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Trabalho de Direito Financeiro e Tributário

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Trabalho de Direito Financeiro e Tributário 
 
Acadênimo: Juniel Vilete Pereira 
Semestre: 5º B 
01 – Discorra sobre as causas de extinção do crédito tributário. 
As causas de extinção podem ser encontradas no art. 156 do CTN, são 
elas: pagamento; compensação; transação; remissão; prescrição e decadência; 
a conversão de depósito em renda; o pagamento antecipado e a homologação 
do lançamento, nos termos do disposto no art. 150 e seus §§ 1.º e 4.º; a 
consignação em pagamento, nos termos do disposto no § 2.º do art. 164; a 
decisão administrativa irreformável, assim entendida a defendida na órbita 
administrativa, que não mais possa ser objeto de ação anulatória; a decisão 
judicial passada em julgado; a dação em pagamento de bens imóveis, na forma 
e condições estabelecidas na lei. Além do código, a doutrina também traz mais 
formas de extinção: confusão; desaparecimento, sem sucessor, do sujeito ativo 
do tributo; desaparecimento, sem sucessor, do sujeito passivo do tributo. 
No pagamento é o cumprimento do objeto da prestação tributária. É um 
fenômeno jurídico e não só tributário. Pode ser considerado quanto: ao tempo 
(apontado genericamente na lei e especificamente no ato administrativo de 
lançamento. Se o pagamento do tributo for feito em prestações, o 
inadimplemento de qualquer uma delas acarretará o vencimento antecipado 
das demais), ao lugar (o domicílio ou sede do contribuinte), ao modo [os 
tributos são pagos em moeda ou equivalente (cheque, títulos da dívida pública 
resgatáveis, selo ou papel selado ou estampilha)]. Quando pago em cheque, 
dá-se ao contribuinte uma quitação provisória, que se tornará definitiva após a 
devida compensação. 
Remissão é o perdão legal do débito tributário, que pode ser total ou 
parcial. Somente a lei pode perdoar o débito tributário (lei remissiva), não 
podendo, a remissão, ser concedida por decretos, portarias ou qualquer outro 
ato que não seja lei propriamente dita (princípio da legalidade e princípio da 
indisponibilidade do interesse público). Somente lei específica da pessoa 
política tributante pode conceder a remissão. 
A compensação corresponde ao encontro de contas do Fisco e do 
contribuinte, sempre que forem credor e devedor um do outro. Existem duas 
grandes modalidades de compensação em matéria civil: a legal e a 
consensual. Em matéria tributária, entretanto, somente é admitida a 
compensação legal. Para que a compensação ocorra, é necessária a presença 
de três requisitos: 
1. As partes devem ser as mesmas (mesma Fazenda Pública, federal, 
estadual ou municipal, e mesmo contribuinte). O contribuinte não pode 
utilizar um crédito federal, por exemplo, para compensar um crédito 
estadual. 
2. Os créditos já devem estar liquidados, ou seja, é necessário que se 
saiba exatamente quanto há de ser pago. 
3. A existência de uma lei autorizando a medida: cada pessoa política 
deve legislar a respeito. A União obedece à Lei n. 8.383/91; o seu art. 66 
permite a compensação de tributos federais, indevidos ou recolhidos a 
maior, com outros da mesma espécie. A Fazenda Pública entende que 
tributo da mesma espécie significa o mesmo tributo (p. ex.: IR somente 
poderá ser compensado por IR). A doutrina, entretanto, entende que 
tributo pode ser compensado por tributo, taxa por taxa e contribuição de 
melhoria por contribuição de melhoria. A jurisprudência tem decidido em 
favor da doutrina. 
Já a transação é um acordo celebrado, com base em lei, entre o Fisco e 
o contribuinte, pelo qual a primitiva obrigação tributária desaparece, dando 
lugar a uma ou mais novas obrigações tributárias. É causa extintiva da 
obrigação tributária, muito rara. 
Há quem admita que o parcelamento do débito tributário seria uma 
modalidade de transação; entretanto, outros doutrinadores entendem que o 
parcelamento é uma modalidade de moratória. 
Em resumo, a transação é um acordo celebrado com base em lei entre o 
Fisco e o contribuinte, pelo qual a primitiva obrigação tributária desaparece, 
fazendo nascer uma nova (ou várias) obrigação tributária. 
A confusão, causa traga pela doutrina, ocorre quando o Fisco se torna, ao 
mesmo tempo, credor e devedor do tributo. Por exemplo, no caso da herança 
vacante, os débitos que o espólio possuía para com o Município desaparecem 
no caso de incorporação de empresas pelo Poder Público. 
Ocorrendo a confusão, o débito se extingue, não podendo renascer, se o 
Poder Público alienar a propriedade a terceiros, objetivando cobrar crédito 
anterior. 
Ainda na doutrina temos o desaparecimento sem sucessor do sujeito 
passivo do tributo e do sujeito ativo dita que não pode subsistir a relação 
jurídica tributária se uma das partes deixa de existir, sem deixar sucessores. 
Sobre a prescrição e decadência temos os arts. 173 e 150, § 4.º, ambos do 
Código Tributário Nacional, dispõem sobre a decadência do direito de efetuar o 
lançamento. O art. 174 do Código Tributário Nacional dispõe sobre a prescrição 
da ação de cobrança do crédito tributário devidamente constituído pelo 
lançamento. Antes do lançamento, pode ocorrer a decadência; após o 
lançamento, pode ocorrer a prescrição. Ambos os institutos importam na 
extinção do crédito tributário. 
 
02 – Descreva os princípios constitucionais do Direito Tributário. 
Princípio da Legalidade, que veda expressamente à União Federal, aos 
Estados Membros – aqui inserido o Distrito Federal – e aos Municípios exigir ou 
aumentar tributos (e contribuições) sem lei que o estabeleça. É a garantia legal 
ofertada pela Carta Magna aos cidadãos deste País. A lei é à base deste 
princípio. 
Princípio da Isonomia, que proíbe tratamento desigual aos contribuintes 
que se encontram em situação equivalente, assim como qualquer distinção em 
razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independente da 
denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos. Visa coibir 
discriminação entre os cidadãos, sendo sagrada a sua observação e 
cumprimento por todos os brasileiros. Inegociável na prática democrática. 
Princípio Da Irretroatividade, por este princípio ficou vedado à cobrança 
de tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência 
da lei que os houver instituído ou aumentados. É a garantia do direito 
adquirido, pois, inviolável por este princípio. 
Princípio da Anterioridade, tanto do exercício seguinte como da 
nonagesimalidade, garantia ofertada aos contribuintes o conhecimento das 
alterações tributárias antes de sua vigência. Veda a cobrança de tributos no 
mesmo exercício financeiro (no caso brasileiro, mesmo ano) e antes de 
decorridos 90 (noventa) dias em que houver sido publicada a lei que instituiu ou 
aumento tributos e/ou contribuições. O exercício financeiro, no Brasil, 
corresponde ao ano civil, de 01 de janeiro a 31 de dezembro. O principal 
objetivo deste princípio é não surpreender os contribuintes. 
Há exceções constitucionais como o II – Imposto de Importação, 
essencialmente regulatório, assim como o IE – Imposto de Exportação – o IPI – 
Imposto sobre Produtos Industrializados – o IOF – Imposto sobre Operações 
Financeiras, assim como o ICMS – Impostos sobre a Circulação de 
Mercadorias e Serviços, a CIDE Petróleo, o Empréstimo Compulsório (casos 
de calamidade pública e guerra externa), Imposto Extraordinário de Guerra e 
as Contribuições para o Financiamento da Seguridade Social que, assim como 
o IPI, obedecem apenas a já conhecida noventena. 
Princípio da Capacidade Contributiva, por este princípio os Impostos, 
sempre que possível, terão caráter pessoal e serão graduados segundo a 
capacidade econômica do contribuinte, sendo facultado à administração 
tributária, especialmentepara conferir efetividade a esse princípio, identificar – 
respeitados os direitos individuais e nos estritos termos da lei, o patrimônio, os 
rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte. Tem a finalidade de 
não tirar mais do que pouco possuir ou aufere rendimentos; Não usurpar o 
necessário à sobrevivência do cidadão A progressividade de certos tributos é a 
forma de se cumprir este princípio. 
Princípio da Vedação do Confisco, este princípio constitucional 
prescreve que é vedado à utilização do tributo com efeito de confisco, ou seja, 
impedindo assim o Estado que, com o pretexto de cobrar tributo, se aposse 
indevidamente de bens (aqui leia-se também dinheiro) do contribuinte. Aqui se 
vale do princípio da razoabilidade. 
Princípio Da Liberade De Tráfego, pouco badalado e comentado, este 
princípio constitucional visa vedar ao Estado estabelecer limitações ao tráfego 
de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais, 
ressalvado a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo 
poder público. A norma tem como destinatário principal o legislador. É a 
liberdade de ir e vir em ação. 
Princípio da Transparência dos Impostos, essência da democracia, a 
transparência é dos impostos ficou assegurada por este princípio 
constitucional, que prevê que a lei determinará medidas para que os 
consumidores sejam esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre 
mercadorias e serviços. No caso brasileiro nosso Congresso Nacional deixou 
os cidadãos órfãos da citada lei por 25 anos. 
Princípio da Uniformidade Geográfica, com o fito de promover a 
integralidade do território nacional, este princípio veda à União Federal instituir 
tributo que NÃO seja uniforme em todo o território nacional ou que implique 
distinção ou preferência em relação a Estado, ao Distrito Federal ou a 
Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de incentivos fiscais 
destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento sócio-econômico entre 
as diferentes regiões do País. Iguala os estados, embora com diferentes 
dimensões econômicas ou territoriais, como SP = AP ou AM = SE. 
Princípio da Seletividade, é o princípio de garante que a tributação deve 
ser maior ou menor dependendo da essencialidade do bem. Este princípio 
possui aplicação obrigatória quanto ao IPI e facultativa para o ICMS e o IPVA. 
Neste último o princípio é visível, a cada ano, quando da divulgação da tabela 
do IPVA vigente em cada exercício financeiro. 
Princípio da Não-Diferenciação Tributária, é o princípio que veda aos 
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença tributária 
entre bens e serviços, de qualquer natureza, em razão de sua procedência ou 
destino. A guerra fiscal entre os Estados Membros da Federação fere, 
diretamente, este princípio. 
Princípio da Não-Cumulatividade, um dos mais conhecidos princípios, 
quanto ao ICMS, ao IPI e aos Impostos Residuais da União Federal, deve-se 
compensar o que for devido em cada operação relativa à circulação de 
mercadorias ou prestação de serviços com o montante cobrado nas operações 
anteriores pelo mesmo ou outro Estado Membro ou pelo Distrito Federal. É o 
mais popular dos princípios entre os gestores tributários. 
Princípio das Imunidades Tributárias, este princípio veda à União 
Federal, aos Estados Membros, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir 
impostos sobre: Patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros, templos de 
qualquer culto, de partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades 
sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e assistência social, 
sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei, livros, jornais, periódicos e o 
papel destinado à sua impressão. 
Princípio da Competência, segundo o ex-ministro do STF e Tributarista 
renomado Hugo de Brito Machado, a entidade tributária há de restringir sua 
atividade tributacional àquela matéria que lhe foi constitucionalmente 
destinada, ou seja, obediência irrestrita à Constituição Federal.

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