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DC IV Contratos Módulo A Princípios Gerais Manifestação de Vontada e Fases de Formação Contratos entre Presentes e entre Ausentes

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Direito Civil IV 
Contratos
Extinção da Relação 
Contratual
Módulo IV
Leitura Mínima Obrigatória
• Leitura obrigatória: número 2 (letra G) do
capítulo II do livro de DINIZ.
• Leitura complementar: capítulo 25 do
volume II da coleção do VENOSA.
• Leitura complementar: Capítulo X do Livro II
da obra de RODRIGUES.
Modo Normal de Extinção da Relação 
Contratual
Partindo-se dos princípios da função social do
contrato, que acaba por englobar a boa-fé objetiva e
a obrigatoriedade da convenção, dentre as
diferentes formas de extinção de um contrato, a
primeira e mais natural que se manifesta é a
execução do contrato, ou seja, o efetivo
cumprimento e/ou pagamento das obrigações
avençadas com a fiel observância das cláusulas
contratuais, culminando então na solutio contratual,
que porá fim ao contrato por meio da quitação.
Definições
• Execução Contratual: É o cumprimento da obrigação; o
adimplemento da prestação; a fiel observância das cláusulas
contratuais respeitando-se aos princípios da função social do
contrato e da boa-fé.
• Solutio: É a extinção natural do contrato através do
cumprimento das obrigações nele avençadas, alcançando-se
o escopo contratual.
• Pagamento: É uma das formas de adimplemento da
obrigação. Pressupõe a existência de três elementos; a
existência de um vínculo obrigacional; a presença do solvens,
a pessoa que o executa; e a presença do accipiens, a pessoa
que o recebe.
• Quitação: É o direito que o devedor em um contrato como
prova do regular cumprimento de sua obrigação, e que lhe
garante a desvinculação do credor. A quitação, enquanto
direito do devedor, é pressuposto para o adimplemento da
obrigação do devedor sendo que se não lhe for entregue, ou
lhe for entregue com defeito, poderá o devedor reter, ou
consignar o pagamento, sem que isto lhe importe em mora.
Arts. 319, e 335, I do CC.
Peculiaridades da quitação:
1 – A quitação deve obedecer aos requisitos do art. 320 do CC;
2 – Não poderá conter o reconhecimento de direitos que vão
além da própria quitação da obrigação;
3 – Caso conste da quitação a ressalva de outro crédito, não
poderá o devedor se escusar de cumprir a obrigação alegando
conter defeito;
4 – A quitação geral em contrato de trato sucessivo é prova
de quitação de todos os débitos anteriores, relacionados ao
contrato, salvo prova em contrário. Art. 322 do CC.
5 – Se a quitação se der por conta do débito, o recibo deverá
ser expresso quanto à este fato, sob pena de se
considerarem pagos também os juros de mora da obrigação.
Art. 323 do CC.
6 – A quitação não poderá incluir débitos não vencidos, a
não ser que expressamente relacionados.
7 – Embora seja a prova mais completa de pagamento, a
quitação não exclui outras formas de prova do
adimplemento da obrigação.
Causas de Dissolução do Contrato Anteriores ou 
Contemporâneas à sua Formação
1. Nulidade absoluta: É a nulidade propriamente dita, a qual opera de
pleno direito; é insanável e perpétua; é sanção aplicada ao contraente
que fere norma jurídica de ordem pública impedindo que o contrato
se confirme ou que convalesça com o tempo, posto que gera efeito ex
tunc, portanto, não produzirá efeitos desde a sua formação. Arts. 166
e 167 do CC.
2. Nulidade relativa: É aquela que corresponde aos atos anuláveis. Será
pleiteada por pessoa interessada em razão de direito garantido por lei
que pode ser parte ou terceiro, opondo-se ao contrato celebrado por
relativamente incapaz, ou que o consentimento se deu por erro, dolo,
coação, estado de perigo, lesão e/ou fraude contra credores, Art. 171
do CC. Como a nulidade relativa não se opera de pleno direito,
aludidos contratos subsistirão até que se declare sua nulidade por
sentença que produzirá efeitos ex nunc, podendo ainda tais nulidades
serem sanadas, o que validará o contrato, Art. 172 do CC, excluindo a
nulidade relativa do rol da formas de extinção dos contratos.
Diferenças entre Nulidade Absoluta e Relativa
• A nulidade absoluta se dá em razão de atos nulos, já a relativa se dá em
razão de atos anuláveis.
• A nulidade absoluta se opera de pleno direito sendo que os atos nulos
não produzem efeitos jurídicos, enquanto que na nulidade relativa os
atos anuláveis geram efeitos jurídicos até que se declare por sentença a
nulidade do ato.
• O ato nulo deve ser pronunciado de ofício pelo juiz, Art. 168, parágrafo
único do CC, enquanto que o anulável não, Art. 177 do CC.
• A nulidade pode ser argüida pelos interessados e pelo MP, Art.168,
caput do CC,já a anulabilidade tão somente pelos interessados. Art. 177
do CC.
• A sentença que declara como nulo determinado ato tem efeito ex tunc,
enquanto que aquela que anula um ato tem efeito ex nunc.
• A sentença que declara como nulo determinado ato tem eficácia geral
(erga omnes), a que anula determinado ato, não necessariamente, Art.
177, do CC, segunda parte.
• O ato nulo não pode ser ratificado, já o anulável sim.
• O ato nulo não sanar-se-á pelo tempo, Art. 169 do CC, enquanto que o
anulável poderá convalescer pela decadência, Arts. 178 e 179 do CC.
3. Condição resolutiva: Condição resolutiva é condição que,
quando consta expressamente do contrato implica que, caso a
condição futura prevista pelas partes venha a ocorrer, o
contrato se resolverá, desobrigando as partes a partir da
ocorrência da condição.
Em contratos de execução imediata ou diferida a condição
produz efeito ex tunc, retornando-se as partes ao status quo
ante, ou seja, restituindo-se as prestações já eventualmente
adimplidas; já em contratos de execução continuada, em
regra, o efeito é ex nunc, porém, podem as partes
convencionar em contrário.
O contrato se forma no consensualismo ou na observância da
forma prevista em lei, e produz seus efeitos regularmente,
mas, ocorrendo a condição pré-estabelecida pelas partes, o
contrato será extinto, pela ocorrência da condição futura. Art.
127 do CC.
4. Direito de arrependimento: É direito que somente poderá ser
exercido por cláusula expressa no contrato, que conterá a
faculdade aos contratantes de extinguirem o contrato por
declaração unilateral de vontade, pagando uma obrigação
acessória como compensação à parte lesada pela não execução
do contrato em razão do arrependimento da outra; (obrigação
facultativa).
Por se tratar de cláusula expressa e permitida por lei, não caberá
defesa do lesado contra o exercício do direito de
arrependimento pelo arrependido.
O direito de arrependimento deverá ser exercido
necessariamente no prazo convencionado na cláusula ou, na
ausência de convenção, antes da execução do contrato, vez que
o adimplemento da obrigação constitui renúncia tácita do
direito.
Está previsto no Código Civil no art. 420, e na Lei 8.078/90, em
seu art. 49, porém, pode constar de outras espécies de contrato.
Causas Extintivas do Contrato Supervenientes à sua 
Formação
1. Resolução por inexecução voluntária: Por óbvio a inadimplência, no mínimo
culposa, é pressuposto indispensável à esta forma de extinção do contrato,
fazendo-se necessário também a existência de dano, e nexo de causalidade
entre a inadimplência ilícita da parte e o prejuízo experimentado pela outra
parte.
Esta forma de extinção causa os seguintes efeitos nos contratos:
• Em contratos de execução imediata produz efeito ex tunc apagando-se todas a
conseqüências jurídicas, e restituindo-se prestação por ventura quitada.
• Em contratos de execução continuada produz efeito ex nunc não restituindo-se
prestações já adimplidas posto que a resolução não atingirá a época em que o
contrato se fazia executado normalmente segundo suas cláusulas.
• Atinge direitos creditórios de terceiros que tenham sido adquiridos entre a
conclusão e resolução do contrato, mas não direitos reais de terceiros.
• Provada a inexecução por culpa da parte, esta fica obrigada ao ressarcimento
de perdas e danos, seja emergente ou lucro cessante, que poderá ser requerido
cumulativamente com a resolução do contrato.
• Se no contrato constar cláusula penal em razão do inadimplemento total da
prestação, a pena estipulada se reverterá como indenização ao credor, porém,
se a cláusula for em razão da mora da prestação, a pena poderá se cumulada
ao valor da obrigação principal.
2. Resolução por inexecução involuntária:
Se dá nos casos de a prestação de uma ou ambas as
partes se tornar impossível em razão de ocorrência de
acontecimento por caso fortuito ou de força maior,
motivo pelo qual não obrigará as partes senão quanto a
retornarem ao status quo ante ao contrato, ou seja, à
restituição de prestação eventualmente já adimplida
por uma das partes. Nos contratos de trato sucessivo a
ocorrência de caso fortuito ou de força maior que
impossibilite as prestações, a resolução operar-se-á em
relação à prestação vincenda, e não quanto às vencidas
e adimplidas. Caso o devedor se encontre em mora no
momento do evento que impossibilita a prestação,
poderá ser responsabilizado pelo prejuízo do credor.
3. Resolução por onerosidade excessiva: É a resolução que se dá
quando em contratos comutativos de trato sucessivo a
prestação de uma das partes se torna excessivamente onerosa
em razão de acontecimento macroeconômico alheio à vontade
das partes, que influencia na realidade da execução contratual,
portanto opera-se por força da cláusula rebus sic stantibus, e
que era imprevisível quando da formação contratual. Arts.
478/480 do CC. Aludida resolução deve ser requerida em juízo,
devendo-se provar os seguintes requisitos:
• Contrato comutativo de trato sucessivo, não aleatório;
• Alteração radical macroeconômica imprevisível e extraordinária
entre o momento da formação do contrato e de sua execução;
• Onerosidade excessiva para um dos contratantes e benefício
exagerado para o outro.
Diante do pedido de resolução por onerosidade excessiva pode
o Juiz, em razão do princípio da função social dos contratos,
incentivar a adequação do contrato à nova realidade, evitando-
se a resolução do contrato.
4. Resilição bilateral: É o distrato; é contrato realizado
pelo ajuste de vontades das partes para desfazer,
extinguir um contrato em que são partes. O distrato,
por força do art. 472 do CC, deve obedecer à mesma
forma exigida para o contrato, porém, esta regra se
aplica aos contratos formais, de modo que se a lei
exige determinada forma para o contrato, o distrato
deverá ser feito pela mesmo forma. Já nos contratos
informais o distrato poderá se dar de forma diferente
daquela adotado para o contrato, verbalmente, ou
até mesmo pela simples entrega da coisa. Em regra,
se outra coisa não se convencionar, o distrato produz
efeitos ex nunc.
5. Resilição unilateral: Trata-se da notificação unilateral da extinção do
contrato. O art. 473 do CC prevê que a resilição unilateral somente será
possível nos casos em que a lei expressamente permita, e dar-se-á por
denúncia notificada à outra parte, porém, mesmo nestes casos, a doutrina e
jurisprudência entende que caso uma das partes tenha investido na
execução daquele contrato a resilição somente acontecerá após
transcorrido tempo hábil para que a parte investidora não sofra prejuízos.
Existem contratos que pela sua própria natureza admitem a resilição
unilateral como o depósito, o comodato, a procuração.
Também nos casos de contratos de trato sucessivo por tempo
indeterminado caberá a resilição unilateral por simples notificação, em
razão de as partes não estarem obrigadas a permanecerem vinculadas ad
eternum, porém, aquele que tiver investido para a execução do contrato
fará jus à indenização por perdas e danos.
A resilição unilateral produz efeitos ex nunc.
6. Morte de um dos contratantes: Somente os contratos intuitu personae se
extinguirão pela morte de um dos contratantes, sendo que naqueles que
não contiverem obrigações personalíssimas não se extinguirão, mas sim,
serão transmitidos aos herdeiros da parte falecida.
A extinção do contrato por morte de uma das partes gera efeitos ex nunc,
sendo que obrigações já cumpridas subsistirão.

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