Buscar

SOCIOLOGIA JURÍDICA caso concreto 2

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

SOCIOLOGIA JURÍDICA - CCJ0269 
Título Caso Concreto 2 
Descrição: Pedro, Paulo e José, estudantes de direito acabaram de ler no jornal que Maria 
Aparecida, uma ex-empregada doméstica e portadora de "retardo mental moderado", foi 
detida em flagrante em abril de 2004, quando tinha 23 anos, após tentar furtar um xampu e 
um condicionador que, juntos, custavam 24 reais, e ficou presa por mais de um ano. Ela foi 
encaminhada ao Cadeião de Pinheiros, onde dividia uma cela com mais 25 presas. A jovem 
sofria surtos, não dormia à noite, urinava na roupa, o que provocou um tumulto, que foi 
encerrado com o lançamento de uma bomba de gás lacrimogêneo dentro da cela. Diante do 
desespero de Maria Aparecida, uma das presas jogou água em seu rosto, e a mistura do gás 
com a água fez com que ela perdesse a visão. Aos gritos de dor, ela foi transferida para local 
destinado as presas ameaçadas de morte, e ainda, agredida várias vezes com cabo de 
vassoura. Somente após sete meses de prisão, foi realizada uma audiência, e ela foi transferida 
para a Casa de Custódia de Franco da Rocha, em São Paulo, onde foi atestada a perda da visão 
de seu olho direito. A advogada contratada pela irmã de Maria Aparecida entrou com pedido 
de habeas corpus no Tribunal de Justiça de São Paulo, que foi negado. Apelou, então, ao 
Superior Tribunal de Justiça (STJ), o qual a concedeu, em maio de 2005, liberdade provisória, 
após 13 meses de prisão, sofrimento e perda de sentido, por causa de 24 reais. 
Pedro afirma que o juiz aplicou corretamente a lei, visto que a conduta da manicure constitui 
crime contra o patrimônio (art. 155 do CP). Paulo discorda, sustentando que a condenação foi 
injustificada, pois o ato praticado não é considerado como verdadeiro crime pelo Estado e pela 
Sociedade, visto o pequeno valor dos objetos. José sustenta que a condenação é totalmente 
injusta, já que se trata de um furto de valor insignificante. Afirma, ainda, que as autoridades 
deveriam se preocupar com as desigualdades sociais e que Maria é a verdadeira vítima da 
sociedade. 
Segundo Miguel Reale, são três as dimensões pelas quais o fenômeno do direito deve ser 
considerado (direito como fato, norma e valor). Examine o caso concreto apresentado 
correlacionando a postura dos três estudantes -os com as dimensões do fenômeno do direito 
acima citadas. 
Desenvolvimento: Pedro: Analisa o caso tendo em vista somente a norma do Direito Penal, no 
qual o crime de Furto é tipificado e prevê uma punição a quem o comete Art 155 C.P. 
Paulo e José: Para ambos a prisão é desnecessária pois fere o principio da insignificância do 
caso e do valor do bem furtado, e por consequência causados danos irreparáveis a Maria 
Aparecida, jovem mulher indevidamente condenada e presa por um “crime” com baixo teor de 
lesividade a sociedade. 
QUESTOES OBJETIVAS 
1. Para a Sociologia Jurídica o Direito é fato social, e: 
(A) ao aplicar a norma observando, somente, a determinação legal o juiz aproxima sua decisão, 
cada vez mais, da realidade social; 
(B) a Ciência do Direito conduz o juiz ao legalismo que deve ser o foco, único, de sua decisão 
por seu grau de certeza; 
(C) do ponto de vista sociológico o juiz aplicando a norma ao caso concreto não deve fazer 
qualquer inserção visando à sociedade. 
(D) ao aplicar a norma observando, somente, a determinação legal o juiz não estará conectado 
à realidade social e o direito deixará de cumprir sua função ético-social. 
 2. Na questão abaixo, aponte a alternativa adequada: "Idosa morre após 15 horas na fila de 
hospital em SP" (Disponível em: http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/, acesso em 24 jun 
2015). Acontece que a lei federal no 10.741, de 1º de outubro de 2003, que cumpriu os 
requisitos legais do processo legislativo, dispõe sobre o Estatuto do Idoso e garante: ?Art. 15. É 
assegurada a atenção integral à saúde do idoso, por intermédio do Sistema Único de Saúde - 
SUS, garantindo-lhe o acesso universal e igualitário, em conjunto articulado e contínuo das 
ações e serviços, para a prevenção, promoção, proteção e recuperação da saúde, incluindo a 
atenção especial às doenças que afetam preferencialmente os idosos. ?. Porém, os idosos 
continuam morrendo nas filias dos hospitais e postos de saúde, e com relativa frequência os 
jornais noticiam estas verdadeiras tragédias, fruto do descaso estatal. 
Relativamente ao caso acima narrado, podemos concluir que: 
I- a lei é válida; 
II- a lei é inválida; 
III- a lei é ineficaz; 
IV- a lei é eficaz; 
Somente é correto o que se afirma nas alternativas: 
(a) I e II; 
(b) II e III; 
(c) I e III; 
(d) II e IV

Continue navegando