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Noções de Direito Constitucional – Analista Judiciário AJ e Oficial 
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Noções de Direito Constitucional – 
Interpretação da Constituição e Princípios 
constitucionais 
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Sumário 
SUMÁRIO 2 
INTERPRETAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO E PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS 3 
(1) MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO 3 
(A) MÉTODO JURÍDICO OU HERMENÊUTICO CLÁSSICO 3 
(B) MÉTODO CIENTÍFICO-ESPIRITUAL (OU VALORATIVO OU INTEGRATIVO) 6 
(C) MÉTODO TÓPICO-PROBLEMÁTICO (OU MÉTODO DA TÓPICA) 8 
(D) MÉTODO HERMENÊUTICO-CONCRETIZADOR 8 
(E) MÉTODO NORMATIVO-ESTRUTURANTE (OU CONCRETISTA) 10 
(2) PRINCÍPIOS INSTRUMENTAIS DE INTERPRETAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO E DAS LEIS 12 
(A) PRINCÍPIO DA SUPREMACIA DA CONSTITUIÇÃO 12 
(B) PRINCÍPIO DA INTERPRETAÇÃO CONFORME A CONSTITUIÇÃO 14 
(C) PRINCÍPIO DA PRESUNÇÃO DE CONSTITUCIONALIDADE DAS LEIS 16 
(D) PRINCÍPIO DA UNIDADE DA CONSTITUIÇÃO 16 
(E) PRINCÍPIO DA FORÇA NORMATIVA 23 
(F) PRINCÍPIO DO EFEITO INTEGRADOR 26 
(G) PRINCÍPIO DA CONCORDÂNCIA PRÁTICA OU HARMONIZAÇÃO 27 
(H) PRINCÍPIO DA MÁXIMA EFETIVIDADE OU DA EFICIÊNCIA (INTERVENÇÃO EFETIVA) 30 
(I) PRINCÍPIO DA CONFORMIDADE FUNCIONAL OU JUSTEZA 32 
(3) QUESTÕES RESOLVIDAS EM AULA 35 
(4) OUTRAS QUESTÕES: PARA TREINAR 48 
(5) RESUMO DIRECIONADO 60 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 64 
 
 
 
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INTERPRETAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO E PRINCÍPIOS 
CONSTITUCIONAIS 
(1) MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO 
Segundo nos ensina o professor português J. J. Gomes Canotilho, “a interpretação das normas 
constitucionais é um conjunto de métodos, desenvolvidos pela doutrina e pela jurisprudência com base 
em critérios ou premissas (filosóficas, metodológicas, epistemológicas) diferentes mas, em geral, 
reciprocamente complementares”1. 
Neste item da aula, verificaremos quais são as particularidades de cada um dos métodos 
hermenêuticos (de interpretação) que o mestre português e a doutrina pátria elencam. Mas antes, estude 
o esquema abaixo e já vá se familiarizando com a nomenclatura dos métodos que são corriqueiramente 
cobrados em provas de concursos públicos: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
(A) Método jurídico ou hermenêutico clássico 
Este método parte da premissa de que a Constituição é uma lei (pode até ser “a lei das leis”, mas 
é uma lei, isto é, um documento normativo escrito) de modo que todos os tradicionais e conhecidos 
métodos da hermenêutica clássica (concebidos por Savigny para a feitura da interpretação das leis em 
geral), podem ser manejados na realização da interpretação. Nesse contexto, todos os elementos que 
 
1. CANOTILHO, Jose Joaquim Gomes. Direito Constitucional e Teoria da Constituição. 6ª. ed. Coimbra: Almedina, 1993, p. 213. 
MÉTODOS DE 
INTERPRETAÇÃO DA 
CONSTITUIÇÃO 
Método jurídico ou hermenêutico clássico 
Método científico-espiritual (ou integrativo) 
Método tópico-problemático (ou método da tópica) 
Método hermenêutico-concretizador 
Método normativo-estruturante (ou concretista) 
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são utilizados na tarefa interpretativa legal serão também manuseados no momento de interpretarmos 
o texto constitucional. Assim, será possível operar com os seguintes: 
(i) O genético: que possui o intuito de apurar e pesquisar a origem dos conceitos que foram postos no 
documento constitucional pelo poder constituinte originário. 
(ii) O histórico: que verifica os anais da confecção daquele dispositivo, ou seja, busca compreender em 
que momento histórico aquela norma foi elaborada, avaliando, inclusive, o contexto de sua formação (se 
havia um projeto prévio; como se desenvolveram os debates que culminaram na aprovação; se pareceres 
foram apresentados, etc.). 
(iii) O sistemático: como o nome indica, é um elemento que nos lembra que a Constituição deve ser lida 
como ‘um todo’ e não como um conjunto de normas esparsas, reunidas ao acaso. 
(iv) O literal: também intitulado de gramatical, sua finalidade é a de promover uma interpretação textual 
e literal do dispositivo. 
(v) O lógico: cujo objetivo é o de examinar as conexões que envolvem a norma que deve ser interpretada 
com os demais dispositivos da Constituição, buscando harmoniza-la com o todo constitucional. 
(vi) O teleológico: busca a finalidade da norma, o intuito que ela pretendia alcançar quando foi editada. 
Vale destacar três coisas antes de passarmos à análise do próximo método: 
(i) A doutrina majoritária indica não haver qualquer hierarquia entre os citados elementos de 
interpretação. Os mesmos podem (e devem!) ser utilizados juntos, de modo combinado, para que 
possam se reforçar mutuamente e, claro, para que se controlem reciprocamente. 
(ii) Esse método atribui protagonismo indiscutível ao texto constitucional, conferindo ao intérprete 
apenas o papel de desvendar o real significado da norma e o seu sentido. Há um peso óbvio dado à 
literalidade do texto no método em estudo. E há, também, uma limitação evidente da tarefa criativa do 
intérprete, que somente deve buscar o sentido da norma, não estando autorizado a formular quaisquer 
juízos de valor. 
(iii) É indiscutível que esses tradicionais elementos contribuem para a interpretação constitucional. No 
entanto, quando Savigny os pensou, certamente foi considerando institutos jurídicos típicos do direito 
privado, sem, obviamente, pensar nas particularidades das normas constitucionais. Por isso, a doutrina 
é contundente em afirmar que o método hermenêutico clássico, quando utilizado isoladamente, não é 
satisfatório para uma interpretação constitucional adequada, tampouco tem aptidão para solucionar 
apropriadamente os casos difíceis. 
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No mais, tome muito cuidado com questões de prova que digam que o método clássico não se 
aplica à interpretação constitucional, pois ele é sim um indiscutível contributo para essa tarefa! Veja 
abaixo esse assunto em prova: 
Questão para fixar 
[INSTITUTO CIDADES - 2011 - DPE-AM - Defensor Público - Adaptada] Sobre os métodos e princípios 
hermenêuticos aplicáveis na seara constitucional, julgue a assertiva: 
Os métodos clássicos de interpretação (literal ou gramatical, histórico, sistêmico e teleológico), segundo a 
doutrina majoritária, não são aplicáveis na interpretação do texto constitucional. 
Comentário: 
Foi tranquilo marcar essa assertiva como falsa, não é? Confiante que sim! Como já sabemos, os elementos 
clássicos são aplicáveis na interpretação do texto constitucional. 
Gabarito: Errado 
 
E para treinarmos um pouco mais a incidência desse método em prova, dê uma olhada em mais 
essas questões: 
Questões para fixar 
[CESPE - 2012 - TJ-BA - Juiz Substituto - Adaptada] Com relação aos elementos da Constituição, à 
aplicabilidade e à interpretação das normas constitucionais, julgue a assertiva: 
O método hermenêutico clássico de interpretação constitucional concebe a interpretação como uma 
atividade puramente técnica de conhecimento do texto constitucional e preconiza que o intérprete da 
Constituição deve se restringir a buscar o sentido da norma e por ele se guiar na sua aplicação, semé a letra ‘c’! Como sabemos, o princípio da concordância prática impõe a 
harmonização (compatibilização) entre dois ou mais direitos fundamentais em caso de colisão entre eles. 
Gabarito: C 
[FCC - 2013 - DPE-SP - Defensor Público] A doutrina elenca alguns princípios de interpretação 
especificamente constitucionais, nos quais se encarta o princípio da concordância prática, que consiste na 
busca do intérprete e aplicador das normas constitucionais: 
A) pela primazia de pontos de vista que favoreçam a integração política e social, de modo a alcançar soluções 
pluralisticamente integradoras. 
B) pela coexistência harmônica entre bens constitucionalmente protegidos que estejam em uma aparente 
situação de conflito entre eles, evitando-se o sacrifício total de um deles em detrimento do outro. 
C) por uma interpretação que atenda a harmonia entre os três Poderes do Estado, evitando a ofensa ao 
princípio da tripartição dos poderes. 
D) pela garantia de manutenção do esquema organizatório-funcional estabelecido pela Constituição ao 
prever um sistema harmônico de repartição de competências entre os entes federativos. 
Comentário: 
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Pode assinalar como alternativa correta a da letra ‘b’, pois ela descreve, de forma exata, o princípio da 
concordância prática, que impõe a harmonização dos bens jurídicos em caso de conflito entre eles, evitando 
o sacrifício de um em relação ao outro. 
Gabarito: B 
[TRF - 3ª REGIÃO - 2018 - TRF - 3ª REGIÃO - Juiz Federal Substituto] A Constituição brasileira possui uma 
plêiade de princípios, muitos deles em conflito em casos concretos. Há vetores interpretativos que auxiliam 
o juiz no trabalho de construção da decisão. Um desses vetores da hermenêutica contemporânea (v.g., 
Canotilho) tem campo de atuação em hipóteses de colisão entre direitos fundamentais, sendo que 
subjacente a este princípio está a ideia de igual valor dos bens constitucionais que impede, como solução, o 
sacrifício de uns em relação aos outros e impõe condicionantes recíprocas. Esse vetor traduz o princípio da: 
A) Concordância prática. 
B) Máxima efetividade. 
C) Correção funcional. 
D) Interpretação. 
Comentário: 
Foi fácil marcar a letra ‘a’ como resposta, certo? Depois que já resolvemos algumas questões sobre o tema, 
as perguntas seguintes ficam parecendo repetitivas (e, de fato, elas são!). Realmente é o princípio da 
concordância prática que tem seu campo de atuação em hipóteses de colisão entre direitos fundamentais, 
sendo que subjacente a este princípio está a ideia de igual valor dos bens constitucionais que impede, como 
solução, o sacrifício de uns em relação aos outros e impõe condicionantes recíprocas. 
Gabarito: A 
 
(H) Princípio da máxima efetividade ou da eficiência (intervenção 
efetiva) 
Doutrinariamente, aponta-se que a definição desse postulado é muito semelhante à de um 
princípio já estudado anteriormente: o da força normativa. O que os diferencia é a circunstância de o 
princípio da força normativa se referir à Constituição globalmente considerada e o da máxima efetividade 
relacionar-se, sobretudo, aos direitos fundamentais. 
O princípio da máxima efetividade (ou da eficiência) apresenta-se, portanto, como um apelo para 
que seja realizada a interpretação dos direitos e garantias fundamentais de modo a alcançar a maior 
efetividade possível, de maneira a otimizar a norma e dela extrair todo o seu potencial protetivo. 
Vejamos nas questões seguintes como esse princípio pode vir a ser cobrado em sua prova: 
 
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Questões para fixar 
[CESPE - 2018 - SEFAZ-RS - Técnico Tributário da Receita Estadual - Prova 2] O aplicador do direito, ao 
interpretar as normas constitucionais pretendendo otimizar-lhes a eficácia, sem alterar o seu conteúdo, 
lança mão do princípio da: 
A) máxima efetividade. 
B) interpretação conforme a Constituição. 
C) concordância prática. 
D) eficácia integradora. 
E) correção funcional. 
Comentário: 
Na questão apresentada devemos assinalar como correta a alternativa ‘a’: o princípio da máxima efetividade 
estabelece que o intérprete da norma constitucional deve a ela atribuir o sentido capaz de lhe conferir maior 
efetividade. Deste modo, ao aplicar tal princípio, o intérprete pretende extrair do texto toda a sua 
potencialidade. Cumpre destacar que a sua utilização se dá, principalmente, na aplicação dos direitos 
fundamentais, muito embora este princípio possa ser usado na interpretação de todas as normas 
constitucionais. 
 
Gabarito: A 
[CESPE - 2015 - TRF - 5ª REGIÃO - Juiz Federal Substituto - Adaptada] Julgue a assertiva: 
O princípio da máxima efetividade da Constituição propõe que se dê primazia às soluções hermenêuticas 
que, compreendendo a historicidade das estruturas constitucionais, possibilitem a sua atualização 
normativa, garantindo a sua eficácia e permanência. 
Comentário: 
A assertiva apresentada está equivocada e deverá ser marcada como falsa, vez que ela descreve o princípio 
da força normativa da Constituição, e não o da máxima efetividade. Este último prevê que quando é 
realizada a interpretação do texto constitucional devemos atribuir à norma o sentido que lhe dê maior 
efetividade. 
 
Gabarito: Errado 
[FCC - 2017 - ARTESP - Especialista em Regulação de Transporte III - Direito - Adaptada] A norma 
constitucional não se confunde com seu texto, de modo que é preciso extrair dele o conteúdo e sentido da 
norma. Para tanto o intérprete pode se valer dos princípios interpretativos, como o princípio da máxima 
efetividade, que confere à norma constitucional o sentido que lhe dê maior eficácia. 
Comentário: 
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A assertiva está correta! De fato, “texto” e “norma”, são vocábulos que não se confundem: o texto são os 
signos linguísticos, aquilo que está escrito; já a norma é o sentido que vamos extrair do texto. Por isso, se o 
texto é formado por palavras plurívocas/polissêmicas, que admitem mais de um sentido, podemos extrair 
daquele texto mais de uma norma (mais de uma interpretação possível). E nessa tarefa interpretativa, 
podemos nos valer do princípio da máxima efetividade (também conhecido como princípio da eficiência ou 
da interpretação efetiva), segundo o qual o intérprete deverá atribuir à norma o sentido que seja capaz de 
lhe conferir maior efetividade. Tal princípio visa maximizar a eficácia da norma, de modo que se extraia dela 
todas as suas potencialidades. 
Gabarito: Certo 
 
(I) Princípio da conformidade funcional ou justeza 
Sabemos que é tarefa da Constituição fixar a estrutura política organizacional do Estado, 
estabelecendo as atribuições dos Poderes. Manter intacto o panorama de competências tal qual ele foi 
pensado pela Carta Maior é imprescindível à própria continuidade do projeto constitucional. 
É nesse contexto que o princípio da conformidade funcional ou justeza visa impedir que os órgãos 
encarregados de realizar a interpretação constitucional cheguem a um resultado que subverta ou 
perturbe o esquema organizatório funcional estabelecido pela Constituição, sob pena de usurpação de 
competência. 
Por fim, não podemos nos esquecer que a origem deste princípio na Alemanha é a de combater 
o ativismo judicial, numa clara tentativa de conter a participação mais intensa do Tribunal Constitucional 
nos debates político-jurídicos, ao argumento de que o campo político deve se manter reservado ao 
legislador. O princípio da conformidade funcional, nesse contexto, se apresenta como maisadequado a 
“consolidar essa visão anacrônica de separação de poderes – e não somente entre Judiciário e Legislativo, 
mas entre todos os poderes – que ser um instrumento ‘moderno’ de interpretação constitucional”16. 
As questões postas a seguir nos ajudarão a identificar como o tema é exigido em prova: 
 
 
 
 
16. SILVA, Virgílio Afonso da. Interpretação constitucional e sincretismo metodológico; In: Interpretação constitucional. 1ª ed. 
São Paulo: Malheiros, 2007, p. 132-133. 
 
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Questões para fixar 
[FCC - 2014 - TCE-PI - Assessor Jurídico] Pelo princípio da justeza ou da conformidade funcional da 
Constituição Federal: 
a) as normas constitucionais devem ser interpretadas no sentido de terem a mais ampla efetividade social, 
reconhecendo a maior eficácia possível aos direitos fundamentais. 
b) partindo da ideia de unidade da Constituição, os bens jurídicos constitucionalizados deverão coexistir de 
forma harmônica na hipótese de eventual conflito ou concorrência entre esses bens e princípios, por inexistir 
hierarquia entre eles. 
c) o intérprete máximo da Constituição, ao concretizar a norma constitucional, será responsável por 
estabelecer sua força normativa, não podendo alterar a repartição de funções constitucionalmente 
estabelecida pelo constituinte originário. 
d) as normas constitucionais devem ser interpretadas em sua globalidade, afastando‐se as aparentes 
antinomias. 
e) na resolução dos problemas jurídico‐constitucionais deve‐se dar primazia aos critérios que favoreçam a 
integração política e social, e o reforço da unidade política do Estado. 
Comentário: 
O princípio da justeza está muito bem delineado na alternativa ‘c’. É ele que impõe ao órgão encarregado de 
interpretar o texto constitucional a tarefa de não subverter o esquema organizatório-funcional estabelecido 
pelo constituinte. Mesmo depois de assinalar a resposta, aproveite para treinar um pouco mais, 
identificando quais princípios foram mencionados nas demais alternativas: 
(i) na letra ‘a’ temos o Princípio da Máxima Efetividade; 
(ii) na letra ‘b’ temos o Princípio da Concordância Prática; 
(iii) já a letra ‘d’ nos leva ao Princípio da Unidade da Constituição; 
(iv) por fim, a letra ‘e’ nos apresenta ao Princípio do efeito integrador. 
Gabarito: C 
[FCC - 2010 - TRE-AC - Analista Judiciário - Área Judiciária] Sobre a interpretação das normas 
constitucionais, analise: 
I. O órgão encarregado de interpretar a Constituição não pode chegar a um resultado que subverta ou 
perturbe o esquema organizatório-funcional estabelecido pelo legislador constituinte. 
II. O texto de uma Constituição deve ser interpretado de forma a evitar contradições (antinomias) entre suas 
normas, e sobretudo, entre os princípios constitucionais estabelecidos. 
Os referidos princípios, conforme doutrina dominante, são denominados, respectivamente, como: 
A) da força normativa e da justeza. 
B) do efeito integrador e da harmonização. 
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C) da justeza e da unidade. 
D) da máxima efetividade e da unidade. 
E) do efeito integrador e da forma normativa. 
Comentário: 
I - É claro que aqui estamos diante do princípio da justeza (ou da conformidade funcional), que visa impedir 
que os órgãos encarregados de realizar a interpretação constitucional cheguem a um resultado que subverta 
ou perturbe o esquema já estabelecido pela Constituição. 
II - Aqui foi narrado o princípio da unidade da Constituição, que dita que o texto constitucional deverá ser 
interpretado de modo a ser compreendido como um todo unitário e harmônico, sem a presença de 
antinomias reais, reconhecendo, deste modo, um sentido global para a Constituição. 
Sendo assim, deveremos marcar como correta a alternativa ‘c’. 
Gabarito: C 
[CESPE - 2015 - TRF - 5ª REGIÃO - Juiz Federal Substituto - Adaptada] Julgue a assertiva: 
O princípio da justeza ou da conformidade funcional preceitua que o órgão encarregado da interpretação 
constitucional não pode chegar a um resultado que subverta ou perturbe o esquema de repartição de 
funções constitucionalmente estabelecido. 
Comentário: 
Creio que tenha sido tranquilo identificar o item como correto, certo? De fato, o princípio da justeza, 
também chamado de princípio da conformidade funcional, objetiva impedir que os órgãos encarregados de 
realizar a interpretação constitucional cheguem a um resultado que desconstrua o esquema organizatório 
funcional já estabelecido pelo poder constituinte originário. 
Gabarito: Certo 
 
 
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(3) Questões resolvidas em aula 
QUESTÃO 01 
[INSTITUTO CIDADES - 2011 - DPE-AM - Defensor Público - Adaptada] Sobre os métodos e princípios 
hermenêuticos aplicáveis na seara constitucional, julgue a assertiva: 
Os métodos clássicos de interpretação (literal ou gramatical, histórico, sistêmico e teleológico), segundo 
a doutrina majoritária, não são aplicáveis na interpretação do texto constitucional. 
QUESTÃO 02 
[CESPE - 2012 - TJ-BA - Juiz Substituto - Adaptada] Com relação aos elementos da Constituição, à 
aplicabilidade e à interpretação das normas constitucionais, julgue a assertiva: 
O método hermenêutico clássico de interpretação constitucional concebe a interpretação como uma 
atividade puramente técnica de conhecimento do texto constitucional e preconiza que o intérprete da 
Constituição deve se restringir a buscar o sentido da norma e por ele se guiar na sua aplicação, sem 
formular juízos de valor ou desempenhar atividade criativa. 
QUESTÃO 03 
[CESPE - 2013 - STM - Juiz-Auditor Substituto - Adaptada] No que se refere aos métodos de interpretação 
da CF, julgue a assertiva: 
No método jurídico, defende-se a identidade entre lei e constituição, esta considerada espécie de lei, 
devendo, portanto, ser interpretada pelas regras tradicionais de hermenêutica. 
QUESTÃO 04 
[FCC - 2014 - TCE-PI - Assessor Jurídico - Adaptada] Julgue o item a seguir: 
De acordo com o método jurídico ou hermenêutico clássico, a Constituição deve ser encarada como uma 
lei e, assim, todos os métodos tradicionais de exegese deverão ser utilizados na tarefa interpretativa. 
QUESTÃO 05 
[IADES - 2014 - METRÔ-DF - Advogado - Adaptada] No que se refere aos métodos de interpretação da 
Constituição Federal (CF), julgue o item: 
No método jurídico, defende-se a identidade entre lei e constituição, esta considerada espécie de lei, 
devendo, portanto, ser interpretada pelas regras tradicionais de hermenêutica. 
QUESTÃO 06 
[FCC - 2014 - TCE-PI - Assessor Jurídico - Adaptada] Julgue a assertiva a seguir apresentada: 
De acordo com o método científico-espiritual, a análise da norma constitucional não se fixa na 
literalidade da norma, mas parte da realidade social e dos valores subjacentes do texto constitucional. 
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QUESTÃO 07 
[CESPE - 2013 - STM - Juiz-Auditor Substituto - Adaptada] No que se refere aos métodos de interpretação 
da CF, julgue o item: 
De acordo com o método científico-espiritual, deve-se priorizar a concretização em detrimento da 
interpretação, que é apenas uma etapa da concretização, visto que é impossível isolar a norma da 
realidade. 
QUESTÃO 08 
[FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2014 - DPE-MG - Defensor Público - Adaptada] Quanto aos métodosde interpretação da Constituição e das normas constitucionais, julgue a assertiva: 
Diz-se método científico espiritual, valorativo ou sociológico, aquele que parte de uma tese da identidade 
que existiria entre a constituição e as demais leis, ou seja, se a constituição é uma lei, não há por que ter 
método específico para interpretá-la. 
QUESTÃO 09 
[FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2014 - DPE-MG - Defensor Público - Adaptada] Julgue a assertiva a 
seguir: 
Diz-se método tópico problemático aquele em que o intérprete se vale de suas pré-compreensões 
valorativas para obter o sentido da norma em um determinado problema pois o conteúdo da norma 
somente é alcançado a partir de sua interpretação concretizadora, dotada de caráter criativo que emana 
do exegeta. 
QUESTÃO 10 
[CESPE - 2019 - TJ-BA - Juiz de Direito Substituto- Adaptada] A respeito de hermenêutica constitucional 
e de métodos empregados na prática dessa hermenêutica, julgue a assertiva apresentada: 
De acordo com o método tópico, o texto constitucional é ponto de partida da atividade do intérprete, 
mas nunca limitador da interpretação. 
QUESTÃO 11 
[CESPE - 2012 - TCE-ES - Auditor de Controle Externo - Direito] Com relação à aplicabilidade e 
interpretação das normas constitucionais, julgue o item subsequente: 
De acordo com o método hermenêutico concretizador, elaborado com base nos ensinamentos de 
Konrad Hesse, a norma deve ser interpretada a partir da análise do problema concreto, tendo-se a 
constituição como um sistema aberto de regras e princípios. 
QUESTÃO 12 
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[FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2014 - DPE-MG - Defensor Público - Adaptada] Quanto aos métodos 
de interpretação da constituição e das normas constitucionais, julgue a assertiva a seguir: 
Diz-se método normativo estruturante ou concretista aquele em que o intérprete parte do direito 
positivo para chegar à estruturação da norma, muito mais complexa que o texto legal. Há influência da 
jurisprudência, doutrina, história, cultura e das decisões políticas. 
QUESTÃO 13 
[CESPE - 2019 - TJ-BA - Juiz de Direito Substituto- Adaptada] Julgue o item a seguir: 
Segundo a metódica jurídica normativo-estruturante, a aplicação de uma norma constitucional deve ser 
condicionada às estruturas sociais que delimitem o seu alcance normativo. 
QUESTÃO 14 
[FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2014 - TJ-MG - Juiz de Direito Substituto] Sobre a supremacia da 
Constituição da República, assinale a alternativa CORRETA: 
A) A supremacia está no fato de o controle da constitucionalidade das leis só ser exercido pelo Supremo 
Tribunal Federal. 
B) A supremacia está na obrigatoriedade de submissão das leis aos princípios que norteiam o Estado por 
ela instituído. 
C) A supremacia está no fato de a interpretação da constituição não depender da observância dos 
princípios que a norteiam. 
D) A supremacia está no fato de que os princípios e fundamentos da constituição se resumam na 
declaração de soberania. 
QUESTÃO 15 
[FCC - 2014 - TRF - 3ª REGIÃO - Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador] À atividade judicial de 
evitar a anulação da lei em razão de normas dúbias nela contidas, desde que, naturalmente, haja a 
possibilidade de compatibilizá-las com a Constituição Federal, dá-se o nome de: 
A) interpretação autêntica da Constituição. 
B) controle concentrado de constitucionalidade. 
C) interpretação conforme a Constituição. 
D) interpretação analógica da Constituição. 
E) integração constitucional por via de controle difuso e interpretação literal. 
QUESTÃO 16 
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[VUNESP - 2018 - PC-SP - Delegado de Polícia] Em recente julgamento nos autos da ADPF no 132, o 
Supremo Tribunal Federal, diante da possibilidade de duas ou mais interpretações razoáveis sobre o art. 
1.723 do Código Civil, que trata sobre a união estável entre homem e mulher, reconheceu a união 
homoafetiva como família. Nesse caso, é correto afirmar que a técnica de interpretação utilizada foi: 
A) interpretação teleológica. 
B) mutação constitucional informal. 
C) interpretação conforme. 
D) mutação constitucional formal. 
E) ponderação pelo princípio da proporcionalidade. 
QUESTÃO 17 
[ESAF - 2016 - ANAC - Analista Administrativo - Conhecimentos Básicos - Áreas 1 e 2 - Adaptada] A 
Supremacia das Normas Constitucionais no ordenamento jurídico e a presunção de constitucionalidade 
das leis e dos atos normativos editados pelo poder público competente exigem que, na função 
hermenêutica de interpretação do ordenamento jurídico, seja sempre concedida preferência ao sentido 
da norma que seja adequado à Constituição Federal. Nesse sentido, quanto à interpretação 
constitucional, julgue a assertiva: 
O Supremo Tribunal Federal, ao reduzir o alcance valorativo da norma impugnada, adequando-a à Carta 
Magna, excluindo da norma impugnada determinada interpretação incompatível com a Constituição 
Federal, utiliza a interpretação conforme sem redução do texto. 
QUESTÃO 18 
[VUNESP - 2018 - TJ-SP - Juiz Substituto] Com relação aos princípios e métodos de interpretação 
constitucional, julgue o item: 
A interpretação conforme a Constituição, instrumento previsto no artigo 28, parágrafo único, da Lei n° 
9.868/1999, permite a interpretação contrária à literalidade da norma (contra legem), desde que 
necessária à preservação do princípio da supremacia da Constituição. 
QUESTÃO 19 
[VUNESP - 2018 - TJ-SP - Juiz Substituto] Com relação aos princípios e métodos de interpretação 
constitucional, julgue o item: 
Segundo o princípio da unidade da Constituição, as normas constitucionais devem ser interpretadas 
como integrantes de um todo, de modo que, se qualquer delas implica ruptura da unidade, deve ser 
declarada inconstitucional, conforme já decidiu o Supremo Tribunal na ADIN 815. 
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QUESTÃO 20 
[PGR - 2015 - PGR - Procurador da República - Adaptada] Julgue a assertiva: 
O princípio da identidade ou da não contradição impede que no interior de uma Constituição originária 
possam surgir normas inconstitucionais, razão por que o STF não conheceu de ADI em que se impugnava 
dispositivo constitucional que estabelecia a inelegibilidade do analfabeto. 
QUESTÃO 21 
[IBFC - 2014 - TRE-AM - Analista Judiciário - Área Administrativa] “A Constituição deve ser sempre 
interpretada em sua globalidade como um todo e, assim, as aparentes antinomias deverão ser 
afastadas.” O enunciado se refere ao princípio de interpretação constitucional: 
A) Da Máxima Efetividade. 
B) Da Unidade da Constituição. 
C) Do Efeito Integrador. 
D) Da Harmonização. 
QUESTÃO 22 
[CESPE - 2013 - ANTT - Analista Administrativo - Direito] No que concerne ao poder constituinte e à 
interpretação das normas constitucionais, julgue o item subsequente: 
Em sede de interpretação das normas constitucionais, o princípio do efeito integrador é muitas vezes 
associado ao princípio da unidade da constituição, já que, conforme aquele, na resolução dos problemas 
jurídico-constitucionais, deve-se dar primazia aos critérios favorecedores da integração política e social, 
o que reforça a unidade política. 
QUESTÃO 23 
(TRT 21ªR/Juiz/TRT 21ªR/RN/2011 - Adaptada) Leia a assertiva seguinte e julgue-a: 
Não obstante o princípio da unidade da Constituição, admite-se a existência de hierarquia envolvendo 
duas normas constitucionais originárias, com a possibilidade excepcional de declaração de 
inconstitucionalidade de uma ou outra. 
QUESTÃO 24 
[CESPE - 2011- DPE-MA - Defensor Público] O art. 102, caput, da CF dispõe que compete ao STF, 
precipuamente, a guarda da Constituição, o que implica dizer que essa jurisdição lhe é atribuída para 
impedir que se desrespeite a Constituição como um todo, e não para, com relação a ela, exercer o papel 
de fiscal do poder constituinte originário, a fim de verificar se este teria, ou não, violado os princípios de 
direito suprapositivo que ele próprio havia incluído no texto da mesma CF. Por outro lado, as cláusulas 
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pétreas não podem ser invocadas para sustentação da tese da inconstitucionalidade de normas 
constitucionais inferiores em face de normas constitucionais superiores, porquanto a CF as prevê apenas 
como limites ao poder constituinte derivado ao rever ou ao emendar a CF, elaborada pelo poder 
constituinte originário, e não como abarcando normas cuja observância se impôs ao próprio poder 
constituinte originário com relação a outras que não sejam consideradas cláusulas pétreas, e, portanto, 
possam ser emendadas. Ação não conhecida por impossibilidade jurídica do pedido. ADI 815, relator Min. 
Moreira Alves, DJ, 10/5/1996 (com adaptações). 
Considerando esse julgado do STF, é correto afirmar que o princípio constitucional que melhor retrata o 
entendimento exposto é o da: 
A) simetria. 
B) conformidade funcional. 
C) unidade da Constituição. 
D) força normativa da Constituição. 
E) máxima efetividade. 
QUESTÃO 25 
[FCC - 2010 - TRE-AM - Analista Judiciário - Área Judiciária] Com relação aos princípios interpretativos 
das normas constitucionais, aquele segundo o qual a interpretação deve ser realizada de maneira a evitar 
contradições entre suas normas é denominado de: 
A) conformidade funcional. 
B) máxima efetividade. 
C) unidade da constituição. 
D) harmonização. 
E) força normativa da constituição. 
QUESTÃO 26 
[CESPE - 2013 - CNJ - Analista Judiciário - Área Judiciária] Julgue o item seguinte referente à teoria 
constitucional: 
De acordo com o princípio da unidade da Constituição, a interpretação constitucional deve ser realizada 
de forma a evitar contradição entre suas normas. 
QUESTÃO 27 
[INSTITUTO CIDADES – 2010 - DPE-GO - Defensor Público] A maioria da doutrina constitucionalista 
admite a especificidade da interpretação constitucional e lista alguns princípios a serem observados 
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nessa tarefa. Quando o intérprete se depara com duas normas constitucionais aparentemente 
contraditórias e incidentes sobre a mesma situação fática, o princípio aplicável é o da: 
A) interpretação conforme a Constituição. 
B) unidade da Constituição. 
C) presunção da constitucionalidade das leis e atos do poder público. 
D) máxima efetividade. 
E) força normativa da Constituição. 
QUESTÃO 28 
[VUNESP - 2014 - DPE-MS - Defensor Público - Adaptada] No que se refere à Hermenêutica 
Constitucional, analise as assertivas: 
(i) Há hierarquia entre normas constitucionais originárias, admitindo-se a declaração de 
inconstitucionalidade de determinada norma em face de outra, gerando assim declaração das normas 
constitucionais inconstitucionais. 
(ii) O princípio da unidade da Constituição prevê que o intérprete deve considerar o texto na sua 
globalidade de forma a se evitarem contradições e antinomias entre normas constitucionais. 
QUESTÃO 29 
[VUNESP - 2016 - TJRJ -Juiz] No estudo da Hermenêutica Constitucional se destaca a importância no 
constitucionalismo contemporâneo de uma Constituição concreta e historicamente situada com a 
função de conjunto de valores fundamentais da sociedade e fronteira entre antagonismos jurídicos-
políticos. A Constituição não está desvinculada da realidade histórica concreta do seu tempo. Todavia, 
ela não está condicionada, simplesmente, por essa realidade. Em caso de eventual conflito, a 
Constituição não deve ser considerada, necessariamente, a parte mais fraca. O texto ressalta 
corretamente o seguinte princípio: 
a) hermenêutica clássica. 
b) nova retórica constitucional. 
c) senso comum que norteia a eficácia constitucional. 
d) tópico-problemático constitucional. 
e) força normativa da Constituição. 
QUESTÃO 30 
[FCC - 2011 - TRE-PE - Analista Judiciário - Área Judiciária] No tocante à interpretação das normas 
constitucionais, o Princípio da Força Normativa da Constituição determina que: 
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A) a interpretação constitucional deve ser realizada de maneira a evitar contradições entre suas normas. 
B) entre as interpretações possíveis, deve ser adotada aquela que garanta maior eficácia, aplicabilidade 
e permanência das normas constitucionais. 
C) os órgãos encarregados da interpretação da norma constitucional não poderão chegar a uma posição 
que subverta o esquema organizatório funcional constitucionalmente já estabelecido. 
D) na solução dos problemas jurídicos constitucionais, deverá ser dada maior primazia aos critérios 
favorecedores da integração política e social. 
E) a coordenação e combinação dos bens jurídicos em conflito seja destinada a evitar o sacrifício total de 
uns em relação aos outros. 
QUESTÃO 31 
[FCC - 2017 - ARTESP - Especialista em Regulação de Transporte I – Direito – Adaptada] Julgue o item: 
A hermenêutica das normas constitucionais permite que se extraia o sentido das mesmas, havendo 
diversos métodos para aplicação das técnicas de interpretação. Há, além disso, princípios específicos que 
se destinam a auxiliar na interpretação das normas constitucionais, dos quais é exemplo o Princípio da 
força normativa da Constituição, que orienta à escolha da interpretação que permita maior eficácia às 
normas constitucionais. 
QUESTÃO 32 
[CESPE - 2010 - DPE - BA - Defensor Público] No que se refere à hermenêutica e interpretação 
constitucional, julgue o item subsequente: 
De acordo com o denominado princípio do efeito integrador, deve-se dar primazia, na resolução dos 
problemas jurídico-constitucionais, aos critérios que favoreçam a integração política e social e o reforço 
da unidade política. 
QUESTÃO 33 
[VUNESP - 2018 - TJ-SP - Juiz Substituto] Com relação aos princípios e métodos de interpretação 
constitucional, julgue o item: 
Segundo o princípio da concordância prática ou da harmonização, eventual conflito entre bens 
juridicamente protegidos deve ser solucionado pela coordenação e combinação entre eles, de modo que 
o estabelecimento de limites recíprocos evite o sacrifício de uns em relação aos outros. 
QUESTÃO 34 
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[VUNESP - 2011 - CREMESP - Advogado] Dentro da hermenêutica constitucional, o princípio de 
interpretação constitucional que exige a coordenação e combinação dos bens jurídicos em conflito de 
forma a evitar o sacrifício total de uns em relação aos outros denomina-se princípio: 
A) da unidade da Constituição. 
B) do efeito integrador. 
C) da máxima efetividade. 
D) da concordância prática. 
E) da conformidade funcional. 
QUESTÃO 35 
[CESPE - 2018 - PGM - João Pessoa - PB - Procurador do Município] Os bens jurídicos reconhecidos e 
protegidos constitucionalmente devem ser ordenados de tal forma que, havendo colisões entre eles, um 
não se realize à custa do outro. Essa máxima é representada, no âmbito da interpretação constitucional, 
pelo princípio: 
A) da concordância prática. 
B) da supremacia da Constituição. 
C) da máximaeficácia da norma constitucional. 
D) da força normativa da Constituição. 
E) do efeito integrador. 
QUESTÃO 36 
[CESPE - 2018 - DPE‐PE] A colisão entre dois ou mais direitos fundamentais resolve‐se com a aplicação 
preponderante do princípio: 
a) da força normativa. 
b) da dignidade da pessoa humana. 
c) da concordância prática. 
d) da eficiência. 
e) do efeito integrador 
QUESTÃO 37 
[FCC - 2013 - DPE-SP - Defensor Público] A doutrina elenca alguns princípios de interpretação 
especificamente constitucionais, nos quais se encarta o princípio da concordância prática, que consiste 
na busca do intérprete e aplicador das normas constitucionais: 
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A) pela primazia de pontos de vista que favoreçam a integração política e social, de modo a alcançar 
soluções pluralisticamente integradoras. 
B) pela coexistência harmônica entre bens constitucionalmente protegidos que estejam em uma 
aparente situação de conflito entre eles, evitando-se o sacrifício total de um deles em detrimento do 
outro. 
C) por uma interpretação que atenda a harmonia entre os três Poderes do Estado, evitando a ofensa ao 
princípio da tripartição dos poderes. 
D) pela garantia de manutenção do esquema organizatório-funcional estabelecido pela Constituição ao 
prever um sistema harmônico de repartição de competências entre os entes federativos. 
QUESTÃO 38 
[TRF - 3ª REGIÃO - 2018 - TRF - 3ª REGIÃO - Juiz Federal Substituto] A Constituição brasileira possui uma 
plêiade de princípios, muitos deles em conflito em casos concretos. Há vetores interpretativos que 
auxiliam o juiz no trabalho de construção da decisão. Um desses vetores da hermenêutica 
contemporânea (v.g., Canotilho) tem campo de atuação em hipóteses de colisão entre direitos 
fundamentais, sendo que subjacente a este princípio está a ideia de igual valor dos bens constitucionais 
que impede, como solução, o sacrifício de uns em relação aos outros e impõe condicionantes recíprocas. 
Esse vetor traduz o princípio da: 
A) Concordância prática. 
B) Máxima efetividade. 
C) Correção funcional. 
D) Interpretação. 
QUESTÃO 39 
[CESPE - 2018 - SEFAZ-RS - Técnico Tributário da Receita Estadual - Prova 2] O aplicador do direito, ao 
interpretar as normas constitucionais pretendendo otimizar-lhes a eficácia, sem alterar o seu conteúdo, 
lança mão do princípio da: 
A) máxima efetividade. 
B) interpretação conforme a Constituição. 
C) concordância prática. 
D) eficácia integradora. 
E) correção funcional. 
QUESTÃO 40 
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[CESPE - 2015 - TRF - 5ª REGIÃO - Juiz Federal Substituto - Adaptada] Julgue a assertiva: 
O princípio da máxima efetividade da Constituição propõe que se dê primazia às soluções hermenêuticas 
que, compreendendo a historicidade das estruturas constitucionais, possibilitem a sua atualização 
normativa, garantindo a sua eficácia e permanência. 
QUESTÃO 41 
[FCC - 2017 - ARTESP - Especialista em Regulação de Transporte III - Direito - Adaptada] A norma 
constitucional não se confunde com seu texto, de modo que é preciso extrair dele o conteúdo e sentido 
da norma. Para tanto o intérprete pode se valer dos princípios interpretativos, como o princípio da 
máxima efetividade, que confere à norma constitucional o sentido que lhe dê maior eficácia. 
QUESTÃO 42 
[FCC - 2014 - TCE-PI - Assessor Jurídico] Pelo princípio da justeza ou da conformidade funcional da 
Constituição Federal: 
a) as normas constitucionais devem ser interpretadas no sentido de terem a mais ampla efetividade 
social, reconhecendo a maior eficácia possível aos direitos fundamentais. 
b) partindo da ideia de unidade da Constituição, os bens jurídicos constitucionalizados deverão coexistir 
de forma harmônica na hipótese de eventual conflito ou concorrência entre esses bens e princípios, por 
inexistir hierarquia entre eles. 
c) o intérprete máximo da Constituição, ao concretizar a norma constitucional, será responsável por 
estabelecer sua força normativa, não podendo alterar a repartição de funções constitucionalmente 
estabelecida pelo constituinte originário. 
d) as normas constitucionais devem ser interpretadas em sua globalidade, afastando‐se as aparentes 
antinomias. 
e) na resolução dos problemas jurídico‐constitucionais deve‐se dar primazia aos critérios que favoreçam 
a integração política e social, e o reforço da unidade política do Estado. 
QUESTÃO 43 
[FCC - 2010 - TRE-AC - Analista Judiciário - Área Judiciária] Sobre a interpretação das normas 
constitucionais, analise: 
I. O órgão encarregado de interpretar a Constituição não pode chegar a um resultado que subverta ou 
perturbe o esquema organizatório-funcional estabelecido pelo legislador constituinte. 
II. O texto de uma Constituição deve ser interpretado de forma a evitar contradições (antinomias) entre 
suas normas, e sobretudo, entre os princípios constitucionais estabelecidos. 
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Os referidos princípios, conforme doutrina dominante, são denominados, respectivamente, como: 
A) da força normativa e da justeza. 
B) do efeito integrador e da harmonização. 
C) da justeza e da unidade. 
D) da máxima efetividade e da unidade. 
E) do efeito integrador e da forma normativa. 
QUESTÃO 44 
[CESPE - 2015 - TRF - 5ª REGIÃO - Juiz Federal Substituto - Adaptada] Julgue a assertiva: 
O princípio da justeza ou da conformidade funcional preceitua que o órgão encarregado da interpretação 
constitucional não pode chegar a um resultado que subverta ou perturbe o esquema de repartição de 
funções constitucionalmente estabelecido. 
 
 
 
 
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GABARITO 
1 – F 
2 – V 
3 – V 
4 – V 
5 – V 
6 – V 
7 – F 
8 – F 
9 – F 
10 – F 
11 – F 
12 – V 
13 – F 
14 – B 
15 – C 
16 – C 
17 – V 
18 – F 
19 – F 
20 – V 
21 – B 
22 – V 
23 – F 
24 – C 
25 – C 
26 – C 
27 – B 
28 – I) F / II) V 
29 – E 
30 – B 
31 – V 
32 – V 
33 – V 
34 – D 
35 – A 
36 – C 
37 – B 
38 – A 
39 – A 
40 – F 
41 – V 
42 – C 
43 – C 
44 – V 
 
 
 
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(4) Outras questões: para treinar 
QUESTÃO 01 
[CESPE - 2019 - TJ-BA - Juiz de Direito Substituto] Julgue a assertiva apresentada a respeito de 
hermenêutica constitucional e de métodos empregados na prática dessa hermenêutica: 
O princípio da unidade da Constituição orienta o intérprete a conferir maior peso aos critérios que 
beneficiem a integração política e social. 
QUESTÃO 02 
[CESPE - 2009 - ANATEL - Analista Administrativo - Direito] À luz do direito constitucional, julgue o item 
que segue: 
Concebido por Ferdinand Lassale, o princípio da força normativa da CF é aquele segundo o qual os 
aplicadores e intérpretes da Carta, na solução das questões jurídico constitucionais, devem procurar a 
máxima eficácia do texto constitucional. 
QUESTÃO 03 
[CESPE - 2011 - AL-ES - Procurador - conhecimentos específicos - Adaptada] No que se refere à 
interpretação das normas constitucionais, julgue o item: 
Tem-se a aplicação do denominado princípio da correção funcional quando, por meio da interpretação 
de algum preceito, busca-se não deturpar o sistema de repartição de funções entre os órgãos e pessoas 
designados pela CF.QUESTÃO 04 
[CESPE - 2011 - AL-ES - Procurador - conhecimentos específicos - Adaptada] No que se refere à 
interpretação das normas constitucionais, julgue o item: 
O denominado método hermenêutico-concretizador não admite que o intérprete se valha de suas pré-
compreensões sobre o tema para obter o sentido da norma. 
QUESTÃO 05 
[CESPE - 2014 - AGU - Advogado da União] Julgue a assertiva: 
O princípio da conformidade funcional impõe que, na concretização constitucional, o intérprete-
aplicador considere a Constituição em sua globalidade, evitando que o resultado da tarefa interpretativa 
crie antinomias ou antagonismos entre as normas constitucionais. 
QUESTÃO 06 
[FCC - 2017 - DPE-SC - Defensor Público Substituto - Adaptada] No âmbito da interpretação 
constitucional, analise as assertivas: 
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I - O princípio da concordância prática objetiva, diante da hipótese de colisão entre direitos 
fundamentais, impedir o sacrifício total de um em relação ao outro, estabelecendo limites à restrição 
imposta ao direito fundamental subjugado, por meio, por exemplo, da proteção do núcleo essencial. 
II - O princípio da unidade da Constituição determina que a norma constitucional deva ser interpretada à 
luz de todo o sistema constitucional vigente, ou seja, na sua globalidade e de forma sistemática. 
QUESTÃO 07 
[FCC - 2017 - ARTESP - Especialista em Regulação de Transporte I - Direito] A hermenêutica das normas 
constitucionais permite que se extraia o sentido das mesmas, havendo diversos métodos para aplicação 
das técnicas de interpretação. Há, além disso, princípios específicos que se destinam a auxiliar na 
interpretação das normas constitucionais, dos quais é exemplo o Princípio: 
A) da unidade da constituição, que estabelece que há somente uma interpretação possível daquelas 
normas. 
B) do efeito integrador, que auxilia na determinação da norma constitucional válida em detrimento de 
outra conflitante, que àquela fica integrada. 
C) da força normativa da Constituição, que orienta à escolha da interpretação que permita maior eficácia 
às normas constitucionais. 
D) da máxima efetividade, que estabelece haver apenas uma única interpretação possível, e portanto 
máxima, das normas constitucionais. 
E) da harmonização, que estabelece serem todas normas constitucionais compatíveis, razão pela qual 
somente com a existência de todas elas é possível retirar a maior força e eficácia constitucional. 
QUESTÃO 08 
[FCC - 2011 - DPE-RS - Defensor Público - Adaptada] Considere e julgue a seguinte afirmação: 
No Direito Constitucional brasileiro fala-se de uma certa relatividade dos direitos e garantias individuais 
e coletivos, bem como da possibilidade de haver conflito entre dois ou mais deles, oportunidade em que 
o intérprete deverá se utilizar do princípio da concordância prática ou da harmonização para coordenar 
e combinar os bens tutelados, evitando o sacrifício total de uns em relação aos outros, sempre visando 
ao verdadeiro significado do texto constitucional. 
QUESTÃO 09 
[FCC - 2014 - TCE-PI - Assessor Jurídico - Adaptada] Em relação à natureza e classificação das normas 
constitucionais, julgue a assertiva: 
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A interpretação conforme a Constituição pressupõe uma Constituição rígida e, em decorrência, a 
supremacia hierárquica das normas constitucionais perante o ordenamento jurídico, normas essas que 
obedecem ao princípio da presunção de constitucionalidade. 
QUESTÃO 10 
[FCC - 2014 - TCE-PI - Assessor Jurídico] É INCORRETO afirmar que, na interpretação da norma 
constitucional, por meio do método: 
A) hermenêutico-concretizador, parte-se da norma constitucional para o problema concreto, valendo-se 
de pressupostos subjetivos e objetivos e do chamado círculo hermenêutico. 
B) jurídico ou hermenêutico clássico, a Constituição deve ser encarada como uma lei e, assim, todos os 
métodos tradicionais de exegese deverão ser utilizados na tarefa interpretativa. 
C) tópico-problemático, parte-se de um problema concreto para a norma, atribuindo-se à intepretação 
um caráter prático visando à solução dos problemas concretizados. 
D) normativo-estruturante, esta terá de ser concretizada tão-só pela atividade do legislador, excluindo-
se os demais Poderes federais. 
E) científico-espiritual, a sua análise da norma constitucional não se fixa na literalidade da norma, mas 
parte da realidade social e dos valores subjacentes do texto constitucional. 
QUESTÃO 11 
[VUNESP - 2012 - DPE-MS - Defensor Público- Adaptada] Analise o item e julgue a alternativa correta: 
I. “(...) É uma especificação da interpretação sistemática, impondo ao intérprete o dever de harmonizar 
as tensões e contradições entre normas jurídicas.” 
(Luís Roberto Barroso. In: Curso de Direito Constitucional Contemporâneo, Saraiva, 2009) 
O trecho de doutrina transcrito diz respeito ao tema dos princípios de interpretação constitucional. 
Assinale a alternativa que contempla, corretamente, esse princípio de hermenêutica sobre o qual trata o 
referido autor de direito constitucional 
A) Da interpretação conforme a Constituição. 
B) Da unidade da Constituição. 
C) Da presunção de constitucionalidade. 
D) Da força normativa da Constituição. 
QUESTÃO 12 
[VUNESP - 2014 - DESENVOLVESP - Advogado] Na resolução dos problemas jurídico-constitucionais, 
deverá ser dada maior primazia aos critérios favorecedores da integração política e social, bem como ao 
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reforço da unidade política. Essa afirmação refere-se ao seguinte princípio de interpretação das normas 
constitucionais: 
A) da unidade da constituição. 
B) da máxima efetividade ou da eficiência. 
C) do efeito integrador. 
D) da força normativa da constituição. 
E) da concordância prática ou da harmonização. 
QUESTÃO 13 
[FGV - 2013 - TJ-AM - Juiz - Adaptada] A respeito dos métodos de aplicação e interpretação da 
Constituição, julgue a assertiva: 
A interpretação conforme a Constituição é uma técnica aplicável quando, entre interpretações plausíveis 
e alternativas de certo enunciado normativo, exista alguma que permita compatibilizá-la com a 
Constituição. 
QUESTÃO 14 
[FGV - 2013 - TJ-AM - Juiz - Adaptada] A respeito dos métodos de aplicação e interpretação da 
Constituição, analise e julgue o item: 
O princípio da concordância prática consiste numa recomendação para que o aplicador das normas 
constitucionais, em se deparando com situações de concorrência entre bens constitucionalmente 
protegidos, adote a solução que otimize a realização de todos eles, mas ao mesmo tempo não acarrete 
a negação de nenhum. 
QUESTÃO 15 
[FGV - 2013 - TCE-BA - Analista de Controle Externo] Acerca dos princípios constitucionais, analise as 
afirmativas a seguir: 
I. O princípio da unidade impõe ao intérprete o encontro de uma solução que harmonize tensões 
existentes entre as diversas disposições constitucionais. 
II. O princípio da concordância prática é um critério orientador da atividade interpretativa, corrigindo 
leituras desviantes da distribuição de competências, seja entre os entes federados, seja entre os poderes 
constituídos. 
III. O princípio da máxima efetividade, impõe que “a uma norma constitucional deve ser atribuído o 
sentido que maior eficácia lhe dê”. 
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A) se somente a afirmativaI estiver correta. 
B) se somente a afirmativa II estiver correta. 
C) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. 
D) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas. 
E) se todas as afirmativas estiverem corretas. 
 
 
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GABARITO COMENTADO 
QUESTÃO 01 
[CESPE - 2019 - TJ-BA - Juiz de Direito Substituto] Julgue a assertiva apresentada a respeito de 
hermenêutica constitucional e de métodos empregados na prática dessa hermenêutica: 
O princípio da unidade da Constituição orienta o intérprete a conferir maior peso aos critérios que 
beneficiem a integração política e social. 
Comentário: 
Item claramente falso. Sabemos, futuro Analista/futuro Oficial, que o princípio da unidade da 
Constituição determina que o texto da Constituição deva ser interpretado em sua totalidade, a fim de 
evitar contradições entre suas normas. A assertiva descreve o princípio do efeito integrador, que visa a 
integração política e social, bem como o reforço da unidade política. 
QUESTÃO 02 
[CESPE - 2009 - ANATEL - Analista Administrativo - Direito] À luz do direito constitucional, julgue o item 
que segue: 
Concebido por Ferdinand Lassale, o princípio da força normativa da CF é aquele segundo o qual os 
aplicadores e intérpretes da Carta, na solução das questões jurídico constitucionais, devem procurar a 
máxima eficácia do texto constitucional. 
Comentário: 
Ao contrário do que estabelece a assertiva (que é falsa!), o princípio da força normativa foi idealizado por 
Konrad Hesse e estabelece que será função do intérprete priorizar a interpretação que dê maior 
concretude à normatividade constitucional, jamais negando-lhes eficácia. Lembre-se, meu caro aluno, 
que Ferdinand Lassalle é o autor do texto “A Essência da Constituição”, que trata do sentido (ou da 
concepção) sociológica da Constituição. 
QUESTÃO 03 
[CESPE - 2011 - AL-ES - Procurador - conhecimentos específicos - Adaptada] No que se refere à 
interpretação das normas constitucionais, julgue o item: 
Tem-se a aplicação do denominado princípio da correção funcional quando, por meio da interpretação 
de algum preceito, busca-se não deturpar o sistema de repartição de funções entre os órgãos e pessoas 
designados pela CF. 
Comentário: 
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Acertou essa? O item apresentado é verdadeiro! O princípio da correção funcional (ou conformidade 
funcional ou justeza) visa impedir que os órgãos competentes para realizar a interpretação do texto 
constitucional cheguem a um resultado capaz de subverter ou perturbar todo o sistema organizatório 
funcional estabelecido pela Carta Constitucional, ocasionando uma inaceitável usurpação de 
competência. 
QUESTÃO 04 
[CESPE - 2011 - AL-ES - Procurador - conhecimentos específicos - Adaptada] No que se refere à 
interpretação das normas constitucionais, julgue o item: 
O denominado método hermenêutico-concretizador não admite que o intérprete se valha de suas pré-
compreensões sobre o tema para obter o sentido da norma. 
Comentário: 
Marcou essa assertiva como falsa com tranquilidade? Ora, ao contrário do que ela menciona, o 
intérprete, ao se valer do método hermenêutico-concretizador, vai sim se valer de suas pré-
compreensões sobre o tema, atuando como uma espécie de mediador entre a norma constitucional e o 
problema concreto a ser solucionado, sempre considerando a realidade social na qual a discussão se 
insere. 
QUESTÃO 05 
[CESPE - 2014 - AGU - Advogado da União] Julgue a assertiva: 
O princípio da conformidade funcional impõe que, na concretização constitucional, o intérprete-
aplicador considere a Constituição em sua globalidade, evitando que o resultado da tarefa interpretativa 
crie antinomias ou antagonismos entre as normas constitucionais. 
Comentário: 
Não deve ter sido difícil assinalar essa assertiva como falsa! O princípio da conformidade funcional 
(também intitulado de princípio da justeza) visa impedir que os órgãos encarregados de realizar a 
interpretação constitucional cheguem a um resultado que perturbe o sistema organizatório funcional 
estabelecido pelo texto constitucional. O princípio descrito na assertiva, por outro lado, é o da unidade 
da Constituição, cuja finalidade é a de conferir um caráter ordenado e sistematizado do texto 
constitucional, permitindo que ele seja entendido como um todo unitário e harmônico. 
QUESTÃO 06 
[FCC - 2017 - DPE-SC - Defensor Público Substituto - Adaptada] No âmbito da interpretação 
constitucional, analise as assertivas: 
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I - O princípio da concordância prática objetiva, diante da hipótese de colisão entre direitos 
fundamentais, impedir o sacrifício total de um em relação ao outro, estabelecendo limites à restrição 
imposta ao direito fundamental subjugado, por meio, por exemplo, da proteção do núcleo essencial. 
II - O princípio da unidade da Constituição determina que a norma constitucional deva ser interpretada à 
luz de todo o sistema constitucional vigente, ou seja, na sua globalidade e de forma sistemática. 
Comentário: 
Ambas as assertivas apresentadas estão corretas, caro aluno! O princípio da harmonização ou da 
concordância prática consiste na recomendação de que o intérprete da norma, em caso de colisão de 
bens constitucionalmente protegidos, adote uma solução que otimize a realização de ambos, mas sem 
nega-los ou extirpa-los do ordenamento jurídico. Enquanto isso, o princípio da unidade estabelece que o 
texto constitucional deve ser entendido como um conjunto harmônico de normas, desprovido de 
antinomias. Eventuais conflitos entre normas constitucionais originárias são, meramente, aparentes, 
pois todas elas são compatíveis entre si. 
QUESTÃO 07 
[FCC - 2017 - ARTESP - Especialista em Regulação de Transporte I - Direito] A hermenêutica das normas 
constitucionais permite que se extraia o sentido das mesmas, havendo diversos métodos para aplicação 
das técnicas de interpretação. Há, além disso, princípios específicos que se destinam a auxiliar na 
interpretação das normas constitucionais, dos quais é exemplo o Princípio: 
A) da unidade da constituição, que estabelece que há somente uma interpretação possível daquelas 
normas. 
B) do efeito integrador, que auxilia na determinação da norma constitucional válida em detrimento de 
outra conflitante, que àquela fica integrada. 
C) da força normativa da Constituição, que orienta à escolha da interpretação que permita maior eficácia 
às normas constitucionais. 
D) da máxima efetividade, que estabelece haver apenas uma única interpretação possível, e portanto 
máxima, das normas constitucionais. 
E) da harmonização, que estabelece serem todas normas constitucionais compatíveis, razão pela qual 
somente com a existência de todas elas é possível retirar a maior força e eficácia constitucional. 
Comentário: 
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Nossa alternativa correta é a letra ‘c’! O princípio da força normativa, idealizado por Konrad Hesse, dá ao 
intérprete a função de priorizar a interpretação capaz de dar concretude à normatividade constitucional, 
não lhe negando a eficácia. É o único princípio que foi corretamente narrado pelo examinador. 
QUESTÃO 08 
[FCC - 2011 - DPE-RS - Defensor Público - Adaptada] Considere e julgue a seguinte afirmação: 
 No Direito Constitucional brasileiro fala-se de uma certa relatividadedos direitos e garantias individuais 
e coletivos, bem como da possibilidade de haver conflito entre dois ou mais deles, oportunidade em que 
o intérprete deverá se utilizar do princípio da concordância prática ou da harmonização para coordenar 
e combinar os bens tutelados, evitando o sacrifício total de uns em relação aos outros, sempre visando 
ao verdadeiro significado do texto constitucional. 
Comentário: 
Excelente questão. Relaciona aspectos que já estudamos na aula de Teoria Geral dos Direitos e das 
Garantias Fundamentais com o tema deste nosso encontro (Interpretação). O princípio da concordância 
prática visa exatamente solucionar possíveis conflitos concretos e específicos entre normas 
constitucionais, em especial as que envolvem os direitos fundamentais. 
QUESTÃO 09 
[FCC - 2014 - TCE-PI - Assessor Jurídico - Adaptada] Em relação à natureza e classificação das normas 
constitucionais, julgue a assertiva: 
A interpretação conforme a Constituição pressupõe uma Constituição rígida e, em decorrência, a 
supremacia hierárquica das normas constitucionais perante o ordenamento jurídico, normas essas que 
obedecem ao princípio da presunção de constitucionalidade. 
Comentário: 
O item é verdadeiro! O princípio da interpretação conforme a Constituição é uma decorrência direta do 
princípio da supremacia da Constituição: afinal, se ela é um documento superior a todos os demais, estes 
últimos devem ser interpretados em conformidade com ela. Não custa também lembrar que a 
supremacia constitucional tem ligação direta com a ideia de rigidez. E que todas as normas que 
ingressam no ordenamento são, presumivelmente (presunção relativa) constitucionais, já que podemos 
imaginar que os órgãos públicos vão agir em conformidade com a Constituição na confecção das normas. 
QUESTÃO 10 
[FCC - 2014 - TCE-PI - Assessor Jurídico] É INCORRETO afirmar que, na interpretação da norma 
constitucional, por meio do método: 
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A) hermenêutico-concretizador, parte-se da norma constitucional para o problema concreto, valendo-se 
de pressupostos subjetivos e objetivos e do chamado círculo hermenêutico. 
B) jurídico ou hermenêutico clássico, a Constituição deve ser encarada como uma lei e, assim, todos os 
métodos tradicionais de exegese deverão ser utilizados na tarefa interpretativa. 
C) tópico-problemático, parte-se de um problema concreto para a norma, atribuindo-se à intepretação 
um caráter prático visando à solução dos problemas concretizados. 
D) normativo-estruturante, esta terá de ser concretizada tão-só pela atividade do legislador, excluindo-
se os demais Poderes federais. 
E) científico-espiritual, a sua análise da norma constitucional não se fixa na literalidade da norma, mas 
parte da realidade social e dos valores subjacentes do texto constitucional. 
Comentário: 
 Todas as definições estão corretas, com exceção daquela listada na letra ‘d’, que deverá ser assinalada. 
O método normativo-estruturante, cujo maior expoente é Friedrich Müller, reconhecemos uma ausência 
de identidade entre texto e norma – sendo que esta última será construída a partir do texto, mas não só, 
pois numerosos outros diplomas que extrapolam o texto (tais como os manuais doutrinários, os estudos 
monográficos pátrios e também os de direito comparado, os precedentes judiciais dos nossos tribunais 
e de tribunais estrangeiros) vão contribuir na estruturação da norma. 
QUESTÃO 11 
[VUNESP - 2012 - DPE-MS - Defensor Público- Adaptada] Analise o item e julgue a alternativa correta: 
I. “(...) É uma especificação da interpretação sistemática, impondo ao intérprete o dever de harmonizar 
as tensões e contradições entre normas jurídicas.” 
(Luís Roberto Barroso. In: Curso de Direito Constitucional Contemporâneo, Saraiva, 2009) 
O trecho de doutrina transcrito diz respeito ao tema dos princípios de interpretação constitucional. 
Assinale a alternativa que contempla, corretamente, esse princípio de hermenêutica sobre o qual trata o 
referido autor de direito constitucional 
A) Da interpretação conforme a Constituição. 
B) Da unidade da Constituição. 
C) Da presunção de constitucionalidade. 
D) Da força normativa da Constituição. 
Comentário: 
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Nossa alternativa correta é a ‘b’! O princípio da unidade determina que o texto constitucional deva ser 
entendido como um todo unitário e harmônico, desprovido de contradições, sendo um agrupamento de 
preceitos integrados. 
QUESTÃO 12 
[VUNESP - 2014 - DESENVOLVESP - Advogado] Na resolução dos problemas jurídico-constitucionais, 
deverá ser dada maior primazia aos critérios favorecedores da integração política e social, bem como ao 
reforço da unidade política. Essa afirmação refere-se ao seguinte princípio de interpretação das normas 
constitucionais: 
A) da unidade da constituição. 
B) da máxima efetividade ou da eficiência. 
C) do efeito integrador. 
D) da força normativa da constituição. 
E) da concordância prática ou da harmonização. 
Comentário: 
Nossa alternativa correta é a letra ‘c’! Ao aplicar o princípio do efeito integrador para a interpretação da 
Constituição, deve-se buscar a leitura que reforce a ideia de que a Constituição é um documento 
composto por normas conectadas, que devem ser lidas de maneira a reforçar e reafirmar a integração 
política e social planejada pelo poder constituinte originário. 
QUESTÃO 13 
[FGV - 2013 - TJ-AM - Juiz - Adaptada] A respeito dos métodos de aplicação e interpretação da 
Constituição, julgue a assertiva: 
A interpretação conforme a Constituição é uma técnica aplicável quando, entre interpretações plausíveis 
e alternativas de certo enunciado normativo, exista alguma que permita compatibilizá-la com a 
Constituição. 
Comentário: 
O item deverá ser marcado como verdadeiro! De acordo com o citado princípio, as normas 
infraconstitucionais polissêmicas, capazes de dar margem à diversas leituras, deverão ser mantidas no 
ordenamento jurídico quando puderem ser interpretadas de dada maneira que as compatibilize com o 
texto constitucional. 
QUESTÃO 14 
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[FGV - 2013 - TJ-AM - Juiz - Adaptada] A respeito dos métodos de aplicação e interpretação da 
Constituição, analise e julgue o item: 
O princípio da concordância prática consiste numa recomendação para que o aplicador das normas 
constitucionais, em se deparando com situações de concorrência entre bens constitucionalmente 
protegidos, adote a solução que otimize a realização de todos eles, mas ao mesmo tempo não acarrete 
a negação de nenhum. 
Comentário: 
Item correto, pois em completa consonância com a definição do princípio da concordância prática. 
QUESTÃO 15 
[FGV - 2013 - TCE-BA - Analista de Controle Externo] Acerca dos princípios constitucionais, analise as 
afirmativas a seguir: 
I. O princípio da unidade impõe ao intérprete o encontro de uma solução que harmonize tensões 
existentes entre as diversas disposições constitucionais. 
II. O princípio da concordância prática é um critério orientador da atividade interpretativa, corrigindo 
leituras desviantes da distribuição de competências, seja entre os entes federados, seja entre os poderes 
constituídos. 
III. O princípio da máxima efetividade, impõe que “a uma norma constitucional deve ser atribuído o 
sentido que maior eficácia lhe dê”. 
Assinale: 
A) se somente a afirmativa I estiver correta. 
B) se somente a afirmativa II estiver correta. 
C) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.D) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas. 
E) se todas as afirmativas estiverem corretas. 
Comentário: 
Nossa alternativa correta é a letra ‘d’, uma vez que tão somente as assertivas I e III estão corretas. A 
assertiva II erra, uma vez que conceitua o princípio da conformidade funcional (ou justeza) e não o da 
concordância prática. 
 
 
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(5) Resumo direcionado 
 Métodos de interpretação da Constituição 
 
 
Introdução 
 
 
 
 
 
Método jurídico ou 
hermenêutico 
clássico 
 
 
 
 
 
 
 
Método científico-
espiritual (ou 
integrativo) 
 
 
 
 
Método tópico-
problemático (ou 
método da tópica) 
 
 
 
“A interpretação das normas constitucionais é um conjunto de métodos, desenvolvidos 
pela doutrina e pela jurisprudência com base em critérios ou premissas (filosóficas, 
metodológicas, epistemológicas) diferentes mas, em geral, reciprocamente 
complementares” (J. J. Gomes Canotilho). 
Este método parte da premissa de 
que a Constituição é uma lei (pode até 
ser “a lei das leis”, mas é uma lei, isto 
é, um documento normativo escrito) 
de modo que todos os tradicionais e 
conhecidos métodos da 
hermenêutica clássica (concebidos 
por Savigny para a feitura da 
interpretação das leis em geral), 
podem ser manejados na realização 
da interpretação. 
- Será possível operar com os seguintes 
elementos: 
(i) Genético 
(ii) Histórico 
(iii) Sistemático 
(iv) Literal 
(v) Lógico 
(vi) Teleológico 
Pensado por Rudolf Smend, é um método que preconiza que a interpretação das normas 
e dos institutos constitucionais não deve se ater somente à literalidade do texto, devendo 
considerar: (i) a Constituição como um sistema harmônico (ou seja, como “um todo”), (ii) 
fatores extraconstitucionais, tais como a realidade social, e os valores subjacentes ao texto 
da Constituição (método valorativo). 
Pensado por Theodor Viehweg, é um método no qual a principal incumbência do 
intérprete é a de encontrar a solução mais acertada para o “problema” que deve ser 
resolvido. O direito é, pois, compreendido como uma disciplina prática, cuja finalidade 
central é a de resolver problemas concretos. 
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Método 
hermenêutico-
concretizador 
 
 
 
Método 
normativo-
estruturante (ou 
concretista) 
 
 
 
 
 Princípios instrumentais de interpretação da Constituição e das leis 
 
 
 
 
 
Introdução 
 
 
 
 
 
Princípio da 
supremacia da 
Constituição 
 
 
 
A inspiração para a construção de um rol de princípios constitucionais interpretativos é 
garantir a supremacia da Constituição, pilar do constitucionalismo contemporâneo, o que 
é feito de duas maneiras: (i) primeiro procura-se organizar os mandamentos 
principiológicos aplicáveis às leis, de forma que estas sejam compreendidas sob a ótica da 
Constituição, documento central do ordenamento, e não sobrevivam validamente se com 
ela não guardarem compatibilidade; (ii) na sequência, procura-se conciliar os aparentes 
confrontos que eventualmente surgem entre os variados direitos que são tutelados pela 
Carta Maior, ofertando soluções capazes de conferir maior eficácia e efetividade ao 
conjunto normativo constitucional. 
Em razão de a Constituição ocupar o ápice (o topo) da estrutura normativa em nosso 
ordenamento, todas as demais normas e atos do Poder Público somente serão 
considerados válidos quando em conformidade com ela. 
Tendo por teórico central Konrad Hesse, neste método parte-se da norma constitucional 
para o problema (e não do caso concreto para a norma, como no método anteriormente 
estudado), havendo, portanto, uma prevalência do texto constitucional diante do 
problema. 
- Friedrich Müller é o autor que arquiteta este método, no qual se reconhece a ausência de 
identidade entre texto e norma – sendo esta última bem mais ampla e complexa que o 
primeiro. Assim, o texto é entendido como sendo, tão somente, a forma da lei, não 
possuindo normatividade. Em outras palavras, o texto representa uma “moldura”: dentro 
dela, várias interpretações são viáveis, isto é, várias normas podem ser extraídas (pois 
existem vários sentidos para aquele texto). 
- A norma será o resultado da interpretação do texto associado ao contexto. Afinal, a 
norma será construída a partir do texto, mas não só, pois numerosos outros diplomas que 
extrapolam o texto vão contribuir na estruturação da norma. 
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Princípio da 
interpretação 
conforme a 
Constituição 
 
 
 
 
 
 
Princípio da 
presunção de 
constitucionalida
de das leis 
 
 
 
Princípio da 
unidade da 
Constituição 
 
 
 
Princípio da força 
normativa 
 
 
 
 
- Não se presta à interpretação das normas constitucionais propriamente, e sim da 
legislação infraconstitucional. Todas as normas no ordenamento devem ser 
interpretadas em conformidade com a Constituição Federal. 
- Regras que devem ser observadas na utilização da interpretação conforme à 
Constituição: 
(i) a interpretação conforme só é utilizável quando a norma impugnada admite, dentre 
as várias interpretações possíveis, uma que a compatibilize com a Carta Magna, e não 
quando o sentido da norma é unívoco. 
(ii) Não são aceitáveis violações à literalidade do texto, afinal o intérprete encontra seu 
limite de atuação no perímetro que envolve as possibilidades hermenêuticas do texto, 
não podendo, jamais, atuar como legislador positivo, criando norma nova a partir da 
tarefa interpretativa. 
- As normas produzidas pelo Poder Legislativo (e também pelos demais poderes, no 
exercício da função atípica de natureza legislativa) possuem a presunção de serem 
constitucionais, de terem sido engendradas em conformidade com o que prescreve a 
Carta Maior. 
- Essa presunção não é absoluta, é apenas relativa, isto é, admite prova em contrário. 
- Possui a finalidade de conferir um caráter ordenado e sistematizado para as disposições 
constitucionais, permitindo que o texto da Carta Maior seja compreendido como um 
todo unitário e harmônico, desprovido de antinomias (contradições) reais. 
- Não há hierarquia normativa, tampouco subordinação entre as normas constitucionais; 
eventuais conflitos entre as normas originárias serão, pois, sanados por meio da tarefa 
hermenêutica. 
A função do intérprete é a de sempre “valorizar as soluções que possibilitem a 
atualização normativa, a eficácia e a permanência da Constituição". 
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Princípio do 
efeito integrador 
 
 
 
Princípio da 
concordância 
prática ou 
harmonização 
 
 
Princípio da máxima 
efetividade ou da 
eficiência 
(intervenção efetiva) 
 
 
Princípio da 
conformidade 
funcional ou 
justeza 
 
 
Quando da interpretação da Constituição, deve-se, necessariamente, buscar a leitura 
que reforce o ideal de que a Constituição é um agrupamento normativo único, composto 
por normas conectadas, que devem ser lidas de maneira a reforçar e a reafirmar a 
integração política e social planejada pela Constituição. 
Tal qual o princípio da unidade constitucional, o da concordância prática também visa 
resolver eventuais desacertos entre as normas constitucionais. Enquanto o primeiro, no 
entanto, é utilizado em abstrato, envolvendo normas que dissociadas das ocorrências 
fáticas já se põem em rota decolisão, o último atua perante conflitos específicos, que 
somente se pronunciam diante de um caso concreto. 
Este princípio apresenta-se como um apelo para que seja realizada a interpretação dos 
direitos e garantias fundamentais de modo a alcançar a maior efetividade possível, de 
maneira a otimizar a norma e dela extrair todo o seu potencial protetivo. 
O princípio da conformidade funcional ou justeza visa impedir que os órgãos 
encarregados de realizar a interpretação constitucional cheguem a um resultado que 
subverta ou perturbe o esquema organizatório funcional estabelecido pela Constituição, 
sob pena de usurpação de competência. 
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional. São Paulo: Malheiros, 2017. 
BULOS, Uadi Lammêgo. Curso de direito constitucional. 11ª ed. São Paulo: Saraiva, 2018. 
BULOS, Uadi Lammêgo. Constituição Federal anotada. 12ª ed. São Paulo: Saraiva, 2017. 
MASSON, Nathalia. Manual de Direito Constitucional. 7ª. ed. Salvador: Juspodivm, 2019. 
MENDES, Gilmar Ferreira; COELHO, Inocêncio Mártires; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de 
Direito Constitucional. 13ª ed. São Paulo: Saraiva, 2018. 
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional positivo. 41ª ed. atual. São Paulo: Malheiros, 
2018. 
SILVA, José Afonso da. Comentário contextual à Constituição. 9ª ed. São Paulo: Malheiros, 2014.formular 
juízos de valor ou desempenhar atividade criativa. 
Comentário: 
A assertiva está correta! O método hermenêutico clássico preza pela interpretação da norma pela sua 
origem, historicidade, finalidade, sistemática e literalidade, tão somente. Sendo assim, a criatividade do 
intérprete é limitadíssima, não podendo construir uma interpretação subjetiva ou calcada na realidade 
social. 
Gabarito: Certo 
[CESPE - 2013 - STM - Juiz-Auditor Substituto - Adaptada] No que se refere aos métodos de interpretação 
da CF, julgue a assertiva: 
No método jurídico, defende-se a identidade entre lei e constituição, esta considerada espécie de lei, 
devendo, portanto, ser interpretada pelas regras tradicionais de hermenêutica. 
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Comentário: 
Item correto! O método jurídico (ou hermenêutico clássico) parte do pressuposto de que a Constituição é 
uma lei (apesar de ser dotada de supremacia formal e material) e como tal deverá ser interpretada. 
Gabarito: Certo 
[FCC - 2014 - TCE-PI - Assessor Jurídico - Adaptada] Julgue o item a seguir: 
De acordo com o método jurídico ou hermenêutico clássico, a Constituição deve ser encarada como uma lei 
e, assim, todos os métodos tradicionais de exegese deverão ser utilizados na tarefa interpretativa. 
Comentário: 
Eis outra assertiva correta! De acordo com o método jurídico clássico, a Constituição deverá ser interpretada 
como uma lei, apesar de suas evidentes particularidades. Sendo assim, os elementos tradicionais da 
hermenêutica deverão ser utilizados na tarefa interpretativa. 
Gabarito: Certo 
[IADES - 2014 - METRÔ-DF - Advogado - Adaptada] No que se refere aos métodos de interpretação da 
Constituição Federal (CF), julgue o item: 
No método jurídico, defende-se a identidade entre lei e constituição, esta considerada espécie de lei, 
devendo, portanto, ser interpretada pelas regras tradicionais de hermenêutica. 
Comentário: 
Ao utilizar o método jurídico ou hermenêutico clássico, o intérprete deverá encarar a Constituição como 
uma lei e, portanto, deverá aplicar na tarefa interpretativa todos os elementos tradicionais da hermenêutica 
clássica. Destarte, a assertiva é verdadeira 
Gabarito: Certo 
 
(B) Método científico-espiritual (ou valorativo ou integrativo) 
Pensado por Rudolf Smend, é um método que preconiza que a interpretação das normas e dos 
institutos constitucionais não deve se ater somente à literalidade do texto, devendo considerar: (i) a 
Constituição como um sistema harmônico (ou seja, como “um todo”), (ii) fatores extraconstitucionais, 
tais como a realidade social, e os valores subjacentes ao texto da Constituição (método valorativo). 
Destarte, como as normas constitucionais deverão ser interpretadas de acordo com a realidade 
social e, sendo esta o fruto de uma sociedade dinâmica, as normas constitucionais também deverão ser 
lidas com idêntico dinamismo. Em outras palavras, a interpretação (sempre flexível) se renovará para 
adequar-se aos anseios sociais, devendo o intérprete realizar uma espécie de “captação espiritual” da 
realidade social. 
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Não é um método imune às críticas. A circunstância de ter sido construído com termos bastante 
vagos, sem uma base filosófica-jurídica consistente que lhe dê sustentação teórica, e também a ausência 
de determinação de quais podem ser os resultados alcançados com sua aplicação, são as censuras 
normalmente apresentadas. 
As questões abaixo ilustram o modo como o tema é exigido em prova: 
Questões para fixar 
[FCC - 2014 - TCE-PI - Assessor Jurídico - Adaptada] Julgue a assertiva a seguir apresentada: 
De acordo com o método científico-espiritual, a análise da norma constitucional não se fixa na literalidade 
da norma, mas parte da realidade social e dos valores subjacentes do texto constitucional. 
Comentário: 
Marcou este item como verdadeiro? Ótimo! As normas constitucionais, consoante esse método, deverão 
ser interpretadas de acordo com a realidade social. Sendo assim, frente a uma sociedade dinâmica, as 
normas constitucionais também deverão ser. Isso quer dizer que a sua interpretação se renovará para 
adequar-se aos anseios sociais, devendo o intérprete realizar a “captação espiritual” da realidade social. 
Gabarito: Certo 
[CESPE - 2013 - STM - Juiz-Auditor Substituto - Adaptada] No que se refere aos métodos de interpretação 
da CF, julgue o item: 
De acordo com o método científico-espiritual, deve-se priorizar a concretização em detrimento da 
interpretação, que é apenas uma etapa da concretização, visto que é impossível isolar a norma da realidade. 
Comentário: 
Item incorreto! De acordo com o que nos ensina o Prof. Paulo Bonavides, no método científico-espiritual o 
intérprete da Constituição deverá ater-se à realidade da vida, à concretude da existência, compreendida esta 
sobretudo pelo que tem de espiritual, enquanto processo unitário e renovador da própria realidade, 
submetida à lei de sua integração. A assertiva de prova trata, em verdade, do método normativo-
estruturante (que estudaremos mais adiante), no qual parte-se da premissa de que direito e realidade não 
subsistem autonomamente, e, justamente por não ser factível isolar a norma da realidade, devemos falar 
em concretização das normas, e não em interpretação das mesmas (lembrando que a interpretação seria, 
tão somente um dos elementos, ainda que dos mais relevantes, no processo de concretização). 
Gabarito: Errado 
[FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2014 - DPE-MG - Defensor Público - Adaptada] Quanto aos métodos de 
interpretação da Constituição e das normas constitucionais, julgue a assertiva: 
Diz-se método científico espiritual, valorativo ou sociológico, aquele que parte de uma tese da identidade 
que existiria entre a constituição e as demais leis, ou seja, se a constituição é uma lei, não há por que ter 
método específico para interpretá-la. 
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Comentário: 
O item é falso! De acordo com o método científico espiritual, o intérprete da norma não se fixa na literalidade 
do texto constitucional, pois deve considerar fatores extraconstitucionais, tais como a realidade social e os 
valores subjacentes ao texto da Constituição (método valorativo). Deste modo, a Constituição é 
interpretada como algo que se renova constantemente, assim como a própria vida em sociedade. A ideia de 
que a Constituição é uma lei advém do método jurídico ou hermenêutico clássico. 
Gabarito: Errado 
 
(C) Método tópico-problemático (ou método da tópica) 
Pensado por Theodor Viehweg, é um método no qual a principal incumbência do intérprete é a 
de encontrar a solução mais acertada para o “problema” que deve ser resolvido. O direito é, pois, 
compreendido como uma disciplina prática, cuja finalidade central é a de resolver problemas concretos. 
Na tópica, parte-se do problema concreto para a norma, vale dizer, buscamos a solução de um certo 
problema por intermédio da interpretação de norma constitucional. 
Muitos são os que reprovam esse método, argumentando que o movimento interpretativo 
deveria ser inverso: deveríamos partir da norma constitucional para a solução do problema, e não do 
problema em direção à busca de uma norma constitucional que ampare aquele resultado já previamente 
esperado pelo intérprete. Também rejeita-se doutrinariamente este método sob a justificativa de que 
pode nos levar à um casuísmo ilimitado, já que para cada problema concreto teremos uma específica 
solução. 
(D) Método hermenêutico-concretizadorTendo por teórico central Konrad Hesse, neste método parte-se da norma constitucional para o 
problema (e não do caso concreto para a norma, como no método anteriormente estudado), havendo, 
portanto, uma prevalência do texto constitucional diante do problema. 
Tal método pressupõe não haver interpretação constitucional dissociada de problemas 
concretos, de forma que a interpretação e a aplicação possam ser consideradas como partes de um 
processo uno, no qual existem três elementos centrais: a norma constitucional a ser concretizada, a 
compreensão prévia que o intérprete possui e o problema concreto que deve ser solucionado. 
Destarte, nessa busca pelo sentido e concretização da norma constitucional, o intérprete vai 
iniciar sua leitura do texto da Constituição valendo-se das suas pré-compreensões sobre o tema, atuando 
como uma espécie de mediador entre a norma constitucional e o problema concreto a ser solucionado, 
sempre considerando a realidade social na qual a discussão se insere. Lembrando que o movimento 
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interpretativo será contínuo e construído em uma “via de mão dupla”, num “vai e vem” do texto para o 
contexto (círculo hermenêutico). 
Claro que o fato de o ponto de partida dessa proposta hermenêutica-concretizadora ser calcado 
em pré-compreensões que o intérprete possua pode acabar por distorcer não apenas a realidade, mas 
igualmente o próprio sentido da norma, sendo esta a principal censura que o método recebe da doutrina. 
Veja nas questões abaixo, caro aluno, como os dois últimos métodos estudados, o tópico-
problemático e o hermenêutico-concretizador, podem ser mesclados pelo examinador no intuito de lhe 
confundir: 
Questões para fixar 
[FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2014 - DPE-MG - Defensor Público - Adaptada] Julgue a assertiva a seguir: 
Diz-se método tópico problemático aquele em que o intérprete se vale de suas pré-compreensões 
valorativas para obter o sentido da norma em um determinado problema pois o conteúdo da norma 
somente é alcançado a partir de sua interpretação concretizadora, dotada de caráter criativo que emana do 
exegeta. 
Comentário: 
A assertiva é falsa por apresentar a definição do método hermenêutico-concretizador, que se sustenta na 
primazia da norma diante do problema. Ao utilizar tal método, o intérprete inicia sua leitura da Constituição 
valendo-se das suas pré-compreensões sobre o tema, atuando como uma espécie de mediador entre a 
norma e o problema concreto a ser solucionado, sempre considerando a realidade social na qual a discussão 
se insere. 
Gabarito: Errado 
[CESPE - 2019 - TJ-BA - Juiz de Direito Substituto- Adaptada] A respeito de hermenêutica constitucional e 
de métodos empregados na prática dessa hermenêutica, julgue a assertiva apresentada: 
De acordo com o método tópico, o texto constitucional é ponto de partida da atividade do intérprete, mas 
nunca limitador da interpretação. 
Comentário: 
A assertiva deverá ser marcada como falsa, pois refere-se ao método hermenêutico-concretizador, no qual 
o intérprete partirá da norma constitucional para o problema. Na tópica, como você bem sabe, parte-se do 
problema concreto para a norma, vale dizer, busca-se a solução de um certo problema por intermédio da 
interpretação de norma constitucional. 
 
Gabarito: Errado 
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[CESPE - 2012 - TCE-ES - Auditor de Controle Externo - Direito] Com relação à aplicabilidade e interpretação 
das normas constitucionais, julgue o item subsequente: 
De acordo com o método hermenêutico concretizador, elaborado com base nos ensinamentos de Konrad 
Hesse, a norma deve ser interpretada a partir da análise do problema concreto, tendo-se a constituição 
como um sistema aberto de regras e princípios. 
Comentário: 
Marcou como falsa? Excelente. Bom, no método hermenêutico concretizador, do qual realmente Konrad 
Hesse apresenta-se como principal expoente, parte-se da norma constitucional para o problema (e não do 
caso concreto para a norma, como no método anteriormente estudado), havendo, portanto, uma 
prevalência do texto constitucional diante do problema. 
Gabarito: Errado 
 
(E) Método normativo-estruturante (ou concretista) 
Friedrich Müller é o autor que arquiteta este método, no qual se reconhece a ausência de 
identidade entre texto e norma – sendo esta última bem mais ampla e complexa que o primeiro. 
Assim, o texto é entendido como sendo, tão somente, a forma da lei, não possuindo 
normatividade. Vai atuar como um limite que abarca todas as possibilidades legais de concretização 
material de um determinado direito. Em outras palavras, o texto representa uma “moldura”: dentro dela, 
várias interpretações são viáveis, isto é, várias normas podem ser extraídas (pois existem vários sentidos 
para aquele texto). 
Do parágrafo anterior você já deve ter concluído que a norma será o resultado da interpretação 
do texto associado ao contexto. Afinal, a norma será construída a partir do texto, mas não só, pois 
numerosos outros diplomas que extrapolam o texto (tais como os manuais doutrinários, os estudos 
monográficos pátrios e também os de direito comparado, os precedentes judiciais dos nossos tribunais 
e de tribunais estrangeiros) vão contribuir na estruturação da norma. 
Segundo Inocêncio Mártires Coelho, “em síntese, no dizer do próprio Müller, o teor literal de 
qualquer prescrição de direito positivo é apenas a ‘ponta do iceberg’; todo o resto, talvez a parte mais 
significativa, que o intérprete-aplicador deve levar em conta para realizar o direito, isso é constituído pela 
situação normada, na feliz expressão de Miguel Reale”2. 
 
2. COELHO, Inocêncio Mártires. Interpretação constitucional. 3ª ed. Ver. E aum. São Paulo: Saraiva, 2007, p. 93. 
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Por fim, ainda sobre este método vale mencionar que ele parte da premissa de que direito e 
realidade não sobrevivem autonomamente, e, justamente por não ser factível isolar a norma da 
realidade, devemos falar em concretização das normas, e não em interpretação das mesmas (lembrando 
que a interpretação seria, tão somente um dos elementos, ainda que dos mais relevantes, no processo 
de concretização). 
Veja nas questões a seguir como este tópico pode ser exigido em uma prova: 
Questões para fixar 
[FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2014 - DPE-MG - Defensor Público - Adaptada] Quanto aos métodos de 
interpretação da constituição e das normas constitucionais, julgue a assertiva a seguir: 
Diz-se método normativo estruturante ou concretista aquele em que o intérprete parte do direito positivo 
para chegar à estruturação da norma, muito mais complexa que o texto legal. Há influência da 
jurisprudência, doutrina, história, cultura e das decisões políticas. 
Comentário: 
A assertiva apresentada está correta! De fato, para o método normativo-estruturante a norma que resulta 
da interpretação do texto legal é significativamente mais complexa do que ele. Afinal, na sua formatação, 
considera-se muito mais do que a mera forma da lei (o texto), pois também contribuem nesse processo a 
jurisprudência, a doutrina, a história, a cultura e as decisões políticas. 
Gabarito: Certo 
[CESPE - 2019 - TJ-BA - Juiz de Direito Substituto- Adaptada] Julgue o item a seguir: 
Segundo a metódica jurídica normativo-estruturante, a aplicação de uma norma constitucional deve ser 
condicionada às estruturas sociais que delimitem o seu alcance normativo.Comentário: 
Assertiva falsa! A narração feita no item refere-se ao método científico-espiritual, que preconiza que a 
interpretação das normas e dos institutos constitucionais não deve se ater somente à literalidade do texto, 
devendo sempre considerar fatores extraconstitucionais, tais como a realidade social, e os valores 
subjacentes ao texto da Constituição (método valorativo). Já no método normativo-estruturante, que 
estudamos nesse item, reconhecemos a ausência de identidade entre texto e norma – sendo esta última 
bem mais ampla e complexa que o primeiro, pois é fruto do texto interpretado, associado a numerosos 
outros diplomas que extrapolam o texto (tais como os manuais doutrinários, os estudos monográficos 
pátrios e também os de direito comparado, os precedentes judiciais dos nossos tribunais e de tribunais 
estrangeiros). 
Gabarito: Errado 
 
 
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(2) PRINCÍPIOS INSTRUMENTAIS DE INTERPRETAÇÃO DA 
CONSTITUIÇÃO E DAS LEIS 
Você bem sabe, meu caro aluno, que nosso ordenamento jurídico tutela direitos e bens muito 
diversificados, o que propicia um ambiente favorável a possíveis tensões entre os distintos interesses 
protegidos. Por isso, foi construído um catálogo composto por diversos princípios voltados à 
interpretação do texto constitucional e da legislação infraconstitucional que a ele se subordina. 
A inspiração para a construção desse rol de princípios constitucionais interpretativos é, claro, 
garantir a supremacia da Constituição, pilar do constitucionalismo contemporâneo, o que é feito de 
duas maneiras: (i) primeiro, procura-se organizar os mandamentos principiológicos aplicáveis às leis, de 
forma que estas sejam compreendidas sob a ótica da Constituição, documento central do ordenamento, 
e não sobrevivam validamente se com ela não guardarem compatibilidade; (ii) na sequência, procura-se 
conciliar os aparentes confrontos que eventualmente surgem entre os variados direitos que são tutelados 
pela Carta Maior, ofertando soluções capazes de conferir maior eficácia e efetividade ao conjunto 
normativo constitucional. 
Em decorrência dessa constante necessidade interpretativa, de conciliar valores e direitos que por 
vezes entram em aparente choque/confronto, note, futuro Analista Judiciário/futuro Oficial Avaliador, o 
quão relevantes são os princípios que auxiliam essa tarefa. A seguir, vou lhe explicar os mais importantes 
e com mais probabilidade de serem cobrados em sua prova. Em frente! 
(A) Princípio da supremacia da Constituição 
Essa é uma importante premissa interpretativa que estabelece que, em razão de a Constituição 
ocupar o ápice (o topo) da estrutura normativa em nosso ordenamento, todas as demais normas e atos 
do Poder Público somente serão considerados válidos quando em conformidade com ela. 
De acordo com a doutrina: 
de fato, o princípio da supremacia constitucional constitui o alicerce em que se assenta o edifício do 
moderno Direito Público. Normas constitucionais põem-se acima das demais normas jurídicas 
(hierarquia) e essa preeminência é que vai constituir superioridade da Constituição.3 
E é exatamente em decorrência da supremacia e da rigidez da Constituição que é possível 
questionar a constitucionalidade dos diplomas infraconstitucionais (e das emendas constitucionais) por 
 
3. PALU, Oswaldo Luiz. Controle de Constitucionalidade. 2ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2001, p. 145. 
 
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intermédio do controle de constitucionalidade. 
Note, meu caro aluno, que a ideia de “supremacia da Constituição” não traz propriamente um 
critério interpretativo específico, sendo, na verdade, uma premissa para a realização da interpretação. 
Desta forma, nosso ponto de partida na interpretação normativa terá sempre como pressuposto a 
superioridade jurídica e axiológica (de valor) da nossa Lei Maior, de modo que nenhum ato jurídico que 
seja incompatível com a Constituição possa ser considerado válido. 
A questão abaixo vai ilustrar a incidência deste princípio em uma prova: 
Questão para fixar 
[FUNDEP (Gestão de Concursos) - 2014 - TJ-MG - Juiz de Direito Substituto] Sobre a supremacia da 
Constituição da República, assinale a alternativa CORRETA: 
A) A supremacia está no fato de o controle da constitucionalidade das leis só ser exercido pelo Supremo 
Tribunal Federal. 
B) A supremacia está na obrigatoriedade de submissão das leis aos princípios que norteiam o Estado por ela 
instituído. 
C) A supremacia está no fato de a interpretação da constituição não depender da observância dos princípios 
que a norteiam. 
D) A supremacia está no fato de que os princípios e fundamentos da constituição se resumam na declaração 
de soberania. 
Comentário: 
A alternativa que deverá ser marcada é a da letra ‘b’! A premissa estabelecida pelo Princípio da Supremacia 
da Constituição dita que o texto constitucional, por ocupar o patamar mais alto da estrutura normativa, 
deverá ser respeitado por todas as demais normas, que deverão obedece-lo de forma estrita para que 
possam ser considerados válidos. 
Gabarito: B 
 
 
 
 
 
 
 
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(B) Princípio da interpretação conforme a Constituição 
De início, estimado aluno, eu gostaria que você entendesse que este é um postulado que não se 
presta à interpretação das normas constitucionais propriamente, e sim da legislação infraconstitucional. 
Segundo nos ensina Virgílio Afonso da Silva4, 
(...) é fácil perceber que quando se fala em interpretação conforme à Constituição não se está falando 
de interpretação constitucional, pois não é a constituição que deve ser interpretada em conformidade 
com ela mesma, mas as leis infraconstitucionais. A interpretação conforme a constituição pode ter 
algum significado, então, como um critério para a interpretação das leis, mas não para a interpretação 
constitucional. 
Este princípio, que vai nos ajudar na interpretação das normas infraconstitucionais é uma 
decorrência direta daquele que estudamos anteriormente: afinal, se a Constituição é dotada de 
supremacia, todas as demais normas no ordenamento devem ser interpretadas em conformidade com 
ela. 
Outro detalhe importante: esse princípio encontra sua morada nas chamadas normas 
polissêmicas ou plurissignificativas, isto é, aquelas que podem ser interpretadas de maneiras diversas. 
Quer ver um exemplo? Imaginemos que uma norma “A” possua três leituras normativas possíveis: de 
todas, teremos que escolher aquela que seja mais conforme à Constituição, que esteja em consonância 
e harmonia mais direta com o texto da Carta Maior. 
Conforme nos ensina o professor português J.J Gomes Canotilho: 
a interpretação conforme a Constituição só é legítima quando existe um espaço de decisão (espaço 
de interpretação) aberto a várias propostas interpretativas, umas em conformidade com a 
Constituição e que devem ser preferidas, e outras em desconformidade com ela.5 
Repare que ao optarmos pela interpretação que seja mais conforme com a Constituição, 
poderemos manter a norma no ordenamento jurídico, evitando sua declaração de inconstitucionalidade. 
Esse princípio da interpretação conforme prestigia, por isso, um outro princípio também muito relevante: 
o princípio da presunção relativa de constitucionalidade das leis. Esse último princípio, que será 
estudado a seguir (no próximo item), opera a favor da conservação da norma legal, que não deve ser 
retirada do ordenamentojurídico se a ela resta um sentido que seja compatível com a Constituição. 
 
4. Interpretação constitucional e sincretismo metodológico; In: Interpretação constitucional. 1ª ed. São Paulo: Malheiros, 2007, p. 
132-133. 
5. CANOTILHO, J. J. Gomes. Direito constitucional. Coimbra: Almedina, 1993. p. 230. 
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Há, no entanto, regras a serem observadas na utilização da interpretação conforme à 
Constituição: 
(i) primeiro, se o texto do dispositivo é unívoco (sentido único), isto é, não tolera interpretações múltiplas, 
não há que se falar em interpretação conforme. Consoante esclareceu o STF, a interpretação conforme 
só é “utilizável quando a norma impugnada admite, dentre as várias interpretações possíveis, uma que a 
compatibilize com a Carta Magna, e não quando o sentido da norma é unívoco”.6 
(ii) segundo, não são aceitáveis violações à literalidade do texto, afinal o intérprete encontra seu limite 
de atuação no perímetro que envolve as possibilidades hermenêuticas do texto, não podendo, jamais, 
atuar como legislador positivo, criando norma nova a partir da tarefa interpretativa. Tampouco está o 
intérprete autorizado a ferir a finalidade inequivocamente pretendida e desejada pelo legislador, haja 
vista os objetivos da lei terem de ser considerados. Em outras palavras: a vontade do juiz-intérprete não 
pode simplesmente substituir a do legislador, de forma que a interpretação funcione como um princípio 
de autolimitação judiciária7. Nesse sentido, veja uma boa síntese feita pelo STF: 
se a única interpretação possível para compatibilizar a norma com a Constituição contrariar o sentido 
inequívoco que o Poder legislativo pretendeu dar, não se pode aplicar o princípio da interpretação 
conforme a Constituição, que implicaria, em verdade, criação de norma jurídica, o que é privativo do 
legislador positivo.8 
Veja como o tema pode ser exigido em uma prova: 
Questão para fixar 
[FCC - 2014 - TRF - 3ª REGIÃO - Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador] À atividade judicial de evitar 
a anulação da lei em razão de normas dúbias nela contidas, desde que, naturalmente, haja a possibilidade 
de compatibilizá-las com a Constituição Federal, dá-se o nome de: 
A) interpretação autêntica da Constituição. 
B) controle concentrado de constitucionalidade. 
C) interpretação conforme a Constituição. 
D) interpretação analógica da Constituição. 
E) integração constitucional por via de controle difuso e interpretação literal. 
 
6. ADI 1.344-ES, STF, Rel. Min. Moreira Alves, noticiada no Informativo nº 17, STF. 
7. MENDES, Gilmar Ferreira. Jurisdição Constitucional. São Paulo: Saraiva, 1999, p. 232. 
8. Rep. 1.417-DF, Rel. Min. Moreira Alves. 
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Comentário: 
A letra ‘c’ é a nossa resposta. Trata-se de um princípio interpretativo que tem por objetivo o de preservar a 
validade da norma, conferindo-lhe um sentido capaz de conduzi-la à constitucionalidade, evitando, com 
isso, que ela seja declarada inconstitucional. 
Gabarito: C 
 
(C) Princípio da presunção de constitucionalidade das leis 
Como os poderes públicos extraem suas competências da Constituição, podemos presumir que 
eles sempre agirão em consonância com ela. Isso confere às normas produzidas pelo Poder Legislativo 
(e também pelos demais poderes, no exercício da função atípica de natureza legislativa) a presunção de 
serem constitucionais, de terem sido engendradas em conformidade com o que prescreve a Carta Maior. 
Ou seja, podemos presumir que uma norma, ao entrar no ordenamento jurídico, é constitucional, isto é, 
foi feita de acordo com o que a Constituição preceitua. 
Acaso não existisse essa presunção, não se poderia falar em imperatividade das normas jurídicas, 
característica necessária para impor que todas as pessoas as obedeçam. 
Mas não se engane, meu caro aluno! Essa presunção não é absoluta, é apenas relativa, isto é, 
admite prova em contrário. Isso autoriza que as normas (infraconstitucionais e as constitucionais 
derivadas – que são as emendas constitucionais) submetam-se ao controle de constitucionalidade, que 
tem como objetivo principal manter a higidez do ordenamento jurídico e assegurar a supremacia da 
Carta constitucional. 
(D) Princípio da unidade da Constituição 
Este é um princípio muito importante, futuro servidor do TJDFT! Sua finalidade é a de conferir um 
caráter ordenado e sistematizado para as disposições constitucionais, permitindo que o texto da Carta 
Maior seja compreendido como um todo unitário e harmônico, desprovido de antinomias (contradições) 
reais. Muito mais que um conjunto caótico de normas desconectadas e esparsas, o texto constitucional 
é um agrupamento de preceitos integrados, alinhavados pelo ideal de unidade. 
O princípio em estudo ganha ainda mais relevância quando estamos perante o texto 
constitucional de uma sociedade democrática e plural (tal como se passa com a nossa Carta republicana 
de 1988), cuja redação final não é o produto de um acordo estável e pacífico, mas sim de pequenas 
concessões e instáveis e frágeis consensos. Em outras palavras, como nossa Constituição se formou a 
partir de diferentes ideologias e pretensões, potencializa-se a possibilidade conflitiva entre suas 
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disposições normativas, tornando possíveis as tensões e os confrontos entre as diversificadas (e, por 
vezes, opostas) ideias consagradas. A solução é reconhecer um sentido global para a Constituição, de 
modo que todos os diversos componentes do tecido social, enquanto intérpretes, se empenhem na 
difícil, mas possível, tarefa de composição desses múltiplos interesses. 
Em decorrência desse princípio interpretativo, pode-se afirmar que não há hierarquia normativa, 
tampouco subordinação entre as normas constitucionais; eventuais conflitos entre as normas 
originárias serão, pois, sanados por meio da tarefa hermenêutica. É nesse sentido que no direito pátrio 
é inviável a declaração de inconstitucionalidade de uma norma constitucional originária em face de outra. 
Dito de outra forma: todas as normas constitucionais originárias são constitucionais e um eventual 
conflito entre elas será aparente e terá que ser solucionado por meio da interpretação (porque nenhuma 
norma originária poderá ser considerada inconstitucional). 
Vejamos, para finalizar este tópico, algumas questões de prova que já cobraram o tema: 
Questões para fixar 
[VUNESP - 2018 - PC-SP - Delegado de Polícia] Em recente julgamento nos autos da ADPF no 132, o 
Supremo Tribunal Federal, diante da possibilidade de duas ou mais interpretações razoáveis sobre o art. 
1.723 do Código Civil, que trata sobre a união estável entre homem e mulher, reconheceu a união 
homoafetiva como família. Nesse caso, é correto afirmar que a técnica de interpretação utilizada foi: 
A) interpretação teleológica. 
B) mutação constitucional informal. 
C) interpretação conforme. 
D) mutação constitucional formal. 
E) ponderação pelo princípio da proporcionalidade. 
Comentário: 
No caso apresentado, realizou-se a interpretação conforme! Trata-se de princípio aplicado à interpretação 
das normas infraconstitucionais (como a inscrita no art. 1.723 do Código Civil), cujo objetivo é preservar a 
validade de uma norma, de forma a evitar que ela seja declarada inconstitucional, se existe para ela uma 
interpretação compatível coma Constituição. Sendo assim, ao invés de o STF declarar a 
inconstitucionalidade da norma, o Tribunal a interpreta buscando lhe conferir uma interpretação que seja 
harmônica com a Lei Maior, mantendo-a no ordenamento. É, portanto, um princípio que opera a favor da 
conservação da norma legal, que não deve ser retirada do ordenamento jurídico se a ela resta um sentido 
que seja compatível com a Constituição. A letra ‘c’ é nossa resposta. 
Gabarito: C 
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[ESAF - 2016 - ANAC - Analista Administrativo - Conhecimentos Básicos - Áreas 1 e 2 - Adaptada] A 
Supremacia das Normas Constitucionais no ordenamento jurídico e a presunção de constitucionalidade das 
leis e dos atos normativos editados pelo poder público competente exigem que, na função hermenêutica de 
interpretação do ordenamento jurídico, seja sempre concedida preferência ao sentido da norma que seja 
adequado à Constituição Federal. Nesse sentido, quanto à interpretação constitucional, julgue a assertiva: 
O Supremo Tribunal Federal, ao reduzir o alcance valorativo da norma impugnada, adequando-a à Carta 
Magna, excluindo da norma impugnada determinada interpretação incompatível com a Constituição 
Federal, utiliza a interpretação conforme sem redução do texto. 
Comentário: 
Item verdadeiro! A interpretação conforme a Constituição pode ser de dois tipos: concessiva ou excludente. 
No primeiro caso, o Tribunal confere à norma um sentido que a torne compatível com a Constituição, para 
que ela seja mantida no ordenamento (afinal, se existe uma interpretação da norma que preserva sua 
constitucionalidade, porque iriamos retira-la do ordenamento jurídico?). No segundo caso, o Tribunal vai 
excluir da norma um sentido, novamente no intuito de torna-la compatível com o texto constitucional 
(afinal, se interpretada da maneira ‘X’ a norma é inconstitucional, porque manteríamos como possível essa 
interpretação?). 
Gabarito: Certo 
[VUNESP - 2018 - TJ-SP - Juiz Substituto] Com relação aos princípios e métodos de interpretação 
constitucional, julgue o item: 
A interpretação conforme a Constituição, instrumento previsto no artigo 28, parágrafo único, da Lei n° 
9.868/1999, permite a interpretação contrária à literalidade da norma (contra legem), desde que necessária 
à preservação do princípio da supremacia da Constituição. 
Comentário: 
A assertiva está equivocada, pois afirma que uma interpretação contrária à literalidade da norma (contra 
legem) seria possível. No entanto, nós já sabemos que não são aceitáveis violações à literalidade do texto, 
afinal o intérprete encontra seu limite de atuação no perímetro que envolve as possibilidades hermenêuticas 
do texto, não podendo, jamais, atuar como legislador positivo, criando norma nova a partir da tarefa 
interpretativa. 
Gabarito: Errado 
[VUNESP - 2018 - TJ-SP - Juiz Substituto] Com relação aos princípios e métodos de interpretação 
constitucional, julgue o item: 
Segundo o princípio da unidade da Constituição, as normas constitucionais devem ser interpretadas como 
integrantes de um todo, de modo que, se qualquer delas implica ruptura da unidade, deve ser declarada 
inconstitucional, conforme já decidiu o Supremo Tribunal na ADIN 815. 
Comentário: 
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A assertiva está equivocada. Segundo o princípio da unidade, não há hierarquia normativa, tampouco 
subordinação entre as normas constitucionais; eventuais conflitos entre as normas originárias serão, pois, 
sanados por meio da tarefa hermenêutica. É nesse sentido que podemos dizer que no direito brasileiro é 
inviável a declaração de inconstitucionalidade de uma norma constitucional originária em face de outra. E o 
STF, na ADI 815, afirmou exatamente o contrário do que foi indicado pela assertiva: consoante nossa Corte 
Suprema, “A tese da hierarquia entre as normas constitucionais originárias é incompatível com o sistema de 
Constituição rígida. O fundamento da validade de todas as normas constitucionais originárias repousa no 
poder constituinte originário, e não em outras normas constitucionais.” 
Gabarito: Errado 
[PGR - 2015 - PGR - Procurador da República - Adaptada] Julgue a assertiva: 
O princípio da identidade ou da não contradição impede que no interior de uma Constituição originária 
possam surgir normas inconstitucionais, razão por que o STF não conheceu de ADI em que se impugnava 
dispositivo constitucional que estabelecia a inelegibilidade do analfabeto. 
Comentário: 
O item está correto. O STF não reconhece a existência de normas constitucionais originárias 
inconstitucionais, baseando-se no fato de que não existem antinomias reais no texto da Constituição. Sendo 
assim, pelo princípio da unidade (que, pode-se dizer, deriva da ideia de não-contradição entre normas 
originárias), a Constituição deve ser interpretada como um todo único. 
Gabarito: Certo 
[IBFC - 2014 - TRE-AM - Analista Judiciário - Área Administrativa] “A Constituição deve ser sempre 
interpretada em sua globalidade como um todo e, assim, as aparentes antinomias deverão ser afastadas.” 
O enunciado se refere ao princípio de interpretação constitucional: 
A) Da Máxima Efetividade. 
B) Da Unidade da Constituição. 
C) Do Efeito Integrador. 
D) Da Harmonização. 
Comentário: 
Nossa alternativa correta é a da letra ‘b’! O princípio da unidade impõe ao intérprete a consideração do texto 
constitucional na sua globalidade, no intuito de harmonizar os espaços de tensão existentes entre as 
normas. Seguindo na análise da questão, para estudarmos o tema um pouco mais profundamente, temos: 
- Letra ‘a’: de acordo com o princípio da máxima efetividade, à norma constitucional deverá ser atribuído o 
sentido capaz de lhe dar maior eficácia. 
- Letra ‘c’: o princípio do efeito integrador dita que nas resoluções de problemas jurídicos constitucionais a 
prioridade será da interpretação que favoreça a integração política e social, criando um efeito conservador 
desta unidade. 
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- Letra ‘d’: por fim, o princípio da harmonização preza por harmonizar normas ou princípios conflitantes, de 
modo que a aplicação de um não sacrifique o outro. 
Gabarito: B 
[CESPE - 2013 - ANTT - Analista Administrativo - Direito] No que concerne ao poder constituinte e à 
interpretação das normas constitucionais, julgue o item subsequente: 
Em sede de interpretação das normas constitucionais, o princípio do efeito integrador é muitas vezes 
associado ao princípio da unidade da constituição, já que, conforme aquele, na resolução dos problemas 
jurídico-constitucionais, deve-se dar primazia aos critérios favorecedores da integração política e social, o 
que reforça a unidade política. 
Comentário: 
O item é verdadeiro. Tais princípios se relacionam na medida que o princípio da unidade objetiva evitar 
futuras contradições entre as normas constitucionais, visando a harmonização de aparentes antinomias. Por 
sua vez, o princípio do efeito integrador (decorrente do princípio da unidade), objetiva a primazia de critério 
ou pontos de vista capazes de favorecer a integração política e social, por consequência, reforçar a unidade 
política. 
Gabarito: Certo 
(TRT 21ªR/Juiz/TRT 21ªR/RN/2011 - Adaptada) Leia a assertiva seguinte e julgue-a: 
Não obstante o princípio da unidade da Constituição, admite-se a existência de hierarquia envolvendo duas 
normas constitucionais originárias, com a possibilidade excepcional de declaração de inconstitucionalidade 
de uma ou outra. 
Comentário: 
A assertivaapresentada é falsa! Em decorrência do princípio da unidade da Constituição, pode-se afirmar 
que não há hierarquia normativa, tampouco subordinação, entre as normas constitucionais. Destaca-se que 
não há possibilidade de declaração de inconstitucionalidade de normas constitucionais originárias, só de 
normas constitucionais derivadas. 
Gabarito: Errado 
[CESPE - 2011 - DPE-MA - Defensor Público] O art. 102, caput, da CF dispõe que compete ao STF, 
precipuamente, a guarda da Constituição, o que implica dizer que essa jurisdição lhe é atribuída para impedir 
que se desrespeite a Constituição como um todo, e não para, com relação a ela, exercer o papel de fiscal do 
poder constituinte originário, a fim de verificar se este teria, ou não, violado os princípios de direito 
suprapositivo que ele próprio havia incluído no texto da mesma CF. Por outro lado, as cláusulas pétreas não 
podem ser invocadas para sustentação da tese da inconstitucionalidade de normas constitucionais inferiores 
em face de normas constitucionais superiores, porquanto a CF as prevê apenas como limites ao poder 
constituinte derivado ao rever ou ao emendar a CF, elaborada pelo poder constituinte originário, e não como 
abarcando normas cuja observância se impôs ao próprio poder constituinte originário com relação a outras 
que não sejam consideradas cláusulas pétreas, e, portanto, possam ser emendadas. Ação não conhecida por 
impossibilidade jurídica do pedido. ADI 815, relator Min. Moreira Alves, DJ, 10/5/1996 (com adaptações). 
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Considerando esse julgado do STF, é correto afirmar que o princípio constitucional que melhor retrata o 
entendimento exposto é o da: 
A) simetria. 
B) conformidade funcional. 
C) unidade da Constituição. 
D) força normativa da Constituição. 
E) máxima efetividade. 
Comentário: 
A alternativa que deverá ser marcada é a da letra ‘c’: o princípio da unidade da Constituição objetiva conferir 
caráter ordenado e sistematizado para as disposições constitucionais, o que faz com que o texto 
constitucional seja entendido como um todo unitário e harmônico. As demais podem ser assim comentadas: 
- Letra ‘a’: o princípio da simetria dita que deve haver relação simétrica entre as normas jurídicas da 
Constituição Federal e as regras previstas nas Constituições Estaduais. 
- Letra ‘b’: o princípio da conformidade funcional ou justeza impede que os órgãos encarregados de 
interpretar o texto constitucional cheguem a um resultado que subverta o esquema organizatório funcional 
previamente estabelecido. 
- Letra ‘d’: O princípio da força normativa da Constituição dita que o intérprete deverá priorizar a 
interpretação que dê concretude à normatividade constitucional, sem negar-lhe a eficácia. 
- Letra ‘e’: por fim, o princípio da máxima efetividade dita que deverá ser feita uma interpretação dos direitos 
e garantias fundamentais capazes de conferir a maior efetividade possível, otimizando a norma e extraindo 
dela todo o seu maior potencial protetivo. 
Gabarito: C 
[FCC - 2010 - TRE-AM - Analista Judiciário - Área Judiciária] Com relação aos princípios interpretativos das 
normas constitucionais, aquele segundo o qual a interpretação deve ser realizada de maneira a evitar 
contradições entre suas normas é denominado de: 
A) conformidade funcional. 
B) máxima efetividade. 
C) unidade da constituição. 
D) harmonização. 
E) força normativa da constituição. 
Comentário: 
A alternativa que deverá ser marcada é a letra ‘c’: o princípio da unidade da Constituição é o que impõe ao 
intérprete o dever de harmonizar as aparentes contradições existentes entre as normas presentes no texto 
constitucional, que deve ser entendido como um sistema interno unitário e harmônico de regras e princípios. 
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Gabarito: C 
[CESPE - 2013 - CNJ - Analista Judiciário - Área Judiciária] Julgue o item seguinte referente à teoria 
constitucional: 
De acordo com o princípio da unidade da Constituição, a interpretação constitucional deve ser realizada de 
forma a evitar contradição entre suas normas. 
Comentário: 
Pode marcar essa alternativa como correta! De acordo com o princípio da Unidade da Constituição, o 
intérprete do texto constitucional deverá prezar pela harmonização de contradições aparentes entre as 
normas. 
Gabarito: Certo 
[INSTITUTO CIDADES – 2010 - DPE-GO - Defensor Público] A maioria da doutrina constitucionalista admite 
a especificidade da interpretação constitucional e lista alguns princípios a serem observados nessa tarefa. 
Quando o intérprete se depara com duas normas constitucionais aparentemente contraditórias e incidentes 
sobre a mesma situação fática, o princípio aplicável é o da: 
A) interpretação conforme a Constituição. 
B) unidade da Constituição. 
C) presunção da constitucionalidade das leis e atos do poder público. 
D) máxima efetividade. 
E) força normativa da Constituição. 
Comentário: 
Aqui, a alternativa a ser marcada é a letra ‘b’: o princípio da unidade da Constituição reconhece um sentido 
global para o texto constitucional, de modo que todos os diversos componentes do tecido social, enquanto 
intérpretes, se empenhem na difícil (mas possível) tarefa de composição de interesses. 
- Letra ‘a’: errada uma vez que tal princípio não se presta à interpretação das normas constitucionais 
propriamente, e sim da legislação infraconstitucional. Encontra sua morada diante das chamadas normas 
polissêmicas ou plurissignificativas, isto é, aquelas que podem ser interpretadas de maneiras diversas 
- Letra ‘c’: errada, pois, por força deste princípio, há a presunção de que as normas produzidas pelo Poder 
Legislativo (e pelos demais Poderes, no exercício da função atípica de natureza legislativa) sejam 
constitucionais, de terem sido engendradas em conformidade com o que prescreve a Carta Maior. 
- Letra ‘d’: ao aplicar o princípio da máxima efetividade, realiza-se uma interpretação dos direitos e garantias 
fundamentais de modo a alcançar sua maior efetividade, otimizando a norma e extraindo dela todo o seu 
potencial protetivo. 
- Letra ‘e’: de acordo com o princípio da força normativa da Constituição, o intérprete do texto constitucional 
deve priorizar a interpretação que seja capaz de dar concretude à normatividade constitucional, jamais lhe 
negando a eficácia. 
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Gabarito: B 
[VUNESP - 2014 - DPE-MS - Defensor Público - Adaptada] No que se refere à Hermenêutica Constitucional, 
analise as assertivas: 
(i) Há hierarquia entre normas constitucionais originárias, admitindo-se a declaração de 
inconstitucionalidade de determinada norma em face de outra, gerando assim declaração das normas 
constitucionais inconstitucionais. 
(ii) O princípio da unidade da Constituição prevê que o intérprete deve considerar o texto na sua globalidade 
de forma a se evitarem contradições e antinomias entre normas constitucionais. 
Comentário: 
A primeira assertiva apresentada deverá ser marcada como incorreta: por força do princípio da unidade da 
Constituição, pode-se afirmar que não há hierarquia normativa, tampouco subordinação, entre as normas 
constitucionais; eventuais conflitos entre as normas originárias serão, pois, sanados por meio da tarefa 
hermenêutica. É nesse sentido que no direito pátrio é inviável a declaração de inconstitucionalidade de uma 
norma constitucional originária em face de outra. 
Por outro lado, a segunda assertiva deverá ser marcada como verdadeira. Dotado de acentuadaimportância, o princípio da unidade da Constituição visa conferir um caráter ordenado e sistematizado para 
as disposições constitucionais, permitindo que o texto da Carta Maior seja compreendido como um todo 
unitário e harmônico, desprovido de antinomias reais. Muito mais que um conjunto caótico de normas 
desconectadas e esparsas, o texto constitucional é um agrupamento de preceitos integrados, alinhavados 
pelo ideal de unidade 
Gabarito: i) Errado / ii) Certo 
 
(E) Princípio da força normativa 
Idealizado por Konrad Hesse, preceitua ser função do intérprete sempre “valorizar as soluções 
que possibilitem a atualização normativa, a eficácia e a permanência da Constituição"9. Assim, deve o 
intérprete priorizar a interpretação que dê concretude à normatividade constitucional, jamais negando-
lhes eficácia. 
Nesse contexto, Canotilho leciona que “deve dar-se primazia às soluções hermenêuticas que, 
compreendendo a historicidade das estruturas constitucionais, possibilitam a atualização normativa, 
garantindo, do mesmo pé, a sua eficácia e permanência10”. 
 
9. PAULO, Vicente. Direito constitucional descomplicado. São Paulo: Método. 2011. p. 75. 
10. CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito Constitucional. 6ª ed. Coimbra: Almedina, 1993, p. 229. 
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Gilmar Mendes11 nos ensina, ainda, que 
(...) sem desprezar o significado dos fatores históricos, políticos e sociais para a força normativa da 
Constituição, confere Hesse peculiar realce à chamada vontade da Constituição (Wille zur 
Verfassung). A Constituição, ensina Hesse, transforma-se em força ativa se existir a disposição de 
orientar a própria conduta segundo a ordem nela estabelecida, se fizerem presentes, na consciência 
geral — particularmente, na consciência dos principais responsáveis pela ordem constitucional —, não 
só a vontade de poder (Wille zur Macht), mas também a vontade de Constituição (Wille zur 
Verfassung). 
Vejamos, agora, o modo como o tema pode vir a ser cobrado em prova: 
Questões para fixar 
[VUNESP - 2016 - TJRJ -Juiz] No estudo da Hermenêutica Constitucional se destaca a importância no 
constitucionalismo contemporâneo de uma Constituição concreta e historicamente situada com a função 
de conjunto de valores fundamentais da sociedade e fronteira entre antagonismos jurídicos-políticos. A 
Constituição não está desvinculada da realidade histórica concreta do seu tempo. Todavia, ela não está 
condicionada, simplesmente, por essa realidade. Em caso de eventual conflito, a Constituição não deve ser 
considerada, necessariamente, a parte mais fraca. O texto ressalta corretamente o seguinte princípio: 
a) hermenêutica clássica. 
b) nova retórica constitucional. 
c) senso comum que norteia a eficácia constitucional. 
d) tópico-problemático constitucional. 
e) força normativa da Constituição. 
Comentário: 
O princípio da força normativa da Constituição é o único que corresponde adequadamente ao texto 
proposto no enunciado, sendo correta, portanto, a alternativa “e”. Entenda o porquê, estimado aluno: a 
Constituição presta-se a ordenar e conformar a realidade social e política de um Estado, sendo também 
reflexo da sociedade que rege. Contudo, a interpretação e aplicação das normas constitucionais podem 
conflitar com a realidade prática, gerando antagonismos jurídicos-políticos. Nesse sentido, o princípio da 
força normativa impõe ao intérprete a valorização das soluções que possibilitem a atualização normativa, a 
eficácia e a permanência da Constituição. Em outras palavras, a partir dessa perspectiva, a hermenêutica 
constitucional deve especial atenção às novas realidades sociais e políticas geradas pelos processos 
históricos, permitindo que o texto constitucional a elas se adapte, dando-lhe plena eficácia e a máxima 
 
11. Esse trecho foi extraído da apresentação que o Min. Gilmar faz ao trabalho de Konrad Hesse, intitulado “A força normativa 
da Constituição”. 
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aplicabilidade. Vale lembrar que, no contexto brasileiro, a jurisdição constitucional possui papel de destaque 
nesse processo. 
Gabarito: E 
[FCC - 2011 - TRE-PE - Analista Judiciário - Área Judiciária] No tocante à interpretação das normas 
constitucionais, o Princípio da Força Normativa da Constituição determina que: 
A) a interpretação constitucional deve ser realizada de maneira a evitar contradições entre suas normas. 
B) entre as interpretações possíveis, deve ser adotada aquela que garanta maior eficácia, aplicabilidade e 
permanência das normas constitucionais. 
C) os órgãos encarregados da interpretação da norma constitucional não poderão chegar a uma posição que 
subverta o esquema organizatório funcional constitucionalmente já estabelecido. 
D) na solução dos problemas jurídicos constitucionais, deverá ser dada maior primazia aos critérios 
favorecedores da integração política e social. 
E) a coordenação e combinação dos bens jurídicos em conflito seja destinada a evitar o sacrifício total de uns 
em relação aos outros. 
Comentário: 
Consoante o princípio da força normativa da Constituição, os intérpretes do texto constitucional, diante de 
um conflito, deverão priorizar a interpretação que de forma à normatividade constitucional, de modo que 
não lhes negue a eficácia. Nesse contexto, o professor Canotilho nos ensina que devemos dar primazia as 
soluções hermenêuticas que, compreendendo a historicidade das estruturas constitucionais, possibilitam a 
atualização normativa, garantindo a sua eficácia e permanência. Sendo assim, nossa alternativa correta é a 
constante na letra ‘b’. 
Gabarito: B 
[FCC - 2017 - ARTESP - Especialista em Regulação de Transporte I – Direito – Adaptada] Julgue o item: 
A hermenêutica das normas constitucionais permite que se extraia o sentido das mesmas, havendo diversos 
métodos para aplicação das técnicas de interpretação. Há, além disso, princípios específicos que se 
destinam a auxiliar na interpretação das normas constitucionais, dos quais é exemplo o Princípio da força 
normativa da Constituição, que orienta à escolha da interpretação que permita maior eficácia às normas 
constitucionais. 
Comentário: 
Item correto! Pelo princípio em comento firmamos a ideia de que a Constituição é dotada de força 
normativa, o que orienta o intérprete do seu texto a sempre escolher a interpretação que permita uma maior 
eficácia das normas constitucionais. Nota-se, aliás, que é um princípio estreitamente vinculado ao da 
máxima efetividade. 
Gabarito: Certo 
 
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(F) Princípio do efeito integrador 
Como a finalidade primordial da Constituição é ordenar a vida em sociedade, integrando-a a um 
Estado formalmente constituído, todas as suas normas devem ser interpretadas de maneira a prestigiar 
a unidade política instaurada pelo documento constitucional. Note, portanto, que este princípio tem 
relação direta com o anterior, pois justamente visa preservar a ideia de unidade. 
Segundo Canotilho, “na resolução dos problemas jurídicos-constitucionais, deve-se dar primazia 
aos critérios ou pontos de vista que favoreçam a integração política e social e o reforço da unidade 
política"12. 
Destarte, quando da interpretação da Constituição, deve-se, necessariamente, buscar a leitura 
que reforce o ideal de que a Constituição é um agrupamento normativo único, composto por normas 
conectadas, quedevem ser lidas de maneira a reforçar e a reafirmar a integração política e social 
planejada pela Constituição. 
A doutrina sustenta que o efeito integrador não passa de uma aplicação do princípio da unidade 
da Constituição, e, portanto, da interpretação sistemática, em conjunto com a ideia de força normativa 
da Constituição, uma vez que “o efeito integrador nada mais seria do que ‘dar efetividade ótima’ (força 
normativa) à unidade político-constitucional (unidade da Constituição)”13. 
Veja como o tema aparece em prova: 
Questão para fixar 
[CESPE - 2010 - DPE - BA - Defensor Público] No que se refere à hermenêutica e interpretação 
constitucional, julgue o item subsequente: 
De acordo com o denominado princípio do efeito integrador, deve-se dar primazia, na resolução dos 
problemas jurídico-constitucionais, aos critérios que favoreçam a integração política e social e o reforço da 
unidade política. 
Comentário: 
O item deverá ser marcado como verdadeiro. Uma vez que a finalidade primordial do texto constitucional é 
a de ordenar a vida em sociedade, integrando-a a um Estado formalmente constituído, todas as suas normas 
devem ser interpretadas de maneira a prestigiar a unidade política instaurada pelo documento 
constitucional. 
 
12. CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito Constitucional. 6ª ed. Coimbra: Almedina, 1993, p. 227. 
13. Interpretação constitucional e sincretismo metodológico; In: Interpretação constitucional. 1ª ed. São Paulo: Malheiros, 2007, 
p. 130. 
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Gabarito: Certo 
 
(G) Princípio da concordância prática ou harmonização 
Tal qual o princípio da unidade constitucional, o da concordância prática também visa resolver 
eventuais desacertos entre as normas constitucionais. Enquanto o primeiro, no entanto, é utilizado em 
abstrato, envolvendo normas que dissociadas das ocorrências fáticas já se põem em rota de colisão, o 
último atua perante conflitos específicos, que somente se pronunciam diante de um caso concreto. 
Pode-se mencionar, como exemplo, os direitos à liberdade de informação e à privacidade que, 
abstratamente, não guardam ente si qualquer tensão visível. Perante casos concretos, entretanto, é 
possível supor que colidam quando, imaginemos, a não exibição de uma reportagem (direito à 
privacidade) for confrontada com o direito à informação em se exibir tal matéria jornalística. Para 
resolver a questão, faz-se necessário conciliá-los, a fim de desvendar uma resposta normativa que 
impeça a negação de um em face do outro. Nesse sentido, Inocêncio Coelho14 nos ensina que 
o princípio da harmonização ou da concordância prática consiste, essencialmente numa recomendação 
para que o aplicador das normas constitucionais, em se deparando com situações de concorrência entre 
bens constitucionalmente protegidos, adote a solução que otimize a realização de todos eles, mas ao 
mesmo tempo não acarrete a negação de nenhum. 
Forçoso será, pois, reconhecer que ambos são valores muito caros ao ordenamento e que 
ostentam idêntica importância e status normativo, de modo que a solução é salvaguardar ambos, a partir 
de condicionamentos recíprocos. Sendo possível, o ideal é a concordância prática, a redução 
proporcional de cada um deles que não ocasione o sacrifício de um em detrimento de outro. 
Nos dizeres de Canotilho: 
“Subjacente a este princípio está a ideia do igual valor dos bens constitucionais (e não uma diferença 
de hierarquia) que impede, como solução, o sacrifício de uns em relação aos outros, e impõe o 
estabelecimento de limites e condicionamentos recíprocos de forma a conseguir uma harmonização 
ou concordância prática entre estes bens”.15 
Em encerramento a este tópico, treinemos o modo de incidência deste princípio nas provas por 
meio de algumas questões: 
 
14. MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet; COELHO, Inocêncio Mártires. Curso de Direito Constitucional. 
5ª ed. São Paulo: Saraiva, 2010, p. 174. 
15. CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito Constitucional. 6ª ed. Coimbra: Almedina, 1993, p. 228. 
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Questões para fixar 
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constitucional, julgue o item: 
Segundo o princípio da concordância prática ou da harmonização, eventual conflito entre bens 
juridicamente protegidos deve ser solucionado pela coordenação e combinação entre eles, de modo que o 
estabelecimento de limites recíprocos evite o sacrifício de uns em relação aos outros. 
Comentário: 
Alternativa correta. De fato, eventuais conflitos entre bens juridicamente protegidos deverão ser 
solucionados pela sua coordenação e combinação, de forma que se estabeleçam limites recíprocos, evitando 
o sacrifício de qualquer um deles. É usualmente utilizado em casos de colisão entre direitos fundamentais 
os quais, como já sabemos, não são absolutos. 
Gabarito: Certo 
[VUNESP - 2011 - CREMESP - Advogado] Dentro da hermenêutica constitucional, o princípio de 
interpretação constitucional que exige a coordenação e combinação dos bens jurídicos em conflito de forma 
a evitar o sacrifício total de uns em relação aos outros denomina-se princípio: 
A) da unidade da Constituição. 
B) do efeito integrador. 
C) da máxima efetividade. 
D) da concordância prática. 
E) da conformidade funcional. 
Comentário: 
De início, repare que essa questão ilustra bem um expediente bastante comum dos examinadores, que é o 
de listar todos os princípios nas alternativas para, na sequência, nos pedirem para marcarmos aquele único 
condizente com a narração feita no texto introdutório da questão. No caso em tela, o princípio da 
concordância prática (ou harmonização) é o que impõe ao intérprete do texto constitucional a 
compatibilização dos bens jurídicos caso exista um específico conflito entre eles, de forma a evitar o 
sacrifício de um bem em relação a outro (pois ambos são valores que o ordenamento pretende preservar). É 
aplicado, geralmente, quando estamos diante de uma colisão entre direitos fundamentais. A letra ‘d’, 
portanto, deverá ser assinalada. 
Gabarito: D 
[CESPE - 2018 - PGM - João Pessoa - PB - Procurador do Município] Os bens jurídicos reconhecidos e 
protegidos constitucionalmente devem ser ordenados de tal forma que, havendo colisões entre eles, um 
não se realize à custa do outro. Essa máxima é representada, no âmbito da interpretação constitucional, 
pelo princípio: 
A) da concordância prática. 
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B) da supremacia da Constituição. 
C) da máxima eficácia da norma constitucional. 
D) da força normativa da Constituição. 
E) do efeito integrador. 
Comentário: 
Outra vez as alternativas trazem os princípios relacionados à interpretação. Mas a que deverá ser marcada 
é a da letra ‘a’, vez que é o princípio da concordância prática, também chamado de princípio da 
harmonização, que impõe a compatibilização de bens jurídicos em caso de conflito entre eles, evitando, 
deste modo, o sacrifício de um em relação aos outros. 
Gabarito: A 
[CESPE - 2018 - DPE‐PE] A colisão entre dois ou mais direitos fundamentais resolve‐se com a aplicação 
preponderante do princípio: 
a) da força normativa. 
b) da dignidade da pessoa humana. 
c) da concordância prática. 
d) da eficiência. 
e) do efeito integrador 
Comentário: 
A nossa alternativa correta

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