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Aula 01 Direito Constitucional - ponto dos concursos

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Direito Constitucional – Sefaz/MA 
Aula 1 – Interpretação e Aplicabilidade das Normas Constitucionais. 
Prof. Frederico Dias 
www.pontodosconcursos.com.br| Prof. Frederico Dias 
1
Aula 1 
Direito Constitucional 
Interpretação e Aplicabilidade das Normas Constitucionais. 
Professor: Frederico Dias 
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Direito Constitucional – Sefaz/MA 
Aula 1 – Interpretação e Aplicabilidade das Normas Constitucionais. 
Prof. Frederico Dias 
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Olá! 
Hoje, vamos dar iniciar nosso curso, abordando uma parte mais teórica, 
referente à Teoria do Direito Constitucional. 
Falaremos sobre interpretação e aplicabilidade das normas constitucionais. 
Espero que você aprecie a aula. 
Vejamos, em forma de sumário, o nosso conteúdo de hoje. 
Tópicos da Aula 
1) Interpretação da Constituição . ............................................................................................................... 2 
1.1. Princípios de Interpretação ..................................................................................................................... 5 
1.2. Métodos de Interpretação .................................................................................................................... 13 
2) Aplicabilidade e eficácia: Classificação das normas constitucionais . .................................................... 21 
2.1. Normas de eficácia plena ...................................................................................................................... 22 
2.2. Normas de eficácia contida ................................................................................................................... 22 
2.3. Normas de eficácia limitada . ................................................................................................................ 23 
3) Lista das Questões Comentadas . .......................................................................................................... 34 
4) Gabarito ................................................................................................................................................. 41 
1) Interpretação da Constituição 
A partir de agora, tratarei da interpretação constitucional. Você precisa 
conhecer os métodos de interpretação e principalmente os princípios de 
interpretação, sendo mais comuns de serem cobrados estes últimos. 
Nesse assunto, você vai ter que aprender os conceitos de forma de geral e 
guardar determinadas expressões para identificar de qual princípio/método a 
questão está falando. 
Inicialmente, preciso estabelecer aqui três conceitos que têm sido abordados 
em concursos de mais alto nível: correntes interpretativistas e não 
interpretativistas; sociedade aberta dos intérpretes e a noção de “Constituição 
aberta”. 
Correntes interpretativistas x não interpretativistas 
Aula 1 - Interpretação e Aplicabilidade das Normas 
Constitucionais. 
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Didaticamente, podemos considerar que o que diferencia essas correntes, 
essencialmente, é o grau de liberdade do juiz-intérprete, no exercício da 
interpretação. 
As correntes interpretativistas vão, de certa forma, limitar um pouco o poder 
de interpretação do juiz. Considera-se que os juízes, ao interpretarem a 
Constituição, devem limitar-se a captar o sentido dos preceitos expressos na 
Constituição, ou, pelo menos, nela claramente implícitos. Embora não se 
confunda com o literalismo – a competência interpretativa dos juízes vai apenas 
até onde o texto claro da interpretação lhes permite -, as correntes 
interpretativistas apontam como limites de competência interpretativa a textura 
semântica e a vontade do legislador. 
Já as correntes não interpretativistas vão defender a possibilidade de os 
juízes invocarem e aplicarem valores e princípios substantivos – princípios da 
liberdade, igualdade e da justiça – contra atos da responsabilidade do 
Legislativo em desconformidade com o projeto da Constituição. 
Em suma, num caso, o juiz está limitado ao texto da norma e à vontade do 
legislador (interpretativistas); no outro, o juiz pode extrapolar esse limite, 
invocando outros valores e princípios (não interpretativistas). 
Sociedade aberta dos intérpretes 
Aqui, devemos considerar a existência de uma democratização da hermenêutica 
(interpretação) constitucional – defendida por Peter Häberle. 
Segundo o autor, se a Constituição determina o comportamento de toda 
sociedade, não é justo (nem democrático) que apenas alguns tenham “o 
direito” de interpretá-la. 
Nesse sentido, a função de interpretar a Constituição não poderia estar restrita 
aos seus intérpretes formais (os juízes) e nem a determinados procedimentos 
formalizados. 
Daí a noção de “sociedade aberta” dos intérpretes. É como se a atividade de 
interpretação devesse apresentar contornos mais democráticos e estar “aberta” 
a toda comunidade, sendo função não só dos órgãos estatais, mas dos cidadãos 
em geral, associações, organizações políticas etc. 
Constituição “aberta” 
Além do conceito de “Sociedade aberta dos intérpretes” (estudado no item 
precedente), você pode encontrar na sua prova o conceito de “Constituição 
aberta”. É importante não confundi-los. 
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Vimos que os adeptos da teoria de “Sociedade aberta dos intérpretes” 
defendem que a interpretação da Constituição não poderia estar restrita aos 
seus intérpretes formais, sendo função de toda a comunidade política. 
Outra coisa é o conceito de “Constituição aberta”. Canotilho ensina que dizer 
que a Constituição é um “sistema aberto”. Significa afirmar que suas normas 
estão aptas a captar as mudanças da realidade e estão abertas às concepções 
cambiantes da verdade e da justiça. 
O que se observa é que se a Constituição não estiver “aberta” para captar a 
evolução da sociedade, ela pode ficar completamente desconectada da 
realidade, fora de seu tempo. Nessa hipótese, a Constituição acabaria perdendo 
parte de sua força normativa, ou seja, passaria a influir cada vez menos na 
realidade. 
Veja como esses conceitos (abstratos, eu sei...) foram cobrados... 
1. (CESPE/PROCURADOR/NATAL/2008) No âmbito da doutrina que estuda a 
interpretação constitucional, é possível identificar duas correntes de 
pensamento: os interpretativistas e os não-interpretativistas. A diferença 
entre elas, em linhas gerais, é que os interpretativistas defendem um 
ativismo judicial na interpretação da Constituição, admitindo a 
possibilidade de os juízes irem além do texto da lei, invocando valores 
como justiça, igualdade e liberdade na criação judicial do direito, o que é 
repelido pelos não-interpretativistas. 
O Cespe simplesmente interveteu os conceitos. A corrente não-
interpretativistaé que admite a possibilidade de o juiz ir além do texto da lei, 
invocando princípios como os da justiça, da igualdade e da liberdade. 
Item errado. 
2. (CESPE/PROCURADOR/NATAL/2008) A sociedade aberta dos intérpretes da 
Constituição, defendida por Peter Häberle, propõe que a interpretação 
constitucional seja tarefa desenvolvida por todos aqueles que vivem a 
norma, devendo ser inseridosno processo de interpretação constitucional 
todos os órgãos estatais, os cidadãos e os grupos sociais. 
A questão está correta. Trata-se de uma democratização da tarefa de 
interpretação da Constituição, o que implica a participação de todos que sofrem 
os efeitos da norma constitucional: a sociedade como um todo. 
Item certo. 
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3. (CESPE/ADVOGADO/CORREIOS/2011) Segundo os doutrinadores, a ideia 
de uma constituição aberta está ligada à possibilidade de sua 
permanência dentro de seu tempo, evitando-se o risco de perda ou 
desmoronamento de sua força normativa. 
A assertiva está correta. A idéia de uma Constituição aberta está relacionada 
com a necessidade de que ela possa se adaptar às mudanças da realidade, de 
forma a preservar sua força normativa. 
Item certo. 
1.1. Princípios de Interpretação 
Vejamos um a um os principais aspectos relacionados a cada princípio. 
Princípio da Unidade da Constituição 
O texto da Constituição deve ser interpretado de forma a evitar contradições 
(antinomias) entre suas normas. Isso porque a Constituição deve ser 
considerada na sua globalidade, exigindo-se do intérprete a busca da 
interpretação que harmonize suas aparentes contradições. 
Como decorrência desse princípio, temos que não existem antinomias 
normativas verdadeiras entre os dispositivos constitucionais. Cabe ao intérprete 
o exercício de eliminar as eventuais contradições (antinomias) aparentes. 
Princípio do Efeito Integrador 
De acordo com o princípio do efeito integrador, na resolução dos problemas 
jurídico-constitucionais, deve-se dar primazia aos critérios ou pontos de vista 
que favoreçam a integração política e social e o reforço da unidade 
política. 
Princípio da Máxima Efetividade 
Segundo o princípio da máxima efetividade (ou princípio da eficiência, ou 
princípio da interpretação efetiva), o intérprete deve extrair da norma 
constitucional o sentido que lhe dêmaior eficácia, a mais ampla 
efetividade social. 
Princípio da Justeza 
Também chamado de princípio da conformidade funcional, o princípio da justeza 
preconiza que os intérpretes não poderão chegar a um resultado que subverta 
ou perturbe o esquema organizatório-funcional estabelecido pelo legislador 
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constituinte, notadamente no que tange à alteração da repartição de funções 
constitucionalmente estabelecida. 
Princípio da Harmonização 
Conhecido também como princípio da concordância prática, exige a 
coordenação e combinação dos bens jurídicos quando houver conflito ou 
concorrência entre eles, a fim de se evitar o sacrifício (total) de uns em 
relação aos outros. Ou seja, decorre da inexistência de hierarquia entre os 
princípios, ocasionando uma coexistência harmônica entre eles. 
Princípio da Força Normativa da Constituição 
Desenvolvido por Konrad Hesse, esse princípio preconiza que o intérprete dê 
sempre prevalência aos pontos de vista que contribuem para uma eficácia 
ótima da Constituição (haja vista seu caráter normativo). Assim, devem ser 
valorizadas as soluções que possibilitem a atualização normativa, a eficácia 
e a permanência da Lei Maior. 
Interpretação conforme a Constituição 
Esse princípio é o mais relevante de todos, portanto, não deixe de conhecê-lo. 
O princípio da interpretação conforme é especialmente aplicável no âmbito do 
controle de constitucionalidade, em casos de normas infraconstitucionais de 
múltiplos significados (plurisignificativas). Assim, havendo vários significados 
para aquela norma, cabe ao intérprete dar prevalência àquele sentido que 
esteja conforme a Constituição. 
Assim, ao invés de declarar a norma inconstitucional, o intérprete deve dar 
aplicação ao seu sentido compatível com a Constituição e afastar a aplicação 
daquele sentido que seja desconforme. 
Podemos dizer que dessa forma prevalece a supremacia da Constituição (na 
medida em que repele a aplicação inconstitucional) e o princípio de 
presunção de constitucionalidade das leis (que inclui o esforço de 
conservação da norma, já que deixa de declará-la inconstitucional como um 
todo). 
Evidentemente, nesse esforço não pode o aplicador da lei chegar a uma 
interpretação que subverta o próprio sentido e teor da lei (ou seja, a fim de 
adequá-la à Constituição, não pode o intérprete seguir interpretação dissonante 
com a vontade do legislador). Isso porque essa forma de interpretação, na 
prática, transformaria o intérprete em legislador positivo. 
Em suma: 
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I) no caso de uma norma plurissignificativa, deve-se favorecer a interpretação 
que lhe compatibilize a Constituição (valorizando a supremacia da 
Constituição); 
II) o esforço é no sentido da conservação da validade da lei (e não da 
declaração de sua inconstitucionalidade); assim, a norma não deve ser 
declarada inconstitucional quando for possível conferir a ela uma interpretação 
conforme (valorizando a presunção de constitucionalidade das leis). 
Sintetizando: 
4. (FGV/SEFAZ/MT/2014) Analise o fragmento a seguir. 
“Sempre que uma norma jurídica comportar mais de um significado possível, 
deve o intérprete optar por aquele que melhor realize o espírito da 
Constituição, rejeitando as exegeses contrárias aos preceitos constitucionais.” 
Assinale a opção que indica o princípio de interpretação constitucional a que o 
fragmento se refere. 
a) Princípio da Unidade da Constituição. 
b) Princípio da Interpretação Conforme a Constituição. 
c) Princípio da Supremacia da Constituição. 
d) Princípio da Força Normativa da Constituição. 
e) Princípio da Concordância Prática. 
O princípio da interpretação conforme a Constituição impõe que, no caso de 
normas polissêmicas ou plurissignificativas (aquelas que admitem mais de uma 
Unidade da Constituição
Efeito integrador
Máxima efetividade
Justeza (conformidade 
funcional) 
Harmonização
Força normativa da 
constituição 
Interpretação conforme 
a constituição 
evitar contradições (antinomias)
integração política e social e o reforço da unidade política
sentido que dê maior eficácia, mais ampla efetividade social
esquema organizatório-funcional
evitar o sacrifício (total) de uns em relação aos outros
atualização normativa, a eficácia e a permanência da 
Constituição 
preferência ao sentido da norma que a compatibilize com o 
conteúdo da Constituição 
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interpretação), deve prevalecer aquele sentido que lhes compatibilize com o 
conteúdo da Constituição. 
A partir da rejeição dos sentidos contrários à Constituição, preserva-se a norma 
no ordenamento jurídico. 
Gabarito: “b” 
5. (FGV/ANALISTA/TCE/BA/2013)O princípio da unidade impõe ao 
intérpreteo encontro de uma solução que harmonize tensões 
existentes entre as diversas disposições constitucionais. 
Como decorrência do princípio da unidade, temos que não existem antinomias 
normativas verdadeiras entre os dispositivos constitucionais, uma vez que a 
Constituição deve ser considerada na sua globalidade. Cabe ao intérprete o 
exercício de harmonizar eventuais contradições (antinomias) aparentes. 
Item certo. 
6. (FGV/ANALISTA/TCE/BA/2013) O princípio da concordância prática é um 
critério orientador da atividade interpretativa, corrigindo leituras 
desviantes da distribuição de competências, seja entre os entes 
federados, seja entre os poderes constituídos. 
A questão mistura princípio da concordância prática e princípio da conformidade 
funcional. O princípio da conformidade funcional (ou da justeza) preconiza que 
os intérpretes não poderão chegar a um resultado que subverta ou perturbe o 
esquema organizatório-funcional estabelecido pelo legislador constituinte, 
notadamente no que tange à alteração da repartição de funções 
constitucionalmente estabelecida. Já o da concordância prática exige a 
coordenação e combinação dos bens jurídicos quando houver conflito, a fim de 
se evitar o sacrifício (total) de uns em relação aos outros. 
Item errado. 
7. (FGV/ANALISTA/TCE/BA/2013)O princípio da máxima efetividade, impõe 
que “a uma norma constitucional deve ser atribuído o sentido que maior 
eficácia lhe dê”. 
É certo que o princípio da máxima efetividade impõe que o intérprete extraia da 
norma constitucional o sentido que lhe dê maior eficácia, a mais ampla 
efetividade social. 
Item certo. 
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8. (CESPE/PROCURADOR/AGU/2010) Pelo princípio da concordância prática ou 
harmonização, na hipótese de eventual conflito ou concorrência entre 
bens jurídicos constitucionalizados, deve-se buscar a coexistência entre 
eles, evitando-se o sacrifício total de um princípio em relação ao outro. 
O princípio da concordância prática (ou da harmonização) exige a coordenação 
e combinação dos bens jurídicos quando houver conflito ou concorrência entre 
eles, a fim de se evitar o sacrifício (total) de uns em relação aos outros. Ou 
seja, esse princípio decorre da inexistência de hierarquia entre os bens jurídicos 
constitucionalizados, ocasionando uma necessidade de coexistência harmônica 
entre eles. 
Item certo. 
9. (CESPE/JUIZ/TRT1/2010) Pelo princípio da conformidade funcional, a 
contradição entre princípios deve ser superada por meio da redução 
proporcional do âmbito de alcance de cada um deles ou pelo 
reconhecimento da preferência ou prioridade de certos princípios em 
relação a outros. 
O conceito apresentado na assertiva não tem relação com o princípio da 
conformidade funcional. O princípio da conformidade funcional (ou da justeza) 
preconiza que os intérpretes não poderão chegar a um resultado que subverta 
ou perturbe o esquema organizatório-funcional estabelecido pelo legislador 
constituinte, especialmente no que se refere à repartição de funções entre os 
poderes. 
Item errado. 
10. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA: EXECUÇÃO DE 
MANDADOS/TRT 17ª REGIÃO/2009) Segundo o princípio da unidade da 
constituição, cada país só pode ter uma constituição em vigor, de modo 
que a aprovação de nova constituição implica a automática revogação da 
anterior. 
Segundo o princípio da unidade, o texto da Constituição deve ser interpretado 
de forma a evitar contradições (antinomias) entre suas normas. Isso porque a 
Constituição deve ser considerada na sua globalidade, exigindo-se do intérprete 
a busca da interpretação que harmonize suas aparentes contradições. 
Como decorrência desse princípio, temos que não existem antinomias 
normativas verdadeiras entre os dispositivos constitucionais. Cabe ao intérprete 
o exercício de eliminar as eventuais contradições (antinomias) aparentes. 
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Item errado. 
11. (CESPE/AUFC/TCU/2009) O princípio da concordância prática ou da 
harmonização, derivado do princípio da unidade da CF, orienta o aplicador 
ou intérprete das normas constitucionais no sentido de que, ao se deparar 
com um possível conflito ou concorrência entre os bens constitucionais, 
busque uma solução que evite o sacrifício ou a negação de um deles. 
Na assertiva anterior foi apresentado o conceito do princípio da unidade. De 
fato, o princípio da concordância prática pode ser considerado como derivado do 
princípio da unidade. 
Este último exige do intérprete a busca da interpretação que harmonize 
aparentes contradições do texto constitucional. Da mesma forma, o princípio da 
harmonização (ou da concordância prática) exige coordenação e combinação 
dos bens jurídicos em conflito a fim de se evitar o sacrifício total de um deles. 
Item certo. 
12. (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO/DPU/2010) Atendendo ao princípio 
denominado correção funcional, o STF não pode atuar no controle 
concentrado de constitucionalidade como legislador positivo. 
Segundo o princípio da correção (ou conformidade) funcional, os intérpretes da 
Constituição não poderão chegar a um resultado que subverta ou perturbe o 
esquema organizatório-funcional estabelecido pelo legislador constituinte, 
especialmente no que tange à alteração da repartição de funções entre os 
poderes constitucionalmente estabelecidos. 
Assim, a assertiva estabelece a seguinte relação: não se admite que o STF atue 
como legislador positivo no âmbito do controle concentrado, uma vez que a 
função legislativa é precipuamente destinada ao Poder Legislativo. Assim, 
eventual atuação do STF nesse sentido estaria subvertendo a repartição 
constitucional de funções entre os poderes (situação que o princípio da 
conformidade funcional tenta prevenir). 
Item certo. 
13. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/TRE MA/2009) De acordo 
com o princípio interpretativo da máxima efetividade ou da eficiência das 
normas constitucionais, devem ter prioridade, quando da resolução de 
problemas jurídico-constitucionais, critérios que favoreçam a integração 
política e social. 
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Segundo o princípio da máxima efetividade (ou princípio da eficiência, ou 
princípio da interpretação efetiva), o intérprete deve extrair da norma 
constitucional o sentido que lhe dê maior eficácia, a mais ampla efetividade 
social. 
Já a prioridade aos critérios que favoreçam a integração política e social decorre 
do princípio do efeito integrador. 
Item errado. 
14. (CESPE/PROCURADOR/PGE-PE/2009) Em razão do princípio da eficácia 
integradora, se norma fundamental instituir um sistema coerente e 
previamente ponderado de repartição de competências, não poderão os 
seus aplicadores chegar a resultado que subverta esse esquema 
organizatório-funcional. 
De acordo com o princípio do efeito integrador (ou da eficácia integradora), na 
resolução dos problemas jurídico-constitucionais, deve-se dar primazia aos 
critérios ou pontos de vista que favoreçam a integração políticae social e o 
reforço da unidade política. 
A assertiva atribuiu incorretamente ao princípio da eficácia integradora a 
definição do princípio da conformidade funcional (vedação a que os intérpretes 
cheguem a um resultado que subverta o esquema organizatório-funcional 
constitucionalmente estabelecido). 
Item errado. 
15. (CESPE/PROCURADOR PREVIDENCIÁRIO/INST. PREV. CARIACICA/2007) A 
aplicação do princípio da interpretação conforme a Constituição não está 
limitada à literalidade da norma, ou seja, é permitido ao intérprete 
inverter o sentido das palavras e subverter a intenção do legislador. 
O princípio da interpretação conforme a Constituição é o mais relevante para 
concursos públicos. 
No esforço de dar à norma uma interpretação conforme a Constituição, não 
pode o aplicador da lei chegar a um resultado que subverta o próprio sentido e 
teor da norma (ou seja, a fim de adequá-la à Constituição, não pode o 
intérprete seguir interpretação dissonante com a vontade do legislador). Se 
assim fosse, essa forma de interpretação, na prática, transformaria o intérprete 
em legislador positivo. 
Item errado. 
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16. (CESPE/PROCURADOR PREVIDENCIÁRIO/INST. PREV. CARIACICA/2007) 
Sempre que uma lei puder de alguma forma colocar em risco o 
ordenamento constitucional, cumpre ao Poder Judiciário anulá-la, não 
sendo possível aplicar-lhe uma forma de interpretação que preserve um 
dos sentidos que ela comporte e que esteja em harmonia com a 
Constituição Federal. 
A assertiva está incorreta, pois a técnica da interpretação conforme a 
Constituição objetiva exatamente isto: preservar um dos sentidos da norma, 
aquele que se harmonize com a Constituição. 
Item errado. 
17. (CESPE/JUIZ/TRT1/2010) Pelo princípio da força normativa da CF, às 
normas constitucionais deve ser atribuído o sentido que maior eficácia 
lhes conceda. 
Desenvolvido por Konrad Hesse, o princípio da força normativa da Constituição 
preconiza que o intérprete dê sempre prevalência aos pontos de vista que 
contribuem para uma eficácia ótima da Constituição como um todo (haja vista 
seu caráter normativo). Assim, devem ser valorizadas as soluções que 
possibilitem a atualização normativa, a eficácia e a permanência da Carta Maior. 
A assertiva apresentou o sentido do princípio da máxima efetividade, segundo o 
qual o intérprete deve extrair da norma constitucional o sentido que lhe dê 
maior eficácia. 
Item errado. 
18. (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA: EXECUÇÃO DE 
MANDADOS/TRT 17ª REGIÃO/2009) O princípio do efeito integrador 
estabelece que, havendo lacuna na CF, o juiz deve recorrer a outras 
normas do ordenamento jurídico para integrar o vácuo normativo. 
A assertiva apresentou uma definição inadequada para o princípio do efeito 
integrador. Segundo esse princípio, na resolução dos problemas jurídico-
constitucionais, o intérprete deve dar primazia aos critérios ou pontos de vista 
que favoreçam a integração política e social e o reforço da unidade política. 
Item errado. 
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1.2. Métodos de Interpretação 
Um pouco menos amigáveis, mas também menos cobrados que os princípios de 
interpretação, temos de conhecer os métodos de interpretação. 
Método Jurídico (hermenêutico clássico) 
O método jurídico (hermenêutico clássico) adota a premissa de que a 
Constituição deve ser encarada como uma lei. Logo, interpretar a Constituição é 
interpretar uma lei. 
Em suma, para a atividade de interpretação da Constituição, atribui-se grande 
importância ao texto da norma: a função do intérprete é desvendar o sentido 
do texto, sem ir além do teor literal dos seus preceitos. 
Assim, desvenda-se o sentido das normas constitucionais por meio da utilização 
dos elementos: (i) filológico (literal, textual ou gramatical); (ii) lógico 
(sistemático – análise do todo, harmonia lógica); (iii) histórico (analisa o 
projeto de lei, sua justificativa, discussões etc.); (iv) teleológico (elemento 
racional, finalidade da norma); (v) genético (investigação das origens dos 
conceitos empregados no texto da norma). 
Método Tópico-Problemático 
O método tópico-problemático baseia-se na priorização do estudo do caso 
concreto sobre a norma, já que parte da premissa de que a interpretação 
tem um caráter prático (procura resolver problemas concretos) e as normas 
constitucionais têm caráter aberto. 
A denominação do método não é ocasional. Esse nome quer dizer que o método 
é tópico orientado a problema (ou orientado pelo problema concreto a ser 
resolvido), ou seja, a Constituição será interpretada topicamente, a cada 
problema. Em outras palavras, haverá uma priorização do problema, uma vez 
que ele passa a ser o centro do método (e não a própria norma). 
Bem, se o foco é o problema concreto, tenta-se adaptar ou adequar a norma 
constitucional a ele. Dentre os vários sentidos que o texto da norma apresenta, 
extrai-se aquele que mais se enquadra àquela realidade, a interpretação mais 
conveniente ao caso concreto. Daí se dizer que, nesse método, o problema 
prevalece sobre a norma. 
Agora, você concorda que esse método dá uma enorme liberdade ao juiz, já 
que ele poderá adaptar a interpretação da norma ao seu bel prazer, para 
enquadrá-la na situação concreta? Afinal, nesse caso, o intérprete está 
partindo do problema para a norma... 
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Pois é, os críticos desse método dizem exatamente isso. Eles defendem que a 
interpretação segundo o método tópico-problemático conduziria a um casuísmo 
sem limites e que a atividade interpretativa não deveria partir do problema para 
a norma (como ocorre nesse método), mas da norma para o caso concreto. 
Método Hermenêutico-Concretizador 
O método hermenêutico-concretizador também não despreza a importância do 
caso concreto ao qual aquela norma se aplica; ou seja, também se dirige a um 
pensamento problematicamente orientado. 
Entretanto, esse método reconhece a importância do aspecto subjetivo, da 
pré-compreensão do intérprete. Assim, a interpretação constitucional dá-se 
pela conjugação dessa pré-compreensão e o caso concreto. Vejamos como isso 
ocorre... 
Ao ler a norma, o intérprete tem sua própria pré-compreensão (juízo abstrato 
e antecipado sobre aquele texto). Ou seja, o ponto de partida da atividade 
interpretativa é a pré-compreensão do intérprete sobre a norma. Todavia, essa 
norma será concretizada a partir de uma dada situação histórica (problema ou 
situação concreta). 
A doutrina denomina essa pré-compreensão da norma de pressuposto 
subjetivo. E o momento seguinte (o contexto de mediação entre o texto e a 
situação concreta) de pressuposto objetivo. 
A interpretação da norma se dá pela conjugação desses dois elementos 
(subjetivo e objetivo,) em que a própria pré-compreensão que o intérprete tem 
passa a ser reformulada a partir da aplicação no caso concreto. 
É o que se denomina de “círculo hermenêutico”: movimento de ir e vir entre o 
elemento subjetivo e o objetivo, em que a análisedo caso concreto frente à 
norma reformula a própria pré-compreensão do intérprete (elemento 
subjetivo). E essa reformulação influirá na nova observação da realidade frente 
ao conteúdo da norma, num contínuo movimento de ir e vir entre o contexto de 
aplicação da norma e a pré-compreensão do intérprete. 
Nesse sentido, esse método ocasiona uma concretização da norma a partir de 
uma situação concreta. Entretanto, precisamos saber diferenciá-lo do método 
tópico problemático. 
É que os adeptos desse método hermenêutico-concretizador, sem perder de 
vista a realidade concreta, tentam ancorar a atividade interpretativa no texto da 
norma (o que diminui um pouco a margem de liberdade do intérprete). 
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Assim, ao contrário do método tópico-problemático, no método hermenêutico-
concretizadora norma prevalece sobre o problema. 
Método Científico-Espiritual 
O Método Científico-Espiritual baseia-se na idéia de uma Constituição como 
instrumento de integração política e social, absorvendo os conflitos da 
sociedade e contribuindo para a preservação da unidade social. 
Assim, trata-se de método de interpretação sistêmico e espiritualista, que parte 
da premissa de que o intérprete deve levar em conta os valores subjacentes 
à Constituição (econômicos, sociais, políticos e culturais), integrando o sentido 
de suas normas a partir da “captação espiritual” da realidade da comunidade. 
Ou seja, as normas são analisadas menos pelo seu sentido textual e mais pela 
ordem de valores do mundo real (realidade social), a fim de alcançar a 
integração da Constituição com a realidade espiritual da comunidade. 
Por fim, é importante que você observe que essa “capacidade integradora” não 
é algo do ponto de vista meramente jurídico e formal (no sentido de integrar o 
ordenamento jurídico como um todo – a Constituição e as normas que lhe são 
subordinadas). Não, não. Trata-se de uma integração em sentido amplo 
(perspectiva política e sociológica), em que a Constituição deve funcionar como 
instrumento de solução dos conflitos que ocorrem na sociedade. 
Método Normativo-Estruturante 
Os defensores do método normativo-estruturante distinguem a “norma 
constitucional” do “texto da norma” (inexistência de identidade entre a norma 
jurídica e o texto normativo). 
Ou seja, quando você lê um dispositivo constitucional, aquele texto ali escrito 
não representa toda a norma jurídica. Não, não. Ali está apenas o “texto da 
norma”, a parte “visível” da norma. 
Ora, a norma é muito mais do que isso! Além do texto, a “norma constitucional” 
compreende também um pedaço da realidade concreta (domínio normativo). 
Assim, a tarefa do intérprete abrange interpretar o texto da norma (elemento 
literal) e também verificar os modos de sua concretização na realidade social. 
Em suma, é como se a norma constitucional fosse composta de duas parcelas. 
Uma delas está visível, está expressa no comando jurídico (texto ou programa 
normativo). A outra parcela da norma está oculta (domínio normativo ou 
“pedaço de realidade”). 
Para finalizar, permita-nos recorrer a uma metáfora clássica. Imagine que a 
norma é um iceberg. O programa normativo (texto da norma) é apenas a ponta 
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do iceberg. A base do iceberg seria aquela parcela da norma que está oculta, 
não está no texto normativo, e constitui a realidade concreta (“domínio 
normativo” ou “situação normada”). 
Cabe ao intérprete considerar também o domínio normativo na sua atividade de 
interpretação. 
Interpretação Comparativa 
Esse é o mais simples! Com o método de interpretação comparativa pretende-
se captar a evolução de institutos jurídicos, normas e conceitos de vários 
ordenamentos jurídicos, mediante comparação entre eles, identificando 
semelhanças e diferenças. Essa análise pode esclarecer o significado a ser 
atribuído a determinadas expressões presentes nas normas constitucionais. 
Sintetizando:
I) método jurídico = interpreta-se a constituição como se interpreta uma lei; 
II) método tópico problemático = confere primazia ao problema perante a 
norma, parte-se do problema para a norma; 
III) método hermenêutico concretizador = pré-compreensão do sentido do 
texto constitucional, conferindo primazia à norma perante o problema, 
formando um círculo hermenêutico; 
IV) método científico-espiritual = leva em conta a ordem de valores 
subjacente ao texto, bem assim a integração do texto constitucional com a 
realidade da comunidade; 
V) método normativo-estruturante = a norma constitucional abrange um 
pedaço da realidade social(é mais do que o texto normativo); assim, a 
interpretação deve verificar o texto da norma, bem como sua concretização na 
realidade; 
VI) método comparativo = comparação entre diferentes ordenamentos 
constitucionais. 
19. (FGV/ANALISTA/DPE/DF/2014) Através do método clássico, a Constituição 
deverá ser interpretada da mesma forma que as demais leis do nosso 
ordenamento jurídico. A interpretação da Constituição não fugiria dos 
padrões hermenêuticos criados por Savigny, quais sejam, a interpretação 
sistemática, histórica, lógica e gramatical, apesar da importância singular 
que possui na ordem jurídica. 
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O método jurídico (hermenêutico clássico) adota a premissa de que interpretar 
a Constituição é interpretar uma lei. Por isso, desvenda-se o sentido das 
normas constitucionais por meio da utilização dos elementos tradicionais de 
interpretação. 
Item certo. 
20. (FGV/ANALISTA/DPE/DF/2014) O método da tópica analisa a Constituição 
pelo primado do texto constitucional. A tarefa hermenêutica é suscitada 
por um problema, mas, para equacioná-lo, o aplicador se vincula ao texto 
constitucional. O foco é a norma da Constituição e não apenas o 
problema, como pode ser observado em outros métodos. 
O método tópico-problemático (ou método da tópica) baseia-se na priorização 
do estudo do caso concreto sobre a norma, já que parte da premissa de que a 
interpretação tem um caráter prático (procura resolver problemas concretos) e 
as normas constitucionais têm caráter aberto. 
A questão está errada, pois haverá uma priorização do problema sobre a 
norma. Vale dizer, no método da tópica o foco é o problema concreto. 
Item errado. 
21. (FGV/ANALISTA/DPE/DF/2014) O método hermenêutico-concretizador 
determina que a Constituição é um conjunto aberto de regras e princípios, 
dentre os quais o aplicador do direito deverá escolher aquele que 
soluciona o problema da forma mais justa. O foco, para o método, é o 
problema, servindo as normas constitucionais como um catálogo múltiplo 
e variado de princípios, onde se localiza o fundamento adequado para a 
solução prática. 
A questão está apresentando o conceito do método tópico-problemático. 
Dica: por mais que você ache intrincado o texto, aprenda a resolver as 
questões sobre ele. Falou que o foco é o problema a ser solucionado, falou que 
o problema prevalece sobre a norma, marque o método tópico-problemático (ouda tópica). 
** Método tópico-problemático → primazia do problema sobre a norma (foco no 
problema) 
** Método hermenêutico-concretizador→primazia da norma sobre o problema. 
Item errado. 
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22. (CESPE/ABIN/OFICIAL DE INTELIGÊNCIA/ÁREA DIREITO/2010) Entre os 
métodos compreendidos na hermenêutica constitucional inclui-se o tópico 
problemático, que consiste na busca da solução partindo-se do problema 
para a norma. 
De fato, o método tópico-problemático baseia-se na priorização do estudo do 
caso concreto sobre a norma, já que parte da premissa de que a interpretação 
tem um caráter prático. Assim, a Constituição é entendida como um sistema 
aberto de regras e princípios. 
Nesse sentido, a questão está correta, pois, nesse método, o caso concreto é o 
foco: o problema concreto prevalece sobre a norma. 
Item certo. 
23. (CESPE/PROCURADOR/AGU/2010) O método hermenêutico-concretizador 
caracteriza-se pela praticidade na busca da solução dos problemas, já que 
parte de um problema concreto para a norma. 
Na verdade, o método tópico-problemático é que se caracteriza pelo caráter 
prático da interpretação, em que se parte do problema para a norma. Portanto, 
errada a questão. 
Ao contrário, o método hermenêutico-concretizador parte da Constituição para 
o problema, sendo que a norma prevalece sobre o caso concreto. 
Assim, é importante destacar a distinção que a doutrina faz entre os dois 
métodos: 
Método tópico-problemático → primazia do problema sobre a norma 
Método hermenêutico-concretizador→primazia da norma sobre o 
problema. 
Item errado. 
24. (CESPE/ADVOGADO JÚNIOR/PETROBRÁS/2007) Segundo o método jurídico 
de Forsthoff, a interpretação da constituição não se distingue da 
interpretação de uma lei e, por isso, para se interpretar o sentido da lei 
constitucional, devem-se utilizar as regras tradicionais da interpretação. 
O método jurídico (hermenêutico clássico) – que tem Forsthoff como expoente - 
adota a premissa de que a Constituição deve ser encarada como uma lei. Logo, 
interpretar a Constituição é interpretar uma lei. Para a atividade de 
interpretação da Constituição, atribui-se grande importância ao texto da norma: 
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a função do intérprete é desvendar o sentido do texto, sem ir além do teor 
literal dos seus preceitos. 
Assim, desvenda-se o sentido das normas constitucionais por meio dos métodos 
tradicionais de hermenêutica, utilizando os elementos: (i) literal ou textual 
(filológico); (ii) lógico (sistemático); (iii) histórico; (iv) teleológico (finalidade da 
norma); (v) genético (investigação das origens dos conceitos empregados no 
texto constitucional). 
Item certo. 
25. (CESPE/PROCURADOR/BACEN/2009) Pelo método de interpretação 
hermenêutico-concretizador, a análise da norma constitucional não se fixa 
na sua literalidade, mas decorre da realidade social e dos valores insertos 
no texto constitucional, de modo que a constituição deve ser interpretada 
considerando-se seu dinamismo e constante renovação, no compasso das 
modificações da vida da sociedade. 
A definição apresentada não se refere ao método hermenêutico-concretizador, e 
sim ao método de interpretação científico-espiritual. A assertiva traz o conceito 
apresentado por Pedro Lenza para este último método: 
“A análise da norma constitucional não se fixa na literalidade da 
norma, mas parte da realidade social e dos valores subjacentes do 
texto da Constituição. 
Assim, a Constituição deve ser interpretada como algo dinâmico e 
que se renova constantemente, no compasso das modificações da 
vida em sociedade.” 
Item errado. 
26. (CESPE/ANALISTA/ÁREA: JUDICIÁRIA/TRE/GO/2008) Esse método parte 
da premissa de que existe uma relação necessária entre o texto e a 
realidade, entre preceitos jurídicos e os fatos que eles intentam regular. 
Para Müller, na tarefa de interpretar-concretizar a norma constitucional, o 
intérprete aplicador deve considerar tanto os elementos resultantes da 
interpretação do texto (programa normativo), como os decorrentes da 
investigação da realidade (domínio normativo). Isso porque, partindo do 
pressuposto de que a norma não se confunde com o texto normativo, 
afirma Müller que o texto é apenas a ‘ponta do iceberg’; mas a norma não 
compreende apenas o texto, pois abrange também “um pedaço de 
realidade social”, sendo esta talvez a parte mais significativa que o 
intérprete aplicador deve levar em conta para realizar o direito. Dirley da 
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Cunha Júnior. Curso de Direito Constitucional. 2.ª ed. Salvador: Editora 
Juspodivum, 2008, p. 214. (com adaptações). O trecho acima descreve o 
método de interpretação constitucional denominado 
a) método científico-espiritual. 
b) método normativo-estruturante. 
c) método tópico-problemático. 
d) método hermenêutico-clássico. 
Os defensores do método normativo-estruturante distinguem a “norma 
constitucional” do “texto da norma” (inexistência de identidade entre a norma 
jurídica e o texto normativo). Ou seja, além do texto, a norma constitucional 
compreende também um domínio normativo, isto é, pedaço da realidade 
concreta, que o programa normativo só parcialmente contempla. Assim, a 
tarefa do intérprete abrange interpretar o texto da norma (elemento literal) e 
também verificar os modos de sua concretização na realidade social. 
Daí a questão mencionar a necessidade de que o intérprete considere tanto os 
elementos resultantes da interpretação do texto (programa normativo), como 
os decorrentes da investigação da realidade (domínio normativo), pois a norma 
jurídica é mais do que o texto em si. Este texto normativo é apenas a “ponta do 
iceberg”, na medida em que a norma compreende também a realidade social, e 
esta realidade deve ser levada em conta pelo intérprete para realizar o direito. 
Portanto, o trecho destacado pela questão relaciona-se ao método normativo-
estruturante. 
Gabarito: “b” 
27. (CESPE/PROCURADOR/PGE-PE/2009) De acordo com o método de 
interpretação constitucional denominado científico-espiritual, a 
Constituição é instrumento de integração, não apenas sob o ponto de 
vista jurídico-formal, mas também, e principalmente, em perspectiva 
política e sociológica, como instrumento de solução de conflitos, de 
construção e de preservação da unidade social. 
O método científico-espiritual caracteriza-se como um método de interpretação 
sistêmico e espiritualista, que se baseia na premissa de que o intérprete deve 
levar em conta os valores subjacentes à Constituição (econômicos, sociais, 
políticos e culturais), integrando o sentido de suas normas a partir da "captação 
espiritual" da realidade da comunidade. Ou seja, as normas são analisadas 
menos pelo seu sentido textual (aspecto jurídico-formal) e mais pela ordem de 
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valores do mundo real (realidade social), a fim de alcançar a integração da 
Constituição com a realidade espiritual da comunidade. 
A doutrina ressalta que essa integração não se restringe ao ponto de vista 
jurídico (integrar o ordenamento jurídico como um todo – a Constituição e as 
normas que lhe são subordinadas). Trata-se de uma integração sob a 
perspectiva política e sociológica, em que a Constituição deve funcionar como 
instrumento de solução dos conflitos que ocorrem na sociedade. 
Item certo. 
2) Aplicabilidade e eficácia: Classificação das normas 
constitucionais 
Iniciarei a aula abordando sucintamente o assunto eficácia e aplicabilidade das 
normas constitucionais. 
Em primeiro lugar: todas as normas constitucionais possuem eficácia 
jurídica. Podemos até considerar a existência de uma variação no grau de 
eficácia e aplicabilidade dessas normas. Mas, não existem normas desprovidas 
de eficácia jurídica no texto da Constituição. 
Bem, ocorre que algumas normas já produzem seus efeitos essenciais com a 
simples promulgação da Constituição. Outras têm um grau de eficácia reduzido, 
já que só produzem os seus plenos efeitos quando forem regulamentados por 
lei. 
Quem melhor desenvolve esse assunto é o prof. José Afonso da Silva, que 
classifica as normas constitucionais em: eficácia plena, limitada e contida. Fique 
atento, pois esse assunto não cai, despenca em concursos! E o melhor é que é 
bem simples de você aprender... 
As normas constitucionais dividem-se em três diferentes graus de eficácia: 
→ eficácia plena 
→ eficácia contida 
→ eficácia limitada 
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2.1. Normas de eficácia plena 
As normas de eficácia plena são aquelas que já estão aptas para produzirem os 
seus plenos efeitos com a simples entrada em vigor da Constituição, 
independentemente de regulamentação por lei. 
Assim, são dotadas de aplicabilidade imediata (porque estão aptas para 
produzir efeitos imediatamente, com a simples promulgação da Constituição); 
direta (porque não dependem de nenhuma norma regulamentadora 
intermediária para a produção de efeitos); e integral (porque já produzem 
seus essenciais efeitos). 
2.2. Normas de eficácia contida 
As normas de eficácia contida, restringidaou restringível também estão 
aptas para a produção de seus plenos efeitos com a simples promulgação da 
Constituição, mas podem ser restringidas. Promulgada a Constituição, aquele 
direito (nelas previsto) é imediatamente exercitável, mas esse exercício poderá 
ser restringido no futuro. 
Assim, são dotadas de aplicabilidade imediata (porque estão aptas para 
produzir efeitos imediatamente, com a simples promulgação da Constituição); 
direta (porque não dependem de nenhuma norma regulamentadora 
intermediária para a produção de efeitos); mas não-integral (porque sujeitas 
à imposição de restrições). 
Ademais, vale a pena comentar que as restrições às normas de eficácia contida 
podem ser impostas: 
a) por lei (exemplo: art. 5º, XIII, da CF/88, que prevê as restrições ao exercício 
de trabalho, ofício ou profissão, que poderão ser impostas pela lei que 
estabelecer as qualificações profissionais); 
b) por outras normas constitucionais (exemplo: art. 139 da CF/88, que impõe 
restrições ao exercício de certos direitos fundamentais, durante o período de 
estado de sítio); 
c) por conceitos ético-jurídicos geralmente aceitos (exemplo: art. 5º, XXV, da 
CF/88, em que o conceito de “iminente perigo público” autoriza a autoridade 
competente a impor uma restrição ao direito de propriedade, requisitando 
administrativamente a propriedade particular). 
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2.3. Normas de eficácia limitada 
As normas de eficácia limitada são aquelas que só produzem seus plenos 
efeitos depois da exigida regulamentação. Elas asseguram determinado 
direito, mas esse direito não poderá ser exercido enquanto não for 
regulamentado pelo legislador ordinário. Enquanto não expedida a 
regulamentação, o exercício do direito permanece impedido. 
São, por isso, dotadas de aplicabilidade mediata (só produzirão seus efeitos 
essenciais posteriormente, depois da regulamentação por lei); indireta (não 
asseguram, diretamente, o exercício do direito, dependendo de norma 
regulamentadora intermediária para tal); e reduzida. 
Podemos dizer que, com a simples promulgação da Constituição, sua eficácia é 
meramente “negativa”. É importante explicar melhor essa eficácia negativa. 
É que elas não produzem seus plenos efeitos ainda (já que dependem da 
regulamentação), mas já servem de parâmetro para a realização do 
controle de constitucionalidade das leis: (i) revogando a legislação 
pretérita em sentido contrário; e (ii) permitindo a declaração da 
inconstitucionalidade da legislação posterior em sentido contrário. 
Ademais, essas normas também servem de parâmetro para o exercício da 
interpretação constitucional. 
Atenção! Diante do que eu disse aqui, é errada a questão que afirme que até a 
regulamentação, as normas de eficácia limitada são desprovidas de eficácia. 
Continuando nossa análise sobre as normas de eficácia limitada, elas podem ser 
divididas em dois grupos: 
a) de princípio institutivo ou organizativo; 
b) de princípio programático. 
As normas definidoras de princípio institutivo ou organizativo são aquelas 
em que a Constituição estabelece regras para a futura criação, estruturação e 
organização de órgãos, entidades ou institutos, mediante lei (por exemplo, “a 
lei disporá sobre a organização administrativa e judiciária dos Territórios” (CF, 
art. 33)). 
Vale comentar que essas normas constitucionais definidoras de princípio 
institutivo podem ser impositivas (quando determinam peremptoriamente a 
edição de norma) ou facultativas (quando apenas facultam ao legislador, não 
impõem). 
Ou seja: 
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I) Impositivas→ aquelas vinculadas, em que se determinaao legislador a 
obrigação de emissão da legislação integrativa (por exemplo, art. 20, §2°; art. 
32, §4°; art. 33; art. 88; art. 91, § 2°); e 
II) Facultativas→ aquelas que dão ao legislador ordinário a possibilidade (e 
não a obrigação) de instituir ou regular a situação nelas delineada (por 
exemplo, art. 22, § único; art. 125, § 3°; art. 195, § 4°; art. 25, § 3°; art. 154, 
I). 
Já as normas constitucionais definidoras de princípios programáticos são 
aquelas em que a Constituição estabelece os princípios e diretrizes a serem 
cumpridos futuramente pelos órgãos estatais (legislativos, executivos, 
jurisdicionais e administrativos), visando à realização dos fins sociais do Estado. 
Constituem programas a serem realizados pelo Poder Público, disciplinando 
interesses econômico-sociais, tais como: realização da justiça social; 
valorização do trabalho; amparo à família; combate ao analfabetismo etc. (por 
exemplo, “a República Federativa do Brasil buscará a integração econômica,política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de 
uma comunidade latino-americana de nações” (CF, art. 4°, parágrafo único)). 
Esse grupo é composto pelas chamadas normas programáticas. 
Bem, esquematizei essas informações para que você possa memorizá-las de 
forma mais simples. 
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Sintetizando: 
Agora, vou reforçar (e aprofundar) o que vimos sobre normas programáticas 
com uma questão de concurso muito boa. 
28. (CESPE/JUIZ/PB/2011) As normas constitucionais programáticas cingem-se 
a estipular princípios ou programas que devem ser perseguidos pelos 
poderes públicos, não possuindo eficácia vinculante nem sendo capazes de 
gerar direitos subjetivos na sua versão positiva ou negativa, embora 
impeçam a produção de normas que contrariem o direito nelas inserido. 
De fato, conceituam-se as normas constitucionais programáticas como aquelas 
que estipulam princípios ou programas que devem ser perseguidos pelos 
poderes públicos. É certo ainda que essas normas impedem a produção de leis 
que contrariem o direito nelas inserido (eficácia reduzida). 
De qualquer forma, a questão está incorreta. Ora, são cada vez mais 
recorrentes as decisões do Supremo Tribunal Federal considerando que o 
Eficácia 
Plena
Eficácia 
Contida
- Só produzem seus plenos efeitos depois da exigida regulamentação
- Aplicabilidade 
- Princípio Institutivo ? regras para a futura criação, estruturação e organização de órgãos, 
entidades ou institutos, mediante lei. 
- Princípio Programático ? pr incípios e diretrizes a serem cumpridos futuramente pelos 
órgãos estatais visando à realização dos fins sociais do Estado. 
Eficácia das normas constitucionais
Mediata (efeitos essenciais apenas após regulamentação)
Indireta (dependem de norma regulamentadora) 
Reduzida (com a promulgação da Constituição, sua eficácia 
é meramente “negativa”, isto é, revogam a legislação 
pretérita e proíbem a legislação futura em sentido 
- Produzem seus efeitos essenciais com a simples entrada em vigor
Imediata (aptas para produzir efeitos imediatamente)
Direta (não dependem de nenhuma norma 
regulamentadora) 
- Aplicabilidade 
- Produzem seus efeitos essenciais, mas eles podem ser restringidos
Imediata (aptas para produzir efeitos imediatamente)
Direta (não dependem de nenhuma norma 
regulamentadora) 
- Aplicabilidade 
Eficácia
Limitada
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cumprimento de um mandamento constitucional previsto em norma 
programática não constitui discricionariedade do gestor público. 
Tomemos como a norma programática prevista no art. 196 da CF/88: 
“A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas 
sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros 
agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua 
promoção, proteção e recuperação.” 
O caráter programático do dispositivo não significa que o Poder Público terá a 
liberdade para fornecer ou não saúde para a população. Não, não. Essa norma, 
por si só, já vincula o poder público à implementação de políticas públicas e 
impõe ao Estado a obrigação de criar condições objetivas que possibilitem o 
efetivo acesso das pessoas a tal serviço. 
Diante disso, apesar de previsto em norma programática, “o direito público 
subjetivo à saúde representa prerrogativa jurídica indisponível assegurada à 
generalidade das pessoas pela própria Constituição da República (art. 196). 
Traduz bem jurídico constitucionalmente tutelado, por cuja integridade deve 
velar, de maneira responsável, o Poder Público (...). A interpretação da norma 
programática não pode transformá-la em promessa constitucional 
inconsequente” (RE 271.286-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, 12.9.2000). 
Ou seja, não se pode dizer que uma norma programática não se revista de 
caráter vinculante, nem que não possa nunca gerar direitos subjetivos. 
Item errado. 
29. (FCC/ANALISTA/TRF - 3ª REGIÃO/2016) Uma das classificações das 
normas constitucionais quanto a sua aplicabilidade foi proposta por José 
Afonso da Silva. Segundo a classificação desse autor, entende-se por 
norma constitucional de eficácia contida aquela que possui aplicabilidade 
a) direta e imediata, produzindo de logo todos os seus efeitos, os quais, no 
entanto, podem ser limitados por outras normas jurídicas, constitucionais ou 
infraconstitucionais. 
b) direta, imediata e integral, não estando sujeita a qualquer tipo de limitação 
infraconstitucional. 
c) indireta e mediata, vez depender a sua plena efetividade de regulamentação 
infraconstitucional. 
d) direta, imediata e integral, competindo ao Poder Público apenas regrar a 
forma de seu exercício por meio de normas administrativas infralegais, vedada 
qualquer limitação. 
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e) indireta e mediata, vez depender a sua plena efetividade da aplicação de 
outras normas constitucionais. 
As normas de eficácia contida, restringida ou restringível são dotadas de 
aplicabilidade imediata (porque estão aptas para produzir efeitos 
imediatamente, com a simples promulgação da Constituição); direta (porque 
não dependem de nenhuma norma regulamentadora intermediária para a 
produção de efeitos); mas não-integral (porque sujeitas à imposição de 
restrições pela legislação infraconstitucional, por outras normas constitucionais 
ou por conceitos ético-jurídicos geralmente aceitos, como “iminente perigo 
público”, por exemplo). 
Gabarito: A 
30. (ESAF/Auditor-Fiscal da Receita Estadual – Ceará/2007) As normas 
constitucionais de eficácia contida são aquelas que apresentam 
aplicabilidade reduzida, haja vista necessitarem de norma ulterior para que 
sejam aplicadas. 
Para acertar as questões de concursos sobre esse assunto, você vai precisar 
saber diferenciar, especialmente, as normas de eficácia limitada e as normas 
de eficácia contida. 
Essa questão, por exemplo, mistura as normas de eficácia contida com o 
conceito das normas de eficácia limitada. As normas de eficácia contida são 
dotadas de aplicabilidade imediata e, por isso, não necessitam de lei 
posterior para que sejam aplicadas. Na realidade, lei posterior viria apenas 
para restringir o exercício do direito nelas previsto. 
Item errado. 
31. (ESAF/Auditor-Fiscal da Receita Estadual – Ceará/2007) As normas 
constitucionais de eficácia limitada estreitam-se com o princípio da reserva 
legal, haja vista regularem interesses relativos à determinada matéria, 
possibilitando a restrição por parte do legislador derivado. 
Mais uma vez, a Esaf inverteu os conceitos tentando confundir o candidato. A 
assertiva apresenta um conceito relacionado com as normas de eficácia 
contida (e não limitada), pois é característica desse tipo de norma a 
possibilidade de restrição pelo legislador ordinário. 
Item errado. 
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32. (FCC/TÉCNICO/TCE/CE/2015)Consideram-se normas constitucionais de 
eficácia contida aquelas em que o legislador constituinte 
a) regulou suficientemente os interesses relativos a determinada matéria 
produzindo a norma desde logo seus efeitos, mas deixou margem à atuação 
restritiva por parte do Poder Público, nos termos que vierem a ser previstos em 
lei. 
b) deixou ao legislador ordinário o poder pleno de disciplinar a matéria, sem 
delinear os limites de tal atuação. 
c) regulamentou inteiramente a matéria, a qual não pode ser objeto de 
nenhum juízo restritivo por parte do Poder Público. 
d) deixou ao legislador ordinário o poder de disciplinar a matéria, dependendo a 
norma constitucional, para gerar efeitos, da existência de regras restritivas por 
este traçadas. 
e) previu os princípios que devem ser observados pelo Poder Público, sem fixar 
diretriz a ser seguida na elaboração das leis ordinárias posteriores. 
As normas de eficácia contida, restringida ou restringível estão aptas para a 
produção de seus plenos efeitos com a simples promulgação da Constituição 
(pois foram suficientemente reguladas na própria Constituição). Todavia, elas 
podem vir a ser restringidas pela legislação infraconstitucional, por outras 
normas constitucionais ou por conceitos ético-jurídicos geralmente aceitos 
(“iminente perigo público”, por exemplo). 
Gabarito: A 
33. (ESAF/Auditor-Fiscal da Receita Estadual – Ceará/2007) O 
condicionamento da aplicação de direitos e garantias fundamentais à 
preexistência de lei, não retira o poder normativo do dispositivo 
constitucional, haja vista impor ao legislador e ao aplicador da norma 
limites de atuação. 
O fato de a Constituição condicionar o exercício da aplicação de certos direitos e 
garantias fundamentais à regulamentação por lei não retira a força normativa 
dessas normas constitucionais de eficácia limitada. 
É importante você ter em mente que mesmo uma norma constitucional 
dependente de regulamentação já tem alguma eficácia com a sua simples 
entrada em vigor. 
Com efeito, com a promulgação da Constituição, sua eficácia é meramente 
“negativa”. É que elas não produzem seus plenos efeitos ainda (já que 
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dependem da regulamentação), mas já servem de parâmetro para a 
realização do controle de constitucionalidade das leis: (i) revogando a 
legislação pretérita em sentido contrário; e (ii) permitindo a declaração da 
inconstitucionalidade da legislação posterior em sentido contrário. 
Ademais, essas normas também servem de parâmetro para o exercício da 
interpretação constitucional. 
Atenção! Diante do que eu disse aqui, é errada qualquer questão que afirme 
que, até a regulamentação, as normas de eficácia limitada são desprovidas de 
eficácia. 
Item certo. 
34. (ESAF/AFT/2003) Segundo a melhor doutrina, as normas de eficácia 
contida são de aplicabilidade direta e imediata, no entanto, podem ter seu 
âmbito de aplicação restringido por uma legislação futura, por outras 
normas constitucionais ou por conceitos ético-jurídicos. 
Acredito que você não teve dificuldades em acertar essa questão. Ela apresenta 
corretamente o conceito de norma constitucional de eficácia contida ou 
restringível. 
Memorize esses conceitos: 
Se o direito pode ser restringido→ eficácia restringívelou contida 
É interessante comentar que as restrições às normas de eficácia contida podem 
ser impostas: 
a) por lei (exemplo: art. 5º, XIII, da CF/88, que prevê as restrições ao exercício 
de trabalho, ofício ou profissão, que poderão ser impostas pela lei que 
estabelecer as qualificações profissionais); 
b) por outras normas constitucionais (exemplo: art. 139 da CF/88, que impõe 
restrições ao exercício de certos direitos fundamentais, durante o período de 
estado de sítio); 
c) por conceitos ético-jurídicos geralmente aceitos (exemplo: art. 5º, XXV, da 
CF/88, em que o conceito de “iminente perigo público” autoriza a autoridade 
competente a impor uma restrição ao direito de propriedade, requisitando 
administrativamente a propriedade particular). 
Item certo. 
35. (ESAF/PROCURADOR DA FAZENDA/PGFN/2007) As normas programáticas 
não são auto-aplicáveis porque retratam apenas diretrizes políticas que 
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devem ser alcançadas pelo Estado Brasileiro, não possuindo caráter 
vinculante imediato. 
As normas programáticas são aquelas por meio das quais a Constituição 
estabelece os princípios e diretrizes a serem cumpridos futuramente pelos 
órgãos estatais (legislativos, executivos, jurisdicionais e administrativos), 
visando à realização dos fins sociais do Estado.Constituem programas a serem 
realizados pelo Poder Público, disciplinando interesses econômico-sociais, tais 
como: realização da justiça social; valorização do trabalho; amparo à família; 
combate ao analfabetismo etc. (por exemplo, “a República Federativa do Brasil 
buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América 
Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações” 
(CF, art. 4°, parágrafo único)). Esse grupo é composto pelas chamadas normas 
programáticas. 
Uma dúvida comum é se a existência de uma norma programática vincularia a 
atuação dos agentes estatais, ou se retrataria mera orientação aos gestores. 
Modernamente, predomina o entendimento de que a entrada em vigor de um 
preceito de natureza programática vincula a atuação do Estado no 
sentido de buscar o seu alcance. Tanto é assim que pode ser questionada a 
inconstitucionalidade de uma ação estatal em sentido contrário. Assim, está 
errado afirmar que não teriam as normas programáticas caráter vinculante. 
Item errado. 
36. (ESAF/APO/MPOG/2005) Uma norma constitucional que possua em seu 
texto a expressão “na forma da lei”, até a promulgação e publicação dessa 
lei, é classificada por José Afonso da Silva, quanto à sua aplicabilidade, 
como norma constitucional de eficácia contida. 
Não há que se estabelecer uma relação entre a expressão “na forma da lei” e a 
classificação da norma. De qualquer forma, normalmente, essa expressão indica 
uma norma constitucional de eficácia limitada (e não contida, como afirmado no 
enunciado). Entretanto, não se trata de regra absoluta! Diversas normas 
constitucionais de eficácia limitada não vêm acompanhadas de nenhuma dessas 
expressões. 
Item errado. 
37. (ESAF/AFRF/2000) Normas constitucionais não auto-aplicáveis somente se 
tornam normas jurídicas depois de reguladas por lei, uma vez que, antes 
disso, não são capazes de produzir efeito jurídico. 
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As normas constitucionais não auto-aplicáveis (as normas de eficácia limitada) 
não produzem os seus plenos/essenciais efeitos com a sua promulgação. 
Porém, não se pode afirmar que sejam elas totalmente desprovidas de eficácia 
jurídica, pois, como jávimos exaustivamente nesta aula, com a simples 
promulgação da Constituição, já produzem, pelo menos, os seguintes efeitos: 
a) revogam as disposições pretéritas em sentido contrário; 
b) impedem a produção legislativa posterior contrária aos seus comandos. 
Ademais, a doutrina ressalta o entendimento de que não há norma 
constitucional desprovida de eficácia jurídica. O que pode variar, de uma norma 
para outra, é o seu grau de eficácia e aplicabilidade. 
Item errado. 
38. (ESAF/AFRF/TRIBUTÁRIA E ADUANEIRA/2005) O art. 5º, inciso XXII, da 
Constituição Federal de 1988, que estabelece “Art. 5º [...] inciso XXII – é 
garantido o direito de propriedade”, é uma norma constitucional de eficácia 
contida ou restringível. 
Para a doutrina, o direito de propriedade (CF, art. 5º, XXII) é típica norma de 
eficácia contida. 
Segundo o prof. José Afonso da Silva, o direito de propriedade é norma de 
eficácia contida porque, embora a Constituição Federal assegure sua imediata 
eficácia (art. 5º, XXII), o mesmo texto constitucional já autoriza a imposição de 
restrição ao seu gozo, mediante desapropriação por necessidade ou utilidade 
pública, ou por interesse social (art. 5º, XXIV) e também mediante requisição 
administrativa, em caso de iminente perigo público (art. 5º, XXV). 
Item certo. 
39. (ESAF/ADVOGADO/IRB/2006) Uma norma constitucional classificada 
quanto à sua aplicabilidade como uma norma constitucional de eficácia 
contida não possui como característica a aplicabilidade imediata. 
Como vimos, uma norma constitucional de eficácia contida tem como 
característica a aplicabilidade direta e imediata, podendo o exercício do direito 
nela previsto ser restringido posteriormente por lei, por outras normas 
constitucionais ou por conceitos ético-jurídicos amplamente aceitos. 
Item errado. 
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40. (ESAF/PROCURADOR Da FAZENDA NACIONAL/2006) Uma norma 
constitucional programática pode servir de paradigma para o exercício do 
controle abstrato de constitucionalidade. 
Vimos que, com a mera promulgação da Constituição, a norma programática 
poderá ser parâmetro para o controle de constitucionalidade das leis (abstrato 
ou concreto), haja vista que nem a legislação pretérita, nem a legislação futura 
poderão contrariar os seus comandos programáticos. 
Assim, a legislação pretérita conflitante com a norma programática será por 
esta revogada, e a legislação futura que a contrariar poderá ser declarada 
inconstitucional. 
Item certo. 
41. (ESAF/PROCURADOR DA FAZENDA/PGFN/2007) No caso das normas 
constitucionais de eficácia contida, a atividade integradora do legislador 
infraconstitucional é vinculada e não discricionária, ante a necessidade, 
para fins de auto-execução, de delimitar o ambiente da sua atuação 
restritiva. 
A assertiva está incorreta, pois dá a entender que, para fins de auto-execução 
das normas de eficácia contida, seria necessária atuação do legislador 
infraconstitucional. 
As normas constitucionais de eficácia contida são plenamente exercitáveis 
independentemente de regulamentação. Diante disso, também não há que se 
falar em vinculação dessa atividade legislativa. 
Item errado. 
42. (ESAF/PROCURADOR DA FAZENDA/PGFN/2007) A norma constitucional que 
prevê que a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais 
quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem é de 
eficácia limitada. 
A questão exige que o candidato raciocine com base no dispositivo 
constitucional mencionado. A publicidade dos atos processuais é ampla, até que 
uma lei venha para restringi-la (especificamente para aqueles casos em que a 
defesa da intimidade ou o interesse social o exijam, nos termos do art. 5°, LX 
da CF/88). Observe que a norma constitucional estabelece um direito direta e 
imediatamente exercitável, com a simples promulgação da Constituição. 
Entretanto, esse exercício poderá ser restringido no futuro. Em suma, trata-se 
de norma de eficácia contida. 
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33
Item errado. 
43. (ESAF/PROCURADOR/DF/2004) Pelo princípio da força normativa da 
Constituição, apenas as normas constitucionais que apresentam todas as 
condições de eficácia vinculam, de alguma forma, os poderes públicos. 
A questão está errada, pois não é necessário que a norma constitucional 
apresente todas as condições de eficácia para poderem vincular o poder 
público. 
Vejamos as normas programáticas. Elas não apresentam todos os seus efeitos 
integrais com a simples promulgação da Constituição. Mesmo assim, elas têm a 
capacidade de vincular o Poder Público à adoção de medidas que tendam a 
concretizar os objetivos nelas previstos. 
Item errado. 
44. (ESAF/PGFN/2012) “Norma de eficácia limitada”, ou “norma de eficácia 
relativa”, é aquela que depende de legislação infraconstitucional para a sua 
plena eficácia. 
As normas constitucionais de eficácia limitada são, de fato, aquelas que 
dependem de regulamentação infraconstitucional para a produção de seus 
plenos efeitos. 
Item certo. 
45. (ESAF/PGFN/2012) “Norma de eficácia contida”, ou “norma de eficácia 
restringível”, é aquela que independe de regulação infraconstitucional para 
a sua plena eficácia, porém pode vir a ter a sua eficácia ou o seu alcance 
restringido por legislação infraconstitucional. 
A questão apresenta corretamente o conceito de normas constitucionais de 
eficácia contida. 
Item certo. 
É isso aí. 
Segue, agora, a lista das questões comentadas. 
Um grande abraço – e bons estudos! 
Frederico Dias 
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3) Lista das Questões Comentadas 
1. (CESPE/PROCURADOR/NATAL/2008) No âmbito da doutrina que estuda a 
interpretação constitucional, é possível identificar duas correntes de 
pensamento: os interpretativistas e os não-interpretativistas. A diferença 
entre elas, em linhas gerais, é que os interpretativistas defendem um 
ativismo judicial na interpretação da Constituição, admitindo a 
possibilidade de os juízes irem além do texto da lei, invocando valores 
como justiça, igualdade e liberdade na criação judicial do direito, o que é 
repelido pelos não-interpretativistas. 
2. (CESPE/PROCURADOR/NATAL/2008) A sociedade aberta dos intérpretes da 
Constituição, defendida por Peter Häberle, propõe que a interpretação 
constitucional seja tarefa desenvolvida por todos aqueles que vivem a 
norma, devendo ser inseridos no processo de interpretação constitucional 
todos os órgãos estatais, os cidadãos e os grupos sociais. 
3. (CESPE/ADVOGADO/CORREIOS/2011) Segundo os doutrinadores, a ideia 
de uma constituição aberta está ligada à possibilidade de sua permanência 
dentro de seu tempo, evitando-se o risco de perda ou desmoronamento de 
sua força normativa. 
4. (FGV/SEFAZ/MT/2014) Analise o fragmento a seguir. 
“Sempre que uma norma jurídica comportar mais de um significado 
possível, deve o intérprete optar por aquele que melhor realize o espírito 
da Constituição, rejeitando as exegeses contrárias aos preceitos 
constitucionais.”

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