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CURSO DE TUBULAÇÕES INDUSTRIAIS 1 Profº Jose Aparecido de Almeida Módulo I Aula 01 - Tubos Rev.A CURSO DE TUBULAÇÕES INDUSTRIAIS 2 Profº Jose Aparecido de Almeida APRESENTAÇÃO Esta apostila tem por objetivo instruir os alunos, de forma prática e objetiva, a fim de obter conhecimentos na área de tubulação industrial. Tem o intuito de ensiná-los a escolher, definir e especificar corretamente os materiais e normas para a execução dos projetos ligados à área química, petroquímica, alimentícia, etc. Também a instruí-los quanto à execução de desenhos de fluxogramas, plantas, isométricos, equipamentos e suportes de tubulações. CURSO DE TUBULAÇÕES INDUSTRIAIS 3 Profº Jose Aparecido de Almeida SUMÁRIO: 1. Definição 2. Materiais 2.1. Características Principais dos Materiais para Tubos 2.1.1. Aço Carbono 2.1.2. Ferro Fundido 2.1.3. Aços-Liga Inoxidáveis 2.1.4. Aços-Liga 2.1.5. Aços-Inoxidáveis 2.1.6. Metais Não Ferrosos 2.1.7. Cobres e suas Ligas 2.1.8. Alumínio e suas Ligas 2.1.9. Chumbo 2.1.10. Níquel e suas Ligas 2.1.11. Titânio, Zircônio e suas Ligas 2.1.12. Não Metálicos 2.1.13. Aço com Revestimento Interno 3. Processo de Fabricação de Tubos 3.1. Tubos Sem Costura 3.2. Tubos Com Costura 4. Ligações 5. Extremidades 6. Espessuras de Paredes 7. Dimensional 8. Normalização 9. Referências Bibliográficas CURSO DE TUBULAÇÕES INDUSTRIAIS 4 Profº Jose Aparecido de Almeida 1. DEFINIÇÃO: Tubo de Condução - são elementos vazados, normalmente de forma cilíndrica e seção constante, com garantia de estanqueidade e resistência à pressões internas ou externas, utilizadas como condutores de materiais sólidos (granulados ou particulados), líquidos, pastosos ou gasosos. Utilizados nas indústrias de produção de petróleo e gás natural, bem como em refinarias e indústrias químicas e petroquímicas, nos gasodutos e nas redes de gás, nos produtos derivados do petróleo, nas farmacêuticas, nas alimentícias, etc. CURSO DE TUBULAÇÕES INDUSTRIAIS 5 Profº Jose Aparecido de Almeida 2. MATERIAIS: Há uma grande variedade de materiais para fabricação de tubos. Abaixo estão alguns dos principais mais usados: Fatores que influenciam na seleção da escolha do material: ¾ Tipo de fluído; ¾ Resistência ao escoamento do fluído; ¾ Estrutural; ¾ Custo e facilidade para instalação, ¾ Condições de temperatura e de pressão; ¾ Resistência à corrosão; ¾ Durabilidade; ¾ Disponibilidade do material. CURSO DE TUBULAÇÕES INDUSTRIAIS 6 Profº Jose Aparecido de Almeida 2.1. Características Principais dos Materiais 2.1.1. Tubos de Aço Carbono Liga ferro-carbono contendo geralmente de 0,05% até cerca de 2,0% de carbono (C), além de certos elementos residuais, como o manganês (Mn), o silício (Si), o fósforo (P) e o enxofre (S) resultantes dos processos de fabricação. As principais características do aço carbono são: baixo custo, excelentes qualidades mecânicas, fácil de soldar e de conformar. É o “material de uso geral” em tubulações industriais. Nas indústrias de processamento, mais de 80% dos tubos são de aço-carbono, devido suas características. 2.1.2. Tubos de Ferro Fundido São usados para água, gás, água salgada e esgotos, em serviços de baixa pressão, temperatura ambiente e sem grandes esforços mecânicos. Ótima resistência à corrosão do solo. São padronizados pelo diâmetro externo de 2” a 48” com as extremidades: Lisas, Flange Integral ou Ponta e Bolsa. Seguem as normas EB-43 e P-EB-137 DA ABNT e são testados para pressões de até 3 mpa (≅ 30 kgf/cm2) Ferro fundido nodular com adição de Si, Cr ou Ni, aumenta a resistência mecânica. CURSO DE TUBULAÇÕES INDUSTRIAIS 7 Profº Jose Aparecido de Almeida 2.1.3. Tubos de Aços-Liga e Inoxidáveis Aços-ligas são todos os aços que possuem qualquer quantidade de outros elementos, além dos que entram na composição dos aços carbonos. Os tubos de aços-liga ou de aços inoxidáveis são bem mais caros que os aços-carbono, além do que a soldagem, conformação e montagem também são mais difíceis e mais caras. Casos onde se justificam o uso: ¾ altas temperaturas (acima de 400ºC); ¾ baixas temperaturas (abaixo de 0ºC); ¾ alta corrosão; ¾ não contaminação (alimentícias e farmacêuticas); ¾ segurança (inflamáveis, tóxicos e explosivos). 2.1.4. Tubos de Aços-Liga Existem duas classes gerais de aços-liga: ¾ aços-liga molibdênio (Mo) e cromo molibdênio (Cr-Mo); ¾ os aços-liga níquel (Ni). As principais especificações da ASTM são: A-333, A-335, A-671 e A-672. Especificação ASTM e grau – Tubos sem Costura ¾ A-335 Gr. P1 ¾ A-335 Gr. P5 ¾ A-335 Gr. P11 ¾ A-335 Gr. P22 ¾ A-33 Gr. 3 ¾ A-33 Gr. 7 2.1.5. Tubos de Aços-Inoxidáveis Existem duas classes gerais de aços-inoxidáveis: ¾ austeníticos (não magnéticos) – AISI 304, 304L, 316, 316L, 321 e 347; ¾ ferríticos e martensíticos – AISI 405. CURSO DE TUBULAÇÕES INDUSTRIAIS 8 Profº Jose Aparecido de Almeida 2.1.6. Tubos de Metais Não-Ferrosos De um modo geral são de pouca utilização, devido ao alto custo. Comparando com o Aço Carbono temos: ¾ Melhor resistência à corrosão; ¾ Preço mais elevado; ¾ Menor resistência mecânica; ¾ Menor resistência às altas temperaturas; ¾ Melhor comportamento em baixas temperaturas. 2.1.7. Cobre e suas Ligas Excelente resistência ao ataque: ¾ Da água, inclusive salgada; ¾ Dos álcalis e dos ácidos diluídos; ¾ De muitos compostos orgânicos; ¾ De numerosos outros fluidos corrosivos. Severo efeito de corrosão sob-tensão, quando em contato com: ¾ Amônia; ¾ Aminas; ¾ Compostos Nitrados. Observações: CURSO DE TUBULAÇÕES INDUSTRIAIS 9 Profº Jose Aparecido de Almeida o Devido ao alto coeficiente de transmissão de calor são muito empregados em serpentinas, como tubos de aquecimento ou refrigeração. o Não devem ser empregados para produtos alimentares ou farmacêuticos pelo fato de deixarem resíduos tóxicos pela corrosão. o Principais especificações ASTM são: Cobre B-88, Latão B-111, Cuproníquel B-466. 2.1.8. Alumínio e suas Ligas Excelente resistência ao contato com: ¾ A atmosfera; ¾ A água; ¾ Muitos compostos orgânicos, inclusive ácidos orgânicos, Observações: o A resistência mecânica é muito baixa (a adição de Si, Mg ou Fe melhora a resistência mecânica). o Devido ao alto coeficiente de transmissão de calor são muito empregados em serpentinas, como tubos de aquecimento ou refrigeração. o Os resíduos resultantes da corrosão não são tóxicos. o Principal especificação é a ASTM B.241 2.1.9. Chumbo ¾ Baixa resistência mecânica; ¾ Pesado; ¾ excepcional resistência à corrosão; ¾ Pode trabalhar com H2SO4 (ácido sulfúrico) em qualquer concentração. Usado para tubulação de esgoto, sem pressão, tanto predial, quanto industrial. 2.1.10. Níquel e suas Ligas Apresentam, simultaneamente, excepcional resistência à corrosão, e muito boas qualidades mecânicas e de resistência às temperaturas, tanto elevadas como baixas. O custo muito elevado desse material, restringe o seu usoa poucos casos especiais. Principais Tipos: ¾ Níquel Comercial; ¾ Metal Monel (67% Ni, 30% Cu); ¾ Inconel (80% Ni, 20% Cr). CURSO DE TUBULAÇÕES INDUSTRIAIS 10 Profº Jose Aparecido de Almeida 2.1.11. Titânio, Zircônio e suas Ligas Materiais com propriedades extraordinárias tanto de resistência à corrosão, como resistência às temperaturas e qualidades mecânicas; além disso, o peso específico é cerca de 2/3 do peso dos aços. A principal desvantagem é o preço extremamente elevado. 2.1.12. Tubos Não-Metálicos Plásticos (grupo mais importante) O uso de tubos de plástico tem aumentado nos últimos anos, principalmente como substitutos para os aços inoxidáveis. CURSO DE TUBULAÇÕES INDUSTRIAIS 11 Profº Jose Aparecido de Almeida Principais vantagens: ¾ Pouco peso; ¾ Alta resistência à corrosão; ¾ Coeficiente de atrito muito baixo; ¾ Facilidade de fabricação e manuseio; ¾ Baixa condutividade térmica e elétrica; ¾ Cor própria e permanente. Principais desvantagens: ¾ Baixa resistência ao calor; ¾ Baixa resistência mecânica; ¾ Pouca estabilidade dimensional; ¾ Insegurança nas informações técnicas; ¾ Alto coeficiente de dilatação; ¾ Alguns plásticos podem ser combustíveis. Observações: o Resistem aos ácidos e álcalis diluídos; o Não resistem aos ácidos e álcalis concentrados; o A maioria dos plásticos sofre um processo de decomposição lenta, quando expostos por muito tempo à luz solar ( ação dos raios U.V.). 2.1.13. Tubos de Aço com Revestimento Interno Revestimento anti-corrosivo, ou para evitar a contaminação do fluído conduzido. Finalidades: ¾ Revestimento anti-abrasivos e anti-erosivos; ¾ Revestimentos refratários (isolamento térmico interno). Alguns Materiais de Revestimento: ¾ Concreto; ¾ Plásticos (teflon, epóxi, fenólicos, etc.); ¾ Borrachas; ¾ Grafita; ¾ Porcelana; ¾ Asfalto. Observação: o Para serviços com alta corrosão, é importante que o revestimento seja absolutamente perfeito e contínuo para que não haja um ponto de corrosão localizada, pois o efeito poderá ser pior do que se o tubo estivesse sem revestimento. CURSO DE TUBULAÇÕES INDUSTRIAIS 12 Profº Jose Aparecido de Almeida 3. PROCESSOS DE FABRICAÇÃO DE TUBOS: 3.1. Processo de Fabricação: Tubo sem Costura a) Laminação: Laminador Oblíquo (Mannesmann) Laminadores de Acabamento Figura 1.1 - livro texto (pág. 04) CURSO DE TUBULAÇÕES INDUSTRIAIS 13 Profº Jose Aparecido de Almeida b) Extrusão e Fundição Figura 1.3 - livro texto (pág. 06) 3.2. Processo de Fabricação: Tubo com Costura a) Costura Soldada - Longitudinal e Espiral: Figura 1.4 e 1.5 - livro texto (pág. 07) b) Tubos Soldados por Resistência Elétrica CURSO DE TUBULAÇÕES INDUSTRIAIS 14 Profº Jose Aparecido de Almeida 4. LIGAÇÕES: Existem basicamente quatro tipos de ligações de tubos: ¾ Ligações soldadas; ¾ Ligações rosqueadas; ¾ Ligações flangeadas; ¾ Ligações de ponta e bolsa. 5. EXTREMIDADES: Existem quatro tipos de extremidades: ¾ Lisa – tubos são simplesmente esquadrejados, permitindo uniões com solda de topo ou solda de encaixe, uniões com bolsa e uniões por compressão. ¾ Com chanfro – tubos com ponta chanfrada têm uso freqüente em uniões com solda de topo. ¾ Com rosca – tubos com ponta rosqueada, são muito empregados para tubos galvanizados de ferro forjado e de aço. Os tipos de roscas deverão ser cônicas, normalmente NPT, BSP ou WHITWORTH (as paredes destes tubos deverão ser grossas – sch 80 e sch160 - face o enfraquecimento do tubo pelo rosqueamento). ¾ Com bolsa – tubos com ponta e bolsa, são usados nas instalações de utilidades (água, esgoto e líquidos corrosivos), como os tubos de ferro fundido, cimento amido, pvc e de concreto. CURSO DE TUBULAÇÕES INDUSTRIAIS 15 Profº Jose Aparecido de Almeida 6. ESPESSURAS DE PAREDES: Todos os tubos são designados por um número chamado “diâmetro nominal ips” (iron pipe size) ou “bitola nominal”. Até 12” o diâmetro nominal não corresponde à nenhuma dimensão física do tubo; a partir de 14” o diâmetro nominal coincide com o diâmetro externo dos tubos. Norma dimensional ABNT Pela norma ANSI.B.36.10, foram adotadas as “séries” (Schedule Number) para designar a espessura ou peso dos tubos. O número de série, é o número obtido aproximadamente pela seguinte expressão: P= Pressão interna de trabalho em psig Série = S P1000 onde: S= Tensão admissível do material em psig As séries padronizadas por esta norma são: 10, 20, 30, 40, 60, 80, 100, 120, 140 e 160, onde a espessura da parede cresce proporcionalmente à série (sch). Para o mesmo diâmetro nominal, existem várias “séries” diferentes, isto é, várias espessuras diferentes, onde os diâmetros internos serão diferentes e os externos serão sempre iguais. Exemplo: CURSO DE TUBULAÇÕES INDUSTRIAIS 16 Profº Jose Aparecido de Almeida Exemplo de especificação para requisição de tubos: ¾ Diâmetro nominal; ¾ Espessura da parede ou série (sch); ¾ Tipo de extremidade (lisa, chanfrada e rosqueada) ¾ Processo de fabricação (com ou sem costura); ¾ Especificação do material; ¾ Tipo de acabamento ou de revestimento; ¾ Quantidade Observação: Normalmente indica-se a quantidade total em unidade de comprimento ou em peso. A indicação do comprimento da barra de tubo pode variar em função do processo de fabricação (tamanho padrão normalmente de 6 metros). Exemplo: 18 metros de tubo, DN 4”, sch 40, pontas chanfradas, sem costura, ASTM-A-106 Gr B, conforme ASME B36.10. Interpretação da norma ASTM Exemplo: ASTM-A-106 Gr. B ASTM - AMERICAN SOCIETY TESTING MATERIALS A – Define o tipo de material, no caso o “A” indica o material ferroso. 106 – Define geralmente a forma de apresentação do material. É o número de ordem de especificações. No caso é o tubo e aço carbono sem costura para emprego a alta temperatura. Gr. B – Define as propriedades dos materiais. CURSO DE TUBULAÇÕES INDUSTRIAIS 17 Profº Jose Aparecido de Almeida 7. DIMENSIONAL CURSO DE TUBULAÇÕES INDUSTRIAIS 18 Profº Jose Aparecido de Almeida Notas: 7.1. Esta tabela inclui tubos de todos os tipos de aços: aço-carbono e aços de baixa liga (norma ANSI B.36.10), e aços inoxidáveis (norma ANSI B.36.19). 7.2. A norma ANSI B.36.19 só abrange tubos até o diâmetro nominal de 12”. 7.3. As designações “Std”, “XS” e “XXS” correspondem às espessuras denominadas “standart”, “extra-forte” e “duplo extra-forte” da norma ANSI B.36.10. As designações 10, 20, 30, 40, 60, 80, 100, 120 e 160 são os “números de série” (schedule number) dessa mesma norma. As designações 5S, 10S, 20S, 40S e 80S são da norma ANSI B.36.19 para os tubos de aços inoxidáveis. 7.4. As espessuras em mm indicadas na tabela são os valores nominais, as espessuras mínimas correspondentes dependerão das tolerâncias de fabricação, que variam com o processo de fabricação do tubo. Para tubos sem costura a tolerância usual é ± 12,5% do valor nominal. 7.5. Nesta tabela estão omitidos alguns diâmetros e espessuras não usuais na prática. Para a tabela completa, contendo todos os diâmetros de espessuras, consulteas normas ANSI B.36.10 e ANSI B.36.19. 7.6. Os pesos indicados nesta tabela correspondem aos tubos de aço-carbono ou de aços de baixa liga. Os tubos de aços inoxidáveis ferríticos pesam 5% menos, e os inoxidáveis austeníticos cerca de 2% mais. 7.7. Esses mesmos números apresentam também a vazão em l/seg. para a velocidade de 1m/seg. Anexo I – livro de tabelas (pág. 18 e 19) CURSO DE TUBULAÇÕES INDUSTRIAIS 19 Profº Jose Aparecido de Almeida 8. NORMALIZAÇÃO Norma ANSI.B.31 – AMERICAN NATIONAL STANDARD CODE FOR PRESSURE PIPING (Norma Norte-Americana, para tubulações pressurizadas). Principais Especificações Técnicas para Tubos: ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas CURSO DE TUBULAÇÕES INDUSTRIAIS 20 Profº Jose Aparecido de Almeida ASTM – American Society for Testing and Materials DIN – Deutsches Institut für Normung API - American Petroleum Institute AWWA American Water Works Association CURSO DE TUBULAÇÕES INDUSTRIAIS 21 Profº Jose Aparecido de Almeida 9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS TELLES, Pedro Carlos Silva, Tubulações Industriais: Materiais, Projetos e Montagens. 6.ed. São Paulo: LTC, 1982. 252p. TELLES, Pedro Carlos Silva; BARROS, Darcy G. de Paula, Tabelas e gráficos para Projetos de tubulações. 6.ed. Rio de Janeiro: Interciência, 1992. 191p. Catálogos de Fabricantes: ¾ Ciwal Válvulas; ¾ Conexões Tupy; ¾ Ermeto; ¾ Flacon; ¾ Flaminas; ¾ Sfay-Filtros. Nota: Estas referências correspondem às quatro primeiras aulas do curso “Tubulações Industriais”.
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