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Fichamento Direito Penal 1° estágio

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CONCEITO
Cuida-se do ramo do Direito Público que se ocupa de estudar os valores fundamentais sobre quais se assentam as bases de convivência e da paz social, os fatos que os violam e o conjunto de normas jurídicas (princípios e regras) destinadas a proteger tais valores, mediante a imposição de penas e medidas de segurança.
- Ramo do Direito Público cujas normas são voltadas para a proteção de valores fundamentais à sociedade, punindo fatos que os agridem.
O Direito Penal se vale da prisão dos delitos mais graves como sua fórmula mais usual.
Obs.: Dos ramos do direito, apenas o Direito Penal pode privar o indivíduo de um de seus mais preciosos bens: a liberdade de locomoção ou deambulação (direito de ir, vir e ficar).
FINALIDADE
Tem por finalidade proteger os bens jurídicos essenciais (vida, propriedade, saúde, honra, liberdade sexual, patrimônio, etc.)
É uma DOUTRINA MAJORITÁRIA.
OBJETO
O Direito Penal tem por objeto dirigir os seus comandos legais ao homem, proibindo ou mandando que se faça algo, pois somente este é capaz executar ações com consciência do fim. (CAPEZ, 2012)
ESPÉCIES
Direito Penal Objetivo - É o conjunto de normas (princípios e regras) que definem as infrações penais e a imposição de suas consequências (penas ou medidas de segurança).
Direito Penal Subjetivo – É o direito de punir do estado ou ius puniendi estatal. Este divide-se em 2: Direito de punir em abstrato (ou ius puniendi in abstracto); Direito de punir em concreto (ou ius puniendi in concreto).
- Direito de punir em abstrato – surge com a criação da norma penal e consiste em exigir que todos os seus destinatários pratiquem a ação ou omissão definida no preceito primário.
- Direito de punir em concreto – surge com o cometimento da infração penal, então o Estado passa a ter o poder-dever de punir o infrator.
Direito Penal Material ou Substantivo – Sinônimo de Direito Penal Objetivo, ou seja, o conjunto de normas (princípios e regras) que definem as infrações penais e a imposição de suas consequências (penas ou medidas de segurança).
Direito Penal Formal ou Adjetivo – Corresponde ao Direito Processual Penal.
Direito Penal Comum – É aplicável pela justiça comum a todos, de modo geral. Funda-se no Código Penal e nas diversas leis penais extravagantes. (Lei Antidrogas, Estatuto do Desarmamento, etc.)
Direito Penal Especial – Encontra-se sob uma jurisdição especial, assim, somente rege a conduta de um determinado grupo de pessoas. Encontra-se, portanto, sob a responsabilidade da justiça especializada.
Direito Penal do Autor – Trata-se punir alguém pelo que ela é, ou seja, a sanção fundava-se não pela gravidade da conduta, mas pela periculosidade do agente.
Direito Penal do Fato – Trata-se de punir alguém pelo que fez, ou seja, a gravidade do ato que definirá o rigor da pena. (Modelo vigorante).
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO PENAL
Não se sabe ao certo sobre o surgimento do Direito na sociedade, porém há um marco que serve como divisor entre a história e a pré-história do Direito – O aparecimento da escrita.
Direito Penal antes da escrita diz-se PRIMITIVO ou PRÉ-HISTÓRICO. Possui as características: 
	- Regras transmitidas oralmente e conservadas pela tradição;
	- Os direitos eram muitos numerosos, com costumes distintos em cada agrupamento social;
	- Confundiam-se religião, moral e direito.
5.1 Pré-história do Direito Penal Brasileiro
Os habitantes estavam prontos a agir, tornando certa a vingança da vítima.
Os primeiros habitantes conheceram diversas formas de pena: vingança divina e vingança privada. Também experimentaram o Talião (relativa proporcionalidade na pena infligida) e a composição (compensação do mal provocado).
FASE DA VINGANÇA PENAL
A fase da vingança penal era dividida em três subfases: Vingança Divina, Vingança Privada e Vingança Pública.
Vingança divina
Pelo fato de o homem não ter conhecimento dos fatos naturais, acreditava que esses eventos eram atribuídos a seres sobrenaturais, que dirigiam a vida das pessoas, premiando-as ou castigando-as, conforme suas ações.
A infração totêmica (infração quanto ao símbolo da tribo) ou desobediência aos tabus eram de índole coletiva e visavam abrandar (aplacar) a fúria dos deuses. Todos deveriam participar do ato para escaparem da vingança sobrenatural.
Vingança Privada
Em tempos passados, o homem já fazia justiça com as próprias mãos. A vingança privada caracterizava-se por reações violentas, quase sempre exageradas e desproporcionais.
As penas impostas eram “perda da paz” (imposta ao membro do próprio grupo que era banido do convívio com seus pares) e a “vingança de sangue” (membro do grupo rival que dava início a uma guerra entre os grupos)
Com o fortalecimento do poder social, a vingança privada atribuiu ao chefe de família, clã ou tribo o poder de decidir sobre o destino dos infratores.
Vingança Limitada (Talião)
As aplicações desmedidas das penas enfraqueciam ou até aniquilavam os grupos. Após certo progresso civilizatório, surgiu a ideia de estabelecer equilíbrio ou proporcionalidade entre o crime e a pena, e isto se dava por meio do Talião – conhecida pela expressão: “olho por olho, dente por dente”.
Assim, a pena além de ser proporcional, possuía caráter individual. Por sua vez, acaba sendo substituído por outros processos de justiça, visto que causando a mesma consequência para quem praticou, acabava por enfraquecer o grupo. Houve então a troca do ofensor por um escravo e, posteriormente, a composição pecuniária – oferecimento de uma compensação pelo mal produzido.
Ao introduzir a composição, acentuava-se o poder estatal, em que o soberano e seus representantes atuavam como intermediários entre a vítima e o infrator.
Vingança Pública
O Estado passa a intervir como o único legitimado a impor penas criminais, posto que lhe incumbe (atribui) assegurar a integridade territorial, política e social de seus súditos.
A função de punir deixa de ser individual e passa a ser pública, ficando a cargo do Estado.
FONTES, INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO DA LEI PENAL
Fontes do direito são a origem das normas jurídicas.
Dividem-se em: Fontes materiais, substanciais ou de produção (as quais indicam o órgão encarregado da produção do Direito Penal); Fontes formais, de conhecimento ou de cognição (Princípios gerais de direito e costumes).
- Fontes materiais, substanciais ou de produção - Em nosso ordenamento jurídico, somente a União possui competência legislativa para criar novas leis penais.
- Fontes formais, de conhecimento ou de cognição - Correspondem às espécies normativas – em sentido lato – que podem conter normas penais. Subdivide-se em: Imediata ou Direta ou Primária (é a própria lei) e Mediata ou Indireta ou Secundária (princípios gerais de direito e costumes).
Imediata, Direta ou Primária: Em sentido estrito, pode servir como fonte primária e imediata do direito penal, em face do princípio constitucional da reserva legal.
Mediata, Indireta ou Secundária: São os costumes (comportamentos que as pessoas obedecem de maneira uniforme e constante), os princípios gerais do direito (premissas éticas que são extraídas do material legislativo) e analogia in bonam partem (utilizada em benefício do sujeito ativo da infração penal, por restringir o direito de punir do Estado, ampliando o ius libertatis do indivíduo).
 
Excepcionalmente, os estados-membros podem legislar sobre matéria penal, desde que autorizados por Lei Complementar e para tratar de questões locais.
Os costumes não revogam lei, apenas fazem com que o legislador repense a necessidade de permanência ou não de determinada norma penal. Somente lei revoga lei.
Interpretação da Lei Penal
A interpretação constitui-se da investigação efetuada pelo aplicador do direito em busca do alcance e do sentido das regras jurídicas. A Hermenêutica é a ciência que se ocupa em sistematizar os métodos e os elementos da interpretação jurídica. 
PRINCÍPIOS DE DIREITO PENAL – (vídeo)
- Concepções:
Valor; (O que seja importante)
Prescriçõeséticas (diretrizes); (Comportamentos)
Programações sociais; (O quê a sociedade deseja para o futuro)
Integração normativa; (Usado quando a lei for omissa)
Instrumentos hermenêuticos; (Interpretação da lei)
Normas. (Ordem de conduta)
- Princípios penais: São um conjunto de concepções jurídicas (vista acima) responsáveis por demarcar o âmbito de aplicação do direito penal. (Luiz Flávio Gomes)
O princípio delimita o conteúdo de aplicação do Direito Penal.
- PRINCÍPIOS:
Princípio da exclusiva proteção de bens jurídicos
O direito penal não serve para proteger a moral, uma ideologia, uma religião, um governo, etc. O direito penal existe exclusivamente para proteger bens jurídicos. (bens é aquilo que a sociedade julga ser importante)
Princípio da Intervenção Mínima
O direito penal não deve agir em demasia na vida do indivíduo. Somente pode ser utilizado se tiver extrema necessidade social e for o único capaz de proteger o bem jurídico satisfatoriamente. (Deriva do princípio da dignidade humana, bem como a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à segurança e à propriedade. O Direito Penal não deve atuar senão quando diante de um comportamento que produz grave lesão ou perigo a um bem jurídico fundamental para a paz e o convívio em sociedade)
Princípio da Subsidiariedade
O Direito Penal não deve atuar senão quando diante de um comportamento que produz grave lesão ou perigo a um bem jurídico fundamental para a paz e o convívio em sociedade
Princípio a materialização do fato ou Princípio da exteriorização do fato ou Princípio da retributividade
Ninguém pode ser punido pelo que pensa, mas apenas pelo que realiza. As pessoas devem ser punidas pelo que fazem e não pelo que são. (Direito Penal do Autor X Direito Penal do Fato).
Princípio da legalidade ou Princípio da Reserva Legal
Todo o comportamento criminoso precisa estar previsto em lei. 
Princípio da taxatividade
O crime não pode ser descrito de forma vaga, aberta, lacunosa, com termos obscuros, contraditórios ou ambíguos. O texto deve ser de facílima interpretação.
Princípio do estado de inocência ou Princípio da presunção da inocência ou Princípio da não-culpabilidade
Ninguém pode ser considerado culpado até que a sentença que o condenou não caiba mais recurso. (transitado e julgado)
Princípio da ofensividade ou Princípio da lesividade
Todo crime deve afetar algum bem jurídico protegido pela norma penal.
Princípio da culpabilidade
Ninguém pode ser punido penalmente se não for culpável. Não há crime sem culpa.
 Elementos da culpabilidade
Princípio da responsabilidade pessoal ou Princípio da personalidade da pena ou Princípio da pessoalidade ou Princípio da intranscendência da pena
Cada pessoa responde pelas próprias condutas. Não se responde penalmente pelo crime de outrem.
Princípio da responsabilidade subjetiva
O autor do crime somente será responsabilizado se tiver agido com dolo ou com culpa. 
Princípio da igualdade
A lei penal não pode comportar distinções entre as pessoas. Deve ser genérica e impessoal. 
Igualdade na lei (não crie lei privilegiando alguns)
Igualdade perante a lei
Princípio da legalidade da pena
Não existe pena sem previsão legal. Toda pena deve estar descrita na lei.
Penas possíveis no Brasil, entre outras:
Privação ou restrição de liberdade;
Perda de bens;
Multa;
Prestação social alternativa;
Suspensão ou interdição de direitos.
Penas proibidas no Brasil: (são inconstitucionais)
De morte, salvo em caso de guerra declarada;
De caráter perpétuo;
De trabalhos forçados;
De banimento;
Cruéis.
Princípio da proibição da pena indigna
Nenhuma pena pode ser ofensiva a dignidade humana.
Princípio da humanidade da pena
A pena deve ser aplicada de modo a serem respeitados todos os direitos humanos do preso não atingidos pela sanção penal prescrita.
Princípio da razoabilidade ou Princípio da proporcionalidade ou Princípio da proibição do excesso
A pena não pode ser abusiva. O Jus puniendi precisa de limites. A pena precisa ser:
Adequada; (capaz de atingir os objetivos)
Necessária;
Equilibrada.
Princípio da necessidade concreta da pena
Toda pena desnecessária é inconstitucional. Após verificar a culpabilidade do agente, o juiz precisa verificar se a pena se faz necessária. (pena desnecessária quando a perdão)
Princípio da individualização da pena
Toda pessoa, diante dos órgãos de persecução penal, deve ser apreciada de forma singular. (Segundo suas características pessoas)
No momento da criação da lei incriminadora
No momento da sentença
No momento da execução
Princípio da suficiência da pena alternativa
As penas alternativas estão no art. 43 do Código Penal. São menos onerosas (grave) tanto ao Estado quanto ao agente. Se o juiz percebe que a pena alternativa é suficiente para os objetivos da sanção penal então deve aplicá-la. (As penas alternativas substituem as de privativa de liberdade)
Princípios relativos a lei penal no tempo
Princípio da Anterioridade; (só se aplica aos fatos praticados após sua vigência)
Princípio da Retroatividade; (CF, art. 9º. Princípio da legalidade e da retroatividade. Ninguém pode ser condenado por ações ou omissões que, no momento em que forem cometidas, não sejam delituosas, de acordo com o direito aplicável. Tampouco se pode impor pena mais grave que a aplicável no momento da perpetração do delito. Se depois da perpetração do delito a lei dispuser a imposição de pena mais leve, o delinquente será por isso beneficiado.)
Princípio da Irretroatividade; (toda prática dessa conduta antes da vigência torna-se intocável pelo Direito Penal, seguindo lícita e não punindo seu autor)
Tempo do crime. – Há 3 teorias: Atividade, Resultado: Considera praticado o crime no momento do resultado; e Ubiquidade ou mista: Leva-se em conta tanto o momento da ação ou omissão, como do resultado. (No Brasil, o Código Penal adota a teoria da atividade: Art. 4º – Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado)
Princípios relativos a lei penal no espaço
Princípio da territorialidade; (Aplica-se a todos os crimes ocorridos no território nacional, independente da nacionalidade do agente, da vítima ou do bem jurídico lesado, respeitando limites de tratados, convenções e regras internacionais (CP: art. 5º, §§ 1º e 2º).
Princípio da extraterritorialidade; (Conforme o art. 7º do CP, a lei penal brasileira poderá ser aplicada no exterior em alguns casos: *Extraterritorialidade incondicionada: Será aplicada a lei brasileira, sem qualquer condicionante, mesmo que o agente tenha sido julgado no exterior (CP: art. 7º, I), para crimes contra a liberdade ou a vida do Presidente da República, crimes contra o patrimônio ou a fé pública da União, Distrito Federal, estados, municípios, empresas e órgãos públicos, pessoas a serviço destas entidades, etc., ou genocídio (quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil); *Extraterritorialidade condicionada: plica-se a lei brasileira obedecendo alguns requisitos, segundo os princípios da universalidade, personalidade, bandeira e defesa (CP: art. 7º) para crimes que, por tratado ou convenção, o Brasil se comprometeu a reprimir, crimes praticados por brasileiros, por aeronaves ou embarcações brasileiras em território estrangeiro que não sejam lá julgados ou praticados por estrangeiros contra brasileiros fora do Brasil (caso o agente ingresse no Brasil ou seja passível de extradição para cá).
Princípio da intraterritorialidade; (Quando excepcionalmente poderá a lei estrangeira ser aplicada a delitos cometidos total ou parcialmente em território nacional)
Lugar do crime. (Há 3 teorias: *Atividade: o lugar do crime é o da ação ou omissão; *Resultado: o lugar do crime é o da consumação; *Ubiquidade ou mista: é a adotada pelo Código Penal Brasileiro: Art. 6º – Considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado.)
Princípioda fragmentariedade
O direito penal não protege todos os bens jurídicos, somente os mais relevantes. Mesmo dentre os mais relevantes, ele não protege contra todas as eventuais ofensas a ele dirigida, apenas os mais intoleráveis. 
Princípio do ne bis in idem
Não se admite a dupla punição pelo mesmo fato.
Princípio da alteridade ou transcendentalidade
Ninguém pode ser punido por causar mal a si próprio. (Só é crime o que se pratica contra o outro)
Princípio da insignificância ou Princípio da bagatela
O direito penal não deve se envolver com fatos de baixa lesão a bem jurídico.
Requisitos:
Mínima ofensividade da conduta; (não foi exposto do perigo)
Nenhuma periculosidade social da ação;
Reduzido grau de reprovabilidade da ação;
Inexpressividade da lesão jurídica a vítima. 
Princípio da adequação social
A evolução social costuma modificar a valorização de alguns comportamentos tornando um fato que antes era repugnante em um fato inofensivo. Existem condutas que são socialmente aceitas. Se a conduta não afrontar um sentimento social de justiça não pode ser criminalizada.
Princípio da subsidiariedade
O direito penal somente deve atuar quando os outros ramos do sistema jurídico se mostrarem insuficientes para prevenção e reprovação do fato. (ultima ratio)
Princípio da confiança
Trata-se mais de um princípio-diretriz do que um princípio-norma. Todos esperam um dos outros comportamentos responsáveis almejando evitar danos a bens jurídicos. (Esperam que ajam com respeito uns com os outros)
Princípio do fato
Ninguém pode ser punido pelo simples pensar. Sem que haja, portanto, um procedimento humano concretizado por meio de uma ação ou omissão indevida, não há espaço para o exercício de direito de punir.
Princípio da Presunção da Inocência ou da não culpa
Só pode ser considerado culpado depois que o Estado reconhecer a culpa e isso só ocorre através de uma sentença transitada em julgado (quando não cabe mais recurso).
Princípio da Inércia da Jurisdição
O juiz não tem iniciativa para instaurar inquérito. O fato só pode ser julgado se for trazido à tona por alguém que tenha legitimidade para instaurar a persecução penal.
 
OBSERVAÇÃO
É possível que:
Um princípio esteja extremamente ligado a outro;
Um princípio absorva outro;
Um princípio seja sinônimo do outro;
Um princípio seja desdobramento de outro;
Dois princípios sejam aplicados concomitantemente;
Dois princípios colidam.
DIREITO PENAL DO INIMIGO – (vídeo)
Direito Penal do Inimigo (isto é, indivíduos que reincidem constantemente na prática de delitos ou praticam fatos de extrema gravidade) teria como finalidade combater perigos. Neste caso, o infrator não é tratado como sujeitos de direito, mas como inimigo a ser eliminado e privado do convívio social.
Inimigo é um indivíduo que, não apenas de modo intencional, com seu comportamento, ou com sua ocupação pessoal, ou principalmente por meio de uma organização, é dizer, em qualquer caso, de uma forma presumidamente duradoura, abandonou o direito e, portanto, não fornece garantias cognitivas mínimas de segurança de seu comportamento pessoal e demonstra esse déficit através de seu comportamento.
Principais características:
Tem como finalidade a eliminação do perigo;
Baseia-se na periculosidade do agente (alguém que não pode ser tratado como sujeito de direito);
Antecipação de punibilidade, visando coibir ações perigosas antes que estas se concretizem;
Penas são severas, ainda aplicadas em casos de antecipação de tutela penal;
Aplica-se uma legislação diferenciada, com enfoque combativo (“combate ao inimigo”);
Utiliza-se de medidas de segurança;
Garantias processuais penais são suprimidas.
APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO TEMPO
O processo de elaboração de leis penais dá-se em absoluto respeito aos procedimentos formais estabelecidos na Constituição Federal. Concluídas as etapas do processo legislativo, com a aprovação do texto e sanção presidencial, seguem-se a promulgação, publicação e a entrada em vigor. Deve-se lembrar que o direito de punir abstrato do Estado (ius puniendi in abstracto) nasce com o advento da lei penal. Ou seja, a partir do momento em que a lei penal entra em vigor, O Estado pode exigir das pessoas que se abstenham de praticar o comportamento definido como criminoso.
Uma lei sé entra em vigor quando de passa o período de vacância (ou vocatio legis), ou seja, o tempo que separa a publicação e a entrada em vigor.
Caso não haja menção expressa de vigência da lei, aplica-se a regra contida na Lei de Introdução às Normas de Direito Brasileiro (LINDB), segundo a qual a lei entra em vigor em 45 dias contados a partir de sua publicação em território nacional, e 3 meses, no âmbito internacional.
Durante a vacância não há lei nova, apenas uma expectativa de lei, portanto não se pode aplicar lei penal antes de consumada o período de vacância.
CONFLITOS DE LEIS PENAIS NO TEMPO
Dá-se quando duas ou mais leis penais, que tratam do mesmo assunto de modo distinto, sucedem-se.
O fenômeno pelo qual se aplica uma lei se aplica a fatos ocorridos durante sua vigência denomina-se ATIVIDADE. Quando uma lei for aplicada fora do seu período de vigência, ter-se-á a EXTRATIVIDADE. (A extratividade somente ocorre em situações excepcionais, ocorrerá se benéfica ao agente)
Divide-se em retroatividade, isto é, a aplicação da lei a fatos corridos antes da sua vigência, e ultra-atividade, que significa uma aplicação de uma lei depois de sua revogação.
Conclusão:
Lei penal, em regra, somente se pratica a fatos praticados sob sua vigência (atividade);
Lei penal benéfica (lex mitior) retroagirá, atingindo fatos anteriores à sua vigência;
Lei penal revogada deverá aplicar-se depois de sua revogação, quando o fato for praticado sob égide (proteção) e for sucedida por lei mais gravosa (lex gravior).
NOVATIO LEGIS IN MELLIUS E ABOLITIO CRIMINIS
A lei penal benéfica (lex mitior) divide-se em: Novatio legis in mellius e aboltio criminis.
Por novatio legis in mellius entende-se a nova lei penal que, mantendo a incriminação, dá ao fato tratamento mais brando, ampliando a esfera de liberdade individual.
Abolitio criminis significa a nova lei que descriminaliza condutas, ou seja, deixa de considerar determinado fato como infração penal. É prevista como causa extinta de punibilidade.
NOVATIO LEGIS IN PEJUS E NOVATIO LEGIS INCRIMINADORA
A lei penal gravosa (lex gravior) se divide em: novatio legis in pejus e novatio legis incriminadora.
Novatio legis in pejus, mantendo a incriminação, dá ao fato tratamento mais rigoroso.
A novatio legis incriminadora é a que passa a definir o fato como penalmente ilícito, ou seja, uma conduta penalmente atípica passa a ser definida como crime ou contravenção.
DÚVIDA A RESPEITO DA LEI PENAL MAIS BENÉFICA
Como regra, não haverá qualquer problema em detectar, entre duas leis que se sucedem no tempo, qual a mais benéfica. Se houver irredutível dúvida, cremos que a melhor solução deve ser a de consultar o próprio agente
COMBINAÇÕES DE LEIS PENAIS
Dá-se quando o intérprete, verificando que uma nova lei favorece o agente num aspecto e o prejudica noutro, apenas a aplica no aspecto benéfico, combinando-a, no mais, com a regra branda oriunda de lei anterior.
SUCESSÃO DE LEIS NO TEMPO
Ocorre quando o mesmo fato é regido por diversas leis penais, as quais se sucedem no tempo, regulando-o de maneira distinta. Para resolvê-la, deve ser aplicada o critério da atividade da lei penal e, somente quando se tratar de lei benéfica, sua extra-atividade.
COMPETÊNCIA PARA APLICAÇÃO DA LEI PENAL
 
CRIME PERMANENTE E CRIME CONTINUADO
CRIMES PERMANENTES são aqueles cujo momento consumativo se prolonga no tempo.
CRIMES CONTINUADOS ocorre quando vários crimes são praticados em continuidade delitiva. (Art 71 CP)
	Art. 71 – CP – Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da mesma espécie (que protegem o mesmo bem jurídico) e , pelas mesmas condições de tempo (não ultrapassaros 30 dias), lugar (que seja na mesma comarca ou circunvizinhas), maneira de execução (mesmo modus operandi) e outras semelhantes, devem os subsequentes ser havidos como continuação do primeiro (ou seja, uma sequência de crimes, um levando a outro), aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, se idênticos, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços.
_ OBS 1.: Caso um dos crimes praticados protejam mais de um bem jurídico, ele é excluído do crime continuado e será julgado separadamente.
O tempo do crime, nesses casos, é quando cessa a continuidade ou permanência. Ou seja, a lei que será aplicada é a do momento em que estiver em vigor mesmo que seja mais gravosa em relação quando começou o crime.
- OBS 2.: Caso não atendam essas características, ou seja, todas as características citadas no Art. 71, não há crime continuado. Haverá, então, Concurso Material, como diz no Art.69 CP.
“Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade em que haja ocorrido. No caso de aplicação cumulativa de penas de reclusão e de detenção, executa-se primeiro aquela (ou seja, primeiro a reclusão).
LEI TEMPORÁRIA E LEI EXCEPCIONAL
LEI EXCEPCIONAL é a lei elaborada para incidir sobre fatos havidos somente durante determinadas circunstâncias excepcionais, como situações de crise social, econômica, guerra, calamidades etc.
LEI TEMPORÁRIA é aquela elaborada com o escopo de incidir sobre fatos ocorridos apenas durante certo período de tempo.
leis excepcionais e temporárias são leis ultrativas, ou seja, produzem efeitos mesmo após o término de sua vigência.
Art. 3º - CP: A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência. (Teoria da atividade – aplica-se a lei no momento do crime)
RETROATIVIDADE DA LEI PENAL E LEI PENAL EM BRANCO
A LEI PENAL EM BRANCO é a que possui preceito primário incompleto, de modo que necessita de outra norma jurídica para se definir, com precisão, seu alcance. Vale notar que o complemento pode estar em norma de hierarquia diferente da lei penal.
Exemplo: O Art. 237 do CP: “contrair casamento, conhecendo a existência de impedimento que lhe cause a nulidade absoluta”, pois os impedimentos a que alude o tipo encontram-se no Código Civil (art. 1.521).
Art. 1.521. Não podem casar:
I - os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil;
II - os afins em linha reta;
III - o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante;
IV - os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive;
V - o adotado com o filho do adotante;
VI - as pessoas casadas;
VII - o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu consorte.
A RETROATIVIDADE DA LEI PENAL - A regra da lei penal é que sua aplicação seja feita durante seu período de vigência.
A regulação do tempo futuro tem o nome de ultra-atividade, que é a possibilidade dos efeitos de uma lei se prolongarem no tempo e ter sua aplicação aos fatos cometidos durante sua validade, mesmo após cessado seu período de vigência.
Outro modo é a retroatividade, que visa possibilitar a lei mais benéfica retroagir aos fatos acontecidos antes de sua entrada em vigor para favorecer o réu com uma pena mais benéfica, se assim a trouxer expressamente.
Retroatividade da lei penal benéfica é um princípio com fundamento na Constituição Federal e o Código Penal, no parágrafo único do artigo 2º, nos traz que “a lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado”.
RETROATIVIDADE DA LEI MAIS BENÉFICA
Esse não deve ser solucionado pelo princípio da retroatividade benéfica, mas sim pelo princípio da igualdade e da razoabilidade.
Seria desigual permitir que duas pessoas que praticaram o mesmo crime recebam tratamento distintos.
Se não houver igualdade de penas para mesmas condutas, fere o princípio da isonomia (CF, Art. 5º, caput) seria evidente, o mesmo poderia dizer sobre o princípio da proporcionalidade. Mesmo que o processo já esteja transitado e julgado, deve retroagir para beneficiar o réu caso a nova lei seja mais benéfica. No entanto, se a nova lei for mais gravosa, os que já cumprem pena, não sofre alteração quanto a pena imposta.
TEMPO DO CRIME
É aquele em que o sujeito pratica a conduta (ação ou omissão), mesmo que outro seja o momento do resultado. Cuida-se da teoria da atividade.
Dessa forma, se o agente cometer um crime cuja conduta ocorra antes da entrada em vigor de uma nova lei mais grave, ainda que o resultado se verifique depois de exaurido o período de vacância da novatio legis in pejus, esta não será aplicável ao delito; isto porque este se considerará cometido antes de sua entrada em vigor.
Em suma, tempo do crime é o da conduta, e não o da consumação.
12.1 DELIMITAÇÃO DA RESPONSABILIDADE PENAL
 Em se tratando de crime permanente (aquele cuja consumação se protrai no tempo, como ocorre com o delito de extorsão mediante sequestro — art. 159 do CP), deve-se fazer uma observação: mesmo tendo a ação ou omissão se iniciado antes da maioridade penal, se o sujeito a prolongou conscientemente no período de sua imputabilidade penal, terá aplicação o CP. 
Com relação ao crime continuado (modalidade de concurso de crimes em que o sujeito comete vários delitos em continuidade delitiva — art. 71 do CP), somente receberão a incidência do Código Penal os fatos cometidos depois que o agente completar 18 anos de idade. As condutas cometidas antes disso serão consideradas atos infracionais e, portanto, submetidas às medidas socioeducativas previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei n. 8.069/90).
LEI PENAL NO ESPAÇO
TERRITORIALIDADE
Nosso Código acolheu o princípio da territorialidade da lei penal, isto é, a lei penal brasileira aplica-se a todos os fatos ocorridos dentro do nosso território.
Contudo, há exceções. Por isso, diz-se que o Brasil acolheu o princípio da territorialidade relativa, temperada ou mitigada, em detrimento da territorialidade absoluta (que não admitiria qualquer ressalva). Esta escolha encontra eco na maioria das legislações alienígenas e se justifica em prol da boa convivência internacional e em homenagem à reciprocidade.
TERRITÓRIO NACIONAL
Deve-se entender todo o espaço em que o Brasil exerce sua soberania:
Os limites compreendidos pelas fronteiras nacionais;
O mar territorial brasileiro (faixa que compreende o espaço de 12 milhas contadas da faixa litorânea média);
Todo o espaço aéreo subjacente ao nosso território físico e ao mar territorial nacional;
as aeronaves e embarcações:
Brasileiras privadas, em qualquer lugar que se encontrem, salvo em mar territorial estrangeiro ou sobrevoando território estrangeiro;
Brasileiras públicas, onde quer que se encontrem;
Estrangeira privadas, no mar territorial brasileiro.
LUGAR DO CRIME
O CP definiu no art. 6º o lugar do crime, adotando a teoria da ubiquidade ou mista, segundo a qual o crime se considera praticado tanto no lugar da conduta quanto naquele em que se produziu ou deveria produzir-se o resultado.
A regra em estudo só terá relevância nos chamados crimes a distância ou de espaço máximo, que são aqueles cuja execução se inicia no território de um país e a consumação se dá ou deveria dar-se em outro.
EXTRATERRITORIALIDADE DA LEI PENAL BRASILEIRA

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