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Feminismos, políticas, gênero e sexualidade
Prof. Roberto Josino
Qual o limite da aceitabilidade do feminismo no mundo hoje? Até que ponto a mulher é “tolerada”? Quais as aberturas que o controle biopolítico permite e quais ele ainda limita?
A mulher no mercado de trabalho – A mulher chefe de família – A mulher consumindo – A mulher na rua – A mulher no lazer – O comportamento da mulher fora de casa: com quem anda, se anda só, que roupa veste, etc – a prática da prostituição etc. 
O Gênero articulado com outros marcadores sociais: classe, raça, sexualidade, etc. 
“Lutar contra a violência que sofrem as mulheres significa, a meu ver, não apenas enfrentar situações palpáveis como o estupro, a violência doméstica, a inferiorização, a humilhação e a exclusão física das mulheres, mas enfrentá-las também no plano simbólico e do imaginário social, transformando as formas misóginas e sexistas de pensar que hierarquizam o mundo e produzem regimes de verdade autoritários e excludentes.” – Margareth Rago
Conforme Tânia Swain, o feminismo deve possibilitar “[…] a construção de uma nova memória social, de um novo sujeito político, filosófico, artístico, que não é mais o ‘outro’, nem o ‘diferente’, que não é mais o ‘feminino’, cuja definição seria por oposição e inferioridade. […]” 
Exemplo de Resistência ao controle biopolítico dos corpos das mulheres:
A Marcha das Vadias, movimento que surge a partir de 2011, reivindica o direito das mulheres de circularem pela cidade e ocuparem o espaço público sem a ameaça de sofrer risco à sua integridade física e psicológica, em especial a violência sexual, através da afirmação de que não é a roupa que elas usam, o seu comportamento ou o horário que causam a violência. Assim, as mulheres saem juntas com roupas curtas e escrevem nos seus corpos palavras como “vadia” e “puta” para provocar a estratégia dominante de culpá-las e responsabilizá-las pela violência que sofrem.
O homem e a mulher: Como funcionam o uso do espaço público e do espaço privado para os homens e as mulheres?
- A disciplina público/privada sobre o comportamento da mulher
Mulheres e mulheres: Como funciona a produção de abjeção entre as próprias mulheres?
Como ficam as políticas de segurança, saúde e acesso à cidade?
Para Butler, os sujeitos se constroem no interior de relações que forjam práticas e discursos normalizadores tão rígidos sobre o corpo, a sexualidade e o gênero, que acabam por produzir a naturalização de certa coerência e estabilidade dos mesmos. E essas relações são construídas através de exclusões, de maneira que o humano é produzido por meio de apagamentos radicais. O que é excluído, que fica à margem das fronteiras, e amedronta pela ameaça de rearticulação do discurso que tenta se manter coerente através de sua exclusão.
		
			“Ideologia de Gênero” 
Gênero: Formação, conceitos e preconceitos - resistência e política no pensamento
O que se quer dizer com o termo “Ideologia de Gênero?”
 As pessoas e instituições que se colocam contra isso que se chama de “ideologia de gênero” se colocam contra o quê exatamente?
 Que visão de mundo elas querem? Que visão de pessoas, de sujeitos, de direitos é proposta ao se colocarem contra o termo gênero?
Gênero: Formação, conceitos e preconceitos - resistência e política no pensamento
“A Ideologia de Gênero é uma narrativa que surge no interior da Igreja Católica e do Movimento Internacional e Nacional Pró-Vida e Pró-Família, com o objetivo de frear, de interromper, e se possível, retroceder as mudanças sociais e políticas decorrentes, no mundo, do uso do conceito gênero, especialmente, nas políticas de educação, saúde, legislação e direitos humanos” (FURLANI, Jimena, 2016)
“Essa narrativa se utiliza de conceitos dos Estudos de Gênero de acontecimentos históricos e teorias do Feminismo, porém convenientemente, cria sua própria lógica argumentativa e interpretativa – no meu entendimento, altamente questionáveis” (FURLANI, Jimena, 2016)
Gênero: Formação, conceitos e preconceitos - resistência e política no pensamento
A ideia de um “complô mundial” de Estados e instituições contra a vida – ONU, União Europeia e “países de esquerda”
A insistência no argumento da destruição da família
Uma ameaça ao cristianismo e à herança judaico-cristã
Gênero: Formação, conceitos e preconceitos - resistência e política no pensamento
“Os Estudos de Gênero não buscam a “destruição da família” – como a Igreja católica afirma. Mas, sim, a destituição da família natural (pai, mãe e filhos naturais biológicos) da posição de modelo único, normal e hegemônico. O que é inaceitável para aqueles que criaram a narrativa “Ideologia de Gênero” é a existência de múltiplas famílias, inclusive as adotivas, homoafetivas, monoparentais, inter-raciais, substitutas, de passagem, intergeracionais, etc (FURLANI, Jimena, 2016).
Gênero: Formação, conceitos e preconceitos - resistência e política no pensamento
Quando a Igreja Católica começa a utilizar o termo ideologia de gênero?
Após duas conferências da ONU:
- Em 1994: Conferência sobre as populações, no Cairo, Egito.
Em 1995: Conferência sobre as mulheres, em Pequim, China.
Em 1997, a delagada do Movimento Pró-Vida Dale O’Learly, que esteve presente nas conferências, lança nos Estados Unidos o livro “Agenda de Gênero”, em que relata as posições feministas durante as conferências e denuncia o início do uso do termo “gênero” nos documentos oficiais da ONU.
Em 1998, em Lima, no Peru, o tema é tratado de modo oficial pela Igreja em uma Conferência Episcopal com o tema: “La Ideologia de género: sus perigos y alcances”.
Gênero: Formação, conceitos e preconceitos - resistência e política no pensamento
Gênero: Formação, conceitos e preconceitos - resistência e política no pensamento
O que a cartilha comunica sobre os “perigos” que Ideologia de Gênero tenta afirmar:
Que ninguém é homem ou mulher; 
que cada deve escolher o que quer ser; 
que todas as crianças deverão aprender que não são meninos nem meninas e que precisam inventar um gênero pra si mesmas; 
que para isso eles vão receber materiais didáticos destinados a deformar a sua identidade; 
que isso será obrigatório por lei, portanto os pais que se opuserem serão criminalizados; 
que existem organizações muito ocupadas em destruir as famílias; 
que o discurso mais bem disfarçado para destruir a família é a ideologia de gênero
Gênero: Formação, conceitos e preconceitos - resistência e política no pensamento
Especificidade desse discurso no Brasil
O projeto de ideologia de gênero seria de um projeto frutos dos “governos de esquerda”, de cunho comunista.
O objetivo desse discurso seria instaurar uma ditadura gay, práticas de pedofilia, além de um feminismo radical, danoso, com práticas sexuais descontroladas e pervertidas, tudo isso objetivando o fim da família.
Gênero: Formação, conceitos e preconceitos - resistência e política no pensamento
Gênero: Formação, conceitos e preconceitos - resistência e política no pensamento
Teoria Queer / Estudos de Gênero
Opõem-se ao destino biológico, demonstrando o caráter atributivo e construído do SEXO e do GÊNERO
 
“Ideologia de Gênero”
Colocam o destino biológico como inquestionável. Não reconhecem o conceito gênero, apenas o conceito sexo, em sua acepção biológica-anatômica.
Gênero: Formação, conceitos e preconceitos - resistência e política no pensamento
Teoria Queer / Estudos de Gênero
Sujeito múltiplo, com múltiplas constituições:
Sexo, Gênero, Orientação Sexual, Raça-Etnia, Classe Social, Religião, Condição Física, etc
“Ideologia de Gênero”
Não reconhecem um sujeito múltiplo ou plural:
“Deus criou o homem e a mulher”
Gênero: Formação, conceitos e preconceitos - resistência e política no pensamento
Teoria Queer / Estudos de Gênero
As Identidades são percebidas e disputadas num contexto social, histórico e cultural
São termos em processo e sem finalidade, processos em construção e (re)significação permanentes.“Ideologia de Gênero”
Não reconhece a mutabilidade das identidades como possíveis. Entende que o ser humano nasceu à imagem e semelhança de deus não podendo ser modificado. “Deus criou o macho e a fêmea”. Ex: Não aceita os sujeitos da diversidade sexual.
Gênero: Formação, conceitos e preconceitos - resistência e política no pensamento
Teoria Queer / Estudos de Gênero
Reconhece as identidades de gênero e as orientações sexuais, bem como entende a fluidez desses termos. Reconhece os múltiplos pertencimentos étnico-raciais, não realizando hierarquias entre eles. Reconhece, portanto, o sujeitos LGBTTQ e as diversas formas de religião, a exemplo das religiões de matriz africana.
“Ideologia de Gênero”
Não reconhece a identidade de gênero, a orientação sexual diversa e a origem étnico-racial como pertencimentos identitários. Não aceita sujeitos LGBTTQ e religiões de matrizes africanas. Ex: negativa às leis 10.639/2003 e 11.645/2008
 
Gênero: Formação, conceitos e preconceitos - resistência e política no pensamento
Teoria Queer / Estudos de Gênero
Não nega a biologia, mas questiona o determinismo biológico. A reprodução é vista como uma escolha, assim como a maternidade e a paternidade. Reconhece relacionamentos baseados no afeto e no consentimento livre dos sujeitos, independente do sexo, orientação e identidade de gênero. 
“Ideologia de Gênero”
Acolhe o determinismo biológico:
“Crescei e mutiplicai”. “Filhos(as) são dádivas de Deus”.
Aceitam a procriação fruto de relações naturais. Ideia de complementariedade entre o homem e a mulher.
Gênero: Formação, conceitos e preconceitos - resistência e política no pensamento
Teoria Queer / Estudos de Gênero
Reconhece todos os formatos de família. Fala em “famílias contemporâneas”, “novos arranjos familiares”, família homoafetiva, família adotiva, família monoparental, etc.
“Ideologia de Gênero”
Reconhece apenas um modelo de família, conforme a tradição judaico-cristã. 
“A família é uma só: homem, mulher e filhos naturais, originários do casamento”. 
Imposição do Estatuto da Família.
Gênero: Formação, conceitos e preconceitos - resistência e política no pensamento
Teoria Queer / Estudos de Gênero
Aceitam e promovem a discussão de temas como:
Direito de livre escolha da mulher
Direitos sexuais e reprodutivos
Aborto
Formas de anticoncepção
Eutanásia
Pesquisas com células tronco.
“Ideologia de Gênero”
Se colocam CONTRA qualquer discussão e aceitação dos mesmos temas:
Direito de livre escolha da mulher
Direitos sexuais e reprodutivos
Aborto
Formas de anticoncepção
Eutanásia
Pesquisas com células tronco.
Gênero: Formação, conceitos e preconceitos - resistência e política no pensamento
Teoria Queer / Estudos de Gênero
Discutem a existência e se colocam CONTRA a:
- Cultura do Estupro
“Ideologia de Gênero”
Não reconhece a existência e faz pouco caso dos estudos feministas sobre a Cultura do Estupro.
 
Gênero: Formação, conceitos e preconceitos - resistência e política no pensamento
Teoria Queer / Estudos de Gênero
São um múltiplo de teorias e conceitos de diferentes ciências humanas. Coloca como possibilidade analítica a existência de vários feminismos. 
“Ideologia de Gênero”
Apresenta o feminismo apenas como uma vertente radical e deturpada do marxismo (especialmente no contexto brasileiro). Desvaloriza e ridiculariza o feminismo e as pessoas feministas.
Gênero: Formação, conceitos e preconceitos - resistência e política no pensamento
	O problema do termo “Ideologia”
A Crítica de Foucault à noção de Ideologia 
Haveria um saber neutro? (todo saber se utiliza de técnicas e implica numa verdade ética que, por sua vez, implica a construção de um determinado formato de mundo)
Ex: O caso da Escola sem partido
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