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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO – UFMT Câmpus Cuiabá Faculdade de Geociências - FAGEO ÍTALLO PABLO PEREIRA DA SILVA WILLIAN VALENTIN COQUEIRO SANCHES GEOMORFOLOGIA DOS RELEVOS CÁRSTICOS DA REGIÃO DE NOBRES - MT Cuiabá – MT 20 de julho de 2017 ÍTALLO PABLO PEREIRA DA SILVA WILLIAN VALENTIN COQUEIRO SANCHES GEOMORFOLOGIA DOS RELEVOS CÁRSTICOS DA REGIÃO DE NOBRES - MT Relatório de geomorfologia, referente a aula de campo efetuada na região de Nobres - MT, apresentado ao curso de Graduação em Geologia, da Faculdade de Geociências da Universidade Federal de Mato Grosso, Câmpus Cuiabá, como parte de avaliação da disciplina de Geomorfologia. Docente: Dr. Prudêncio Rodrigues de Castro Júnior Ano/Periodo: 3º ano / Integral Cuiabá – MT 20 de julho de 2017 Sumário 1 - INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 3 2 - METODOLOGIA ................................................................................................................. 3 3 - LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO – CONTESTO GEOLÓGICO E GEOMORFOLÓGICO REGIONAL ......................................................................................... 4 3.2 – Grupo Araras ..................................................................................................................... 4 3.2.1 – Formação Nobres ........................................................................................................ 4 3.2.2 – Formação Quilombo ................................................................................................... 5 3.3 – Grupo Alto Paraguai .......................................................................................................... 5 3.3.1 – Formação Raizama ..................................................................................................... 5 3.3.1 – Formação Diamantino ................................................................................................ 6 4 - DESCRIÇÃO DOS PONTOS DO ESTUDO ....................................................................... 6 1º Ponto – Formação Nobres .................................................................................................. 6 2º Ponto – Formação Raizama ................................................................................................ 9 3º Ponto – Topo da Serra ...................................................................................................... 10 4º Ponto – Brecha e Ponte de Pedra...................................................................................... 12 5º Ponto – Formação Nobres em contato com Formação Serra do Quilombo ..................... 14 6º Ponto – Dolina e Caverna ................................................................................................. 17 7º Ponto – Contado da Formação Raizama com Formação Diamantino.............................. 19 5 - CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 20 6 - REFERÊNCIAS UTILIZADAS ......................................................................................... 21 3 1 - INTRODUÇÃO A geomorfologia é um ramo das ciências geológicas, que estuda as formas de relevo. As analisando e descrevendo, a partir de suas características genéticas, geológicas, cronológicas, morfológicas, morfométricas e suas dinâmicas, podendo ser atual ou pretéritas, de formação natural ou antrópica. Os relevos cársticos, são formados por rochas calcárias, que apresentam um alto grau de solubilidade. Produzindo paisagens impressionantes como, cavernas, dolinas, sumidouros entre outras formações. Para que haja essas formações, além de rochas solúveis, tem a necessidade de apresentar fraturas para percolação, as condições climáticas, com quantidade de precipitação suficiente para a dissolução, entre outros fatores químicos e físicos da composição litológica. Este trabalho aborda a análise das formações morfológicas dos relevos cársticos, da região de Nobres, do estado de Mato Grosso, estudadas na aula de campo da disciplina de geomorfologia, efetuada no dia 13 de julho de 2017, coordenada pelos professores Dr. Prudêncio Rodrigues de Castro Júnior e Dr. Frederico Soares Dias. Abrangendo as Formações do Grupo Araras e o Grupo Alto Paraguai, situados na porção Norte, na parte externa da Faixa de Dobramentos Paraguai-Araguaia. 2 - METODOLOGIA A metodologia utilizada para a elaboração desse trabalho, pode ser dividida em duas partes, uma parte teórica, constituída pelo levantamento bibliográfico. E a parte pratica, que corresponde a aula de campo e a análise dos afloramentos e feições geomorfológicas observadas. A parte teórica se baseou na classificação geomorfológica dos relevos cársticos, tendo como texto base Manual Técnico de Geomorfologia do IBGE. Já a parte pratica se configurou, no estudo e analise dos afloramentos e estruturas geomorfológicas, abordado na aula de campo, assim como as aplicações do conhecimento anteriores oriundo do estudo prévio. 4 3 - LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO – CONTESTO GEOLÓGICO E GEOMORFOLÓGICO REGIONAL Relacionando a geologia e a geomorfologia da nossa área de estudo podemos notar uma grande correlação dos fatos, tanto da litologia para com as formas de relevo, tanto das estruturas para com processos geomorfológicos, à esta relação se dá o nome de morfotectônica. Algo ainda importante a se dizer sobre a região é quanto a sua origem marinha com presença de pelitos, carbonatos e arenitos, ainda sobre a origem podemos citar que toda essa região está inserida ao domínio morfoestrutural da Faixa de Dobramentos Paraguai - Araguaia. Toda sua estruturação está atrelada aos eventos que formaram a morfoescultura, tendo uma grande concentração de falhas e dobras nesta região, itens importantes na compreensão dos processos geomorfológicos locais. 3.2 – Grupo Araras São rochas carbonáticas de idade neoproterozóica localizadas ao longo da margem sul do Cráton Amazônico e da porção norte da Faixa Paraguai-Araguaia são relacionadas ao Grupo Araras, Almeida (1964). Embora definidas inicialmente como um grupo, estas rochas carbonáticas não foram imediatamente subdivididas formalmente em formações. As propostas estratigráficas posteriores, baseadas parcial ou totalmente na classificação de Almeida (1964). O presente estudo estratigráfico do Grupo Araras em afloramentos nas regiões de Mirassol d´Oeste, Tangará da Serra, Cáceres, Guia, Nobres e Bauxi, Estado do Mato Grosso, bem como a integração dos principais trabalhos sobre o grupo, permitiram sua redescrição e redefinição litoestratigráfica de acordo com a proposição de Petri et al. (1986), auxiliada pela análise de fácies (Walker 1992). O Grupo Araras é composto pelas formações: Nobres; Serra do Quilombo; Guia e Mirassol do Oeste. 3.2.1 – Formação Nobres Os depósitos da Formação Nobres que ocorrem por mais de 300 km de extensão na parte norte da Faixa Paraguai. A parte inferior da Formação Nobres é caracterizada pela predominância de ciclos formados: dolomito fino, dolomito arenoso e brecha intraclástica dolomítica. A parte superior é formada também por dolomito. 5 3.2.2 – Formação Quilombo Na base da Formação Serra do Quilombo, contato com a Formação Guia, existe grande presença de dolomitos e calcáriosfinos fraturados com brechas cimentadas. Já na parte superior, contato com a Formação Nobres, possui camadas de dolomito grosso. 3.3 – Grupo Alto Paraguai Anteriormente era dividida em zona interna, mais antiga (Grupo Cuiabá), metamorfizada e dobrada, e zona externa mais jovem (formações Bauxi, Puga, Araras, Raizama e Diamantino). Lacerda Filho et al. (2004) dividem a Faixa Alto Paraguai em dois domínios principais: Margem Passiva (FAPmp) com remanescentes de Crosta Oceânica (FAPco), e bacia de Ante-País (FAPba). De acordo com esses autores, o remanescente de Crosta Oceânica registra o estágio inicial rift de abertura da bacia evidenciado por vulcânicas máficas da Unidade Metavulcanossedimentar: Nova Xavantina e rochas do Grupo Cuiabá. No sudeste de Mato Grosso, marcando o início da tentativa de abertura oceânica. A Margem Passiva é caracterizada por uma sedimentação inicialmente química e camadas de filitos carbonosos, típicos de ambientes profundos e redutores em região de talude e distal à margem da plataforma, correspondendo ao Grupo Cuiabá. Alvarenga e Trompette (1992) descrevem uma sedimentação glacial nas áreas proximais da plataforma, que transcorreu durante a glaciação Varangiana (610 -590Ma) com correspondentes laterais na zona de talude retrabalhados por fluxos de gravidade, com a deposição de turbiditos distais e pelitos bacinais (sedimentos superiores do Grupo Cuiabá). A formação pertencente ao grupo alto paraguai fazem parte do contexto geológico regional, sendo hoje mais aceito para as Formações Raizama e Diamantino, retirando-se assim a Formação Araras, que no momento é mais aceita como grupo e dividida em 4 outras formações. 3.3.1 – Formação Raizama Os contatos inferior e superior com as formações Araras e Diamantino, respectivamente, é gradacional. Contatos por falha são registrados nas serras do Tombador, Azul e Dourada, com as formações Puga e Bauxi e o Grupo Cuiabá. Acha-se também recoberta pelos sedimentos da Formação Pantanal (Ribeiro Filho et al., 1975). 6 Os litótipos dessa formação foram afetados pelo último evento tectônico registrado na região (550 a 500Ma.) Resultante de esforços compressivos de sudeste para noroeste, condicionando o desenvolvimento de extensos braquianticlinais e braquissinclinais de direção NE-SW e dobras com vergência para NW. Litologia da Formação Raizama é composta por arenitos, arcóseo com neveis conglomeraticos e intercalação de siltito e argilitos. 3.3.1 – Formação Diamantino Litologicamente, em sua seção basal, constitui-se de freqüentes intercalações de folhelhos, siltitos arcoseanos e arcóseos, em vários ciclos sucessivos, conformando camadas com espessuras variadas. Os pelitos normalmente mostram-se com estratos plano-paralelos, inclinados suavemente para NW. Exibem estruturas primárias tipo marcas de onda e estratificações cruzadas de pequeno porte e baixo ângulo (Barros et al., 1982). No entorno da cidade de Diamantino, é constituída por uma seqüência de arenitos arcoseanos avermelhados, localmente com intercalações de argilitos e siltitos. As camadas de arenito mostram formatos sigmoidais e estruturas primárias de marcas de onda no topo, com cristas orientadas segundo a direção N65E, paleocorrente 20/235, com variações locais para N80W e estratificações cruzadas de pequeno porte tangenciais de baixo ângulo. Os arenitos são constituídos por quartzo, feldspato alterado e palhetas de mica, cimentados por sílica ou carbonato e óxido de ferro e com granulometria variando de fina a média. Na porção intermediária da sequência, ocorrem níveis de arenitos maciços, mais silicificados. 4 - DESCRIÇÃO DOS PONTOS DO ESTUDO 1º Ponto – Formação Nobres O primeiro ponto estudado, se encontra na região de Nobres no estado de Mato Grosso, neste afloramento foram encontradas rochas da Formação Nobres, pertencente ao Grupo Araras, sua idade de formação é meio incerta, mas se mostra próxima ao Neoproterozóico, no período Ediacarano (Mapa Geológico do Estado de Mato Grosso, CPRM. 2004). Com coordenadas Latitude 14.513729 O e Longitude 55.96824831 S, e altitude de 271.34 metros em relação ao nível do mar. 7 Neste ponto foi analisado uma formação de calcário dolomítico inclinado (Imagem P1- A), apresentando uma atitude N35°E/40°SE. Estando localizado ao Norte da Faixa de Dobramentos Paraguai-Araguaia. As dobras presentes no afloramento, são oriundas do tectonismo da Faixa de Dobramentos e em relação a própria deposição dos sedimentos (Imagem P1-B). Imagem P1-A: Formação de calcário dolomítico inclinado. A esquerda da iamgem vemos uma pegena caverna (toca). Imagem P1-B: Pode se observar o acamamento dos sedimentos, na formação da rocha dolomito. Suas dobras são oriundas tanto da deposição como de tectonismo sofrido posteriormente a litificação. 8 A litologia é formada principalmente por rochas dolomíticas (aonde se tem a substituição do cálcio pelo magnésio). Pode ser observado também algumas cavernas de peguinho porte, em relação as de calcário, pois o dolomito se mostra mais resistente a dissolução do que o calcário, apresentando cavernas pouco desenvolvidas. Na parte superior da caverna (classificada como abrigo) é encontrado formação de estruturas de dissolução de calcário em formato de couve flor, como mostrado na Imagem P1-C. Imagem P1-C: Estruturas de dissolução de calcário em formato de couve flor, formado pela dissolução do calcário, se aglutinando as gotas no teto da caverna. A vegetação se apresenta bem caracterizada ao local. Tendo matas secas características de afloramentos de calcário, como a gameleira, uma arvore de grande porte, que se diferencia das demais pelas suas raízes longas, que se estende das copas ao chão atrás de água (Imagem P1-D). 9 Imagem P1-D: Matas secas características de afloramentos de calcário. 2º Ponto – Formação Raizama O segundo ponto estudado, é marcado por um corte de estrada, aonde se aflora um paredão de arenito esbranquiçado como mostrado na Imagem P2-A, oriundo da Formação Raizama, localizado na parte externa da Faixa de Dobramentos Paraguai-Araguaia, apresentado fraturas pelas forças tectónicas. Com coordenadas Latitude 14.45774492 O e Longitude 56.60448572 S e uma altitude de 387,11 metros em relação ao nível do mar. O arenito se encontra mais preservado e na parte superior, pois sua erodibilidade é maior que a do dolomito. Sendo uma rocha friável, com pouca presença de oxidação e alguns argilominerais na sua composição. Tem granulometria de fina a média, com grãos de quartzo angulosos, apresentando baixo transporte. 10 Imagem P2-A: Corte de estrada, mostrando um paredão de arenito da Formação Raizama. 3º Ponto – Topo da Serra O terceiro ponto, está localizado na beira de uma estrada, com coordenada Latitude 14.45774492 O e Longitude 56.00448572, tendo uma altitude de 387,11 metros a cima do nível do mar. Situado na parte externa da Faixa de Dobramento Paraguai-Araguaia, composto pela Formação Raizama. Neste ponto foi analisado o relevo das estruturas de arenito e dolomito, indicado pela diferença de vegetação e o afloramento, da camada de arenito da Formação Raizama. As rochas de arenito pelas suas características químico-físicas, consegue ficar mais preservada, em relação as rochas dolomíticas. As formas de revelo em sua maioria denunciais, composta por colinas, com dissecação moderada, como mostrado na Imagem P3-A. O relevo composto por arenito apresenta uma vegetação rasteira, típica do bioma cerrado, com arvores de baixa estatura e retorcida, mostrada em primeiro plano na parte inferiorda Imagem P3-A. Mais para o fundo da imagem (Imagem P3-A), pode-se observar uma porção mais elevada, que pela vegetação se caracteriza, como solo arenoso da Formação Raizama. E na parte de baixo da imagem mais para o meio, apresenta uma vegetação mais densa e alta, típica de solos dolomíticos. 11 Imagem P3-A: Visão do relevo da formação Raizama, com afloramentos de dolomitos mais para o fundo do vale e uma porção mais elevada na linha do horizonte. O Afloramento de arenito, se encontrava bastante fraturado como a Imagem P3-B, com um material friável, com atitude N80°E/20°NW. Imagem P3-B: Afloramento de arenito friável da Formação Raizama. 12 4º Ponto – Brecha e Ponte de Pedra O quarto ponto, emprega o estudo dos afloramentos que marcam o contato da Formação Raizama, composta por arenito e a Formação Nobres, composta por dolomito. Localizado ao longo de uma estrada começando num barranco aonde aflora o arenito, até a caverna denominada como Ponte de Pedra. Com coordenada Latitude 14.45422141 O e Longitude 56.00308051 S, numa altitude de 431,02 metros a cima do nível do mar. O primeiro afloramento analisado, é composto litológicamente por um arenito, com um teor mais elevado de argila em sua composição, comparado com os outros exemplares vistos dessa litologia na Formação Raizama. Sua estrutura demostra uma brecha tectônica, composta por arenitos e fragmentos grosseiros, angulosos, quebrados, bastante fraturados, demostrando ser uma rocha com comportamento rúptil, como mostrado na Imagem P4-A, tendo o mergulho orientado para NW. Imagem P4-A: Brecha do formada por arenito com um teor mais elevado de argilominerais, da Formação Raizama. O segundo afloramento, mostra um alinhamento de rochas dolomíticas, sendo mostrado nas Imagens P4-B. Com atitude N73°E/55°NW, apresentando uma cota (altitude) semelhante ao arenito. 13 Já o terceiro afloramento, se trata de uma caverna composta por rochas dolomíticas. A evolução da caverna ocorre com a dissolução das rochas de carbonato (sendo que as mesmas são solúveis em meio aquoso), que se infiltração nas fraturas das camadas das rochas (zonas de acamamento). Quando a agua entra em contato com o carbono, sei pH diminui na escala (ficando mais ácido), sendo capas de entalhar as rochas. A caverna em questão é denominada de Ponte de Pedra, apresentando acamamento inclinado, com fluxo de água constante no seu interior, mostrado na Imagem P4-C. Com a dissolução do carbonato e sua percolação no teto da caverna, se tem a formação de estalactites (não produzindo estalagmites, pelo fluxo constante de água no chão da caverna). Ela apresenta uma entrada e saída superficial, tendo o aspecto de uma ponte, como o próprio nome já diz. Imagens P4-B: Alinhamento de rochas dolomíticas. 14 Imagem P4-C: Caverna de rocha dolomítica, com percolação constante de água, formação de estalactites. 5º Ponto – Formação Nobres em contato com Formação Serra do Quilombo O quinto ponto, está localizado dentro de uma propriedade privada, numa estrutura cárstica, aonde se encontra o contato da Formação Nobres e Formação Serra do Quilombo. Com coordenadas Latitude 14.44562881 O e Longitude 56.02510551 S, numa altitude de 309,04 metros a cima do nível do mar. A caverna apresenta uma entrada verticalizada (Imagem P5-A), com blocos de rochas do teto soltas, roladas para o seu interior. A caverna se desenvolveu no plano de falha. Seu interior tem o solo ferrado por sedimentos rolados da parte superior, com presença de água corrente mais ao fundo, sendo bastante profunda. O teto da caverna mostra é coberto estalactites, oriundas da dissolução dos carbonatos. 15 Imagem P5-A: Entrada da caverna, diferente das outras observadas, essa mostra uma entrada vertical. O contato entre a Formação Nobres e Formação Serra do Quilombo, é marcado por uma falha reversa, oriundo de forças compressivas. Aonde a Formação Serra do Quilombo com idade mais antiga, subiu a estratigrafia, situando numa porção mais elevada em relação a Formação Nobres, concordando com o contesto de fechamento do oceano (fonte de deposição dos sedimentos das Formações). Na parede da caverna localizado do lado direito, na litologia da Serra do Quilombo, apresenta concreções de carbonatos, como mostrado na Imagem P5-B. 16 A vegetação, era composta por uma mata densa e alta, com a presença de gameleiras no afloramento, lançando suas raízes por grandes extensões, mostrado na Imagem P5-C. Imagem P5-B: Contato entre a Formação Nobres e Formação Serra do Quilombo, é marcado por uma falha reversa Imagem P5-C: Gameleira 17 6º Ponto – Dolina e Caverna O sexto ponto, está localizado na mesma região do quinto ponto. Neste ponto foi observado duas estruturas de terrenos cársticos. A dolina e uma caverna extensa. A dolina é formada pela dissolução química das rochas de calcário, encontradas a baixo da superfície. Com a dissolução da parte inferior o solo entra em colapso, abrindo um buraco no terreno. A dolina apresenta um formato aparentemente circular, com presença de vegetação, como mostrado na Imagem P6-A. Já a caverna foi formada pela diluição do calcário, produzido pela percolação de água nas suas estruturas. O nível d’água, variou algumas vezes durante o período de formação, acompanhando a direção do acamamento, mas provavelmente nunca alcançando o nível do teto (Imagem P6-B). Imagem P6-A: Dolina apresenta um formato aparentemente circular. 18 Imagem P6-B: Vista frontal da abertura a caverna. Suas paredes apresentam áreas circulares concêntricas, com concreção de magnésio como mostrado na Imagem P6-C. Seu teto é formado por grandes estruturas de estalactites, mostrado na Imagem P6-D. Sendo o fluxo de água no seu interior constante. Sua formação deve ter sido relativamente lenta, pela sua litologia, formada por rochas de dolomito (mais resistente a diluição) e suas marcas de erosão nas paredes. Imagem P6-C: Áreas circulares concêntricas com concreção de magnésio (manchas pretas dentro dos círculos). 19 Imagem P6-D: Estalactites presentes no teto da caverna. 7º Ponto – Contado da Formação Raizama com Formação Diamantino No sétimo e último ponto podemos notar a partir da parada na estrada o contato entre as Formações Raizama e Diamantino. Há um contato litológico e também uma mudança no regime morfoestrutural (Imagem P7-A) A Formação Raizama está inserida a faixa de dobramentos e tem como litologia majoritária arenítica, tendo em vista um afloramento de arenito logo a frente, já do outro lado da estrada temos o planalto dos Parecis representado pela Formação Diamantino, os pelitos da Formação estão inseridos em um relevo aplainado, propício para o plantio de soja e milho como foi visto, já a faixa de dobramentos com litologia arenosa possui aptidão apenas para pastagem, pois sua litologia e relevo não permitem o plantio. Neste mesmo ponto podemos ver o relevo como controlador da litologia, quando olhamos para o horizonte após a Formação diamantino podemos notar colinas médias de dolomito e ao fundo novamente o arenito Raizama, estratigraficamente acima da Formação Diamantino. 20 5 - CONSIDERAÇÕES FINAIS Os relevos cársticos, são relevos formados pela dissolução dos minerais (no são o calcário), estruturas encontradas apenas nesse tipo de formação. Na região de Nobre-MT, esses relevos foram formados, a partir de dois fatores principais: O primeiro fator, corresponde ao petrográfico, levando em consideração a litologiada região. Como a Formação Nobres, apresentando uma composição litologia formada por dolomito, rochas essas suscetíveis a dissolução, formando as cavernas, sumidouros, dolinas, entre outros. A Formação Raizama, composta por arenitos, forma um relevo mais resistente a erosão (em comparação com o dolomito), apresentando colinas. A Formação Serra do Quilombo, composta por dolomitos, apresentando formações cársticas. E o fator morfotectônico, que se encontrar numa área que sofreu forças tectônicas compressivas, suas estruturas formam contatos em falhas e brechas, formando faturamento nas estruturas das Formações. A analisando as estruturas a partir de uma imagem ou foto aérea, pode deduzir que a formação está compreendida numa dobra. Mas tomando as atitudes dos afloramentos e das estruturas de forma sistemática. Pode-se perceber que elas se encontram deslocadas por uma falha. Aonde todos os pontos tomados apresentam o mergulho para NW, desconsiderando a presença de uma dobra. Já que não se encontra o local oposto do decaimento. Imagem P7-A: Do lado direito da imagem temos a Formação Diamantino e do lado esquerdo da imagem a Formação Raizama. 21 6 - REFERÊNCIAS UTILIZADAS LACERDA, Joffre V. F. et al. 2004. Geologia e Recursos Minerais do Estado de Mato Grosso. SIG. Cuiabá-MT. pg. 235 NOGUEIRA, Afonso César Rodrigues; RICCOMINI, Claudio. 2006. O Grupo Araras (Neoproterozóico) Na Parte Norte Da Faixa Paraguai E Sul Do Craton Amazônico, Brasil. Revista Brasileira de Geociências. pg. 576 a 587. SILVA, Thais Wellmann Prata. 2017. Mapeamento Geológico No Distrito De Coqueiral, Nobres – MT. UFMT, Cuiabá-MT. pg. 31. COSTA, Bruno de Siqueira. 2014. Caracterização Estrutural Do Domínio Interno Da Faixa Paraguai Na Região De Cangas, Porção Centro-Sul do Estado De Mato Grosso. UFMT, Cuiabá-MT. pg. 54. FABRI, Fabiana; AUGUSTIN, Cristina H. R. Rocha; AULER Augusto Sarreiro. 2014. Relevo Cárstico Em Rochas Siliciclásticas: Uma Revisão Com Base Na Literatura. Revista Brasileira de Geomorfologia. pg. 340 a 351. ALVARENGA, Carlos J.S.; TROMPETTE, Roland. 1993. Evolução Tectônica Brasiliana Da Faixa Paraguai: A Estruturação Da Região De Cuiabá. Revista Brasieira de Geociências. pg. 18 a 30. III CURSO DE ESPELEOLOGIA E LICENCIAMENTO AMBIENTAL. 2011. ICMBIO. pg. 193. MANUAL TÉCNICO DE GEOMORFOLOGIA. 2009. IBGE. 2º edição. pg. 149 http://sigep.cprm.gov.br/glossario/index.html http://www.cprm.gov.br/publique/Redes-Institucionais/Rede-de-Bibliotecas---Rede- Ametista/Canal-Escola/Espeleologia%3A-o-estudo-das-cavernas-1278.html http://repositorio.unb.br/bitstream/10482/1890/1/2008_RicardoJoseCalemboMarra.pdf http://www.cesadufs.com.br/ORBI/public/uploadCatalago/15502516022012Geomorfologia_ Estrutural_Aula_9.pdf http://www.ufrgs.br/paleotocas/Origem.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/decreto/d6640.htm
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