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LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA TÉCNICO EM ADMINISTRAÇÃO LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA PROFESSOR: OMAR CHAGAS DO NASCIMENTO - 2 - Professor Administrador: Omar Chagas do Nascimento – CRA-AM 1.5766RD 2 APRESENTAÇÃO A presente apostila de LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA está voltada principalmente para os alunos do Curso Técnico em Administração Industrial, da Escola SENAI Antonio Simões, onde a disciplina é exigida. Nosso Trabalho, no entanto, pode ser de muita valia para os estudantes de uma forma geral como leitura introdutória dos estudos referente ao ramo do Direito Tributário. Aproveitando a nossa experiência em sala de aula, a apostila foi elaborada lançando mão de recursos didáticos. Na verdade, este Trabalho nasceu como notas de aulas de quando iniciei lecionar neste conceituado estabelecimento de ensino. Aos poucos foi contando com a acolhida de estudantes, docentes, coordenadores e gerentes - com as mudanças de concepções doutrinárias, pudéssemos fazer constantes reformulações do texto no intuito de esclarecer certos aspectos da matéria e manter atualizado em razão das constantes alterações da legislação pertinente. Alguns capítulos trazem testes referente a matéria e no final uma Bibliografia indicada para trabalhos pedidos ao longo do Curso. Durante as aulas, poderão ainda, ser propostas questões para análise em grupo. BOM ESTUDO ! - 3 - Professor Administrador: Omar Chagas do Nascimento – CRA-AM 1.5766RD 3 CAPÍTULO 1 - ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO 1.1. Conceito Entende-se por atividade financeira do Estado o conjunto de atos voltados para a obtenção, gestão e aplicação de recursos pecuniários nos fins perseguidos pelo Poder Público, entre outros: manutenção da ordem, solução de litígios, prestação de serviços públicos, fiscalização de atividades e realização de ações sociais nos campos da saúde e educação. 1.2. O Direito financeiro e o Direito tributário Ao Estado, tido e havido como a mais perfeita expressão de uma sociedade politicamente organizada, incumbe o desempenho de complexos encargos, para isso, é necessário contar com recursos monetários em quantidade suficiente. A ação estatal se desdobra fundamentalmente em três campos conexos: o da Receita Pública, que compreende a coleta dos recursos monetários; o da Gestão, que é a administração dos mesmos; e por último, o da Despesa Pública, que consiste no seu emprego para a realização do bem comum. Da Atividade Financeira do Estado como um todo trata o Direito financeiro, que é normativo, dado que, o Estado só poderá agir dentro da lei e em virtude desta. Dos três campos em que se desenvolve a Atividade Financeira do Estado apenas o da Receita Pública assume relevância para o nosso estudo. E este campo, dado a sua importância, é estudado por um novo ramo jurídico, o Direito Tributário. Daí concluímos que o Direito Tributário foi destacado do Direito Financeiro, para estudar especificamente as Receitas Públicas e a relação Fisco/Contribuinte, é uma ciência autônoma porque possui regras específicas. Disso, restou certo que a Diferença de Direito Tributário e Direito Financeiro é que : o primeiro regula a atividade financeira do Estado, no que pertine à tributação; o segundo regula toda a atividade financeira do Estado (receitas não tributárias, o orçamento, o crédito público e a receita pública) menos a que se refere à tributação. 1.3. Classificação das Receitas Públicas Os ingressos ou entradas de recursos nos cofres públicos podem ser assim Classificados: Receita Pública Originária: é a que provém da exploração de bens pertencentes ao próprio Estado ou então de empreendimentos de tipo empresarial pelo mesmo realizados, sem que exerça seus poderes de autoridade. Receita Pública derivada: é assim chamada porque o Estado vai buscá-la na economia privada, mediante o uso da soberania de que é dotado. Verifica-se, desse modo, que a Receita Pública originária é bilateral, isto é, determinada pela livre vontade tanto do Estado como dos particulares, enquanto que a Receita Pública derivada é unilateral, vale dizer, determinada apenas pelo Estado, através de mandamento legislativo independente da vontade dos particulares. - 4 - Professor Administrador: Omar Chagas do Nascimento – CRA-AM 1.5766RD 4 1.4. Tributação A sociedade humana contemporânea exige de todos os seus partícipes a realização de atividade financeira, vale dizer, o manuseio de recursos pecuniários. O fluxo de ingressos e dispêndios, aspectos capitais do fenômeno financeiro, são traços comuns aos vários componentes das sociedades organizadas. Tal situação decorre da utilização da moeda como viabilizador das relações interpessoais de conteúdo econômico, como medida de valor e, portanto, instrumento de troca por excelência. Só o Estado, entretanto, dentre os entes participantes da comunhão social, pode, nos marcos da legalidade, exigir recursos de terceiros para financiar sua existência e a consecução de seus objetivos. Os demais entes - pessoas físicas e jurídicas - somente podem obter recursos financeiros lícitos de terceiros por intermédio de obrigações, onde a marca essencial é a participação voluntária destes terceiros, ao menos no momento da adesão ao vínculo obrigacional formado entre as partes. Esta atividade, tipicamente estatal, de compulsoriamente transferir parte do patrimônio particular para os domínios públicos denomina-se, em suas múltiplas facetas, de tributação. Justamente por constituir, exceção ao direito de propriedade e ao direito de livremente se obrigar, a imposição tributária encontra minudente disciplina legal. Toda atividade estatal de exigência e arrecadação dos tributos deve ser pautada estritamente na lei. Trata-se de garantia do contribuinte contra os excessos e desvios do Fisco. No mundo moderno, as receitas decorrentes da tributação representam a maioria esmagadora dos ingressos ou entradas nos cofres públicos, ressalvados casos particulares e situações transitórias. No Brasil existe uma brutal transferência de recursos da sociedade para o governo. TESTES 1. Como parte das receitas públicas, pode dizer-se que os TRIBUTOS são considerados: (a) Receita voluntária (b) Receita de direito privado (c) Receita derivada (d) Receita de capital (e) Receita originária - 5 - Professor Administrador: Omar Chagas do Nascimento – CRA-AM 1.5766RD 5 2. Os bens públicos, ou doações ao Estado, incluem-se entre as receitas classificadas como: (a) Coativas (b) Originárias (c) Derivadas (d) Extrafiscais (e) Tributárias 3. Sob o ponto de vista de sua origem e da forma de sua obtenção, as receitas públicas são tradicionalmente classificadas em: (a) Receitas derivadas e de capital (b) Receitas correntes e originárias (c) Receitas patrimoniais e originárias (d) Receitas originárias e derivadas (e) Receitas tributárias e industriais 4. Tomando como base a clássica divisão das receitas em originárias e derivadas, podemos dizer que são exemplos deste último tipo as provenientes de: (a) Imóveis alugados (b) Doações de particulares (c) Taxas (d) Bens vacantes (e) Prescrição aquisitiva 5. Segundo a classificação clássica, ou alemã, as receitas públicas decorrentes de contratos com particulares classificam-se em: (a) Originárias (b) Derivadas (c) Patrimoniais (d) Correntes (e) De capital 6. A expressão Fazenda Pública quando empregada, sem qualquer forma de qualificação, abrange: a) fazenda Pública apenas da União; b) fazenda Pública da União e Estados Federais; c) fazenda Pública da União e dos Municípios; d) fazenda pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; e) fazenda Pública dos Municípios, pelo princípio da autonomia municipal. - 6 - Professor Administrador:Omar Chagas do Nascimento – CRA-AM 1.5766RD 6 CAPÍTULO 2 - TRIBUTO. CONCEITO, NORMA JURÍDICO-TRIBUTÁRIA, NATUREZA JURÍDICA, ESPÉCIES E CLASSIFICAÇÕES. 2.1. Conceito ou definição A idéia de tributo, em torno da qual se desenvolve o Direito Tributário, possui, enquanto instituto jurídico, definição legal. Diz o art. 3º da lei 5172 de 25/10/66, Código Tributário Nacional: Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. Nestes termos, podemos decompor a definição em seis traços ou características inafastáveis: a) Prestação pecuniária: O tributo é pago em unidades de moeda. Não há tributo in natura (pago em espécie ou em bens) ou in labore (pago em trabalho ou prestação de serviços); b) Compulsória: É obrigatória. Independe da vontade do contribuinte; c) Em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir: Pode ser expresso em moeda (Exemplo: reais) ou através de indexadores (Exemplos: ORTN, OTN, BTN, UFIR); d) Que não constitua sanção de ato ilícito: As penalidades pecuniárias ou multas não se incluem no conceito de tributo. Significa dizer que o pagamento do tributo não decorre da infração de determinada lei. Pelo contrário, se algo é pago por descumprimento da lei não se trata de tributo. Exemplo desta afirmação é o pagamento de multa pela não utilização de cinto de segurança; Entretanto, o fato gerador de um tributo pode ocorrer em circunstâncias ilícitas, embora ele em si não seja um ilícito. Exemplos: quando uma pessoa aufere rendimentos da exploração da prostituição ou do tráfico de entorpecentes o tributo é devido. Não será realizada uma pesquisa da forma, ou do caminho utilizado, para percepção dos rendimentos, apenas que existe a disponibilidade econômica, ou seja, o fato gerador do imposto. e) Instituída em lei: Só existe a obrigação de pagar o tributo se uma norma jurídica com força de lei estabelecer esta obrigação. São exemplos de normas jurídicas com força de lei: lei complementar, lei ordinária e medida provisória. Assim, um decreto (expedido pelo Presidente da República) ou uma portaria (expedida pelo Ministro da Fazenda ou pelo Secretário da Receita Federal) não podem criar ou instituir tributo e f) Cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada: Neste tipo de atividade, a autoridade não goza de liberdade para apreciar a conveniência ou oportunidade de agir. A lei já estabelece minudentemente os caminhos a serem seguidos. Portanto, a autoridade fiscal age segundo previsão legal expressa. - 7 - Professor Administrador: Omar Chagas do Nascimento – CRA-AM 1.5766RD 7 2.2. Norma jurídico-tributária - elementos indispensáveis a criação do Tributo A exigência de instituição (ou criação) do tributo por lei, como destaca a definição presente no art. 3º do CTN, implica em que os elementos componentes do instituto devem estar presentes na norma em questão. Tradicionalmente, são identificados como elementos indispensáveis a criação do tributo: o fato gerador, a base de cálculo, a alíquota e o sujeito passivo (contribuinte latu sensu). Neste sentido, inclusive, o art. 97, incisos III e IV do CTN. Por fato gerador (abstrato) ou hipótese de incidência entende-se a situação necessária e suficiente à ocorrência da obrigação. A base de cálculo consiste na grandeza contida no critério quantitativo utilizada para mensurar ou medir o fato gerador. Já alíquota é uma porcentagem ou fator a ser aplicado sobre a base de cálculo para determinar precisamente o valor da prestação tributária. Sujeito passivo (ou contribuinte latu sensu) é a pessoa obrigada ao pagamento do tributo. Se existe o obrigado ao pagamento como sujeito passivo, existe, também, aquele beneficiário do adimplemento chamado de sujeito ativo. Os elementos componentes do tributo quando organizados abstrata e logicamente dão lugar a norma jurídico-tributária ou regra-matriz de incidência. A norma tributária, assim como as normas jurídicas de uma forma geral, apresenta uma hipótese (previsão de um fato) e uma consequência (previsão de relação jurídica, a obrigação tributária) que vai se instalar, onde e quando acontecer o evento cogitado na hipótese. Exemplo (IPTU): Se alguém for (verbo) proprietário de bem imóvel (complemento) no perímetro urbano (critério espacial) no 1º dia do ano (critério temporal) então o proprietário (sujeito passivo) deve pagar ao Município (sujeito ativo) uma determinada quantia composta pela multiplicação do valor venal do imóvel (base de cálculo) por 1% (alíquota). 2.3. Natureza jurídica A natureza jurídica ou característica fundamental do tributo, numa de suas acepções mais comuns, é ser o objeto da relação jurídica obrigacional de dar decorrente de lei (ou ex lege). Ao contrário das obrigações privadas (civis e comerciais), onde predomina a manifestação de vontade e o acordo entre as partes, a obrigação tributária, como vimos a partir do próprio conceito de tributo, nasce ou surge a partir de uma situação estabelecida em lei onde a vontade é irrelevante. 2.4. Espécies de tributo (Imposto, Taxa, Contribuição de Melhoria, Empréstimo Compulsório e Contribuições especiais) O art. 5º do Código Tributário Nacional e o art. 145 da Constituição Federal elencam 3 (três) espécies de tributos. No entanto, a própria Constituição disciplina, no Título XI - DA TRIBUTAÇÃO, outras 2 (duas) modalidades, tipos ou espécies tributárias. Assim, vem se generalizando o entendimento, já consagrado pelo Supremo Tribunal Federal, de que existem 5 (cinco) modalidades ou espécies de tributos, a saber: impostos, taxas, contribuições de melhoria, empréstimos compulsórios e contribuições especiais (sociais e seguridade social). - 8 - Professor Administrador: Omar Chagas do Nascimento – CRA-AM 1.5766RD 8 O Código Tributário Nacional, assim como fez com a idéia de tributo, consagra definições legais para as primeiras três espécies do gênero tributo. Nestes termos, encontramos nos artigos 16, 77 e 81 da Lei de normas gerais do sistema tributário brasileiro as seguintes definições, respectivamente: Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição. A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado. Vale registrar não ter o legislador constituinte, ou mesmo o da lei de normas gerais do Sistema Tributário Nacional, fixado de forma expressa definições ou conceitos para as duas últimas espécies de tributos (empréstimos compulsórios e contribuições especiais). Podemos distingui-los a partir dos seguintes traços caracterizadores: o empréstimo compulsório é um tributo qualificado pela promessa de restituição; teria natureza do contrato, embora ditado ou coativo e as contribuições especiais que dividem-se em 1) contribuições sociais, que se subdividem em a) contribuições de intervenção no domínio econômico (IAA,IBC) e b) contribuições de interesse das categorias profissionais (OAB, CFM,CFA...) e 2) contribuições de seguridade social (INSS, SESI ...). DICA: Assim como o conceito de tributo, é fundamental dominar os conceitosde imposto, taxa, contribuição de melhoria, contribuições especiais e empréstimos compulsórios presentes na nossa legislação tributária. 2.5. Classificações Existem inúmeras classificações para os tributos segundo os mais variados critérios. Destacamos, a seguir, aquelas mais relevantes. a) VINCULADOS - a cobrança do tributo depende de uma atuação ou atividade do Estado em relação ao contribuinte. São as taxas e as contribuições de melhoria. NÃO-VINCULADOS - a cobrança do tributo independe de uma atuação estatal em relação ao contribuinte. São os impostos. A teoria dos tributos (ou fatos geradores) vinculados e não-vinculados constitui a viga-mestra da construção do Sistema Tributário Nacional. Por meio dela temos a - 9 - Professor Administrador: Omar Chagas do Nascimento – CRA-AM 1.5766RD 9 competência tributária privativa no campo dos impostos (cada ente da Federação possui um rol de impostos que pode instituir) e a competência tributária comum no campo das taxas e contribuições de melhoria (desde que realize o serviço, obra ou exercite o poder de polícia qualquer dos entes estatais pode criar e cobrar taxas ou contribuições de melhoria). b) DIRETOS - são aqueles em que o contribuinte não tem possibilidade de transferir o ônus econômico da carga fiscal. Exemplo: imposto de renda pessoa física. INDIRETOS - são aqueles em que o contribuinte de direito transfere para outros (contribuintes de fato) o ônus econômico da carga tributária. Exemplos: imposto sobre produtos industrializados e imposto sobre circulação de mercadorias e serviços. 2.6. Fontes normativas das espécies tributárias IMPOSTOS TAXAS CONTRIBUI- ÇÕES DE MELHORIA EMPRÉSTIMO S COMPULSÓRI OS CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS Divisõe s federais, estaduais e municipai s de polícia e de serviço - calamidade/gu erra e investimento 1) Contribuições sociais (intervenção e categorias profissionais) e 2)Seguridade CF/88 Arts. 145, I; 153 a 156 Art. 145, II Art. 145, III Art. 148 Art.149 e 195 CTN Arts. 16 a 76 Arts. 77 a 80 Arts. 81 e 82 Compe -tência Privativa Comum Comum União União TESTES 1. Marque com F a assertiva falsa, e com V a verdadeira. Em seguida, escolha, entre as opções abaixo, a que contém a seqüência correta. ( ) Entidades não estatais, como o SENAI e o SENAC, por exemplo, podem ter o poder de tributar. ( ) A competência tributária pode ser transferida, mediante lei, para entidade estatal distinta ou para pessoa jurídica não estatal. ( ) O poder de expedir normas sobre tributos incumbe primariamente a quem tenha competência para instituí-los. (a) V, V, V (b) V, V, F (C) V, F, F (D) (d) F, F, F - 10 - Professor Administrador: Omar Chagas do Nascimento – CRA-AM 1.5766RD 10 (e) F, F, V 2. Marque com um V a afirmação (ou negação) verdadeira, e com F a falsa. Em seguida, escolha, entre as cinco opções abaixo, aquela que contem a seqüência correta. ( ) Segundo o Código Tributário Nacional, são tributos os impostos, as taxas e a contribuição de melhoria. ( ) Os impostos são chamados de 'tributos não vinculados' porque sua cobrança independe de uma atividade estatal específica em relação ao contribuinte. ( ) O "Princípio da Legalidade" é uma característica importante do tributo. (a) V, V, V (b) V, V, F (c) V, F, F (d) F, F, F (e) F, V, V 3. Sobre os tributos finalísticos, empréstimos compulsórios e contribuições ditas especiais, assinale a afirmativa correta. (a) Todos os entes políticos da federação brasileira podem instituir empréstimos compulsórios em caso de investimento público de caráter urgente e em circunstância de calamidade pública. (b) A instituição do empréstimo compulsório é prevista e conceituada no Código Tributário Nacional. (c) A cobrança de contribuição dos servidores públicos para custeio, em benefício destes, de sistemas de previdência e assistência social é prerrogativa exclusiva da União. (d) A competência da União para a instituição de novas fontes de custeio da seguridade social submete-se aos princípios da não-cumulatividade e da anterioridade. (e) O empréstimo compulsório, só a união pode instituir. 4. A distribuição de competência tributária é: a) atribuição das leis orgânicas dos Municípios; b) elaborada pelos órgãos legislativos; c) prevista na Constituição Federal; d) definida pelo Congresso Nacional; e) feita por intermédio da lei complementar. 5. Analisar as seguintes proposições: - 11 - Professor Administrador: Omar Chagas do Nascimento – CRA-AM 1.5766RD 11 I - O "fato gerador" de uma multa tributária pode ser um fato lícito. II - Os rendimentos advindos do jogo do bicho e da exploração do lenocínio não são tributáveis, pois trata-se de prática de atividade ilícita. III - Rendimentos decorrentes de ato ilícito não são tributáveis, conforme reza a lei. (a) os três enunciados são falsos (b) os três enunciados são verdadeiros (c) o I e o II são verdadeiros e o III é falso (d) tão-só o III é verdadeiro (e) o I e o III são falsos e o II é verdadeiro 6. (i) O Município X criou a "taxa de instalação industrial", a ser cobrada das indústrias que se instalassem na zona industrial por ele criada. Para incentivar a instalação de fábricas naquele distrito industrial, previu a lei que a taxa somente seria devida quando se iniciasse a produção, e seria de 1% do valor dos produtos que saíssem do estabelecimento. A lei municipal não definiu expressamente o fato gerador daquele tributo. (ii) O MunicípioY criou a "taxa de iluminação pública", cuja base de cálculo, para maior justiça fiscal, foi graduada segundo a capacidade econômica, aferida pelo valor da energia elétrica consumida pelo contribuinte. (iii) O Município Z instituiu, pelo exercício do poder de polícia sobre o zoneamento de atividades, a "taxa de localização de estabelecimentos bancários" e não definiu a alíquota e base de calculo. Assinale agora qual é, respectivamente, a situação jurídica dessas três taxas. (a) Somente duas são juridicamente válidas: a primeira e a terceira. (b) Somente são válidas as duas primeiras uma porque ligada ao poder de polícia local, relativo ao zoneamento urbano; a outra, porque se refere à prestação de serviço público diretamente ao contribuinte ou posto à sua disposição. (c) Todas as três são inválidas juridicamente. (d) Todas três são juridicamente válidas. (e) Somente uma é válida, sendo inconstitucionais as outras duas. 7- Na distinção entre imposto e taxa, um dado preferencial fundamental reside: a) na obrigatoriedade de contraprestação especifica da taxa, inexistente no imposto; b) na existência de fato gerador no imposto, ao contrário da taxa; c) no caráter social que pode ser inerente a uma taxa, não ao imposto; - 12 - Professor Administrador: Omar Chagas do Nascimento – CRA-AM 1.5766RD 12 d) na competência federal dos impostos, enquanto as taxas podem ser federais, estaduais ou municipais; e) na alíquota que se usa nos impostos, não as taxas. 8. O empréstimo compulsório é um dos princípios próprios do Direito Tributário: a) porque é previsto no Direito Civil e facultativo; b) porque é desconhecido do Direito Civil e é compulsório; c) porque é igual ao empréstimo do Código Civil; d) porque há obrigação de ser devolvido; e) porque é previsto nas leis tributárias. 9. O art. 3º do Código Tributário Nacional define tributo como uma prestação que não constitua sanção de ato ilícito. De tal assertiva podemos inferir que. (a) os rendimentos advindos do jogo do bicho e da exploração do lenocínio não são tributáveis, sujeitando-se, contudo, a pesadas multas em decorrência da prática de atividade ilícita. (b) os rendimentos advindos da exploração do lenocínio são tributáveis, porquanto não se confunde a atividade ilícitado contribuinte com o fato tributário de auferir rendas. (c) os rendimentos advindos do jogo do bicho e da exploração do lenocínio não são tributáveis, em conformidade do que reza a lei. (d) as atividades ilícitas não devem ser tributadas, pois de outro modo o Estado estará locupletando- se com ações que ele mesmo proíbe e, assim, ferindo o princípio da estrita legalidade. (e) atividades ilícitas como a exploração do lenocínio e do jogo do bicho podem ser tributadas, posto que a sanção de ato ilícito converte-se, pelo simples fato de sua inobservância, em obrigação tributária principal. 10. O imposto é um tributo que: (a) admite, sendo geral, sua vinculação a órgão, programa, fundo ou despesa. (b) se apresenta vinculanso seu fato gerador a uma atuação estatal em favor do contribuinte. (c) tem por função arrecadar recursos para custear as despesas gerais da Administração em favor da coletividade ou de grupos sociais específicos. (d) tem por fato gerador um situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte. - 13 - Professor Administrador: Omar Chagas do Nascimento – CRA-AM 1.5766RD 13 (e) oferece ao contribuinte, como hipótese de incidência, a prestação efetiva ou potencial de serviços públicos, específicos e divisíveis. 11. Está correta a seguinte afirmativa: (a) A taxa deve ter por base de cálculo dimensão inerente ao serviço prestado pelo Estado. (b) As obras públicas realizadas pelo Estado, de que resulte evidente valorização dos imóveis particulares, por ela beneficiadas, podem ser remuneradas através de Taxa de Melhoramentos Urbanos, se instituída (c) o fato de o indivíduo socorrer-se do Poder Judiciário para tutela de seus direitos não se presta a servir como fato gerador de taxa. (c) A taxa, segundo seu delineamento constitucional, é modalidade tributária hábil para servir como adicional dos impostos de menor expressão econômico-financeira, ou insuficientemente cobrados, mesmo porque é de aplicação imperativa o princípio da capacidade contributiva. (d) em razão da reduzida participação da taxa no valor total da arrecadação e levando em consideração o polêmico conceito formulado pela doutrina, é facultado ao legislador optar pela cobrança da mesma o instituir tarifas para remunerar os respectivos serviços, indiferentemente. 12. O sistema constitucional tributário requer, para instituição de empréstimo compulsório, no caso de investimento público de relevante interesse nacional, sejam observados os seguintes requisitos. (a) Princípio da irretroatividade, princípio da anterioridade, caráter de urgência, lei Complementar e desvinculação da aplicação dos seus recursos à despesa que fundamentou sua criação. (b) Caráter de urgência, princípio da irretroatividade, princípio da anterioridade e criação por lei ordinária. (c) Caráter de urgência, aplicação de recursos vinculada à despesa, observância do princípio da anterioridade e instituição mediante lei complementar. (d) Princípio da irretroatividade, princípio da não-cumulatividade, princípio da anterioridade, criação por lei complementar, aplicação dos recursos vinculada à despesa. (e) Caráter de urgência, criação por lei ordinária, aplicação dos recursos vinculada à despesa e princípio da irretroatividade. 13. As receitas são chamadas de coercitivas: a) porque são facultativas; - 14 - Professor Administrador: Omar Chagas do Nascimento – CRA-AM 1.5766RD 14 b) porque a obrigação de cumpri-las é relativa; c) porque o contribuinte paga de acordo com sua possibilidade econômica; d) porque o contribuinte é fiscalizado periodicamente; e) porque o contribuinte é obrigado a cumpri-las. 14. O Código Tributário Nacional exclui a definição de tributo a prestação pecuniária que constitua sanção de ato ilícito. Isto significa que: a) tributo e multa se confundem, segundo o CTN; b) a multa é, por definição, um tributo; c) a multa de trânsito é um tributo. d) a multa por infração à legislação tributária não é tributo. e) o pagamento de fiança é um tributo. 15.Na espécie de tributo "Contribuições especiais" temos as contribuições de seguridade social cujo sujeito ativo é: (a) A União (b) O INSS (c) O IAPAS (d) O INAMPS (e) A Secretaria da Receita Federal 16. Lei Complementar da União instituiu empréstimo compulsório para absorver temporariamente poder aquisitivo da população, em face da tendência à hiperinflação. Esse empréstimo compulsório. (a) É inconstitucional por ter sido instituído por lei complementar. (b) Deveria ter sido instituído por lei ordinária federal. (c) É constitucional, por ter sido instituído por lei complementa. (d) É inconstitucional, pois não corresponde às hipóteses constitucionais de empréstimo compulsório. (e) É constitucional, pois se trata de matéria urgente e de relevante interesse nacional. 17. José, contribuinte do IPTU, reside em imóvel de sua propriedade, defronte a uma praça municipal. A Prefeitura local canalizou ali um córrego, asfaltou as ruas adjacentes à praça, arborizando-a e ajardinando-a. Por conseqüência, a casa de José aumentou de preço. Em face do exposto, José, em razão da valorização de sua propriedade, está potencialmente. (a) Sujeito ao pagamento de contribuição de melhoria. (b) Sujeito ao pagamento apenas de IPTU. (c) Sujeito ao pagamento de taxa pela utilização de serviços públicos, específicos e divisíveis. (d) Sujeito ao pagamento de taxa pelo exercício do poder de polícia. (e) Livre da exigência de qualquer outro tributo, pois já é contribuinte do IPTU, e com base na arrecadação desse tributo é que foram feitas as obras. - 15 - Professor Administrador: Omar Chagas do Nascimento – CRA-AM 1.5766RD 15 18.Quando tem por fato gerador uma situação que independe de qualquer atividade estatal específica relativa ao contribuinte, diz-se um "tributo não vinculado". Nesse sentido, é "tributo não vinculado”. (a) A taxa de fiscalização. (b) A contribuição de melhoria. (c) A taxa de limpeza pública. (d) A taxa de melhoramento dos portos. (e) Impostos. 19.Para cobrança das taxas, é necessário que ocorra: (a) A efetiva prestação de serviços públicos. (b) A efetiva disponibilidade de serviços públicos. (c) A efetiva prestação de serviços públicos específicos. (d) A efetiva disponibilidade de serviços públicos divisíveis. (e) A efetiva prestação ou disponibilidade de serviços públicos. JURISPRUDÊNCIA 1. É legítima a tributação de produtos financeiros resultantes de atividades criminosas, nos termos do art. 118, I, CTN. Com esse entendimento, a Turma indeferiu habeas corpus em favor de acusados pela prática do crime de sonegação de imposto de renda sobre rendimentos auferidos com a venda ilícita de cápsulas para emagrecimento compostas de substâncias psicotrópicas. (Informativo STF. HC 77.530-RS. Relator Ministro SEPÚLVEDA PERTENCE). 2. "De feito, a par das três modalidades de tributos (os impostos, as taxas e as contribuições de melhoria) a que se refere o artigo 145 para declarar que são competentes para instituí-los a União, os Estado, o Distrito Federal e os Municípios, os artigos 148 e 149 aludem a duas outras modalidades tributárias, para cuja instituição só a União é competente: o empréstimo compulsório e as contribuições sociais, inclusive as de intervenção no domínio econômico e de interesse das categoria profissionais ou econômicas". RE n.º 146.733-SP. STF. Pleno. Voto de Relator Ministro MOREIRA ALVES. CAPÍTULO 3 - SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL. LIMITAÇÕES DO PODER DE TRIBUTAR (PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS-TRIBUTÁRIOS). 3.1. Introdução Consta que a ordem jurídica pátria é a única possuidora de um sistema tributário constitucional. Tal fato gera inúmeros problemas e considerações, a exemplo das imunidades, tipicamente brasileiros. - 16 - ProfessorAdministrador: Omar Chagas do Nascimento – CRA-AM 1.5766RD 16 As regras e princípios jurídico-tributários consagrados na Carta Magna funcionam como poderosos obstáculos ou limitações ao poder de tributar. Estas restrições, dirigidas ao Estado-Fisco, revelam-se um verdadeiro Estatuto do Contribuinte. São tão relevantes os princípios constitucionais-tributários que a única vez em que o Supremo Tribunal Federal declarou a inconstitucionalidade de uma emenda constitucional foi justamente quando entendeu violados pelo constituinte derivado vetores fundamentais do sistema tributário com sede na Lei Maior. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS Na Constituição há uma Seção denominada - Das Limitações do Poder de Tributar (Art. 150 e seguintes); Os próprios Princípios da Tributação já são considerados limites ao poder de tributar. Vejamos: 3.2. Princípio da legalidade O princípio da legalidade consiste num dos fundamentos do Estado Democrático de Direito. Notável conquista da humanidade, na medida em que suprime da vontade do detentor do poder a fixação da obrigatoriedade das condutas, não poderia deixar de estar presente no universo tributário. Neste sentido, a obrigação do cidadão transferir parte de seu patrimônio para os cofres do Poder Público não pode prescindir da edição da lei competente. Só a lei pode criar (= instituir), majorar (elevar alíquotas ou ampliar a base de cálculo), reduzir ou extinguir tributos. O princípio da legalidade quando visto sob a ótica do conteúdo a ser veiculado pela norma (fato gerador abstrato ou hipótese de incidência, base de cálculo, alíquota e contribuinte lato sensu) também é chamado de princípio da tipicidade. O princípio está positivado no art. 150, inciso I da Constituição Federal e no art. 97, incisos I, II, III e IV do Código Tributário Nacional. Em regra, a lei a ser utilizada é a ordinária. No entanto, em casos expressamente previstos na Constituição Federal exige-se a lei complementar. Segundo a jurisprudência sedimentada do Supremo Tribunal Federal, o Decreto-Lei e a Medida Provisória são instrumentos equivalentes a lei ordinária em matéria tributária. A Constituição Federal de 1988 admite, nos termos e limites da lei, alterações, pelo Poder Executivo, das alíquotas dos seguintes impostos da União (art. 153, §1º): Imposto de Importação – II Imposto de Exportação – IE Imposto sobre Operações Financeiras – IOF Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI Convém registrar que sob a égide da Constituição Federal de 1988 não se admite a delegação de competência para a autoridade administrativa fixar ou definir qualquer dos elementos fundamentais para o nascimento da obrigação tributária (fato gerador abstrato ou hipótese de incidência, base de cálculo, alíquota e contribuinte lato sensu). - 17 - Professor Administrador: Omar Chagas do Nascimento – CRA-AM 1.5766RD 17 Nos termos do art. 150, §6º da Constituição Federal, com redação dada pela Emenda Constitucional n.º 3/93, qualquer subsídio ou isenção, redução de base de cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica, federal, estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou o correspondente tributo ou contribuição. 3.3. Princípio da igualdade ou da isonomia Trata-se de outro princípio com raio de ação superior ao universo tributário, verdadeiro elemento conformador da ordem jurídica como um todo, fixa a premissa de que todos são iguais perante a lei. Segundo SACHA CALMON NAVARRO COÊLHO, "... o princípio da igualdade da tributação impõe ao legislador: (a) discriminar adequadamente os desiguais, na medida de suas desigualdades; (b) não discriminar entre os iguais, que devem ser tratados igualmente". A própria formulação constitucional do princípio, presente no art. 150, inciso II, proíbe qualquer distinção de tratamento tributário em razão de ocupação profissional, função exercida ou denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos. O tributo progressivo (com alíquotas crescentes por faixas de renda, por exemplo) não fere o princípio da isonomia. A igualdade aparece aqui de forma bastante elaborada na proporcionalidade da incidência em função da utilidade marginal da riqueza. Em outras palavras, quanto maior a disponibilidade econômica, maior será a parcela desta com utilizações distantes do essencial e próximas do consumo supérfluo e da poupança. O tratamento isonômico no âmbito tributário precisa ser considerado em articulação com o Princípio da capacidade contributiva, apesar que não existe uniformidade quanto ao entendimento acerca da capacidade contributiva consagrado no art. 145, §1º da Constituição Federal ("capacidade econômica do contribuinte"). Por definição, seria a possibilidade econômica de pagar tributos. 3.4. Princípio da irretroatividade Um ambiente onde impere a segurança jurídica exige a presença do princípio da irretroatividade da lei. Não seria civilizado, razoável ou aceitável a aplicação da lei a fatos ou situações passadas. Neste sentido, a retroatividade, salvo quando meramente interpretativa ou benéfica, possui o status de princípio geral de direito. A irretroatividade tributária, consignada no art. 150, inciso III, alínea "a" da Constituição Federal, veda a cobrança de tributos "em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado". Afinal, seria absurdo instituir ou aumentar um tributo hoje e exigi-lo, segundo a lei de hoje, para fato (gerador) ocorrido ontem. O princípio-garantia em foco também não pode ser contornado com a fixação do início da vigência da lei em data anterior à sua publicação. - 18 - Professor Administrador: Omar Chagas do Nascimento – CRA-AM 1.5766RD 18 As ressalvas ao princípio geral da irretroatividade também valem no campo tributário. A mera interpretação pode ser aplicada ao passado, assim como, a redução de penalidade (multa), porque benéfica, pode retroagir. Mesmo a exoneração tributária pode atingir o passado (exemplo: a Lei Complementar n.º 85, de 15 de fevereiro de 1996, instituiu isenções da COFINS e expressamente fixou a retroatividade de seus efeitos a partir de 1º de abril de 1992). 3.5. Princípio da anterioridade Entende-se por princípio da não-surpresa do contribuinte a adoção de uma técnica que permita o conhecimento antecipado da instituição ou aumento de tributos. Assim, o sujeito passivo poderia realizar um planejamento adequado de suas atividades econômicas levando em conta os ônus tributários a serem experimentados no futuro. Entre as várias fórmulas imaginadas para concretizar o princípio da não- surpresa, encontramos: a) A observância do princípio da anterioridade. Neste caso, a lei que institui ou aumenta tributo deve ser publicada num exercício para que a cobrança se dê no exercício seguinte. A Constituição Federal de 1988 contempla expressamente este critério no art. 150, inciso IV. Na prática, trata-se de uma garantia muito tênue. Nada impede que ocorra a publicação da lei que aumenta o tributo no dia 31 de dezembro e a cobrança já afete o dia 1º de janeiro do dia, e exercício, seguinte. Segundo o art. 34 da Lei n.º 4.320, de 31 de dezembro de 1964, o exercício financeiro coincide com o ano civil. b) A consideração de um prazo entre a publicação da lei que institui ou aumenta o tributo e a data dos efeitos da medida. Atualmente, temos a existência deste tipo de prazo, na extensão de 90 (noventa) dias, para as contribuições de seguridade social, por força do art. 195, §5º da Constituição Federal. Em algumas oportunidades o Supremo Tribunal Federal se referiu ao prazo nonagesimal como princípio da anterioridade mitigada. Assim, podemos concluir que a ordem constitucional vigente não agasalha oprincípio da anualidade, e sim, o da anterioridade, como regra de não-surpresa do contribuinte. Podemos, ainda, contabilizar as seguintes exceções ao critério da anterioridade: II, IE e IPI Impostos Extraordinários (art. 154, II da CF) Empréstimos Compulsórios (os do inciso I do art. 148 da CF)(1) Contribuições para a Seguridade Social (art. 195, §6º da CF) Nota: (1) A Constituição Federal não prevê expressamente esta exceção. Os tributaristas, praticamente de forma unânime, vêem a exceção na forma como foi redigido o art. 148, especialmente, o inciso II. - 19 - Professor Administrador: Omar Chagas do Nascimento – CRA-AM 1.5766RD 19 3.6. Princípio do não-confisco Trata-se de um princípio de difícil configuração jurídica, a exemplo do princípio da moralidade administrativa. É certo, no entanto, sua pretensão de evitar o tributo excessivamente oneroso, o tributo utilizado para destruir sua própria fonte ou para absorver, total ou quase totalmente, a propriedade ou a renda. O que resta a ser fixado, aqui residindo a sede das dificuldades, é o limite do tolerável, do razoável. Neste ponto, somente o exercício doutrinário e jurisprudencial, atento aos casos concretos e a evolução legislativa, poderá firmar parâmetros mais precisos e operacionais para o disposto no art. 150, inciso IV da Lei Maior. Parte ponderável da doutrina tributária afirma que a proibição dirige-se a cada tributo (gênero) e, também, a carga tributária (conjunto dos tributos incidentes sobre determinado contribuinte). Por outro lado, o Supremo Tribunal Federal já decidiu em algumas oportunidades pela aplicação do princípio às multas ou penalidades tributárias. 3.7. Princípio da liberdade de tráfego O princípio tratado no art. 150, inciso V da Constituição Federal veda a fixação pelo legislador de limitações ao tráfego de pessoas ou mercadorias por meio de tributos interestaduais ou intermunicipais. Segundo HUGO DE BRITO MACHADO, "isto não significa devam ser as operações interestaduais imunes a qualquer tributação. O que não pode haver é agravamento do ônus tributário pelo fato de ser interestadual, ou intermunicipal, a operação". A Constituição Federal, ainda no art. 150, inciso V, ressalvou expressamente a possibilidade de cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder Público. 3.8. Princípio da competência tributária Positivado no art. 150, §6º e no art. 151, inciso III da Lei Maior impõe o afastamento de terceiros no exercício da competência tributária. Assim, cada ente estatal, por sua Casa Legislativa, exercitará a competência tributária prevista na Constituição. A instituição ou criação do tributo pressupõe a existência de autorização constitucional para tanto, denominada competência tributária. Nos termos dos arts. 6º, 7º e 8º do CTN temos as seguintes premissas quanto ao assunto, que geram eventualmente, "conflitos de competência": (1) a atribuição constitucional de competência tributária compreende a competência legislativa plena; (2) não interfere na competência legislativa a distribuição da receita do tributo a outras pessoas jurídicas de direito público; - 20 - Professor Administrador: Omar Chagas do Nascimento – CRA-AM 1.5766RD 20 (3) a competência tributária (faculdade de legislar) é indelegável; (4) as atribuições de arrecadação, fiscalização e execução de leis, serviços, atos ou decisões administrativas podem ser delegadas; (5) o não-exercício da competência tributária não a transfere a outra pessoa jurídica de direito público. 3.9. Imunidades As imunidades são vedações ou proibições jurídicas absolutas, porque veiculadas pela lei de maior força e importância do ordenamento jurídico: a Constituição. São inúmeras as imunidades presentes na Lei Maior, a exemplo da parlamentar, da penal e da diplomática. No tocante às imunidades tributárias, temos uma ordem absoluta dirigida ao legislador do tributo para não inserir na mecânica, e no raio de abrangência da tributação, as pessoas ou bens imunizados. Neste sentido, são limitações ao exercício da competência tributária (poder de tributar). Curiosamente, o constituinte não se utilizou da palavra "imunidade", ou da expressão "imunidade tributária", para instituí-las especificamente. Para tanto, foram utilizadas as mais diversas fórmulas lingüísticas ("é vedado ... instituir impostos", "não incidirá", "independentemente do pagamento", "são isentas", entre outras). A preservação de certos valores, especialmente caros ao convívio social, é o fundamento das imunidades, inclusive tributárias. Com efeito, não interessou ao constituinte, galvanizando importante anseio social, dificultar ou onerar certas atividades ou pessoas, dado o relevante papel desempenhado pelas mesmas. No campo tributário, as imunidades estão concentradas no art. 150, inciso VI da Constituição Federal. Ali, podemos encontrar: a) imunidade recíproca (alínea "a" e §§ 2º e 3º). Vedação dos entes estatais instituírem impostos sobre o patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros. A proibição é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes. A imunidade em tela não se aplica ao patrimônio, à renda e aos serviços relacionados com exploração de atividade econômica reguladas pelo direito privado, em que haja contraprestação ou pagamento de preços ou tarifas pelo usuário e nem exonera o promitente comprador da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel; b) imunidade religiosa (alínea "b" e § 4º). Vedação dos entes estatais instituírem impostos sobre o patrimônio, a renda e os serviços relacionados com as finalidades essenciais das entidades mantenedoras de templos de qualquer culto; c) imunidade prevista na alínea "c" (e § 4º). Vedação dos entes estatais instituírem impostos sobre o patrimônio, renda ou serviços relacionados com as finalidades essenciais dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; - 21 - Professor Administrador: Omar Chagas do Nascimento – CRA-AM 1.5766RD 21 d) imunidade cultural (alínea "d"). Vedação dos entes estatais instituírem impostos sobre livros, jornais, periódicos e o papel destinado a impressão destes. O conjunto de imunidades tratadas nas alíneas do art. 150, inciso VI da Constituição Federal atinge, como destacado, somente os impostos, e não, as demais modalidades de tributos. Assim, por exemplo, a União está obrigada a recolher as taxas municipais. Existem outras dispersas no Texto Maior. As imunidades têm sido objeto de acesas polêmicas doutrinárias e jurisprudenciais. Não raro, o Supremo Tribunal Federal decide problemas envolvendo o instituto por seis votos a cinco. Num esforço de sistematização do complexo tema, à luz da jurisprudência recente do próprio STF, podemos afirmar que: a) o instituto exige uma interpretação ampla, generosa, mas não ilimitada; b) em princípio, os limites das imunidades tributárias devem ser buscados na extensão das fórmulas lingüísticas utilizadas pelo constituinte; c) a vinculação às finalidades essenciais não afasta a possibilidade de, no campo da imunidade, serem desempenhadas atividades não típicas das entidades como fonte de recursos para a manutenção e desenvolvimento das atividades específicas; d) os requisitos para constituição e funcionamento das entidades imunes devem ser tratados por lei ordinária; e) as limitações ao poder de tributar devem ser tratadas por lei complementar; f) a prova da relação entre o patrimônio e a finalidade essencial cabe à entidade que se diz imune, e não, ao Fisco. Devemos diferenciar a imunidade da ISENÇÃO:é a expressa, deliberalidade e taxativa omissão, pelo ente público que tem competência para instaurar (criar) determinado tributo, mas que o fazendo, renuncia, em razão de circunstância de ordem social político econômico de cobrá-lo quanto a fatos, atos ou pessoas. (ex. guerra fiscal). No caso da isenção, existe o imposto, ocorre o fato gerador, mas não dá origem à obrigação tributária, porque não será cobrado o tributo em virtude de lei aditiva. Haverá a INCIDÊNCIA do imposto, quando o acontecimento material , conjugar rigorosamente com o fato gerador da obrigação tributária e consequentemente fazer surgir a obrigação tributária, isto é, a lei cria o tributo e com o fato gerador nasce a obrigação tributária. Com o lançamento vem o crédito, em seguida a extinção deste, percorrendo assim, o que chamamos de "caminho jurídico do tributo". Quando não ocorre o fato gerador estamos diante da NÃO INCIDÊNCIA do imposto, ou seja, o acontecimento material não possui elementos que conjuguem com o fato gerador do imposto, estipulado na legislação tributária. Ex.: é o fato gerador do ICMS a saída da mercadoria do estabelecimento. Ora, se a mercadoria não saiu do estabelecimento, estamos diante da NÃO INCIDÊNCIA do imposto. - 22 - Professor Administrador: Omar Chagas do Nascimento – CRA-AM 1.5766RD 22 TESTES 1. O princípio da anterioridade da lei aplica-se (a) Aos impostos sobre o comércio exterior. (b) Às contribuições para seguridade social. (c) Aos impostos sobre a produção e circulação. (d) Ao empréstimo compulsório, instituído para atender a despesas extraordinárias decorrentes de calamidade pública. (e) Aos impostos sobre o patrimônio e a renda. 2. Sobre o sistema de repartição de competências impositivas estabelecido pela Constituição de 1988, é incorreto afirmar que: (a) A regra geral, quanto aos impostos, é a atribuição de competências privativas às pessoas políticas da federação brasileira, sendo os caso de bitributação expressamente previstos no texto constitucional. (b) Em atenção ao princípio federativo, a competência impositiva coincide exatamente com o poder de exonerar, não havendo espaço para isenções heterônomas no ordenamento jurídico nacional. (c) A atribuição de competência comum a todos os entes políticos para instituição de tributos vinculados não causa conflitos de competência, pois seu exercício submete-se à observância das regras de competência administrativa para a realização de serviços ou para o exercício de atos de polícia, no caso das taxas, bem como à verificação da pessoa pública realizadora da obra benéfica, em se tratando de contribuição de melhoria (d) a União, além dos impostos que a Constituição lhe atribui de forma expressa, pode instituir quaisquer outros, desde que o faça por lei complementar, atenda aos princípios da não-cumulatividade e da anterioridade e não invada a competência impositiva dos Estados e Municípios. (e) em caso de guerra externa ou sua iminência, a União pode instituir outros impostos além dos que lhe atribui a Constituição, compreendidos ou não em sua competência impositiva, afastado o requisito da anterioridade. 3. Prédio de propriedade da União não pode ser submetido à incidência do imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana, por força do princípio constitucional da: (a) imunidade tributária objetiva. (b) isenção tributária. (c) imunidade tributária recíproca. (d) não diferenciação tributária. (e) isonomia tributária. - 23 - Professor Administrador: Omar Chagas do Nascimento – CRA-AM 1.5766RD 23 4.O Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, pode alterar as alíquotas dos seguintes tributos: (a) IR, IPI, II e IE. (b) ITR, IOF, II e IE. (c) IOF, IPI, II e IE. (d) II, IE, ICMS e ISS. (e) empréstimo compulsório, II, IE e IPI. 5. Para a cobrança de taxas, não se poderá(ão) utilizar: (a) alíquotas que serviram para a incidência de impostos. (b) base de cálculo, seja qual for o tipo de serviço público prestado. (c) alíquotas, seja qual for o exercício de poder de polícia manifestado. (d) denominação que serviu para identificação de outras taxas. (e) base de cálculo que tenha servido para a incidência de impostos. 6. A chamada imunidade recíproca, que beneficia a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, não impede que uma dessas pessoas de direito público interno lance sobre as outras: (a) todos os tributos de sua competência, excetuadas as taxas. (b) taxas e contribuições de melhoria. (c) impostos sobre a renda, patrimônio, produção e circulação. (d) impostos sobre os serviços, produção e circulação e comércio exterior. (e) importação, IPI, exportação e IOF. 7. O favor fiscal que, estabelecido em lei do poder tributante competente, dispensa o Contribuinte do pagamento do tributo devido é: (a) imunidade (b) isonomia (c) moratória (d) prescrição (e) isenção JURISPRUDÊNCIA Em se tratando de norma constitucional relativa às imunidades tributárias genéricas, admite-se a interpretação ampla, de modo a transparecerem os princípios e postulados nela consagrado. O livro, como objeto da imunidade tributária, não é apenas o produto acabado, mas o conjunto de serviços que o realiza, desde a redação, até a revisão de obra, sem restrição dos valores que o formam e que a Constituição protege. (RE n.º 102.141-RJ. Relator Ministro CARLOS MADEIRA.. - 24 - Professor Administrador: Omar Chagas do Nascimento – CRA-AM 1.5766RD 24 CAPÍTULO 4 - IMPOSTOS DA UNIÃO, DOS ESTADOS, DO DISTRITO FEDERAL E DOS MUNICÍPIOS (Impostos próprios e transferências intergovernamentais) O Texto Constitucional, em seus artigos 153 a 156, estabelece os impostos privativos de cada ente estatal componente da Federação brasileira. Traça, em relação a vários deles, uma série de características a serem observadas pelo legislador da regra-matriz de incidência. Atualmente, para o perfeito conhecimento daquelas exações impõe-se considerar a edição da Emenda Constitucional n.º 3. Este diploma realizou significativas modificações nos tributos, sobretudo impostos, do Sistema Tributário Nacional. 4.1. Impostos da União II - exceção à anterioridade e à legalidade (alíquotas). IE - exceção à anterioridade e à legalidade (alíquotas). IR - critérios: generalidade, universalidade e progressividade; - imunidade (ou isenção) dos aposentados e pensionistas. IPI - exceção à anterioridade e à legalidade (alíquotas); - seletivo (em função da essencialidade do produto); - não-cumulativo*; - imunidade dos produtos industrializados destinados ao exterior. IOF ou ISOF - exceção à anterioridade e à legalidade (alíquotas); - único imposto incidente sobre o ouro como ativo financeiro ou instrumento cambial com a alíquota mínima de 1%. ITR - alíquotas de forma a desestimular as propriedades improdutivas; - imunidade das pequenas glebas rurais. Grandes fortunas - lei complementar. Residuais - lei complementar; - não-cumulativos*; - não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos impostos já discriminados. Extraordinários - iminência ou caso de guerra externa; - compreendidos ou não em sua competência; - gradativamente suprimidos; - exceção à anterioridade. * “Em uma empresa industrial , por exemplo, isto significa dizer o seguinte: a) Faz-se o registro, como crédito, do valor do IPI relativo às entradas de matérias- primas, produtos intermediários, materiais de embalagem, e outros insumos, que tenham sofrido a incidência do imposto ao saírem do estabelecimento de onde vieram; b) Faz-se o registro, como débito, do valor do IPI calculado sobre os produtos que saírem. No finaldo mês é feita a apuração. Se o débito é maior, o saldo devedor corresponde ao valor a ser recolhido. Se o crédito é maior, o saldo credor é transferido para o mês seguinte.” - 25 - Professor Administrador: Omar Chagas do Nascimento – CRA-AM 1.5766RD 25 4.2. Impostos dos Estados e do Distrito Federal ITBD (1) - compete ao Estado da situação do bem imóvel ou respectivos direitos; - compete ao Estado onde se processar o arrolamento ou inventário de bens móveis, títulos e créditos; - compete ao Estado onde tiver domicílio o doador de bens móveis, título e créditos; - lei complementar: i) doador com domicílio ou residência no exterior; ii) de cujus (2) com bens, residência, domicílio ou processamento do inventário no exterior; - alíquotas máximas fixadas pelo Senado Federal. ICMS - não-cumulativo; IPVA (1) causa mortis = em razão da morte; (2) de cujus = morto - A sigla ICMS abrange, pelo menos, cinco impostos diferentes: a) sobre operações mercantis; b) sobre serviços de transporte interestadual e intermunicipal; c) sobre serviços de comunicação; d) sobre lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos e energia elétrica; e) sobre minerais. O primeiro, de longe, é o economicamente mais importante. Operações relativas à circulação = atos ou negócios que impliquem mudança da posse ou da propriedade de mercadorias; mercadorias = coisas móveis destinadas ao comércio; alíquota interna (maior) = o adquirente em outro Estado não é “comerciante”; alíquota interestadual (menor) = o adquirente em outro Estado é “comerciante” (pagará ao Estado de sua sede a diferença respectiva). 4.3. Impostos dos Municípios IPTU - poderá ser progressivo de forma a assegurar o cumprimento da função social da propriedade. ITBI (1) - imunidades: i) na transmissão de bens e direitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital; ii) na transmissão de bens ou direitos decorrente de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica; - não abrangida pela imunidade: i) na transmissão de bens ou direitos decorrente de fusão, incorporação, cisão ou extinção, quando a atividade preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil. - compete ao Município da situação do bem. - 26 - Professor Administrador: Omar Chagas do Nascimento – CRA-AM 1.5766RD 26 ISS - os serviços serão definidos em lei complementar; - lei complementar fixará as alíquotas máximas; - lei complementar excluirá da incidência do ISS as exportações de serviços para o exterior. (1) inter vivos = entre vivos 4.4. Legislação Tributária (Art. 96 do CTN) a. Hierarquia Constituição Federal Arts. 145 a 156; ADCT - Art. 34 Emendas à Constituição Art. 60 da CF Leis Complementares (1) Art. 69 da CF Tratados e Convenções Internacionais Art. 98 do CTN Resoluções do Senado Federal (2) Leis Ordinárias, Delegadas, Medidas Provisórias, Decretos-lei e Decretos Legislativos Art. 97 do CTN; Arts. 49, inciso I, 62 e 68 da CF Decretos Art. 99 do CTN Atos Normativos Art. 100 do CTN Decisões com efeito normativo Art. 100 do CTN Práticas reiteradas Art. 100 do CTN Convênios Art. 100 do CTN b. Leis Complementares Tributárias: Art. 146, caput Exige uma lei complementar de normas gerais do Sistema Tributário. A Lei n.º 5.172/66, embora editada como lei ordinária, é reconhecida como o CTN, com status de lei complementar (princípio ou teoria da recepção). Art. 148, caput Empréstimo Compulsório (instituição) Art. 153, inciso VII Imposto sobre grandes fortunas (instituição) Art. 154, inciso I Impostos residuais (instituição) Art. 155, § 1º, inciso III ITBD (doador com residência ou domicílio no exterior e de cujus com bens, residência, domicílio ou inventário no exterior) Art. 155, § 2º, inciso X, alínea a ICMS (definição de semi-elaborados) Art. 155, § 2º, inciso XII ICMS (disciplina do tributo) Art. 156, inciso III ISS (definição de serviços) Art. 156, § 3º ISS (alíquotas máximas e isenções em exportações de - 27 - Professor Administrador: Omar Chagas do Nascimento – CRA-AM 1.5766RD 27 serviços para o exterior) Art. 195, § 4º Outras Contribuições para a Seguridade Social (instituição) c) Resoluções Tributárias do Senado Federal: Art. 155, §1º, inciso IV ITBD (alíquotas máximas) Art. 155, § 2º, inciso IV ICMS (alíquotas interestaduais e de exportação) Art. 155, § 2º, inciso V ICMS (alíquotas mínimas nas operações internas e alíquotas máximas para resolver conflito) 4.5 AS TRANSFERÊNCIAS INTERGOVERNAMENTAIS A Constituição de 1988 em seus artigos 153 a 162 estabelece a competência tributária das entidades federadas e repartição das respectivas receitas. A repartição das receitas, ou transferências intergovernamentais constitucionais previstas nos artigos 157, 158 e 159 da Constituição é o repasse pelo ente federado competente da parcela da receita pertencente a outra unidade federada, se constituindo portanto na partilha da receita tributária. Após a arrecadação e formação do bolo, as transferências (distribuição) da União para os Estados e Distrito Federal são as seguintes: a) 21,50% da arrecadação do Imposto de Renda e do Imposto sobre Produtos Industrializados (CF artigo 159, I, a), compreendendo estes recursos o Fundo de Participação dos Estados (FPE); 10% da arrecadação do IPI é destinado aos Estados exportadores, proporcionalmente às suas exportações de produtos industrializados, através do Fundo do IPI - exportação; 30% da arrecadação do Imposto sobre Operações Financeiras referente ao ouro (IOF- ouro) ; 50% da arrecadação do Imposto Territorial Rural. A Lei Complementar 62 de 28 de dezembro de 1989 estabelece os coeficientes individuais de cada Estado, estipulando uma divisão do FPE por região geográfica. Assim, 85% do FPE é destinado aos Estados das regiões norte, nordeste e centro-oeste, e 15% do fundo é destinado aos Estados situados nas regiões sul e sudeste. Ainda, do mesmo montante da União, as transferências intergovernamentais para os Municípios são as seguintes: a) 22,5% da arrecadação dos Impostos de Renda (IR) e Impostos sobre Produtos Industrializados (IPI) formando o Fundo de Participação dos Municípios (FPM) ; b) 70% da arrecadação do Imposto sobre Operações Financeiras referente ao ouro (IOF- ouro) e 50% da arrecadação do Imposto Territorial Rural(ITR). Os coeficientes individuais de cada Município são estabelecidos pelo Tribunal de Contas da União (TCU), que toma como parâmetros a população, com base no Censo Demográfico levantado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o estabelecido no Decreto Lei nº 1881 de 27 de agosto de 1981. A divisão do FPM entre os vários Estados obedece a seguinte proporção: 35,3% para os Municípios da região nordeste; 31,2% para os municípios da regue sudeste e 33,5% destinados aos municípios das regiões norte, centro-oeste e sul. - 28 - Professor Administrador: Omar Chagas do Nascimento – CRA-AM 1.5766RD 28 Verifica-se que do montante liquido da arrecadação do imposto de renda e do Imposto de Produtos Industrializados a União retém 56%. Nos caso dos impostos sobre Operações Financeiras relativa ao ouro e do ITR a União arrecada e transfere a totalidade da receita tributária, para Estados e Municípios. As transferências constitucionais dos Estados para os Municípios, são os seguintes: a) 25% da arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS); b) 50% da arrecadação do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) e 25% da transferência que o Estado receber referente ao IPI - exportação.O Imposto de Renda Retido na Fonte dos funcionários públicos dos Estados, Distrito Federal e dos Municípios pertence a cada ente federado. Há um tipo novo de repasse da União para os Estados e Distrito Federal, que iniciou-se em 1996, com a edição da Lei Complementar 87/96. Trata-se de um ressarcimento pela desoneração do ICMS nas exportações para o exterior de produtos semi-elaborados e de produtos primários, uma vez que os produtos industrializados já gozavam de imunidade constitucional. Esse ressarcimento é criticado pelos economistas porque uma boa técnica de comércio exterior é não se exportar tributos, ao contrário, os produtos destinados à exportação têm mesmo que ser desonerados para qualquer competitividade no acirrado mercado internacional. A exceção é quando se usa o Imposto sobre Exportação como mecanismo de política econômica para desestimular a exportação de produtos que vão fazer falta no mercado interno. A Entidade Pública recebe sua cota, somam-se a estas os recursos próprios, monta o bolo e em seguida divide as verbas a fim de atender os fins perseguidos pelo Poder Público, entre outros: manutenção da ordem, prestação de serviços públicos, realização de ações sociais nos campos da saúde, educação. Todo o montante adquirido pela Entidade Pública é dividido para os vários setores, apenas como exemplificação vamos citar a repartição das verbas municipais utilizadas para atender a área de ensino público. O Art. 212 da atual Constituição Federal determina que 25% dos impostos do município, incluindo as transferências recebidas da União e do estado, devem ser destinados à Manutenção e Desenvolvimento do Ensino (M.D.E.). Desta forma, para atender o preceito constitucional, entendemos que o município deverá calcular 25% dos seguintes tributos e transferências: IPTU, ISSQN, ITBI, IPVA, ITR, IRRF, ICMS, IPI Exp, FPM, IOF/ouro e receitas da Dívida Ativa de Impostos. CAPÍTULO 5 - O "CAMINHO JURÍDICO DO TRIBUTO". FATO GERADOR E OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA. A partir de agora estamos dando mais um passo no "caminho jurídico do tributo": a Lei cria o Tributo; com a ocorrência do Fato Gerador, nasce a Obrigação Tributária e por meio do Lançamento se constitui o Crédito que se extingue por diversos meios. O Código faz distinção entre a obrigação e o crédito. O Art. 139 do - 29 - Professor Administrador: Omar Chagas do Nascimento – CRA-AM 1.5766RD 29 CTN diz que o Crédito decorre da obrigação principal e, apenas surge, com o lançamento efetuado pela autoridade administrativa. É o que chamamos de "relação de dependência", por ex., o crédito depende da obrigação/a obrigação não depende do crédito e o crédito só surge com o lançamento. 5.1 Obrigação Tributária e Fato Gerador (1) 2) (3) HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA >>> FATO GERADOR >>> OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA Suj. Ativo >><< Suj. Passivo (4) ! (5) Objeto (6) Lei (7) (1) Descrição legal de um fato, ou seja, simples previsão na lei. (2) É o fato jurídico formado pela incidência da norma (lei tributária) sobre o fato efetivamente existente no mundo físico. Faz nascer, como eficácia jurídica própria, a obrigação tributária (principal ou acessória). Podemos resumir da seguinte forma: é um acontecimento no mundo físico que, se descrito na lei (hipótese de incidência), leva você a pagar um tributo. (3) "Liame abstrato pelo qual uma pessoa, denominada Sujeito Ativo; O Estado, ou quem lhe fizer as vezes, fica cometida do direito, de exigir de outro sujeito, nomeado Sujeito Passivo, designado comumente de contribuinte, uma prestação de índole tributária". Para melhor entender, a Obrigação Tributária é um vínculo abstrato (relação jurídica), nascido no exato instante da ocorrência do fato gerador, comportando um dever e um direito em torno de um objeto (prestação pecuniária/tributo). Podendo ser: Obrigação Tributária Principal (de dar) Tem por objeto o pagamento de tributo “ou penalidade pecuniária”. Obrigação Tributária Acessória (de fazer ou não-fazer) Tem por objeto prestações positivas ou negativas no interesse da arrecadação e/ou fiscalização. Decorre da legislação tributária - art. 96 do CTN.( Para viabilizar a arrecadação e/ou fiscalização) - O descumprimento de obrigação acessória gera uma principal, no tocante a multa. (4) É a pessoa jurídica de direito público ou de direito privado ou mesmo pessoa física titular do direito subjetivo de exigir a prestação pecuniária (tributo) ou a prestação não-pecuniária . (5) Pessoa física ou jurídica, privada ou pública, de quem se exige o cumprimento da prestação pecuniária (tributo) ou a prestação não-pecuniária. - 30 - Professor Administrador: Omar Chagas do Nascimento – CRA-AM 1.5766RD 30 - Sujeito passivo da Obrigação Principal: Contribuint e Relação pessoal e direta com a situação que constitua o fato gerador. Responsáv el Sem ser contribuinte, sua obrigação decorre de disposição expressa de lei. - As convenções particulares, salvo disposição de lei em contrário, não podem ser oposta ao Fisco para modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias. (6) Tributo e/ou “penalidade pecuniária” ou prestações não-pecuniárias positivas ou negativas. (7) Princípio da legalidade, sem a lei é impossível surgir a obrigação tributária. Logo, concluímos que Lei e Fato Gerador são as fontes da Obrigação Tributária. CAPÍTULO 6 - SUJEIÇÃO PASSIVA - SOLIDARIEDADE, CAPACIDADE TRIBUTÁRIA, DOMICÍLIO TRIBUTÁRIO E RESPONSABILIDADES SUJEITO PASSIVO DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA Art. 121 do Código Tributário Nacional: Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária. Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação tributária diz-se: I - contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato gerador; II - responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição expressa de lei. Exemplos de sujeito passivo 1. Contribuinte: aquele que realiza ou tem proveito econômico com o fato gerador Ex.: comerciante que vende a mercadoria A realiza o fato gerador e A deve pagar o tributo. 2. Responsável: aquele que recebe o dever de pagar o tributo antes atribuído ao contribuinte, o qual, por motivos diversos, não pode ou não deve satisfazer a prestação. - 31 - Professor Administrador: Omar Chagas do Nascimento – CRA-AM 1.5766RD 31 Ex.: espólio em relação ao de cujus A realiza o fato gerador e A deve pagar o tributo, mas se ocorrer o fato X, então B deve pagar o tributo. 6.1. Solidariedade no Código Civil (Art. 896 parág. único) é a ocorrência de mais de um credor, ou mais de um devedor, na mesma relação obrigacional, cada qual com direito ou obrigado à dívida toda. Portanto no Direito Civil a solidariedade é ativa ou passiva, o que não ocorre no Direito Tributário. Neste só existe solidariedade passiva. Segundo o Art. 124 do CTN,a solidariedade tributária (passiva) ocorre quando: a) as pessoas tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da Obrig. principal; b) as pessoas sejam expressamente designadas por lei - A solidariedade tributária (passiva) não comporta benefício de ordem (direito à observância de uma ordem quanto à execução). As dívidas tributárias, quando exista mais de um sujeito passivo, podem ser cobradas, em regra, de qualquer deles, indistintamente. Efeitos da solidariedade, salvo disposição de lei em contrário: a) o pagamento efetuado por um dos obrigados aproveita aos demais; b) a isenção ou remissão de crédito exonera todos os obrigados, salvo se outorgada pessoalmente a um deles, subsistindo, a solidariedade pelo saldo; c) a interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos obrigados, favorece ou prejudica os demais. 6.2. Capacidade Tributária (passiva) é a possibilidade de figurar como sujeito passivo da obrigação tributária mesmo que haja: a) incapacidade civil; b) medidas que importem privação ou limitação do exercício de atividades ou da administração de seus bens ou negócios; c) irregularidade na constituição de pessoa jurídica. - As razões práticas que justificam essas regras (art. 126 do Código Tributário Nacional) sobre a capacidade tributária passiva são evidentes. Não fosse assim, muita gente alegaria incapacidade jurídica, decorrente de menoridade, desenvolvimento mental incompleto ou retardado, entre outros. Ou as pessoas jurídicas alegariam falta de arquivamento de seus atos constitutivos no Registro do Comércio, ou uma irregularidade qualquer, para fugirem às obrigações tributárias. (...) Ocorre que a vontade é irrelevante na formação do vínculo obrigacional tributário.” Capacidade tributária (ativa ou passiva) é a aptidão para figurar como sujeito na relação jurídico-tributária, portanto, titularizar direitos ou obrigações tributárias. - 32 - Professor Administrador: Omar Chagas do Nascimento – CRA-AM 1.5766RD 32 CAPACIDADE TRIBUTÁRIA X CAPACIDADE CIVIL No Direito Civil, conforme preceitua o Art. 5º do Código Civil, são absolutamente incapazes de exercer pessoalmente aos atos da vida civil: os menores de 16 anos: os loucos de todo o gênero: os surdos-mudos, que não puderem exprimir a sua vontade: e os ausentes, declarados tais por ato do juiz. São relativamente incapazes a certos atos ou à maneira de exercer: os maiores de 16 anos e menores de 21 anos: os pródigos e os silvícolas (Art 6º do Código Civil). Assim, em Direito Civil leva-se muito em consideração a capacidade, a vontade, a intenção etc... o que não ocorre em matéria tributária. Conforme preceitua o Art. 126 do CTN, a ocupação do pólo passivo da obrigação tributária independe da capacidade civil, de impedimento legal ou, no caso da pessoa jurídica, do fato de não estar regularmente constituída. Também não poderia ser de outra forma. A autonomia da capacidade tributária em relação à civil é patente. Nada como um exemplo para explicar: Para os efeitos tributários, o fato de uma pessoa ser incapaz, relativa ou absolutamente (louco, menor, surdo, silvícola etc.), possuindo rendas porque recebe de herança bens, não impede que estas sejam tributadas pelo Imposto de Renda. No caso da privação, limitação de determinadas atividades, o médico, advogado etc... impedido de exercer as actividades, que mesmo assim as exerceu, tendo recebido honorários, deve ter o seu rendimento tributado pelo Imposto de Renda. Também sobre atividade ilícita, ilegal, imoral etc... como no caso de contrabando sobre os produtos apreendidos deve incidir ICMS, IPI Imposto de Importação etc. ou, ainda, no caso de rendimentos de prostituição, lenocínio etc, incidirá necessariamente. Imposto de Renda. Para concluir, como já dissemos, o fato de a mesma pessoa jurídica não estar regularmente constituída, isto é, sem inscrição nas repartições competentes na Junta Comercial etc..., não a desobriga do cumprimento da obrigação tributária. Assim, alguém que começa a vender, em sua casa regularmente, carros usados, passará a ser contribuinte do ICMS. Nem poderia ser de outra forma, visto que, se em virtude da falta de regularização desobrigasse alguém de pagar tributo, ninguém regulariza o seu estabelecimento. A falta de regularização constitui, isto sim, descumprimento da obrigação acessória passível de autuação e aplicação de penalidade prevista em lei. 6.3. Domicílio Tributário é o lugar em que a pessoa física ou jurídica estabelece o centro de suas atividades habituais. Todas as comunicações e procedimentos fiscais serão dirigidos àquele lugar. É de suma importância a determinação domicilio tributário, pois, na maioria dos casos, é o lugar competente para cobranças, fiscalização, execução etc.. Em princípio o contribuinte pode escolher o seu domicilio tributário, qual seja, o lugar onde manterá suas relações com o fisco. Mas o CTN estabelece regras que limitam essa liberdade de escolha, e estipula também regras aplicáveis na hipótese do sujeito passivo não usar sua faculdade de escolher. Veja o que diz o Código Tributário Nacional: - 33 - Professor Administrador: Omar Chagas do Nascimento – CRA-AM 1.5766RD 33 a) existem tributos cuja legislação específica exclui ou restringe a faculdade de escolha, pelo sujeito passivo, de seu domicílio tributário; b) nos demais tributos, vigora a liberdade de escolha; c) a liberdade de escolha não pode ser usada para impedir ou dificultar a arrecadação ou a fiscalização do tributo, pois neste caso poderá ser recusado o domicílio escolhido; d) ocorrendo essa recusa, o domicílio tributário será o do lugar da situação dos bens ou da ocorrência dos atos ou fatos que deram origem à obrigação. e) na falta de escolha , o domicílio deve ser: - para pessoas físicas ou naturais: residência habitual ou centro habitual das atividades (incerta ou desconhecida a residência) - para pessoas jurídicas de direito privado e firmas individuais: lugar da sede ou de cada estabelecimento (em relação aos atos ou fatos que derem origem à obrigação) - para pessoas jurídicas de direito público: qualquer das repartições, no território da entidade tributante Responsabilidade Tributária (Responsabilidade dos sucessores/de terceiros e por infração) - Responsabilidade, em sentido amplo, é a submissão de determinada pessoa, contribuinte ou não, ao direito do fisco de exigir a prestação da obrigação tributária (Exemplos: arts. 123, 128, 136 e 138 do CTN). - Responsabilidade, em sentido estrito, é a submissão, em virtude de disposição de legal expressa, de determinada pessoa que não é contribuinte, mas está vinculada ao fato gerador da obrigação tributária, ao direito do fisco de exigir a prestação respectiva (Exemplo: art. 121, inciso II do CTN). - Características básicas da figura do responsável: a) sujeito passivo da relação tributária por expressa determinação legal; b) não possui relação pessoal e direta com o fato gerador (não é contribuinte); c) possui uma relação ou vinculação (não pessoal e direta) com o fato gerador; d) pode liberar o contribuinte da obrigação tributária, pode manter a responsabilidade do contribuinte em caráter supletivo, pode ser total ou parcial 1. Responsabilidade dos Sucessores - São pessoalmente responsáveis pelos tributos devidos: a) adquirente (relativamente aos bens adquiridos); (1) b) remitente (relativamente aos bens remidos); (2) c) sucessor a qualquer título (pelo de cujus até a data da partilha); (3) d) cônjuge meeiro (pelo de cujus até a data da adjudicação); (4) e) espólio (pelo de cujus até a data da abertura da sucessão). (5) - 34 - Professor Administrador: Omar Chagas do Nascimento – CRA-AM 1.5766RD 34 (1) Em se tratando de fato gerador relativo a propriedade, o domínio útil ou a posse de bens imóveis a regra não se aplica se do título de transferência do direito constar prova
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