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Participação Popular nas políticas Públicas

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SUMÁRIO
31 INTRODUÇÃO	�
42 DESENVOLVIMENTO	�
42.1 CONTROLE SOCIAL DAS POLÍTICAS PÚBLICAS	�
52.2 PAPEL DOS CONSELHOS	�
2.3 CONSELHOS EXISTENTES 8EXISTENTES NO MUNICÍPIO	�
103 CONCLUSÃO 	�
114 REFERÊNCIAS	�
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INTRODUÇÃO
Durante a década de 90, pôde-se observar o surgimento, na sociedade brasileira, de diversos conselhos, em âmbito nacional, estadual e municipal, nas mais diversas áreas: saúde, educação, assistência social, defesa dos direitos da criança e do adolescente, meio ambiente, habitação, etc. Essa proliferação de espaços institucionais (conselhos, fóruns, conferências) de participação foi acompanhada de diversas reflexões teóricas nas Ciências Sociais, especialmente no que se refere ao papel desempenhado pela sociedade civil na consolidação e no aprofundamento da Democracia (AVRITZER, 1994; 2003; COSTA, 1997; GOHN, 1997; SANTOS, 2002; MOURA E SILVA, 2008). 
Os Conselhos Gestores de Políticas Públicas surgiram a partir da promulgação da Constituição Federal de 1988 que prevê, no capitulo da Seguridade Social, como um dos objetivos, “o caráter democrático e descentralizado da gestão administrativa, com a participação da comunidade, em especial de trabalhadores, empresários e aposentados” (BRASIL, 2001, art.º 194).
 O presente estudo tem por objetivo demonstrar a importância da participação popular nas Politicas Públicas, falar sobre os Conselhos Gestores, a função que cada um apresenta e citar os conselhos existentes no Munícipio de Alto Rio Doce/ MG.
DESENVOLVIMENTO
O direito à participação popular na formulação das Politicas Publicas e no controle de ações está garantido na Constituição de 1988 e regulamentado em leis específicas, como a Lei Orgânica da Saúde (LOS), o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), a Lei Orgânica da assistência Social (LOAS) e o Estatuto das idades. Estas leis preveem instancias de consulta e deliberação cidadãs, especialmente por meio de conselhos de politicas publicas nos três níveis do Executivo (Federal, Estadual e Municipal).
As politicas sociais sejam desenvolvidas de modo democrático, em que a sociedade, via órgãos representativos, participe dos espaços de deliberações das diretrizes, das politicas, do planejamento, da execução, do controle e da supervisão dos planos, programas e projetos (TEIXEIRA, 2007, p. 01).
Os Conselhos Gestores de Políticas públicas são um dos canais de participação legalmente constituído para o exercício do Controle social das Políticas Públicas, surgem como um novo espaço de participação da sociedade civil e “tratam-se de canais de participação que articulam representantes da população e membros do poder público estatal em práticas que dizem respeito à gestão de bens públicos” (GOHN, 2001, p. 7). A existência desses conselhos cria condições para que a sociedade civil participe junto ao Poder Público, não apenas da elaboração e definição de políticas públicas, mas também da fiscalização e controle social.
controle social DAS POLITICAS PUBLICAS
A transferência da gestão das politicas públicas aos municípios foi uma das principais novidades trazidas pela Constituição de 88. Este novo arranjo institucional, possibilitou diversas formas participativas na gestão e controle das politicas públicas da sociedade. 
Originada da Sociologia, a expressão “Controle Social” comumente é utilizada para designar os mecanismos que determinam a ordem social regulamentando a sociedade e submetendo os indivíduos a determinados padrões e princípios morais (BOBBIO; PASQUINO; MATTEUCCI, 2008; CORREIA, 2004; MANNHEIM, 1971).
Controle Social é um instrumento democrático no qual há a participação dos cidadãos no exercício do poder colocando a vontade social como fator de avaliação para a criação de metas a serem alcançadas no âmbito de algumas Políticas Públicas, ou seja, é a participação do Estado e da Sociedade conjuntamente em que o eixo central é o compartilhamento de responsabilidades com o intuito de tornar mais eficazes alguns programas públicos.
 Oferecer Controle Social à população é governar de modo interativo, equilibrando forças e interesses, e promovendo maior organização das diversas camadas sociais de forma a buscar melhores padrões de equidade. Enfim, descentralizar a administração, instituindo mecanismos de controle social e participação popular são maneiras eficazes de garantir a transparência e evitar a corrupção. 
PAPEL DOS CONSELHOS
Os Conselhos Municipais, destituídos de personalidade jurídica, constituem no organismo público um mediador entre População e o Governo, com intuito de formular Políticas Públicas, que irão atender necessidades sociais. São instrumentos da democracia participativa, pois desloca o poder de formular as Políticas Públicas para os Conselhos Municipais. Um dos papeis dos Conselhos é o de trazer para dentro do Governo, de forma regulada, problemas latentes na sociedade.
Atualmente, a maior parte dos programas do governo federal prevê a participação dos cidadãos na execução e controle das Políticas Públicas por meio dos conselhos. Além disso, a liberação de recursos a Estado e Municípios está vinculada à instituição de conselhos, que devem contar com condições necessárias para seu funcionamento, a exemplo do programa Nacional de Alimentação Escolar-PNAE, Programa Bolsa Família, Programa Saúde da Família-PSF, Fundo de Educação Básica-Fundeb, dentre outros.
Os Conselhos Municipais são mecanismos de interlocução permanente entre Governo e Sociedade Civil, que vêm ampliando e aperfeiçoando sua atuação, auxiliando a administração no planejamento, orientação e julgamento nas questões relativas a cada área temática.
Na construção dessa relação, há um duplo desafio: a dimensão política (composição dos conselhos e representatividade) e a dimensão gerencial (bom atendimento da administração Pública, ou seja, conhecer processos, competências, dinâmica para tomada de decisão e para implementação de Políticas Públicas, de forma a construir um ambiente propício para negociações.).
A seguir destacaremos ações importantes dos Conselhos
A Constituição garante a existência dos Conselhos:
No artigo 29, inciso XII da Constituição Federal, estão dispostas as atribuições dos municípios. É ali que está prevista a “cooperação das associações representativas no planejamento municipal”. No artigo 198, encontramos a previsão de “participação da comunidade em ações e serviços relacionados à saúde”. De forma mais consistente, no art. 204 fala-se na participação da população no que diz a respeito à assistência social, por meio de organizações representativas, na formulação das políticas e no controle das ações em todos os níveis. 
Portanto é garantia constitucional a implementação e organização de ambientes, órgãos e espaços para a discussão dessas políticas, ao menos, em primeiro momento, nas áreas da saúde, educação e assistência social.
Os conselhos são espaços de encontro da sociedade civil com o poder público:
Os Conselhos Municipais são espaços compostos por representantes do poder executivo e da sociedade civil. Metade dos membros é proveniente de órgãos da sociedade civil, enquanto a outra metade é representante do Estado.
A participação popular é garantia constitucional nas áreas de seguridade social, educação, entre outras. Por isso, normalmente existem vários conselhos em um único município, pois cada um trata de uma área diferente do interesse público, como: educação, saúde, infância e juventude, direitos da mulher, mobilidade urbana, meio ambiente, entre outras.
São espaços permanentes de debate de Políticas Públicas:
Conselhos municipais são órgãos colegiados, permanentes e deliberativos, e às vezes, apenas consultivos.
São permanentes porque são determinados pela Constituição, além de criados por lei orgânica e regulamentados por seu regimento ou estatuto.
São colegiados porque existe sempreuma “mesa” formada pelos representantes oficiais daquele conselho. Essas pessoas fazem parte do órgão, em caráter formal, durante um ano, como se fosse um “mandato”. Para tal, a pessoa deve ter visibilidade e representatividade na área a qual diz respeito o conselho. Ao mesmo tempo, os representantes da sociedade não podem ocupar cargo de livre nomeação no poder público na área que trata o órgão. Essas pessoas são chamadas conselheiras e tem responsabilidades perante o órgão. Geralmente, não são remuneradas para exercer essa atividade.
E, por ultimo, são órgãos deliberativos porque visam a discussão que será encaminhada e transformada em ação, por vezes, em uma política pública. Determinam a ocorrência ou não de ações públicas, mas não lhes é atribuído executar a ação.
Os Conselhos propõe, fiscalizam, controlam e deliberam:
As principais funções dos conselhos municipais são propor diretrizes das politicas públicas e fiscalização, controlar e deliberar sobre tais políticas. 
Muitas vezes, e o Conselho Municipal de cada área que aprovará uma lei ou ação que o Estado queira tomar sobre determinado assunto. Portanto, quando os conselhos existem, a deliberação de novas ações do poder público passa por um grupo composto por representantes da sociedade civil antes de realmente ser implantado. Trata-se de uma influencia significativa da sociedade civil sobre as ações do poder público.
Há, também, a previsão de controle de recursos. Por exemplo, na área da saúde, o conselho municipal da área aprova o orçamento previsto para determinado ano. Além disso, gerencia gastos feitos em determinado programa ou ação específica, como, por exemplo, a verba destinada à vacinação emergencial contra gripe.
Cabe também aos conselhos tomar ciência do que esta acontecendo com a verba que é destinada a certa área. Portanto, fiscalizar os trabalhos feitos, ou não, pelos órgãos executivos é de seu interesse máximo.
Todos podem propor a criação de um Conselho Municipal:
Qualquer cidadão ou grupo da sociedade civil tem condição de propor e articular a criação de um conselho. Para isso, é necessário que uma lei municipal o crie, e leis podem ser propostas por iniciativa popular. Essa proposta teria de seguir o tramite normal de qualquer lei, ou seja, ser aprovada pela Câmara de Vereadores e pelo prefeito. Feito isso, é criado um novo Conselho Municipal.
Por fim, caso aprovado, o conselho deve ter o seu próprio regimento, ou regulamento, que deve ser formulado pelos seus representantes. Nele devem constar seus objetivos, sua composição, seu caráter, que dispõe sobre ter ou não as características citadas acima, em ser deliberativo, colegiado, permanente e consultivo e suas funções.
Toda a sociedade pode participar das reuniões dos Conselhos:
Toda a reunião de conselhos de politicas publica devem ser realizadas em local de fácil acesso para o publico, com horário, data, local e pauta divulgados com antecedência. 
 CONSELHOS EXISTENTES NO MUNICÍPIO
O Município escolhido foi Alto Rio Doce que fica situado no estado de Minas Gerais na chamada Zona da Mata. Sua população recenseada em 2010 era de 12.158 habitantes, já em 2013 era de 12.120 habitantes baseado também no IBGE. Alto Rio Doce possui quatro distritos: Alto Rio Doce, Abreus, situado ao lado de Dores do Turvo, Vitorinos, situado ao lado de Senhora dos Remédios e Missionário, situado a 12 km da sede.
Os conselhos existentes no município são: 
Conselho Municipal da assistência Social (CMAS);
Acompanha a chegada do dinheiro e a aplicação da verba para os programas de Assistência Social. Os programas são voltados para as crianças, idosos, portadores de deficiências físicas. O Conselho aprova o plano de Assistência Social feito pela Prefeitura.
Conselho Municipal de Saúde (CMS): 
Controla o dinheiro da saúde. Acompanha as verbas que chegam pelo Sistema Único de saúde (SUS) e os repasses de programas federais. Participa da elaboração das metas para a saúde. Controla a execução das ações na saúde. Deve-se reunir pelo menos uma vez por mês.
Conselho Tutelar:
De acordo com o artigo do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) são atribuições do Conselho Tutelar anteder as crianças e adolescentes nas hipóteses em que seus direitos forem violados, seja por ação ou omissão da sociedade ou do Estado, por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável, ou em caso de ato infracional.
Conselho Municipal dos Diretos da Criança e do Adolescente (COMDICA):
Estabelecer Políticas Públicas que garantam os Direitos previstos no ECA; Acompanhar e Avaliar as ações governamentais e não governamentais dirigidas ao atendimento dos Direitos; Participar na elaboração do Orçamento do Município; Gerir o Fundo Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente FUMDCA entre outras.
Conselho Municipal do Idoso (COMUI):
Tem por objetivo assegurar os direitos do Idoso, criando condições para promover sua participação efetiva na sociedade. Propõe medidas para eliminar toda e qualquer disposição discriminatória e recebe denuncias sobre qualquer forma de desrespeito ao idoso. Promove estudos e debates sobre questões que afetam e analisam sugestões recebidas da sociedade. 
Conselho Municipal da Cultura:
Fiscaliza a execução do Plano Municipal, aprova o Regimento Interno e o Fundo de projetos Culturais, além de fazer cumprir as diretrizes e os instrumentos de financiamento do setor.
Conselho Municipal de Educação: 
É um órgão colegiado, participativo, representativo e autônomo com funções normativas, consultivas, deliberativas e fiscalizadoras. E um espaço de interação/ reflexão da sociedade civil, visando à melhoria da qualidade da educação municipal. 
Conselho Municipal de Habitação:
Tem por finalidade expressar a diversidade de todos os setores sociais ligados a Habitação no município, assumindo papel estratégico de encaminhar, divulgar, conduzir e monitorar a elaboração da política Municipal de Habitação.
Segundo a Lei Orgânica do Município os conselhos são órgãos de assessoramento do executivo municipal que visam contribuir para a discussão e formulação de propostas que irão subsidiar as politicas públicas a serem implementadas na cidade visando beneficiar a comunidade fortalecendo a cidadania e a inclusão social.
CONCLUSÃO
Por fim, conclui-se que a participação popular vem ganhando espaço nas questões das Políticas Públicas, mas foi a constituição de 1988, denominada de “Constituição Cidadã”, que trouxe inovações significativas no campo da Democracia, ao instituir espaços de participação da sociedade na fiscalização, monitoramento e controle das ações da Administração Pública. Sendo um importante mecanismo de fortalecimento da cidadania que contribuiu para aproximar a sociedade do Estado, abrindo a oportunidade para os cidadãos acompanhar as ações dos governos e cobrarem uma boa gestão.
A participação popular é realizada através dos Conselhos Gestores que funcionam como importantes canais entre Estado e Sociedade Civil, cuja função é formular e controlar a execução das Políticas Públicas Setoriais, esses conselhos foram criados pela pressão dos movimentos sociais, como o objetivo de ampliar o controle social através da participação popular, democratizar as estruturas de poder e fortalecer uma cultura de defesa de direitos, de cidadania.
A criação dos Conselhos no Município de Alto Rio Doce trouxe uma grande evolução na relação sociedade com governo, nas decisões regentes do município, um exercício de democracia na busca de soluções para os problemas sociais encontrados, beneficiando toda a população da cidade.
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, M.H.T. DE. Recentralizando a federação? Revista de Sociologia Política, n. 24, p. 29-40, jun. 2005.
AVRITZER, L. (org.). Sociedade civil e democratização. Belo Horizonte: Del Rey, 1994.
_____. O orçamento participativo e a teoria democrática: um balanço crítico. In: AVRITZER, L.; NAVARRO, Z. (orgs.). A inovação democrática no Brasil. O orçamento participativo. São Paulo: Cortez, 2003.
BOBBIO,N.; PASQUINO, G.; MATTEUCCI, N. Dicionário. 13ª ed. Brasília/DF: UNB, 2008. V.1
CORREIA, M. V. DA C. A Relação Estado/ Sociedade e o controle social: fundamentos para o debate. Serviço Social & Sociedade, v. xxv, n, 77, p. 148-176, 2004.
COSTA, S. Contextos da construção do espaço público no Brasil. Novos Estudos, São Paulo, n. 47, mar/1997, p. 179-192.
Enciclopédia dos Municípios Brasileiros. Volume XXIV. Biblioteca IBGE.  
GOHN, Maria da Glória. Conselhos gestores e participação sociopolítica. São Paulo: Cortez, 2001. (questões da nossa época. v. 84).
MANNHEM, K. Sociologia Sistemática: uma introdução ao estudo de sociologia. 2ª. Ed. São Paulo/ SP: Pioneira, 1971.
MOURA, Joana Tereza Vaz de; SILVA, Marcelo Kunrath. Atores sociais em espaços de ampliação da democracia: as redes sociais em perspectiva. Revista Sociologia e Política, Curitiba, v. 16, número suplementar, ago/2008, p. 43-54.
SANTOS, Boaventura de Sousa [org.]. Democratizar a Democracia: os caminhos da democracia participativa. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002. Vol. 1.
SILVA, F. C. DA C. Controle Social: reformando a administração para a sociedade. Organizações & Sociedade, v. 9, n. 24, p. 2002, 4 out. 2006.
TEIXEIRA, S. M. Descentralização e participação social: o novo desenho das políticas sociais. Revista Katálysis, v. 10, p. 154–163, dez. 2007.
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PARTICIPAÇÃO POPULAR NAS POLÍTICAS PÚBLICAS
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PARTICIPAÇÃO POPULAR NAS POLÍTICAS PÚBLICAS
Trabalho apresentado à Universidade Norte do Paraná - UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção de média bimestral na disciplina de Pesquisa Social e Oficina de formação; Instrumentalidade em Serviço Social, Politicas Setoriais e Politicas Setoriais Contemporâneas; Movimentos Sociais e Estágio em Serviço Social. 
Orientador: Prof. Patrícia Soares Campos; Amanda Boza G. Carvalho; Maria Lucimar Pereira; Maria Angela Santini e Nelma S.A. Galli. 
Mercês
2017

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