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Apostila de Legislacao Tributaria_Omar

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LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 
TÉCNICO EM ADMINISTRAÇÃO 
 
 
 LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 
 
PROFESSOR: OMAR CHAGAS DO NASCIMENTO 
 
 
 
 - 2 - 
Professor Administrador: Omar Chagas do Nascimento – CRA-AM 1.5766RD 2 
 
APRESENTAÇÃO 
 
 
A presente apostila de LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA está voltada 
principalmente para os alunos do Curso Técnico em Administração Industrial, da 
Escola SENAI Antonio Simões, onde a disciplina é exigida. Nosso Trabalho, no 
entanto, pode ser de muita valia para os estudantes de uma forma geral como leitura 
introdutória dos estudos referente ao ramo do Direito Tributário. 
Aproveitando a nossa experiência em sala de aula, a apostila foi elaborada 
lançando mão de recursos didáticos. Na verdade, este Trabalho nasceu como notas 
de aulas de quando iniciei lecionar neste conceituado estabelecimento de ensino. 
Aos poucos foi contando com a acolhida de estudantes, docentes, coordenadores e 
gerentes - com as mudanças de concepções doutrinárias, pudéssemos fazer 
constantes reformulações do texto no intuito de esclarecer certos aspectos da 
matéria e manter atualizado em razão das constantes alterações da legislação 
pertinente. Alguns capítulos trazem testes referente a matéria e no final uma 
Bibliografia indicada para trabalhos pedidos ao longo do Curso. Durante as aulas, 
poderão ainda, ser propostas questões para análise em grupo. 
BOM ESTUDO ! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 - 3 - 
Professor Administrador: Omar Chagas do Nascimento – CRA-AM 1.5766RD 3 
 
CAPÍTULO 1 - ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO 
 
1.1. Conceito 
 
Entende-se por atividade financeira do Estado o conjunto de atos voltados 
para a obtenção, gestão e aplicação de recursos pecuniários nos fins perseguidos 
pelo Poder Público, entre outros: manutenção da ordem, solução de litígios, 
prestação de serviços públicos, fiscalização de atividades e realização de ações 
sociais nos campos da saúde e educação. 
 
1.2. O Direito financeiro e o Direito tributário 
 
Ao Estado, tido e havido como a mais perfeita expressão de uma sociedade 
politicamente organizada, incumbe o desempenho de complexos encargos, para 
isso, é necessário contar com recursos monetários em quantidade suficiente. 
 
 A ação estatal se desdobra fundamentalmente em três campos conexos: o 
da Receita Pública, que compreende a coleta dos recursos monetários; o da Gestão, 
que é a administração dos mesmos; e por último, o da Despesa Pública, que 
consiste no seu emprego para a realização do bem comum. 
 
Da Atividade Financeira do Estado como um todo trata o Direito financeiro, 
que é normativo, dado que, o Estado só poderá agir dentro da lei e em virtude desta. 
Dos três campos em que se desenvolve a Atividade Financeira do Estado apenas o 
da Receita Pública assume relevância para o nosso estudo. E este campo, dado a 
sua importância, é estudado por um novo ramo jurídico, o Direito Tributário. 
 
 Daí concluímos que o Direito Tributário foi destacado do Direito Financeiro, 
para estudar especificamente as Receitas Públicas e a relação Fisco/Contribuinte, é 
uma ciência autônoma porque possui regras específicas. Disso, restou certo que a 
Diferença de Direito Tributário e Direito Financeiro é que : o primeiro regula a 
atividade financeira do Estado, no que pertine à tributação; o segundo regula toda a 
atividade financeira do Estado (receitas não tributárias, o orçamento, o crédito 
público e a receita pública) menos a que se refere à tributação. 
 
 
1.3. Classificação das Receitas Públicas 
 
Os ingressos ou entradas de recursos nos cofres públicos podem ser assim 
Classificados: Receita Pública Originária: é a que provém da exploração de bens 
pertencentes ao próprio Estado ou então de empreendimentos de tipo empresarial 
pelo mesmo realizados, sem que exerça seus poderes de autoridade. 
 
Receita Pública derivada: é assim chamada porque o Estado vai buscá-la na 
economia privada, mediante o uso da soberania de que é dotado. 
 
Verifica-se, desse modo, que a Receita Pública originária é bilateral, isto é, 
determinada pela livre vontade tanto do Estado como dos particulares, enquanto que 
a Receita Pública derivada é unilateral, vale dizer, determinada apenas pelo Estado, 
através de mandamento legislativo independente da vontade dos particulares. 
 - 4 - 
Professor Administrador: Omar Chagas do Nascimento – CRA-AM 1.5766RD 4 
 
 
1.4. Tributação 
 
A sociedade humana contemporânea exige de todos os seus partícipes a 
realização de atividade financeira, vale dizer, o manuseio de recursos pecuniários. O 
fluxo de ingressos e dispêndios, aspectos capitais do fenômeno financeiro, são 
traços comuns aos vários componentes das sociedades organizadas. Tal situação 
decorre da utilização da moeda como viabilizador das relações interpessoais de 
conteúdo econômico, como medida de valor e, portanto, instrumento de troca por 
excelência. 
 
Só o Estado, entretanto, dentre os entes participantes da comunhão social, 
pode, nos marcos da legalidade, exigir recursos de terceiros para financiar sua 
existência e a consecução de seus objetivos. Os demais entes - pessoas físicas e 
jurídicas - somente podem obter recursos financeiros lícitos de terceiros por 
intermédio de obrigações, onde a marca essencial é a participação voluntária destes 
terceiros, ao menos no momento da adesão ao vínculo obrigacional formado entre 
as partes. 
 
Esta atividade, tipicamente estatal, de compulsoriamente transferir parte do 
patrimônio particular para os domínios públicos denomina-se, em suas múltiplas 
facetas, de tributação. Justamente por constituir, exceção ao direito de propriedade 
e ao direito de livremente se obrigar, a imposição tributária encontra minudente 
disciplina legal. Toda atividade estatal de exigência e arrecadação dos tributos deve 
ser pautada estritamente na lei. Trata-se de garantia do contribuinte contra os 
excessos e desvios do Fisco. 
 
No mundo moderno, as receitas decorrentes da tributação representam a 
maioria esmagadora dos ingressos ou entradas nos cofres públicos, ressalvados 
casos particulares e situações transitórias. 
No Brasil existe uma brutal transferência de recursos da sociedade para o governo. 
 
 
TESTES 
 
 
1. Como parte das receitas públicas, pode dizer-se que os TRIBUTOS são 
considerados: 
 
(a) Receita voluntária 
 
(b) Receita de direito privado 
 
(c) Receita derivada 
 
(d) Receita de capital 
 
(e) Receita originária 
 
 
 - 5 - 
Professor Administrador: Omar Chagas do Nascimento – CRA-AM 1.5766RD 5 
 
2. Os bens públicos, ou doações ao Estado, incluem-se entre as receitas 
classificadas como: 
 
(a) Coativas 
(b) Originárias 
(c) Derivadas 
(d) Extrafiscais 
(e) Tributárias 
 
3. Sob o ponto de vista de sua origem e da forma de sua obtenção, as 
receitas públicas são tradicionalmente classificadas em: 
 
(a) Receitas derivadas e de capital 
(b) Receitas correntes e originárias 
(c) Receitas patrimoniais e originárias 
(d) Receitas originárias e derivadas 
(e) Receitas tributárias e industriais 
 
4. Tomando como base a clássica divisão das receitas em originárias e 
derivadas, podemos dizer que são exemplos deste último tipo as provenientes de: 
 
(a) Imóveis alugados 
(b) Doações de particulares 
(c) Taxas 
(d) Bens vacantes 
(e) Prescrição aquisitiva 
 
5. Segundo a classificação clássica, ou alemã, as receitas públicas 
decorrentes de contratos com particulares classificam-se em: 
 
(a) Originárias 
 
(b) Derivadas 
 
(c) Patrimoniais 
 
(d) Correntes 
 
(e) De capital 
 
6. A expressão Fazenda Pública quando empregada, sem qualquer forma de 
qualificação, abrange: 
 
a) fazenda Pública apenas da União; 
b) fazenda Pública da União e Estados Federais; 
c) fazenda Pública da União e dos Municípios; 
d) fazenda pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; 
e) fazenda Pública dos Municípios, pelo princípio da autonomia municipal. 
 
 - 6 - 
Professor Administrador:Omar Chagas do Nascimento – CRA-AM 1.5766RD 6 
 
CAPÍTULO 2 - TRIBUTO. CONCEITO, NORMA JURÍDICO-TRIBUTÁRIA, 
NATUREZA JURÍDICA, ESPÉCIES E CLASSIFICAÇÕES. 
 
2.1. Conceito ou definição 
 
A idéia de tributo, em torno da qual se desenvolve o Direito Tributário, possui, 
enquanto instituto jurídico, definição legal. Diz o art. 3º da lei 5172 de 25/10/66, 
Código Tributário Nacional: Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em 
moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato 
ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa 
plenamente vinculada. 
 
Nestes termos, podemos decompor a definição em seis traços ou 
características inafastáveis: 
 
a) Prestação pecuniária: O tributo é pago em unidades de moeda. Não há tributo in 
natura (pago em espécie ou em bens) ou in labore (pago em trabalho ou prestação 
de serviços); 
 
b) Compulsória: É obrigatória. Independe da vontade do contribuinte; 
 
c) Em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir: Pode ser expresso em moeda 
(Exemplo: reais) ou através de indexadores (Exemplos: ORTN, OTN, BTN, UFIR); 
 
d) Que não constitua sanção de ato ilícito: As penalidades pecuniárias ou multas não 
se incluem no conceito de tributo. Significa dizer que o pagamento do tributo não 
decorre da infração de determinada lei. Pelo contrário, se algo é pago por 
descumprimento da lei não se trata de tributo. Exemplo desta afirmação é o 
pagamento de multa pela não utilização de cinto de segurança; 
Entretanto, o fato gerador de um tributo pode ocorrer em circunstâncias 
ilícitas, embora ele em si não seja um ilícito. Exemplos: quando uma pessoa 
aufere rendimentos da exploração da prostituição ou do tráfico de 
entorpecentes o tributo é devido. Não será realizada uma pesquisa da forma, 
ou do caminho utilizado, para percepção dos rendimentos, apenas que existe a 
disponibilidade econômica, ou seja, o fato gerador do imposto. 
 
e) Instituída em lei: Só existe a obrigação de pagar o tributo se uma norma jurídica 
com força de lei estabelecer esta obrigação. São exemplos de normas jurídicas com 
força de lei: lei complementar, lei ordinária e medida provisória. Assim, um decreto 
(expedido pelo Presidente da República) ou uma portaria (expedida pelo Ministro da 
Fazenda ou pelo Secretário da Receita Federal) não podem criar ou instituir tributo e 
 
f) Cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada: Neste tipo de 
atividade, a autoridade não goza de liberdade para apreciar a conveniência ou 
oportunidade de agir. A lei já estabelece minudentemente os caminhos a serem 
seguidos. Portanto, a autoridade fiscal age segundo previsão legal expressa. 
 
 
 
 
 - 7 - 
Professor Administrador: Omar Chagas do Nascimento – CRA-AM 1.5766RD 7 
 
2.2. Norma jurídico-tributária - elementos indispensáveis a criação do Tributo 
 
A exigência de instituição (ou criação) do tributo por lei, como destaca a 
definição presente no art. 3º do CTN, implica em que os elementos componentes do 
instituto devem estar presentes na norma em questão. Tradicionalmente, são 
identificados como elementos indispensáveis a criação do tributo: o fato gerador, a 
base de cálculo, a alíquota e o sujeito passivo (contribuinte latu sensu). Neste 
sentido, inclusive, o art. 97, incisos III e IV do CTN. Por fato gerador (abstrato) ou 
hipótese de incidência entende-se a situação necessária e suficiente à ocorrência da 
obrigação. A base de cálculo consiste na grandeza contida no critério quantitativo 
utilizada para mensurar ou medir o fato gerador. Já alíquota é uma porcentagem ou 
fator a ser aplicado sobre a base de cálculo para determinar precisamente o valor da 
prestação tributária. Sujeito passivo (ou contribuinte latu sensu) é a pessoa obrigada 
ao pagamento do tributo. Se existe o obrigado ao pagamento como sujeito passivo, 
existe, também, aquele beneficiário do adimplemento chamado de sujeito ativo. 
 
Os elementos componentes do tributo quando organizados abstrata e 
logicamente dão lugar a norma jurídico-tributária ou regra-matriz de incidência. A 
norma tributária, assim como as normas jurídicas de uma forma geral, apresenta 
uma hipótese (previsão de um fato) e uma consequência (previsão de relação 
jurídica, a obrigação tributária) que vai se instalar, onde e quando acontecer o 
evento cogitado na hipótese. 
 
Exemplo (IPTU): Se alguém for (verbo) proprietário de bem imóvel 
(complemento) no perímetro urbano (critério espacial) no 1º dia do ano (critério 
temporal) então o proprietário (sujeito passivo) deve pagar ao Município (sujeito 
ativo) uma determinada quantia composta pela multiplicação do valor venal do 
imóvel (base de cálculo) por 1% (alíquota). 
 
2.3. Natureza jurídica 
 
A natureza jurídica ou característica fundamental do tributo, numa de suas 
acepções mais comuns, é ser o objeto da relação jurídica obrigacional de dar 
decorrente de lei (ou ex lege). Ao contrário das obrigações privadas (civis e 
comerciais), onde predomina a manifestação de vontade e o acordo entre as partes, 
a obrigação tributária, como vimos a partir do próprio conceito de tributo, nasce ou 
surge a partir de uma situação estabelecida em lei onde a vontade é irrelevante. 
 
2.4. Espécies de tributo (Imposto, Taxa, Contribuição de Melhoria, 
Empréstimo Compulsório e Contribuições especiais) 
 
O art. 5º do Código Tributário Nacional e o art. 145 da Constituição Federal 
elencam 3 (três) espécies de tributos. No entanto, a própria Constituição disciplina, 
no Título XI - DA TRIBUTAÇÃO, outras 2 (duas) modalidades, tipos ou espécies 
tributárias. Assim, vem se generalizando o entendimento, já consagrado pelo 
Supremo Tribunal Federal, de que existem 5 (cinco) modalidades ou espécies de 
tributos, a saber: impostos, taxas, contribuições de melhoria, empréstimos 
compulsórios e contribuições especiais (sociais e seguridade social). 
 
 - 8 - 
Professor Administrador: Omar Chagas do Nascimento – CRA-AM 1.5766RD 8 
 
O Código Tributário Nacional, assim como fez com a idéia de tributo, 
consagra definições legais para as primeiras três espécies do gênero tributo. Nestes 
termos, encontramos nos artigos 16, 77 e 81 da Lei de normas gerais do sistema 
tributário brasileiro as seguintes definições, respectivamente: 
 
Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação 
independente de qualquer atividade estatal específica. 
 
As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos 
Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o 
exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço 
público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou posto à sua disposição. 
 
A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito 
Federal ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída 
para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, 
tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de 
valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado. 
 
Vale registrar não ter o legislador constituinte, ou mesmo o da lei de normas 
gerais do Sistema Tributário Nacional, fixado de forma expressa definições ou 
conceitos para as duas últimas espécies de tributos (empréstimos compulsórios e 
contribuições especiais). 
 
Podemos distingui-los a partir dos seguintes traços caracterizadores: o 
empréstimo compulsório é um tributo qualificado pela promessa de restituição; teria 
natureza do contrato, embora ditado ou coativo e as contribuições especiais que 
dividem-se em 1) contribuições sociais, que se subdividem em a) contribuições de 
intervenção no domínio econômico (IAA,IBC) e b) contribuições de interesse das 
categorias profissionais (OAB, CFM,CFA...) e 2) contribuições de seguridade social 
(INSS, SESI ...). 
 
DICA: 
 
Assim como o conceito de tributo, é fundamental dominar os conceitosde 
imposto, taxa, contribuição de melhoria, contribuições especiais e empréstimos 
compulsórios presentes na nossa legislação tributária. 
 
 
2.5. Classificações 
 
Existem inúmeras classificações para os tributos segundo os mais variados 
critérios. Destacamos, a seguir, aquelas mais relevantes. 
 
a) VINCULADOS - a cobrança do tributo depende de uma atuação ou 
atividade do Estado em relação ao contribuinte. São as taxas e as contribuições de 
melhoria. NÃO-VINCULADOS - a cobrança do tributo independe de uma atuação 
estatal em relação ao contribuinte. São os impostos. 
A teoria dos tributos (ou fatos geradores) vinculados e não-vinculados constitui a 
viga-mestra da construção do Sistema Tributário Nacional. Por meio dela temos a 
 - 9 - 
Professor Administrador: Omar Chagas do Nascimento – CRA-AM 1.5766RD 9 
 
competência tributária privativa no campo dos impostos (cada ente da Federação 
possui um rol de impostos que pode instituir) e a competência tributária comum no 
campo das taxas e contribuições de melhoria (desde que realize o serviço, obra ou 
exercite o poder de polícia qualquer dos entes estatais pode criar e cobrar taxas ou 
contribuições de melhoria). 
 
b) DIRETOS - são aqueles em que o contribuinte não tem possibilidade de 
transferir o ônus econômico da carga fiscal. Exemplo: imposto de renda pessoa 
física. INDIRETOS - são aqueles em que o contribuinte de direito transfere para 
outros (contribuintes de fato) o ônus econômico da carga tributária. Exemplos: 
imposto sobre produtos industrializados e imposto sobre circulação de mercadorias e 
serviços. 
 
2.6. Fontes normativas das espécies tributárias 
 
 IMPOSTOS TAXAS 
CONTRIBUI- 
ÇÕES DE 
MELHORIA 
EMPRÉSTIMO
S 
COMPULSÓRI
OS 
CONTRIBUIÇÕES 
ESPECIAIS 
Divisõe
s 
federais, 
estaduais 
e 
municipai
s 
de polícia 
e de 
serviço 
- 
calamidade/gu
erra e 
investimento 
 1) Contribuições sociais 
(intervenção e categorias 
profissionais) e 
2)Seguridade 
CF/88 
Arts. 145, 
I; 
153 a 156 
Art. 145, II Art. 145, III Art. 148 Art.149 e 195 
CTN 
Arts. 16 a 
76 
Arts. 77 a 
80 
Arts. 81 e 
82 
 
Compe
-tência 
Privativa Comum Comum União União 
 
 
 TESTES 
 
1. Marque com F a assertiva falsa, e com V a verdadeira. Em seguida, escolha, entre 
as opções abaixo, a que contém a seqüência correta. 
 
( ) Entidades não estatais, como o SENAI e o SENAC, por exemplo, podem ter o 
poder de tributar. 
 
( ) A competência tributária pode ser transferida, mediante lei, para entidade estatal 
distinta ou para pessoa jurídica não estatal. 
 
( ) O poder de expedir normas sobre tributos incumbe primariamente a quem tenha 
competência para instituí-los. 
(a) V, V, V 
(b) V, V, F 
(C) V, F, F 
(D) (d) F, F, F 
 - 10 - 
Professor Administrador: Omar Chagas do Nascimento – CRA-AM 1.5766RD 10 
 
 
(e) F, F, V 
 
2. Marque com um V a afirmação (ou negação) verdadeira, e com F a falsa. 
Em seguida, escolha, entre as cinco opções abaixo, aquela que contem a seqüência 
correta. 
 
( ) Segundo o Código Tributário Nacional, são tributos os impostos, as taxas e a 
contribuição de melhoria. 
 
( ) Os impostos são chamados de 'tributos não vinculados' porque sua cobrança 
independe de uma atividade estatal específica em relação ao contribuinte. 
 
( ) O "Princípio da Legalidade" é uma característica importante do tributo. 
 
(a) V, V, V 
(b) V, V, F 
(c) V, F, F 
(d) F, F, F 
(e) F, V, V 
 
 
3. Sobre os tributos finalísticos, empréstimos compulsórios e contribuições ditas 
especiais, assinale a afirmativa correta. 
 
(a) Todos os entes políticos da federação brasileira podem instituir empréstimos 
compulsórios em caso de investimento público de caráter urgente e em 
circunstância de calamidade pública. 
 
(b) A instituição do empréstimo compulsório é prevista e conceituada no Código 
Tributário Nacional. 
 
(c) A cobrança de contribuição dos servidores públicos para custeio, em 
benefício destes, de sistemas de previdência e assistência social é 
prerrogativa exclusiva da União. 
 
(d) A competência da União para a instituição de novas fontes de custeio da 
seguridade social submete-se aos princípios da não-cumulatividade e da 
anterioridade. 
 
(e) O empréstimo compulsório, só a união pode instituir. 
 
4. A distribuição de competência tributária é: 
 
a) atribuição das leis orgânicas dos Municípios; 
b) elaborada pelos órgãos legislativos; 
c) prevista na Constituição Federal; 
d) definida pelo Congresso Nacional; 
e) feita por intermédio da lei complementar. 
5. Analisar as seguintes proposições: 
 - 11 - 
Professor Administrador: Omar Chagas do Nascimento – CRA-AM 1.5766RD 11 
 
I - O "fato gerador" de uma multa tributária pode ser um fato lícito. 
II - Os rendimentos advindos do jogo do bicho e da exploração do lenocínio não são 
tributáveis, pois trata-se de prática de atividade ilícita. 
III - Rendimentos decorrentes de ato ilícito não são tributáveis, conforme reza a lei. 
 
(a) os três enunciados são falsos 
 
(b) os três enunciados são verdadeiros 
 
(c) o I e o II são verdadeiros e o III é falso 
 
(d) tão-só o III é verdadeiro 
 
(e) o I e o III são falsos e o II é verdadeiro 
 
6. (i) O Município X criou a "taxa de instalação industrial", a ser cobrada das 
indústrias que se instalassem na zona industrial por ele criada. Para incentivar a 
instalação de fábricas naquele distrito industrial, previu a lei que a taxa somente 
seria devida quando se iniciasse a produção, e seria de 1% do valor dos produtos 
que saíssem do estabelecimento. A lei municipal não definiu expressamente o fato 
gerador daquele tributo. 
 
(ii) O MunicípioY criou a "taxa de iluminação pública", cuja base de cálculo, 
para maior justiça fiscal, foi graduada segundo a capacidade econômica, aferida 
pelo valor da energia elétrica consumida pelo contribuinte. 
(iii) O Município Z instituiu, pelo exercício do poder de polícia sobre o zoneamento de 
atividades, a "taxa de localização de estabelecimentos bancários" e não definiu a 
alíquota e base de calculo. 
 
Assinale agora qual é, respectivamente, a situação jurídica dessas três taxas. 
(a) Somente duas são juridicamente válidas: a primeira e a terceira. 
 
(b) Somente são válidas as duas primeiras uma porque ligada ao poder de polícia 
local, relativo ao zoneamento urbano; a outra, porque se refere à prestação 
de serviço público diretamente ao contribuinte ou posto à sua disposição. 
 
(c) Todas as três são inválidas juridicamente. 
 
(d) Todas três são juridicamente válidas. 
 
(e) Somente uma é válida, sendo inconstitucionais as outras duas. 
 
 
7- Na distinção entre imposto e taxa, um dado preferencial fundamental reside: 
 
a) na obrigatoriedade de contraprestação especifica da taxa, inexistente no imposto; 
 
b) na existência de fato gerador no imposto, ao contrário da taxa; 
 
c) no caráter social que pode ser inerente a uma taxa, não ao imposto; 
 - 12 - 
Professor Administrador: Omar Chagas do Nascimento – CRA-AM 1.5766RD 12 
 
d) na competência federal dos impostos, enquanto as taxas podem ser federais, 
estaduais ou municipais; 
 
e) na alíquota que se usa nos impostos, não as taxas. 
 
8. O empréstimo compulsório é um dos princípios próprios do Direito 
Tributário: 
 
a) porque é previsto no Direito Civil e facultativo; 
b) porque é desconhecido do Direito Civil e é compulsório; 
c) porque é igual ao empréstimo do Código Civil; 
d) porque há obrigação de ser devolvido; 
e) porque é previsto nas leis tributárias. 
 
9. O art. 3º do Código Tributário Nacional define tributo como uma prestação 
que não constitua sanção de ato ilícito. De tal assertiva podemos inferir que. 
 
(a) os rendimentos advindos do jogo do bicho e da exploração do lenocínio 
não são tributáveis, sujeitando-se, contudo, a pesadas multas em decorrência da 
prática de atividade ilícita. 
 
(b) os rendimentos advindos da exploração do lenocínio são tributáveis, 
porquanto não se confunde a atividade ilícitado contribuinte com o fato tributário de 
auferir rendas. 
 
(c) os rendimentos advindos do jogo do bicho e da exploração do lenocínio 
não são tributáveis, em conformidade do que reza a lei. 
 
(d) as atividades ilícitas não devem ser tributadas, pois de outro modo o 
Estado estará locupletando- 
se com ações que ele mesmo proíbe e, assim, ferindo o princípio da estrita 
legalidade. 
 
(e) atividades ilícitas como a exploração do lenocínio e do jogo do bicho 
podem ser tributadas, posto que a sanção de ato ilícito converte-se, pelo simples 
fato de sua inobservância, em obrigação tributária principal. 
 
10. O imposto é um tributo que: 
 
(a) admite, sendo geral, sua vinculação a órgão, programa, fundo ou despesa. 
 
(b) se apresenta vinculanso seu fato gerador a uma atuação estatal em favor do 
contribuinte. 
 
(c) tem por função arrecadar recursos para custear as despesas gerais da 
Administração em favor da coletividade ou de grupos sociais específicos. 
 
(d) tem por fato gerador um situação independente de qualquer atividade estatal 
específica, relativa ao contribuinte. 
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(e) oferece ao contribuinte, como hipótese de incidência, a prestação efetiva ou 
potencial de serviços públicos, específicos e divisíveis. 
 
11. Está correta a seguinte afirmativa: 
 
(a) A taxa deve ter por base de cálculo dimensão inerente ao serviço prestado 
pelo Estado. 
 
(b) As obras públicas realizadas pelo Estado, de que resulte evidente valorização 
dos imóveis particulares, por ela beneficiadas, podem ser remuneradas 
através de Taxa de Melhoramentos Urbanos, se instituída 
(c) o fato de o indivíduo socorrer-se do Poder Judiciário para tutela de seus 
direitos não se presta a servir como fato gerador de taxa. 
 
(c) A taxa, segundo seu delineamento constitucional, é modalidade tributária 
hábil para servir como adicional dos impostos de menor expressão 
econômico-financeira, ou insuficientemente cobrados, mesmo porque é de 
aplicação imperativa o princípio da capacidade contributiva. 
 
(d) em razão da reduzida participação da taxa no valor total da arrecadação e 
levando em consideração o polêmico conceito formulado pela doutrina, é 
facultado ao legislador optar pela cobrança da mesma o instituir tarifas para 
remunerar os respectivos serviços, indiferentemente. 
 
 
12. O sistema constitucional tributário requer, para instituição de empréstimo 
compulsório, no caso de investimento público de relevante interesse nacional, sejam 
observados os seguintes requisitos. 
 
(a) Princípio da irretroatividade, princípio da anterioridade, caráter de urgência, lei 
Complementar e desvinculação da aplicação dos seus recursos à despesa que 
fundamentou sua criação. 
 
(b) Caráter de urgência, princípio da irretroatividade, princípio da anterioridade e 
criação por lei ordinária. 
 
(c) Caráter de urgência, aplicação de recursos vinculada à despesa, observância 
 do princípio da anterioridade e instituição mediante lei complementar. 
 
(d) Princípio da irretroatividade, princípio da não-cumulatividade, princípio da 
 anterioridade, criação por lei complementar, aplicação dos recursos vinculada à 
despesa. 
 
(e) Caráter de urgência, criação por lei ordinária, aplicação dos recursos 
vinculada à despesa e princípio da irretroatividade. 
 
13. As receitas são chamadas de coercitivas: 
 
a) porque são facultativas; 
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b) porque a obrigação de cumpri-las é relativa; 
c) porque o contribuinte paga de acordo com sua possibilidade econômica; 
d) porque o contribuinte é fiscalizado periodicamente; 
e) porque o contribuinte é obrigado a cumpri-las. 
 
 14. O Código Tributário Nacional exclui a definição de tributo a prestação 
pecuniária que constitua sanção de ato ilícito. Isto significa que: 
 
a) tributo e multa se confundem, segundo o CTN; 
b) a multa é, por definição, um tributo; 
c) a multa de trânsito é um tributo. 
d) a multa por infração à legislação tributária não é tributo. 
e) o pagamento de fiança é um tributo. 
 
15.Na espécie de tributo "Contribuições especiais" temos as contribuições de 
seguridade social cujo sujeito ativo é: 
 
(a) A União 
(b) O INSS 
(c) O IAPAS 
(d) O INAMPS 
(e) A Secretaria da Receita Federal 
 
16. Lei Complementar da União instituiu empréstimo compulsório para 
absorver temporariamente poder aquisitivo da população, em face da tendência à 
hiperinflação. Esse empréstimo compulsório. 
 
(a) É inconstitucional por ter sido instituído por lei complementar. 
(b) Deveria ter sido instituído por lei ordinária federal. 
(c) É constitucional, por ter sido instituído por lei complementa. 
(d) É inconstitucional, pois não corresponde às hipóteses constitucionais de 
empréstimo compulsório. 
(e) É constitucional, pois se trata de matéria urgente e de relevante interesse 
nacional. 
 
17. José, contribuinte do IPTU, reside em imóvel de sua propriedade, defronte a 
uma praça municipal. A Prefeitura local canalizou ali um córrego, asfaltou as ruas 
adjacentes à praça, arborizando-a e ajardinando-a. Por conseqüência, a casa de 
José aumentou de preço. Em face do exposto, José, em razão da valorização de sua 
propriedade, está potencialmente. 
 
(a) Sujeito ao pagamento de contribuição de melhoria. 
(b) Sujeito ao pagamento apenas de IPTU. 
(c) Sujeito ao pagamento de taxa pela utilização de serviços públicos, específicos 
e divisíveis. 
(d) Sujeito ao pagamento de taxa pelo exercício do poder de polícia. 
(e) Livre da exigência de qualquer outro tributo, pois já é contribuinte do IPTU, e 
com base na arrecadação desse tributo é que foram feitas as obras. 
 
 
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18.Quando tem por fato gerador uma situação que independe de qualquer 
atividade estatal específica relativa ao contribuinte, diz-se um "tributo não vinculado". 
Nesse sentido, é "tributo não vinculado”. 
 
(a) A taxa de fiscalização. 
(b) A contribuição de melhoria. 
(c) A taxa de limpeza pública. 
(d) A taxa de melhoramento dos portos. 
(e) Impostos. 
 
 
19.Para cobrança das taxas, é necessário que ocorra: 
 
(a) A efetiva prestação de serviços públicos. 
(b) A efetiva disponibilidade de serviços públicos. 
(c) A efetiva prestação de serviços públicos específicos. 
(d) A efetiva disponibilidade de serviços públicos divisíveis. 
(e) A efetiva prestação ou disponibilidade de serviços públicos. 
 
 
JURISPRUDÊNCIA 
 
1. É legítima a tributação de produtos financeiros resultantes de atividades 
criminosas, nos termos do art. 118, I, CTN. Com esse entendimento, a Turma 
indeferiu habeas corpus em favor de acusados pela prática do crime de sonegação 
de imposto de renda sobre rendimentos auferidos com a venda ilícita de cápsulas 
para emagrecimento compostas de substâncias psicotrópicas. (Informativo STF. HC 
77.530-RS. Relator Ministro SEPÚLVEDA PERTENCE). 
 
2. "De feito, a par das três modalidades de tributos (os impostos, as taxas e as 
contribuições de melhoria) a que se refere o artigo 145 para declarar que são 
competentes para instituí-los a União, os Estado, o Distrito Federal e os Municípios, 
os artigos 148 e 149 aludem a duas outras modalidades tributárias, para cuja 
instituição só a União é competente: o empréstimo compulsório e as contribuições 
sociais, inclusive as de intervenção no domínio econômico e de interesse das 
categoria profissionais ou econômicas". RE n.º 146.733-SP. STF. Pleno. Voto de 
Relator Ministro MOREIRA ALVES. 
 
 
 
 
CAPÍTULO 3 - SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL. LIMITAÇÕES DO PODER DE 
TRIBUTAR (PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS-TRIBUTÁRIOS). 
 
3.1. Introdução 
Consta que a ordem jurídica pátria é a única possuidora de um sistema tributário 
constitucional. Tal fato gera inúmeros problemas e considerações, a exemplo das 
imunidades, tipicamente brasileiros. 
 
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As regras e princípios jurídico-tributários consagrados na Carta Magna 
funcionam como poderosos obstáculos ou limitações ao poder de tributar. Estas 
restrições, dirigidas ao Estado-Fisco, revelam-se um verdadeiro Estatuto do 
Contribuinte. 
 
São tão relevantes os princípios constitucionais-tributários que a única vez em 
que o Supremo Tribunal Federal declarou a inconstitucionalidade de uma emenda 
constitucional foi justamente quando entendeu violados pelo constituinte derivado 
vetores fundamentais do sistema tributário com sede na Lei Maior. 
 
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS 
 
Na Constituição há uma Seção denominada - Das Limitações do Poder de 
Tributar (Art. 150 e seguintes); Os próprios Princípios da Tributação já são 
considerados limites ao poder de tributar. Vejamos: 
 
3.2. Princípio da legalidade 
 
O princípio da legalidade consiste num dos fundamentos do Estado 
Democrático de Direito. Notável conquista da humanidade, na medida em que 
suprime da vontade do detentor do poder a fixação da obrigatoriedade das condutas, 
não poderia deixar de estar presente no universo tributário. Neste sentido, a 
obrigação do cidadão transferir parte de seu patrimônio para os cofres do Poder 
Público não pode prescindir da edição da lei competente. 
 
Só a lei pode criar (= instituir), majorar (elevar alíquotas ou ampliar a base de 
cálculo), reduzir ou extinguir tributos. O princípio da legalidade quando visto sob a 
ótica do conteúdo a ser veiculado pela norma (fato gerador abstrato ou hipótese de 
incidência, base de cálculo, alíquota e contribuinte lato sensu) também é chamado 
de princípio da tipicidade. O princípio está positivado no art. 150, inciso I da 
Constituição Federal e no art. 97, incisos I, II, III e IV do Código Tributário Nacional. 
Em regra, a lei a ser utilizada é a ordinária. No entanto, em casos expressamente 
previstos na Constituição Federal exige-se a lei complementar. Segundo a 
jurisprudência sedimentada do Supremo Tribunal Federal, o Decreto-Lei e a Medida 
Provisória são instrumentos equivalentes a lei ordinária em matéria tributária. 
A Constituição Federal de 1988 admite, nos termos e limites da lei, alterações, pelo 
Poder Executivo, das alíquotas dos seguintes impostos da União (art. 153, §1º): 
Imposto de Importação – II 
Imposto de Exportação – IE 
Imposto sobre Operações Financeiras – IOF 
Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI 
 
 
Convém registrar que sob a égide da Constituição Federal de 1988 não se 
admite a delegação de competência para a autoridade administrativa fixar ou definir 
qualquer dos elementos fundamentais para o nascimento da obrigação tributária 
(fato gerador abstrato ou hipótese de incidência, base de cálculo, alíquota e 
contribuinte lato sensu). 
 
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Professor Administrador: Omar Chagas do Nascimento – CRA-AM 1.5766RD 17 
 
Nos termos do art. 150, §6º da Constituição Federal, com redação dada pela 
Emenda Constitucional n.º 3/93, qualquer subsídio ou isenção, redução de base de 
cálculo, concessão de crédito presumido, anistia ou remissão, relativos a impostos, 
taxas ou contribuições, só poderá ser concedido mediante lei específica, federal, 
estadual ou municipal, que regule exclusivamente as matérias acima enumeradas ou 
o correspondente tributo ou contribuição. 
 
3.3. Princípio da igualdade ou da isonomia 
 
Trata-se de outro princípio com raio de ação superior ao universo tributário, 
verdadeiro elemento conformador da ordem jurídica como um todo, fixa a premissa 
de que todos são iguais perante a lei. 
 
Segundo SACHA CALMON NAVARRO COÊLHO, "... o princípio da igualdade 
da tributação impõe ao legislador: (a) discriminar adequadamente os desiguais, na 
medida de suas desigualdades; (b) não discriminar entre os iguais, que devem ser 
tratados igualmente". 
 
A própria formulação constitucional do princípio, presente no art. 150, inciso II, 
proíbe qualquer distinção de tratamento tributário em razão de ocupação 
profissional, função exercida ou denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou 
direitos. 
 
O tributo progressivo (com alíquotas crescentes por faixas de renda, por 
exemplo) não fere o princípio da isonomia. A igualdade aparece aqui de forma 
bastante elaborada na proporcionalidade da incidência em função da utilidade 
marginal da riqueza. Em outras palavras, quanto maior a disponibilidade econômica, 
maior será a parcela desta com utilizações distantes do essencial e próximas do 
consumo supérfluo e da poupança. 
 
O tratamento isonômico no âmbito tributário precisa ser considerado em 
articulação com o Princípio da capacidade contributiva, apesar que não existe 
uniformidade quanto ao entendimento acerca da capacidade contributiva 
consagrado no art. 145, §1º da Constituição Federal ("capacidade econômica do 
contribuinte"). Por definição, seria a possibilidade econômica de pagar tributos. 
 
3.4. Princípio da irretroatividade 
 
Um ambiente onde impere a segurança jurídica exige a presença do princípio 
da irretroatividade da lei. Não seria civilizado, razoável ou aceitável a aplicação da lei 
a fatos ou situações passadas. Neste sentido, a retroatividade, salvo quando 
meramente interpretativa ou benéfica, possui o status de princípio geral de direito. 
 
A irretroatividade tributária, consignada no art. 150, inciso III, alínea "a" da 
Constituição Federal, veda a cobrança de tributos "em relação a fatos geradores 
ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado". 
Afinal, seria absurdo instituir ou aumentar um tributo hoje e exigi-lo, segundo a lei de 
hoje, para fato (gerador) ocorrido ontem. O princípio-garantia em foco também não 
pode ser contornado com a fixação do início da vigência da lei em data anterior à 
sua publicação. 
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Professor Administrador: Omar Chagas do Nascimento – CRA-AM 1.5766RD 18 
 
As ressalvas ao princípio geral da irretroatividade também valem no campo 
tributário. A mera interpretação pode ser aplicada ao passado, assim como, a 
redução de penalidade (multa), porque benéfica, pode retroagir. Mesmo a 
exoneração tributária pode atingir o passado (exemplo: a Lei Complementar n.º 85, 
de 15 de fevereiro de 1996, instituiu isenções da COFINS e expressamente fixou a 
retroatividade de seus efeitos a partir de 1º de abril de 1992). 
 
3.5. Princípio da anterioridade 
 
Entende-se por princípio da não-surpresa do contribuinte a adoção de uma 
técnica que permita o conhecimento antecipado da instituição ou aumento de 
tributos. Assim, o sujeito passivo poderia realizar um planejamento adequado de 
suas atividades econômicas levando em conta os ônus tributários a serem 
experimentados no futuro. 
 
Entre as várias fórmulas imaginadas para concretizar o princípio da não-
surpresa, encontramos: 
 
a) A observância do princípio da anterioridade. Neste caso, a lei que institui 
ou aumenta tributo deve ser publicada num exercício para que a cobrança se dê no 
exercício seguinte. A Constituição Federal de 1988 contempla expressamente este 
critério no art. 150, inciso IV. Na prática, trata-se de uma garantia muito tênue. Nada 
impede que ocorra a publicação da lei que aumenta o tributo no dia 31 de dezembro 
e a cobrança já afete o dia 1º de janeiro do dia, e exercício, seguinte. Segundo o art. 
34 da Lei n.º 4.320, de 31 de dezembro de 1964, o exercício financeiro coincide com 
o ano civil. 
 
b) A consideração de um prazo entre a publicação da lei que institui ou 
aumenta o tributo e a data dos efeitos da medida. Atualmente, temos a existência 
deste tipo de prazo, na extensão de 90 (noventa) dias, para as contribuições de 
seguridade social, por força do art. 195, §5º da Constituição Federal. Em algumas 
oportunidades o Supremo Tribunal Federal se referiu ao prazo nonagesimal como 
princípio da anterioridade mitigada. 
 
Assim, podemos concluir que a ordem constitucional vigente não agasalha oprincípio da anualidade, e sim, o da anterioridade, como regra de não-surpresa do 
contribuinte. Podemos, ainda, contabilizar as seguintes exceções ao critério da 
anterioridade: 
II, IE e IPI 
Impostos Extraordinários (art. 154, II da CF) 
Empréstimos Compulsórios (os do inciso I do art. 148 da CF)(1) 
Contribuições para a Seguridade Social (art. 195, §6º da CF) 
 
Nota: 
 
(1) A Constituição Federal não prevê expressamente esta exceção. Os 
tributaristas, praticamente de forma unânime, vêem a exceção na forma como foi 
redigido o art. 148, especialmente, o inciso II. 
 
 
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Professor Administrador: Omar Chagas do Nascimento – CRA-AM 1.5766RD 19 
 
3.6. Princípio do não-confisco 
 
Trata-se de um princípio de difícil configuração jurídica, a exemplo do 
princípio da moralidade administrativa. É certo, no entanto, sua pretensão de evitar o 
tributo excessivamente oneroso, o tributo utilizado para destruir sua própria fonte ou 
para absorver, total ou quase totalmente, a propriedade ou a renda. O que resta a 
ser fixado, aqui residindo a sede das dificuldades, é o limite do tolerável, do 
razoável. Neste ponto, somente o exercício doutrinário e jurisprudencial, atento aos 
casos concretos e a evolução legislativa, poderá firmar parâmetros mais precisos e 
operacionais para o disposto no art. 150, inciso IV da Lei Maior. 
 
Parte ponderável da doutrina tributária afirma que a proibição dirige-se a cada 
tributo (gênero) e, também, a carga tributária (conjunto dos tributos incidentes sobre 
determinado contribuinte). Por outro lado, o Supremo Tribunal Federal já decidiu em 
algumas oportunidades pela aplicação do princípio às multas ou penalidades 
tributárias. 
 
3.7. Princípio da liberdade de tráfego 
 
O princípio tratado no art. 150, inciso V da Constituição Federal veda a 
fixação pelo legislador de limitações ao tráfego de pessoas ou mercadorias por meio 
de tributos interestaduais ou intermunicipais. 
 
Segundo HUGO DE BRITO MACHADO, "isto não significa devam ser as 
operações interestaduais imunes a qualquer tributação. O que não pode haver é 
agravamento do ônus tributário pelo fato de ser interestadual, ou intermunicipal, a 
operação". 
 
A Constituição Federal, ainda no art. 150, inciso V, ressalvou expressamente 
a possibilidade de cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo 
Poder Público. 
 
3.8. Princípio da competência tributária 
 
Positivado no art. 150, §6º e no art. 151, inciso III da Lei Maior impõe o 
afastamento de terceiros no exercício da competência tributária. 
Assim, cada ente estatal, por sua Casa Legislativa, exercitará a competência 
tributária prevista na Constituição. 
 
A instituição ou criação do tributo pressupõe a existência de autorização 
constitucional para tanto, denominada competência tributária. Nos termos dos arts. 
6º, 7º e 8º do CTN temos as seguintes premissas quanto ao assunto, que geram 
eventualmente, "conflitos de competência": 
 
(1) a atribuição constitucional de competência tributária compreende a 
competência legislativa plena; 
 
(2) não interfere na competência legislativa a distribuição da receita do tributo 
a outras pessoas jurídicas de direito público; 
 
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(3) a competência tributária (faculdade de legislar) é indelegável; 
 
(4) as atribuições de arrecadação, fiscalização e execução de leis, serviços, 
atos ou decisões administrativas podem ser delegadas; 
 
(5) o não-exercício da competência tributária não a transfere a outra pessoa 
jurídica de direito público. 
 
3.9. Imunidades 
 
As imunidades são vedações ou proibições jurídicas absolutas, porque 
veiculadas pela lei de maior força e importância do ordenamento jurídico: a 
Constituição. São inúmeras as imunidades presentes na Lei Maior, a exemplo da 
parlamentar, da penal e da diplomática. 
 
No tocante às imunidades tributárias, temos uma ordem absoluta dirigida ao 
legislador do tributo para não inserir na mecânica, e no raio de abrangência da 
tributação, as pessoas ou bens imunizados. Neste sentido, são limitações ao 
exercício da competência tributária (poder de tributar). Curiosamente, o constituinte 
não se utilizou da palavra "imunidade", ou da expressão "imunidade tributária", para 
instituí-las especificamente. Para tanto, foram utilizadas as mais diversas fórmulas 
lingüísticas ("é vedado ... instituir impostos", "não incidirá", "independentemente do 
pagamento", "são isentas", entre outras). 
 
A preservação de certos valores, especialmente caros ao convívio social, é o 
fundamento das imunidades, inclusive tributárias. Com efeito, não interessou ao 
constituinte, galvanizando importante anseio social, dificultar ou onerar certas 
atividades ou pessoas, dado o relevante papel desempenhado pelas mesmas. 
No campo tributário, as imunidades estão concentradas no art. 150, inciso VI da 
Constituição Federal. Ali, podemos encontrar: 
 
a) imunidade recíproca (alínea "a" e §§ 2º e 3º). Vedação dos entes estatais 
instituírem impostos sobre o patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros. A 
proibição é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo 
Poder Público no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços vinculados a 
suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes. A imunidade em tela não se 
aplica ao patrimônio, à renda e aos serviços relacionados com exploração de 
atividade econômica reguladas pelo direito privado, em que haja contraprestação ou 
pagamento de preços ou tarifas pelo usuário e nem exonera o promitente comprador 
da obrigação de pagar imposto relativamente ao bem imóvel; 
 
b) imunidade religiosa (alínea "b" e § 4º). Vedação dos entes estatais 
instituírem impostos sobre o patrimônio, a renda e os serviços relacionados com as 
finalidades essenciais das entidades mantenedoras de templos de qualquer culto; 
 
c) imunidade prevista na alínea "c" (e § 4º). Vedação dos entes estatais 
instituírem impostos sobre o patrimônio, renda ou serviços relacionados com as 
finalidades essenciais dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das 
entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de 
assistência, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; 
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d) imunidade cultural (alínea "d"). Vedação dos entes estatais instituírem 
impostos sobre livros, jornais, periódicos e o papel destinado a impressão destes. 
O conjunto de imunidades tratadas nas alíneas do art. 150, inciso VI da Constituição 
Federal atinge, como destacado, somente os impostos, e não, as demais 
modalidades de tributos. Assim, por exemplo, a União está obrigada a recolher as 
taxas municipais. Existem outras dispersas no Texto Maior. 
As imunidades têm sido objeto de acesas polêmicas doutrinárias e jurisprudenciais. 
Não raro, o Supremo Tribunal Federal decide problemas envolvendo o instituto por 
seis votos a cinco. Num esforço de sistematização do complexo tema, à luz da 
jurisprudência recente do próprio STF, podemos afirmar que: 
 
a) o instituto exige uma interpretação ampla, generosa, mas não ilimitada; 
 
b) em princípio, os limites das imunidades tributárias devem ser buscados na 
extensão das fórmulas lingüísticas utilizadas pelo constituinte; 
 
c) a vinculação às finalidades essenciais não afasta a possibilidade de, no 
campo da imunidade, serem desempenhadas atividades não típicas das entidades 
como fonte de recursos para a manutenção e desenvolvimento das atividades 
específicas; 
 
d) os requisitos para constituição e funcionamento das entidades imunes 
devem ser tratados por lei ordinária; 
 
e) as limitações ao poder de tributar devem ser tratadas por lei complementar; 
 
f) a prova da relação entre o patrimônio e a finalidade essencial cabe à 
entidade que se diz imune, e não, ao Fisco. 
 
Devemos diferenciar a imunidade da ISENÇÃO:é a expressa, deliberalidade 
e taxativa omissão, pelo ente público que tem competência para instaurar (criar) 
determinado tributo, mas que o fazendo, renuncia, em razão de circunstância de 
ordem social político econômico de cobrá-lo quanto a fatos, atos ou pessoas. (ex. 
guerra fiscal). 
 
No caso da isenção, existe o imposto, ocorre o fato gerador, mas não dá 
origem à obrigação tributária, porque não será cobrado o tributo em virtude de lei 
aditiva. Haverá a INCIDÊNCIA do imposto, quando o acontecimento material , 
conjugar rigorosamente com o fato gerador da obrigação tributária e 
consequentemente fazer surgir a obrigação tributária, isto é, a lei cria o tributo e com 
o fato gerador nasce a obrigação tributária. Com o lançamento vem o crédito, em 
seguida a extinção deste, percorrendo assim, o que chamamos de "caminho jurídico 
do tributo". 
 
Quando não ocorre o fato gerador estamos diante da NÃO INCIDÊNCIA do 
imposto, ou seja, o acontecimento material não possui elementos que conjuguem 
com o fato gerador do imposto, estipulado na legislação tributária. Ex.: é o fato 
gerador do ICMS a saída da mercadoria do estabelecimento. Ora, se a mercadoria 
não saiu do estabelecimento, estamos diante da NÃO INCIDÊNCIA do imposto. 
 
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 TESTES 
 
1. O princípio da anterioridade da lei aplica-se 
 
(a) Aos impostos sobre o comércio exterior. 
(b) Às contribuições para seguridade social. 
(c) Aos impostos sobre a produção e circulação. 
(d) Ao empréstimo compulsório, instituído para atender a despesas 
extraordinárias decorrentes de calamidade pública. 
(e) Aos impostos sobre o patrimônio e a renda. 
 
2. Sobre o sistema de repartição de competências impositivas estabelecido pela 
Constituição de 1988, é incorreto afirmar que: 
 
(a) A regra geral, quanto aos impostos, é a atribuição de competências privativas 
 às pessoas políticas da federação brasileira, sendo os caso de bitributação 
expressamente previstos no texto constitucional. 
 
(b) Em atenção ao princípio federativo, a competência impositiva coincide 
exatamente com o poder de exonerar, não havendo espaço para isenções 
heterônomas no ordenamento jurídico nacional. 
 
(c) A atribuição de competência comum a todos os entes políticos para 
instituição de tributos vinculados não causa conflitos de competência, pois 
seu exercício submete-se à observância das regras de competência 
administrativa para a realização de serviços ou para o exercício de atos de 
polícia, no caso das taxas, bem como à verificação da pessoa pública 
realizadora da obra benéfica, em se tratando de contribuição de melhoria 
(d) a União, além dos impostos que a Constituição lhe atribui de forma 
expressa, pode instituir quaisquer outros, desde que o faça por lei 
complementar, atenda aos princípios da não-cumulatividade e da 
anterioridade e não invada a competência impositiva dos Estados e 
Municípios. 
 
(e) em caso de guerra externa ou sua iminência, a União pode instituir outros 
impostos além dos que lhe atribui a Constituição, compreendidos ou não em sua 
competência impositiva, afastado o requisito da anterioridade. 
 
3. Prédio de propriedade da União não pode ser submetido à incidência do 
imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana, por força do princípio 
constitucional da: 
(a) imunidade tributária objetiva. 
(b) isenção tributária. 
(c) imunidade tributária recíproca. 
(d) não diferenciação tributária. 
(e) isonomia tributária. 
 
 
 
 
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4.O Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em 
lei, pode alterar as alíquotas dos seguintes tributos: 
 
(a) IR, IPI, II e IE. 
(b) ITR, IOF, II e IE. 
(c) IOF, IPI, II e IE. 
(d) II, IE, ICMS e ISS. 
(e) empréstimo compulsório, II, IE e IPI. 
 
 
5. Para a cobrança de taxas, não se poderá(ão) utilizar: 
 
(a) alíquotas que serviram para a incidência de impostos. 
(b) base de cálculo, seja qual for o tipo de serviço público prestado. 
(c) alíquotas, seja qual for o exercício de poder de polícia manifestado. 
(d) denominação que serviu para identificação de outras taxas. 
(e) base de cálculo que tenha servido para a incidência de impostos. 
 
 
6. A chamada imunidade recíproca, que beneficia a União, os Estados, o 
Distrito Federal e os Municípios, não impede que uma dessas pessoas de direito 
público interno lance sobre as outras: 
 
(a) todos os tributos de sua competência, excetuadas as taxas. 
(b) taxas e contribuições de melhoria. 
(c) impostos sobre a renda, patrimônio, produção e circulação. 
(d) impostos sobre os serviços, produção e circulação e comércio exterior. 
(e) importação, IPI, exportação e IOF. 
 
7. O favor fiscal que, estabelecido em lei do poder tributante competente, 
dispensa o Contribuinte do pagamento do tributo devido é: 
 
(a) imunidade 
(b) isonomia 
(c) moratória 
(d) prescrição 
(e) isenção 
 
 
JURISPRUDÊNCIA 
 
 Em se tratando de norma constitucional relativa às imunidades tributárias 
genéricas, admite-se a interpretação ampla, de modo a transparecerem os princípios 
e postulados nela consagrado. O livro, como objeto da imunidade tributária, não é 
apenas o produto acabado, mas o conjunto de serviços que o realiza, desde a 
redação, até a revisão de obra, sem restrição dos valores que o formam e que a 
Constituição protege. (RE n.º 102.141-RJ. Relator Ministro CARLOS MADEIRA.. 
 
 
 - 24 - 
Professor Administrador: Omar Chagas do Nascimento – CRA-AM 1.5766RD 24 
 
CAPÍTULO 4 - IMPOSTOS DA UNIÃO, DOS ESTADOS, DO DISTRITO 
FEDERAL E DOS MUNICÍPIOS (Impostos próprios e transferências 
intergovernamentais) 
 
O Texto Constitucional, em seus artigos 153 a 156, estabelece os impostos 
privativos de cada ente estatal componente da Federação brasileira. Traça, em 
relação a vários deles, uma série de características a serem observadas pelo 
legislador da regra-matriz de incidência. 
 
Atualmente, para o perfeito conhecimento daquelas exações impõe-se 
considerar a edição da Emenda Constitucional n.º 3. Este diploma realizou 
significativas modificações nos tributos, sobretudo impostos, do Sistema Tributário 
Nacional. 
 
4.1. Impostos da União 
 
II - exceção à anterioridade e à legalidade (alíquotas). 
IE - exceção à anterioridade e à legalidade (alíquotas). 
IR - critérios: generalidade, universalidade e progressividade; 
- imunidade (ou isenção) dos aposentados e pensionistas. 
IPI - exceção à anterioridade e à legalidade (alíquotas); 
- seletivo (em função da essencialidade do produto); 
- não-cumulativo*; 
- imunidade dos produtos industrializados destinados ao exterior. 
IOF ou ISOF - exceção à anterioridade e à legalidade (alíquotas); 
- único imposto incidente sobre o ouro como ativo financeiro ou 
instrumento cambial com a alíquota mínima de 1%. 
ITR - alíquotas de forma a desestimular as propriedades 
improdutivas; 
- imunidade das pequenas glebas rurais. 
Grandes 
fortunas 
- lei complementar. 
Residuais - lei complementar; 
- não-cumulativos*; 
- não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos 
impostos já discriminados. 
Extraordinários - iminência ou caso de guerra externa; 
- compreendidos ou não em sua competência; 
- gradativamente suprimidos; 
- exceção à anterioridade. 
 
 
* “Em uma empresa industrial , por exemplo, isto significa dizer o seguinte: a) 
Faz-se o registro, como crédito, do valor do IPI relativo às entradas de matérias-
primas, produtos intermediários, materiais de embalagem, e outros insumos, que 
tenham sofrido a incidência do imposto ao saírem do estabelecimento de onde 
vieram; b) Faz-se o registro, como débito, do valor do IPI calculado sobre os 
produtos que saírem. No finaldo mês é feita a apuração. Se o débito é maior, o 
saldo devedor corresponde ao valor a ser recolhido. Se o crédito é maior, o saldo 
credor é transferido para o mês seguinte.” 
 - 25 - 
Professor Administrador: Omar Chagas do Nascimento – CRA-AM 1.5766RD 25 
 
 
 
4.2. Impostos dos Estados e do Distrito Federal 
 
ITBD (1) - compete ao Estado da situação do bem imóvel ou respectivos 
direitos; 
- compete ao Estado onde se processar o arrolamento ou 
inventário de bens móveis, títulos e créditos; 
- compete ao Estado onde tiver domicílio o doador de bens 
móveis, título e créditos; 
- lei complementar: 
i) doador com domicílio ou residência no exterior; 
ii) de cujus (2) com bens, residência, domicílio ou processamento 
do inventário no exterior; 
- alíquotas máximas fixadas pelo Senado Federal. 
ICMS - não-cumulativo; 
 
IPVA 
 
(1) causa mortis = em razão da morte; (2) de cujus = morto 
 
- A sigla ICMS abrange, pelo menos, cinco impostos diferentes: 
a) sobre operações mercantis; 
b) sobre serviços de transporte interestadual e intermunicipal; 
c) sobre serviços de comunicação; 
d) sobre lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos e energia elétrica; 
e) sobre minerais. O primeiro, de longe, é o economicamente mais importante. 
Operações relativas à circulação = atos ou negócios que impliquem mudança 
da posse ou da propriedade de mercadorias; mercadorias = coisas móveis 
destinadas ao comércio; alíquota interna (maior) = o adquirente em outro 
Estado não é “comerciante”; alíquota interestadual (menor) = o adquirente em 
outro Estado é “comerciante” (pagará ao Estado de sua sede a diferença 
respectiva). 
 
4.3. Impostos dos Municípios 
 
IPTU - poderá ser progressivo de forma a assegurar o cumprimento da 
função social da propriedade. 
ITBI (1) - imunidades: 
i) na transmissão de bens e direitos incorporados ao patrimônio 
de pessoa jurídica em realização de capital; 
ii) na transmissão de bens ou direitos decorrente de fusão, 
incorporação, cisão ou extinção de pessoa jurídica; 
- não abrangida pela imunidade: 
i) na transmissão de bens ou direitos decorrente de fusão, 
incorporação, cisão ou extinção, quando a atividade 
preponderante do adquirente for a compra e venda desses bens 
ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento mercantil. 
- compete ao Município da situação do bem. 
 - 26 - 
Professor Administrador: Omar Chagas do Nascimento – CRA-AM 1.5766RD 26 
 
ISS - os serviços serão definidos em lei complementar; 
- lei complementar fixará as alíquotas máximas; 
- lei complementar excluirá da incidência do ISS as exportações 
de serviços para o exterior. 
 
(1) inter vivos = entre vivos 
 
 
 
 
 
4.4. Legislação Tributária (Art. 96 do CTN) 
 
a. Hierarquia 
Constituição Federal Arts. 145 a 156; ADCT - Art. 34 
Emendas à Constituição Art. 60 da CF 
Leis Complementares (1) Art. 69 da CF 
Tratados e Convenções Internacionais Art. 98 do CTN 
Resoluções do Senado Federal (2) 
Leis Ordinárias, Delegadas, Medidas 
Provisórias, Decretos-lei e Decretos 
Legislativos 
Art. 97 do CTN; Arts. 49, inciso I, 62 e 
68 da CF 
Decretos Art. 99 do CTN 
Atos Normativos Art. 100 do CTN 
Decisões com efeito normativo Art. 100 do CTN 
Práticas reiteradas Art. 100 do CTN 
Convênios Art. 100 do CTN 
 
 
 
 
 
b. Leis Complementares Tributárias: 
Art. 146, caput Exige uma lei complementar de normas gerais do 
Sistema Tributário. A Lei n.º 5.172/66, embora editada 
como lei ordinária, é reconhecida como o CTN, com 
status de lei complementar (princípio ou teoria da 
recepção). 
Art. 148, caput Empréstimo Compulsório (instituição) 
Art. 153, inciso VII Imposto sobre grandes fortunas (instituição) 
Art. 154, inciso I Impostos residuais (instituição) 
Art. 155, § 1º, inciso III ITBD (doador com residência ou domicílio no exterior e 
de cujus com bens, residência, domicílio ou inventário 
no exterior) 
Art. 155, § 2º, inciso X, 
alínea a 
ICMS (definição de semi-elaborados) 
Art. 155, § 2º, inciso XII ICMS (disciplina do tributo) 
Art. 156, inciso III ISS (definição de serviços) 
Art. 156, § 3º ISS (alíquotas máximas e isenções em exportações de 
 - 27 - 
Professor Administrador: Omar Chagas do Nascimento – CRA-AM 1.5766RD 27 
 
serviços para o exterior) 
Art. 195, § 4º Outras Contribuições para a Seguridade Social 
(instituição) 
 
 
 
c) Resoluções Tributárias do Senado Federal: 
Art. 155, §1º, inciso IV ITBD (alíquotas máximas) 
Art. 155, § 2º, inciso IV ICMS (alíquotas interestaduais e de exportação) 
Art. 155, § 2º, inciso V ICMS (alíquotas mínimas nas operações internas e 
alíquotas máximas para resolver conflito) 
 
 
4.5 AS TRANSFERÊNCIAS INTERGOVERNAMENTAIS 
 
A Constituição de 1988 em seus artigos 153 a 162 estabelece a competência 
tributária das entidades federadas e repartição das respectivas receitas. 
A repartição das receitas, ou transferências intergovernamentais constitucionais 
previstas nos artigos 157, 158 e 159 da Constituição é o repasse pelo ente federado 
competente da parcela da receita pertencente a outra unidade federada, se 
constituindo portanto na partilha da receita tributária. 
 
Após a arrecadação e formação do bolo, as transferências (distribuição) da 
União para os Estados e Distrito Federal são as seguintes: a) 21,50% da 
arrecadação do Imposto de Renda e do Imposto sobre Produtos Industrializados (CF 
artigo 159, I, a), compreendendo estes recursos o Fundo de Participação dos 
Estados (FPE); 10% da arrecadação do IPI é destinado aos Estados exportadores, 
proporcionalmente às suas exportações de produtos industrializados, através do 
Fundo do IPI - exportação; 30% da arrecadação do Imposto sobre Operações 
Financeiras referente ao ouro (IOF- ouro) ; 50% da arrecadação do Imposto 
Territorial Rural. A Lei Complementar 62 de 28 de dezembro de 1989 estabelece os 
coeficientes individuais de cada Estado, estipulando uma divisão do FPE por região 
geográfica. Assim, 85% do FPE é destinado aos Estados das regiões norte, nordeste 
e centro-oeste, e 15% do fundo é destinado aos Estados situados nas regiões sul e 
sudeste. 
 
Ainda, do mesmo montante da União, as transferências intergovernamentais 
para os Municípios são as seguintes: a) 22,5% da arrecadação dos Impostos de 
Renda (IR) e Impostos sobre Produtos Industrializados (IPI) formando o Fundo de 
Participação dos Municípios (FPM) ; b) 70% da arrecadação do Imposto sobre 
Operações Financeiras referente ao ouro (IOF- ouro) e 50% da arrecadação do 
Imposto Territorial Rural(ITR). 
 
Os coeficientes individuais de cada Município são estabelecidos pelo Tribunal 
de Contas da União (TCU), que toma como parâmetros a população, com base no 
Censo Demográfico levantado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
(IBGE) e o estabelecido no Decreto Lei nº 1881 de 27 de agosto de 1981. A divisão 
do FPM entre os vários Estados obedece a seguinte proporção: 35,3% para os 
Municípios da região nordeste; 31,2% para os municípios da regue sudeste e 33,5% 
destinados aos municípios das regiões norte, centro-oeste e sul. 
 - 28 - 
Professor Administrador: Omar Chagas do Nascimento – CRA-AM 1.5766RD 28 
 
Verifica-se que do montante liquido da arrecadação do imposto de renda e do 
Imposto de Produtos Industrializados a União retém 56%. Nos caso dos impostos 
sobre Operações Financeiras relativa ao ouro e do ITR a União arrecada e transfere 
a totalidade da receita tributária, para Estados e Municípios. 
 
As transferências constitucionais dos Estados para os Municípios, são os 
seguintes: 
a) 25% da arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços 
(ICMS); b) 50% da arrecadação do Imposto sobre a Propriedade de Veículos 
Automotores (IPVA) e 25% da transferência que o Estado receber referente ao IPI - 
exportação.O Imposto de Renda Retido na Fonte dos funcionários públicos dos Estados, 
Distrito Federal e dos Municípios pertence a cada ente federado. 
Há um tipo novo de repasse da União para os Estados e Distrito Federal, que 
iniciou-se em 1996, com a edição da Lei Complementar 87/96. Trata-se de um 
ressarcimento pela desoneração do ICMS nas exportações para o exterior de 
produtos semi-elaborados e de produtos primários, uma vez que os produtos 
industrializados já gozavam de imunidade constitucional. Esse ressarcimento é 
criticado pelos economistas porque uma boa técnica de comércio exterior é não se 
exportar tributos, ao contrário, os produtos destinados à exportação têm mesmo que 
ser desonerados para qualquer competitividade no acirrado mercado internacional. A 
exceção é quando se usa o Imposto sobre Exportação como mecanismo de política 
econômica para desestimular a exportação de produtos que vão fazer falta no 
mercado interno. 
 
A Entidade Pública recebe sua cota, somam-se a estas os recursos próprios, 
monta o bolo e em seguida divide as verbas a fim de atender os fins perseguidos 
pelo Poder Público, entre outros: manutenção da ordem, prestação de serviços 
públicos, realização de ações sociais nos campos da saúde, educação. 
 
Todo o montante adquirido pela Entidade Pública é dividido para os vários 
setores, apenas como exemplificação vamos citar a repartição das verbas 
municipais utilizadas para atender a área de ensino público. O Art. 212 da atual 
Constituição Federal determina que 25% dos impostos do município, incluindo as 
transferências recebidas da União e do estado, devem ser destinados à Manutenção 
e Desenvolvimento do Ensino (M.D.E.). Desta forma, para atender o preceito 
constitucional, entendemos que o município deverá calcular 25% dos seguintes 
tributos e transferências: IPTU, ISSQN, ITBI, IPVA, ITR, IRRF, ICMS, IPI Exp, FPM, 
IOF/ouro e receitas da Dívida Ativa de Impostos. 
 
 
 
CAPÍTULO 5 - O "CAMINHO JURÍDICO DO TRIBUTO". FATO GERADOR 
E OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA. 
 
 A partir de agora estamos dando mais um passo no "caminho jurídico do 
tributo": a Lei cria o Tributo; com a ocorrência do Fato Gerador, nasce a Obrigação 
Tributária e por meio do Lançamento se constitui o Crédito que se extingue por 
diversos meios. O Código faz distinção entre a obrigação e o crédito. O Art. 139 do 
 - 29 - 
Professor Administrador: Omar Chagas do Nascimento – CRA-AM 1.5766RD 29 
 
CTN diz que o Crédito decorre da obrigação principal e, apenas surge, com o 
lançamento efetuado pela autoridade administrativa. É o que chamamos de "relação 
de dependência", por ex., o crédito depende da obrigação/a obrigação não depende 
do crédito e o crédito só surge com o lançamento. 
 
 
 
5.1 Obrigação Tributária e Fato Gerador 
 
 (1) 2) (3) 
HIPÓTESE DE INCIDÊNCIA >>> FATO GERADOR >>> OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA 
 
 
 
 Suj. Ativo >><< Suj. 
 Passivo (4) ! (5) 
 Objeto (6) 
 Lei (7) 
 
 
(1) Descrição legal de um fato, ou seja, simples previsão na lei. 
 
(2) É o fato jurídico formado pela incidência da norma (lei tributária) sobre o 
fato efetivamente existente no mundo físico. Faz nascer, como eficácia jurídica 
própria, a obrigação tributária (principal ou acessória). Podemos resumir da seguinte 
forma: é um acontecimento no mundo físico que, se descrito na lei (hipótese de 
incidência), leva você a pagar um tributo. 
 
 
(3) "Liame abstrato pelo qual uma pessoa, denominada Sujeito Ativo; O 
Estado, ou quem lhe fizer as vezes, fica cometida do direito, de exigir de outro 
sujeito, nomeado Sujeito Passivo, designado comumente de contribuinte, uma 
prestação de índole tributária". Para melhor entender, a Obrigação Tributária é um 
vínculo abstrato (relação jurídica), nascido no exato instante da ocorrência do fato 
gerador, comportando um dever e um direito em torno de um objeto (prestação 
pecuniária/tributo). Podendo ser: 
Obrigação Tributária Principal 
(de dar) 
Tem por objeto o pagamento de tributo “ou 
penalidade pecuniária”. 
Obrigação Tributária 
Acessória 
(de fazer ou não-fazer) 
Tem por objeto prestações positivas ou negativas 
no interesse da arrecadação e/ou fiscalização. 
Decorre da legislação tributária - art. 96 do CTN.( 
Para viabilizar a arrecadação e/ou fiscalização) 
- O descumprimento de obrigação acessória gera uma principal, no tocante a multa. 
 
(4) É a pessoa jurídica de direito público ou de direito privado ou mesmo 
pessoa física titular do direito subjetivo de exigir a prestação pecuniária (tributo) ou a 
prestação não-pecuniária . 
 
(5) Pessoa física ou jurídica, privada ou pública, de quem se exige o 
cumprimento da prestação pecuniária (tributo) ou a prestação não-pecuniária. 
 - 30 - 
Professor Administrador: Omar Chagas do Nascimento – CRA-AM 1.5766RD 30 
 
 
- Sujeito passivo da Obrigação Principal: 
Contribuint
e 
Relação pessoal e direta com a situação que constitua o fato 
gerador. 
Responsáv
el 
Sem ser contribuinte, sua obrigação decorre de disposição expressa 
de lei. 
- As convenções particulares, salvo disposição de lei em contrário, não podem ser 
oposta ao Fisco para modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações 
tributárias. 
 
(6) Tributo e/ou “penalidade pecuniária” ou prestações não-pecuniárias positivas ou 
negativas. 
(7) Princípio da legalidade, sem a lei é impossível surgir a obrigação tributária. Logo, 
concluímos que Lei e Fato Gerador são as fontes da Obrigação Tributária. 
 
 
 
CAPÍTULO 6 - SUJEIÇÃO PASSIVA - SOLIDARIEDADE, CAPACIDADE 
TRIBUTÁRIA, DOMICÍLIO TRIBUTÁRIO E RESPONSABILIDADES 
 
SUJEITO PASSIVO DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA 
 
Art. 121 do Código Tributário Nacional: 
 
 
Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo 
ou penalidade pecuniária. 
 
Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação tributária diz-se: 
 
I - contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua 
o respectivo fato gerador; 
 
II - responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação 
decorra de disposição expressa de lei. 
 
 
Exemplos de sujeito passivo 
 
 1. Contribuinte: aquele que realiza ou tem proveito econômico 
 com o fato gerador 
 Ex.: comerciante que vende a mercadoria 
 
 A realiza o fato gerador e A deve pagar o 
tributo. 
 
 
 2. Responsável: aquele que recebe o dever de pagar o tributo antes atribuído 
ao contribuinte, o qual, por motivos diversos, não 
pode ou não deve satisfazer a prestação. 
 - 31 - 
Professor Administrador: Omar Chagas do Nascimento – CRA-AM 1.5766RD 31 
 
 Ex.: espólio em relação ao de cujus 
 
A realiza o fato gerador e A deve pagar o 
tributo, mas se 
ocorrer o fato X, então B deve pagar o tributo. 
 
 
6.1. Solidariedade no Código Civil (Art. 896 parág. único) é a ocorrência de mais de 
um credor, ou mais de um devedor, na mesma relação obrigacional, cada qual com 
direito ou obrigado à dívida toda. Portanto no Direito Civil a solidariedade é ativa ou 
passiva, o que não ocorre no Direito Tributário. Neste só existe solidariedade 
passiva. 
Segundo o Art. 124 do CTN,a solidariedade tributária (passiva) ocorre quando: 
a) as pessoas tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador 
da Obrig. principal; 
b) as pessoas sejam expressamente designadas por lei 
 
- A solidariedade tributária (passiva) não comporta benefício de ordem (direito à 
observância de uma ordem quanto à execução). As dívidas tributárias, quando exista 
mais de um sujeito passivo, podem ser cobradas, em regra, de qualquer deles, 
indistintamente. 
 
Efeitos da solidariedade, salvo disposição de lei em contrário: 
 
a) o pagamento efetuado por um dos obrigados aproveita aos demais; 
b) a isenção ou remissão de crédito exonera todos os obrigados, salvo se 
outorgada pessoalmente a um deles, subsistindo, a solidariedade pelo saldo; 
c) a interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos obrigados, favorece ou 
prejudica os demais. 
 
6.2. Capacidade Tributária (passiva) é a possibilidade de figurar como sujeito 
passivo da obrigação tributária mesmo que haja: 
a) incapacidade civil; 
b) medidas que importem privação ou limitação do exercício de atividades ou da 
administração de seus bens ou negócios; 
c) irregularidade na constituição de pessoa jurídica. 
 
- As razões práticas que justificam essas regras (art. 126 do Código Tributário 
Nacional) sobre a capacidade tributária passiva são evidentes. Não fosse assim, 
muita gente alegaria incapacidade jurídica, decorrente de menoridade, 
desenvolvimento mental incompleto ou retardado, entre outros. Ou as pessoas 
jurídicas alegariam falta de arquivamento de seus atos constitutivos no Registro do 
Comércio, ou uma irregularidade qualquer, para fugirem às obrigações tributárias. 
(...) Ocorre que a vontade é irrelevante na formação do vínculo obrigacional 
tributário.” 
Capacidade tributária (ativa ou passiva) é a aptidão para figurar como sujeito na 
relação jurídico-tributária, portanto, titularizar direitos ou obrigações tributárias. 
 
 
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Professor Administrador: Omar Chagas do Nascimento – CRA-AM 1.5766RD 32 
 
CAPACIDADE TRIBUTÁRIA X CAPACIDADE CIVIL 
 
No Direito Civil, conforme preceitua o Art. 5º do Código Civil, são 
absolutamente incapazes de exercer pessoalmente aos atos da vida civil: os 
menores de 16 anos: os loucos de todo o gênero: os surdos-mudos, que não 
puderem exprimir a sua vontade: e os ausentes, declarados tais por ato do juiz. 
São relativamente incapazes a certos atos ou à maneira de exercer: os maiores de 
16 anos e menores de 21 anos: os pródigos e os silvícolas (Art 6º do Código Civil). 
Assim, em Direito Civil leva-se muito em consideração a capacidade, a vontade, a 
intenção etc... o que não ocorre em matéria tributária. 
 
Conforme preceitua o Art. 126 do CTN, a ocupação do pólo passivo da 
obrigação tributária independe da capacidade civil, de impedimento legal ou, no caso 
da pessoa jurídica, do fato de não estar regularmente constituída. Também não 
poderia ser de outra forma. 
A autonomia da capacidade tributária em relação à civil é patente. 
Nada como um exemplo para explicar: 
Para os efeitos tributários, o fato de uma pessoa ser incapaz, relativa ou 
absolutamente (louco, menor, surdo, silvícola etc.), possuindo rendas porque recebe 
de herança bens, não impede que estas sejam tributadas pelo Imposto de Renda. 
No caso da privação, limitação de determinadas atividades, o médico, advogado 
etc... impedido de exercer as actividades, que mesmo assim as exerceu, tendo 
recebido honorários, deve ter o seu rendimento tributado pelo Imposto de Renda. 
Também sobre atividade ilícita, ilegal, imoral etc... como no caso de contrabando 
sobre os produtos apreendidos deve incidir ICMS, IPI Imposto de Importação etc. ou, 
ainda, no caso de rendimentos de prostituição, lenocínio etc, incidirá 
necessariamente. Imposto de Renda. 
 
Para concluir, como já dissemos, o fato de a mesma pessoa jurídica não estar 
regularmente constituída, isto é, sem inscrição nas repartições competentes na 
Junta Comercial etc..., não a desobriga do cumprimento da obrigação tributária. 
Assim, alguém que começa a vender, em sua casa regularmente, carros usados, 
passará a ser contribuinte do ICMS. Nem poderia ser de outra forma, visto que, se 
em virtude da falta de regularização desobrigasse alguém de pagar tributo, ninguém 
regulariza o seu estabelecimento. A falta de regularização constitui, isto sim, 
descumprimento da obrigação acessória passível de autuação e aplicação de 
penalidade prevista em lei. 
 
6.3. Domicílio Tributário é o lugar em que a pessoa física ou jurídica 
estabelece o centro de suas atividades habituais. Todas as comunicações e 
procedimentos fiscais serão dirigidos àquele lugar. É de suma importância a 
determinação domicilio tributário, pois, na maioria dos casos, é o lugar competente 
para cobranças, fiscalização, execução etc.. 
 
Em princípio o contribuinte pode escolher o seu domicilio tributário, qual seja, 
o lugar onde manterá suas relações com o fisco. Mas o CTN estabelece regras que 
limitam essa liberdade de escolha, e estipula também regras aplicáveis na hipótese 
do sujeito passivo não usar sua faculdade de escolher. Veja o que diz o Código 
Tributário Nacional: 
 
 - 33 - 
Professor Administrador: Omar Chagas do Nascimento – CRA-AM 1.5766RD 33 
 
a) existem tributos cuja legislação específica exclui ou restringe a faculdade de 
escolha, pelo sujeito passivo, de seu domicílio tributário; 
b) nos demais tributos, vigora a liberdade de escolha; 
c) a liberdade de escolha não pode ser usada para impedir ou dificultar a 
arrecadação ou a fiscalização do tributo, pois neste caso poderá ser recusado o 
domicílio escolhido; 
d) ocorrendo essa recusa, o domicílio tributário será o do lugar da situação dos bens 
ou da ocorrência dos atos ou fatos que deram origem à obrigação. 
e) na falta de escolha , o domicílio deve ser: 
- para pessoas físicas ou naturais: 
residência habitual ou centro habitual das atividades (incerta ou desconhecida a 
residência) 
- para pessoas jurídicas de direito privado e firmas individuais: 
lugar da sede ou de cada estabelecimento (em relação aos atos ou fatos que derem 
origem à obrigação) 
- para pessoas jurídicas de direito público: 
qualquer das repartições, no território da entidade tributante 
 
 
 
Responsabilidade Tributária (Responsabilidade dos sucessores/de terceiros e 
por infração) 
 
- Responsabilidade, em sentido amplo, é a submissão de determinada pessoa, 
contribuinte ou não, ao direito do fisco de exigir a prestação da obrigação tributária 
(Exemplos: arts. 123, 128, 136 e 138 do CTN). 
 
- Responsabilidade, em sentido estrito, é a submissão, em virtude de disposição de 
legal expressa, de determinada pessoa que não é contribuinte, mas está vinculada 
ao fato gerador da obrigação tributária, ao direito do fisco de exigir a prestação 
respectiva (Exemplo: art. 121, inciso II do CTN). 
 
- Características básicas da figura do responsável: 
a) sujeito passivo da relação tributária por expressa determinação legal; 
b) não possui relação pessoal e direta com o fato gerador (não é contribuinte); 
c) possui uma relação ou vinculação (não pessoal e direta) com o fato gerador; 
d) pode liberar o contribuinte da obrigação tributária, pode manter a 
responsabilidade do contribuinte em caráter supletivo, pode ser total ou parcial 
 
1. Responsabilidade dos Sucessores 
 
- São pessoalmente responsáveis pelos tributos devidos: 
a) adquirente (relativamente aos bens adquiridos); (1) 
b) remitente (relativamente aos bens remidos); (2) 
c) sucessor a qualquer título (pelo de cujus até a data da partilha); (3) 
d) cônjuge meeiro (pelo de cujus até a data da adjudicação); (4) 
e) espólio (pelo de cujus até a data da abertura da sucessão). (5) 
 
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Professor Administrador: Omar Chagas do Nascimento – CRA-AM 1.5766RD 34 
 
(1) Em se tratando de fato gerador relativo a propriedade, o domínio útil ou a posse 
de bens imóveis a regra não se aplica se do título de transferência do direito constar 
prova

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