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Rompimento da Barragem de Fundão

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ROMPIMENTO DA BARRAGEM DE FUNDÃO
Município de Mariana
Mineradora Samarco
	
Melissa Marcial Cecilio
Código CCE0380 turma 3008
Engenharia Civil
Universidade Estácio de Sá, Niterói RJ
Número de matrícula: 201301168548
melissamarcial@hotmail.com
Professora: Valéria Nunes de Oliveira; Tópicos Especiais em Engenharia Civil I
LAUDO TÉCNICO
A barragem de Fundão, que faz da parte da Mina Germano, é de propriedade da empresa Samarco Mineração S.A. (um empreendimento conjunto entre a Vale S.A. e a BHP Billiton). Ela foi construída para, conjuntamente a barragem de Santarém, receber os rejeitos provenientes da extração de minério de ferro. Ela passava por um processo de alteamento, pois o seu reservatório já estava próximo de atingir a sua capacidade máxima, não estando mais apta a receber dejetos da mineração.
De acordo com investigações, foram constatados os seguintes fatos: a Samarco já havia sido alertada mais de uma vez sobre os problemas na barragem de Fundão e não tomou os devidos cuidados ou fez os acertos sugeridos, o monitoramento da barragem não era feito de maneira adequada, havia diferença entre a quantidade real de rejeitos despejados na barragem e a declarada pelas empresas donas da Samarco, a declaração de estabilidade da barragem foi feita sem a análise dos instrumentos colocados para medir o local de risco, havia uma elevada taxa de alteamento anual da barragem (cerca de 20m ao ano), havia deficiência no sistema interno de drenagem da barragem, a barragem não tinha responsável técnico junto ao CREA desde 2012, entre outros problemas.
No meio da tarde do dia 5 de novembro de 2015, por volta de 15h30min, a contenção da barragem de fundão apresentou um vazamento, o qual se tentou amenizar esvaziando parte do reservatório. Aproximadamente às 16h20min aconteceu o rompimento da barragem, lançando um enorme volume de lama sobre o córrego Santarém. O subdistrito de Bento Rodrigues foi quase totalmente inundado e destruído pela enxurrada de lama da barragem. Outros vilarejos e distritos do vale do rio Gualaxo também foram atingidos pela enxurrada. Por volta de 18h30min, os rejeitos de minério de ferro chegaram ao rio Doce.
O rio Doce passa por 230 municípios (85% no estado de Minas Gerais e o restante no Espírito Santo), sendo utilizado para subsistência (pesca e fonte água doce para abastecimento de água potável). A lama seguiu seu curso pelo rio Doce até a sua foz e desaguou no oceano.
A Samarco alegou na época do incidente que a lama não era tóxica, mas a lama deixou a água turva, o que reduziu a quantidade de oxigênio dissolvido na água, causando a mortandade de vários peixes. A lama também assoreou rios e nascentes por onde passou. Especialistas dizem que a lama também pode conter compostos químicos utilizados para remoção seletiva da sílica, que não são facilmente biodegradáveis e possuem elevada toxicidade para organismos aquáticos e podem elevar o pH da água e do solo. De acordo com análises feitas na água em diversos pontos do rio Doce, não foi constatada a presença de metais pesados dissolvidos em quantidades que possam considerar a água contaminada (esses valores foram similares a análises feitas em 2010). Sendo assim, depois de adequadamente tratada, a água poderá ser consumida sem riscos.
O desastre ambiental foi classificado da seguinte forma como Desastre Nível IV - desastre de muito grande porte - de acordo com a classificação da Defesa Civil (precisa de uma ação conjunta das três esferas do governo para tentar reestabelecer a normalidade no local atingido e talvez até de ajuda internacional).
CONCLUSÃO:
Houve negligência da Samarco (Vale e BHP) no gerenciamento da barragem de Fundão, do CREA e do IBAMA em não fiscalizar mais de perto um empreendimento com esse potencial gigantesco de causar danos ao meio ambiente e dos governos federal, estadual e municipal em não exigir a fiscalização dos órgãos anteriormente citados para garantir a segurança de sua população. Os maiores prejudicados foram: a população das cidades atingidas pela enxurrada de lama e o meio ambiente. Dezenas de pessoas morreram devido ao desastre, centenas ficaram sem ter onde morar, mais de 230 municípios ficaram sem sua fonte de água para abastecimento (estado de calamidade pública), muitos peixes de água doce que viviam na bacia hidrográfica do rio Doce morreram asfixiados (sendo que os de espécies endêmicas podem ter sido extintos), a pesca nos rios dessa bacia foi suspensa, os rios por onde a lama passou foram gravemente assoreados, a lama que conseguiu chegar ao estuário no Espírito Santo pode ameaçar a área de desova de tartarugas e de outras espécies marinhas da região.
Caso seja possível a recuperação desse meio ambiente, ela pode demorar centenas de anos de acordo com os especialistas.
REFERÊNCIAS:
http://www.ibama.gov.br/phocadownload/noticias_ambientais/laudo_tecnico_preliminar.pdf (site visitado no dia 11/11/2016 às 16h29min)
http://www.ibama.gov.br/phocadownload/noticias_ambientais/nota_tecnica_001-2016.pdf (site visitado no dia 11/11/2016 às 16h29min)
http://g1.globo.com/espirito-santo/desastre-ambiental-no-rio-doce/noticia/2016/06/pf-lista-falhas-que-levaram-barragem-da-samarco-romper.html (site visitado no dia 11/11/2016 às 16h29min)
http://www.greenpeace.org/brasil/pt/Noticias/Rio-Doce-1-Ano-de-Lama-e-Luta/?gclid=CKzvmL_mmdACFQ6BkQodPjoJZg (site visitado no dia 11/11/2016 às 16h29min)
http://www.agenciaminas.mg.gov.br/ckeditor_assets/attachments/770/relatorio_final_ft_03_02_2016_15h5min.pdf (site visitado no dia 11/11/2016 às 16h29min)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Rompimento_de_barragem_em_Mariana (site visitado no dia 11/11/2016 às 16h29min)

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