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Elementos da Via Permanente Lastro Elementos da Via Permanente Sublastro Sublastro é o elemento da superestrutura ferroviária que tem as funções: Aumentar a capacidade de suporte da plataforma, permitindo aumento na taxa de trabalho do terreno durante a transmissão das cargas através do lastro e, consequentemente, permitir menor altura do lastro. Evitar a penetração do lastro na plataforma Aumentar a resistência do leito à erosão e à penetração da água, possibilitando uma boa drenagem da via Permitir elevada elasticidade ao apoio do lastro para que a via permanente não seja rígida Uma espessura de sublastro em torno de 20 cm é suficiente para garantir uma distribuição adequada de pressões sobre a plataforma. Lastro Lastro é o elemento da superestrutura ferroviária situado entre os dormentes e o sublastro e tem por funções: Distribuir sobre a plataforma (sublastro) os esforços resultantes das cargas dos veículos, produzindo uma taxa de trabalho menor na plataforma Formar um suporte elástico atenuando as trepidações resultantes da passagens do veículos Suprimir irregularidades da plataforma, formando uma superfície contínua e uniforme para os trilhos Impedir o deslocamento longitudinal e transversal dos dormentes. Facilitar a drenagem da superestrutura. Lastro Propriedades: Resistência aos esforços transmitidos pelos dormentes Elasticidade limitada para abrandar os choques Dimensões que permitam sua interposição entre os dormentes e abaixo destes, preenchendo as depressões da plataforma e permitindo um perfeito nivelamento dos trilhos Resistência aos agentes atmosféricos Permeável para permitir uma boa drenagem Não produzir pó para não gerar desconforto nos passageiros e tampouco prejudicar o material rodante Lastro Materiais: Terra: mais barato, mas também o pior, pois a água a satura frequentemente provocando o desnivelamento da linha, o que pode ocasionar acidentes. (“linha laqueada”) Areia: pouco compressível e permeável, porém facilmente levada pela água. Produção excessiva de poeira de grãos duros (quartzo) que podem provocar desgaste das partes móveis dos veículos. Cascalho: ótimo tipo de lastro, pois quebrado forma arestas vivas, que facilitam o aumento da resistência. Porém deve ser lavado para separá-lo da terra e outras impurezas. Escórias: têm dureza e resistência suficientes e podem ser usadas em linhas próximas a usinas. Lastro Materiais: Pedra britada: melhor tipo de lastro, resistente, inalterável aos agentes atmosféricos e permeável. Permite excelente ‘socaria’ (nivelamento) do lastro. Elástico e não produz poeira. Preferência deve ser dada a rochas duras: arenito, calcário, mármore, dolomita, quartzito, basalto, granito, gnaisses. Lastro Especificações: Resistência: deve ser capaz de resistir ao atrito entre as partículas quando submetido às altas cargas do material rodante. Materiais quebradiços, friáveis devem ser evitados. Durabilidade: associada diretamente à abrasão ou desgaste das partículas, com formação de pó. A abrasão excessiva destrói as partículas e provoca poeira que se acumula e acaba colmatando o material. Estabilidade: deve ancorar a via longitudinalmente e resistir a esforços transversais. Cascalhos, por terem a superfície pouco rugosa, requerem atenção. Drenabilidade: o lastro deve permitir uma perfeita drenagem. Limpeza: o bom lastro deve permitir uma correta e fácil limpeza para evitar a presença de pós finos, vegetação e sujeira. Lastro Especificações: Trabalhabilidade: devido aos altos custos de se manipular o material, devem-se priorizar materiais de fácil manuseio e trabalhabilidade. Cascalhos e pedras britadas atendem a esta condição, ao contrário das escórias. Disponibilidade: por ser usado em grande quantidade, deve-se, sempre que possível, usar material de fácil obtenção a custos adequados. No entanto, deve-se sempre atentar que um custo baixo inicial pode trazer despesas elevadas de manutenção. Por outro lado, investimentos altos no projeto e execução podem significar despesas baixas com manutenção corretiva. Lastro Lastro Espessura do lastro O cálculo da altura do lastro sob os dormentes requer a aplicação de dois conceitos fundamentais: Como se distribuem no lastro as pressões transmitidas pelos dormentes. Qual a pressão admissível ou taxa de trabalho do solo (sublastro). Arthur N. Talbot: “bulbo de pressões” no lastro As porcentagens se referem à pressão média na face inferior do dormente em contato com o lastro (P0). Espessura do lastro Espessura do lastro Espessura do lastro Segundo os trabalhos de Talbot, a curva de variação das pressões máximas no lastro (abaixo do centro dos dormentes), em função da altura do lastro é dada pela seguinte equação: Espessura do lastro Sendo P a carga a ser considerada sobre o dormente, b a largura do dormente e c a distância de apoio no sentido longitudinal do dormente, temos: 𝑝𝑜 = 𝑃𝑐 𝑏 × 𝑐 Espessura do lastro O valor de P deve ser corrigido devido à distribuição de carga para os dormentes vizinhos. Desta forma, a AREA (American Railway Engineering Association) define: A AREA sugere para o cálculo do coeficiente dinâmico a expressão: Espessura do lastro O valor Ph da equação 1 deverá ser compatível com a capacidade de suporte da plataforma (sublastro), isto é: Ph ≤ ҧ𝑝 Onde ҧ𝑝 é a pressão admissível no sublastro e é igual a pressão de ruptura dividida por um coeficiente de segurança n2. ҧ𝑝 = 𝑃𝑟 𝑛2 Adotando o CBR (Índice de Suporte Califórnia) do sublastro, uma vez que este índice foi avaliado para escolha do material, teremos: 𝑃𝑟 = 𝐶𝐵𝑅 70 100 Espessura do lastro Dimensionar a altura do lastro com os seguintes dados: Peso por eixo: 20 toneladas Dimensões do dormente: 2,00 x 0,20 x 0,16 Coeficiente de impacto: 1,4 (coeficiente dinâmico) Faixa de socaria: 70 cm Distância entre os eixos da locomotiva – 2,20 m Número de dormentes por km: 1.750 CBR do sublastro: 20% Exercícios 1. Uma concessionária ferroviária, para atender a um novo cliente, solicitou o estudo sobre a construção de um novo ramal. A você coube fazer o estudo preliminar sobre a escolha do lastro. Neste novo ramal, os vagões terão carga de 25 toneladas por eixo e uma análise rápida dos vagões mostrou que a distância entre os eixos de um mesmo truque é de 2,45 m. A velocidade de percurso da via será de 45 km/h. Serão utilizados dormentes medindo 280 x 22 x 17, medidos em centímetros e densidade de dormentação de 2.500 dormentes/km. A inspeção inicial de campo mostrou que o subleito é composto por um material com CBR de 15% e sugeriu o uso de coeficiente de segurança igual a 6. Como se pretende utilizar brita como material de lastro, o estudo de campo revelou que a faixa de socaria fica com 75 cm. Determinar a altura mínima de lastro para esta via. Exercícios 2. Um ramal ferroviário abandonado deve ser reutilizado para a passagem de composições férreas. A equipe de engenharia foi a campo para analisá-lo e verificou que o ramal está construído sobre um sublastro com pressão admissível de 1,23 kgf/cm2. A espessura do lastro em toda a sua extensão é de 35 cm. A análise dos dormentes mostrou que estes se encontram em bom estado de conservação e têm medidas de 280 x 22 x 17 centímetros e com densidade de 2.100 dormentes/km. A faixa de socaria é de 82 cm. Especifique a carga por eixo a ser transportada, sabendo-se que se pretendem utilizar vagões com entre-eixos de 2 metros e e velocidade de projeto de 50 km/h. Exercícios 3. Dimensionar o lastro mínimo ferroviáriopara uma via com as condições descritas abaixo: a. Carga por eixo de 45 tonaledas. b. Dormentes de 280 x 24 x 16 centímetros. c. Faixa de socaria de 90 cm. d. Distância entre eixos de 1,80 m. e. Densidade de dormentação de 1.700 dormentes/km. f. Coeficiente de segurança 5,0. g. CBR do subleito de 8%. Bibliografia BRINA, Helvécio L. (1988) Estradas de Ferro. Minas Gerais, UFMG
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