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SSuusstteennttaabbiilliiddaaddee Módulo I Parabéns por participar de um curso dos Cursos 24 Horas. Você está investindo no seu futuro! Esperamos que este seja o começo de um grande sucesso em sua carreira. Desejamos boa sorte e bom estudo! Em caso de dúvidas, contate-nos pelo site www.Cursos24Horas.com.br Atenciosamente Equipe Cursos 24 Horas Sumário Introdução.....................................................................................................................3 Unidade 1 – Contextualização.......................................................................................5 1.1 – História da questão ambiental ...........................................................................6 1.2 – O que é sustentabilidade? ............................................................................... 12 1.3 – Aspectos do desenvolvimento sustentável (DS) .............................................. 22 1.4 – Problemas ambientais em escala global .......................................................... 26 1.5 – Legislação de proteção ao meio ambiente ....................................................... 31 Unidade 2 – Práticas Sustentáveis ............................................................................... 37 2.1 – Consumo sustentável ...................................................................................... 37 2.2 – Geração de resíduos........................................................................................ 42 2.3 – Aproveitamento de resíduos orgânicos............................................................ 50 2.4 – Coleta seletiva de lixo..................................................................................... 52 Conclusão do Módulo I............................................................................................... 55 3 Introdução Olá! Em tempos de altíssima produção e consumo um tema que vem se destacando bastante é o da sustentabilidade. Juntamente com este crescimento econômico, vêm os desequilíbrios no mundo. Se por um lado houve uma grande captação de riquezas, por outro ocorreu um aumento na poluição e na degradação do meio ambiente. Em virtude disso o tema “sustentabilidade” figura nas pautas principais dos encontros internacionais, veículos de comunicação e até mesmo das conversas populares. Neste curso, levantaremos as principais questões referentes ao tema. Primeiramente veremos o contexto histórico em que surgiu o termo sustentabilidade, bem como seus desdobramentos ambientais, sociais e econômicos. Veremos que os problemas ambientais tomam proporções globais, isto é, não há fato isolado, toda a ação causa impactos que serão sentidos, se não por nós, certamente pelas gerações futuras. Também trataremos da legislação ambiental no Brasil, bem como de que forma ela protege o meio ambiente, quais suas diretrizes, entre outros detalhes. Em suma, veremos o olhar sobre as questões contextuais da sustentabilidade. Num segundo momento veremos quais as práticas sustentáveis que podem nos auxiliar neste processo, ou seja, como podemos nos reeducar para causar menos impacto ao meio ambiente. Trataremos do consumo sustentável, prática esta cada vez mais aceita, sobretudo pelas gerações mais jovens. 4 Outro assunto relevante que figura neste curso é o aproveitamento de resíduos orgânicos, esta prática é bastante comum nos lares e microempresas. A coleta seletiva de lixo também será abordada. No terceiro momento deste curso, abordaremos o desenvolvimento sustentável sob uma perspectiva atual, isto é, considerando o contexto sócio-histórico do século XXI. Trataremos do desenvolvimento social, econômico, contudo de maneira sustentável. Abordaremos a relevância dos estudos dos impactos ambientais e como ele auxilia nas tomadas de decisões para a preservação do meio ambiente. Falaremos também da energia renovável, cada vez mais comum em tempos de preocupação ambiental coletiva. A recuperação de áreas degradadas será analisada de maneira pormenorizada. Por fim, trataremos dos impactos ambientais, bem como seus desdobramentos sociais e econômicos, uma vez que estes impactos geram danos não só à sociedade, mas também aos cofres públicos. Bom curso! 5 Unidade 1 – Contextualização Olá! Nesta unidade trataremos do panorama histórico das questões ambientais, ou seja, quando se iniciou esta preocupação coletiva com o meio ambiente. Posteriormente definiremos o termo bastante discutido nas reuniões internacionais, ou seja, a sustentabilidade. Posteriormente analisaremos as questões que envolvem o desenvolvimento sustentável, veremos como alguns países desenvolveram ações que permitem o desenvolvimento econômico e social de maneira sustentável. Veremos também que os problemas ambientais tomam escala global independentemente de tratar-se de uma ação isolada, e aparentemente inofensiva. Ao fim desta unidade trataremos da legislação ambiental brasileira, da maneira como ela protege e, de certa forma, permite a ação de grandes empresas que causam danos ao meio ambiente. Bom curso! 6 1.1 – História da questão ambiental Em sua evolução, o homem tornou-se a forma dominante de vida na terra, controlando outras espécies e desenvolvendo tecnologias que lhe permitiram alterar o meio ambiente. Em razão deste desenvolvimento o ser humano, que anteriormente era apenas mais um dos vários organismos que integram a biosfera, assumiu o papel de interventor na natureza, tornando-se de certa forma o maior dos predadores. Sem nenhuma preocupação com a escassez de recursos naturais, o homem continua a explorar de maneira predatória o meio ambiente, o que provocou a sua deterioração. O homem se relaciona em três instancias básicas: a biosfera (ecossistema), a tecnosfera (relação homem/mundo) e a sociosfera (relação comunidade/mundo). Os dois primeiros termos referem-se às estruturas material e energética, já o terceiro refere- se à estrutura institucional. Em outras palavras, as pessoas organizam suas vidas sociais, bem como suas relações com a biosfera e a tecnosfera, através de um conjunto complexo de instituições com interações sociopolíticas e culturais, ou seja, a sociosfera. Há pouco tempo atrás, os êxitos tecnocientíficos levaram a crer que o ambiente artificial criado pelo homem, poderia suplantar o ambiente natural de maneira que o segundo se submetesse às manipulações humanas. Basta atentarmo-nos aos filmes de ficção científica produzidos no início do século XX. Neles figuravam um cenário, na maioria das vezes, artificial, isto é, eram7 cavernas e túneis cavados em rochas, salões com modernos equipamentos. Raro, era constatar um cenário natural com árvores e animais. O fato é que o avanço tecnológico procura resolver problemas específicos sem considerar os efeitos secundários ou nocivos à natureza. Apesar de nossa sociedade viver na tecnosfera, nós não deixamos de pertencer e depender da biosfera. Foi justamente a partir da revolução industrial que nossa sociedade passou a ser caracterizada como sociedade do consumo. Naturalmente que naquele início, ninguém poderia supor que a industrialização chegasse a tal ponto de gerar danos irreversíveis à natureza. Vejamos alguns deles no decorrer do século XX, observe: � Em dezembro de 1930, no Vale do Meuse, na Bélgica, em virtude da intensa atividade industrial, composta por siderurgias, metalurgias, centrais de produção de energia elétrica, minas de carvão e outras, provocou um espesso nevoeiro que cobriu uma grande parte da Bélgica. Essa condição atmosférica contribuiu para o acúmulo de poluentes aéreos como o dióxido de enxofre (SO²), ácido sulfúrico misto e gases fluorídricos. Ainda em dezembro, centenas de pessoas dos vilarejos próximos começaram a apresentar problemas intensos de origem respiratória. Este fato causou a morte de 60 pessoas e danos à saúde de outras 6.000. � Em outubro de 1948, na cidade de Donora, na Pensilvânia, também em virtude da intensa atividade industrial, por parte das siderúrgicas e produtoras de zinco, 45% da população foi atingida, ocasionando 15 mortes e gerando danos a mais de 5.900 pessoas. � Em dezembro de 1952, em Londres, o berço da indústria coma a poluição do ar e a inversão térmica ocasionou a morte de cerca de 3.500 pessoas, afetando a saúde de outras 20.000. Abaixo, tem-se uma tabela que demonstra a idade das pessoas falecidas neste evento, observe: 8 Os três eventos citados acima (Vale de Meuse, Donora e Londres) apresentam, segundo Schwartz (1994), alguns fatores em comum: 1 – Os incidentes ocorreram em locais com ar densamente poluído pela combustão do carvão para aquecimento; 2 – Presença de centrais de produção de energia elétrica; 3 – Elevação da concentração de material particulado; 4 – Elevação significativa da concentração de óxidos sulfúricos; 5 – Condições desfavoráveis para a dispersão dos poluentes com a presença da nuvem de poluição estacionada por 4 a 5 dias; 6 – Aumento do número de doentes decorrentes do aumento da poluição; 7 – Incremento na mortalidade e morbidade principalmente em idosos e quase exclusivamente por doenças respiratórias e cardiovasculares. 9 Os exemplos não se esgotam por aqui, pelo contrário, é possível observar que os desastres ambientais são cada vez mais comuns e, de certa forma, ainda não se sabe quais serão os efeitos colaterais destes impactos. Até pouco tempo atrás, considerava-se que o meio ambiente era um bem livre, onde qualquer pessoa tinha o direito de agir e usar conforme sua vontade. Esta ideia também é oriunda da revolução industrial, que causou marcas irreversíveis no meio ambiente e na sociedade de um modo geral. O fato é que se considerarmos os altíssimos custos que a poluição acarreta para a sociedade, como danos à saúde das pessoas, veremos que o meio ambiente não pode ser concebido como um bem livre. As inovações científicas e tecnológicas sempre visaram a otimização dos processos de produção, ignorando, em boa parte dos casos, os efeitos nocivos ao meio ambiente. Estes custos ambientais, ao quais nos referimos anteriormente, aparecem quando a capacidade de assimilação do meio ambiente é ultrapassada, ou seja, estes custos são visíveis somente quando o meio ambiente já não suporta mais a intervenção humana. A princípio, estes custos foram externalizados, ou seja, transferidos aos diversos segmentos da sociedade, em forma de prejuízos por danos materiais e à saúde humana. Estes custos são relativos à corrosão de estruturas de ferro e de obras de arte, a danos aos ecossistemas, como por exemplo, a redução e/ou a eliminação da atividade de pesca, entre outros. O fato é que as intervenções do homem no meio ambiente vêm provocando algumas manifestações de conscientização acerca dos problemas ambientais. Contudo, essas manifestações de preocupação com o meio ambiente são bastante antigas. Observe: 10 � Em 1855, o cacique Seathl, da tribo Dwamish, de Seattle, escreveu ao então presidente dos EUA, Franklin Pierce, após o governo americano mostrar interesse em adquirir o território que pertencia à tribo; � No século XIX, o imperador Pedro II, motivado pelas questões ambientais, ordena o replantio da Floresta da Tijuca, no Rio de Janeiro, em 1862; � Em conferência, no ano de 1908, o então presidente dos EUA, Theodore Roosevelt, afirmou: “Enriquecemos pela utilização pródiga de nossos recursos naturais e podemos, com razão, orgulhar-nos de nosso progresso”. Embora esta declaração seja equivocada, muitas das grandes cidades devem seu desenvolvimento à degradação do meio ambiente. E em virtude de seu desenvolvimento, foram os países desenvolvidos os primeiros a sofrerem com os impactos ambientais. Somente a partir da segunda metade da década de 1960, é que cresceu vigorosamente a conscientização ambiental. Precisamente em 1962, a publicação do livro “Primavera Silenciosa”, da escritora norte-americana Rachel Carson, mudou o paradigma de meio ambiente. Fonte: http://2.bp.blogspot.com/_zRAoVRyiDl4/S_cPvBac36I/AAAAAAAAAR4/f_6pBlSPDko/s1600/Primavera+Silenciosa.jpg 11 Esse livro denunciou o desaparecimento de diversas espécies de pássaros nos campos dos Estados Unidos, causado pela utilização de pesticidas na agricultura. Pela primeira vez foi possível explicar a milhões de pessoas, os motivos pelos quais a sociedade moderna estava atacando os sistemas de apoio à vida em nosso planeta. As organizações não governamentais e as ONG’s ambientais surgiram nesta época e preocupavam-se, de um modo geral, com a conservação da natureza, com a poluição industrial e com todos os fatores que influenciam a degradação do meio ambiente. Contudo, o que motivou definitivamente as ações governamentais acerca do meio ambiente foi a Segunda Guerra Mundial. Ela aumentou os índices de poluição dos países envolvidos, em razão do crescimento industrial, sobretudo do setor bélico. A partir daí, entendeu-se que era de primordial importância refletir e se conscientizar a respeito das questões ambientais. A partir de 1980, as pesquisas foram também dirigidas para a modificação e modernização dos processos de produção, isso também contribuiu bastante para o processo de conscientização da sociedade como um todo. Começava-se a considerar que o meio ambiente era finito e passível de destruição, originada pela ação do homem. Com o desenvolvimento de novas tecnologias, menos poluentes e impactantes, houve uma redução significativa da emissão de resíduos no meio ambiente, diminuindo assim, os custos de controle da poluição. Em verdade, a poluição passou a ser vista como uma forma de desperdíciode recursos e dinheiro, consequentemente um sintoma de ineficiência da produção industrial. Na atualidade, a poluição do ar originada pela combustão de combustíveis fósseis é bem menor que a produzida há 50 anos. Contudo, as altas concentrações de ozônio ainda perduram em grandes cidades, como Los Angeles, Cidade do México, São Paulo, entre outras. 12 O fato é que muito se progrediu acerca das questões ambientais em todo mundo, entretanto, ainda há muito a ser feito, sobretudo numa micro perspectiva em que as pequenas atitudes são consideradas desencadeadoras de outros impactos. É preciso conscientizar a sociedade de que não se trata de um problema exclusivo das grandes empresas, pelo contrário, as pequenas ações do cotidiano também são responsáveis pelos presentes impactos ambientais. 1.2 – O que é sustentabilidade? O conceito de sustentabilidade foi sendo lapidado desde 1971, com a noção de ecodesenvolvimento, pauta presente nos encontros internacionais. Ao longo dos tempos tornou-se uma ideia necessária para subsistência. O fato é que o termo sustentabilidade é comumente utilizado para designar um conjunto de atividades humanas que tem como objetivo suprir as necessidades atuais dos seres humanos, entretanto, sem comprometer o futuro das próximas gerações. Neste sentido, o termo sustentabilidade está profundamente associado à ideia de desenvolvimento econômico e material sem agredir o meio ambiente. Para tanto, valendo-se dos recursos naturais de forma racional e inteligente, para que estes recursos sirvam às próximas gerações. Seguindo este modelo e estes parâmetros, a humanidade poderá prolongar sua existência em um mundo, sabidamente finito, logo, findável. Como vemos, a questão da 13 sustentabilidade enseja, de certa forma, um posicionamento filosófico acerca da relação entre homem x mundo. Para se alcançar este desenvolvimento humano e social, contudo sustentável, são necessárias profundas mudanças em nosso modo de agir e pensar. Isso implica em mudanças de comportamentos e paradigmas do modus vivendis do homem, ou seja, aspectos que envolvem os extremos do seu modo de vida, tais como a maneira de consumir, de produzir, enfim, sua maneira de viver. Sob uma perspectiva mais abrangente, podemos dizer que além das instâncias ambiental, tecnológica e econômica, o desenvolvimento sustentável possui ainda uma dimensão cultural e política. Trata-se de uma atitude coletiva, constituída por pequenas ações individuais, porém, geradoras de uma unidade. Naturalmente que há questões e pontos de vista controversos como: – Até quando é justo ou ético se valer dos recursos que podem, no presente, comprometer o bem estar das gerações futuras? – Qual é a capacidade real da biosfera para suportar o impacto e assimilar os resíduos gerados pela atividade humana? – As mudanças científico-tecnológicas poderiam garantir a sustentabilidade da biosfera ou seriam necessárias profundas mudanças mais fundamentais, como padrões de vida mais baixos nos países industrializados? – O que precisaria realmente ser preservado? Como se pode perceber, esta é ainda uma questão muito complexa, passível de reflexão e discussão. O fato é que o modo de vida atual, baseada no consumo, tornou 14 insustentáveis as ações que não corroboram com o meio ambiente, seja em qualquer segmento da sociedade. Os benefícios são visíveis, a exemplo de alguns países da Europa como veremos a seguir. Os ganhos são observáveis na economia, na sociedade, na infraestrutura do país e, sem dúvida, no planeta. Portanto, a sustentabilidade é um conceito complexo e sistêmico, relacionado com a continuidade de aspectos socioeconômicos, ambientais, políticos e culturais da humanidade. Vejamos agora, uma pesquisa do órgão ambiental Environmental Performance Index (EPI), a respeito dos dez países mais sustentáveis do mundo. Países cujas políticas são voltadas ao meio ambiente, refletindo consequentemente em suas respectivas economias. Estes países se destacam não somente por terem projetos de sustentabilidade, mas também pela preservação e manutenção do meio ambiente. O critério de avaliação baseia-se no estudo de dez categorias, entre elas destacam-se: � Saúde ambiental; � Poluição do ar; � Recursos de água; � Biodiversidade e habitat; � Recursos naturais etc. Os dez países a seguir ganharam maior pontuação nesses quesitos e, destacaram- se como países sustentáveis e “verdes”, no ano de 2012. Observe: 15 1 – Em primeiro lugar no ranking esta a Suíça, com 76,69 pontos. Isso se deve pela significativa redução de uso de combustíveis nucleares, contudo o país ainda é recordista em usinas geotérmicas. A Suíça também se destaca pelos quesitos: � Qualidade do ar; � Políticas ambientais; � Projetos de redução de emissão de dióxido de carbono. 2 – Em segundo lugar figura a Letônia, com 70.37 pontos. Isso se deve aos recursos naturais do país, bem como a proteção de suas florestas e ecossistemas deram ao país o segundo lugar no ranking da EPI. 16 3 – Noruega figura na terceira colocação do ranking. O país se estacou pelos projetos de redução de carbono, a Noruega ainda tem como intuito neutralizar totalmente a emissão da substancia até 2030. 17 4 – Luxemburgo com 69.02 é o quarto colocado. O país implantou relevantes programas de incentivo à população para a aquisição de carros ecológicos e eletrodomésticos mais eficientes e mais econômicos no consumo de energia. 5 – Com 69.03 pontos vem à Costa Rica, que a exemplo da Noruega, adotou o objetivo de tornar a região livre de carbono até 2012. Também há importantes projetos de reflorestamento sendo realizados pelo país. 18 6 – A França destaca-se com 69.03. O país possui importantes projetos de redução da emissão de gases causadores do efeito estufa, bem como expansão da matriz oriunda de fontes renováveis até 2020. No mais, a França ainda apresenta um significativo desempenho em saúde ambiental e preservação de florestas. 19 7 – A Áustria, com 68.92 pontos, se destaca pelas belezas naturais, contudo possui um eficaz programa de conservação de suas paisagens. Trata-se de um país desenvolvido que se preocupa com o meio ambiente e realiza continuas ações de preservação para mantê-lo.8 – Com 68.9 pontos temos a Itália, que se destaca por seus importantes projetos de preservação ambiental. Aliás, o país foi o primeiro do bloco europeu a abandonar o uso das sacolas plásticas nos supermercados. Atualmente, é bastante comum encontrar no lugar das “sacolinhas”, os sacos de papel ou de material ecológico biodegradável. 20 9 – O Reino Unido figura em nono lugar, com 68.82 pontos. O país tem se destacado por oferecer atrativos e incentivos para o desenvolvimento de tecnologias ambientais, que vão desde o tratamento de águas à reciclagem de materiais. 21 10 – A Suécia, com 68.82 pontos é o décimo país deste seleto ranking. Este país se destaca pela adoção de fontes energéticas alternativas e não poluentes. Em boa parte do país inclusive o lixo produzido é transformado em energia. Fonte: http://todaela.uol.com.br/viagem/galerias/os-10-paises-mais-sustentaveis-do-mundo#9 22 1.3 – Aspectos do desenvolvimento sustentável (DS) “Deus nos proteja de levar a Índia a seguir o modelo de industrialização do ocidente (…) a Grã Bretanha usou a metade dos recursos do planeta para sua prosperidade. Quantos planetas precisaria um país como a Índia.” Mahatma Gandhi, 1928 – The Economist, Survey: How many Planets? – julho/2002 Gandhi já atentava para a necessidade de uma consciência ambiental no século passado. Certamente que a Índia daquele tempo não é a mesma de hoje, nem o mundo. Com o aumento populacional em todo planeta, as questões levantadas pelo líder religioso ainda hoje merecem profundas reflexões. Naturalmente que o progresso e os avanços científico-tecnológicos nos auxiliam diariamente, através deles podemos realizar tarefas que antes eram feitas com o dobro de tempo. Algumas partes deste processo melhoraram a qualidade de vida dos seres humanos, direta ou indiretamente, como por exemplo, no transporte, na comunicação, na saúde e em outros setores da sociedade. 23 No entanto, tem-se um preço a pagar por este “progresso”, que da forma como vem sendo feito está destruindo o meio ambiente, em outras palavras, destruindo o planeta. O atual modelo de desenvolvimento econômico produz certo desequilíbrio, uma vez que há riquezas e fartura no mundo, entretanto, há miséria e há degradação ambiental causada tanto por grandes empresas, quanto pelo indivíduo que desperdiça água ao lavar a calçada. Diante deste fato, surge a ideia de desenvolvimento sustentável (DS), cujo objetivo é integrar o desenvolvimento econômico à preservação ambiental, com efeito, gerando um desenvolvimento social. O DS, portanto, aparece como uma saída para uma sociedade que buscava, outrora, exclusivamente os lucros e, agora se preocupa com as limitações ecológicas do planeta e tenta, de alguma forma, conciliar as questões ambientais ao seu próprio desenvolvimento econômico. O fato é que pode ser possível estabelecer uma relação harmoniosa entre homem e natureza. Trata-se de uma relação harmoniosa entre tecnologia e ambiente, em que a humanidade é considerada como um ser coletivo único, tendo todo indivíduo sua parcela de responsabilidade e participação. O desenvolvimento sustentável é um processo contínuo ininterrupto, não podendo ser considerado isoladamente, ou seja, pouco adianta que os países em desenvolvimento realizem ações de preservação, quando as grandes potências econômicas, como Rússia, Estados Unidos, China, entre outros, ignoram estas questões acerca do meio ambiente. Neste sentido, é importante refletir acerca das significantes diferenças entre os termos “crescimento” e “desenvolvimento”: � O primeiro termo não leva a uma condição de igualdade e nem justiça social, já que não considera nenhum outro aspecto das relações humanas que não seja o acúmulo de riquezas. 24 � O segundo, em seu turno, refere-se naturalmente à geração de riquezas, mas tem como intuito distribuir esta riqueza, com efeito, melhorando a qualidade de vida da coletividade, isto é, da população como um todo. O DS possui basicamente seis aspectos importantíssimos que devem, via de regra, ser compreendidos como objetivos e metas. Observe-os abaixo: � O DS visa satisfazer as necessidades básicas da coletividade, como educação, alimentação, lazer, saúde etc; � O DS promove uma espécie de sentimento solidário em relação às futuras gerações, já que objetiva preservar o ambiente de modo que garanta a sobrevivência dos sucessores; � Sugere ainda a participação da população diretamente envolvida, ou seja, cada indivíduo deve se conscientizar da vital importância da preservação do meio ambiente, fazendo cada qual o que lhe cabe para tanto; � Estabelece a preservação dos recursos naturais, isto é, a utilização de maneira racional e inteligente dos subsídios oferecidos pelo planeta; � Propõe a elaboração de um sistema social igualitário que garanta a todos seus direitos básicos, como emprego, segurança, respeito cultural, de modo que erradique a miséria, extinga o preconceito de qualquer natureza etc; � O DS enseja a efetivação dos programas educativos, tratando das questões ambientais desde os primeiros anos escolares. O fato é que para se chegar a um pleno desenvolvimento sustentável é preciso investir na educação ambiental. Trata-se da maneira mais direta e eficaz de se atingir, pelo menos, uma das metas e objetivos citados acima, ou seja, a participação da população. A seguir veremos algumas ações relacionadas à sustentabilidade que, de 25 certa forma, sintetizam as ideias e os objetivos de preservação do meio ambiente, observe-as: � É preciso promover exploração de recursos naturais, como florestas e matas, de forma controlada, garantindo o replantio e o reflorestamento destas áreas; � Preservação de áreas verdes não destinadas à produção agrícola; � Ações que incentivem a produção de alimentos orgânicos, uma vez que estes não agridem o meio ambiente, além de serem benéficos à saúde humana; � A exploração dos recursos minerais, como petróleo, carvão e minérios deverá ser feita de maneira racionalizada e com um robusto planejamento; � Utilização de energias limpas e renováveis, tais como a energia eólica, geotérmica e hidráulica, no intuito de diminuir a dependência dos combustíveis fósseis. Esta ação ao mesmo passo que pretende preservar as reservas minerais, promove a diminuição da poluição do ar; � Conscientização tanto da população quanto das empresas, voltada à reciclagem e reaproveitamento de resíduos. É interessante ressaltar que esta ação além de gerar renda e diminuir a quantidade de lixo no solo, enseja a diminuição da exploração dos recursos minerais; � É necessário desenvolver planos de gestão sustentável nas grandes empresas, de maneira quehaja uma diminuição no desperdício de matéria-prima, bem como investir no desenvolvimento de produtos com baixo custo de energia; � Atitudes compromissadas voltadas para o consumo racionalizado de água, evitando o desperdício. É preciso também adotar medidas que objetivem a não poluição dos recursos hídricos, e também a despoluição daqueles que já se encontram impróprios para uso. 26 1.4 - Problemas ambientais em escala global Em virtude do crescimento demográfico e o contínuo crescimento das áreas urbanas, as atividades humanas sobre os recursos naturais aumentaram significativamente nos últimos anos. Naturalmente que as consequências destas ações humanas de degradação ambiental assumem um caráter global, afetando, portanto, todos os países e pessoas do mundo. Para termos uma ideia superficial, basta atentarmos para o fato de nossas ações estarem influenciando a mudança do clima no mundo todo. Os resultados visíveis destas ações são: 1 – As perturbações do efeito estufa, aquecendo a temperatura do mundo todo; 2 – A significativa redução da camada de ozônio, proteção natural contra os raios nocivos emitidos pelo sol; 3 – Os impactos no ecossistema, causando a drástica diminuição da biodiversidade, ou seja, espécies da fauna e flora ameaçadas e algumas até extintas. 27 Vejamos agora, de maneira pormenorizada os efeitos e impactos de cada um dos três fenômenos citados acima: 1 – Efeito estufa Trata-se de um processo que ocorre quando boa parte da radiação emitida pelo sol reflete na superfície do nosso planeta, contudo, esta radiação é absorvida por determinados gases presentes na atmosfera. Consequentemente, o calor que deveria ser liberado para o espaço fica retido. É importante lembrar que, em certa medida, o efeito estufa é importante para a vida na terra. O problema, contudo, está na intervenção do homem no meio ambiente, sua ação destruidora gera impactos catastróficos, agravando o efeito estufa, logo, originando o aquecimento global. O fato é que o dióxido de carbono (CO²), causador do efeito estufa, é produzido a partir da queima de combustíveis fósseis usados, sobretudo, em veículos automotores movidos a gasolina e a diesel. Naturalmente que este não é o único agente causador deste fenômeno, existem outros como as queimadas em florestas, recorrentes na América do Sul. Em razão do aumento da emissão desses gases, bem como a poeira que vai para a atmosfera, haverá inevitavelmente um aumento equivalente na temperatura do ar, consequentemente um significativo aumento dos oceanos e outros ecossistemas. Em suma, se não houver um retrocesso na emissão de gases, esse fenômeno certamente resultará numa infinidade de transformações no espaço natural e na vida do homem. 28 2 – Camada de ozônio O ozônio é um dos gases mais importantes da atmosfera, uma vez que protege a Terra da radiação ultravioleta (UV) emitidas pelo sol, servindo como uma espécie de filtro. O fato é que esta substância junto à superfície terrestre é prejudicial, sobretudo em concentrações elevadas. A constante destruição da camada de ozônio, como dissemos, acarreta no aumento dos raios UV, este por sua vez, provoca profundos impactos nos ecossistemas marinhos, basta observar a destruição de corais, plânctons, entre outros danos. O impacto reflete também no próprio homem, uma vez que pode provocar câncer de pele e muitas outras doenças. Os principais responsáveis pelo buraco na camada de ozônio são os hidrocarbonetos cloro fluorados, mais conhecido como gás CFC, substância esta que até pouco tempo atrás figurava em uma vasta gama de produtos, como, desodorantes aerossóis, motores de geladeira, solventes etc. Outro impacto decorrente do buraco na camada de ozônio é o crescimento do nível dos mares, isto ocorre em razão do degelo provocado pelo aquecimento global. De acordo com especialistas, a região mais afetada é o oceano Ártico. Vale lembrar que estes gases permanecem na atmosfera durante mais de 50 anos. Nos últimos anos a camada de gelo desse oceano tornou-se 40% mais fina, bem como 14% menor. Isso porque houve um aumento considerável na temperatura média do planeta. Segundo estudos da NASA, Agência Americana de Pesquisas Espaciais, nos últimos 30 anos a temperatura no mundo aumentou 2,75°C. Ainda de acordo com o mesmo estudo, o gelo ártico vem diminuindo 19% a cada dez anos desde 1980. Já na Antártida, no outro extremo do globo, os impactos também são visíveis. A temperatura da região sofreu elevação de 2,5°C desde 1940. 29 Parece pouco, mas o fato é que estas pequenas mudanças no ecossistema afetam todos nós, de maneira direta ou indireta. Neste sentido, a revista britânica Science alerta para o fato de que a neve que cobre o monte Kilimanjaro, na Tanzânia, corre sério risco de desaparecer nas próximas duas décadas. Como vemos, os impactos causados pela ação do homem são sentidos em todo o mundo, o aquecimento global é apenas um dos fatores que movem esta cadeia de fenômenos naturais, originados pela intervenção do homem no meio ambiente. De acordo com a ONU, Organização das Nações Unidas, os países e regiões que mais contribuem para o aumento do aquecimento global, em virtude da emissão de CO² são: 1° Estados Unidos da América – 37,3%; 2° Europa – 27,7%; 3º Rússia – 13,7%; 4° China e Índia – 12,2%; 5° América Central e do Sul – 3,8%; 6° Japão – 3,7%; 7° Oriente Médio – 2,6%; 8° África – 2,5%; 9° Canadá – 2,3%; 10° Austrália – 1,1%. É possível observar, no ranking acima, que os maiores emissores de CO² são os países desenvolvidos, talvez em razão de seus respectivos progressos. O fato é que somente os EUA e países da Europa são responsáveis por mais da metade de todo o gás emitido na atmosfera. 30 3 – Impactos nos ecossistemas Como vemos, trata-se de um evento em cadeia. Segundo pesquisas científicas recentes, o aquecimento global ocorrido nos últimos 100 anos, tem provocado sérias transformações em nosso planeta, entre elas destacam-se: � A fusão das calotas polares, ocasionando o aumento do nível médio das águas do mar, bem como a erosão de áreas costeiras; � As profundas alterações climáticas observáveis pelo considerável aumento de calor, resultando em estiagem fora de época; � Os altos índices de incêndio em florestas e zonas de preservação, fator este que colaboram, e muito, para o aumento da camada de ozônio; � O aumento de áreas desertificadas resultantes do drástico aumento da temperatura; � O aumento da temperatura média dos oceanos, provocando um maior índice de tempestades, monções, furacões, tornados etc; � A propagação de doenças como malária, dengue, febre amarela, entre outras; � O aumento da incidência de câncer de pele e problemas oftalmológicos; � A reduçãosignificativa da biodiversidade, em razão das alterações climáticas, levando à extinção várias espécies animais e vegetais. � A ruptura das cadeias alimentares; No gráfico abaixo é possível perceber quais são as espécies mais afetadas por este fenômeno. Observe: 31 : fonte:www.forma-te.com/.../21408-problemas-ambientais.html Como podemos notar, as espécies mais afetadas serão as marítimas, já que os impactos do efeito estufa se manifestam primeiramente no nível dos mares, posteriormente as aves, e assim por diante, tal qual aponta o gráfico. O fato é que nenhuma espécie está imune, nem a espécie humana. 1.5 – Legislação de proteção ao meio ambiente Nos últimos tempos há um consenso mundial acerca das questões ambientais. A maioria dos países possui uma legislação específica que visa proteger e fiscalizar a exploração dos recursos naturais. Lampejos de preocupação foram esboçados durante a década de 1960, entretanto, somente após a realização de eventos internacionais como a Declaração Universal do Meio Ambiente, estabelecida na Conferência das Nações Unidas, em Estocolmo, na Suécia, em 1972, é que a sociedade internacional abriu os olhos para estas questões. 32 Os países passaram a se preocupar com o meio ambiente, criando leis de proteção à fauna, à flora e aos recursos naturais de um modo geral. Em suma, tudo ou quase tudo que diz respeito à natureza, bem como a sua preservação. O aspecto comportamental do homem passou a ter considerável importância, uma vez que estas mudanças só ocorreram em razão da ação do homem na natureza. O fato é que a Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, reorganizou nossa legislação que até então, possuía muitas lacunas. Atualmente, o simples ato de jogar resíduos sólidos nas praias e no mar, ou em qualquer outro recurso hídrico, tornou-se infração grave. Muito embora haja deficiências nos mais diversos setores da nossa sociedade, o Brasil está muito adiantado em relação a outros países, até mesmo aos europeus. A política ambiental brasileira, apesar de pouco aplicada, inibe a ação e a atividade ambientalmente criminosa. O que falta é um pouco de velocidade no processo de implementação dessas políticas, além de uma robusta fiscalização. A seguir tem-se uma tabela com uma síntese, em ordem cronológica, da Legislação Ambiental Brasileira, dividida pelas seguintes categorias, Diploma Legal, Tema e Assunto: DIPLOMA LEGAL DATA TEMA ASSUNTO Decreto nº 6.365 24/01/2008 Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional Rio São Francisco Dá nova redação ao art. 8o do Decreto no 5.995, de 19 de dezembro de 2006, que institui o Sistema de Gestão do Projeto de Integração do Rio São Francisco com as Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional; Decreto nº 6.321 21/12/2007 Bioma Amazônia Dispõe sobre ações relativas à prevenção, monitoramento e controle de desmatamento no Bioma Amazônia, bem como altera e acresce dispositivos ao Decreto no 3.179, de 21 de setembro de 1999, que dispõe sobre a especificação das sanções aplicáveis às condutas e atividades lesivas ao meio ambiente; 33 Resolução CONAMA nº 394 06/11/2007 Fauna Estabelece os critérios para a determinação de espécies silvestres a serem criadas e comercializadas como animais de estimação; Resolução CONAMA nº 393 08/08/2007 Descarte de água Dispõe sobre o descarte contínuo de água de processo ou de produção em plataformas marítimas de petróleo e gás natural; Resolução CONAMA nº 392 25/06/2007 Mata Atlântica Definição de vegetação primária e secundária de regeneração de Mata Atlântica no Estado de Minas Gerais; Resolução CONAMA nº 391 25/06/2007 Mata Atlântica Define vegetação primária e secundária nos estágios inicial, médio e avançado de regeneração da Mata Atlântica no Estado da Paraíba; Decreto nº 6.107 02/05/2007 Comissão Interministerial Recursos do Mar Dá nova redação ao art. 3o do Decreto no 3.939, de 26 de setembro de 2001, que dispõe sobre a Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (CIRM); Decreto nº 6.063 20/03/2007 Florestas Regulamenta, no âmbito federal, dispositivos da Lei no 11.284, de 02 de março de 2006, que dispõe sobre a gestão de florestas públicas para a produção sustentável; Resolução CONAMA nº 388 23/02/2007 Mata Atlântica Dispõe sobre a convalidação das Resoluções que definem a vegetação primária e secundária nos estágios inicial, médio e avançado de regeneração da Mata Atlântica para fins do disposto no art. 4o § 1o da Lei no 11.428, de 22 de dezembro de 2006; Decreto nº 6.043 12/02/2007 Biodiversidade Dá nova redação ao art. 7o do Decreto no 4.703, de 21 de maio de 2003, que dispõe sobre o Programa Nacional da Diversidade Biológica - PRONABIO e a Comissão Nacional de Biodiversidade; Decreto nº 6.040 07/02/2007 Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável Institui a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais; Lei nº 11.428 22/12/2006 Mata Atlântica Vegetação Dispõe sobre a utilização e proteção da vegetação nativa do Bioma Mata Atlântica 34 Decreto nº 5.995 19/12/2006 Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional Rio São Francisco Institui o Sistema de Gestão do Projeto de Integração do Rio São Francisco com as Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional. O Decreto nº 6.365, de 24 de janeiro de 2005, dá nova redação ao art. 8o deste decreto; Decreto nº5.940 25/10/2006 Coleta Seletiva Institui a separação dos resíduos recicláveis descartados pelos órgãos e entidades da administração pública federal direta e indireta, na fonte geradora, e a sua destinação às associações e cooperativas dos catadores de materiais recicláveis; Resolução CONAMA nº 379 19/10/2006 Gestão Florestal Cria e regulamenta sistema de dados e informações sobre a gestão florestal no âmbito do Sistema Nacional do Meio Ambiente – SISNAMA. Resolução CONAMA nº 378 19/10/2006 Gestão Ambiental Código Florestal Define os empreendimentos potencialmente causadores de impacto ambiental nacional ou regional para fins do disposto no inciso III, § 1o, art. 19 da Lei no 4.771, de 15 de setembro de 1965; Decreto nº 5.877 17/08/2006 Gestão ambiental Fundo Nacional do Meio Ambiente Dá nova redação ao art. 4o do Decreto no 3.524, de 26 de junho de 2000, que regulamenta a Lei no 7.797, de 10 de julho de 1989, que cria o Fundo Nacional do Meio Ambiente; Decreto s/nº 13/07/2006 Comissão Nacional de Desenvolvimento Sustentável Altera a denominação, competência e composição da Comissão Nacional de Desenvolvimento Sustentável das Comunidades Tradicionais; Decreto nº 5.795 05/06/2006 Gestão de Florestas Públicas Dispõe sobre a composição e o funcionamento da Comissão de Gestão de Florestas Públicas; Decreto nº 5.794 05/06/2006 Florestas Altera e acresce dispositivos ao Decreto no 3.420,de 20 de abril de 2000, que dispõe sobre a criação do Programa Nacional de Florestas - PNF; Resolução CONAMA nº 373 09/05/2006 Resíduos Define critérios de seleção de áreas para recebimento do Óleo Diesel com o Menor Teor de Enxofre – DMTE; Decreto nº 5.747 06/04/2006 Pesca Promulga o Memorando de Entendimento entre o Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da República do Peru sobre a 35 Promoção do Setor Pesqueiro, celebrado em Lima, em 26 de agosto de 2003; Resolução CONAMA nº 369 28/03/2006 Área de Preservação Permanente – APP Dispõe sobre os casos excepcionais, de utilidade pública, interesse social ou baixo impacto ambiental, que possibilitam a intervenção ou supressão de vegetação em Área de Preservação Permanente – APP; Resolução CONAMA nº 368 28/03/2006 Licenciamento ambiental Altera dispositivos da Resolução n o 335, de 03 de abril de 2003, que dispõe sobre o licenciamento ambiental de cemitérios; Lei nº 11.284 02/03/2006 Gestão Ambiental Florestas Dispõe sobre a gestão de florestas públicas para a produção sustentável; institui, na estrutura do Ministério do Meio Ambiente, o Serviço Florestal Brasileiro – SFB; cria o Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal - FNDF; altera as Leis nos 10.683, de 28 de maio de 2003, 5.868, de 12 de dezembro de 1972, 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, 4.771, de 15 de setembro de 1965, 6.938, de 31 de agosto de 1981, e 6.015, de 31 de dezembro de 1973. Regulamentada pelo Decreto nº 6.063, de 20 de março de 2007. Alterada pela Lei nº 11.516, de 28 de agosto de 2007; Decreto nº 5.705 16/02/2006 Biossegurança Promulga o Protocolo de Cartagena sobre Biossegurança da Convenção sobre Diversidade Biológica; Decreto nº 5.593 23/11/2005 Gestão Ambiental Dá nova redação a dispositivos do Regulamento do Fundo de Desenvolvimento da Amazônia, aprovado pelo Decreto no 4.254, de 31 de maio de 2002. Fonte: http://www.sma.salvador.ba.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=224&Itemid=7 Naturalmente que o conteúdo acima não representa a totalidade da Legislação Ambiental Brasileira, contudo, pode elucidar algumas questões pontuais acerca dos dispositivos legais que permitem a preservação, bem como a manutenção do meio ambiente. 36 Certo é que são muitas as dificuldades a serem transpostas pelos países em desenvolvimento, ainda mais quando se trata de infraestrutura. Têm-se impasses políticos e econômicos, no entanto, o maior desafio é mudar o comportamento da sociedade. Toda e qualquer ação de desenvolvimento sustentável só surtirá efeito se as pessoas mudarem sua forma de pensar, não mais encarando suas atitudes como algo sem importância e nulas de consequência, mas sim, como parte integrante do problema e, sobretudo, da solução. 37 Unidade 2 – Práticas Sustentáveis Olá! Nesta unidade trataremos das questões práticas, isto é, a forma como nossas ações promovem a sustentabilidade, abordaremos um tema que muito vem preocupando as autoridades, a geração de resíduos, que tanto atrapalha o desenvolvimento sustentável nas pequenas e grandes cidades. Também veremos como funciona o processo de aproveitamento de resíduos orgânicos, bem como os benefícios da coleta seletiva de lixo. Em suma, abordaremos a sustentabilidade de maneira prática e funcional, destacando as pequenas atitudes que favorecem a preservação do meio ambiente. Bom curso! 2.1 – Consumo sustentável Caracteriza-se como consumo sustentável, um modo de consumir de maneira que supra as necessidades da geração presente, sem comprometer as gerações futuras. O que nos leva a pensar que nossa forma de consumo deva evitar qualquer tipo de desperdício após o uso. Levando-se em consideração os bens produzidos com tecnologia e materiais menos ofensivos à natureza, bem como a utilização racional dos bens de consumo menos impactantes. 38 É fundamental nesta prática, se preocupar com a destinação dos eventuais resíduos, de maneira que não provoque a degradação do meio ambiente. Em síntese, é aproximar o conceito da sustentabilidade à atividade de consumo. É de suma importância pensar no termo consumo sustentável, no ponto de vista da concepção dos 3R’s. Trata-se de três regras básicas que fundamentam esta forma racionalizada e inteligente de consumir. Veja: 1° Redução: recomenda-se evitar consumir o desnecessário, ou seja, o supérfluo. Em outras palavras, é a contramão da cultura de consumo, em que adquirir tantos produtos quanto o dinheiro pode comprar é uma forma acelerada de degradar o meio ambiente. 2º Reutilização: refere-se a um maior aproveitamento de embalagens, plásticos e vidros. Trata-se de ampliar a vida útil do produto e não descartá-lo assim que consumido. 3º Reciclagem: é a prática mais importante das três regras, ela nos orienta a transformar determinado material em um novo produto, ou mesmo um produto semelhante ao primeiro. O consumo sustentável reside nas pequenas atitudes do nosso dia a dia. Cada um de nós é responsável, ao menos em parte, pela manutenção e preservação do meio ambiente. Abaixo, um conjunto de práticas de consumo sustentável que podem ser adotadas facilmente em nossa rotina: � Diminuir a impressão de documentos e utilizar papel reciclável; � Trocar o transporte individual por coletivo ou bicicleta. Outra solução é optar por carros elétricos, embora estes ainda estejam fora da realidade do país; � Não descartar óleo de frituras na pia da cozinha. Este material pode ser doado às cooperativas que produzem sabão, os rios agradecem; 39 � Optar, quando possível, pelo consumo de frutas, verduras e legumes orgânicos, não se esquecendo de que seus resíduos servem também de adubo orgânico; � Sempre comprar móveis de madeira certificada; � Usar lâmpadas eletrônicas ou LED, pois consomem menos energia elétrica do que as incandescentes; � Utilizar aquecedores solares dentro de casa, pois diminuem o consumo de energia elétrica; � Fazer a reciclagem de lixo material, ou ao menos a separação de materiais de maneira que facilite a coleta, por exemplo, plástico, metais, papéis etc; � Realizar compostagem, transformando resíduos orgânicos em adubo, reutilizando este material em jardins e vasos de flores; � Diminuir o consumo de energia: tomar banhos rápidos, desligar luzes de cômodos que não têm pessoas, optar por aparelhos de baixo consumo de energia, desligar a água enquanto se barbear ou escovar os dentes, entre outros; � Levar sacolas ecológicas ou caixas de papelão ao supermercado, para que não se utilize as sacolas plásticas oferecidas; � Urinar durante o banho: desta forma é possível economizarágua da descarga do vaso sanitário, que pode chegar a 15 litros por descarga. A seguir, um texto que pode elucidar possíveis dúvidas a respeito do tema “consumo sustentável”. Trata-se de uma aplicação destes conceitos no dia a dia, através de pequenas ações que possibilitam diminuir o tamanho do estrago que o consumo demasiado e o descarte de resíduos causam ao meio ambiente: 40 Sustentabilidade na prática O termo sustentabilidade nunca foi tão falado quanto nos dias atuais. Com os problemas provocados pelas mudanças climáticas aumentando em toda parte do planeta, as pessoas começaram a se interessar mais e mais pelo assunto e a mídia, cumprindo o seu papel, passou a dar destaque a inúmeras iniciativas ligadas a essa nova forma de trabalhar, a relação entre o homem e suas necessidades, o meio ambiente que provém os meios necessários ao seu sustento e a manutenção de nossas vidas. Com isso, um número crescente de pessoas começou a se interessar pela adoção das práticas e por viverem de acordo com os preceitos preconizados pela sustentabilidade. Contudo, uma questão fundamental se fez presente e representou um desafio para muitas dessas pessoas: Como aplicar a sustentabilidade em casa? Como reduzir algo tão “estranho” e “intangível” para a maioria das pessoas como as emissões de carbono e os danos provocados, pelo nosso modo de vida, ao meio ambiente? Tão incrível como os próprios conceitos da sustentabilidade, essa aplicação revelou-se espantosamente simples e estava ao alcance de qualquer pessoa de ou classe social. E o mais surpreendente, é que sequer representava uma dificuldade de vida ou uma alteração muito traumática no modo de vida de cada uma das famílias interessadas nas “boas novas” da sustentabilidade. As “novas atitudes”, atitudes sustentáveis, além de socialmente mais aceitáveis e responsáveis, mostraram-se claras e economicamente viáveis, passando a provocar interesse também fora do círculo inicial dos “verdes” e dos “antenados”. 41 A possibilidade de economizar recursos e, em paralelo, economizar uma boa parte do dinheiro necessário para custear as despesas do lar, fez com que muito mais pessoas abraçassem uma forma sustentável de viver. Então, como aplicar a sustentabilidade em casa? Na verdade é simples, você pode promover o ensino da cultura sustentável entre familiares, amigos e vizinho. Pode trabalhar de uma forma mais sustentável desde a construção ou da reforma de sua própria casa, economizando recursos como água e energia, utilizando-se de material de construção certificado e oriundo de empresas que tenham uma postura sustentável também. Use móveis verdes, móveis construídos com madeira reciclada ou de madeira maciça oriunda de reflorestamentos, com extração certificada e garantia de origem. Trate seu esgoto corretamente. Não queime lixo ou outros detritos. Recicle o lixo orgânico transformando-o em adubo e a parte não orgânica, no que for possível. Caso seja uma boa opção; capte a água da chuva e utilize-a para a limpeza, para descarga em vasos sanitários ou para coisas onde o uso da água potável represente um desperdício. Use produtos de limpeza menos agressivos e totalmente biodegradáveis. Jamais jogue lixo nas ruas ou em locais impróprios. Desligue as luzes ao sair do ambiente iluminado. Tome banho com o chuveiro elétrico na posição “verão”. Não escove os dentes, barbeie-se ou lave roupas com a torneira aberta nos momentos em que a água não é necessária. Use menos ar condicionado e abra a geladeira apenas quando souber o que vai apanhar em seu interior. São coisas simples e fáceis que qualquer pessoa pode fazer. Gestos que proporcionam as famílias uma enorme economia, possibilitando ao planeta um tempo precioso para que se recupere dos danos que nós mesmos provocamos. Fonte: http://www.ecologiaurbana.com.br/sustentabilidade/como-aplicar-a-sustentabilidade-em-casa/ 42 Como vemos, são pequenas atitudes que ajudam a preservar o ambiente, não se pode achar que o desperdício é um fato isolado e irrelevante, seja ele qual for, doméstico ou industrial. É preciso que haja uma atitude compromissada por parte da sociedade como um todo, para que as políticas públicas de meio ambiente propiciem um desenvolvimento sustentável no ponto de vista econômico, social e cultural. 2.2 – Geração de resíduos Em virtude da explosão populacional em todo o mundo, há uma constante pressão exploradora sobre os recursos naturais, seja na exploração de matérias-primas para as indústrias ou na exploração dos espaços físicos para prover as necessidades da coletividade, como moradia, fábricas, comércios etc. Todas estas ações do homem no meio ambiente trazem profundas consequências, uma vez que se têm um grande volume de resíduos gerados neste processo, e o pior, não se tem destinação para este material, aliás, esta talvez seja a maior preocupação ambiental da atualidade. Dentre a diversidade de categorias de resíduo, destacam-se os resíduos sólidos (RS), já que representam uma significativa parte de todo o resíduo gerado no mundo e, quando mal gerenciado, torna-se um problema sanitário, ambiental e social. Naturalmente que a produção de resíduos está diretamente ligada ao poder de consumo do indivíduo ou do país. Neste sentido, destacam-se fatores como a condição 43 socioeconômica da população, o grau de industrialização da região, sua localização geográfica, entre outros determinantes. A respeito disso, Hoornweg (2000) afirma que, na maioria dos casos, “(...) quanto maior o poder econômico e maior a porcentagem urbana da população, maior a quantidade de resíduos sólidos produzidos, e quanto menor a renda da população, maior o percentual de matéria orgânica na composição dos resíduos”. O fato é que os problemas ocasionados pela excessiva geração de resíduos podem refletir em outras instâncias da sociedade, como: � Na saúde, em virtude das doenças associadas a saneamento básico; � Na economia, uma vez que isso afeta atividades, como o turismo, as indústrias, entre outros. De um modo geral, é preciso ter um melhor entendimento acerca do tema, buscando maneiras alternativas de gerenciamento de resíduos que propiciem um maior alcance populacional, dando acesso à população mais carente aos serviços de coleta, transporte, tratamento adequados aos resíduos sólidos gerados, promovendo desta forma uma melhor qualidade de vida a toda população. Os resíduos geralmente são definidos como: � Resíduos sólidos; � Resíduos semissólidos. Ambos resultam de atividades de origem industrial, hospitalar, doméstica, comercial, agrícola etc. Incluem-se os lodos oriundos do processo de tratamento de água, bem como aqueles líquidos que não podem ser lançados na rede pública de 44 esgoto, uma vez que possuem particularidades que as tornam impróprias para uso humano. O termo “ResíduosSólidos” pode ser classificado de várias maneiras, como por exemplo, de acordo com sua natureza física, isto é, seu estado físico, ou mesmo pelo grau de biodegradabilidade, que é o poder de degradação deste resíduo (BIDONE & POVINELLI, 1999). Ainda pode-se classificar o resíduo em função de sua composição química, dividindo-se em duas categorias, como matéria orgânica ou inorgânica, bem como em função de sua origem e grau de periculosidade. Contudo, em meio a tantos critérios, os mais determinantes são os que classificam os resíduos sólidos de acordo com seu grau de periculosidade, além de seus impactos na saúde das pessoas e ao meio ambiente, considerando sua fonte geradora. Em outras palavras, o resíduo hospitalar oferece, de um modo geral, muito mais riscos à saúde e ao meio ambiente do que o resíduo doméstico, portanto, de menor periculosidade. Muito embora seja importante ressaltar que ambos são nocivos, causadores de impactos negativos ao meio ambiente e à saúde pública. De acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas – NBR 10.004/04, os resíduos sólidos se dividem da seguinte forma: a) Resíduos classe I – Perigosos: referem-se àqueles que apresentam alto grau de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade ou patogenecidade, isto é, são aqueles que apresentam bastante riscos à saúde pública e ao meio ambiente, provocando mortalidade, incidência de doenças ou aumentando seus índices; b) Resíduos classe II – Não perigosos: esses resíduos são subdivididos em 45 “resíduos classe II A” – Não inertes e “resíduos classe II B” – Inertes; b1) resíduos classe II A – Não inertes: referem-se àqueles que não se enquadram nas classificações previstas na categoria “classe I – Perigosos”, nem na “classe II B – Inertes. Trata-se dos resíduos que têm propriedades de biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em estado líquido; b2) resíduos classe II B – Inertes: trata-se dos resíduos que quando em contato com a água não tenham nenhum de seus constituintes solubilizados, isto é, não biodegradáveis. Fonte: www.abnt.org.br/ Resíduos sólidos urbanos (RSU) Esta categoria de resíduos sólidos é resultado direto do lixo produzido: a) nas residências: também conhecido como resíduo doméstico ou domiciliar, é oriundo dos lares, constituído em grande parte pelo resto de alimentos, papéis, papelão, vidros, metais ferrosos, plásticos, madeira, entre outros materiais; b) pelos serviços de saúde: trata-se do resíduo de serviços de saúde (RSS), proveniente de hospitais públicos e privados, clínicas médicas e veterinárias, laboratórios de análise, farmácias, centros de saúde, consultórios odontológicos entre outros estabelecimentos da mesma natureza. Esta categoria pode subdividir-se em: b¹) resíduo comum: consiste em restos de alimentos, papéis, invólucros etc; 46 b²) resíduo séptico: trata-se do material médico como bisturis, tesouras, alicates, seringas etc. c) pelo setor da construção civil: também conhecido como resíduo de construção e demolição (RCD), refere-se à entulho oriundo de construções, reformas, demolições, restos de obras e de escavações de terrenos, entre outros. Esta categoria de resíduos corresponde à aproximadamente 50% de todo o resíduo sólido produzido nas áreas urbanas do Brasil e do mundo. (PINTO, 1999; FREITAS et al., 2003; SARDÁ e ROCHA, 2003); d) pelos portos, terminais rodoviários e ferroviários: constituem os resíduos sépticos, já que podem conter organismos patogênicos nos materiais de higiene e de uso pessoal, em resto de alimentos etc. Estes resíduos são provenientes de locais onde há grande trânsito de pessoas e mercadorias; Têm-se ainda, os resíduos de serviços, que se classificam em: f) resíduos de serviços comerciais: estes abrangem os resíduos resultantes dos milhares de estabelecimentos comerciais das áreas urbanas, como por exemplo, os escritórios, hotéis, lojas, restaurantes, supermercados, quitandas etc; g) resíduos de limpeza de bocas de lobo: correspondem ao resíduo captado através do serviço de limpeza pública, nas galerias subterrâneas e bueiros. Este material é em grande parte, constituído por plásticos, papéis e, não raro, objetos como sofás, pneus etc. h) resíduos de varrição de feiras livres e outros: refere-se ao resíduo advindo da limpeza pública urbana, isto é, é resultado direto da ação dos varredores de rua, da coleta de lixo, limpeza de feiras livres, terrenos, córregos, praias etc. Resíduos industriais 47 Este tipo de resíduo sólido é constituído basicamente pelo material descartado pelas indústrias, abrange os resíduos radioativos e os resíduos agrícolas. Vejamos cada um deles de maneira detalhada: a) resíduos das indústrias de processamento: referem-se aos materiais descartados por indústrias de seguimentos diversos. São, de um modo geral, muito variados e apresentam características diversificadas, uma vez que depende diretamente do tipo de produto manufaturado, sendo assim deve ser estudados caso a caso. b) resíduo radioativo, ou também conhecido como lixo atômico: é o material descartado que emite grande quantidade de radiação, bem acima dos limites permitidos pelas normas brasileiras. Na maioria dos casos, é originado dos combustíveis nucleares. Este tipo de resíduo, de acordo com a legislação que os especificam são de competência da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN); c) resíduos agrícolas: como o próprio nome diz, referem-se aos resíduos gerados pela produção agrícola ou pecuária, como por exemplo, as embalagens de adubo, defensivos agrícolas, ração animal, restos de colheita, esterco animal etc. Vale ressaltar que as embalagens de agroquímicos, em razão de sua composição com alto grau de toxicidade, são submetidas a uma legislação específica. Resíduos sólidos especiais Em razão de suas características peculiares, alguns resíduos sólidos são considerados especiais, esta categoria abrange os pneus, as pilhas, baterias de celular, lâmpadas fluorescentes etc. Aprofundemos nosso olhar sobre cada um destes materiais: 48 a) pneus: muitos são os problemas ambientais causados pelo descarte de pneus usados, muitas vezes, este material é abandonado em local aberto, sujeitos à chuva, ensejando males e doenças, uma vez que se trata de um local propício à proliferação de mosquitos transmissores de doenças; O descarte inadequado deste tipo de resíduo pode gerar impactos extremamente negativos, como vimos acima, contudo, este material é extremamente reutilizável, servindo para produção de asfalto ecológico e outros materiais. b) pilhas e baterias de celular: em razão de suas características tóxicas e da impossibilidade de impedir seu descarte no lixo residencial, em 1999, no Brasil, fora publicada a Resolução CONAMA n° 257 que “atribui a responsabilidade do acondicionamento, coleta, transporte, disposição final de pilhas e baterias aos comerciantes, fabricantes, importadores e à rede autorizada de assistência técnica. Este tipo de material deve ter a mesma destinaçãoe tratamento dos resíduos perigosos “Classe I”; Interessante ressaltar as ações de alguns países europeus que realizam o devido tratamento deste tipo de resíduo, por meio de acordos entre fabricantes, importadores e governo, e conseguiram reduzir em 60%, somente no primeiro ano, o descarte deste material no lixo doméstico, aumentando este índice para 90% no segundo ano. (HARTLÉN, 1996). c) lâmpadas fluorescentes: muito embora sejam econômicas, estas lâmpadas liberam mercúrio quando são quebradas, queimadas e/ou enterradas, constituindo assim um resíduo extremamente perigoso, cabível na “Classe I”, uma vez que o mercúrio é tóxico e nocivo ao sistema nervoso humano e, quando ingeridos ou inalados podem gerar uma diversidade de problemas fisiológicos. O mercúrio é uma substância biocumulativa, isto é, transmitida de organismo a organismo. Os animais que entram em contato com essa substancia detém grande concentração em seus corpos, podendo causar sérios danos à saúde dos seres humanos que se alimentem desses animais. 49 Como vemos, há uma diversidade de resíduos oriundos das mais diversas atividades humanas, que devem ser tratados adequadamente, cada qual de acordo com suas peculiaridades e características. De maneira superficial temos na figura a seguir, um esquema de classificação dos resíduos sólidos, de acordo com o descrito acima. Observe: Fonte:http://www.deecc.ufc.br/Download/Gestao_de_Residuos_Solidos_PGTGA/CONSIDERACOES_SOBRE_RESIDUOS_SOLI DOS.pdf De uma forma ou de outra, a geração de resíduos é um processo único, que muito embora se subdivida em categorias diversas, produz um único impacto no meio ambiente, a degradação. O fato é que classificando estes resíduos de acordo com os critérios que apresentamos, é possível aperfeiçoar seu tratamento, bem como sua destinação. Esta geração descontrolada de resíduos constitui uma das maiores preocupações dos especialistas ambientais, que reiteram a urgência de se encontrar alternativas de tratamento deste material descartado. 50 2.3 – Aproveitamento de resíduos orgânicos Em tempos de preocupações com o meio ambiente, ganha-se relevância a questão dos resíduos sólidos orgânicos. O Brasil é um dos países que mais desperdiça alimentos, dado que contrasta com a situação de pobreza de boa parte da população. No Brasil foi promulgada em 2010, a Lei da Política Nacional de Resíduos Sólidos, nº 12.305/2010. Ela trata do gerenciamento de resíduos sólidos no país e inova quanto às responsabilidades dos geradores de resíduos. Um dos vários objetivos dessa lei é dar fim aos lixões e aterros inadequados, que são verdadeiros habitats de doenças epidêmicas e degradadoras da qualidade do meio ambiente. Segundo a lei, a disposição irregular de resíduos sólidos, mesmo que orgânicos, acarretará em danos irreversíveis ao meio ambiente, podendo ocasionar, inclusive, a contaminação de lençóis freáticos. Os lixões surgiram em meio ao desmedido crescimento populacional das grandes cidades e, em virtude do descaso do poder público quanto à destinação desses resíduos urbanos, foram sendo criados espaços, muitas vezes, para o armazenamento deste material nocivo. 51 O crescimento desordenado aliado à falta de planejamento por parte do Estado, agravou significativamente o problema com o passar do tempo. Entende por lixão, um espaço onde são descartados resíduos a céu aberto, sem fiscalização alguma. Neste contexto socioeconômico, em razão da exclusão social, nasce a atividade de catador de lixo, aliás, esta atividade é responsável pelo sustento de milhares de famílias no Brasil. Este tema, resíduos urbanos, serviu de inspiração ao cineasta Vik Muniz, que produziu o premiado documentário “Lixo extraordinário”. O filme retrata bem a realidade da questão ambiental no Brasil. O fato é que precisamos refletir acerca da questão do lixo urbano, que acarreta em desastrosas consequências sociais e ambientais. Uma das soluções propostas pela lei é a implantação de aterros sanitários. Entretanto, ainda há muita resistência social para a criação de aterros, talvez pela constante confusão dos termos, ou seja, a coletividade confunde aterros fiscalizados e controlados pelo poder público, com lixões clandestinos e ilegais. Segundo a Lei nº. 12.305/10, a destinação dos resíduos sólidos para aterros sanitários é considerada como disposição final ambientalmente adequada, justamente porque, no caso dos aterros não há possibilidade de contaminação do solo ou de proliferação de vetores de doenças epidêmicas. Neste sentido, com o objetivo de aumentar os benefícios ambientais e reduzir os impactos negativos da destinação dos resíduos sólidos, a Política Nacional do Meio Ambiente previu a elaboração de planos de resíduos, nas três esferas da Federação. Uma vez que serão construídos com tecnologias de ponta no tratamento de resíduos, os aterros sanitários além de armazenar este material também permitirão a captação de biogás, fonte de energia oriunda da decomposição de resíduos orgânicos, 52 deste modo, contribuirão para a diminuição das emissões de gases causadores do efeito estufa. O gás captado pelo processamento deste material orgânico poderá ser fonte de geração de energia, em virtude de seu elevado valor calorífero, isto é, tem grande poder de combustão. É bem verdade que esta tecnologia ainda demanda altíssimos custos, sendo em muitas vezes, inviável na prática. Porém, pode ser uma saída interessante para o déficit energético do país, além de uma solução para a destinação dos resíduos sólidos urbanos. Em síntese, vimos que as questões ambientais ensejam mercados potenciais diversos, desde a inclusão social e econômica por meio da captação de material reciclado, até a produção de gás resultante do processamento de resíduos sólidos orgânicos. 2.4 – Coleta seletiva de lixo Trata-se de um termo recente, utilizado para designar o recolhimento dos materiais que são passíveis de serem reciclados. A coleta seletiva pressupõe um tratamento específico com estes tipos de resíduos sólidos. Dentre os vários materiais destacam- se o vidro, papel e papelão, metais, alumínio, plástico etc. Estes são os mais recorrentes no processo de tratamento de resíduos. 53 A separação e tratamento deste material evitam possíveis contaminações dos materiais reaproveitáveis, desta forma tornando a atividade mais lucrativa, já que diminui os custos do processo de reciclagem. A coleta seletiva de lixos aliada à reciclagem de resíduos constituem interessantes soluções para as questões ambientais, justamente por estarem diretamente ligadas à diminuição do volume de lixo nos grandes centros urbanos. A aplicação efetiva do sistema de coleta seletiva depende, impreterivelmente, da participação da sociedade, ou seja, nós devemos colocar em prática a separação de materiais e resíduos. Atualmente é bastante observável
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