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Jurisprudência - Taxa de prestação de serviços

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JURISPRUDENCIA DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA – PE
DIREITO CONSTITUCIONAL E TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL RECEBIDO COMO RECURSO DE AGRAVO. IPTU E «TAXA» DE LIMPEZA PÚBLICA - TLP. MUNÍCIPIO DO RECIFE. CONSTITUCIONALIDADE. BASE DE CÁLCULO IDÊNTICA À DO IPTU. NÃO CONSTATAÇÃO. DIVISIBILIDADE E ESPECIFICIDADE. VERIFICAÇÃO. RECURSO IMPROVIDO. DECISÃO POR UNANIMIDADE. 
1-Trata-se de Agravo Regimental interposto contra decisão terminativa que, nos autos do Agravo de Instrumento em apenso, deu provimento ao mesmo para declarar a constitucionalidade dos créditos referentes à «taxa» de limpeza pública em foco, reformando-se a decisão de primeira instância.
 4-A respeito da TLP, deve ser analisada sua constitucionalidade sob dois enfoques, a saber, em face dos arts. 145, §2º, da CF/88 e 77, parágrafo único, do CTN, os quais proíbem que as «taxa»s tenham base de cálculo própria de impostos, e ainda, frente ao art. 145, II, da CF/88, que exige a especificidade e divisibilidade dos «serviços» onerados por esta espécie tributária. In casu, não houve transgressão às regras insculpidas nos arts. 145, §2º, da Carta Magna e 77, parágrafo único, do CTN, posto que, o fato de um dos elementos utilizados na fixação da base de cálculo do IPTU (metragem da área construída do imóvel), ser tomado em conta na determinação da alíquota da TPL, não quer dizer que existe identidade entre as duas bases de cálculo. Em verdade, enquanto no caso do IPTU o referido elemento enquadra-se em uma fórmula apta a exprimir o valor venal do imóvel, tem-se que, em relação à TLP, o fator de cálculo apontado se presta a estimar o tamanho do imóvel para efeitos de aferição da quantidade de lixo que por ele pode ser produzido, grandezas estas nitidamente diversas. Precedente: RE 232393/SP. 
5-Ademais, quanto à presença dos requisitos elencados no art. 145, II da CF/88, se a«taxa» é vinculada não apenas à coleta domiciliar de lixo, mas também à limpeza de logradouros públicos, serviço de caráter universal e indivisível, faz-se mister reconhecer a inviabilidade de sua cobrança, em face do disposto no art. 77, caput, do CTN, que, conceituando o fato gerador das«taxa»s, exige a especificidade e a divisibilidade do serviço público que deu ensejo à sua cobrança. Precedente: RE-AgR 362578/RJ. É cediço, contudo, que não é esta a hipótese dos autos, haja vista o fato da Lei Municipal nº 15.653/91, no seu art. 62, limitar expressamente a TLP à coleta e remoção de lixo. Desta feita, à luz do disposto no sobredito dispositivo, não há que se falar em inconstitucionalidade quanto à cobrança da «taxa» em vértice, dada sua especificidade. 6-Recurso de Agravo improvido, decisão unânime.
JURISPRUDENCIA DO STJ
TRIBUTÁRIO E ADMINISTRATIVO. USO DO SOLO MUNICIPAL PARA SERVIÇO DE
UTILIDADE PÚBLICA. COBRANÇA. ILEGALIDADE.
1. Não pode o município cobrar pelo uso do solo, se o serviço se destina a comunidade municipal.
2. A intitulada "taxa", cobrada pelo uso de vias públicas - solo, subsolo e espaço aéreo - para instalação de equipamentos que permitem a prestação dos serviços de fornecimento de gás, não pode ser considerada de natureza tributária porque não há nenhum serviço do Município, nem o exercício do poder de polícia. Ademais, somente se justificaria a cobrança como "preço" se se tratasse de
remuneração por serviço público de caráter comercial ou industrial,
o que não ocorre na espécie.
PROCESSO CIVIL. RECURSO ESPECIAL. SERVIÇO DE ÁGUA E DE ESGOTO. EMBARGOS DECLARATÓRIOS. ARTS. 458, II, E 535, II, DO CPC. OMISSÃO NÃO CARACTERIZADA. REGIME REMUNERATÓRIO. TARIFA.
II - "O Colendo STF já decidiu, reiteradamente, que a natureza jurídica da remuneração dos serviços de água e esgoto, prestados por concessionária de serviço público, é de tarifa ou preço público, consubstanciando, assim, contraprestação de caráter não-tributário"
(REsp nº 740967/RS, Rel. Ministro LUIZ FUX, DJ de 28.04.2006).
PROCESSUAL CIVIL E CIVIL - SERVIÇOS PÚBLICOS DE FORNECIMENTO DE ÁGUA E ESGOTO - NATUREZA DO "PREÇO PÚBLICO" 
- Os serviços públicos de fornecimento de água e esgoto, essenciais
à cidadania, se caracterizam pela facultatividade e não pela compulsoriedade, prestado diretamente pelo Estado ou por terceiro,
mediante concessão, submetendo-se à fiscalização, princípios e regras condicionadores impostos pelo ente público, e por isso remunerados por tarifas ou preços públicos, regendo-se pelas normas
de direito privado.
JURISPRUDENCIA DO STF
EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO.ITENS 21 E 21.1. DA LISTA ANEXA À LEI COMPLEMENTAR 116/2003. INCIDÊNCIA DO IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS DE QUALQUER NATUREZA - ISSQN SOBRE SERVIÇOS DE REGISTROS PÚBLICOS, CARTORÁRIOS E NOTARIAIS. CONSTITUCIONALIDADE. Ação Direta de Inconstitucionalidade ajuizada contra os itens 21 e 21.1 da Lista Anexa à Lei Complementar 116/2003, que permitem a tributação dos serviços de registros públicos, cartorários e notariais pelo Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISSQN. Alegada violação dos arts. 145, II, 156, III, e 236, caput, da Constituição, porquanto a matriz constitucional do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza permitiria a incidência do tributo tão-somente sobre a prestação de serviços de índole privada. Ademais, a tributação da prestação dos serviços notariais também ofenderia o art. 150, VI, a e §§ 2º e 3º da Constituição, na medida em que tais serviços públicos são imunes à tributação recíproca pelos entes federados. As pessoas que exercem atividade notarial não são imunes à tributação, porquanto a circunstância de desenvolverem os respectivos serviços com intuito lucrativo invoca a exceção prevista no art. 150, § 3º da Constituição. O recebimento de remuneração pela prestação dos serviços confirma, ainda, capacidade contributiva. A imunidade recíproca é uma garantia ou prerrogativa imediata de entidades políticas federativas, e não de particulares que executem, com inequívoco intuito lucrativo, serviçospúblicos mediante concessão ou delegação, devidamente remunerados. Não há diferenciação que justifique a tributação dos serviços públicos concedidos e a não-tributação das atividades delegadas. Ação Direta de Inconstitucionalidade conhecida, mas julgada improcedente.
EMENTA: CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. ECT - EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS: IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA: C.F., art. 150, VI, a. EMPRESA PÚBLICA QUE EXERCE ATIVIDADE ECONÔMICA E EMPRESA PÚBLICA PRESTADORA DE SERVIÇO PÚBLICO: DISTINÇÃO. TAXAS: IMUNIDADE RECÍPROCA: INEXISTÊNCIA. I. - As empresas públicas prestadoras de serviço público distinguem-se das que exercem atividade econômica. A ECT - Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos é prestadora de serviço público de prestação obrigatória e exclusiva do Estado, motivo por que está abrangida pela imunidade tributária recíproca: C.F., art. 22, X; C.F., art. 150, VI, a. Precedentes do STF: RE 424.227/SC, 407.099/RS, 354.897/RS, 356.122/RS e 398.630/SP, Ministro Carlos Velloso, 2ª Turma. II. - A imunidade tributária recíproca -- C.F., art. 150, VI, a -- somente é aplicável a impostos, não alcançando as taxas. III. - R.E. conhecido e improvido.
EMENTA: - CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. TAXA DE LIMPEZA PÚBLICA: MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE. C.F., art. 145, II. CTN, art. 79, II e III. I. - As taxas de serviço devem ter, como fato gerador, serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição. Serviços específicos são aqueles que podem ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de utilidade ou de necessidade públicas; e divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos usuários. CTN, art. 79, II e III. II. - Taxa de Limpeza Pública: Município de Belo Horizonte: o seu fato gerador apresenta conteúdo inespecífico e indivisível. III. -
EMENTA: - CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. TAXA JUDICIÁRIA e CUSTAS: NATUREZA JURÍDICA. TAXA JUDICIÁRIA E CUSTAS: ESTADO DE MINAS GERAIS. Lei Mineira nº 6.763,de 1975, art. 104, §§ 1º e 2º, com a redação do art,. 1º da Lei Mineira nº 12.729, de 30.12.97. Tabela "J" referida no art. 104 da Lei Mineira nº 6.763/75, com a alteração da Lei Mineira nº 12.729/97. Tabelas de custas anexas à Lei Mineira nº 12.732, de 1997, que altera a Lei Mineira nº 12.427, de 1996. I. - Taxa judiciária e custas: são espécies tributárias, classificando-se como taxas, resultando da prestação de serviço público específico e divisível e que têm como base de cálculo o valor da atividade estatal referida diretamente ao contribuinte, pelo que deve ser proporcional ao custo da atividade do Estado a que está vinculada, devendo ter um limite, sob pena de inviabilizar o acesso de muitos à Justiça.................................................................................". IV. - Necessidade da existência de limite que estabeleça a equivalência entre o valor da taxa e o custo real dosserviços, ou do proveito do contribuinte. Valores excessivos: possibilidade de inviabilização do acesso de muitos à Justiça, com ofensa ao princípio da inafastabilidade do controle judicial de lesão ou ameaça a direito: C.F., art. 5º, XXXV. V. - Cautelar deferida.

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