu impedimento ou suspeição para 
o oferecimento da denúncia. Quando o interesse social ou a conveniência 
da investigação exigir é possível manter o indiciado em regime de 
incomunicabilidade, situação esta que não se estende ao MP, ao juiz e ao 
advogado. Inquérito policial militar, inquérito da polícia legislativa.
Investigações criminais envolvendo Deputados Federais e Senadores ANTES 
da AP 937 QO
Antes da decisão da AP 937 QO, as investigações envolvendo Deputado 
Federal ou Senador somente poderiam ser iniciadas após autorização formal 
do STF.
Assim, por exemplo, se, a autoridade policial ou o membro do Ministério 
Público tivesse conhecimento de indícios de crime envolvendo Deputado 
Federal ou Senador, o Delegado e o membro do MP não poderiam iniciar uma 
investigação contra o parlamentar federal.
O que eles deveriam fazer: remeter esses indícios à Procuradoria Geral da 
República para que esta fizesse requerimento pedindo a autorização para a 
instauração de investigação criminal envolvendo essa autoridade. Essa 
investigação era chamada de inquérito criminal (não era inquérito "policial") 
e deveria tramitar no STF, sob a supervisão judicial de um Ministro-Relator 
que iria autorizar as diligências que se fizessem necessárias.
Em suma, o que eu quero dizer: a autoridade policial e o MP não podiam 
investigar eventuais crimes cometidos por Deputados Federais e Senadores, 
salvo se houvesse uma prévia autorização do STF.
 ATENÇÃO
Licensed to Briso Souza Ferreira - Email: brisogsouza@gmail.com
É possível a investigação criminal direta pelo membro do MP. 
Havendo justa causa para proposição da ação penal é dispensável o 
inquérito policial. A participação de membro do MP na fase investigatória 
não acarreta seu impedimento ou suspeição para o oferecimento da 
denúncia (Súmula 234 STJ).
A participação de membro do Ministério Público na fase 
investigatória criminal não acarreta o seu impedimento ou suspeição para 
o oferecimento da denúncia. Quando o interesse social ou a conveniência 
da investigação exigir é possível manter o indiciado em regime de 
incomunicabilidade, situação esta que não se estende ao MP, ao juiz e ao 
advogado. Inquérito policial militar, inquérito da polícia legislativa.
Investigações criminais envolvendo Deputados Federais e Senadores 
DEPOIS da AP 937 QO
 ATENÇÃO
Situação Atribuição para investigar
Se o crime foi praticado antes da 
diplomação
Polícia (Civil ou Federal) ou MP.
Não há necessidade de autorização 
do STF
Medidas cautelares são deferidas 
pelo juízo de 1ª instância (ex: 
quebra de sigilo)
Se o crime foi praticado depois da 
diplomação (durante o exercício do 
cargo), mas o delito não tem relação 
com as funções desempenhadas.
Ex: homicídio culposo no trânsito.
Polícia (Civil ou Federal) ou MP.
Não há necessidade de autorização 
do STF
Medidas cautelares são deferidas 
pelo juízo de 1ª instância (ex: 
quebra de sigilo)
Se o crime foi praticado depois da 
diplomação (durante o exercício do 
cargo) e o delito está relacionado 
com as funções desempenhadas.
Ex: corrupção passiva.
Polícia Federal e Procuradoria Geral 
da República, com supervisão 
judicial do STF.
Há necessidade de autorização do 
STF para o início das investigações.
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Início do Inquérito policial:
 Primeiramente, o inquérito policial se inicia por meio da notitia criminis 
(notícia do crime), que é o conhecimento pela autoridade policial da 
ocorrência de um fato possivelmente criminoso. São 4 tipos de notitia 
criminis:
1 - Direta: quando autoridade policial toma diretamente ciência do fato, 
em razão de sua atividade funcional;
2 - Indireta: é quando o fato é relatado à autoridade policial por iniciativa 
de terceiros. Esse relato poderá ser feito à autoridade por qualquer meio;
3 - Coercitiva: ocorre nos casos de prisão em flagrante, apresentando-se o 
autor do crime à autoridade policial. Pode ocorrer nos casos de ação 
pública condicionada ou incondicionada e nos casos de ação privada;
4 - Delatio criminis: a autoridade policial agirá por ter sido noticiada por 
qualquer do povo para providências e solicitação de punição do 
responsável.
a) Crimes de ação penal pública incondicionada: de ofício pelo 
delegado (por uma portaria); mediante requisição (ordem) do MP ou do 
Juiz; por requerimento do ofendido ou de seu representante; por auto de 
prisão em flagrante;
b) Crimes de ação pública condicionada: mediante representação do 
ofendido ou mediante requisição do Ministro da Justiça (raramente 
ocorre).
c) Crimes de ação privada: mediante requerimento do ofendido.
* Hipótese geral: pode começar mediante auto de prisão em flagrante.
Notitia criminis: Trata-se do conhecimento espontâneo ou provocado pela 
autoridade policial, de um fato que se afigure como crime. 
- Espontânea ou de cognição imediata: informação chega até o delegado 
por meio de sua atividade rotineiras.
- Provocada ou de cognição mediata: A notícia é encaminhada pela vítima, 
pelo membro do MP ou autoridade judicial.
- Coercitiva ou de cognição coercitiva: Notícia encaminhada através de 
uma prisão em flagrante.
Obs.: já a delatio criminis é a comunicação de qualquer do povo da 
ocorrência de um crime – art. 5º, § 3º, do CPP.
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Diligências da autoridade policial
I- dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e 
conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais;
II - apreender objetos que tiverem relação com o fato, após liberados os 
peritos criminais;
III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e 
suas circunstâncias;
IV - ouvir o ofendido;
V - ouvir o indiciado;
VI - proceder ao reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações;
VII - determinar, se for o caso, que se proceda a exame de corpo de delito 
e a quaisquer outras perícias
VIII - ordenar identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se 
possível, e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes;
IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, 
familiar e social, sua condição econômica, entre outros.
Indiciamento
O Código de Processo Penal não definia quais eram os requisitos, 
condições e momento da investigação, em que o indiciamento deveria ser 
realizado. Esse impasse foi resolvido com a Lei n. 12.830/13 no art. 2º, § 6º 
define o indiciamento.
É o ato privativo da autoridade policial, por meio do qual reconhece 
formalmente que os indícios de autoria e materialidade que recaem sobre 
determinado suspeito.
Espécies:
- Direto: realizado na presença do investigado.
- Indireto: sem a presençado investigado (exceção).
Momento: durante a fase investigativa. O entendimento jurisprudencial é 
claro no sentido de que o indiciamento não pode ser realizado quando a 
denúncia já tiver sido oferecida, uma vez que irá se tornar inócuo, 
perdendo o seu fim.
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No indiciamento há a colheita de dados sobre a vida pregressa do acusado 
e sua identificação criminal. 
Identificação – art. 5, inc. LVIII, da CF: a regra é que ocorra por meio da 
identificação civil (documento de identificação válido). Excepcionalmente é 
possível que se faça a identificação criminal em conformidade com a Lei n. 
12.037/09.
Ex.: datiloscópica; fotográfica ou perfil genético.
Pessoas que não podem ser indiciada:
- Presidente da República – art. 86, § 3, da CF
- Agentes Diplomáticos (o direito penal brasileiro não se aplica a eles)
- Menores de 18 anos
- Magistrados e membros do MP
Obs.: Indiciado menor nomeia-se curador.
Prazos para o encerramento do inquérito policial
a) Normal: 10 dias sem prorrogação para réu preso (conta-se o dia do 
início); 30 dias prorrogáveis por mais 30 em caso de réu solto (não inclui o 
dia do início);
b) Lei de Drogas: 30 dias para réu preso e 90 dias para réu solto, ambos 
prorrogáveis (uma vez por igual período);
c) Justiça Comum federal: 15 dias prorrogados por mais 15, mesmo para 
réu preso;
d) Crimes contra a economia popular: 10 dias estando o réu preso ou solto;
e) Militar: 20 dias para réu preso e 40 dias para réu solto.
Excesso de prazo para encerramento do inquérito
* Quem prorroga o prazo do inquérito policial é o juiz.
Encerramento do IP
- Ao fim do inquérito policial, é feito um relatório, a história útil do 
procedimento. O relatório é encaminhado para o juiz.
- Se o crime for de ação penal pública ele encaminha o inquérito ao MP; se 
for de ação penal privada, ele deixa em cartório aguardando a 
manifestação do ofendido.
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Se o MP já tem provas da materialidade, propõe a ação penal, oferece a 
denúncia. Caso não haja provas suficientes, o MP pode requerer ao juiz 
que requisite diligências (reabrir o inquérito, o juiz não pode negar). O MP 
também pode pedir o arquivamento (o juiz pode não arquivar) o prazo 
para pedir o arquivamento é de 5 dias, se o réu estiver preso e 15 dias se 
estiver solto.
* Súmula 524 do STF: esta súmula não se aplica quando o arquivamento se 
dá pela atipicidade do fato, caso em que a decisão gera coisa julgada 
material.
- A autoridade policial não tem competência para determinar o 
arquivamento do inquérito policial, a legitimidade é do MP, titular da ação 
penal, o pedido é dirigido ao juiz que poderá acatá-lo. Se não acatar, o juiz 
remete os autos de inquérito ou peças informativas ao procurador-geral, 
que poderá oferecer a denúncia, designar outro membro do MP para 
oferecê-la ou insistir no arquivamento.
- Arquivado o inquérito por despacho do juiz a requerimento do MP, não 
pode a ação penal ser iniciada sem novas provas.
- Se o juiz não concorda com o arquivamento ele envia o inquérito para o 
Procurador Geral de Justiça (chefe do MP Estadual). Se for na Justiça 
Federal ele envia o inquérito para a Câmara de Coordenação e Revisão 
Criminal do MPF (LC 75/93). Eles podem concordar com o promotor e 
insistir no arquivamento (o juiz fica obrigado a arquivar) ou ele mesmo 
oferece a denúncia ou designa outro membro do MP para oferecer a 
denúncia (não pode designar o mesmo membro do MP que pediu o 
arquivamento – o membro do MP que for designado não pode se recusar a 
oferecer a denúncia).
a) Crimes de ação penal pública: o MP pode oferecer denúncia; requerer 
novas diligências; ou requerer o arquivamento dos autos do IP.
Atenção: em geral a decisão judicial de arquivamento é irrecorrível, mas 
em casos de crimes contra a economia popular a decisão se sujeita ao 
reexame necessário (recurso de ofício); e no caso de contravenções penais 
a decisão pode ser impugnada através de recurso em sentido estrito, a ser 
interposto por qualquer do povo.
 
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b) Crimes de ação penal privada: os autos do inquérito são enviados ao 
juízo competente, aguardando a iniciativa dos legitimados para o 
ajuizamento da queixa, no prazo decadencial de 6 meses; ou ainda podem 
ser os autos entregues ao titular de direito da queixa, mediante traslado, 
se assim o requerer.
c) Trancamento do IP: é a sua extinção anormal, o juiz ou Tribunal podem 
determinar a paralisação das investigações de inquéritos indevidamente 
instaurados (atipicidade ou extinta punibilidade).
O MP propõe o arquivamento ao juiz, se o juiz concorda esta arquivado, 
mas se descorda aplica-se o art. 28 CPP. Art. 28. Se o órgão do Ministério 
Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento do 
inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de 
considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito 
ou peças de informação ao procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, 
designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no 
pedido de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a 
atender. Qual o recurso cabível da decisão que determina o arquivamento 
do inquérito? Não cabe recurso.
Desarquivamento de IP
a) Pode: se houver prova nova (substancialmente nova), Art. 18 e súmula 
524 do STF. 
b) Exceção: não pode desarquivar se o fundamento for atipicidade da 
conduta.
Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade 
judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá 
proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia.
Vícios do inquérito policial
Os vícios do inquérito não comprometem a ação penal ajuizada em 
decorrência dele.
 
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Valor probatório no inquérito:
Relativo, a prova que foi produzida no inquérito deve ser reproduzida na 
ação penal. No caso da prova produzida do inquérito não ser confirmada 
em juízo:
a) Havendo outras provas, poderá ser utilizada para a condenação
b) Se for prova única, em regra não poderá ser utilizada para a 
condenação, mas poderá ser assim utilizada caso seja uma prova cautelar 
(marcada pelo periculum in mora), antecipada (relevante e urgente) ou 
irrepetível. O contraditório para essas provas é diferido ou prorrogado.
* A prova antecipada é colhida pelo juiz e permite o contraditório, de certa 
forma tem o periculum in mora. Ex. uma testemunha em estado terminal.
Incomunicabilidade do Indiciado 
Art. 21, CPP - possibilidade de que seja decretada a incomunicabilidade do 
investigado. Doutrina amplamente majoritária entende inconstitucional 
este dispositivo. Ainda que possível decretar a incomunicabilidade ela 
nunca seria aplicável com relação ao advogado.
A incomunicabilidade do art. 21 do CPP não foi recepcionada pela CF/88.
 
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 QUESTÃO 1
No dia 01/04/2014, Natália recebeu cinco facadas em seu abdômen, golpes 
estes que foram a causa eficiente de sua morte. Para investigar a autoria do 
delito, foi instaurado inquérito policial e foram realizadas diversas diligências, 
dentre as quais se destacam a oitiva dos familiares e amigos da vítima e exame 
pericial no local. Mesmo após todas essas medidas, não foi possível obter 
indícios suficientes de autoria, razão pela qual o inquérito policial foi arquivado 
pela autoridade judiciária por falta de justa causa, em 06/10/2014, após 
manifestação nesse sentido da autoridade policial e do Ministério Público. 
Ocorre que, em 05/01/2015, a mãe de Natália encontrou, entre os bens da 
filha que ainda guardava, uma carta escrita por Bruno, ex-namorado de 
Natália, em 30/03/2014, em que ele afirmava que ela teria 24 horas para 
retomar o relacionamento amoroso ou deveria arcar com as consequências. A 
referida carta foiencaminhada para a autoridade policial. Nesse caso,
A) nada poderá ser feito, pois o arquivamento do inquérito policial fez coisa 
julgada material.
B) a carta escrita por Bruno pode ser considerada prova nova e justificar o 
desarquivamento do inquérito pela autoridade competente.
C) nada poderá ser feito, pois a carta escrita antes do arquivamento não pode 
ser considerada prova nova.
D) pela falta de justa causa, o arquivamento poderia ter sido determinado 
diretamente pela autoridade policial, independentemente de manifestação do 
Ministério Público ou do juiz.
Comentário: Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela 
autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial 
poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia. 
Alternativa correta: B
Questões Comentadas
dos Últimos Exames
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XX EXAME
Clodoaldo figura como indiciado em inquérito policial que investiga a prática de 
um crime de estupro de vulnerável. Já no curso das investigações, Clodoaldo 
apresenta sinais de que poderia ser portador de doença mental. Concluídas as 
investigações, é oferecida denúncia contra o indiciado. Durante a audiência, o 
advogado de Clodoaldo requer a instauração de incidente de insanidade mental, 
sendo o pleito indeferido pelo magistrado, que considerou o ato protelatório.
Sobre o tema incidente de insanidade mental, é correto afirmar que
A) se o perito concluir que o acusado era inimputável ao tempo da infração, o 
processo prosseguirá, mas se a insanidade surgiu após o ato criminoso imputado, 
o processo ficará suspenso.
B) da decisão do magistrado que indeferiu a instauração do incidente caberá 
recurso em sentido estrito.
C) diante da suspeita da autoridade policial, poderia ela mesmo ter instaurado 
incidente de insanidade mental.
D) o incidente de insanidade mental é processado em autos em apartado e não 
gera, de imediato, qualquer suspensão do processo.
COMENTÁRIOS:
a) CORRETA: Esta é a previsão do art. 151 c/c art. 152 do CPP.
b) ERRADA: Item errado, pois não é previsto recurso para atacar a decisão de 
indeferimento da instauração do incidente de insanidade mental, podendo ser 
impetrado habeas corpus.
c) ERRADA: Item errado, pois o incidente de insanidade mental depende de 
autorização judicial, nos termos do art. 149 e seu §1º do CPP.
d) ERRADA: O incidente de insanidade suspenderá o processo, salvo quanto às 
diligências urgentes, nos termos do art. 149, §2º do CPP.
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Ação Penal
 Uma vez que o Ministério Público, ou o particular nos casos de ação privada, 
reúna elementos de prova que lhe convençam da prática de certa conduta 
criminosa, é necessário que se prossiga com persecução penal, ajuizando assim 
uma ação penal.
 O direito de ação constitui direito, ou poder, que tem o acusador de, dirigindo 
um pedido ao Poder Judiciário, provocar sua manifestação sobre seu pedido.
Características da ação penal:
a) caráter público: é um direito público, é exercido em face do Estado e contém 
uma pretensão de elevada relevância social (uma pretensão punitiva);
b) constitui direito subjetivo: o direito de ação, é uma faculdade de agir (no caso 
de ação penal pública é dever). Seu objetivo é obter tutela a determinado 
interesse.
c) é direito autônomo: sua existência e a possibilidade de que seja exercido 
independem de qualquer relação jurídica material.
d) é direito abstrato: qualquer pessoa que tenha a capacidade de agir poderá 
exercer o direito de ação, ainda que nenhuma violação a direito tenha ocorrido. 
Condições Gerais da Ação Penal:
a) Legimatio “ad causam” – é a legitimação para agir, pertinência subjetiva para a 
ação, em tese as partes ocupam corretamente os pólos do processo. EX: o MP 
promove a ação penal privada, ou o réu era menor de 18 anos ao tempo do 
crime (neste caso tem como consequência a nulidade do processo, como 
disposto no art. 564, II do CPP);
b) Interesse (processual) de agir: é a circunstância de que a pretensão do autor 
não pode ser satisfeita por outro meio senão pelo pronunciamento jurisdicional.
Ação Penal
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c) Possibilidade jurídica do pedido – expressa-se na circunstância de que a 
conduta imputada na peça de acusação pelo autor da ação penal seja atípica, 
ilícita e culpável. Ligada ao princípio da reserva legal, deve haver fato típico;
d) Justa causa – significa a existência de suporte probatório mínimo para o 
oferecimento da denúncia: indícios de autoria e prova da existência da 
infração penal. Tem consequência a rejeição da denúncia art. 395 ou 
trancamento da ação penal.
Condições específicas da Ação Penal:
a) Representação do ofendido;
b) Requisição do Ministro da Justiça;
c) Ingresso do agente em território nacional, em crimes praticados fora do 
território nacional.
Obs.: a ausência de tipicidade e a extinção da punibilidade são matéria de 
absolvição sumária, e não de rejeição liminar da denúncia ou queixa.
Logo, a denúncia ou queixa deverá ser liminarmente rejeitada se faltar 
uma das condições para a ação penal (CPP, art. 395, II, segunda parte), ou se 
esta for destituída de justa causa, (CPP, art. 395, III). 
A denúncia ou queixa deverá ser rejeitada se: 
- não descrever um fato aparentemente típico
- se já estiver extinta a punibilidade
- se quem a ofertar não tiver legitimidade para tanto
- não houver prova da existência do crime imputado e indícios de autoria da 
prática delitiva.
O legitimado ativo para promover a ação penal determina suas espécies:
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Denúncia e queixa-crime
 A ação penal é provida por meio do oferecimento de uma petição inicial, 
que dá início ao Processo Penal. Quando é o MP que apresenta a peça 
acusatória, esta recebe o nome de denúncia. Quando couber ao ofendido ou 
seu representante legal dar início à ação penal, deverão fazê-lo por meio de 
queixa-crime, que é o nome da peça acusatória nas ações penais privadas. A 
peça acusatória deve conter a exposição do fato criminoso, com todas as suas 
circunstâncias e a qualificação dos crimes, a qualificação do acusado ou 
esclarecimentos que possam identificá-lo, identificação do querelante e sua 
assinatura, o pedido de condenação, deve ser redigida em vernáculo, 
contendo o endereçamento e o pedido de citação do réu para que integre o 
processo.
 A petição inicial pode ser rejeitada, nos casos em que for manifestamente 
inepta, quando faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da 
ação penal, ou quando faltar justa causa para o exercício da ação penal. A 
essa decisão cabe o recurso em sentido estrito.
Ação penal pública
 É a ação penal exercida pelo Estado por meio do Ministério Público, 
representando o próprio interesse social. Ela intenta defender a sociedade
a. O legitimado ativo, quem promove é o MP;
b. O veículo é a denúncia, cujos requisitos estão no Art. 41;
c. Princípios:
 Obrigatoriedade = legalidade. Quer dizer que o representante do MP, se 
dispuser dos elementos suficientes para amparar a acusação (prova da 
materialidade e indícios suficientes da autoria), estará obrigado a oferecer 
denúncia, exercendo o poder-dever de ação.
Atenção!!! Obrigatoriedade mitigada ou discricionariedade regrada: nos 
casos em que o MP verifica que há o direito a transação penal art. 76 da lei 
9999, pode não oferecer denuncia.
 Divisibilidade = o Ministério Público poderá oferecer denúncia em face 
daqueles acerca dos quais houver reunido indícios suficientes de autoria.
 Indisponibilidade = O órgão do parquet, ao ajuizar a ação e conduzir a 
acusação, não age em interesse próprio. Representa o Estado, titular do 
Direito defendido, que pertence à sociedade com um todo.
 Oficialidade/oficiosidade = a ação penal só poderá ser proposta por um órgão 
do Estado: o Ministério Público. Ele tem o dever de ajuizara ação penal
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Ação penal Pública Condicionada: representação
Art. 24, caput, CPP - em determinados casos, a lei determinará a propositura 
da ação penal pública ao implemento de uma condição, qual seja a 
representação do ofendido (ou de quem o represente), ou a requisição do 
Ministro da Justiça. A representação nada mais é do que a manifestação do 
consentimento no sentido de que o Ministério Público possa proceder ao 
ajuizamento da ação penal (ou que a polícia judiciária possa proceder à 
instauração de inquérito policial).
a. Noção: pedido ou autorização feito pelo ofendido ou seu 
representante legal, necessário tanto Inquérito Policial quanto para a ação 
penal.
b. Formalidade: a jurisprudência diz que prescinde de formalidades seja, não 
precisa de formalidade.
c. Titularidade: tem a legitimidade para promover a representação, em 
princípio, o ofendido ou quem tenha qualidade para representá-lo (art. 24, 
CPP). A representação pode ser feita pessoalmente ou por meio de 
procurador, desde que possua poderes especiais (art. 39, CPP). A 
representação é dirigida diretamente à autoridade policial, ao MP, ou ao 
próprio Juiz.
d. Prazo: 6 meses a contar do conhecimento da autoria, prazo 
decadencial - art. 38, caput, CPP. (direito penal material).
Observação 1: 11 de abril eu tomei conhecimento qual o último dia para 
representar? 10.10 é o prazo, pois, você exclui o do início.
Observação 2: Pode se retratar até oferecida a denúncia. A representação é 
retratável enquanto o órgão acusatório não oferecer a denúncia.
Observação 3: É possível a retratação da retratação (revogação da retratação) 
desde que dentro do prazo decadencial.
Observação 4: Na lei Maria da Penha a retratação pode se dar até o 
recebimento da denúncia. Um juiz de minas foi afastado, pois, ele falou que a 
lei MP era diabólica e que a mulher era obra do pecado, o CNJ o afastou, 
criando assim, um crime de opinião.
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Ação Penal Pública Condicionada: Requisição do Ministro da Justiça
 Nos crimes cuja apuração dependa de requisição ministerial, o inquérito 
policial só poderá ser iniciado após manifestação de vontade do Ministro da 
Justiça. Essa requisição é autorização, fundamentada em razões políticas, para 
que o MP promova ação penal pública. A requisição é uma consição para o 
exercício da ação penal em certos crimes de cunho eminentemente político.
Ação Penal Privada
Em certas ocasiões, a lei reserva o exercício da ação penal a um particular. 
São aqueles casos em que, por determinação legal, a ação penal será de 
iniciativa privada. O autor da ação será o querelante e o réu de querelado.
- O legitimado é o ofendido, se for incapaz é o representante legal. Se houver 
conflito de interesses nomeia-se um curador especial. O curador tem 
natureza legal de substituto processual, não é obrigado a oferecer queixa 
crime, e não precisa ser formado em direito (ADV).
a. 1. Sucessão Processual – é a morte do ofendido neste caso, vai entrar o 
cônjuge, ascendente, descendente ou irmão (CADI). Na ação penal priva 
personalíssima não há sucessão processual, art. 236 do CP. Contrair 
casamento, induzindo em erro essencial o outro contraente, ou ocultando 
impedimento que não seja casamento anterior; Pena – detenção, de seis 
meses a dois anos. Parágrafo único.
- Queixa crime: mesmos requisitos da denúncia + procuração com poderes 
especiais, art. 44 do CPP.
Princípios:
 Oportunidade (ou conveniência) = contrapõe-se ao princípio da 
obrigatoriedade, que rege a ação penal pública. O particular é livre para 
formar seu próprio juízo de conveniência. Somente iniciará o processo, 
ajuizando a ação penal, se assim o desejar, ou seja, se julgar o ajuizamento da 
ação conveniente para si.
 Disponibilidade = segundo este princípio, o titular da ação da ação penal 
privada terá diversos meios de dela dispor, efetivamente decidindo se deseja 
que o suposto infrator da norma penal seja julgado
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 Indivisibilidade = o titular da ação penal privada poderá decidir livremente se 
deseja ou não ajuizar a ação penal. Todos devem constar do pólo passivo 
(você não pode excluir de uma queixa-crime uma pessoa que lhe ofendera 
junto com outras tantas);
a) Titularidade : tem legitimidade para propor a ação penal o ofendido ou seu 
representante (art. 30 do CPP). Também pode promovê-la o representante 
legal, nos casos em que o ofendido seja menor de 18 anos, mentalmente 
enfermo ou tenha desenvolvido legal incompleto; ou curador especial, se não 
tiver representante legal., ou quando colidir o interesse do incapaz com seu 
representante.
b) Requerimento: nos delitos cujo processamento dar-se por meio de ação 
penal privada, a instauração de inquérito policial ficará condicionada a 
requerimento de quem seja o titular da ação penal. (art. 5º, § 5º, CPP).
Ação penal privada subsidiária da pública:
 Nos casos em que a ação penal seja ordinariamente de iniciativa pública, o 
Poder Público, por meio do Ministério Público, não intenta a ação penal no 
prazo legal, o ofendido ou seu representante legal, poderão, subsidiariamente 
ajuizá-la. Pode ser promovida no caso de inércia do MP prevista no art. 29 do 
CPP, O CDC permite que associações sejam legitimados ativos. Uma vez 
ajuizada a ação penal privada subsidiária, poderá o MP tornar parte no 
processo.
Renúncia
 O direito de queixa, plenamente disponível pelo seu titular, pode ser objeto 
de renúncia. A renúncia consiste em manifestação de vontade do ofendido 
por meio do qual ele desiste de exercer seu direito de ação. Uma vez exercida 
a renúncia, expressa ou tacitamente, nos termos do art. 102, caput, do CP, o 
direito de queixa não pode mais ser exercido. A renúncia expressa é 
manifestação formalizada, assinada pelo ofendido, por seu representante 
legal ou procurador que tenha poderes especiais para tanto. Já a renúncia 
tácita, ocorre em qualquer hipótese em que o titular da ação penal se porte 
de forma inequivocadamente incompatível com a vontade de ajuizá-la. 
Renúncia é ato unilateral. A renúncia ao exercício de queixa em relação a um 
dos autores do crime a todos aproveitará.
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Perdão do Ofendido
 Consiste na desistência da demanda, manifestada por seu autor. Deverá ser 
exercido posteriormente à propositura da ação penal. O perdão somente 
poderá ser exercido até o trânsito em julgado da sentença condenatória (art. 
102, § 2º, CP). O perdão é ato bilateral, a simples manifestação do querelante 
não é suficiente. Dessa forma, o perdão somente produzirá efeitos se aceito 
pelo querelado, neste caso, ensejará a extinção da punibilidade do querelado. 
O perdão só é possível nos crimes em que somente se procede mediante 
queixa. O perdão do querelante não se confunde com a figura do perdão 
judicial, concedido por sentença, que também extingue a punibilidade. O 
perdão judicial é concedido pelo próprio juiz da causa, desde que concorram 
os elementos exigidos pela lei para que se conceda (ex. Art, 121,§ 5º, CP). 
Uma vez concedido o perdão, mediante declaração expressa do querelante 
nos autos, o querelado será intimado a manifestar-se no prazo de 3 dias, para 
declarar se o aceita. Ao seu silêncio, a lei expressamente confere o efeito de 
aceitação (art. 58, caput, CPP). A aceitação pode ainda ser feita pelo 
representante legal, nos casos que couber, ou até mesmo pelo procurador 
com poderes especiais (art. 55, CPP).
Perempção e Decadência
 A perempção acontece quando a ação é abandonada pelo seu autor, que 
simplesmente deixa de prover-lhe movimento, deixando-a extinguir por 
inércia ou quando o autor desaparece da ação, sem que ninguém lhe suceda. 
Em ambos os casos a perempção causará extinção da punibilidade.
 A decadência também é uma causa extintiva de punibilidade,e consiste na 
perda do direito de ação (privada) ou direito de representação, pelo não 
exercício dentro do prazo legal.
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QUESTÕES COMENTADAS
XX EXAME
Lúcio Flavio, advogado, ofereceu queixa-crime em face de Rosa, imputando-lhe 
a prática dos delitos de injúria simples e difamação. As partes não celebraram 
qualquer acordo e a querelada negava os fatos, não aceitando qualquer 
benefício. Após o regular processamento e a instrução probatória, em 
alegações finais, Lúcio Flávio requer a condenação de Rosa pela prática do 
crime de difamação, nada falando em sua manifestação derradeira sobre o 
crime de injúria.
Diante da situação narrada, é correto afirmar que
A) deverá ser extinta a punibilidade de Rosa em relação ao crime de injúria, 
em razão da perempção.
B) deverá ser extinta a punibilidade de Rosa em relação ao crime de injúria, em 
razão do perdão do ofendido.
C) deverá ser extinta a punibilidade de Rosa em relação ao crime de injúria, em 
razão da renúncia ao direito de queixa.
D) poderá Rosa ser condenada pela prática de ambos os delitos, já que houve 
apresentação de alegações finais pela defesa técnica do querelante.
COMENTÁRIOS: Neste caso, deverá ser extinta a punibilidade da infratora no 
que tange ao crime de injúria, em razão da perempção, eis que o querelante 
não formulou, em alegações finais, pedido de condenação em relação ao delito 
de injúria, o que é causa de perempção nos crimes de ação penal privada, 
conforme art. 60, III do CPP.
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Execução civil da sentença condenatória:
A vítima deve esperar o trânsito em julgado da sentença penal condenatória 
para depois executá-la no Juízo Civil. Todavia, a vítima poderá pleitear um valor 
maior neste Juízo.
Art. 387. O juiz, ao proferir sentença condenatória:
IV - fixará valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração, 
considerando os prejuízos sofridos
- Quem pode ser executado: o apenado e seus herdeiros (art. 5º da 
Constituição Federal).
Embora a pena não passe da pessoa do criminoso, o dever de reparar o dano é 
transmitido aos herdeiros no limite da herança.
- Não é possível a execução do responsável civil, por meio da execução civil da 
sentença condenatória, pois ele não se defendeu no processo penal.
- Quem será executado é o condenado e seus herdeiros e pode executar a 
vítima e seus herdeiros
Ação civil ex delicto.
É a ação de conhecimento na qual serão produzidas todas a provas e serão 
discutidos os fatos e o direito relacionado à infração. É proposta no juízo cível 
pelo ofendido, seu representante legal ou seus herdeiros para obter reparação 
do dano provocado pela infração penal, pode ser tanto ressarcimento de dano 
patrimonial, quando reparação por dano moral.
Ação Civil Ex Delicto
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 Hipóteses:
1) Urgência na reparação do dano, será concomitante com a ação 
penal;
2) Extinção da punibilidade: a decisão julga extinta a punibilidade do 
agente, incluindo-se as hipóteses de anistia, graça e indulto;
3) Inquérito penal arquivado ou das peças de informação;
4) Absolvição penal: absolveu o réu por insuficiência de provas acerca 
da ocorrência do delito. A absolvição penal, via de regra não impede a 
ação civil ex delicto. Art. 386, III, CPP, fato atípico.
Exceções à absolvição penal fazer coisa julgada no juízo cível 
(impedem a ação civil ex delicto):
a) reconhecimento da inexistência do fato (386, I, CPP)
b) reconhecimento da não autoria (386, IV, CPP)
c) excludente da ilicitude (186, IV, 1ª parte)
Legitimação: Pode ajuizar o ofendido ou seu representante legal, ou 
seus sucessores (art. 63, CPP). Pode ser processado o criminoso, seus 
herdeiros ou o responsável civil.
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Competência - art. 69 a 91, CPP
A atuação dos juízes e tribunais precisam ser delimitadas, ou seja, a 
jurisdição é delimitada por critério recebe a denominação de competência a 
delimitação desta.
O art. 69 do CPP traz em seus incisos os critérios para fixação de 
competência, vejamos:
- Competência pelo lugar da infração (arts. 70 e 71): conhecida também como 
competência de foro ou territorial ou competência ratione loci.
É regra a competência pelo lugar em que se consumar a infração ou, 
havendo a tentativa, pelo lugar em que foi realizado o último ato de execução. 
O art. 70, § 1º, do CPP determina que se for iniciada a execução no 
território nacional e a consumação da infração ocorrer fora dele, a competência 
vai ser determinada pelo lugar onde tenha sido praticado, no Brasil, o último ato 
de execução.
O art. 70, § 2º determina que quando o último ato tiver sido praticado fora 
do território nacional, será competente o juiz do lugar em que o crime, embora 
parcialmente, tenha produzido ou devia produzir seu resultado.
Na hipótese de incerteza do limite territorial entre duas ou mais jurisdições 
ou quando incerta a jurisdição por ter sido a infração consumada ou tentada a 
competência se dará pela prevenção, ou seja, quem primeiro iniciar. 
A prevenção também poderá ser aplicada na hipótese de infração 
continuada ou permanente, praticada em território de duas ou mais jurisdições 
(artigo 71, CPP).
- Competência pelo domicílio ou residência do réu (arts. 72 e 73): O conceito de 
domicílio e residência é extraído do Código Civil que determina que o domicílio é 
o local onde a pessoa mora com ânimo definitivo e a residência o local em que a 
pessoa mora com ânimo transitório.
Competência
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O art. 72, caput, determina que não sendo conhecido o lugar da 
infração (competência pelo lugar da infração), a competência será firmada 
pelo local do domicílio ou residência do réu. Portanto, o critério da 
competência pelo domicílio ou residência do réu é subsidiário em relação 
ao critério do lugar da infração, e apenas será aplicado quando 
desconhecido o lugar da infração.
Caso o réu tenha mais de uma residência, a ação penal poderá ser 
proposta em qualquer dos locais, firmando-se pela prevenção, na hipótese 
do réu ter mais de uma residência. 
O juiz que primeiro tomar conhecimento dos fatos será competente 
na hipótese de o réu não ter residência certa ou paradeiro desconhecido.
Havendo ação penal privada, o querelante pode preferir o domicílio ou 
residência do réu para dar início à ação penal, ainda que conhecido o lugar 
da infração, ou seja, é uma exceção à regra da fixação de competência pelo 
lugar da infração.
- Competência pela natureza da infração (art. 74): Cabe observar a 
natureza da ação para fixação da justiça competente, e dependendo da 
infração cometida o julgamento poderá ser de competência da Justiça 
Especial (militar ou eleitoral) ou da Comum (Estadual ou Federal).
 
 
 
 
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- Competência por distribuição (art. 75): Após a fixação do foro e da 
justiça competente é possível que existam mais de um juiz competente, 
sendo que será prevento o juiz que adiantar-se aos demais na prática de 
algum ato ou medida a este relativa, ainda que anterior ao oferecimento 
da denúncia ou da queixa. Não havendo prevenção haverá a distribuição 
realizada por sorteio para fixação de um determinado juiz aqueles 
competentes.
- Competência por conexão ou continência (arts. 76 a 82): A conexão 
ocorre quando duas ou mais infrações estiverem ligadas por algum vínculo 
que seja aconselhável a junção dos processos. O art. 76 estabelece em 
seus incisos a competência por conexão:
- Se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao 
mesmo tempo (simultaneidade), por várias pessoas reunidas, ou por várias 
pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o lugar (concurso), ou 
por várias pessoas, umas contra as outras (reciprocidade);
- Se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para facilitarou 
ocultar as outras, ou para conseguir impunidade ou vantagem em relação 
a qualquer delas;
- Quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias 
elementares influir na prova de outra infração.
 A competência por continência está estabelecida pelo art. 77 do CPP 
que a reconhece quando houver concurso de pessoas acusadas pela 
prática do mesmo crime, ou nos casos de crime continuado, aberratio ictus 
e concurso formal, razão pela o julgamento deve ocorrer em um único 
processo, conhecida como vis atractiva.
- Competência por prevenção (art. 83): Neste artigo, o legislador 
estabeleceu a competência por prevenção toda vez que, concorrendo dois 
ou mais juízes igualmente competentes ou com jurisdição cumulativa, um 
deles tiver antecedido aos outros na prática de algum ato do processo ou 
de medida a este relativa, ainda que anterior ao oferecimento da denúncia 
ou da queixa aplicando essa regra aos arts. 70, § 3o, 71, 72, § 2º, e 78, II, c 
já tratados acima.
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- Competência pela prerrogativa de função (arts. 84 a 87): Essa é a 
competência ratione personae que atribui a determinados órgãos do 
Judiciário processar e julgar determinadas pessoas, em razão de garantia 
inerente ao cargo ou função, ou seja, prerrogativa que decorre da 
importância da função exercida pela pessoa.
IMPORTANTE: Esses critérios do art. 69 podem ser divididos em dois 
grupos:
- Estabelecimento do foro competente (competência ratione loci): lugar da 
infração e domicílio ou residência do réu;
- Justiça Competente (comum, eleitoral ou militar) – (competência ratione 
materiae): natureza da infração;
 
Órgão Infrações Pessoas
STF
Comuns
· Seus próprios Ministros
· Presidente da República e o Vice-Presidente
· Membros do Congresso Nacional;
· Procurador-Geral da República.
Comuns e nos 
crimes de 
responsabilidade
· Membros dos Tribunais Superiores
· Membros do Tribunal de Contas da União
· Chefes de missão diplomática de caráter permanente
· Ministros de Estado (salvo se o crime de 
responsabilidade for conexo ao do presidente ou vice, caso 
em que a competência será do Senado)
· Comandantes das Forças Armadas.
STJ
Comum
· Governadores e Vice-Governadores de Estado e do 
Distrito Federal
Comuns e nos 
crimes de 
responsabilidade
· Desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados 
e do Distrito Federal
· Membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do 
Distrito Federal
· Membros dos Tribunais Regionais Federais, Eleitorais e 
do Trabalho
· Membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos 
Municípios
· Membros do Ministério Público da União que oficiem 
perante tribunais
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Órgão Infrações Pessoas
TRF
Comuns
·Juízes Federais
·Juízes da Justiça Militar e do Trabalho da sua área de jurisdição
Comuns e nos 
crimes de 
responsabilidade
·Membros do Ministério Público da União, ressalvada a 
competência da justiça eleitoral
TJ Comuns
·Prefeitos municipais
 
Súmula 702 do STF: “A competência do Tribunal de Justiça para 
julgar prefeitos restringe-se aos crimes de competência da justiça 
comum estadual; nos demais casos, a competência originária 
caberá ao respectivo tribunal de segundo grau”.
 
Súmula 703: “A extinção do mandato do prefeito não impede a 
instauração de processo pela prática dos crimes previstos no art. 
1.º do Dec.-lei 201/67”.
 
·Juízes de Direito
·Juízes auditores da Justiça Militar
·Membros do Ministério Público Estadual
 
Obs.: No Estado de São Paulo, a Constituição Estadual atribuiu 
também ao Tribunal de Justiça a competência para processar e 
julgar o vice-governador, os secretários de Estado, os deputados 
estaduais, o procurador-geral do Estado, o procurador-geral da 
justiça, o defensor público geral, o delegado-geral de polícia e o 
comandante geral da polícia militar.
IMPORTANTE: a Emenda Constitucional n. 45/2004 que 
promoveu a Reforma do Judiciário, extinguiu os Tribunais de 
Alçada, onde existiam, passando os seus membros a integrar os 
Tribunais de Justiça dos respectivos Estados, respeitadas a 
antiguidade e classe de origem (os juízes de alçada se tornaram 
desembargadores).
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As disposições especiais de tratam os arts. 88 a 91, do CPP 
estabelecem que no processo por crimes praticados fora do território 
brasileiro, será competente o juízo da Capital do Estado onde houver por 
último residido o acusado. Se este nunca tiver residido no Brasil, será 
competente o juízo de Brasília.
Aqueles crimes praticados em embarcação nas águas território 
nacional, ou nos rios e lagos fronteiriços, bem como a bordo de 
embarcações nacionais, em alto-mar, serão processados e julgados pela 
justiça do primeiro porto brasileiro em que tocar a embarcação, após o 
crime, ou, quando se afastar do País, pela do último em que houver 
tocado.
 
Sendo o crime cometido bordo de aeronave nacional, dentro do 
espaço aéreo correspondente ao território brasileiro, ou ao alto-mar, ou a 
bordo de aeronave estrangeira, dentro do espaço aéreo correspondente 
ao território nacional, serão processados e julgados pela justiça da 
comarca em cujo território se verificar o pouso após o crime, ou pela da 
comarca de onde houver partido a aeronave.
 
Caso as normas mencionadas nos três últimos parágrafos não sejam 
suficientes para fixar a competência, se se utiliza o critério da prevenção.
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QUESTÃO 3 
Durante 35 anos, Ricardo exerceu a função de juiz de direito junto ao Tribunal 
de Justiça de Minas Gerais. Contudo, no ano de 2012, decidiu se aposentar e 
passou a morar em Florianópolis, Santa Catarina. No dia 22/01/2015, travou 
uma discussão com seu vizinho e acabou por ser autor de um crime de lesão 
corporal seguida de morte, consumado na cidade em que reside. Oferecida a 
denúncia, de acordo com a jurisprudência majoritária dos Tribunais Superiores, 
será competente para julgar Ricardo
A) o Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais.
B) uma das Varas Criminais de Florianópolis.
C) o Tribunal de Justiça de Santa Catarina.
D) o Tribunal do Júri de Florianópolis.
Comentário: Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em 
que se consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugarem que for 
praticado o último ato de execução. Alternativa correta: B
Questões Comentadas dos 
Últimos Exames
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Prova é o conjunto de elementos produzidos pelas partes ou determinados 
pelo juiz, para a formação de seu convencimento quanto aos fatos, atos e 
circunstâncias. O objeto da prova são todos os fatos que são capazes de gerar 
dúvidas ao magistrado, exigindo assim, uma devida comprovação.
Obs.: No processo penal, não precisam ser provados:
* os fatos notórios: os que fazem parte do patrimônio de casa pessoa;
* as presunções absolutas (iuris et de iure);
* as máximas de experiência;
* os fatos intuitivos ou evidentes;
* os fatos inúteis ou irrelevantes.
Já os fatos incontroversos (alegados por uma das partes e não contestados 
pela outra) devem ser comprovados.
A prova é entendida como o meio pelo qual o juiz chegará à verdade e a 
partir delas possa chegar ao convencimento da existência ou não dos fatos que 
sejam juridicamente relevantes para seu julgamento.
Da Prova
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Acerca deste tema, há uma dúvida recorrente dos candidatos: qual a 
diferença entre meios de prova e meios de obtenção de prova?
Meios de prova Meios de obtenção de prova
Consistem em meios que 
servem diretamente para a 
formação do conhecimento do 
juiz em relação à verdade dos 
fatos. São instrumentos que 
levam ao processo um elementode prova apto a revelar ao 
julgador a verdade de um fato. 
Ex.: depoimento de uma 
testemunha. Embora haja 
questionamentos doutrinários, o 
Código de Processo Penal 
disciplina os meios de prova.
- Exame do corpo de delito, e 
das perícias em geral (arts. 158 a 
184)
- Interrogatório do acusado 
(arts. 185 a 196)
- Confissão (arts. 197 a 200)
- Ofendido (art. 201)
- Testemunhas (arts. 202 a 225)
- Reconhecimento de pessoas e 
coisas (arts. 226 a 228)
- Acareação (arts. 229 e 230)
- Documentos (arts. 231 a 238)
- Indícios (art. 239)
- Busca e apreensão (arts. 240 a 
250)
 
Consistem em meios que 
servem indiretamente para o 
convencimento do juiz. São 
também denominados meios de 
investigação ou de pesquisas de 
prova. Ex.: extrato bancário 
encontrado na busca e 
apreensão. A busca e apreensão 
é o único meio de obtenção de 
prova (essencialmente) 
elencada no Código, embora 
haja outros em leis especiais, 
como por exemplo:
- Interceptação das 
comunicações telefônicas – Lei 
n. 9.296/96.
- “Quebra” dos sigilos 
financeiros – LC n. 105/2001.
- Agente Infiltrado – arts. 10 a 14 
da Lei n. 12.850/13.
 
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Princípios gerais
I - princípio da comunhão ou aquisição dos meios de prova: a prova 
produzida pelas partes passa a integrar o conjunto probatório, podendo 
favorecer qualquer dos litigantes.
II - princípio da audiência contraditória: a parte contra a qual foi produzida a 
prova, terá direito a conhecer o seu teor, impugná-la e oferecer contraprova.
III - princípio do livre convencimento motivado: cabe ao juiz a valoração dos 
elementos probatórios de acordo com sua convicção, deve no entanto, 
fundamentar sua convicção.
IV - princípio da oralidade: há predominância da palavra falada sobre os 
escritos, sendo os depoimentos, em regra, orais.
V - princípio da publicidade: determina que a instrução criminal seja pública, 
assim como o restante do processo, salvo exceções legais.
VI - princípio da concentração: as provas serão produzidas em audiência, 
salvo as hipóteses de urgência ou necessidade de sua realização antecipada.
VII - princípio da proporcionalidade: esse princípio vem mitigar a proibição 
absoluta das provas obtidas por meios ilícitos, mas esse princípio não é 
absoluto, devendo ceder nos casos em que se oponha a interesse de maior 
relevância.
Sistema de apreciação da prova (art. 155)
a) Sistema da prova legal: nesse sistema não cabia ao juiz qualquer liberdade 
na apreciação da prova. O valor de cada elemento probatório era 
estabelecido na lei, que fixava uma hierarquia entre os meios de prova.
b) Sistema de livre convicção (prova livre ou íntima convicção): por este 
sistema, o julgador tem total liberdade para decidir, podendo, inclusive, 
amparar-se em elementos que não foram trazidos aos autos e valorar as 
provas, estando desobrigado de motivar suas decisões e de expor as razões 
de seu julgamento. Esse sistema perdura no Tribunal do Júri, no nosso país.
c) Sistema de persuasão racional (livre convencimento motivado): nele o 
juiz formará livremente sua convicção, apreciando o conjunto probatório e 
valorando os elementos de prova independente de qualquer tarifação legal. 
Deve fundamentar suas decisões, pautando-as nos elementos que foram 
carreados aos autos (art. 157, CPP).
regra: livre convencimento motivado, com exceção para os jurados do 
tribunal do júri. Não pode condenar exclusivamente com base no inquérito 
policial
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Ônus da prova (art. 156)
 Ônus é o encargo atribuído às partes de provar, por meio de meios ilícitos e 
legítimos, a verdade das suas alegações, visando a fornecer ao juiz os 
elementos necessários à formação de sua convicção. À acusação caberá 
provar a existência do fato imputado e sua autoria, já à defesa, imcubirá a 
prova de eventuais causas excludentes de ilicitude.
O onus probandi é atenuado pelo poder instrutório que a lei confere ao juiz, 
o qual poderá, de ofício, determinar medidas para dirimir dúvida sobre ponto 
relevante, bem como ordenar diligências para sanar qualquer nulidade ou 
suprir falta que prejudique o esclarecimento da verdade. O juiz não pode 
contentar-se com a verdade formal, trazida pelas partes.
Prova emprestada: é aquela que foi produzida originariamente em um 
determinado processo e vem a ser apresentada, documentalmente por 
outro. Para ser admitida, é preciso que ambos os processos tenham as 
mesmas partes. 
Fatos que não dependem de prova 
- Fatos axiomáticos ou intuitivos: são os fatos evidentes. 
- Fatos notórios: são os de conhecimento geral em determinado meio. 
- Presunções legais: verdades que a lei estabelece. 
- Fatos inúteis: são aqueles fatos, verdadeiros ou não, que não influenciam 
na solução da causa, na apuração da verdade real, sem relevância jurídica. 
Prova Ilícita X Prova Ilegítima X Prova Emprestada
A prova emprestada é aquela levada de um processo para o outro pela 
via documental, mas o valor é o da prova originariamente produzida, ou seja, 
se lá foi prova testemunhal aqui também será. Para ser admitida como prova 
deve ter sido colhida entre as mesmas partes.
A Constituição prevê no art. 5º, inc. LVI, da CF que a prova ilícita é 
inadmissível no processo. O CPP também prevê em seu texto 
inadmissibilidade e determina o que fazer com elas. O legislador estabelece 
que as provas ilícitas sejam desentranhadas do processo. Mas o que se 
entende por prova ilícita? É o mesmo que prova ilegítima?
Entende-se que as provas que sejam contrárias à lei pertencem ao 
gênero das provas ilegais e se dividem em duas espécies:
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A prova ilícita por derivação tem tratamento dado no § 1º do art. 157, 
CPP sendo também inadmissível, mas o legislador prevê uma ressalva: 
quando não estiver evidenciado o nexo causal entre as provas, ilícita e a 
derivada dela, ou quando derivada puderem ser obtidas por uma fonte 
independente das primeiras.
A chamada Teoria dos Frutos da Árvore Envenenada foi criada pelo 
direito norte-americano e ganhou espaço na edição da Lei n. 11.690/08 
que alterou do artigo de que trata o parágrafo acima.
 ATENÇÃO
b) hipóteses de admissibilidade da prova ilícita:
b.1) princípio da proporcionalidade: adota o critério da proporcionalidade ou 
da razoabilidade, pelo qual, em determinados casos, pode-se admitir a prova 
obtida de forma ilícita, levando-se em conta a relevância do interesse público 
a ser protegido e preservado.
b.2) prova ilícita pro reo: não comete crime pois está em estado de 
necessidade, a ilicitude é eliminada por causas legais, como a legítima defesa.
c) prova ilícita derivada (teoria dos frutos da árvore envenenada): a prova 
ilícita derivada em si mesma não é ilícita, mas torna-se ilícita por decorrência 
da prova ilícita originária. Na CF não tem nada, no CPP é art. 157, § 1°.
d) hipóteses de admissibilidade da prova ilícita derivada.
d.1) teoria do nexo causal atenuado. Ex. confissão sob tortura, e há uma 
segunda confissão (em juízo), nexo é tênue ou inexistente.
 
 
 
 
Provas Ilícitas Provas Ilegítimas
Consistem em provas obtidas 
em violação de normas de 
direito material ou de garantias 
constitucionais.
Consistem em provas 
produzidas violando normas 
processuais.
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d.2) teoria da fonte independente, a mesma prova duas vezes, umas lícita e 
uma ilícita, afasta-se a ilícita e utiliza-se a lícita.
d.3) teoria da descoberta inevitável: quando a prova produzida foi a ilícita, 
mas sabe-se
que a prova seria produzida de forma lícita do mesmo jeito. O CPP positiva 
no §2° do art.157. A teoria da fonte independente, com conteúdo de 
descoberta inevitável, preferir a opção fonte independente na prova.
Perícias em geral
 É o exame realizado por pessoa com certos conhecimentos especiais em 
coisas ou pessoas, que tem porfim elucidar determinado fato, auxiliando no 
julgamento da causa. O perito será nomeado pelo juiz da causa ou pela 
autoridade policial. Os peritos responderão aos quesitos formulados pelas 
partes e pelo juiz até o ato da diligência.
 A perícia é realizada por um perito oficial, e em sua falta, por suas pessoas 
idôneas, portadoras de diploma de curso superior, escolhidas, de 
preferência, dentre as que tiverem habilitação técnica relacionada à natureza 
do exame. Quando não forem oficiais, os peritos deverão firmar 
compromisso, e fielmente desempenhar o cargo, (art. 159 do CPP).
Devem ser realizadas no fim da Instrução Criminal, de acordo com o STF. O 
exame pericial será determinado pelo delegado de polícia ou pelo juiz, de 
ofício ou a requerimento das partes.
* Laudo Pericial: é o documento em que os peritos consignam suas 
conclusões, após minuciosa apreciação dos elementos analisados. No laudo 
deverão os peritos descrever minuciosamente o que examinarem, e 
responder os quesitos formulados. 10 dias é o prazo para a conclusão, 
podendo esse prazo ser prorrogado, em casos excepcionais a pedido dos 
peritos (art. 160 do CPP).
Exame de corpo de delito
Corpo de delito é o conjunto de vestígios, dos elementos sensíveis deixados 
pelo crime. A lei estabelece duas modalidades de exame de corpo de delito:
a) direto: quando os peritos examinam os próprios vestígios materiais;
b) indireto: para alguns autores, o exame de corpo de delito indireto é 
aquele constituído pelo depoimento de testemunhas( posição majoritária). 
Outros entendem que o exame indireto é aquele feito pelos peritos com base 
em elementos que constam no processo, não se confundindo com prova 
testemunhal.
 
 
 
 
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OBS: constitui causa de nulidade absoluta a falta do exame de corpo de 
delito nos crimes que deixam vestígios. (art. 564, II, b, CPP).
 Exame necrópsico, ou autópsia é o exame das partes internas do cadáver a 
fim de estabelecer a causa mortis e outros elementos pertinentes ao fato. 
Em regra, só poderá ser feita decorridas 6 horas do óbito (art. 162, caput).
Interrogatório
 É o ato processual conduzido pelo juiz no qual o acusado é perguntado 
acerca dos fatos que lhe são imputados, abrindo-lhe a oportunidade para 
que deles se defenda, ou nada diga. De acordo com decisão do STF, o 
interrogatório deve ser feito ao final da instrução criminal.
a) Natureza jurídica: Há na doutrina quatro posições, quais sejam:
- é um meio de prova
- é um meio de defesa
- é um meio de defesa e de prova
- é, primeiramente, um meio de defesa e, em segundo plano, um meio de 
prova.
b) Características:
• Ato personalíssimo
• Judicialidade
• Oralidade
• Realização a qualquer momento
• Obrigatoriedade
c) Local: se preso, interrogado no local em que está preso. Exceção 1, 
no fórum;exceção 2, videoconferência (hipóteses: rol taxativo, decidido, 
partes intimadas com 10 dias de antecedência, art. 185 §§ 2° e 3°).
O acusado será interrogado sempre na presença de seu defensor. Caso não 
tenha, deve ser-lhe nomeado um defensor público ou um defensor dativo (ad 
hoc). 
Antes do interrogatório, o juiz deve assegurar o direito de entrevista 
reservada com seu defensor e do seu direito ao silêncio, sem que isso seja 
utilizado em seu prejuízo (art. 5º, inc. LXIII, da CF e art. 186 do CPP).
Nemo tenetur se detegere – tal princípio determina que ninguém está 
obrigado a produzir prova contra si. Portanto, o direito de o acusado 
permanecer em silêncio é uma manifestação desse princípio, não devendo 
nenhum prejuízo jurídico se permanecer em silêncio durante o 
interrogatório.
 
 
 
 
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d) Procedimento do interrogatório – 186 a 188
* Qualificação do réu
* Interrogatório sobre sua pessoa
* Interrogatório dos fatos
* Esclarecimento das partes
O direito de silêncio não abarca a qualificação, começa no interrogatório 
sobre a pessoa. Em regra as partes não perguntam direto para o réu, salvo no 
plenário do júri.
Confissão (art. 197): retratável e divisível
É o reconhecimento feito pelo indiciado ou acusado da imputação que 
lhe é feita.
Ela deverá ser:
1 - espontânea ou voluntária;
2 - expressa;
3 - pessoal.
Esse ato deve realizado de maneira solene e pública, devendo ser exercido 
de forma voluntária, expressa e pessoalmente perante autoridade 
competente.
Outras características são:
1 - retratabilidade: permitindo-se ao confitente se retratar, desdizer o que foi 
dito, oferecendo nova versão dos fatos, ou negando qualquer 
responsabilidade. Pode ser retratação total ou parcial.
2 - divisibilidade: a confissão é divisível, podendo o juiz aceitá-la 
parcialmente, repudiando a parte que reputar inverossímil.
Valor probatório: A confissão não tem valor absoluto, devendo ser analisada 
pelos critérios adotados para os outros elementos de prova, e para a sua 
apreciação, o juiz deverá confrontá-la com as demais provas do processo, 
verificando se entre ela e estas existe compatibilidade ou concordância.
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Ofendido - art. 201, CPP
Conceito: Para fins processuais penais apenas serão considerados nas ações de 
iniciativa privada, onde é parte autora. O ofendido não é parte nas ações penais 
públicas.
Ofendido X Testemunha: O ofendido prestará declaração sempre que possível – 
art. 201, caput, CPP – não tendo o dever de falar a verdade. Logo, não comete o 
crime de falso testemunho descrito no art. 342, CP caso falte com a verdade.
A testemunha presta depoimento se arroladas pelas partes ou se o juiz assim 
determinar de ofício – art. 204, CPP – devendo prestar compromisso de dizer a 
verdade, sob pena de serem processadas pelo crime de falso testemunho.
 
 
 
Confissão
Classificação
Quanto ao 
conteúdo
 
Confissão Simples: O réu apenas confessa uma 
prática delituosa.
Confissão Complexa: O réu reconhece a prática 
de diversos atos delituosos.
Confissão Qualificada: O réu reconhece a 
prática do ilícito, mas o faz invocando causa 
excludente de ilicitude ou de culpabilidade. 
Exemplo: réu confessa homicídio, mas alega 
legítima defesa.
Quanto à 
natureza
Confissão real: Realizada espontaneamente pelo 
réu, seja escrita ou oralmente.
Confissão ficta: Não é admitida em nosso 
ordenamento jurídico. Confissão que advém de 
presunção ou desdobramento jurídico.
Quanto ao 
momento
Confissão extrajudicial: É aquela feita fora do 
curso do processo judicial, podendo, por 
exemplo, ter sido realizada perante autoridade 
policial. Quando realizada fora do 
interrogatório, será tomada por termo nos autos 
(Art. 199, CPP).
Confissão judicial: É aquela feita em juízo.
Geralmente ocorre durante o interrogatório, 
mas pode se dar em outro momento processual.
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Procedimento: O ofendido que tiver sido intimado e deixar de comparecer 
sem motivo justo, poderá ser conduzido à presença da autoridade.
Será comunicado dos atos processuais relativos ao ingresso e à saída do 
acusado da prisão, à designação de data para audiência e à sentença e 
respectivos acórdãos que a mantenham ou modifiquem no endereço por ele 
indicado, admitindo-se, por opção do ofendido, o uso de meio eletrônico.
Antes do início da audiência e durante a sua realização, será reservado 
espaço separado para o ofendido.
Se o juiz entender necessário, poderá encaminhar o ofendido para 
atendimento multidisciplinar, especialmente nas áreas psicossocial, de 
assistência jurídica e de saúde, a expensas do ofensor ou do Estado.
O juiz tomará as providências necessárias à preservação da intimidade, vida 
privada, honra e imagem do ofendido, podendo, inclusive, determinar o 
segredo de justiça em relação aos dados, depoimentos e outras informações 
constantes dos autos a seu respeito para evitar sua exposição aos meios de 
comunicação.
Prova testemunhal
Conceito: A testemunha não é considerada

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