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aula 10 macroeconomia ead estacio

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Adam Smith – a Escola Liberal Clássica
Respeitando a ordem cronológica, começaremos abordando a escola de Adam Smith. Vamos lá!
A Escola Clássica considera que a explicação da economia está centrada no mercado. Um conjunto de novas ideias fundamentadas em novos princípios coincidiu com a Revolução Industrial, com a guerra de Independência dos Estados Unidos e com a Revolução Francesa. Passou-se a não aceitar que os governos regulassem todos os aspectos da vida econômica e social. Começou a circular a ideia de que era natural e conveniente que não houvesse qualquer intervenção do Estado. A Riqueza das Nações, trabalho escrito por Adam Smith (1776), constituiu uma crítica aos controles exercidos pelos governos mercantilistas.
Na Riqueza das Nações, encontram-se as bases para a compreensão de como funcionam as economias de mercado. Ele construiu os alicerces da teoria econômica clássica e descreveu os fundamentos dos sistemas de livre empreendimento, nos quais a propriedade dos meios de produção é privada e o mercado atua como centro de coordenação do processo econômico.
De início, as doutrinas centravam-se sobre a ideia de individualismo, segundo a qual o indivíduo era o objeto principal do interesse social e não o governo. Surgiu o laissez-faire, expressão que implica a não interferência do governo na vida econômica da sociedade. Apareceu também o conceito de mão invisível do mercado, preconizando que o automatismo das forças de mercado substituiriam as ordens emanadas pelo governo.
Princípios interdependentes da escola Liberal Clássica
Em síntese, as proposições da corrente liberal e, consequentemente, da economia de mercado, fundamentam-se em quatro princípios interdependentes:
Em consequência, o pensamento liberal propôs o fim das práticas intervencionistas e estabeleceu como traços dominantes da ordem econômica:
Interferência mínima do governo nos mecanismos de livre mercado;
Propriedade privada dos meios de produção;
Livre iniciativa industrial;
O mercado como centro da coordenação da economia.
Princípios interdependentes da escola Liberal Clássica
Adam Smith considerava que o governo tinha três obrigações a cumprir:
Proteger a sociedade da agressão e invasão de outras sociedades independentes;
Proteger cada membro da sociedade da injustiça e opressão, praticando a justiça;
Edificar e manter obras públicas que não fossem do interesse de outros agentes econômicos.
Para os clássicos, a riqueza de uma nação era representada pela quantidade de bens e serviços à disposição da comunidade (quanto maior o volume, maior a riqueza). Eles consideravam todas as atividades produtivas importantes para a promoção da riqueza nacional.
Herdando dos fisiocratas a ideia do laissez-faire, laissez-passer, os clássicos acreditavam na eficiência do mercado regido pelo sistema de preços. Consideravam a economia autoajustável, tendendo para o equilíbrio sem a intervenção governamental.
Os Marxistas
Na segunda metade do século XIX, começaram a surgir críticas, identificando o fracasso do liberalismo em corresponder às suas expectativas otimistas de atingir o bem-estar econômico geral.
Segundo os liberais, a eliminação de restrições governamentais às atividades econômicas levaria a um progresso imediato e universal das condições materiais de vida. Embora a riqueza, nessa época, tivesse aumentado num ritmo sem precedentes, bem como o aumento do consumo, mostrou-se que alguns dos benefícios da Revolução Industrial foram repartidos. Todavia, começou-se a observar que grandes desigualdades econômicas foram geradas nesse processo, evidenciando que o progresso econômico não estava sendo compartilhado por todos. O socialismo surgiu como resposta a esta constatação.
Karl Marx redigiu O Capital, partindo de pressupostos clássicos. Definiu a parcela do produto nacional resultante do trabalho e que seria “indevidamente apropriada por empresários capitalistas”. Construiu um novo modelo teórico cujas principais variáveis eram: o trabalho socialmente necessário, o capital constante, o capital variável, a composição orgânica do capital e a taxa de lucros, a qual denominou de mais valia. O conceito de mais valia refere-se à diferença entre o valor das mercadorias que os trabalhadores produzem em certo período de tempo e o valor da força de trabalho vendida aos capitalistas que a contratam. A apropriação do excedente produtivo (a mais valia) pode explicar o processo de acumulação e a evolução das relações entre as classes sociais (burguesia e proletariado).
Acreditava no trabalho como determinante do valor, como Adam Smith, mas era hostil ao capitalismo competitivo e à livre concorrência, pois considerava que o trabalhador era explorado pelos capitalistas.
O modelo marxista salientou os fundamentos das condições antagônicas da repartição da riqueza e as razões das perturbações da economia liberal. Procurou evidenciar, por uma linha determinista de raciocínio, que a economia de mercado caminharia para um colapso inevitável.
 
Os socialistas postulavam que as instituições básicas do liberalismo, tais como a liberdade de empreender, a livre concorrência e a propriedade privada dos meios de produção, eram responsáveis pelas desigualdades na repartição da renda social e pelas crises econômicas. Eliminar estas instituições e substituí-las por outras sintetizava o objetivo da escola marxista. A propriedade dos meios de produção deveria pertencer à sociedade, e a organização das sociedades não deveria atender a interesses individuais e da concorrência, mas por um único centro de decisões que atenderia ao interesse coletivo.
Nesta teoria, o governo teria ação direta e intervencionista, promovendo a justa remuneração dos fatores de produção e eliminando as desigualdades sociais. As metas que seriam atingidas seriam compatíveis com as reais necessidades coletivas. As características predominantes das economias ditas de comando central eram: 
Propriedade coletiva dos meios de produção;
Restrições à liberdade de empreender;
Justaposição dos poderes político e econômico, assumindo, o governo, o papel de agente econômico central, ou seja, toda iniciativa econômica é centralizada e o mercado é substituído por centrais de planificação;
Soberania do planejador que define as prioridades sociais e mobiliza o sistema econômico para realizá-las, substituindo a do consumidor, tendo por motivação a eficácia alocativa e a justiça distributiva.
No século XX, após a primeira guerra mundial, em 1922, foi criada a URSS – União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.
 Nos anos 90, as economias ditas de comando central assumiram formas mais flexíveis de condução do processo econômico para instituições menos radicais. Em praticamente todas essas economias, embora em graus variados, restabeleceram-se mecanismos descentralizados de coordenação econômica. Ocorreu um processo de desburocratização. A liberdade de iniciativa e a propriedade dos meios de produção passaram a ser readmitidos.
A Teoria Keynesiana
Até 1930, os economistas não acreditavam que o desemprego em larga escala pudesse ocorrer. Todavia, com a Grande Depressão (1929), os fatos abalaram as convicções clássicas. Segundo os clássicos, a economia de mercado era autorregulável e tendia quase que automaticamente para o pleno emprego. O desemprego era sempre de caráter transitório e explicável pelas flutuações naturais do ciclo de negócios que caracteriza a economia capitalista.
Em um cenário de crise, recessão e desemprego, nos países desenvolvidos, após o crack da Bolsa de Valores de Nova York, em 1929, Keynes buscou respostas e explicações alternativas para enfrentar estes problemas. Keynes procurou mostrar que o equilíbrio em uma situação de pleno emprego era apenas uma das situações possíveis e que, na realidade, provavelmente o equilíbrio dar-se-ia numa situação que em que houvesse desemprego no mercado de trabalho.
John Maynard Keynes (1883-1946) revolucionou a forma de pensar dos economistas sobre macroeconomia ao publicar, em 1936, a Teoria Geral do Emprego, do
Juro e do Dinheiro.
O trabalho de Keynes foi um marco e permitiu um grande desenvolvimento da teoria macroeconômica. A macroeconomia atualmente ensinada inspirou-se em Keynes, mas tem um enfoque diferente, baseando-se em modelos nos quais os economistas tentam representar a realidade através do estabelecimento de funções matemáticas entre as diversas variáveis econômicas.
Tanto a teoria keynesiana quanto a marxista representam rupturas com a teoria liberal, mas de modo diferente. A teoria marxista removia as bases político-institucionais do sistema econômico, e o estado assumia a propriedade dos meios de produção. Já a keynesiana estabelecia novas funções para o governo sem, contudo, colocá-lo como agente econômico, preservando o setor privado na economia. O papel do governo seria o de estabelecer políticas monetárias e fiscais corretivas para os problemas encontrados.
Keynes considerava que o Estado deveria ter maior grau de intervenção na condução da economia, de forma a retirá-la da recessão de 1930.
Princípios da Teoria Keynesiana
A economia de mercado em situação de equilíbrio pode não estar realizando as condições definidas do pleno emprego. Nada garante que o pleno emprego se realiza sempre e autonomamente, dada a multiplicidade e heterogeneidade de fatores que determinam a procura efetiva;
A legitimação da ação do governo como agente regulador da procura efetiva, notadamente quando há insuficiência de gastos, recessão e desemprego;
A moeda não é considerada neutra. A procura por moeda não se limita às necessidades de transação dos agentes econômicos, assumindo a moeda o papel de ativo desejado como reserva de valor, podendo ser guardada para fins especulativos de ganhos de capital.
A elucidação dos fatores determinantes da procura e oferta agregada com ênfase nas funções de consumo e investimento.
A inflexibilidade dos preços e salários já que Keynes considerava que as imperfeições da concorrência, o poder de monopólio em alguns setores da economia, as leis trabalhistas e o poder de negociação dos sindicatos de trabalhadores contrariavam a hipótese dos clássicos de flexibilidade dos preços e salários;
Um importante postulado do modelo keynesiano diz que as firmas produzirão a quantidade de bens e serviços que os homens de negócio acreditam que consumidores, investidores, governos e o setor estrangeiro (exportações menos importações) planejam comprar. Assim, ocorrerá o equilíbrio quando a despesa total for igual ao produto. O equilíbrio keynesiano não precisa ocorrer necessariamente no nível de produção do pleno emprego.
Os formuladores de política econômica podem aumentar a demanda agregada e estabilizar a economia por meio da política monetária (o aumento na oferta de moeda reduz a taxa de juros para qualquer nível de preços dado). Outro recurso a ser utilizado é o uso da política fiscal (aumento das compras de governo ou redução de impostos).
Keynes argumentava que, em uma economia em depressão, era pouco provável que os empresários elevassem os seus investimentos.
A proposta de Keynes para que a economia alcançasse o pleno emprego, era a de que o governo aumentasse os seus gastos. O aumento dos gastos governamentais aumentaria a demanda agregada, que aumentaria a produção, que, por sua vez, faria com que o pleno emprego da mão de obra pudesse ser atingido.

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