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ORGANIZAÇÃO DO ESTADO Profª Cleia Simone Composição A República Federativa do Brasil é composta pela união indissolúvel dos seguintes entes federativos: União; b) Estados; c) Distrito Federal; d) Municípios. Personalidade jurídica A República Federativa do Brasil possui personalidade jurídica de Direito Público externo e soberania. Os entes federativos possuem personalidade jurídica de Direito Público interno e autonomia política (capacidade de auto-organização), administrativa e financeira. OBSERVAÇÃO República Federativa do Brasil e Estado Federal são sinônimos. Organização Político-Administrativa Art. 18. A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição. ATENÇÃO Os Territórios não fazem parte da organização político-administrativa da República Federativa do Brasil, pois se inserem na constituição da União; não possuem personalidade jurídica, mas sim natureza de autarquia. O objetivo principal da criação de um Território é a sua transformação futura em um Estado federado. Art. 21. Compete à União I – Manter relações com Estados estrangeiros e participar de organizações internacionais; II – Declarar a guerra e celebrar a paz; Atenção! Como a República Federativa do Brasil é a única entidade que detém soberania, para a União conseguir manter reações com Estados estrangeiros e participar de organizações internacionais, supõe-se que ela exerça a soberania apenas de forma subsidiária, em nome da República Federativa do Brasil. Vedação aos Entes Federados Constituição Federal de 1988 Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I – Estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público; II – Recusar fé aos documentos públicos; III – Criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si. Territórios Constituição Federal de 1988 Art. 18. (...) § 2º Os Territórios Federais integram a União, e sua criação, transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei complementar. Obs: O procedimento de criação de um Território é idêntico ao processo de criação de um novo Estado, sendo necessário, portanto, um plebiscito e uma lei complementar. Organização administrativa e judiciária dos Territórios Art. 33. A lei disporá sobre a organização administrativa e judiciária dos Territórios. § 1º Os Territórios poderão ser divididos em Municípios, aos quais se aplicará, no que couber, o disposto no Capítulo IV deste Título. § 2º As contas do Governo do Território serão submetidas ao Congresso Nacional, com parecer prévio do Tribunal de Contas da União. § 3º Nos Territórios Federais com mais de cem mil habitantes, além do Governador nomeado na forma desta Constituição, haverá órgãos judiciários de primeira e segunda instância, membros do Ministério Público e defensores públicos federais; a lei disporá sobre as eleições para a Câmara Territorial e sua competência deliberativa. (...) Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT) Art. 14. Os Territórios Federais de Roraima e do Amapá são transformados em Estados Federados, mantidos seus atuais limites geográficos. Art. 15. Fica extinto o Território Federal de Fernando de Noronha, sendo sua área reincorporada ao Estado de Pernambuco. Estados da Federação Constituição Federal de 1988 Art. 18. (...) § 3º Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar. Observação Os plebiscitos não possuem poder vinculatório. Caso um plebiscito decida que um Estado será desmembrado, o Congresso Nacional não necessariamente precisará fazê-lo. Das Atribuições do Congresso Nacional Art. 48. Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, não exigida esta para o especificado nos arts. 49, 51 e 52, dispor sobre todas as matérias de competência da União, especialmente sobre: VI – Incorporação, subdivisão ou desmembramento de áreas de Territórios ou Estados, ouvidas as respectivas Assembleias Legislativas. Organização dos Estados Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e leis que adotarem, observados os princípios desta Constituição. (...) ADCT Art. 11. Cada Assembleia Legislativa, com poderes constituintes, elaborará a Constituição do Estado, no prazo de um ano, contado da promulgação da Constituição Federal, obedecidos os princípios desta. Parágrafo único. Promulgada a Constituição do Estado, caberá à Câmara Municipal, no prazo de seis meses, votar a Lei Orgânica respectiva, em dois turnos de discussão e votação, respeitado o disposto na Constituição Federal e na Constituição Estadual. Observação Assim como os Municípios, o Distrito Federal possui uma Lei Orgânica, porém esta detém natureza de Constituição Estadual; sua forma é de Lei Orgânica, todavia o seu conteúdo é de Constituição Estadual. Além de seguir a Constituição da República e a sua Constituição, os Estados devem obedecer aos seguintes princípios: a) Princípio da Simetria; b) Princípios Sensíveis. Princípio da Simetria/ Princípios Extensíveis É o princípio federativo que obriga os Estados, e também os Municípios, a seguir as regras constitucionais dirigidas à União. Exemplos Imunidade do Presidente da República, CPI, Processo Legislativo, prazo para o Presidente da República se ausentar do país sem autorização do Congresso Nacional etc. Atenção! Entretanto, em determinadas situações, a jurisprudência do STF pode reafirmar ou não esse princípio da simetria. Exemplo: em caso de dupla vacância, no âmbito federal, deve-se ter uma eleição indireta com votação ostensiva, todavia os Estados e Municípios não necessitam seguir essa regra. Atenção! Os Deputados Estaduais possuem as mesmas imunidades dos Deputados Federais. Princípios Sensíveis São aqueles cujo descumprimento acarreta a intervenção federal. Exemplos: Constituição Federal de 1988 Art. 34. A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: (...) VII – Assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais: a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático; b) direitos da pessoa humana; c) autonomia municipal; d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta. e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde.
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