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DPC SEMESTRAL Direito Administrativo Celso Spitzcovsky Data: 11/06/2013 Aula 19 DPC SEMESTRAL – 2013 Anotador(a): Tiago Ferreira Complexo Educacional Damásio de Jesus RESUMO SUMÁRIO 1) Servidores Públicos...continuação; SERVIDORES PÚBLICOS 5) Remuneração (Art. 37, VII da CF/88): a) Sistemas de Remuneração: -Subsídio (Art. 39, §4º da CF/88). -Vencimentos (vencimento (salário base) + vantagens). Subsídio é a remuneração paga em parcela única, proibindo-se a percepção de vantagens (Quem recebe subsídios não pode receber gratificações, adicionais, prêmios etc). Em caráter obrigatório, devem ser remunerados por subsídio: -Membros de poder; -Detentores de mandato eletivo; -Ministros de Estado; -Secretários estaduais e municipais. -Integrantes da magistratura; -Membros do MP. -Integrantes de carreiras policiais VencimentoS abrange o vencimento, que é o salário base do servidor, acrescido das vantagens que são conquistadas ao longo do tempo. Tais vantagens podem ser percebidas em caráter permanente (adicionais) ou em caráter temporário (gratificações). Todas as carreiras que não apresentarem expressa previsão constitucional de remuneração por subsídio, serão remuneradas por vencimentos, sendo que isso expressa seu caráter residual. Teto de remuneração da Administração Pública (Art. 37, XI da CF/88): É o que ganham os Ministros do Supremo Tribunal Federal. Todos aqueles que se encontram dentro da administração pública nas quatro esferas de governo devem respeitar o teto remuneratório estabelecido na CF/88. Subtetos criados pela CF/88 no inciso XI do Art. 37 - isso a nível estadual e municipal. Subtetos Estaduais: Se o servidor estadual se encontra no poder executivo, ele não poderá receber mais que o governador do Estado. Se o servidor estiver lotado no poder legislativo, ele não poderá receber mais do que um deputado 2 de 6 estadual. Se o servidor estiver lotado no poder judiciário, ele não poderá receber mais do que um desembargador do Tribunal de Justiça. Subteto Municipal: Ao nível municipal há um teto único, assim, o servidor municipal não poderá receber mais do que o prefeito do Município. Redução da remuneração (Art. 37, XV da CF/88): Como regra geral, não se pode cogitar redução na remuneração do servidor. Excepcionalmente, será possível a redução, sendo que isso ocorrerá quando a remuneração estiver sendo percebida de forma inconstitucional. 6) Acumulação: Como regra geral, a CF/88 proíbe a acumulação de remuneração para quem titulariza cargos dentro da administração (Art. 37, XVI). No inciso XVII do Art. 37, a CF/88 estendeu essa proibição de acumulação de remuneração também para quem titulariza empregos públicos. Exceção Constitucional (Art. 37, XVI) - Para acumular deve haver (no mínimo): I) Compatibilidade de horários; II) Que o resultado financeiro da acumulação não ultrapasse o teto de remuneração dentro da administração, ou seja, que não ultrapasse a quantia recebida pelos Ministros do STF. Além dos requisitos supra, a CF/88 estabeleceu hipóteses taxativas em que a acumulação de remuneração poderá ocorrer: a) Dois cargos de professor; b) Um de professor com outro técnico-científico (tem que ser ligado ao magistério); c) Dois cargos ou empregos privativos de profissionais da área da saúde, com profissões regulamentadas; *Juiz pode acumular remuneração com uma de magistério, desde que exista compatibilidade de horários (Art. 95, parágrafo único da CF/88). *Membros do MP também podem acumular remuneração com uma de magistério, desde que exista compatibilidade de horários (Art. 128, §5º da CF/88). Atenção: Pode acumular cargo público com mandato eletivo? Como regra geral, há vedação constitucional, conforme Art. 38 da CF/88. Há uma exceção que envolve o mandato de vereador, desde que haja compatibilidade de horários (Art. 38, III da CF/88). 3 de 6 7) Aposentadoria: Natureza do sistema de aposentadoria no setor público (Art. 40, caput da CF/88): Tal sistema possui natureza contributiva, ou seja, só se aposentam por essas regras aqueles servidores que, quando em atividade, tenham contribuído para a manutenção do sistema. Critério utilizado pela CF/88 na questão da aposentadoria (Art. 40, caput da CF/88): O critério utilizado é o tempo de contribuição. Extensão desse critério: É possível a extensão do tempo de contribuição dentro da administração, conforme art. 40, §9º da CF/88. Exemplo do sujeito que foi servidor municipal por 10 anos e após se tornou servidor federal. Ele poderá usar o tempo de contribuição quando estava na esfera municipal. Por força do Art. 201, §9º da CF/88, é possível que alguém saia da área pública e mesmo assim se aposente pelo regime geral da previdência, e vice-versa. Destinatários dessas regras de aposentadoria (Art. 40, caput da CF/88): Servidores que titularizem cargos em caráter permanente. Agentes Públicos Agentes Políticos Servidores Públicos Funcionários Públicos Empregados Públicos Temporários - Contratados em caráter temporário Particulares em colaboração com o Estado Todos os excluídos (Agentes políticos; empregados públicos e temporários e particulares em colaboração) se aposentarão pelo regime geral de previdência (Art. 40, § 13 da CF/88). Modalidades de Aposentadoria (Art. 40, §1º da CF/88): -Aposentadoria por invalidez; -Aposentadoria compulsória; -Aposentadoria voluntária. Proventos: É a remuneração do aposentado (“proventos de aposentadoria” é redundância - Atenção em provas). Os proventos podem ser percebidos de forma integral ou de forma proporcional ao tempo de contribuição. 4 de 6 Aposentadoria por invalidez: Fato Gerador: É a invalidez permanente que impeça o servidor de continuar exercendo as atribuições do cargo. Como regra geral, a CF/88, no Art. 40, §1º fala em proventos proporcionais ao tempo de contribuição. Excepcionalmente, a CF/88 cogita de proventos integrais, sendo que isso ocorrerá quando a invalidez resultar de: -Acidente em serviço; -Moléstia profissional; -Doença grave, contagiosa ou incurável. Aposentadoria compulsória: Fato Gerador: Atingimento do limite máximo de idade previsto pela CF/88 (Atualmente 70 anos). Os proventos percebidos serão proporcionais ao tempo de contribuição. Aposentadoria voluntária (Art. 40, §1º, III da CF/88): Fato Gerador: O servidor se aposenta por iniciativa própria, voluntariamente. É a única das três modalidades que a CF/88 prevê proventos proporcionais e integrais. PROVENTOS INTEGRAIS (requisitos cumulativos) Homens Mulheres Comprovação de 10 anos de serviço Comprovação de 10 anos de serviço Dentre os 10 anos, deve estar 05 anos no cargo em que vai se aposentar Dentre os 10 anos, deve estar 05 anos no cargo em que vai se aposentar 60 anos de idade 55 anos de idade 35 anos de contribuição 30 anos de contribuição PROVENTOS PROPORCIONAIS (requisitos cumulativos) Homens Mulheres Comprovação de 10 anos de serviço Comprovação de 10 anos de serviço Dentre os 10 anos, deve estar 05 anos no cargo em que vai se aposentar Dentre os 10 anos, deve estar 05 anos no cargo em que vai se aposentar 65 anos de idade 60 anos de idade Não se fala em tempo de contribuição Não se fala em tempo de contribuição **Aposentadorias Especiais (Art. 40, §4º da CF/88): Dois requisitos devem ser preenchidos: -Lei complementar; -Só poderão recair sobre atividades insalubres que sejam prejudiciais à saúde ou à integridade física, ou ainda sobre os portadoresde necessidades especiais (Exemplos: Radiologistas, Mineradores, Policiais). 5 de 6 Teto de Aposentadoria (Art. 40, §1º da CF/88): É o mesmo que se apresenta para os servidores em atividade, ou seja, o que percebem os Ministros do Supremo Tribunal Federal. Critérios (Art. 40, §§ 2º e 3º da CF/88): §2º - Ao se aposentar, o servidor não poderá receber mais do que aquilo que recebia no cargo em que ocupava. §3º - Para se calcular o teto também deve levar em consideração o período de contribuição e o valor das contribuições neste período. 8) Regime Disciplinar (L 8.112/90): a) Deveres (Art. 116 da L 8.112/90): Dentre outros, são deveres do servidor: -Respeito à hierarquia; -Assiduidade etc. b) Proibições (Art. 117 da L 8.112/90)> Dentre outras condutas, é vedado: -Retirar documento da repartição sem autorização; -Cobrar ou receber propina; -Participar do gerenciamento ou administração de uma sociedade particular. c) Responsabilidade do servidor (Arts. 121 a 126 da L 8.112/90): c.1) Extensão da responsabilidade (Art. 121): Por uma mesma irregularidade praticada, o servidor pode ser sancionado simultaneamente em três esferas diferentes: civil, administrativa e penal. O Art. 125 da L 8.112/90 dispõe que as esferas são independentes entre si, ou seja, pode haver decisões distintas nessas esferas, salvo um caso em que a decisão judicial reflete na esfera administrativa, que ocorre quando o servidor demitido é absolvido judicialmente por inexistência do ilícito ou negativa de autoria. Se o servidor demitido (esfera administrativa) for absolvido por falta de provas, não terá direito a reintegração, isso porque o mérito não foi apreciado aqui. Se o servidor demitido (esfera administrativa) for absolvido por inexistência do ilícito ou negativa de autoria, terá direito a reintegração, estando a administração, nesse caso, obrigada a reintegrar, tudo em conformidade com o Art. 126 da L 8.112/90. 6 de 6 d) Sanções (Art. 127 da L 8.112/90): São elas: -Advertência; -Suspensão (pode ser convertida em multa - §2º do art. 130); -Demissão; -Cassação de aposentadoria ou disponibilidade; -Destituição de cargo em comissão; -Destituição de função comissionada. Tais sanções incidirão sobre o servidor somente pela prática de irregularidades administrativas, ou seja, irregularidades ligadas ao cargo. Para a aplicação de qualquer dessas sanções administrativas, deverá ser instaurada uma sindicância ou um processo administrativo disciplinar em que se assegure o contraditório e a ampla defesa (Art. 5º, LV da CF/88). Qualquer sanção aplicada em desacordo com o acima disposto será ilegal e, portanto, passível de questionamento perante o judiciário. Processo Administrativo Disciplinar Sindicância São instrumentos voltados à apuração de irregularidades na esfera administrativa Contraditório e Ampla Defesa obrigatório em ambos. e) Prescrição (Art. 142 da L 8.112/90): O prazo de prescrição varia de acordo com a gravidade da sanção e da irregularidade praticada. Há três prazos: -Irregularidades graves que comportam pena de demissão - 05 anos de prazo prescricional. -Irregularidades intermediárias que comportam pena de suspensão - 02 anos de prazo prescricional. -Irregularidades menores que comportam pena de advertência - 180 dias de prazo prescricional. Tais prazos começam a fluir a partir do instante em que se toma conhecimento da irregularidade praticada (§1º do Art. 142 da L 8.112/90). Os prazos prescricionais se interrompem com a abertura de uma sindicância ou de um processo administrativo disciplinar (§3º do Art. 142 da L 8.112/90). f) Instrumentos para apuração de irregularidades: -Sindicância; -Processo administrativo disciplinar.
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