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Direito Comercial Prof. Marcelo Cometti Matéria: Atos Câmbiais (continuacão)/ Falência 19/04/2011 4. Atos Câmbiais (continuação): 4.1 Aceite: aula passada. 4.2 Endosso: aula passada. 4.3 Aval: É garantia prestada em título de crédito, ou seja, é o ato cambial pelo qual o avalista garante obrigação assumida pelo devedor avalizado em título de crédito. Obs.: O Código Civil em seu Art. 897, p.ú, veda expressamente o aval parcial. No entanto, as regras sobre títulos de créditos constantes do Código Civil terão aplicação tão somente supletiva quando omissa a lei especial que discipline o título de crédito em sua espécie (Art. 903, do CC). Art. 897. “O pagamento de título de crédito, que contenha obrigação de pagar soma determinada, pode ser garantido por aval. Parágrafo único. É vedado o aval parcial.” Art. 903. “Salvo disposição diversa em lei especial, regem-se os títulos de crédito pelo disposto neste Código.” No cheque o aval parcial é plenamente válido e eficaz, conforme o Art. 29, da Lei 7.357/85. Tanto na letra de câmbio como na nota promissória o aval parcial também será permitido – plenamente válido e eficaz, conforme o Art. 30 da lei uniforme – Decreto 57663/66, bem como na duplicata. Anuência Conjugal: Sendo o avalista casado, exceto no regime de separação total à anuência de seu cônjuge será necessária para que ele possa prestar o aval. Falência – Lei 11.101/05 1. Conceito: Falência é uma forma de execução concursal do empresário devedor que se encontre juridicamente insolvente. A falência nada mais do que uma forma de execução do empresário devedor, isto quer dizer que poderá se submeter ao processo falimentar tanto o empresário individual (pessoa física) como também poderá ser uma pessoa jurídica (sociedade empresária). Portanto, quem não for empresário não pode falir, p.exs: dona de casa, empregada doméstica, autarquia, associação, fundação, sociedade simples, cooperativa. Obs.: Existem certos empresários que por expressa determinação legal (Art.2º) estarão excluídos da Lei 11.101/05. O Art.2º está dividido em dois incisos: Inciso I (Absolutamente Excluídos): Jamais em hipótese alguma poderão ter a sua falência decretada – empresas públicas e sociedade de economia mista. Inciso II (Relativamente Excluídos): Instituições financeiras, seguradoras, consórcios etc. Qual é a diferença de uma empresa pública, considerada um empresário absolutamente excluído e um banco relativamente excluído? O banco como instituição financeira em princípio não se submete a lei, porque existe uma lei própria que irá tratar da execução concursal de um banco – Lei. 6.024/74. A forma de execução concursal de um banco é denominada de liquidação extrajudicial, caberá ao BACEN nomear um liquidante – que irá promover a liquidação. No entanto, a falência poderá ocorrer, desde que, nas hipóteses especiais da lei que disciplina a liquidação extrajudicial do banco. O que é necessário para que o juiz decrete a insolvência do empresário? Insolvência Jurídica: A falência do devedor será decretada sempre que restar caracterizado um comportamento considerado pela Lei 11.101/05 como sendo hábil a gerar a presunção do estado de insolvência do empresário devedor. Estes comportamentos estão elencados no Art. 94, da Lei. Hipóteses (Art. 94): Inciso I: Impontualidade Injustificada: O empresário devedor poderá ter a sua falência decretada sempre que não pagar na data do vencimento, sem relevante razão de direito, na obrigação líquida superior à 40 salários mínimos, representado em um título executivo devidamente protestado. Obs.: É admitido o litisconsórcio entre os credores. Inciso II: Execução Frustrada: O empresário devedor poderá ter a sua falência decretada sempre que ao ser executado por qualquer quantia não paga, não deposita e nem são nomeados bens à penhora no prazo legal. O credor extrai dos autos da execução uma certidão de objeto e pé – para instruir o seu pedido de falência, com base na sua execução frustrada. Inciso III: Ato de Falência: O empresário devedor poderá ter sua falência decretada sempre que houver praticado um comportamento considerado como um ato de falência, exs.: abandono do estabelecimento empresarial sem deixar no local representante habilitado, alienação irregular do estabelecimento empresarial, descumprimento do plano de recuperação judicial. 2. Juízo Falimentar: 1º Competência: Qual é o juízo competente para apreciar e decretar a falência do empresário devedor? O juízo do seu principal estabelecimento. 2º Juízo Universal: Ao ser decretada a falência o juízo falimentar se torna universal, pois adquire o poder de atrair para si processamento e/ou julgamento de todas as ações que envolvam bens ou interesses da massa falída, exceto: 1º Reclamações Trabalhistas – continuam tramitando na Justiça do Trabalho; 2º Execuções Fiscais – continuam tramitando na Fazenda Pública; 3º Ações não reguladas pela Lei de Falência – ex.: ação indenizatória, despejo etc – em que a massa falída seja autora ou litisconsorte ativo. 3. Processo Falimentar: 3.1 Etapa Pré-Falimentar: Inicia-se com o pedido de falência, estando este devidamente instruído – o juiz em despacho determinará a citação do devedor. E ao ser citado o devedor tem um prazo para apresentar sua contestação (defesa no processo falimentar – prazo de 10 dias). Além de apresentar sua defesa, poderá realizar o chamado depósito elisivo, razão pela qual não será decretada em hipótese alguma a sua quebra. No entanto, se ele quiser poderá requerer a sua recuperação judicial. Caso o empresário não apresente defesa ou se os seus argumentos não forem aceitos , bem como não realizar o depósito elisivo e nem requerer a sua recuperação judicial – o juiz decretará a sua falência. Da sentença da falência caberá recurso de agravo, pois esta sentença não põe fim ao processo, ou seja, não é uma decisão terminativa. Se o juiz acolher os argumentos apresentados na contestação pelo empresário – profere a sentença denegatória da falência (põe fim ao processo, pelo menos no 1º grau de jurisdição). Desta sentença é cabível o recurso de apelação. 3.2 Etapa Falimentar do Processo: Em primeiro lugar haverá a mensuração do ativo (finalidade: propiciar o levantamento dos bens do falído), via arrecadação de bens e documentos, cobrança dos devedores do falído. Portanto, na mensuração do ativo será formada a massa falída objetiva. Paralelamente a mensuração do ativo ocorrerá a mensuração do passivo, formado essencialmente pelos credores do falído, que por sua vez irão compor a massa falída subjetiva. Arrecadados os bens do falído - será realizada a venda destes bens, tendo por finalidade obter recursos para se pagar os credores. 3.3 Ordem de Pagamento dos Credores: Normalmente se inicia através da análise do quadro geral de credores: Credores Concursais (Art. 83): - Crédito trabalhistas, limitados a 150 salários mínimos por empregados e os decorrentes de acidente do trabalho. - Crédito com garantia real – até o limite do valor do bem gravado. - Créditos tributários. - Créditos com privilégio especial. - Crédito com privilégio geral. - Créditos quirografários. - Paga-se as multas contratuais e decorrentes de infrações negadas. - Crédito subordinado (o pagamento deste crédito está subordinado ao pagamento de todos os demais credores). Antes dos créditos concursais temos outros credores que irão receber, são eles: 1º Créditos trabalhistas de natureza estritamente salarial, limitado ao valor de 5 salários mínimos por empregado e correspondente aos 3 últimos meses de trabalho. 2º Paga-se os pedidos de restituição em dinheiro. 3º Créditos extraconcursais (Art.84), ou seja, aquelas pessoas que se tornaram credoras após a decretação da falência, ex.: um administradorjudicial, perito.
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