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Licensed to Briso Souza Ferreira - Email: brisogsouza@gmail.com Princípios Constitucionais Os princípios constituem regras basilares de um sistema. Por isso, a Constituição Federal estabeleceu, principalmente no art. 5º, mas não apenas nele), vários princípios relativos ao processo penal. Outros tantos são subtraídos de textos como a Convenção Americana de Direitos Humanos. Portanto, isso não quer dizer que os princípios estejam apenas positivados no corpo do texto constitucional. A seguir trataremos dos princípios essenciais ao direito processual penal, vejamos: 1. Princípio do devido processo legal (art. 5°, LIV, CF) “Ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal”. Constitui, basicamente, a garantia de que o conteúdo da jurisdicionalidade é a legalidade, obediência ao que está previamente estabelecido em lei. É uma garantia na medida em que protege o particular contra qualquer atividade Estatal que, sendo arbitrária, desproporcional ou não razoável, constitua violação a qualquer direito fundamental. 2. Princípios do Contraditório e da Ampla Defesa (art. 5°, LV, CF) Contraditório (audiência bilateral) = significa que cada ato praticado durante o processo seja resultante da participação ativa das partes. Relevante é que o juiz, antes de proferir a decisão, ouça as partes, dando-lhes igual oportunidade para que se manifestem. Comunicação obrigatória (as partes devem ser comunicadas do que acontece no processo) + reação possível (se a parte quiser se manifestar); Licensed to Briso Souza Ferreira - Email: brisogsouza@gmail.com Ampla defesa = É o direito das partes de oferecer argumentos em seu favor e de demonstrá-los, nos limites em que isso seja possível. A defesa pode ser exercida por meio de defesa técnica e também de auto defesa. Defesa técnica: indisponível e irrenunciável. Autodefesa (direito de audiência, de presença e de postulação): disponível. A lei 11.900/09 criou o interrogatório por videoconferência. 3. Princípio da presunção de inocência (art. 5°, LVII, CF) Este é mesmo um princípio em voga nos dias de hoje, mas vamos compreendê-lo para fins do processo penal. O texto constitucional determina que ninguém será considerado culpado até que haja o trânsito em julgado de sentença penal condenatório, o que quer dizer que a prisão cautelar passou a ser uma medida de exceção, devendo ser utilizada apenas se cumpridos os requisitos para sua imposição. Ademais, apenas há que se falar de condenação se houver pela convicção de culpa, pois há a presunção de inocência do réu, bastando para sua absolvição que haja dúvida – princípio do favor rei. Consequências: a) A prisão processual é excepcional; b) Uso de algemas é excepcional (Súmula Vinculante STF n. 11) ; c) Processos e inquéritos em andamento não configuram maus antecedentes. 4. Princípio acusatório Partes com papeis de defesa e acusação bem contornados, juiz imparcial e até mesmo inerte. O anverso do sistema inquisitivo no qual um só órgão acumula as funções de acusar e julgar. 5. Princípio da verdade real Toda a atividade processual, em especial a produção de provas, deve conduzir ao descobrimento dos fatos conforme se passarem na realidade. O conjunto instrutório deve refletir, no maior grau de fidelidade possível, os acontecimentos pertinentes ao fato investigado. Licensed to Briso Souza Ferreira - Email: brisogsouza@gmail.com 6. Princípios da igualdade das partes ou da paridade processual A igualdade processual é um desdobramento do princípio da isonomia ou da igualdade (art. 5º, caput, CF). No processo penal, às partes devem ser asseguradas as mesmas oportunidades de alegação e de prova, cabendo-lhes iguais direitos, ônus, obrigações e faculdades. 7. Princípio da Publicidade (art. 5º, LX, da CF) Os atos processuais devem ser públicos, constituindo-se uma garantia inseparável do conceito de democracia, na medida em que se exigem transparência nos assuntos públicos. Publicidade mediata: resultante da divulgação de tais atos pelos meios de comunicação; Publicidade imediata: as partes estão presentes e têm contato direto com os atos processuais. 8. Princípio da persuasão racional ou do livre convencimento motivado (art. 155, CPP) O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas. 9. Princípio da motivação dos atos judiciais (art. 93, IX, CPP; art. 381, III, CPP) Se por uma lado o juiz é livre para formar seu convencimento acerca da prova, é imperativo que exponha, motivando as decisões que proferir, os elementos de prova que fundamentam suas decisões e as razões pelas quais esses elementos serão considerados determinantes. A motivação inclui ainda, a fundamentação legal da decisão. 10. Princípio da economia processual (art. 563, CPP) Nenhum ato será declarado nulo, se da nulidade não resultar prejuízo para a acusação ou para a defesa. Licensed to Briso Souza Ferreira - Email: brisogsouza@gmail.com Esse princípio consubstancia-se no aproveitamento dos atos judiciais praticados, ainda que tenham sido conduzidos de maneira diversa daquela prescrita em lei. O princípio tem por finalidade evitar a repetição desnecessária de atos processuais. 11. Princípio do duplo grau de jurisdição Princípio segundo o qual as decisões podem ser revistas por órgãos jurisdicionais de grau superior, por meio da interposição de recursos. Abrange tanto as questões de fato quanto de direito, alcançando as sentenças e decisões interlocutórias. 12. Princípio da boa-fé processual Princípio geral do direito, decorre do “princípio do devido processo legal”, indo em busca de um processo justo. 13. Princípio da identidade física do Juiz Inserido pela lei nº 11.719/2008 no processo penal. Estabelece que o magistrado que presidir a instrução obrigatoriamente prolatará a sentença. Esse princípio deve ser estendido em todos os tipos de procedimentos, inclusive nos especiais, não se restringindo ao procedimento comum ordinário. 14. Princípio do Juiz Natural – art. 5º, inc. LIII, da CF Muitos consideram que esse princípio é um pressuposto à existência do juiz, e não um mero atributo. O princípio está explicitado no texto constitucional e estabelece que o autor da infração apenas poderá ser processado e julgado perante o órgão jurisdicional competente, o quer dizer que o autor tem direito de saber anteriormente quem será a autoridade que irá processá-lo e qual o juiz ou tribunal julgá-lo. A partir dessa premissa, o art. 5º, inc. XXXVII da CF estabelece que não haverá tribunal e nem juízo de exceção. Obs.: O STF, no mesmo embasamento, também tem considerado em suas decisões, o princípio do promotor natural. Licensed to Briso Souza Ferreira - Email: brisogsouza@gmail.com 15. Princípio da Duração Razoável do Processo - art. 5º, inc. LXXVIII, da CF Cabe ao Estado garantir que o processo seja realizado em prazo razoável, ou seja, que a finalidade do processo seja atingida sem causar constrangimentos desnecessários. Licensed to Briso Souza Ferreira - Email: brisogsouza@gmail.com QUESTÃO 1 Matheus foi denunciado pela prática dos crimes de tráfico de drogas (Art. 33, caput, da Lei nº 11.343/2006) e associação para o tráfico (Art. 35, caput, da Lei nº 11.343/2006), em concurso material. Quando da realização da audiência de instrução e julgamento, o advogado de defesa pleiteou que o réu fosse interrogado após a oitiva das testemunhas de acusação e de defesa, como determina o Código de Processo Penal (Art. 400 do CPP, com redação dada pela Lei nº 11.719/2008), o que seria mais benéfico à defesa. O juiz singular indeferiu a inversão do interrogatório, sob a alegação de que a norma aplicável à espécie seria a Lei nº 11.343/2006,a qual prevê, em seu Art. 57, que o réu deverá ser ouvido no início da instrução. Nesse caso, A) o juiz não agiu corretamente, pois o interrogatório do acusado, de acordo com o Código de Processo Penal, é o último ato a ser realizado. B) o juiz agiu corretamente, eis que o interrogatório, em razão do princípio da especialidade, deve ser o primeiro ato da instrução nas ações penais instauradas para a persecução dos crimes previstos na Lei de Drogas. C) o juiz não agiu corretamente, pois é cabível a inversão do interrogatório, devendo ser automaticamente reconhecida a nulidade em razão da adoção de procedimento incorreto. D) o juiz agiu corretamente, já que, independentemente do procedimento adotado, não há uma ordem a ser seguida em relação ao momento da realização do interrogatório do acusado. Comentário: O princípio da especialidade revela que a norma especial afasta a incidência da norma geral. Lex specialis derogat legi generali. A norma se diz especial quando contiver os elementos de outra (geral) e acrescentar pormenores. Alternativa correta: B Questões Comentadas dos Últimos Exames Licensed to Briso Souza Ferreira - Email: brisogsouza@gmail.com Aplicação da Lei Penal É princípio geral do direito que as normas jurídicas limitam-se no tempo e no espaço, isto é, aplicam-se em um determinado território e em um determinado lapso de tempo. Aplicação analógica: processo de integração da norma jurídica escrita por meio do qual diante do silêncio d lei sobre determinada situação, se utiliza outro preceito legal que rege situação semelhante. Utiliza-se como suplemento os princípios gerais do direito (admissibilidade das provas ilícitas pro reo, impossibilidade de coagir o réu a produzir prova contra si mesmo). Tem aplicação diferente da lei penal no tempo. A Lei Penal não retroage, salvo para beneficiar o réu. Para a lei processual vale o princípio do efeito imediato (tempus regit actum). A nova lei processual será aplicada a todos os processos em curso, não importando se beneficia ou não o réu. Ademais, os atos processuais já praticados permanecerão válidos. (art. 2° CPP). Segundo o art. 3° do CPP a lei processual admite analogia; interpretação extensiva; aplicação dos princípios gerais do direito. Prazo Penal Prazo Processo Penal Conta o dia do começo Começa a contar no próximo dia útil (a partir da intimação ou citação, e não da juntada do mandado) Improrrogável É prorrogável para o próximo dia útil Contagem de Prazo Licensed to Briso Souza Ferreira - Email: brisogsouza@gmail.com Inquérito Policial A pretensão punitiva surge para o Estado no momento em que a infração penal é cometida, cabendo a este aplicar ao autor a sanção penal estabelecida pela legislação no caso concreto. Entretanto, o Estado não pode aplicar a sanção imediatamente, devendo respeitar uma cadeia de atos para averiguação dos fatos, respeitando a indisponibilidade do direito de liberdade uma vez que a Constituição Federal preconiza em seu art. 5º, inc. LIV que ninguém deve ser privado de sua liberdade ou mesmo de seus bens, sem que haja devido processo legal (nulla poena sine judicio – não há ação penal sem processo). Todo esse processo é denominado persecução penal que é composta da investigação criminal e da ação penal. A investigação criminal precede a ação penal colhendo informações para a propositura da ação penal que está condicionada à existência de justa causa e indícios de autoria e materialidade. O Título II é um dos títulos mais recorrentes em provas. Trata do art. 4º ao 23 do inquérito policial. Conceito: Não é processo judicial, nem administrativo. É procedimento administrativo de cunho investigatório, presidido pela autoridade policial (delegado da polícia civil ou federal), destinado a produzir prova idônea e embasar a opinio delicti do titular da ação penal. O inquérito policial consiste em todas as diligências necessárias para o descobrimento do fato criminoso, de suas circunstâncias e dos seus autores e cúmplices. É presidido pela autoridade policial. Destinado ao titular da ação penal: MP, nos casos de ação penal pública; ou o titular do direito de queixa, nos casos de ação privada (ofendido, rep. legal, curador especial, parente). Obs.: São afastadas do inquérito a apuração de infrações de menor potencial ofensivo – Lei n. 9.099/95. Lavra-se o termo circunstanciado. Exceções: 1Há contravenções e crimes cuja pena máxima não exceda 2 anos que só podem ser investigados por inquérito policiais: crimes da Lei Maria da Penha – art. 41. 2Art. 291/CTB: será feita por inquérito policial. Licensed to Briso Souza Ferreira - Email: brisogsouza@gmail.com Características: a) Escrito (art. 9° CPP); é possível produzir prova oral, mas esta deverá ser reduzida a termo (escrita), por determinação legal. É uma peça informativa. b) Oficioso (art. 4º, CPP) – iniciado de ofício pela autoridade policial (nas ações penais públicas incondicionadas). Não se aplica às ações públicas condicionadas, nem às ações penais privadas. A ação penal pública condicionada carece de representação, e ação penal privada, de requerimento do ofendido; Obs.: Os delegados são proibidos de realizar as investigações em que figuram como suspeito magistrado ou membro do MP, que são reguladas por leis orgânicas (LOMAN e LONMP). c) Indisponível (art. 17, CPP) – só será arquivado com autorização judicial, depois de manifestação do MP; mas ele poderá se recusar a abrir o inquérito, só não poderá encerrá-lo depois de instaurado. Da decisão do delegado que se recusa a instalar o inquérito cabe recurso administrativo para o "chefe de polícia" (secretário de segurança pública). d) Dispensável – O inquérito policial não é indispensável à propositura da ação penal. e) Discricionário: à autoridade policial, não é permitido arquivar o inquérito policial. O delegado é quem decide que prova vai produzir. Exceções (obrigatoriedade de produzir a prova): quando houver requisições do MP ou do juiz; crimes que deixam vestígio (não transeunte). # desaparecendo os vestígios do crime, o exame de corpo de delito, pode ser substituído por outras provas. Para a doutrina esta substituição das provas é um exame de corpo de delito indireto. f) Inquisitório: ausência de contraditório e ampla defesa. O contraditório e a ampla defesa não se aplicam ao inquérito policial, pois a Constituição assegura contraditório e ampla defesa apenas a acusados e a litigantes. Cabe ressaltar que o inquérito policial não é peça acusatória. Obs.: 1há uma corrente minoritária que alega que no IP pode ter contraditório e ampla defesa. 2 O fato de haver inquisitoriedade não significa que possa haver arbitrariedade. Dizer que “o indiciado não é sujeito de direitos, mas objeto da investigação” é completamente incoerente com a CF/88. Licensed to Briso Souza Ferreira - Email: brisogsouza@gmail.com Direitos fundamentais: a) respeito à sua integridade física e psíquica; b) direito de não produzir prova contra si mesmo (nemo tenetur se detegere) – art. 5º, inc. LXIII/CF; c) direito de acesso às provas documentadas nos autos – Súmula vinculante n. 14; d) direito de não ser submetido a identificação criminal, salvo disposição legal. g) Sigiloso (art. 20 CPP) - o sigilo no inquérito policial tem por fim assegurar que a investigação preserve a honra e a intimidade das pessoas envolvidas, bem como para garantir a elucidação do fato ou para que seja atendido o direito da sociedade – art. 20, do CPP e art. 5º, inc. LX, CF. Contudo, há algo importante a se ressaltar: o sigilo dos atos do inquérito não pode ser aplicado ao Ministério Público, ao Juiz e ao advogado (art. 7º, inc. XIV do Estatuto da Advocacia e Súmula Vinculante n. 14) devendo comprovar que representa o indiciado, não sendo necessário que seja uma procuração. Indiciado maior de 18 e menor de 21 anos deve ter um curador. A falta de nomeação de um curador constitui mera irregularidade no inquérito policial,mas é ilegalidade que enseja relaxamento da prisão em flagrante. A capacidade civil nada tem a ver com a menoridade penal. Existem inquéritos extrapoliciais: instaurado para apurar crime cometido por magistrado e por membro do MP. Outro bom exemplo é a CPI (comissão parlamentar de inquérito. Sobre a CPI: * Só pode decretar uma prisão: prisão em flagrante (prisão que pode ser decretada por qualquer indivíduo); * Pode decretar a quebra do sigilo bancário e fiscal (dos dados); * Não pode decretar a interceptação telefônica (grampo) – só juiz pode. * Investiga fato certo e por prazo determinado; * Quórum para instauração da CPI: 1/3 de parlamentares de qualquer casa; * Poder instrutório de juiz (pode produzir prova com um juiz); pode intimar testemunhas e requisitar documentos. Encerrada a CPI – o relatório é enviado ao MP. Licensed to Briso Souza Ferreira - Email: brisogsouza@gmail.com É possível a investigação criminal direta pelo membro do MP. Havendo justa causa para proposição da ação penal é dispensável o inquérito policial. A participação de membro do MP na fase investigatória não acarreta seu impedimento ou suspeição para o oferecimento da denúncia (Súmula 234 STJ). A participação de membro do Ministério Público na fase investigatória criminal não acarreta o seu impedimento ou suspeição para o oferecimento da denúncia. Quando o interesse social ou a conveniência da investigação exigir é possível manter o indiciado em regime de incomunicabilidade, situação esta que não se estende ao MP, ao juiz e ao advogado. Inquérito policial militar, inquérito da polícia legislativa. Investigações criminais envolvendo Deputados Federais e Senadores ANTES da AP 937 QO Antes da decisão da AP 937 QO, as investigações envolvendo Deputado Federal ou Senador somente poderiam ser iniciadas após autorização formal do STF. Assim, por exemplo, se, a autoridade policial ou o membro do Ministério Público tivesse conhecimento de indícios de crime envolvendo Deputado Federal ou Senador, o Delegado e o membro do MP não poderiam iniciar uma investigação contra o parlamentar federal. O que eles deveriam fazer: remeter esses indícios à Procuradoria Geral da República para que esta fizesse requerimento pedindo a autorização para a instauração de investigação criminal envolvendo essa autoridade. Essa investigação era chamada de inquérito criminal (não era inquérito "policial") e deveria tramitar no STF, sob a supervisão judicial de um Ministro-Relator que iria autorizar as diligências que se fizessem necessárias. Em suma, o que eu quero dizer: a autoridade policial e o MP não podiam investigar eventuais crimes cometidos por Deputados Federais e Senadores, salvo se houvesse uma prévia autorização do STF. ATENÇÃO Licensed to Briso Souza Ferreira - Email: brisogsouza@gmail.com É possível a investigação criminal direta pelo membro do MP. Havendo justa causa para proposição da ação penal é dispensável o inquérito policial. A participação de membro do MP na fase investigatória não acarreta seu impedimento ou suspeição para o oferecimento da denúncia (Súmula 234 STJ). A participação de membro do Ministério Público na fase investigatória criminal não acarreta o seu impedimento ou suspeição para o oferecimento da denúncia. Quando o interesse social ou a conveniência da investigação exigir é possível manter o indiciado em regime de incomunicabilidade, situação esta que não se estende ao MP, ao juiz e ao advogado. Inquérito policial militar, inquérito da polícia legislativa. Investigações criminais envolvendo Deputados Federais e Senadores DEPOIS da AP 937 QO ATENÇÃO Situação Atribuição para investigar Se o crime foi praticado antes da diplomação Polícia (Civil ou Federal) ou MP. Não há necessidade de autorização do STF Medidas cautelares são deferidas pelo juízo de 1ª instância (ex: quebra de sigilo) Se o crime foi praticado depois da diplomação (durante o exercício do cargo), mas o delito não tem relação com as funções desempenhadas. Ex: homicídio culposo no trânsito. Polícia (Civil ou Federal) ou MP. Não há necessidade de autorização do STF Medidas cautelares são deferidas pelo juízo de 1ª instância (ex: quebra de sigilo) Se o crime foi praticado depois da diplomação (durante o exercício do cargo) e o delito está relacionado com as funções desempenhadas. Ex: corrupção passiva. Polícia Federal e Procuradoria Geral da República, com supervisão judicial do STF. Há necessidade de autorização do STF para o início das investigações. Licensed to Briso Souza Ferreira - Email: brisogsouza@gmail.com Início do Inquérito policial: Primeiramente, o inquérito policial se inicia por meio da notitia criminis (notícia do crime), que é o conhecimento pela autoridade policial da ocorrência de um fato possivelmente criminoso. São 4 tipos de notitia criminis: 1 - Direta: quando autoridade policial toma diretamente ciência do fato, em razão de sua atividade funcional; 2 - Indireta: é quando o fato é relatado à autoridade policial por iniciativa de terceiros. Esse relato poderá ser feito à autoridade por qualquer meio; 3 - Coercitiva: ocorre nos casos de prisão em flagrante, apresentando-se o autor do crime à autoridade policial. Pode ocorrer nos casos de ação pública condicionada ou incondicionada e nos casos de ação privada; 4 - Delatio criminis: a autoridade policial agirá por ter sido noticiada por qualquer do povo para providências e solicitação de punição do responsável. a) Crimes de ação penal pública incondicionada: de ofício pelo delegado (por uma portaria); mediante requisição (ordem) do MP ou do Juiz; por requerimento do ofendido ou de seu representante; por auto de prisão em flagrante; b) Crimes de ação pública condicionada: mediante representação do ofendido ou mediante requisição do Ministro da Justiça (raramente ocorre). c) Crimes de ação privada: mediante requerimento do ofendido. * Hipótese geral: pode começar mediante auto de prisão em flagrante. Notitia criminis: Trata-se do conhecimento espontâneo ou provocado pela autoridade policial, de um fato que se afigure como crime. - Espontânea ou de cognição imediata: informação chega até o delegado por meio de sua atividade rotineiras. - Provocada ou de cognição mediata: A notícia é encaminhada pela vítima, pelo membro do MP ou autoridade judicial. - Coercitiva ou de cognição coercitiva: Notícia encaminhada através de uma prisão em flagrante. Obs.: já a delatio criminis é a comunicação de qualquer do povo da ocorrência de um crime – art. 5º, § 3º, do CPP. Licensed to Briso Souza Ferreira - Email: brisogsouza@gmail.com Diligências da autoridade policial I- dirigir-se ao local, providenciando para que não se alterem o estado e conservação das coisas, até a chegada dos peritos criminais; II - apreender objetos que tiverem relação com o fato, após liberados os peritos criminais; III - colher todas as provas que servirem para o esclarecimento do fato e suas circunstâncias; IV - ouvir o ofendido; V - ouvir o indiciado; VI - proceder ao reconhecimento de pessoas e coisas e a acareações; VII - determinar, se for o caso, que se proceda a exame de corpo de delito e a quaisquer outras perícias VIII - ordenar identificação do indiciado pelo processo datiloscópico, se possível, e fazer juntar aos autos sua folha de antecedentes; IX - averiguar a vida pregressa do indiciado, sob o ponto de vista individual, familiar e social, sua condição econômica, entre outros. Indiciamento O Código de Processo Penal não definia quais eram os requisitos, condições e momento da investigação, em que o indiciamento deveria ser realizado. Esse impasse foi resolvido com a Lei n. 12.830/13 no art. 2º, § 6º define o indiciamento. É o ato privativo da autoridade policial, por meio do qual reconhece formalmente que os indícios de autoria e materialidade que recaem sobre determinado suspeito. Espécies: - Direto: realizado na presença do investigado. - Indireto: sem a presençado investigado (exceção). Momento: durante a fase investigativa. O entendimento jurisprudencial é claro no sentido de que o indiciamento não pode ser realizado quando a denúncia já tiver sido oferecida, uma vez que irá se tornar inócuo, perdendo o seu fim. Licensed to Briso Souza Ferreira - Email: brisogsouza@gmail.com No indiciamento há a colheita de dados sobre a vida pregressa do acusado e sua identificação criminal. Identificação – art. 5, inc. LVIII, da CF: a regra é que ocorra por meio da identificação civil (documento de identificação válido). Excepcionalmente é possível que se faça a identificação criminal em conformidade com a Lei n. 12.037/09. Ex.: datiloscópica; fotográfica ou perfil genético. Pessoas que não podem ser indiciada: - Presidente da República – art. 86, § 3, da CF - Agentes Diplomáticos (o direito penal brasileiro não se aplica a eles) - Menores de 18 anos - Magistrados e membros do MP Obs.: Indiciado menor nomeia-se curador. Prazos para o encerramento do inquérito policial a) Normal: 10 dias sem prorrogação para réu preso (conta-se o dia do início); 30 dias prorrogáveis por mais 30 em caso de réu solto (não inclui o dia do início); b) Lei de Drogas: 30 dias para réu preso e 90 dias para réu solto, ambos prorrogáveis (uma vez por igual período); c) Justiça Comum federal: 15 dias prorrogados por mais 15, mesmo para réu preso; d) Crimes contra a economia popular: 10 dias estando o réu preso ou solto; e) Militar: 20 dias para réu preso e 40 dias para réu solto. Excesso de prazo para encerramento do inquérito * Quem prorroga o prazo do inquérito policial é o juiz. Encerramento do IP - Ao fim do inquérito policial, é feito um relatório, a história útil do procedimento. O relatório é encaminhado para o juiz. - Se o crime for de ação penal pública ele encaminha o inquérito ao MP; se for de ação penal privada, ele deixa em cartório aguardando a manifestação do ofendido. Licensed to Briso Souza Ferreira - Email: brisogsouza@gmail.com Se o MP já tem provas da materialidade, propõe a ação penal, oferece a denúncia. Caso não haja provas suficientes, o MP pode requerer ao juiz que requisite diligências (reabrir o inquérito, o juiz não pode negar). O MP também pode pedir o arquivamento (o juiz pode não arquivar) o prazo para pedir o arquivamento é de 5 dias, se o réu estiver preso e 15 dias se estiver solto. * Súmula 524 do STF: esta súmula não se aplica quando o arquivamento se dá pela atipicidade do fato, caso em que a decisão gera coisa julgada material. - A autoridade policial não tem competência para determinar o arquivamento do inquérito policial, a legitimidade é do MP, titular da ação penal, o pedido é dirigido ao juiz que poderá acatá-lo. Se não acatar, o juiz remete os autos de inquérito ou peças informativas ao procurador-geral, que poderá oferecer a denúncia, designar outro membro do MP para oferecê-la ou insistir no arquivamento. - Arquivado o inquérito por despacho do juiz a requerimento do MP, não pode a ação penal ser iniciada sem novas provas. - Se o juiz não concorda com o arquivamento ele envia o inquérito para o Procurador Geral de Justiça (chefe do MP Estadual). Se for na Justiça Federal ele envia o inquérito para a Câmara de Coordenação e Revisão Criminal do MPF (LC 75/93). Eles podem concordar com o promotor e insistir no arquivamento (o juiz fica obrigado a arquivar) ou ele mesmo oferece a denúncia ou designa outro membro do MP para oferecer a denúncia (não pode designar o mesmo membro do MP que pediu o arquivamento – o membro do MP que for designado não pode se recusar a oferecer a denúncia). a) Crimes de ação penal pública: o MP pode oferecer denúncia; requerer novas diligências; ou requerer o arquivamento dos autos do IP. Atenção: em geral a decisão judicial de arquivamento é irrecorrível, mas em casos de crimes contra a economia popular a decisão se sujeita ao reexame necessário (recurso de ofício); e no caso de contravenções penais a decisão pode ser impugnada através de recurso em sentido estrito, a ser interposto por qualquer do povo. Licensed to Briso Souza Ferreira - Email: brisogsouza@gmail.com b) Crimes de ação penal privada: os autos do inquérito são enviados ao juízo competente, aguardando a iniciativa dos legitimados para o ajuizamento da queixa, no prazo decadencial de 6 meses; ou ainda podem ser os autos entregues ao titular de direito da queixa, mediante traslado, se assim o requerer. c) Trancamento do IP: é a sua extinção anormal, o juiz ou Tribunal podem determinar a paralisação das investigações de inquéritos indevidamente instaurados (atipicidade ou extinta punibilidade). O MP propõe o arquivamento ao juiz, se o juiz concorda esta arquivado, mas se descorda aplica-se o art. 28 CPP. Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará remessa do inquérito ou peças de informação ao procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a atender. Qual o recurso cabível da decisão que determina o arquivamento do inquérito? Não cabe recurso. Desarquivamento de IP a) Pode: se houver prova nova (substancialmente nova), Art. 18 e súmula 524 do STF. b) Exceção: não pode desarquivar se o fundamento for atipicidade da conduta. Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia. Vícios do inquérito policial Os vícios do inquérito não comprometem a ação penal ajuizada em decorrência dele. Licensed to Briso Souza Ferreira - Email: brisogsouza@gmail.com Valor probatório no inquérito: Relativo, a prova que foi produzida no inquérito deve ser reproduzida na ação penal. No caso da prova produzida do inquérito não ser confirmada em juízo: a) Havendo outras provas, poderá ser utilizada para a condenação b) Se for prova única, em regra não poderá ser utilizada para a condenação, mas poderá ser assim utilizada caso seja uma prova cautelar (marcada pelo periculum in mora), antecipada (relevante e urgente) ou irrepetível. O contraditório para essas provas é diferido ou prorrogado. * A prova antecipada é colhida pelo juiz e permite o contraditório, de certa forma tem o periculum in mora. Ex. uma testemunha em estado terminal. Incomunicabilidade do Indiciado Art. 21, CPP - possibilidade de que seja decretada a incomunicabilidade do investigado. Doutrina amplamente majoritária entende inconstitucional este dispositivo. Ainda que possível decretar a incomunicabilidade ela nunca seria aplicável com relação ao advogado. A incomunicabilidade do art. 21 do CPP não foi recepcionada pela CF/88. Licensed to Briso Souza Ferreira - Email: brisogsouza@gmail.com QUESTÃO 1 No dia 01/04/2014, Natália recebeu cinco facadas em seu abdômen, golpes estes que foram a causa eficiente de sua morte. Para investigar a autoria do delito, foi instaurado inquérito policial e foram realizadas diversas diligências, dentre as quais se destacam a oitiva dos familiares e amigos da vítima e exame pericial no local. Mesmo após todas essas medidas, não foi possível obter indícios suficientes de autoria, razão pela qual o inquérito policial foi arquivado pela autoridade judiciária por falta de justa causa, em 06/10/2014, após manifestação nesse sentido da autoridade policial e do Ministério Público. Ocorre que, em 05/01/2015, a mãe de Natália encontrou, entre os bens da filha que ainda guardava, uma carta escrita por Bruno, ex-namorado de Natália, em 30/03/2014, em que ele afirmava que ela teria 24 horas para retomar o relacionamento amoroso ou deveria arcar com as consequências. A referida carta foiencaminhada para a autoridade policial. Nesse caso, A) nada poderá ser feito, pois o arquivamento do inquérito policial fez coisa julgada material. B) a carta escrita por Bruno pode ser considerada prova nova e justificar o desarquivamento do inquérito pela autoridade competente. C) nada poderá ser feito, pois a carta escrita antes do arquivamento não pode ser considerada prova nova. D) pela falta de justa causa, o arquivamento poderia ter sido determinado diretamente pela autoridade policial, independentemente de manifestação do Ministério Público ou do juiz. Comentário: Art. 18. Depois de ordenado o arquivamento do inquérito pela autoridade judiciária, por falta de base para a denúncia, a autoridade policial poderá proceder a novas pesquisas, se de outras provas tiver notícia. Alternativa correta: B Questões Comentadas dos Últimos Exames Licensed to Briso Souza Ferreira - Email: brisogsouza@gmail.com XX EXAME Clodoaldo figura como indiciado em inquérito policial que investiga a prática de um crime de estupro de vulnerável. Já no curso das investigações, Clodoaldo apresenta sinais de que poderia ser portador de doença mental. Concluídas as investigações, é oferecida denúncia contra o indiciado. Durante a audiência, o advogado de Clodoaldo requer a instauração de incidente de insanidade mental, sendo o pleito indeferido pelo magistrado, que considerou o ato protelatório. Sobre o tema incidente de insanidade mental, é correto afirmar que A) se o perito concluir que o acusado era inimputável ao tempo da infração, o processo prosseguirá, mas se a insanidade surgiu após o ato criminoso imputado, o processo ficará suspenso. B) da decisão do magistrado que indeferiu a instauração do incidente caberá recurso em sentido estrito. C) diante da suspeita da autoridade policial, poderia ela mesmo ter instaurado incidente de insanidade mental. D) o incidente de insanidade mental é processado em autos em apartado e não gera, de imediato, qualquer suspensão do processo. COMENTÁRIOS: a) CORRETA: Esta é a previsão do art. 151 c/c art. 152 do CPP. b) ERRADA: Item errado, pois não é previsto recurso para atacar a decisão de indeferimento da instauração do incidente de insanidade mental, podendo ser impetrado habeas corpus. c) ERRADA: Item errado, pois o incidente de insanidade mental depende de autorização judicial, nos termos do art. 149 e seu §1º do CPP. d) ERRADA: O incidente de insanidade suspenderá o processo, salvo quanto às diligências urgentes, nos termos do art. 149, §2º do CPP. Licensed to Briso Souza Ferreira - Email: brisogsouza@gmail.com Ação Penal Uma vez que o Ministério Público, ou o particular nos casos de ação privada, reúna elementos de prova que lhe convençam da prática de certa conduta criminosa, é necessário que se prossiga com persecução penal, ajuizando assim uma ação penal. O direito de ação constitui direito, ou poder, que tem o acusador de, dirigindo um pedido ao Poder Judiciário, provocar sua manifestação sobre seu pedido. Características da ação penal: a) caráter público: é um direito público, é exercido em face do Estado e contém uma pretensão de elevada relevância social (uma pretensão punitiva); b) constitui direito subjetivo: o direito de ação, é uma faculdade de agir (no caso de ação penal pública é dever). Seu objetivo é obter tutela a determinado interesse. c) é direito autônomo: sua existência e a possibilidade de que seja exercido independem de qualquer relação jurídica material. d) é direito abstrato: qualquer pessoa que tenha a capacidade de agir poderá exercer o direito de ação, ainda que nenhuma violação a direito tenha ocorrido. Condições Gerais da Ação Penal: a) Legimatio “ad causam” – é a legitimação para agir, pertinência subjetiva para a ação, em tese as partes ocupam corretamente os pólos do processo. EX: o MP promove a ação penal privada, ou o réu era menor de 18 anos ao tempo do crime (neste caso tem como consequência a nulidade do processo, como disposto no art. 564, II do CPP); b) Interesse (processual) de agir: é a circunstância de que a pretensão do autor não pode ser satisfeita por outro meio senão pelo pronunciamento jurisdicional. Ação Penal Licensed to Briso Souza Ferreira - Email: brisogsouza@gmail.com c) Possibilidade jurídica do pedido – expressa-se na circunstância de que a conduta imputada na peça de acusação pelo autor da ação penal seja atípica, ilícita e culpável. Ligada ao princípio da reserva legal, deve haver fato típico; d) Justa causa – significa a existência de suporte probatório mínimo para o oferecimento da denúncia: indícios de autoria e prova da existência da infração penal. Tem consequência a rejeição da denúncia art. 395 ou trancamento da ação penal. Condições específicas da Ação Penal: a) Representação do ofendido; b) Requisição do Ministro da Justiça; c) Ingresso do agente em território nacional, em crimes praticados fora do território nacional. Obs.: a ausência de tipicidade e a extinção da punibilidade são matéria de absolvição sumária, e não de rejeição liminar da denúncia ou queixa. Logo, a denúncia ou queixa deverá ser liminarmente rejeitada se faltar uma das condições para a ação penal (CPP, art. 395, II, segunda parte), ou se esta for destituída de justa causa, (CPP, art. 395, III). A denúncia ou queixa deverá ser rejeitada se: - não descrever um fato aparentemente típico - se já estiver extinta a punibilidade - se quem a ofertar não tiver legitimidade para tanto - não houver prova da existência do crime imputado e indícios de autoria da prática delitiva. O legitimado ativo para promover a ação penal determina suas espécies: Licensed to Briso Souza Ferreira - Email: brisogsouza@gmail.com Denúncia e queixa-crime A ação penal é provida por meio do oferecimento de uma petição inicial, que dá início ao Processo Penal. Quando é o MP que apresenta a peça acusatória, esta recebe o nome de denúncia. Quando couber ao ofendido ou seu representante legal dar início à ação penal, deverão fazê-lo por meio de queixa-crime, que é o nome da peça acusatória nas ações penais privadas. A peça acusatória deve conter a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias e a qualificação dos crimes, a qualificação do acusado ou esclarecimentos que possam identificá-lo, identificação do querelante e sua assinatura, o pedido de condenação, deve ser redigida em vernáculo, contendo o endereçamento e o pedido de citação do réu para que integre o processo. A petição inicial pode ser rejeitada, nos casos em que for manifestamente inepta, quando faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal, ou quando faltar justa causa para o exercício da ação penal. A essa decisão cabe o recurso em sentido estrito. Ação penal pública É a ação penal exercida pelo Estado por meio do Ministério Público, representando o próprio interesse social. Ela intenta defender a sociedade a. O legitimado ativo, quem promove é o MP; b. O veículo é a denúncia, cujos requisitos estão no Art. 41; c. Princípios: Obrigatoriedade = legalidade. Quer dizer que o representante do MP, se dispuser dos elementos suficientes para amparar a acusação (prova da materialidade e indícios suficientes da autoria), estará obrigado a oferecer denúncia, exercendo o poder-dever de ação. Atenção!!! Obrigatoriedade mitigada ou discricionariedade regrada: nos casos em que o MP verifica que há o direito a transação penal art. 76 da lei 9999, pode não oferecer denuncia. Divisibilidade = o Ministério Público poderá oferecer denúncia em face daqueles acerca dos quais houver reunido indícios suficientes de autoria. Indisponibilidade = O órgão do parquet, ao ajuizar a ação e conduzir a acusação, não age em interesse próprio. Representa o Estado, titular do Direito defendido, que pertence à sociedade com um todo. Oficialidade/oficiosidade = a ação penal só poderá ser proposta por um órgão do Estado: o Ministério Público. Ele tem o dever de ajuizara ação penal Licensed to Briso Souza Ferreira - Email: brisogsouza@gmail.com Ação penal Pública Condicionada: representação Art. 24, caput, CPP - em determinados casos, a lei determinará a propositura da ação penal pública ao implemento de uma condição, qual seja a representação do ofendido (ou de quem o represente), ou a requisição do Ministro da Justiça. A representação nada mais é do que a manifestação do consentimento no sentido de que o Ministério Público possa proceder ao ajuizamento da ação penal (ou que a polícia judiciária possa proceder à instauração de inquérito policial). a. Noção: pedido ou autorização feito pelo ofendido ou seu representante legal, necessário tanto Inquérito Policial quanto para a ação penal. b. Formalidade: a jurisprudência diz que prescinde de formalidades seja, não precisa de formalidade. c. Titularidade: tem a legitimidade para promover a representação, em princípio, o ofendido ou quem tenha qualidade para representá-lo (art. 24, CPP). A representação pode ser feita pessoalmente ou por meio de procurador, desde que possua poderes especiais (art. 39, CPP). A representação é dirigida diretamente à autoridade policial, ao MP, ou ao próprio Juiz. d. Prazo: 6 meses a contar do conhecimento da autoria, prazo decadencial - art. 38, caput, CPP. (direito penal material). Observação 1: 11 de abril eu tomei conhecimento qual o último dia para representar? 10.10 é o prazo, pois, você exclui o do início. Observação 2: Pode se retratar até oferecida a denúncia. A representação é retratável enquanto o órgão acusatório não oferecer a denúncia. Observação 3: É possível a retratação da retratação (revogação da retratação) desde que dentro do prazo decadencial. Observação 4: Na lei Maria da Penha a retratação pode se dar até o recebimento da denúncia. Um juiz de minas foi afastado, pois, ele falou que a lei MP era diabólica e que a mulher era obra do pecado, o CNJ o afastou, criando assim, um crime de opinião. Licensed to Briso Souza Ferreira - Email: brisogsouza@gmail.com Ação Penal Pública Condicionada: Requisição do Ministro da Justiça Nos crimes cuja apuração dependa de requisição ministerial, o inquérito policial só poderá ser iniciado após manifestação de vontade do Ministro da Justiça. Essa requisição é autorização, fundamentada em razões políticas, para que o MP promova ação penal pública. A requisição é uma consição para o exercício da ação penal em certos crimes de cunho eminentemente político. Ação Penal Privada Em certas ocasiões, a lei reserva o exercício da ação penal a um particular. São aqueles casos em que, por determinação legal, a ação penal será de iniciativa privada. O autor da ação será o querelante e o réu de querelado. - O legitimado é o ofendido, se for incapaz é o representante legal. Se houver conflito de interesses nomeia-se um curador especial. O curador tem natureza legal de substituto processual, não é obrigado a oferecer queixa crime, e não precisa ser formado em direito (ADV). a. 1. Sucessão Processual – é a morte do ofendido neste caso, vai entrar o cônjuge, ascendente, descendente ou irmão (CADI). Na ação penal priva personalíssima não há sucessão processual, art. 236 do CP. Contrair casamento, induzindo em erro essencial o outro contraente, ou ocultando impedimento que não seja casamento anterior; Pena – detenção, de seis meses a dois anos. Parágrafo único. - Queixa crime: mesmos requisitos da denúncia + procuração com poderes especiais, art. 44 do CPP. Princípios: Oportunidade (ou conveniência) = contrapõe-se ao princípio da obrigatoriedade, que rege a ação penal pública. O particular é livre para formar seu próprio juízo de conveniência. Somente iniciará o processo, ajuizando a ação penal, se assim o desejar, ou seja, se julgar o ajuizamento da ação conveniente para si. Disponibilidade = segundo este princípio, o titular da ação da ação penal privada terá diversos meios de dela dispor, efetivamente decidindo se deseja que o suposto infrator da norma penal seja julgado Licensed to Briso Souza Ferreira - Email: brisogsouza@gmail.com Indivisibilidade = o titular da ação penal privada poderá decidir livremente se deseja ou não ajuizar a ação penal. Todos devem constar do pólo passivo (você não pode excluir de uma queixa-crime uma pessoa que lhe ofendera junto com outras tantas); a) Titularidade : tem legitimidade para propor a ação penal o ofendido ou seu representante (art. 30 do CPP). Também pode promovê-la o representante legal, nos casos em que o ofendido seja menor de 18 anos, mentalmente enfermo ou tenha desenvolvido legal incompleto; ou curador especial, se não tiver representante legal., ou quando colidir o interesse do incapaz com seu representante. b) Requerimento: nos delitos cujo processamento dar-se por meio de ação penal privada, a instauração de inquérito policial ficará condicionada a requerimento de quem seja o titular da ação penal. (art. 5º, § 5º, CPP). Ação penal privada subsidiária da pública: Nos casos em que a ação penal seja ordinariamente de iniciativa pública, o Poder Público, por meio do Ministério Público, não intenta a ação penal no prazo legal, o ofendido ou seu representante legal, poderão, subsidiariamente ajuizá-la. Pode ser promovida no caso de inércia do MP prevista no art. 29 do CPP, O CDC permite que associações sejam legitimados ativos. Uma vez ajuizada a ação penal privada subsidiária, poderá o MP tornar parte no processo. Renúncia O direito de queixa, plenamente disponível pelo seu titular, pode ser objeto de renúncia. A renúncia consiste em manifestação de vontade do ofendido por meio do qual ele desiste de exercer seu direito de ação. Uma vez exercida a renúncia, expressa ou tacitamente, nos termos do art. 102, caput, do CP, o direito de queixa não pode mais ser exercido. A renúncia expressa é manifestação formalizada, assinada pelo ofendido, por seu representante legal ou procurador que tenha poderes especiais para tanto. Já a renúncia tácita, ocorre em qualquer hipótese em que o titular da ação penal se porte de forma inequivocadamente incompatível com a vontade de ajuizá-la. Renúncia é ato unilateral. A renúncia ao exercício de queixa em relação a um dos autores do crime a todos aproveitará. Licensed to Briso Souza Ferreira - Email: brisogsouza@gmail.com Perdão do Ofendido Consiste na desistência da demanda, manifestada por seu autor. Deverá ser exercido posteriormente à propositura da ação penal. O perdão somente poderá ser exercido até o trânsito em julgado da sentença condenatória (art. 102, § 2º, CP). O perdão é ato bilateral, a simples manifestação do querelante não é suficiente. Dessa forma, o perdão somente produzirá efeitos se aceito pelo querelado, neste caso, ensejará a extinção da punibilidade do querelado. O perdão só é possível nos crimes em que somente se procede mediante queixa. O perdão do querelante não se confunde com a figura do perdão judicial, concedido por sentença, que também extingue a punibilidade. O perdão judicial é concedido pelo próprio juiz da causa, desde que concorram os elementos exigidos pela lei para que se conceda (ex. Art, 121,§ 5º, CP). Uma vez concedido o perdão, mediante declaração expressa do querelante nos autos, o querelado será intimado a manifestar-se no prazo de 3 dias, para declarar se o aceita. Ao seu silêncio, a lei expressamente confere o efeito de aceitação (art. 58, caput, CPP). A aceitação pode ainda ser feita pelo representante legal, nos casos que couber, ou até mesmo pelo procurador com poderes especiais (art. 55, CPP). Perempção e Decadência A perempção acontece quando a ação é abandonada pelo seu autor, que simplesmente deixa de prover-lhe movimento, deixando-a extinguir por inércia ou quando o autor desaparece da ação, sem que ninguém lhe suceda. Em ambos os casos a perempção causará extinção da punibilidade. A decadência também é uma causa extintiva de punibilidade,e consiste na perda do direito de ação (privada) ou direito de representação, pelo não exercício dentro do prazo legal. Licensed to Briso Souza Ferreira - Email: brisogsouza@gmail.com QUESTÕES COMENTADAS XX EXAME Lúcio Flavio, advogado, ofereceu queixa-crime em face de Rosa, imputando-lhe a prática dos delitos de injúria simples e difamação. As partes não celebraram qualquer acordo e a querelada negava os fatos, não aceitando qualquer benefício. Após o regular processamento e a instrução probatória, em alegações finais, Lúcio Flávio requer a condenação de Rosa pela prática do crime de difamação, nada falando em sua manifestação derradeira sobre o crime de injúria. Diante da situação narrada, é correto afirmar que A) deverá ser extinta a punibilidade de Rosa em relação ao crime de injúria, em razão da perempção. B) deverá ser extinta a punibilidade de Rosa em relação ao crime de injúria, em razão do perdão do ofendido. C) deverá ser extinta a punibilidade de Rosa em relação ao crime de injúria, em razão da renúncia ao direito de queixa. D) poderá Rosa ser condenada pela prática de ambos os delitos, já que houve apresentação de alegações finais pela defesa técnica do querelante. COMENTÁRIOS: Neste caso, deverá ser extinta a punibilidade da infratora no que tange ao crime de injúria, em razão da perempção, eis que o querelante não formulou, em alegações finais, pedido de condenação em relação ao delito de injúria, o que é causa de perempção nos crimes de ação penal privada, conforme art. 60, III do CPP. Licensed to Briso Souza Ferreira - Email: brisogsouza@gmail.com Execução civil da sentença condenatória: A vítima deve esperar o trânsito em julgado da sentença penal condenatória para depois executá-la no Juízo Civil. Todavia, a vítima poderá pleitear um valor maior neste Juízo. Art. 387. O juiz, ao proferir sentença condenatória: IV - fixará valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos sofridos - Quem pode ser executado: o apenado e seus herdeiros (art. 5º da Constituição Federal). Embora a pena não passe da pessoa do criminoso, o dever de reparar o dano é transmitido aos herdeiros no limite da herança. - Não é possível a execução do responsável civil, por meio da execução civil da sentença condenatória, pois ele não se defendeu no processo penal. - Quem será executado é o condenado e seus herdeiros e pode executar a vítima e seus herdeiros Ação civil ex delicto. É a ação de conhecimento na qual serão produzidas todas a provas e serão discutidos os fatos e o direito relacionado à infração. É proposta no juízo cível pelo ofendido, seu representante legal ou seus herdeiros para obter reparação do dano provocado pela infração penal, pode ser tanto ressarcimento de dano patrimonial, quando reparação por dano moral. Ação Civil Ex Delicto Licensed to Briso Souza Ferreira - Email: brisogsouza@gmail.com Hipóteses: 1) Urgência na reparação do dano, será concomitante com a ação penal; 2) Extinção da punibilidade: a decisão julga extinta a punibilidade do agente, incluindo-se as hipóteses de anistia, graça e indulto; 3) Inquérito penal arquivado ou das peças de informação; 4) Absolvição penal: absolveu o réu por insuficiência de provas acerca da ocorrência do delito. A absolvição penal, via de regra não impede a ação civil ex delicto. Art. 386, III, CPP, fato atípico. Exceções à absolvição penal fazer coisa julgada no juízo cível (impedem a ação civil ex delicto): a) reconhecimento da inexistência do fato (386, I, CPP) b) reconhecimento da não autoria (386, IV, CPP) c) excludente da ilicitude (186, IV, 1ª parte) Legitimação: Pode ajuizar o ofendido ou seu representante legal, ou seus sucessores (art. 63, CPP). Pode ser processado o criminoso, seus herdeiros ou o responsável civil. Licensed to Briso Souza Ferreira - Email: brisogsouza@gmail.com Competência - art. 69 a 91, CPP A atuação dos juízes e tribunais precisam ser delimitadas, ou seja, a jurisdição é delimitada por critério recebe a denominação de competência a delimitação desta. O art. 69 do CPP traz em seus incisos os critérios para fixação de competência, vejamos: - Competência pelo lugar da infração (arts. 70 e 71): conhecida também como competência de foro ou territorial ou competência ratione loci. É regra a competência pelo lugar em que se consumar a infração ou, havendo a tentativa, pelo lugar em que foi realizado o último ato de execução. O art. 70, § 1º, do CPP determina que se for iniciada a execução no território nacional e a consumação da infração ocorrer fora dele, a competência vai ser determinada pelo lugar onde tenha sido praticado, no Brasil, o último ato de execução. O art. 70, § 2º determina que quando o último ato tiver sido praticado fora do território nacional, será competente o juiz do lugar em que o crime, embora parcialmente, tenha produzido ou devia produzir seu resultado. Na hipótese de incerteza do limite territorial entre duas ou mais jurisdições ou quando incerta a jurisdição por ter sido a infração consumada ou tentada a competência se dará pela prevenção, ou seja, quem primeiro iniciar. A prevenção também poderá ser aplicada na hipótese de infração continuada ou permanente, praticada em território de duas ou mais jurisdições (artigo 71, CPP). - Competência pelo domicílio ou residência do réu (arts. 72 e 73): O conceito de domicílio e residência é extraído do Código Civil que determina que o domicílio é o local onde a pessoa mora com ânimo definitivo e a residência o local em que a pessoa mora com ânimo transitório. Competência Licensed to Briso Souza Ferreira - Email: brisogsouza@gmail.com O art. 72, caput, determina que não sendo conhecido o lugar da infração (competência pelo lugar da infração), a competência será firmada pelo local do domicílio ou residência do réu. Portanto, o critério da competência pelo domicílio ou residência do réu é subsidiário em relação ao critério do lugar da infração, e apenas será aplicado quando desconhecido o lugar da infração. Caso o réu tenha mais de uma residência, a ação penal poderá ser proposta em qualquer dos locais, firmando-se pela prevenção, na hipótese do réu ter mais de uma residência. O juiz que primeiro tomar conhecimento dos fatos será competente na hipótese de o réu não ter residência certa ou paradeiro desconhecido. Havendo ação penal privada, o querelante pode preferir o domicílio ou residência do réu para dar início à ação penal, ainda que conhecido o lugar da infração, ou seja, é uma exceção à regra da fixação de competência pelo lugar da infração. - Competência pela natureza da infração (art. 74): Cabe observar a natureza da ação para fixação da justiça competente, e dependendo da infração cometida o julgamento poderá ser de competência da Justiça Especial (militar ou eleitoral) ou da Comum (Estadual ou Federal). Licensed to Briso Souza Ferreira - Email: brisogsouza@gmail.com - Competência por distribuição (art. 75): Após a fixação do foro e da justiça competente é possível que existam mais de um juiz competente, sendo que será prevento o juiz que adiantar-se aos demais na prática de algum ato ou medida a este relativa, ainda que anterior ao oferecimento da denúncia ou da queixa. Não havendo prevenção haverá a distribuição realizada por sorteio para fixação de um determinado juiz aqueles competentes. - Competência por conexão ou continência (arts. 76 a 82): A conexão ocorre quando duas ou mais infrações estiverem ligadas por algum vínculo que seja aconselhável a junção dos processos. O art. 76 estabelece em seus incisos a competência por conexão: - Se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao mesmo tempo (simultaneidade), por várias pessoas reunidas, ou por várias pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o lugar (concurso), ou por várias pessoas, umas contra as outras (reciprocidade); - Se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para facilitarou ocultar as outras, ou para conseguir impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas; - Quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias elementares influir na prova de outra infração. A competência por continência está estabelecida pelo art. 77 do CPP que a reconhece quando houver concurso de pessoas acusadas pela prática do mesmo crime, ou nos casos de crime continuado, aberratio ictus e concurso formal, razão pela o julgamento deve ocorrer em um único processo, conhecida como vis atractiva. - Competência por prevenção (art. 83): Neste artigo, o legislador estabeleceu a competência por prevenção toda vez que, concorrendo dois ou mais juízes igualmente competentes ou com jurisdição cumulativa, um deles tiver antecedido aos outros na prática de algum ato do processo ou de medida a este relativa, ainda que anterior ao oferecimento da denúncia ou da queixa aplicando essa regra aos arts. 70, § 3o, 71, 72, § 2º, e 78, II, c já tratados acima. Licensed to Briso Souza Ferreira - Email: brisogsouza@gmail.com - Competência pela prerrogativa de função (arts. 84 a 87): Essa é a competência ratione personae que atribui a determinados órgãos do Judiciário processar e julgar determinadas pessoas, em razão de garantia inerente ao cargo ou função, ou seja, prerrogativa que decorre da importância da função exercida pela pessoa. IMPORTANTE: Esses critérios do art. 69 podem ser divididos em dois grupos: - Estabelecimento do foro competente (competência ratione loci): lugar da infração e domicílio ou residência do réu; - Justiça Competente (comum, eleitoral ou militar) – (competência ratione materiae): natureza da infração; Órgão Infrações Pessoas STF Comuns · Seus próprios Ministros · Presidente da República e o Vice-Presidente · Membros do Congresso Nacional; · Procurador-Geral da República. Comuns e nos crimes de responsabilidade · Membros dos Tribunais Superiores · Membros do Tribunal de Contas da União · Chefes de missão diplomática de caráter permanente · Ministros de Estado (salvo se o crime de responsabilidade for conexo ao do presidente ou vice, caso em que a competência será do Senado) · Comandantes das Forças Armadas. STJ Comum · Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito Federal Comuns e nos crimes de responsabilidade · Desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal · Membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal · Membros dos Tribunais Regionais Federais, Eleitorais e do Trabalho · Membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios · Membros do Ministério Público da União que oficiem perante tribunais Licensed to Briso Souza Ferreira - Email: brisogsouza@gmail.com Órgão Infrações Pessoas TRF Comuns ·Juízes Federais ·Juízes da Justiça Militar e do Trabalho da sua área de jurisdição Comuns e nos crimes de responsabilidade ·Membros do Ministério Público da União, ressalvada a competência da justiça eleitoral TJ Comuns ·Prefeitos municipais Súmula 702 do STF: “A competência do Tribunal de Justiça para julgar prefeitos restringe-se aos crimes de competência da justiça comum estadual; nos demais casos, a competência originária caberá ao respectivo tribunal de segundo grau”. Súmula 703: “A extinção do mandato do prefeito não impede a instauração de processo pela prática dos crimes previstos no art. 1.º do Dec.-lei 201/67”. ·Juízes de Direito ·Juízes auditores da Justiça Militar ·Membros do Ministério Público Estadual Obs.: No Estado de São Paulo, a Constituição Estadual atribuiu também ao Tribunal de Justiça a competência para processar e julgar o vice-governador, os secretários de Estado, os deputados estaduais, o procurador-geral do Estado, o procurador-geral da justiça, o defensor público geral, o delegado-geral de polícia e o comandante geral da polícia militar. IMPORTANTE: a Emenda Constitucional n. 45/2004 que promoveu a Reforma do Judiciário, extinguiu os Tribunais de Alçada, onde existiam, passando os seus membros a integrar os Tribunais de Justiça dos respectivos Estados, respeitadas a antiguidade e classe de origem (os juízes de alçada se tornaram desembargadores). Licensed to Briso Souza Ferreira - Email: brisogsouza@gmail.com As disposições especiais de tratam os arts. 88 a 91, do CPP estabelecem que no processo por crimes praticados fora do território brasileiro, será competente o juízo da Capital do Estado onde houver por último residido o acusado. Se este nunca tiver residido no Brasil, será competente o juízo de Brasília. Aqueles crimes praticados em embarcação nas águas território nacional, ou nos rios e lagos fronteiriços, bem como a bordo de embarcações nacionais, em alto-mar, serão processados e julgados pela justiça do primeiro porto brasileiro em que tocar a embarcação, após o crime, ou, quando se afastar do País, pela do último em que houver tocado. Sendo o crime cometido bordo de aeronave nacional, dentro do espaço aéreo correspondente ao território brasileiro, ou ao alto-mar, ou a bordo de aeronave estrangeira, dentro do espaço aéreo correspondente ao território nacional, serão processados e julgados pela justiça da comarca em cujo território se verificar o pouso após o crime, ou pela da comarca de onde houver partido a aeronave. Caso as normas mencionadas nos três últimos parágrafos não sejam suficientes para fixar a competência, se se utiliza o critério da prevenção. Licensed to Briso Souza Ferreira - Email: brisogsouza@gmail.com QUESTÃO 3 Durante 35 anos, Ricardo exerceu a função de juiz de direito junto ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Contudo, no ano de 2012, decidiu se aposentar e passou a morar em Florianópolis, Santa Catarina. No dia 22/01/2015, travou uma discussão com seu vizinho e acabou por ser autor de um crime de lesão corporal seguida de morte, consumado na cidade em que reside. Oferecida a denúncia, de acordo com a jurisprudência majoritária dos Tribunais Superiores, será competente para julgar Ricardo A) o Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais. B) uma das Varas Criminais de Florianópolis. C) o Tribunal de Justiça de Santa Catarina. D) o Tribunal do Júri de Florianópolis. Comentário: Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugarem que for praticado o último ato de execução. Alternativa correta: B Questões Comentadas dos Últimos Exames Licensed to Briso Souza Ferreira - Email: brisogsouza@gmail.com Prova é o conjunto de elementos produzidos pelas partes ou determinados pelo juiz, para a formação de seu convencimento quanto aos fatos, atos e circunstâncias. O objeto da prova são todos os fatos que são capazes de gerar dúvidas ao magistrado, exigindo assim, uma devida comprovação. Obs.: No processo penal, não precisam ser provados: * os fatos notórios: os que fazem parte do patrimônio de casa pessoa; * as presunções absolutas (iuris et de iure); * as máximas de experiência; * os fatos intuitivos ou evidentes; * os fatos inúteis ou irrelevantes. Já os fatos incontroversos (alegados por uma das partes e não contestados pela outra) devem ser comprovados. A prova é entendida como o meio pelo qual o juiz chegará à verdade e a partir delas possa chegar ao convencimento da existência ou não dos fatos que sejam juridicamente relevantes para seu julgamento. Da Prova Licensed to Briso Souza Ferreira - Email: brisogsouza@gmail.com Acerca deste tema, há uma dúvida recorrente dos candidatos: qual a diferença entre meios de prova e meios de obtenção de prova? Meios de prova Meios de obtenção de prova Consistem em meios que servem diretamente para a formação do conhecimento do juiz em relação à verdade dos fatos. São instrumentos que levam ao processo um elementode prova apto a revelar ao julgador a verdade de um fato. Ex.: depoimento de uma testemunha. Embora haja questionamentos doutrinários, o Código de Processo Penal disciplina os meios de prova. - Exame do corpo de delito, e das perícias em geral (arts. 158 a 184) - Interrogatório do acusado (arts. 185 a 196) - Confissão (arts. 197 a 200) - Ofendido (art. 201) - Testemunhas (arts. 202 a 225) - Reconhecimento de pessoas e coisas (arts. 226 a 228) - Acareação (arts. 229 e 230) - Documentos (arts. 231 a 238) - Indícios (art. 239) - Busca e apreensão (arts. 240 a 250) Consistem em meios que servem indiretamente para o convencimento do juiz. São também denominados meios de investigação ou de pesquisas de prova. Ex.: extrato bancário encontrado na busca e apreensão. A busca e apreensão é o único meio de obtenção de prova (essencialmente) elencada no Código, embora haja outros em leis especiais, como por exemplo: - Interceptação das comunicações telefônicas – Lei n. 9.296/96. - “Quebra” dos sigilos financeiros – LC n. 105/2001. - Agente Infiltrado – arts. 10 a 14 da Lei n. 12.850/13. Licensed to Briso Souza Ferreira - Email: brisogsouza@gmail.com Princípios gerais I - princípio da comunhão ou aquisição dos meios de prova: a prova produzida pelas partes passa a integrar o conjunto probatório, podendo favorecer qualquer dos litigantes. II - princípio da audiência contraditória: a parte contra a qual foi produzida a prova, terá direito a conhecer o seu teor, impugná-la e oferecer contraprova. III - princípio do livre convencimento motivado: cabe ao juiz a valoração dos elementos probatórios de acordo com sua convicção, deve no entanto, fundamentar sua convicção. IV - princípio da oralidade: há predominância da palavra falada sobre os escritos, sendo os depoimentos, em regra, orais. V - princípio da publicidade: determina que a instrução criminal seja pública, assim como o restante do processo, salvo exceções legais. VI - princípio da concentração: as provas serão produzidas em audiência, salvo as hipóteses de urgência ou necessidade de sua realização antecipada. VII - princípio da proporcionalidade: esse princípio vem mitigar a proibição absoluta das provas obtidas por meios ilícitos, mas esse princípio não é absoluto, devendo ceder nos casos em que se oponha a interesse de maior relevância. Sistema de apreciação da prova (art. 155) a) Sistema da prova legal: nesse sistema não cabia ao juiz qualquer liberdade na apreciação da prova. O valor de cada elemento probatório era estabelecido na lei, que fixava uma hierarquia entre os meios de prova. b) Sistema de livre convicção (prova livre ou íntima convicção): por este sistema, o julgador tem total liberdade para decidir, podendo, inclusive, amparar-se em elementos que não foram trazidos aos autos e valorar as provas, estando desobrigado de motivar suas decisões e de expor as razões de seu julgamento. Esse sistema perdura no Tribunal do Júri, no nosso país. c) Sistema de persuasão racional (livre convencimento motivado): nele o juiz formará livremente sua convicção, apreciando o conjunto probatório e valorando os elementos de prova independente de qualquer tarifação legal. Deve fundamentar suas decisões, pautando-as nos elementos que foram carreados aos autos (art. 157, CPP). regra: livre convencimento motivado, com exceção para os jurados do tribunal do júri. Não pode condenar exclusivamente com base no inquérito policial Licensed to Briso Souza Ferreira - Email: brisogsouza@gmail.com Ônus da prova (art. 156) Ônus é o encargo atribuído às partes de provar, por meio de meios ilícitos e legítimos, a verdade das suas alegações, visando a fornecer ao juiz os elementos necessários à formação de sua convicção. À acusação caberá provar a existência do fato imputado e sua autoria, já à defesa, imcubirá a prova de eventuais causas excludentes de ilicitude. O onus probandi é atenuado pelo poder instrutório que a lei confere ao juiz, o qual poderá, de ofício, determinar medidas para dirimir dúvida sobre ponto relevante, bem como ordenar diligências para sanar qualquer nulidade ou suprir falta que prejudique o esclarecimento da verdade. O juiz não pode contentar-se com a verdade formal, trazida pelas partes. Prova emprestada: é aquela que foi produzida originariamente em um determinado processo e vem a ser apresentada, documentalmente por outro. Para ser admitida, é preciso que ambos os processos tenham as mesmas partes. Fatos que não dependem de prova - Fatos axiomáticos ou intuitivos: são os fatos evidentes. - Fatos notórios: são os de conhecimento geral em determinado meio. - Presunções legais: verdades que a lei estabelece. - Fatos inúteis: são aqueles fatos, verdadeiros ou não, que não influenciam na solução da causa, na apuração da verdade real, sem relevância jurídica. Prova Ilícita X Prova Ilegítima X Prova Emprestada A prova emprestada é aquela levada de um processo para o outro pela via documental, mas o valor é o da prova originariamente produzida, ou seja, se lá foi prova testemunhal aqui também será. Para ser admitida como prova deve ter sido colhida entre as mesmas partes. A Constituição prevê no art. 5º, inc. LVI, da CF que a prova ilícita é inadmissível no processo. O CPP também prevê em seu texto inadmissibilidade e determina o que fazer com elas. O legislador estabelece que as provas ilícitas sejam desentranhadas do processo. Mas o que se entende por prova ilícita? É o mesmo que prova ilegítima? Entende-se que as provas que sejam contrárias à lei pertencem ao gênero das provas ilegais e se dividem em duas espécies: Licensed to Briso Souza Ferreira - Email: brisogsouza@gmail.com A prova ilícita por derivação tem tratamento dado no § 1º do art. 157, CPP sendo também inadmissível, mas o legislador prevê uma ressalva: quando não estiver evidenciado o nexo causal entre as provas, ilícita e a derivada dela, ou quando derivada puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras. A chamada Teoria dos Frutos da Árvore Envenenada foi criada pelo direito norte-americano e ganhou espaço na edição da Lei n. 11.690/08 que alterou do artigo de que trata o parágrafo acima. ATENÇÃO b) hipóteses de admissibilidade da prova ilícita: b.1) princípio da proporcionalidade: adota o critério da proporcionalidade ou da razoabilidade, pelo qual, em determinados casos, pode-se admitir a prova obtida de forma ilícita, levando-se em conta a relevância do interesse público a ser protegido e preservado. b.2) prova ilícita pro reo: não comete crime pois está em estado de necessidade, a ilicitude é eliminada por causas legais, como a legítima defesa. c) prova ilícita derivada (teoria dos frutos da árvore envenenada): a prova ilícita derivada em si mesma não é ilícita, mas torna-se ilícita por decorrência da prova ilícita originária. Na CF não tem nada, no CPP é art. 157, § 1°. d) hipóteses de admissibilidade da prova ilícita derivada. d.1) teoria do nexo causal atenuado. Ex. confissão sob tortura, e há uma segunda confissão (em juízo), nexo é tênue ou inexistente. Provas Ilícitas Provas Ilegítimas Consistem em provas obtidas em violação de normas de direito material ou de garantias constitucionais. Consistem em provas produzidas violando normas processuais. Licensed to Briso Souza Ferreira - Email: brisogsouza@gmail.com d.2) teoria da fonte independente, a mesma prova duas vezes, umas lícita e uma ilícita, afasta-se a ilícita e utiliza-se a lícita. d.3) teoria da descoberta inevitável: quando a prova produzida foi a ilícita, mas sabe-se que a prova seria produzida de forma lícita do mesmo jeito. O CPP positiva no §2° do art.157. A teoria da fonte independente, com conteúdo de descoberta inevitável, preferir a opção fonte independente na prova. Perícias em geral É o exame realizado por pessoa com certos conhecimentos especiais em coisas ou pessoas, que tem porfim elucidar determinado fato, auxiliando no julgamento da causa. O perito será nomeado pelo juiz da causa ou pela autoridade policial. Os peritos responderão aos quesitos formulados pelas partes e pelo juiz até o ato da diligência. A perícia é realizada por um perito oficial, e em sua falta, por suas pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso superior, escolhidas, de preferência, dentre as que tiverem habilitação técnica relacionada à natureza do exame. Quando não forem oficiais, os peritos deverão firmar compromisso, e fielmente desempenhar o cargo, (art. 159 do CPP). Devem ser realizadas no fim da Instrução Criminal, de acordo com o STF. O exame pericial será determinado pelo delegado de polícia ou pelo juiz, de ofício ou a requerimento das partes. * Laudo Pericial: é o documento em que os peritos consignam suas conclusões, após minuciosa apreciação dos elementos analisados. No laudo deverão os peritos descrever minuciosamente o que examinarem, e responder os quesitos formulados. 10 dias é o prazo para a conclusão, podendo esse prazo ser prorrogado, em casos excepcionais a pedido dos peritos (art. 160 do CPP). Exame de corpo de delito Corpo de delito é o conjunto de vestígios, dos elementos sensíveis deixados pelo crime. A lei estabelece duas modalidades de exame de corpo de delito: a) direto: quando os peritos examinam os próprios vestígios materiais; b) indireto: para alguns autores, o exame de corpo de delito indireto é aquele constituído pelo depoimento de testemunhas( posição majoritária). Outros entendem que o exame indireto é aquele feito pelos peritos com base em elementos que constam no processo, não se confundindo com prova testemunhal. Licensed to Briso Souza Ferreira - Email: brisogsouza@gmail.com OBS: constitui causa de nulidade absoluta a falta do exame de corpo de delito nos crimes que deixam vestígios. (art. 564, II, b, CPP). Exame necrópsico, ou autópsia é o exame das partes internas do cadáver a fim de estabelecer a causa mortis e outros elementos pertinentes ao fato. Em regra, só poderá ser feita decorridas 6 horas do óbito (art. 162, caput). Interrogatório É o ato processual conduzido pelo juiz no qual o acusado é perguntado acerca dos fatos que lhe são imputados, abrindo-lhe a oportunidade para que deles se defenda, ou nada diga. De acordo com decisão do STF, o interrogatório deve ser feito ao final da instrução criminal. a) Natureza jurídica: Há na doutrina quatro posições, quais sejam: - é um meio de prova - é um meio de defesa - é um meio de defesa e de prova - é, primeiramente, um meio de defesa e, em segundo plano, um meio de prova. b) Características: • Ato personalíssimo • Judicialidade • Oralidade • Realização a qualquer momento • Obrigatoriedade c) Local: se preso, interrogado no local em que está preso. Exceção 1, no fórum;exceção 2, videoconferência (hipóteses: rol taxativo, decidido, partes intimadas com 10 dias de antecedência, art. 185 §§ 2° e 3°). O acusado será interrogado sempre na presença de seu defensor. Caso não tenha, deve ser-lhe nomeado um defensor público ou um defensor dativo (ad hoc). Antes do interrogatório, o juiz deve assegurar o direito de entrevista reservada com seu defensor e do seu direito ao silêncio, sem que isso seja utilizado em seu prejuízo (art. 5º, inc. LXIII, da CF e art. 186 do CPP). Nemo tenetur se detegere – tal princípio determina que ninguém está obrigado a produzir prova contra si. Portanto, o direito de o acusado permanecer em silêncio é uma manifestação desse princípio, não devendo nenhum prejuízo jurídico se permanecer em silêncio durante o interrogatório. Licensed to Briso Souza Ferreira - Email: brisogsouza@gmail.com d) Procedimento do interrogatório – 186 a 188 * Qualificação do réu * Interrogatório sobre sua pessoa * Interrogatório dos fatos * Esclarecimento das partes O direito de silêncio não abarca a qualificação, começa no interrogatório sobre a pessoa. Em regra as partes não perguntam direto para o réu, salvo no plenário do júri. Confissão (art. 197): retratável e divisível É o reconhecimento feito pelo indiciado ou acusado da imputação que lhe é feita. Ela deverá ser: 1 - espontânea ou voluntária; 2 - expressa; 3 - pessoal. Esse ato deve realizado de maneira solene e pública, devendo ser exercido de forma voluntária, expressa e pessoalmente perante autoridade competente. Outras características são: 1 - retratabilidade: permitindo-se ao confitente se retratar, desdizer o que foi dito, oferecendo nova versão dos fatos, ou negando qualquer responsabilidade. Pode ser retratação total ou parcial. 2 - divisibilidade: a confissão é divisível, podendo o juiz aceitá-la parcialmente, repudiando a parte que reputar inverossímil. Valor probatório: A confissão não tem valor absoluto, devendo ser analisada pelos critérios adotados para os outros elementos de prova, e para a sua apreciação, o juiz deverá confrontá-la com as demais provas do processo, verificando se entre ela e estas existe compatibilidade ou concordância. Licensed to Briso Souza Ferreira - Email: brisogsouza@gmail.com Ofendido - art. 201, CPP Conceito: Para fins processuais penais apenas serão considerados nas ações de iniciativa privada, onde é parte autora. O ofendido não é parte nas ações penais públicas. Ofendido X Testemunha: O ofendido prestará declaração sempre que possível – art. 201, caput, CPP – não tendo o dever de falar a verdade. Logo, não comete o crime de falso testemunho descrito no art. 342, CP caso falte com a verdade. A testemunha presta depoimento se arroladas pelas partes ou se o juiz assim determinar de ofício – art. 204, CPP – devendo prestar compromisso de dizer a verdade, sob pena de serem processadas pelo crime de falso testemunho. Confissão Classificação Quanto ao conteúdo Confissão Simples: O réu apenas confessa uma prática delituosa. Confissão Complexa: O réu reconhece a prática de diversos atos delituosos. Confissão Qualificada: O réu reconhece a prática do ilícito, mas o faz invocando causa excludente de ilicitude ou de culpabilidade. Exemplo: réu confessa homicídio, mas alega legítima defesa. Quanto à natureza Confissão real: Realizada espontaneamente pelo réu, seja escrita ou oralmente. Confissão ficta: Não é admitida em nosso ordenamento jurídico. Confissão que advém de presunção ou desdobramento jurídico. Quanto ao momento Confissão extrajudicial: É aquela feita fora do curso do processo judicial, podendo, por exemplo, ter sido realizada perante autoridade policial. Quando realizada fora do interrogatório, será tomada por termo nos autos (Art. 199, CPP). Confissão judicial: É aquela feita em juízo. Geralmente ocorre durante o interrogatório, mas pode se dar em outro momento processual. Licensed to Briso Souza Ferreira - Email: brisogsouza@gmail.com Procedimento: O ofendido que tiver sido intimado e deixar de comparecer sem motivo justo, poderá ser conduzido à presença da autoridade. Será comunicado dos atos processuais relativos ao ingresso e à saída do acusado da prisão, à designação de data para audiência e à sentença e respectivos acórdãos que a mantenham ou modifiquem no endereço por ele indicado, admitindo-se, por opção do ofendido, o uso de meio eletrônico. Antes do início da audiência e durante a sua realização, será reservado espaço separado para o ofendido. Se o juiz entender necessário, poderá encaminhar o ofendido para atendimento multidisciplinar, especialmente nas áreas psicossocial, de assistência jurídica e de saúde, a expensas do ofensor ou do Estado. O juiz tomará as providências necessárias à preservação da intimidade, vida privada, honra e imagem do ofendido, podendo, inclusive, determinar o segredo de justiça em relação aos dados, depoimentos e outras informações constantes dos autos a seu respeito para evitar sua exposição aos meios de comunicação. Prova testemunhal Conceito: A testemunha não é considerada
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