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UNIFTC – PETROLINA Curso: arquitetura e Urbanismo Disciplina: Sistemas Estruturais I: Fundações e Obras de Terra Docente: Aline Magalhães Passos Discente: Eudócia Rosiene Barreto de Sá Atividade de pesquisa sobre tragédias com barragens: ROMPIMENTO DE BARRAGENS EM BRUMADINHO E EM MARIANA, MG 1. O QUE ACONTECEU Em 5 de novembro de 2015 e 25 de janeiro de 2019 foram datas marcantes para a história da mineração no Brasil, foram dias em que houve, respectivamente, os rompimentos das barragens de rejeitos de minérios em Brumadinho (na Mina de ferro Córrego do Feijão) e em Mariana (no subdistrito de Bento Rodrigues), ambos em Minas Gerais. Denominada barragem da Mina Córrego do Feijão, a conhecida Barragem de Brumadinho, ficava no ribeirão Ferro-Carvão, na região de Córrego do Feijão e acumulava os rejeitos de uma mina de ferro da empresa Vale S. A., o rompimento da barragem foi um grande acidente de industrial que resultou na morte de 259 pessoas e no desaparecimento de outras 11 e, significou um dos maiores desastres ambientais da mineração do país. Em Mariana o rompimento da barragem de Fundão, controlada pela Samarco Mineração S.A. provocou, o vazamento dos rejeitos que passaram por cima de Santarém, que, entretanto, não se rompeu, ambas barragens foram construídas para acomodar os rejeitos provenientes da extração do minério de ferro retirado de extensas minas na região, do empreendimento conjunto das maiores empresas de mineração do mundo, a brasileira Vale S.A. e a anglo-australiana BHP Billiton. O acontecimento resultou perda de 18 vidas humanas e 1 desaparecido e foi o considerado o desastre industrial que causou o maior impacto ambiental no Brasil e o maior do mundo envolvendo barragens de rejeitos. 2. O TIPO DE BARRAGEM A barragem de brumadinho e a de Mariana são do tipo à montante, isto é, constituída de empilhamento de rejeito em que os alteamentos são realizados no sentido contrário ao fluxo de água, ou seja, cada barramento novo é colocado a montante do dique inicial. são degraus feitos com o rejeito sobre o dique inicial. As imagens acima como é feita a barragem à montante. 3. O QUE PROVOCOU OS DESASTRES? O acidente em Mariana e em Brumadinho aconteceu porque as barragens de rejeitos foram feitas à um modo ultrapassado conhecida como “barragem molhada”, “barragem à montante” e “alteamento à montante”, na qual os resíduos do minério são acumulados com 60% de água e 40% de areia (e outros rejeitos) e com uma contenção feita com material argiloso, onde normalmente, o dique inicial é ampliado para cima utilizando o rejeito do processo de tratamento de minério como fundação da barreira de contenção. Esse método foi escolhido de forma irresponsável pela Vale por ser de baixo custo, assim como afirma uma Engenheira Florestal em um artigo de opinião, no site Simpro Minas: É o capitalismo banalizando a vida e valorizando as coisas, o minério, o lucro. Como o preço do minério passou a subir muito, desde 2006, a tonelada de minério atingiu US$100, com previsão de chegar a US$ 120 por tonelada em agosto de 2019. Essa fórmula de extração adotada pela “barragens à montante” revelou-se um sucesso para o capital, e mais barata – uma vez que os custos ambientais raramente são pagos pelos empreendedores ambientais, e sim por nós, cidadãs e cidadãos, e pelo Estado. (Ângela Gomes, 2019). As pilhas de rejeitos molhadas se tornam instáveis, foi o que ocorreu nos municípios, em Brumadinho ocorreu deformações da estrutura da barragem, além disso, as chuvas fortes dos acumuladas dias anteriores à tragédia no local acentuaram mais ainda a instabilidade, pois houve uma redução de resistência em determinadas áreas da estrutura da barragem; para o caso de Mariana, a gravidade do erro foi considerada maior, pois, não teve um agravante natural (como chuvas) e a empresas de mineração estava ciente dos riscos e, também, não faziam manutenção, em um texto informativo publicado no site EBC lê-se: No documento, o Conselho de Direitos Humanos destaca que a denúncia do Ministério Público Federal aponta para erros técnicos de implementação e manutenção da barragem, que teriam sidos conscientemente manipulados para reduzir custos e aumentar os lucros da Samarco. A denúncia ainda afirma que os danos e mortes foram previstas pela mineradora que, mesmo assim, não tomou medidas preventivas. (Repórter Nacional, 2020). À montante o barramento apresenta instabilidade devido aos resíduos finos não adensados junto ao seu corpo; apresenta baixa compacidade do material; possibilidade de liquefação e instabilidade à atividades sísmicas. Em Brumadinho e em Mariana as barragens se tornaram uma “bomba relógio” uma vez que as estruturas de contenção de rejeitos começaram a ficar altas demais e fora do limite, além disso, passou-se a utilizar a água para separar o minério da sílica. Em plena crise hídrica, comprometendo ainda mais lençóis freáticos e nascentes, o que acentuou mais ainda os riscos de rompimento. 4. COMO OS DESASTRES PODIAM TER SIDO EVITADOS? Se as mineradoras tivessem optado por barragens secas ou em pastas, os acidentes teriam sido evitados, pois, são bem mais em estáveis. Barragem à jusante seria uma boa alternativa, tal método permite a compactação de todo o corpo, maior resistência à atividades sismológicas, por isso são mais seguros. Ainda no artigo da Simpro Minas a Engenheira Florestal afirma: Para os especialistas, as barragens secas ou em pasta, que são mais estáveis, são tendências na atualidade em diversos países, uma vez que não há presença da água para desestabilizá-las, necessitando apenas instalar filtros para retirar o máximo de água possível. Uma pilha de rejeitos seca é mais fácil de represar e muito mais segura. Sendo um pouco mais cara que a barragem molhada. (Ângela Gomes, 2019). Para barragem à jusante é preciso muito material para o construir uma nova parede de contenção, já no processo feito à montante o material para alterar a barragem é depositado em cima do próprio rejeito sedimentado, podemos concluir que a segunda técnica seria mais adequada. A imagem acima mostra com é feita a barragem à jusante. 5. REFERÊNCIAS <http://www.vale.com/brasil/PT/aboutvale/servicos-para-comunidade/minas-gerais/atua lizacoes_brumadinho/Documents/PT/entenda-as-barragens-da-vale-pt.html> <https://www.sinprominas.org.br/noticias/barragens-a-montante-armas-de-destruicao-so cioambiental-das-mineradoras/> <https://www.em.com.br/app/noticia/nacional/2019/12/12/interna_nacional,1107773/es pecialistas-apontam-causas-do-rompimento-de-barragem-em-brumadinho.shtml> <https://radios.ebc.com.br/reporter-nacional/2020/01/conselho-nacional-de-direitos-hu manos-considera-que-houve-crime-contra#:~:text=O%20rompimento%20da%20Barra gem%20do,no%20Di%C3%A1rio%20Oficial%20da%20Uni%C3%A3o.>
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