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RESUMO PEDIATRIA I e II

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Resumo Odontopediatria I e II
	
O MEDO:
-Etiologia: O ambiente familiar é o causador da maioria dos temores da criança. A superproteção, ansiedade, rejeição, preocupação e apreensão exagerada dos pais são os principais fatores desencadeantes do medo.
*Medo biológico: instinto de conservação, fator biológico de defesa e proteção.
*Medo psicológico: com menos defesa intelectual mas ainda capaz do indivíduo contê-lo; ex: medo de hospitalização.
*Medo condicionado: influência direta na conduta, processo pelo qual uma coisa que não representa ameaça alguma torna-se temida por estar associada na mente do indivíduo a algo assustador.
*Ansiedade: pouca interferência na conduta.
Obs: Crianças de pequena idade é difícil distinguir medo de ansiedade.
Obs: CONDUTA: manifestação de comportamento do indivíduo; fonte:Wikipédia.
MEDO RELACIONADOS A ODONTOLOGIA:
Medo objetivo: de origem de experiências vividas diretamente pela criança, e que provoca emoções dolorosas ou desagradáveis, é dividido em objetivo direto e indireto.
Medo objetivo direto: experiência anterior desagradável sofrida pela criança durante tratamento odontológico.
Medo objetivo indireto: oriundo de experiências desagradáveis ou dolorosas que ocorreram em ambientes semelhantes ao consultório odontológico; Ex: médico, farmácia etc....
obs: O medo objetivo não está ligado apenas a experiências dolorosas mas também cansativas e desagradáveis. 
Medo subjetivo: Esse tipo ocorre por sugestões, crianças que ouviram falar de experiências desagradáveis vividas por seus pais, parentes ou amigos no consultório odontológico.
A criança grava a descrição e pode fantasiar exagerando o quadro.
O medo subjetivo é mais difícil de ser contornado que o medo objetivo, pois não há dados concretos para explicar por que as pessoas tem medo.
Quadros clínicos do medo: Visitas médicas são freqüentes e necessárias, entretanto a criança pode desenvolver o medo psicológico, principalmente quando foram submetidos a tratamentos prolongados ou hospitalizações.
Geralmente elas são assustadas e temerosas, e o clínico deve estar preparado para entender e desmitificar a associação com o consultório odontológico.
Medo do desconhecido e inesperado: Podemos fracassar em situações que nos parecem tranqüilas e em que as crianças estão sob nosso controle.
Crianças aparentemente tranqüilas podem estar ansiosas e de repente começar a chorar, ou não colaborar diante de situações simples e inesperadas. Ex: luz do refletor.
Não sendo preparadas podem assustar-se.
 FASES DE DESENVOLVIMENTO INFANTIL SEGUNDO FREUD 
 FASE ORAL (de 0 a 18 meses) 
A criança explora o corpo através da boca e da pele, Sensação de segurança e satisfação.
FASE ANAL 1ª Infância 18 meses a 3 anos 
Alcança controle de bexiga e intestinos; 
Experimenta as próprias vontades – visão clara do seu “eu”; 
FASE FÁLICA (2ª Infância – 3 a 5 anos) 
Começam a perceber e questionar diferenças entre meninos e meninas; 
Pais transmitem ideias de feminilidade e masculinidade; 
Buscam identificação com pessoas próximas para imitá-las; Complexo de Édipo: período em que a criança se apaixona pelo adulto do sexo oposto; 
FASE DE LATÊNCIA (Idade Escolar – 5 a 12 anos) 
Principal foco – criança em seu contexto social (deixa de ser o “centro” para participar do ambiente social); 
FASE GENITAL (Adolescência 13 -19 anos) 
PUBERDADE 
Início da maturidade sexual; 
Início do mundo adulto; 
Mudanças físicas e psicológicas;
Criança explora o mundo; 
A CRIANÇA NO CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO 
CARACTERÍSTICAS DA DENTIÇÃO DECÍDUA
 Odontogênese 
...é o termo empregado para a origem e formação do dente. 
Estágio de iniciação (Botão) 
1º estágio observado do feto 
6 semanas de VIU 
Formação de uma expansão da camada basal da cavidade bucal 
Falha nessa fase pode levar a ausência de dentes ou o desenvolvimento de dentes supra numerários 
Estágio de proliferação (capuz) 
Formação do germe dentário; 
Órgão do esmalte; 
Papila dentária; 
Saco dentário. 
Estágio de histodiferenciação (campânula) 
Ocorre a diferenciação celular 
Odontoblastos; 
Ameloblastos; 
Células da polpa 
Falha nessa fase pode levar a anomalias como amelogênese e dentinogênese imperfeitas 
Estágio de Morfodiferenciação (campânula avançada) 
Determinação da forma e tamanho do dente 
Falha nessa fase pode levar a alterações na forma como macrodente, dentes conoides 
Fases da Erupção 
Fase pré-eruptiva 
Tem seu início com a diferenciação dos germes dentários e termina com a completa formação da coroa 
Fase eruptiva 
Inicia-se quando a coroa está formada e termina quando o dente chega ao plano oclusal. 
Fase pós-eruptiva 
Inicia-se quando o dente entra em oclusão e termina com a perda fisiológica ou sua remoção. 
RIZÓLISE 
É um processo normal (FISIOLÓGICO) da reabsorção radicular dos dentes decíduos, que ocorre por um longo tempo e tem seu início por volta de 3 anos antes do dente esfoliar.
ESFOLIAÇÃO 
Fenômeno fisiológico; 
Relacionada à via eruptiva dos sucessores permanentes; 
É fundamental na erupção normal do sucessor 
 
Descontinuidade do arco 
 Sabe-se a soma das distâncias mesio-distal dos dentes decíduos é menor que dos seus sucessores, esse fato faz com que o crescimento dos maxilares principalmente nos últimos anos da dentição seja estimulado, formando separações e diastemas
COR 
A diferença na cor é presença da dentina, que na dentição permanente é mais especializada e desenvolvida 
 No dente decíduo normalmente apresentam cores claras e ultra-claras com aspecto LEITOSO
Tipos de arcos decíduos 
-Tipo I de Baume- com diastemas entre incisivos 
-Tipo II de Baume- sem diastemas entre incisivos 
-Tipo Misto- Quando um arco é I e o outro II 
Espaço primata 
É um espaço localizado única e exclusivamente na maxila entre o Incisivo Lateral e o Canino decíduo. Na mandíbula entre Canino e 1o Molar decíduo. 
Dentição mista 
1º dente permanente a irromper – 1º MI 
Aparecimento das curvas de Spee e Wilson; 
Modificações na ATM; 
“Fase do patinho feio” 
ESTÁGIOS DE NOLLA
0- AUSÊNCIA DA CRIPTA
1- PRESENÇA DA CRIPTA
2- INÍCIO DA CALCIFICAÇÃO
3- 1/3 DA COROA
4- 2/3 DA COROA
5- COROA QUASE FORMADA
6- COROA COMPLETAMENTE FORMADA
7- 1/3 DA RAÍZ FORMADA
8- 2/3 DA RAÍZ FORMADA
9- RAÍZ QUASE COMPLETA COM ÁPICE ABERTO
10- RAÍZ COMPLETAMENTE FORMADA E ÁPICE FORMADO
EDUCAÇÃO E MOTIVAÇÃO
ATÉ 3 ANOS DE IDADE:
Dados de desenvolvimento neurológico e motor: andar, falar, pegar objetos, ritmar o corpo (palmas) Dados psicológicos: sociabilidade, jogos que repetem, brincadeiras 
PERÍODO PRÉ-ESCOLAR 
(3 a 5 anos) 
Criança domina a linguagem 
“mundo faz de conta” 
Criança explora atividade motora ao máximo: ficar imóvel na cadeira do dentista por muito tempo é INSUPORTÁVEL. 
PERÍODO PRÉ-ESCOLAR 
(3 a 5 anos)
Não diferenciam fantasia/ realidade 
Criar estórias curtas 
Informações básicas 
Utilizar cores e formas contrastantes 
Cuidado: não criar personagens assustadores.... 
IDADE 5 A 8 ANOS
A criança treina o seu pensamento cria estórias e situações que mesclam realidade e fantasia. 
Criar personagens 
Estórias mais elaboradas 
CUIDADO: NÃO ofender a criança 
Ex: banguela
Pré – Adolescentes 
( 9 a 12 anos)
Esportes/ Ídolos 
Postura AMIGO 
Utilizar termos científicos corretos, porém evitando informações desnecessárias de difícil compreensão. CUIDADO: Não ofender a VAIDADE Ex: PORCÃO
 ADOLESCENTES
Postura: igual para igual 
Utilizar frases positivas e encorajadoras 
Dar explicações mais específicas de acordo com o grau de interesse 
Preocupação com a estética 
ESCOVAS: cabeça pequena e cerdas macia.
DENTIFRÍCIOS
Escovar COM CREME DENTAL FLUORETADO: 3X ao dia no MÁXIMO
Bebês (até 2 anos) Metade de 1 grão de arroz cru (0,05g) 
Crianças que não sabem cuspir (2 a 4 anos) 1 grão de arroz cru (0,1g) 
Crianças que sabem cuspir (> 4 anos) 1 grão de ervilha (0,3g)
 
TÉCNICA DE FONES 
ATÉ 6 ANOS 
Movimentoscirculares nas vestibulares, linguais e palatinas 
Movimentos de ¨varredura¨ nas linguais e palatinas de anteriores 
 Movimentos de ¨vai e vem¨nas oclusais
TÉCNICA DE STILMAN (BASS MODIFICADA)
Vestibulares, linguais e palatinas: 45º Oclusais : vai e vem Anteriores (Linguais e palatinas): varredura (escova em pé)
POSIÇÃO DE STARKEY 
Adulto atrás da criança 
Criança com cabeça inclinada para trás 
I H O – S ÍNDICE DE HIGIENE ORAL SIMPLIFICADO ( GREENE E VERMILLION)
TÉCNICA: 
Corar com Evidenciador: 
Faces Vestibulares:molares sup, IC sup D, IC inf D 
Faces Linguais: molares inf 
Atribuir valores para as faces coradas - Somatória dos valores/ Número de dentes corados 
 
 PASTA EDUCATIVA
OBJETIVO 
 Transmitir informações de interesse odontológico e esclarecimentos do tratamento em linguagem adequada para os pacientes e responsáveis
 
Cariologia ( Odontopediatria I)
Cárie
A cárie é uma doença infecciosa, transmissível, multifatorial e que resulta na combinação de 3 fatores: hospedeiro e dentes suscetíveis, microorganismo do biofilme dental e substrato.
Devemos adicionar o fator tempo.
Dieta.
Os açucares os principais responsáveis pela cárie dentária, são aqueles adicionados a alimentos e bebidas durante seu processamento, manufatura ou preparo ( açucares que não são naturais dos alimentos). Os mais conhecidos são a sacarose, glicose, maltose e frutose.
Os açucares naturalmente presentes em frutas, vegetais e leite não são considerados cariogênicos quando consumidos em quantidades adequadas.
Deve ser considerado a freqüência que os açucares são ingeridos, a quantidade de açúcar presente no alimento, também sua adesividade ou pegajosidade, em vista que alimentos mais pegajosos ficam presos por mais tempo aos dentes fornecendo substrato para os microorganismos com mais freqüência.
Microorganismos:
O grupo dos streptococus mutans são as bactérias mais implicadas no desenvolvimento da cárie.
As que  se destacam nesse grupo são as da espécie S. mutans e S. sobrinus.
Ela só aparece na cavidade bucal com o irrompimento dos dentes e quanto mais cedo forem colonizadas maior o risco de desenvolver a lesão.
-> Saliva materna -> transmissão -> Bebê.
Os lactobacilus também  são notáveis no desenvolvimento da lesão, são observadas em cáries cavitadas, e sua concentração reflete no alto ou baixo consumo de carboidratos.
Hospedeiros:
A saliva é o principal sistema de defesa do hospedeiro contra cárie dentária.
- lavagem de restos alimentares. 
- limpeza dos dentes.
- tamponamento dos ácidos produzidos pelo biofilme bacteriano.
A diminuição do fluxo salivar que praticamente cessa durante o sono, aumenta a suscetibilidade as lesões de cárie.
Dentes recém erupcionados apresentam o esmalte imaturo, e sua mineralização pós-eruptiva ocorre principalmente nos dois primeiros anos, portanto, durante esse período o dente apresenta-se mais suscetível ao desenvolvimento da cárie.
Associação dos fatores:
Associando todos os fatores determinantes descritos até o momento, parece lícito afirmar que a criança possui dentes, uma dieta a base de açucares, higienização inadequada e baixo fluxo salivar, por ex: será portadora de muitas lesões de cárie.
É o que acontece por exemplo com crianças que tomam leite durante a noite, não tem
os dentes higienizados adequadamente e dormem imediatamente após a ingestão do leite, com a redução do fluxo salivar durante o período em que a criança dorme teremos um meio bucal propício a desmineralizações. 
Desenvolvimento da lesão cárie.
Os fatores responsáveis pelo desenvolvimento da lesão de cárie são o acúmulo de bactérias sobre os dentes e a frequente ingestão de açúcar. Assim, toda vez que o açúcar é ingerido, penetra no biofilme dental, onde é convertido em ácido provocando uma queda instantânea do pH.
- pH crítico para esmalte (5,5).
-pH crítico para dentina ( 6,5).
Quando o pH crítico for atingido os elementos dentais iram perder cálcio (Ca) e fosfato (P), sofrendo desmineralização.
Reversibilidade do desenvolvimento da lesão cárie.
O pH retornando a valores acima de 5,5 para esmalte e 6,5 para dentina a saliva tentará repor os minerais perdidos (Ca) e (P), havendo sua remineralização.
Entretanto a saliva não 100% eficaz , e perdas minerais ocorrem progressivamente até atingir um estágio clínico visível.
Tipos de cárie de acometimento precoce:
O período imediatamente após a erupção do dente e anterior a sua maturação final é o período mais suscetível a lesões de cárie. Assim em muitas crianças a combinação de dente imatura com a frequente ingestão de açúcar iram propiciar dentes muito suscetíveis a cárie.
Cárie Rampante:  é representada pela presença de lesões de cárie envolvendo muito ou todos os dentes irrompidos, sendo de evolução aguda, podendo destruir rapidamente toda a coroa dental e haver comprometimento pulpar. Normalmente, superfícies dentárias de alta imunidade a cárie, ex: superfície vestibular de caninos, são acometidos pela doença.
A etiologia parece estar ligada a hábitos alimentares pouco saudáveis, ricos em sacarose e higienização incorreta.
Cárie de mamadeira:  acomete a dentição decídua de crianças com pouca idade, que estão acostumadas a ter alimentação através de líquidos açucarados colocados na mamadeira. Esse tipo de cárie é mais frequente quando a criança usa a mamadeira durante o sono. (fluxo salivar é diminuído durante a noite)
Aspecto clínico em Perimólise semelhante ao  que os pacientes portadores de Bulimia nervosa apresentam.
Características Histoclínicas da Lesão de Cárie.
-EM ESMALTE:
Características microscópicas: Apresentam e 4 camadas diversas, são elas:camada superficial aprismática, corpo da lesão, zona escura e translúcida.
Características macroscópicas:  os aspectos macroscópicos da lesão cárie não cavitada em esmalte variam de acordo com a superfície envolvida.
- Nas superfícies lisas, a lesão se apresenta na forma de cone, com o ápice direcionado para a junção amelodentinária e a base voltada para a superfície externa, seguindo a orientação dos primas de esmalte e estrias de Retzius.
-Na superfície oclusal região de sulcos, fissuras e cicatrículas, a difusão ocorre a partir das paredes laterais, inclinando-se em direção a junção amelodentinaria. Forma cônica ápice voltado para oclusal e base para junção amelodentinaria.
-Em DENTINA:
Quando as lesões atingem a dentina, que em relação ao esmalte é menos mineralizada e apresenta teor de proteínas, em geral ocorre progressão mais rápida do processo cariôgenico.
Reações de defesa frente a qualquer agressão: (1) esclerose dos canalículos dentinários, (2) formação de dentina reacional, (3) processo inflamatório no tecido pulpar.
Para estabelecer os parâmetros clínicos de qual tecido dentinário deve ser removido e qual é conveniente ser preservado ao tratar uma lesão de cárie em dentina, é importante conhecer as características clínicas, consistência, cor e textura da dentina. Dois tipos de dentina comprometida com características distintas podem ser identificadas, a dentina infectada e a dentina afetada.
DENTINA INFECTADA NÃO REMINERALIZÁVEL: 
Zona Necrótica
Características: Desorganizada, amolecida, sem preservação estrutural.
Consistência: Mole
Cor: Amarela
Textura: queijo
Zona Desmineralizada
Características: Deformação da morfologia canalicular. 
Canalículos dilatados e preenchidos por bactérias.
Consistência: Mole
Cor: Amarela
Textura: queijo
DENTINA AFETADA REMINERALIZÁVEL: 
Desmineralizada profunda 
Características: Matriz canalicular preservada e intacta. Bactérias pouco frequentes. 
Macroscopicamente seca e cariócea.
Consistência: Não tão amolecida
Cor: do Amarela ao castanho
Textura: Couro
Esclerose dentinária
Características: Zona de dentina hipermineralizada.Consistência: Não tão amolecida
Cor: do Amarela ao castanho
Textura: Couro
Dentina reacional
Características: Zona de dentina hipermineralizada.
Consistência: Não tão amolecida
Cor: do Amarela ao castanho
Textura: Couro
Diagnóstico da Lesão de cárie.
Por que não usar o explorador de ponta afiada ?
R: - a sonda pode ficar retida em locais aonde há alteração da morfologia dentária e não necessariamente uma lesão de cárie; 
- a cavidade da lesão de cárie pode ser pequena e impassível de detecção pela ponta da sonda;
- a ponta afiada pode causar dano iatrogênico e irreversível, ou seja, provocar a cavitação de uma lesão de cárie que não estava cavitada;
- a sonda pode servir como um meio de transporte de microrganismos cariogênicos de um dente para outro.
A sonda exploradora de ponta romba pode ser utilizada para auxiliar a inspeção visual e deve ser utilizada sem fazer pressão na superfície de esmalte.
Inspeção visual.
Para uma boa inspeção visual, são necessárias superfícies limpas  e secas e boa iluminação. Através desse método, é possível detectar estágios iniciais clínicos de desenvolvimento da lesão, caracterizado pelo aumento da opacidade do esmalte (mancha branca).
Exame radiográfico.
Lesões de cárie inicias, que normalmente são observadas pelo método visual, não são detectadas pelo método radiográfico. As radiografias são mais utilizadas para diagnosticar lesões que não são passíveis de detecção pelo exame visual (regiões proximais) e as que atingem porções mais profundas de esmalte e a junção amelodentinária.
Tratamento.
De acordo com as novas tendências de tratamento da lesão e da grande possibilidade de reversão do processo de desenvolvimento, nem sempre ao se observar uma imagem sugestiva de cárie, há necessidade de intervir.
Além disso, a filosofia de tratamento dessa doença está em constante evolução, assim, a antiga abordagem de diagnóstico precoce e restauração imediata foi substituída pela mais recentemente abordagem de diagnóstico precoce e o controle ou tratamento minimamente invasivo da lesão de cárie.
Plano de tratamento em Odontopediatria.
Plano de tratamento integral em Odontopediatria.
O plano de tratamento deve primeiramente promover a saúde e não só tratar a doença, através da educação do paciente para os cuidados básicos da saúde geral e depois direcionando com os da saúde bucal, transmitindo noções e conceitos sobre doenças, estando atento para ouvir as dúvidas e queixas, bem como dos métodos existentes para contê-las e manter o bem-estar.
Um bom plano de tratamento deve ser estabelecido conforme o risco do paciente de doenças bucais para que o diagnóstico mais correto seja obtido e em função disso seja estabelecido um prognóstico mais favorável para o acompanhamento e a manutenção do paciente.
Para executarmos um bom plano de tratamento, devemos dispor de dados que facilitem a compreensão de seu estado e de suas necessidades curativas e preventivas. Esses dados serão fornecidos por meio de uma anamnese correta e um exame clínico minucioso, que devem ser registrados em ficha clínica.
ANAMNESE:  “Por que a criança veio ao dentista ? Qual é o problema ? O que lhe trouxe ao consultório ?”  Deve ser realizado na presença de um adulto ou responsável e que saiba informar sobre a vida passada e presente do paciente.
A anamnese deve ser iniciada pela identificação seguida pela coleta de informações sobrequeixa principal, história médica e odontológica, comportamentos e hábitos.
Essa informações devem ser registradas na ficha, de forma clara incluindo todos os dados obtidos, o responsável deve assinar que as informações são verdadeiras.
EXAME CLÍNICO:
Segue todos os passos da semiotécnica usada em adultos dividindo em 2 passos: exame clínico geral do paciente, exame clínico local abrangendo a região de cabeça e pescoço (extrabucal) e o exame intrabucal.
Exame clínico geral: Importante pois a saúde bucal é parte da saúde geral. É realizado através de inspeção, palpação, percussão e auscultação.
No exame clínico extrabucal , devemos observar possíveis alterações de cabeça, pescoço e face, pele, cabelos, e dar atenção especial as cadeias ganglionares cervicais, submandibulares, mentonianas, occipitais, pré e pós-auriculares.
Exame clínico intrabucal:
É feito para poder detectar possíveis alterações ou desvios da normalidade.
O exame é feito por meio de inspeção, palpação, necessitando de boa fonte de iluminação.
Inicia-se pela cavidade bucal, observando lábios e as gengivas, mucosa jugal, palato duro e mole, língua e assoalho bucal, anotar possíveis alterações como cor , forma , consistência ou sangramento.
Os dentes devem ser os últimos elementos a serem observados.
Anotar no odontograma, dentes presentes decíduos ou permanentes, manchas brancas ativas e inativas, e lesões de cárie cavitadas, restaurações, dentes que precisam de tratamento pulpar, exodontia etc...
Exames complementares:  exame radiográfico.
Plano de tratamento:
Fase sistêmica: dar condições ao organismo para que o tratamento odontológico não interfira na saúde do paciente.
É necessário contatar o médico do paciente  caso demonstre alguma alteração geral do organismo, com objetivo de preparar o paciente para o tratamento odontológico.
Exemplo: antibioticoterapia, profilaxia antibiótica, administração de anti-heméticos, tranquilizantes e outras drogas a critério médico.
Fase preparatória:  tem como objetivo diminuir ou controlar a atividade das doenças e estabelecer medidas para o risco futuro.
Incluem-se nessa fase as manobras de adequação do meio  bem como todos os procedimentos preparativos, tais como controle de placa, motivação para higiene bucal, fluorterapia, aplicação de selantes, agentes químicos (cariostáticos, clorexidina) e controle da dieta.
-Adequação do meio: são conjunto de manobras para preparar a cavidade bucal para receber o tratamento reabilitador.
Nessa fase serão realizados : exodontias, tratamentos pulpares, escavação das cavidades e selamentos com material obturador provisório, pólipos e outros procedimentos clínicos, cujo objetivo é o de diminuir o número de microorganismos no meio bucal, bem como aumentar o seu pH, impedindo a progressão ou nova instalação de doenças placa dependentes, motivando o paciente a participar do processo de retomada a saúde.
Fase restauradora:
Todos os procedimentos de dentística e prótese que possuem finalidade de restaurar, reabilitar e reconstruir estruturas fazer parte dessa fase.
Fase de manutenção:
Aqui será realizado o controle periódico da higiene bucal, reforço da motivação, acompanhamento clínico e radiográfico dos trabalhos executados, reavaliação dos procedimentos reabilitadores, reforço e/ou reaplicação das medidas preventivas responsáveis pela manutenção do estado de saúde bucal e geral do paciente.
O plano de tratamento em odontopediatria prioriza o controle e a prevenção da doença aliado a promoção da saúde para só, em seguida, iniciar o tratamento restaurador.
Anestesia em Odontopediatria
-Indica-se  a anestesia local sempre que se realize qualquer procedimento odontológico que venha a causar dor. 
Meio auxiliar excelente quando da colocação do dique de borracha ou do porta-matriz e matriz.
Não haverá contra-indicações para anestesiar crianças com pouca idade, desde que os aspectos gerais de saúde tenham sido analisados cuidadosamente durante a anamnese.
Contra Indicações: pacientes alérgicos a anestésicos,  anomalia ou infecção local que não permita o ato, problemas de saúde geral.
Aspectos psicológicos:
Deve-se avaliar as condições psicológicas do paciente, sabendo se o mesmo já foi ou não anestesiado, em caso positivo saber a técnica e se a criança sentiu medo ou não, caso negativo devemos perguntar se a criança é medrosa ou não e como ela reage a tomar injeções e ao tratar dos dentes.
Explicar a respeito da anestesia com linguajar que seja compreendido pela criança, tranquilizar a criança, conversar com a criançadurante a técnica para desviar sua atenção.
Em crianças de pouca idade, pode-se usar o artifício de esconder a agulha com o rolete de algodão estéril ou protetor de agulha, explicando que aquele aparelho é para pingar um remédio que vai ajudar o dente a dormir.
Técnica de Anestesia:
- Cuidados: 
Efetuar observação minuciosa do paciente.
Analisar seu comportamento.
Exame clínico completo.
Principalmente verificar o estado de saúde geral.
Nos pacientes com problemas de saúde tais como os cardiopatas, alérgicos e diabéticos, antes de qualquer intervenção, devemos pedir ao médico responsável, declaração por escrito de que o paciente pode ser submetido a anestesia local.
Fatores a serem considerados: 
*idade do paciente;
* área a ser anestesiada;
* profundidade requerida;
* duração do efeito anestésico;
* presença de infecção local.
Anestesia tópica:
Marca comercial de anestésico tópico.
Quando bem utilizada, reduz muito a dor que a puntura da agulha pode provocar.
Indicações: 
*Antes de qualquer anestesia local;
*Pode substituir a anestesia infiltrativa, na remoção de dentes decíduos, quando as raízes foram totalmente reabsorvidas e a coroa estiver presa só por fibras;
* Durante moldagens;
* Durante exames radiográficos.
Contra indicações:
Úlceras traumáticas ou aftosas, herpes simples.
Não deve ser utilizada sobre lesões ulceradas ou erosões, pois o poder de absorção nessas áreas está bastante aumentado.
Técnica:
- Anti-sepsia da região;
- Secar a mucosa (evitar diluição do medicamento);
- Colocar o anestésico sobre a mucosa com rolete de algodão que deve ser mantido em posição por 3 minutos.
Anestesia Infiltrativa:
                                             Também chamada de terminal ou periférica.
Indicações:
- Maxila: Todos os dentes decíduos e permanentes superiores.
- Mandíbula:  dentes anteriores decíduos ou permanentes.
obs: Pode ser usada também nos molares decíduos, exceto a partir dos 5 a 6 anos de idade, quando as raízes desses dentes estão completas e o osso mandibular está mais calcificado, dificultando a difusão do anestésico.
Técnica:
- Anti-sepsia do local de puntura;
- Secagem da mucosa;
- Aplicação do anestésico tópico por 3 minutos.
- Estirar o lábio para que a mucosa fique bem distendida;
- Aproximar a agulha na região de fundo de sulco, o mais próximo do ápice do dente a ser anestesiado com o bisel da agulha voltado para o osso;
- Penetrar com a agulha lentamente e ir injetando vagarosamente o anestésico e com  pouca pressão para dar tempo aos tecidos de se expandirem e que o vasoconstritor atue, evitando absorção rápida e efeitos tóxicos dos anestésicos.
Nesse tipo de procedimento usamos agulha curta.
Executada a anestesia deve-se aguardar de 3 a 5 minutos para iniciar o trabalho operatório.
Anestesia palatal ou lingual.
Indicações:  
- Quando vamos colocar o grampo ou matriz;
- Exodontias de dentes superiores.
Técnica:
Em certas ocasiões, em razão de manobras clínicas, há necessidade de anestesiar por lingual ou palatal; por exemplo, quando vamos colocar o dique ou a matriz, podemos causar dores indesejáveis, ou ainda quando da execução de exodontias ou procedimentos endodônticos. Nesses casos após anestesia infiltrativa vestibular, introduzimos a agulha na papila, com a seringa perpendicular a ela e paralela ao plano oclusal, caminhando lentamente com a agulha de vestibular para lingual ou palatal. Quando a papila interdental, pelo lado palatal ou lingual, estiver anestesiada, fazemos a anestesia dessa região, introduzindo a agulha num ponto agora já anestesiado.
Anestesia regional pterigomandibular.
Usamos esse tipo de anestesia para a mandíbula em pré-molares e molares permanentes e, ainda, para molares decíduos.
Devemos saber a localização e relação dos seguintes pontos e estruturas: ligamento pterigomandibular, linha oblíqua externa ou borda anterior do ramo ascendente,  língula e a relação dessas estruturas com o plano oclusal dos molares decíduos, por que esses pontos servirão de referência para a técnica.
Técnica direta:
A agulha é introduzida numa única direção, até a proximidade do nervo alveolar inferior, a agulha usada é a curta.
A seringa deve estar entre o canino e o primeiro molar decíduo (ou pré-molar) do lado oposto ao que se deseja anestesiar e ligeiramente inclinada para baixo, pois, na criança, a língula da mandíbula esta localizada abaixo do plano oclusal dos dentes; o ponto de eleição da puntura é o espaço retromolar.
Posição da seringa para a anestesia pterigomandibular entre o canino e o primeiro molar decíduo, ou pré-molar, pela técnica direta
.
Seringa ligeiramente inclinada na técnica pterigomandibular para que a ponta da agulha chegue o mais próximo possível da língula da mandíbula, que em crianças está localizada abaixo do plano oclusal.
                               esquema mostrando em (A) mandíbula (B) mandíbula adulta.
A superfície oclusal dos molares inferiores serve como referência para se localizar a altura para o ponto de punção, o que é feito com o dedo indicador apalpando a linha obliqua externa. A metade da altura da unha corresponde, aproximadamente, a uma distância de 1 cm da superfície oclusal dos molares. Esse ponto (metade da unha) indica o local da penetração da agulha.
                                                 Palpação na linha oblíqua externa.
Introduzir 1 cm da agulha e depositar um terço do tubete, para anestesiar o nervo lingual. Em seguida, introduzimos a agulha a uma profundidade de 2 a 2,5cm, depositamos o restante do anestésico, e anestesiamos o nervo alveolar inferior.
O nervo bucal será anestesiado pela deposição submucosa de algumas gotas do anestésico na região trigonoretromolar.
Havendo necessidade, pode-se complementar essa anestesia com infiltrativas por vestibular, principalmente nos primeiros molares permanentes, que podem possuir nervos recorrentes.
RESUMO DA TÉCNICA:
- Anti-sepsia na região de puntura;
- Secagem da mucosa;
- Aplicação do anestésico tópico por 3’;
- Apalpar com o dedo indicador a linha oblíqua externa para locallizar a fossa retromolar
(depressão).
- A metade da altura da unha corresponde, aproximadamente, a uma distância de 1cm da
superfície oclusal dos molares.Esse é o local da puntura.
- A seringa deverá ser colocada na altura entre canino e 1ºMdec. do lado oposto a ser anestesiado(
téc. direta).
- Introduzir a agulha mais ou menos 1cm e depositar um terço do anestésico para anestesiar o
nervo lingual;
- Introduz-se a agulha 2 a 2,5cm, depositamos o restante do anestésico e anestesiamos o n.
dentário inferior;
- O n. bucal será anestesiado pela deposição submucosa de algumas gotas na região do trígono
retromolar.
Traumatismo em Dentição Decídua
Os traumas na dentição decídua são muito frequentes e podem resultar em comprometimentos funcionais, estéticos, emocionais e psicológicos e por isso, o cirurgião dentista exerce um papel importante na reabilitação e manejo desse paciente.
O tratamento dos traumatismos dento alveolares em crianças é frequentemente difícil para o cirurgião dentista, uma vez que tem que abordar os responsáveis que já chegam angustiados, nervosos e aflitos com a situação, e a própria criança que está assustada, com dor e agitada e além disso, capta a energia dos pais.
A abordagem dos responsáveis deve ser realizada de forma clara e objetiva, com o intuito de acalmá-los, de explicar o procedimento que será realizado e obter informações importantes necessárias para a realização do atendimento. É importante enfatizar aos responsáveis que o estado emocional deles reflete diretamente no comportamento da criança e que a colaboração deles é necessária para a realização do atendimento.
ANAMNESE PARA TRAUMATISMO DENTAL
Uma ficha de anamnese resumida, direcionada a este tipo de atendimento, deve ser confeccionada, deixando somente questões importantes para o atendimento inicial, como por exemplo, dados pessoais,história médica (doenças pré-existentes, alergias, uso contínuo de medicamentos, vacinas, etc.) e odontológica (experiências anteriores, traumas na mesma região, etc.). Isso agiliza o atendimento de urgência da criança.
A abordagem do paciente infantil deve ser realizada com tranquilidade e no menor tempo possível. Deve-se considerar que esse atendimento pode ser o primeiro contato do paciente com um dentista, sendo assim, o paciente pode não estar condicionado.
O trauma pode ocorrer em qualquer idade, durante as atividades do dia a dia como jogar bola, correr, nadar e andar de bicicleta. As crianças de pouca idade estão mais propensas ao traumatismo, quando estão aprendendo a andar e ficar de pé, nesta idade as crianças estão desenvolvendo a coordenação motora e ainda não tem o reflexo de se proteger. 
A mordida aberta anterior e a protrusão dos dentes anteriores superiores são fatores predisponentes para o traumatismo dental, já que resulta na falta de selamento labial (proteção labial). 
A sua prevenção é limitada, mas algumas orientações podem auxiliar os responsáveis, como o uso de roupas e sapatos do tamanho adequado, não deixar crianças pequenas sozinhas, utilizar o uso de protetores bucais na prática de esportes e utilizar sapatos ou meias com solas emborrachadas.
Ao realizar o exame do paciente o profissional deve estar atento ao maior número de sinais e sintomas que o paciente apresenta, bem como às informações que os responsáveis podem fornecer para se obter um diagnóstico correto e conseguir um prognóstico favorável.
A história do trauma é um fator importante neste momento, pois auxilia a determinar a melhor conduta a ser realizada. É necessário observar se a história relatada coincide com as lesões clínicas apresentadas; se o trauma ocorreu em lugares mais limpos ou mais contaminados e o tipo de impacto sofrido; e qual foi o tempo que passou até a consulta.
Durante o exame facial devem-se observar assimetrias, deslocamentos e desvios de linha média durante os movimentos de abertura e fechamento dos maxilares, pois são indicativos de danos na ATM. Caso o paciente apresente cefaleia, inconsciência, amnésia, náusea, vômito ou sangramento nasal, ele deve ser encaminhado ao pronto socorro, pois esses são indicativos de traumatismo craniano.
O exame bucal consiste em um exame do dente, palpação da região afetada, teste de percussão e exame radiográfico e deve ser iniciado pela limpeza da área afetada com uma gaze embebida em soro fisiológico ou antisséptico.
O exame do dente tem a finalidade de detectar a extensão da fratura coronária, a presença de trincas, a ocorrência de exposição pulpar, a posição do dente em relação ao vizinho e as alterações na oclusão.
Durante a palpação determina-se o grau de mobilidade do dente, a movimentação de estruturas ósseas no rebordo alveolar, a presença de saliência e crepitações, lesões na membrana periodontal, fraturas no rebordo alveolar ou osso maxilar, a presença de corpos estranhos, edemas e hematomas.
A percussão é um exame complementar que deve ser realizado de maneira suave a fim de testar a sensibilidade do dente, indicando o comprometimento do ligamento periodontal. Porém, para este exame deve-se levar em consideração a idade do paciente, para que a resposta seja confiável.
O exame radiográfico é essencial para um correto diagnóstico, sendo possível observar presença de fraturas radiculares, a extensão das fraturas coronárias, a presença de corpos estranhos e a ausência ou o aumento de espaço no ligamento periodontal.
 A técnica radiográfica mais indicada para o traumatismo é a periapical modificada, por ser mais fácil e necessitar de menos colaboração do paciente. Esta técnica nos permite visualizar a imagem do dente afetado, os dentes vizinhos e o germe dos permanentes.
Em casos de intrusão dental, para observar a relação do dente intruído com o germe do permanente, recomenda-se a técnica lateral de Frazzi, onde o filme periapical de adulto ou oclusal é apoiado na face da criança na altura da comissura labial.
ORIENTAÇÕES AOS PAIS/ RESPONSáVEIS
Algumas orientações importantes devem ser passadas aos responsáveis, como a ingestão de dieta pastosa e remoção dos hábitos de sucção (dedo, chupeta, mamadeira, etc.) por aproximadamente 1-2 semanas, para permitir o repouso da região traumatizada.  A necessidade da higienização da área afetada e de acompanhamento periódico deve ser reforçada e a possibilidade de possíveis repercussões no sucessor permanente já deve ser informada. O responsável também deve ser orientado em relação aos medicamentos prescritos para o paciente (analgésicos, anti-inflamatório ou antibiótico), como intervalo de horas entre uma dose e outra, tempo de uso e dose a ser administrada.
O traumatismo pode ser classificado como lesões aos tecidos moles, lesões ao tecido dental, lesões ao tecido periodontal e lesões ao osso de suporte.
Lesões aos tecidos moles: ferimentos dos tecidos moles intrabucais em decorrência do trauma.
Laceração: corte profundo ou superficial dos tecidos moles intrabucais.
Contusão (hematoma): lesão produzida por um impacto, mas que não resulta na ruptura dos tecidos moles.
Abrasão: é o ferimento superficial que ocorre devido à raspagem da superfície.
Lesões ao tecido dental
Trinca de esmalte: trinca ou fratura incompleta do esmalte, sem perda de estrutura, sendo visível dependendo da incidência de luz.  Neste caso recomenda-se acompanhamento e fluorterapia.
Fratura envolvendo esmalte dental: recomenda-se a regularização das bordas cortantes, para que não machuque a língua e lábios do paciente ou restauração com resina composta quando a fratura for maior e fluorterapia.
Fratura envolvendo esmalte e dentina sem exposição pulpar: deve ser realizada a proteção do complexo dentinho pulpar e restauração do elemento dental ou colagem do fragmento.
Fratura envolvendo esmalte e dentina com exposição pulpar: a terapia pulpar deve ser realizada de acordo com o ciclo biológico do dente, seguida da colagem do fragmento ou restauração do dente.
Fratura radicular: podem ser transversal ou horizontal, longitudinal ou vertical e oblíqua. Quando a fratura ocorre no terço cervical e observa-se a presença de mobilidade, deve ser realizada a exodontia e reabilitação protética ou a gengivectomia, seguida de pulpectomia e reabilitação protética.  Caso a fratura ocorra no terço médio ou apical podemos ter 3 opções de tratamento. Se houver mobilidade sem deslocamento da porção coronária deve-se acompanhar e se houver necessidade, realizar o tratamento endodôntico; caso seja observado mobilidade e deslocamento da porção coronária deve ser realizado reposicionamento do elemento e contenção semi-rígida por 21-30 dias e se houver necessidade, o tratamento endodôntico; na presença demobilidade e impossibilidade de fazer a contenção ou na presença de fratura óssea deve-se realizar a exdodontia e reabilitação protética.
Fratura coronorradicular: envolve esmalte, dentina e cemento, podendo ou não ter exposição pulpar. Aqui a conduta depende da presença de exposição, caso ocorra a exposição, deverá ser realizado tratamento endodôntico seguido de restauração ou colagem do fragmento.
Fratura coronorradicular complicada: envolve esmalte, dentina e cemento, podendo ou não ter exposição pulpar, com impossibilidade de restauração (menos de 2mm do limite gengival de remanescente dental). Nestes casos indica-se a exodontia do elemento dental e reabilitação protética.
CONTENçãO SEMI RíGIDA
Para se realizar uma contenção semi rígida de um dente é importante lembrar que os dentes vizinhos devem necessariamente estar presente, para se conseguir uma estabilidade. 
O controle desses pacientes é muito importante, não só para acompanhamento da evolução clínica, mas para acompanhamento radiográfico, uma vez que algumas alterações podem ocorrer na região traumatizada (necrose pulpar, reabsorção radicular, anquilose, entre outros).
Os pacientes com dentes preservados devem retornar para controle radiográfico 1 mês, 3 mesese 6 meses e semestralmente até o irrompimento do permanente. No caso de exodontia o controle passa a ser semestal até o irrompimento do permanente.
A frequência do controle clínico difere um pouco para cada tipo de trauma. Para a trinca de esmalte, fratura de esmalte, fratura de esmalte e dentina com e sem exposição pulpar e fraturas coronorradiculares o controle clínico deve ser realizado 1 a 2 semanas após o trauma. Já para a fratura coronorradicular complicada, fratura radicular no terço cervical ou terço médio ou apical com exodontial, o controle clínico é realizado 1 a 2 semanas e 1 mês após ao trauma. No caso da manutenção do dente com fratura radicular, o acompanhamento deve ser realizado semanalmente durante 3 semanas.
3. Lesões ao tecido periodontal
Concussão: pequeno trauma nas estruturas de suporte, apresentando hemorragia e edema do ligamento periodontal, ausência de mobilidade e deslocamento e apresenta resposta à percussão. Neste caso deve-se realizar alívio oclusal e orientar os responsáveis em relação à higiene, alimentação e hábitos de sucção. Durante o controle deve-se ficar atento para calcificação pulpar, alteração de coloração e pequenas reabsorções.
Subluxação: lesão às estruturas de suporte onde ocorre a ruptura de algumas fibras do ligamento periodontal, o dente envolvido apresenta mobilidade sem deslocamento e ligeiro sangramento no sulco gengival. Deve-se realizar alívio oclusal e orientar os responsáveis quanto a higiene, alimentação e hábitos de sucção. Alterações como calcificação pulpar, alteração de coloração e reabsorções poderão acontecer.
Luxação lateral: lesão às estruturas de suporte onde ocorre ruptura de fibras do ligamento periodontal e o dente envolvido apresenta mobilidade e/ou deslocamento. Na possibilidade de reposicionamento do elemento dental deve-se realizar contenção semi-rígida (fio de náilon ou aço) de 14-21 dias, caso o reposicionamento não seja possível, realiza-se a exodontia. Necrose pulpar e reabsorções podem ocorrer no pós trauma.
REPOSICIONAMENTO DENTAL
O reposicionamento dental só deve ser realizado se o deslocamento não for muito grande, para que quando realizada a reposição digital não ocorra comprometimento do germe do permanente. Também deve ser avaliado o tempo que se passou até a consulta odontológica, pois passado mais de 2 horas do ocorrido já existe um coágulo formado no alvéolo, que será empurrado contra o germe do permanente durante o movimento de reposicionamento, podendo comprometer o germe do permanente.
d. Luxação intrusiva: ocorre o deslocamento do dente para o interior do alvéolo, resultando em ausência ou diminuição do ligamento periodontal e compressão ou fratura do processo alveolar. Além da orientação aos responsáveis em relação à higiene, alimentação e hábitos de sucção a palpação do fundo de sulco para verificar a presença de fratura da tábua óssea e exame radiográfico devem ser realizados para se determinar a conduta. Caso a intrusão seja por palatina ou por vestibular com fratura da tábua óssea a exodontia deve ser realizada.  Se a intrusão for no longo eixo do dente ou por vestibular sem fratura da tábua óssea, pode-se aguardar a reerupção espontânea do dente (15-30dias reerupção inicial; 3-6meses reerupção total). Alterações como necrose pulpar, reabsorções e lesões ao germe do permanente podem ocorrer durante o controle.
e. Luxação extrusiva: ocorre o deslocamento do dente no sentido axial com saída parcial do alvéolo, resultando em aumento do espaço periodontal e mobilidade. Se o atendimento for seguido do trauma e não houver fratura alveolar deve-se realizar reposicionamento digital, contenção semi-rígida, ajuste oclusal, além das orientações aos responsáveis. Na presença de fratura ou passado longo período para atendimento, a exodontia deve ser realizada. Necrose pulpar e reabsorções podem ocorrer no período de controle.
f. Avulsão: ocorre o deslocamento completo do dente para fora do alvéolo. O reimplante não é indicado para dentes decíduos, por falta de condições favoráveis e do risco de deslocamento do germe do permanente. A reabilitação estética/funcional é indicada para estas situações.
Caso o profissional opte por realizar o reimplante do dente decíduo, é imprescindível avaliar a condição da criança, o tempo que o dente ficou fora do alvéolo, se o dente chegou hidratado, se está em rizólise (maiores de 3 anos), se o paciente apresenta fratura alveolar ou doenças periodontais, a presença dos dentes vizinhos (necessários para a contenção) e imagem radiográfica sem alteração do germe do permanente. Após reposicionamento pode ocorrer necrose pulpar, anquilose e danos ao sucessor.
Os pacientes com dentes preservados devem retornar para controle radiográfico 1 mês, 3 meses e 6 meses e semestralmente até o irrompimento do permanente. No caso de exodontia o controle passa a ser semestal até o irrompimento do permanente.A frequência do controle clínico muda de acordo com o trauma. Para a concussão e subluxação, o controle clínico deve ser realizado 1 a 2 semanas após o trauma. Já para a luxação lateral ou luxação intrusiva onde foi realizada exodontia, o controle clínico é realizado 1 a 2 semanas e 1 mês após ao trauma. No caso da manutenção do dente com luxação lateral e luxação extrusiva, o acompanhamento deve ser realizado semanalmente durante 3 semanas. Na luxação intrusiva, onde foi mantido o dente, o acompanhamento  deve ser realizado nas duas primeiras semanas e mensalmente durante 6 meses.
Algumas sequelas podem ocorrer após o traumatismo dental, tanto nos dentes decíduos quanto nos permanentes. Sendo assim, o profissional deve estar atento às alterações durante o acompanhamento clínico e radiográfico e os responsáveis devem ser avisados no atendimento de urgência, quanto as possíveis alterações que podem ocorrer posteriormente.
Sequela aos dentes decíduos
a. Polpa
i.Hiperemia pulpar - normalmente é transitória, mas pode evoluir para necrose pulpar.
ii.Necrose pulpar - pode vir acompanhada de lesão apical, fístula ou abcesso.
iii.Hemorragia pulpar – resulta em alteração de cor, que pode regredir com o tempo.
iv.Calcificação pulpar – degeneração cálcica progressiva da polpa (não interfere na reabsorção do dente decíduo).
v.Reabsorção interna da coroa ou raiz
b. Periodonto
i.Reabsorção externa da raiz
ii.Anquilose
iii.Retenção prolongada – a raiz do dente decíduo não sofre o processo fisiológico de reabsorção.
iv.Alveólise – infecção do alvéolo dentário.
Repercussão nos dentes permanentes
Hipoplasia de esmalte – ateração na formação do esmalte. Deve-se ter em mente a idade do paciente quando ocorreu o trauma, para ter uma ideia da região do permanente poderá apresentar alteração de esmalte.
Alterações radiculares – pode ocorrer dilaceração ou duplicação radicular e suspensão parcial ou total da raiz.
Alteração de forma – podem ser pequenas ou grandes alterações na forma do dente
Reabilitação Protética em Odontopediatria
Mostrar ao aluno da clínica infantil a importância da reabilitação do sistema estomatognatico através de prótese fixa e removível (mantenedores e recuperadores de espaço).
A prótese em odontopediatria tem a função de manter equilíbrio do sistema estomatognatico, possibilitando a transição entre a dentição decídua para a permanente.
Alguns itens, tais como deglutição, mastigação, fonação, posição e postura da língua e bem estar psico emocional devem ser considerados durante uma reabilitação.
Causas mais comuns: traumas, cáries e distúrbios de desenvolvimento.
É de suma importância que se tenha conhecimento dessas causas. Exemplo: em caso de cáries, verificar os riscos e os hábitos alimentares.
A reabilitação protética visa antes de mais nada, a saúde bucal e o equilíbrio do sistema estomatognatico e para tanto devemos ter em mente o que queremos com essa reabilitação. 
Deve se saber como está o estágio de desenvolvimento dos dentes permanentes e como está o ciclo biológico do decíduo.
O estudo da dentição decídua deve ser realizado, levando em consideraçãoque devemos manter e/ou recuperar a dimensão vertical, o diâmetro mesio distal e cervico oclusal. 
 
- Recursos protéticos
Quando utilizar? Toda vez que houver a necessidade de reconstruir dentes decíduos com grande comprometimento de coroa clínica.
Os recursos protéticos para dentes anteriores são:
Restauração direta em resina
Restauração indireta em resina
Matrizes de acetato
Coroas com pinos intra radiculares
Coroas total de acrílico ou policarbonato.
É imprescindível lembrar que antes de fazer o preparo do dente devemos avaliar o grau de comprometimento da coroa do dente decíduo e do remanescente dentário,assim como o grau de reabsorção radicular. O exame clínico e radiográfico é de suma importância para verificarmos se há condições de se realizar um tratamento protético. Através de um exame radiográfico verificaremos a necessidade de uma terapia endodôntico ou não.
- Coroas de acetato (matrizes de acetato)
Indicação:
Extensas lesões de cárie (não retém material restaurador)
Hipoplasia
Anomalias hereditárias
Após terapia pulpar dentes muito comprometidos
Cárie precoce da infância
Dentes com alteração de cor
Considerações a seguir:
Controle do meio biológico
Exame clínico
Oclusão
Idade dentária
Integridade pulpar
Saúde geral do paciente
Controle da doença cárie
Planejamento integral do paciente
Custo e tempo do tratamento
* Essas considerações são tanto para os dentes anteriores como para os posteriores.
Técnicas de confecção:
Usadas endentes anteriores com grande destruição de coroa clínica,podem ser usadas com ou sem pino intra canal.
- Confecção da coroa
Preparo do dente - remoção do tecido cariado e ou terapia pulpar se for necessário 
Desgaste da superfície incisão
Desgastes das proximais de forma mais paralela possível
Desgastes das faces línguas e vestibulares
As faces vestibulares e proximais devem ser desgastadas com broca 701
As faces línguas deveram ser desgastadas com broca diamantadas em formato de roda, para preservar o cíngulo
O preparo se extende até 1  a 1,5mm abaixo do bordo livre da margem gengival e deve terminar em zero
- Seleção da coroa de acetato
Medir o dente análogo com compasso de ponta seca
Escolher a coroa no kit (1 do tamanho,1maior e 1 menor)
Fazer os desgaste e ajuste necessários, tomando atenção para a cervical
Testar a oclusão
Fazer um furinho na face igual ou palatina da coroa para que a resina escoe
Preenche a coroa com a resina selecionada, levar em posição e fotopolimerizar
 
O uso de coroas de acetato o qualquer coroa em dentes anteriores é contra indicado em caso de:
Mordida profunda
Topo a topo 
Falta de espaço
Pacientes bruxistas
- Coroas de aço para posteriores 
Indicações:
Grande destruição em molares decíduos e o remanescente não têm condições de suportar esforços mastigatórios
Extensas lesões de cárie onde não há possibilidade de retenção de material restaurador
Hipoplasias de esmalte
Anomalias hereditárias (amelogenese imperfeita ou dentinogenese imperfeita)
Após terapia pulpar em dentes muito comprometidos (risco de fraturas)
Cárie precoce da infância
Perda da dimensão vertical por cárie ou por bruxismo
Dentes anquilosados
Vantagens do uso de coroas de aço:
Baixo custo
Não tem fase laboratorial
Vários tamanhos requer pouco tempo de preparo
Manutenção da oclusão recuperando e mantendo o diâmetro mesio distal e cervico oclusal
Desvantagens das coroas de aço:
Pontos de contato deficientes (difícil de conseguir um bom contorno nas faces próximas)
Ajuste oclusal (contato prematuro pode prejudicar a rizólise)
Contornos cervicais mal adaptados podem causar problemas periodontais
Técnica para coroas de aço:
Seleção da coroa- medida (M D) diâmetro mesio distal mais aproximado possível do dente em questão
Seleção da coroa no kit (3 coroas: 1 do tamanho, 1 maior , e 1 menor). Se não for possível medir o próprio dente medir o correspondente.
Análise da dentição decídua e tomada da dimensão vertical.
Preparo do dente:
Analisar a oclusão
Remover tecido cariado e ou terapia pulpar se necessário
Redução da superfície oclusal de 1 a 1,5 mm com broca cilíndrica; verificar se há espaço para a coroa e o material que será usado para cimentação
Analisar a oclusão
Desgastes próximais - broca tronco cônica (sem ombro) - preparo expulsivo (desgastes por vestibular e lingual)
Colo cervical 1mm abaixo da borda livre da gengiva.
Ajuste da coroa:
Ajuste da cervical com tesoura pequena e curva ou discos de borracha abrasivos (observar se há isquemia nas cervicais, não é para ter)
Contornos para pontos de contato serão feitos com alicate 114.
Biselamento da margem cervical (com pedra montada e disco de borracha), pontos de contato, ajuste cervical e oclusal.
Cimentação:
Isolamento relativo
Limpeza da coroa
Cimentação com ionômero de vidro
Remoção dos excessos de cimento nas cervicais
Testar oclusão
- Incrustações
São usadas quando não há possibilidade de restauração com resinas ou amálgama.
Preparo do dente:
Primeiro passo é a remoção total do tecido cariado e de todo o esmalte sem suporte assim como a dentina socavada.
Na maioria das vezes usada nos casos de cavidades MOD. Lembrar sempre da importância de um bom exame clínico e radiográfico, para analisar corretamente a possibilidade dessa intervenção. É necessário verificar se há possibilidade de ser feita com ou sem a terapia pulpar.
As caixas próximas serão expulsivas, respeitando a direção dos prismas de esmalte e a anatomia dos dentes decíduos. A caixa deve ser levada até a altura do bordo livre da gengiva e não devem se muito expulsivas para ajudar na retenção.
A caixa oclusal deve ser protegida pelo material forrador e/ou o que for usado para cimentação.
As caixas devem ter ângulos definidos.
Material usado:
Liga de baixa fusão
Cobre –alumínio
Prata-estanho
Resina.
* Quanto menor a dureza menor a possibilidade de reabsorções aceleradas.
Moldagem:
Se necessário usar fio retratores
Moldeiras tipo verner
Silicona
Tomada de oclusão em cera.
Obtençâo do modelo:
Gesso especial
Fase laboratorial - anatomia dos dentes deciduos
Prova da incrustação:
Observar oclusão
Pontos de contato
Verificar adaptação dente prótese
Cimentação:
Isolamento relativo
Limpeza da prótese
Cimentaçáo com CIV ou cimento resinoso 
Testar a oclusão
Desvantagens:
Custo elevado
Realizado em pelo menos duas etapas
- Restauração inlay-onlay
Usada para dentes posteriores parcialmente destruídos, com pequena dimensão gengiva oclusal da coroa clínica
Dentes anquilosados
Dentes que precisam de restaurações extensas e precisam ser mantidos na cavidade bucal por longo período
Contra indicação:
Pacientes com alto índice de cárie.
Pacientes bruxistas (aqueles que têm bruxismo)
Cavidades sem esmalte cervical 
Cavidades sub gengivas
Vantagens:
Estética muito boa
Adaptação marginal 
Contato interproximal
Oclusão
Desvantagens:
Mínimo de duas sessões
Fase laboratorial e moldagem
- Pinos intra radiculares
Devemos considerar :
Análise da dentição decídua
Análise da oclusão
Ciclo biológico do dente decíduo
Saúde geral do paciente
Estágio de desenvolvimento dos permanentes
Idade do paciente
Devemos também avaliar o custo e benefício em relação a possibilidade de controlar a doença cárie. Lembrar sempre que o paciente deve ser visto como um todo e não somente como um dente a ser tratado.
Tipos de pino:
Pinos de metal
Pinos de resina
Pinos de fibra de vidro
Pinos de fibra de carbono
Pinos de fio ortodôntico
Por ser de fácil manuseio e não necessitar de fase laboratorial usamos os pinos de fibra de vidro ou os rosqueáveis. Os pinos em forma de parafusos não são aconselháveis.
Usamos pinos de confecção direta porque evitamos a fase laboratorial e o preparo do conduto é mais conservador.
Os pinos de fibra de vidro são estéticos, leves, radiolúcidos e não sofrem corrosão.
Técnica de realização:
Terapia pulpar com pasta Guedes Pinto
Isolamento absoluto
Desobturação de 1/3 do canal radicular com curetas de dentina (medircom sonda periodontal)
Vedamento do canal com guta percha
Seleção do pino
Adaptação do comprimento 
Marcar com lápis até 1/3 da futura coroa
Recortar o pino (alta rotação e broca diamantadas)
Limpeza do pino com álcool 70
Silanização dos pinos por 1 minuto e secagem
Aplicação de adesivo nos pinos e foto polimerização
Condicionamento com ácido fosfórico do remanescente dentário
Cimentação do pino com CIV
Confeccionar um munhão de resina
Provar a coroa de acetato que já deve estar selecionada e adaptada
Testar a oclusão e cimentar a coroa
Rx final
- Prótese Removível:
Finalidade:
Manter o espaço para erupção do permanente sucessor
Impedir a extrusão do antagonista
Restaurar os contornos faciais
Devolver forma e função ao sistema stomatognáetico
Impedir deglutiçáo atípica
Recuperar a estética
Ajudar ao desenvolvimento da mastigação e deglutição
Indicações:
Sempre que houver perda do deciduo e for verificado  que o permanente só irá irromper após pelo menos 6 meses
No caso de anadontia do permanente sucessor e perda da DV
- Prótese total
Indicado no caso de perda total dos deciduos por cárie precoce ou por agenesia causada por doenças sistêmica.
Se faz necessário o uso de prótese total, por motivos fonéticos, de estética e funcionais.
Tanto para prótese total como para a removível é imprescindível que se faça um estudo e análise da maxila e mandíbula. A criança está em crescimento e desenvolvimento, por isso a maxila e a mandíbula apresentam graus de crescimento que devem ser acompanhados pelo profissional, devendo por este motivo a mesma ser trocada toda vez que se fizer necessário. Quanto as próteses totais em crianças o profissional também precisa ter conhecimento sobre crescimento e desenvolvimento da maxila e mandíbula, assim como odesenvolvimento dos germes dos permanentes.
O estudo e análise do desenvolvimento da oclusão e da Dimensão Vertical deve ser acurado. A prótese será confeccionada como em adultos, lembrando que na dentiçáo decídua não temos curva de Spee ou de Wilsom.
Para determinar a DVO na dentição decídua usamos o compasso de Willis. Obtem-se a DVR e subtrai-se 2mm, obtendo-se assim a DVO
Terapêutica Medicamentosa em Odontopediatria
INTRODUÇÃO
            O uso de substâncias químicas que promovam efeitos benéficos sobre o organismo aplicadas na área de saúde, são muito utilizados no controle de determinadas patologias, sinais e sintomas decorrentes de seus agravos. Quando falamos em prescrever um determinado medicamento para um paciente, acreditamos que ele será capaz de interagir com organismo que se apresenta em desequilíbrio e promover a condição de saúde (equilíbrio).
            Conceitualmente fica fácil determinar o controle das patologias apenas pensando que o medicamento seria a única ferramenta desse controle, mas no processo saúde-doença sabe-se atualmente que esse é mais uma ferramenta que deve ser utilizada pelo Cirurgião Dentista, assim como outras para promover bem estar físico e emocional do paciente.
              Diferente do paciente adulto, a criança é considerada um paciente que requer cuidados adicionais, por apresentarem diferenças em relação ao adulto. Na terapêutica medicamentosa, esses cuidados também deverão ser observados para que, no dia a dia profissional, diminuam as chances de intercorrência pelo uso dos medicamentos. Esse capítulo irá abordar didaticamente pontos importantes na terapêutica medicamentosa indicada na Clínica Odontológica Infantil, de forma semelhante a um manual, serão vistos pontos importantes como: o paciente infantil, anamnese, uso de forma farmacêutica liquida, aplicações dos medicamentos em função do grau de complexidade do tratamento, calculo de dose pediátrica, entre outros.
A CRIANÇA
            A anamnese é a base para o desenvolvimento e planejamento da terapêutica em crianças, pois, além de direcionar o diagnóstico odontológico, estabelece o perfil do paciente, para que possamos indicar a melhor escolha na realização da prescrição de medicamentos. O relato na anamnese do histórico médico, indicativo de experiências desagradáveis em tratamentos anteriores, complicações decorrentes do uso de anestésicos locais, reações de hipersensibilidade ("alergia") e outras situações, devem ser investigadas. Esses relatos deverão ser valorizados pelo profissional objetivando minimizar a chance de intercorrências durante o uso de medicamentos em crianças. É importante frisar que as crianças merecem uma abordagem anamnética direcionada a sua condição específica e diferente do paciente adulto.
            O primeiro entendimento que devemos ter com relação a propor terapêutica medicamentosa para crianças atendidas pelo dentista, é que esse paciente requer alguns cuidados adicionais quando os agentes farmacológicos forem necessários durante o decorrer do tratamento odontológico.
            A criança apresenta diferenças em relação ao adulto, e por essas características, o profissional como condição básica deve saber selecionar a medicação apropriada para o uso em odontopediatria (indicação), estabelecer as dosagens corretas calculadas em função do peso (posologia), de forma a obter um efeito máximo da droga, com o mínimo de efeitos adversos, também conhecido como relação risco/benefício do medicamento.
PRINCIPAIS CUIDADOS QUE DEVEMOS TER PARA REALIZAR A TERAPêUTICA MEDICAMENTOSA EM CRIANçAS:
- Desenvolvimento da criança é diferente do adulto;
- Menor volume corpóreo;
- Sabor do medicamento auxilia na sua ingestão;
- Via de administração. A principal é a via oral;
- Intervalos entre doses semelhante ao adulto;
- Indicação - selecionar a medicação correta;
- Posologia - estabelecer a dosagem correta pelo número de dias necessários;
Outra importante informação, para medicar crianças, é saber que a maioria das crianças apresentam dificuldades na ingestão de medicamentos, principalmente na deglutição de formas farmacêuticas sólidas. Sendo assim, devemos optar pelas formas liquidas.
PRINCIPAIS FORMAS FARMACêUTICAS
Sólidas
            -Comprimidos - Princípio ativo compactado formando um comprimido que pode ser fracionado;
            -Drágeas - Comprimidos revestidos;
            -Cápsulas - Dispositivos feitos de polímeros degradáveis, que carregam o princípio ativo no seu interior.
 Líquidas
            - Emulsão - Duas sustâncias terapêuticas que não se diluem entre si;
            - Suspensão - As substâncias formam um liquido viscoso;
            - Soluções - Duas substâncias homogenias e de baixa viscosidade. 
FÁRMACOS E MEDICAMENTOS
            Conceitualmente o termo fármaco significa, de acordo com o Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa, "qualquer preparado farmacêutico" feito para os diferentes fins. Entre os fármacos utilizados na odontopediatria citamos o analgésico e antinflamatório indicados para controle da dor, antibióticos e os anestésicos locais e sedativos. Existe uma diferença nesse conceito quando se faz referência ao medicamento, ou seja, o medicamento é "qualquer substância de que se faz uso para combater doenças ou indisposições físicas" (Dicionário Aurélio).
            Ainda vale uma breve observação conceitual, quanto à condição de um medicamento ser considerado referência, genérico ou similar. O medicamento inovador que passou e ainda continua sob todas as fases de estudo do fármaco (do desenvolvimento à aplicação em modelos animais e uso clínico em humanos), que apresenta comprovação de eficácia e segurança, com alto investimento para o desenvolvimento e patenteado por em média 20 anos é o chamado medicamentoreferência. O medicamento denominado genérico é aquele considerado a cópia do medicamento referência, desenvolvido após a quebra ou término da vigência da patente, o genérico apresenta as mesmas características do medicamento referência. O medicamento similar apresenta o mesmo princípio ativo e concentrações do referência, mas podem apresentar alterações quanto ao tamanho, prazo de validade, controle na produção (manipulados), e forma farmacêutica.APLICAÇÃO DOS MEDICAMENTOS EM ODONTOPEDIATRIA
            Uma vez entendido que existem diferenças entre crianças e adultos, e que as crianças requerem cuidados adicionais, no que diz respeito a prescrição de medicamentos, iremos agora iniciar a compreensão da indicação dos diferentes fármacos (Controle da Dor e Infecção), como iremos calcular as doses terapêuticas em criança e prescrevê-las. 
Cálculo da dose para o paciente infantil
            Provavelmente a maior dificuldade em entender a prescrição de medicamentos em odontopediatria seja a tendência do profissional em indicar fármacos da mesma forma que para o adulto. Por ex., quando se pergunta atualmente, para um dentista qual o antibiótico de escolha em odontologia, responde-se: Amoxicilina 500mg, tomar via oral (VO) um comprimido 8/8h por 7dias. Se a mesma pergunta for feita para a prescrição em odontopediatria, a resposta, muitas vezes é igual independente de ser criança, apesar de ser uma prescrição equivocada.
          Existem várias fórmulas e regras para calcular o valor da dose terapêutica em crianças. As principais determinam a dose da criança em função do peso e/ou idade, com algumas pequenas variações entre as diferentes regras de cálculo, todas podem ser utilizadas. Apenas como informação, entre as regras podemos citar a mais utilizada, chamada de regra de Clark, que considera no cálculo a dose do adulto para calcular a dose pediátrica, essa regra é indicada para crianças com peso corpóreo menor de 30Kg, a regra de Law para crianças menores de um ano de idade e a fórmula de Young que calcula a dose pediátrica utilizando a idade entre 1 a 12 anos.
            As regras e fórmulas utilizadas para cálculo nesse tópico são apenas informativas, pois os medicamentos atuais apresentam em suas bulas e também em artigos e livros os valores das doses terapêuticas indicadas em crianças. Essas doses são representadas em mg/kg/dose e devem ser sabidas pelos profissionais, pois são o ponto de partida para o cálculo e prescrição medicamentosa para a criança.
Três pontos são fundamentais para calcular a dose individual da criança e prescrever um medicamento em odontopediatria, a saber:
            1- Qual a dose terapêutica em crianças (mg/kg/dose);
            2- Qual a posologia e tempo de uso (via/frequência/ tempo);
            3- Como é apresentado comercialmente (na farmácia) o medicamento, concentração do princípio ativo, forma farmacêutica
            Nesse tópico, para todos os medicamentos que serão apresentados, daremos as principais informações de dose terapêutica em crianças, posologia e concentração do princípio ativo dos medicamentos referência, para que seja possível calcular a quantidade de medicamento necessária durante a terapêutica indicada. Assim, iremos desenvolver o raciocínio clínico abaixo:
CASO CLÍNICO
            Paciente 4 anos de idade 10Kg, sem alterações na anamnese, após realização do tratamento odontológico, tem a necessidade do uso de um analgésico para controle da dor.
            Para a prescrição do analgésico para a criança, a primeira coisa a saber é qual a medicação o profissional irá indicar para ter o efeito desejável, que nesse caso é o controle da dor pós operatória. Imaginemos que o medicamento chama-se ANALGESIDOR (um nome fantasia). Esse será o medicamento prescrito para a criança.
O próximo passo é saber a resposta para os três pontos fundamentais citados acima:
1-qual a dose terapêutica do ANALGESIDOR em crianças = 5mg/kg/dose;
2-qual a posologia = via oral/5 em 5horas/4dias
3-vendido na farmácia = ANALGESIDOR 25mg/5ml ou 100mg comprimidos
Como calcular a dose individual da criança(DI)? É só multiplicar a Dose terapêutica(DT) pelo peso da criança(P),
                        DI = DTxP      assim tem-se,            DI = 5mgX10Kg = 50mg/dose
                                                                 DI=50mg/dose
          O próximo passo é calcular a quantidade de medicamento que a criança deverá ingerir para que cada dose seja contemplada, os cálculo seguem abaixo:
          Para esse cálculo é necessário que se saiba como o medicamento é vendido na farmácia, e através de uma regra de três simples se tem a quantidade necessária. Assim, se o ANALGESIDOR é vendido na forma líquida de 25mg/5ml, precisamos ver quanto é equivalente a 50mg através da regra de três:
                        25mg-----------5ml
                        50mg-----------Xml
desenvolvendo a conta temos:
                        X=50x5/25                X=250/25                  X=10ml/dose
        Prescrição do medicamento para a criança acima:
Ao Menor Criança do Caso
Uso Interno
- Analgesidor 25mg/5ml-----------------------------1 frasco
Tomar Via Oral 10 ml da suspensão a cada 5 horas durante 4 dias
Assinatura
Prevenção e controle da dor odontológica no paciente infantil
            Os medicamentos preconizados para controle da dor de origem odontológica em crianças podem ser classificados em analgésicos e antinflamatórios. Nesse item serão descritos os medicamentos de escolha para as diferentes situações clínicas que envolvam uma condição de dor.
ANALGÉSICOS
            Os analgésicos são fármacos indicados em odontopediatria para prevenção e controle da dor de intensidade leve a moderada decorrentes de intervenções de menor complexidade. Os principais analgésicos utilizados em odontopediatria são: oparacetamol e a dipirona.
INTERVENçõES DE MENOR COMPLEXIDADE ODONTOLóGICA
- exodontias
- gengivectomias
- ulotomia/ulectomia
- raspagem subgengival
- dentística
- terapia pulpar
-Paracetamol - É o analgésico de escolha para prevenção e controle da dor odontológica indicado para crianças, por apresentar maior segurança no uso. Apresenta efeito analgésico e antitérmico potente, mas o antinflamatório é pouco potente. A dose terapêutica do paracetamol está entre 10a 15mg/kg/dose, administrado em intervalos de 6 horas entre cada dose.
            Geralmente utiliza-se o paracetamol em solução oral de 200mg/ml, também conhecida como "solução gotas". Para essa formulação do paracetamol (apenas o gotas), existe uma regra prática na literatura e que utilizamos na clínica odontopediátrica, que emprega a razão de 1gota/kg de peso da criança, até a quantidade máxima de 35 gotas. Não se deve exceder as doses prescritas e deve-se restringir o seu uso em 24 horas.
REGRA PRÁTICA - 1gota/Kg
            É importante frisar que a regra prática, somente poderá ser aplicada se o paracetamol for comprado como solução gotas. Outras formulações podem ser adquiridas na farmácia, como suspensões com diferentes concentrações, dessa forma se prescrevermos um paracetamol que não seja gotas, termos que calcular a dose individual da criança e a quantidade de medicamento a ser ingerido, como vimos anteriormente no raciocínio clínico para o cálculo. O quadro abaixo mostra as principais características do paracetamol.
CARACTERíSTICAS DO ANALGéSICO PARACETAMOL
- Dose terapêutica em crianças = 10 a15mg/kg/dose
- Apresentação comercial = (concentração do paracetamol)/ml
                                   -200mg/ml ou solução gotas
                                   -160mg/5ml
                                   -100mg/ml
                                   -32mg/ml
- Posologia = 1 dose a cada 6 horas por 24 horas
- Marcas comerciais: Tylenol 200mg/ml (ou gotas); Tylenol 100mg/ml (bebê); Tylenol 32mg/ml (criança), Dorico 200mg/ml; Paralgen 200mg/ml; Paracetamol 200mg/ml; entre outros
-Dipiriona Sódica - É a nossa segunda opção em analgésico para prevenção e controle da dor odontológica indicado para crianças. Alguns autores relatam que o uso da dipirona deve ser cauteloso, pois podem causar alterações na pressão arterial(PA) do paciente, causando uma diminuição. A criança apresenta oscilações na PA relacionadas com a idade e conforme vão atingindo a adolescência a pressão tende a manter-se normal. A literatura indica inclusive que pacientes com o valor da máxima menor que 100mm/Hg, não devem utilizara dipirona ou que devem ser acompanhados do médico.
            A dipirona em condições normais tem a indicação precisa para pacientes com dor presente ou instalada. Esse tipo de dor é bem característico de quadros de urgência odontológica, no qual o paciente chega no consultório com processos de dor agudos. Nesses casos a dipirona parece ter melhor efeito analgésico quando comparado ao paracetamol. Apresenta efeito analgésico e antitérmico potente, mas o antinflamatório é pouco potente. A dose terapêutica da dipirona sódica é de 10mg/kg/dose, administrado em intervalos de 4horas entre cada dose, não excedendo 4 doses diárias. 
           Geralmente utiliza-se a dipirona em solução oral de 500mg/ml, também conhecida como "solução gotas". Para essa formulação da dipirona(apenas em gotas), existe uma regra prática na literatura e que utilizamos na clínica odontopediátrica, que emprega a razão de ½gota/kg de peso da criança, até a quantidade máxima de 20 gotas. Não se deve exceder as doses prescritas restringindo o seu no máximo em 24 horas. A dipirona é uma solução com sabor amargo, nada impede que seja diluída em uma pequena quantidade de suco.
           REGRA PRÁTICA - ½gota/Kg
            É importante frisar que a regra prática, somente poderá ser aplicada se a dipirona for comprada como solução gotas. Outras formulações podem ser adquiridas na farmácia, como suspensões com diferentes concentrações, dessa forma se prescrevermos uma dipirona que não seja gotas, termos que calcular a dose individual da criança e a quantidade de medicamento a ser ingerido, como vimos anteriormente no raciocínio clínico para o cálculo. O quadro abaixo mostra as principais características da dipirona.
CARACTERíSTICAS DO ANALGéSICO DIPIRONA SóDICA
- Dose terapêutica em crianças = 10mg/kg/dose
- Apresentação comercial = (concentração da dipirona)/ml
                                   -500mg/ml ou solução gotas
                                   -50mg/ml
- Posologia = 1 dose a cada 4 horas não excedendo 24 horas
- Marcas comerciais: Novalgina 500mg/ml (ou gotas); Novalgina 50mg/ml (Infantil); Anador 500mg/ml; Magnopyrol 500mg/ml; Dorilan 500mg/ml; Dipirona Sódica 500mg/ml; Dipirona Sódica 50mg/ml; entre outros.
Protocolo farmacológico indicado para uso do analgésico em odontopediatria
Pós Operatório
-administrar 1ª dose de paracetamol “gotas” (1gt/kg) ou solução na concentração desejada, logo após a intervenção, com doses de manutenção a cada 6h por 24 horas.
OU
-administrar 1ª dose de dipirona “gotas” (½gt/kg) ou solução na concentração desejada, logo após a intervenção, com doses de manutenção a cada 4h não excedendo 4 doses em 24 horas.
            Uma observação deve ser feita sobre o uso do analgésico. Todo analgésico indicado para criança deve ser prescrito por no máximo 24 horas e em caso da dor persistir devemos orientar o responsável pelo paciente de retornar ao consultório para verificar se existe alguma outra intercorrência que está levando à manutenção do processo doloroso. Em procedimentos mais invasivos em que se espera uma reação inflamatória mais intensa é necessária a prescrição complementar do antinflamatório.
ANTINFLAMATÓRIO
            Os antinflamatórios são fármacos indicados em odontopediatria para prevenção e controle da dor e edema de intensidade mais pronunciados decorrentes de intervenções de maior complexidade. Os principais antinflamatórios utilizados em odontopediatria são: a dexametasona ou betametasona e o ibuprofeno.
INTERVENçõES DE MAIOR COMPLEXIDADE ODONTOLóGICA
pré-operatório
cirurgia de odontomas
cirurgia de dentes inclusos
exodontia seriada
frenectomia
           O uso de antinflamatório em odontopediatria é muito restrito e particularmente difícil de utilizarmos. Isso acontece, pois, a maioria dos procedimentos que realizamos no paciente infantil, são considerados de intensidade leve a moderada, mas algumas situações clínicas necessitam de uma prescrição mais elaborada. Nessas situações em que a dor e edema são mais pronunciados, a primeira opção é pelo uso dos corticosteroides betametasona ou dexametasona, por via oral, em dose única pré operatória. De forma alternativa aos corticoides, emprega-se o ibuprofeno, um analgésico com potencial antinflamatório por tempo restrito (A posologia do ibuprofeno (100mg/ml) é de 1 gota/Kg a cada 6 horas por 24 horas).
            Geralmente indica-se para a criança a dexametasona ou betametasona em solução oral de 0,5mg/ml, também conhecida como "solução gotas". Para essa formulação do corticoide(apenas em gotas), existe uma regra prática na literatura e que utilizamos na clínica odontopediátrica, que emprega a razão de 1gota/kg de peso da criança, em dose única no pré operatório. Em algumas situações, não corriqueiras, o uso do corticoide pode ser prolongado por até 3 dias em doses únicas diárias, administradas preferencialmente pela manhã.
           REGRA PRÁTICA - 1gota/Kg
            É importante frisar que a regra prática, somente poderá ser aplicada se o corticoide for comprado como solução gotas. Outras formulações podem ser adquiridas na farmácia, como suspensões com diferentes concentrações, se isso ocorrer teremos que calcular a dose individual da criança e a quantidade de medicamento a ser ingerido, como vimos anteriormente no raciocínio clínico para o cálculo. O quadro abaixo mostra as principais características do corticoide.
CARACTERíSTICAS DO ANTINFLAMATóRIO DEXAMETASONA E BETAMETASONA
- Dose terapêutica em crianças = 0,025 a 0,05mg/kg/dose
- Apresentação comercial = (concentração do corticoide)/ml
                                   -0,5mg/ml ou solução gotas
                                   -0,5mg/ml ou elixir
                                   -0,1mg/ml ou elixir
- Posologia = dose única no pré operatório
- Marcas comerciais: Koide 0,1mg/ml(elixir); Celestone 0,5mg/ml (gotas); Celestone 0,1mg/ml (elixir); Decadron 0,5mg/ml; Decadron 0,1mg/ml (elixir); Dexametasona 0,5mg/ml; Betametasona 0,5mg/ml, entre outros.
        Uma importante observação deve ser feita. O medicamento nimesulida, excelente antinflamatório indicado para pacientes adultos não deve ser prescrita para crianças menores que 12 anos de idade, existe na literatura a contraindicação do uso desse medicamento nas crianças, pois podem levar a alterações no desenvolvimento dos rins chamada de Síndrome de Reyes.
Protocolo farmacológico indicado para uso do antinflamatório em odontopediatria
Pré Operatório
- administrar dexametasona ou betametasona solução “gotas” (0,5mg/ml) na dosagem de 1gt/kg de peso, em dose única, 45 minutos antes do procedimento;
Pós Operatório (dependendo do trauma esperado)
- administrar dexametasona ou betametasona solução “gotas” (0,5mg/ml) na dosagem de 1gt/kg de peso, em dose única diária pela manhã, não estendendo 3 dias de uso.
OU
- ibuprofeno (100mg/ml) na dosagem de 1gt/Kg de peso a cada 6 horas por 24 horas.
Controle da infecção odontológica no paciente infantil
            De forma semelhante ao que acontece para os pacientes adultos, as penicilinas são definitivamente os antibióticos mais empregados na odontopediatria. Isso acontece pois as penicilinas apresentam eficácia e baixíssima toxicidade. Nas infecções iniciais odontológicas de leves a moderadas, indica-se o uso da penicilina V, ampicilina e amoxicilina. Em infecções mais evoluídas, consideradas graves, pode-se associar ao antibiótico de escolha o metronidazol, mas não podemos indicar essas associações, sem antes verificar o risco/benefício delas.
            Quando a criança apresentar alergia às penicilinas, indica-se o estearato de eritromicina na infecções iniciais, ou pela claritromicina ou azitromicina em infecções mais graves. Para todos os medicamentos, deve-se sempre analisar as precauções e contraindicações do seu uso.
Protocolo Farmacológico para uso de antibiótico em odontopediatria
            Existem três possibilidades para emprego dos antibióticos em odontopediatria, que são:

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