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Padrões Contábeis Internacionais e Apresentação de Demonstrações Financeiras

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Tema 1
Em junho de 1973 foi criado o IASC (internacional Accounting Standards Commitee), Comitê de Padrões Contábeis Internacionais, como resposta dos países da Europa à criação do FASB (Financial Accounting Standards Board) Conselho de Padrões Contábeis Financeiros criado em 1972 nos Estados Unidos.
O IASC emitia as IAS (International Accounting Standards), Padrões Contábeis Internacionais.
 Em abril de 2001, o IASC foi substituído pelo IASB que adotou e revisou as IAS e passou a emitir as novas normas, as IFRS (International Financial Reporting Standards), Padrões de Divulgações Financeiras Internacionais. 
O objetivo da criação do IASB foi de melhorar os pronunciamentos anteriores emitidos pelo IASC, harmonizando, assim, os demonstrativos contábeis publicados pelos países que convergirem para as novas normas internacionais.
No Brasil foi criado o CPC, Comitê de Pronunciamento Contábeis, em 7 de outubro de 2005 pela Resolução nº 1.055/2005 do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) para ser o único órgão responsável pela emissão dos pronunciamentos contábeis no Brasil. 
Segundo a Resolução nº 1.055/2005 do CFC, o objetivo do CPC é: o estudo, o preparo e a emissão de Pronunciamentos Técnicos sobre procedimentos de Contabilidade e a divulgação de informações dessa natureza, para permitir a emissão de normas pela entidade reguladora brasileira, visando à centralização e uniformização do seu processo de produção, levando sempre em conta a convergência da Contabilidade Brasileira aos padrões internacionais.”
O CPC é composto por dois representantes de cada entidade relacionada abaixo: 
APIMEC Nacional (Associação dos Analistas e Profissionais de Investimentos do Mercado de Capitais). 
ABRASCA (Associação Brasileira das Companhias Abertas). 
BOVESPA (Bolsa de Valores de São Paulo). 
CFC (Conselho Federal de Contabilidade). 
FIPECAFI (Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras). 
IBRACON (Instituto dos Auditores Independentes do Brasil). 
Seus representantes não recebem remuneração.
 IFRS 1 – ADOÇÃO DAS NORMAS INTERNACIONAIS PELA PRIMEIRA VEZ 
A IFRS 1 tem o objetivo de determinar critérios de adoção pela primeira vez das normas internacionais de contabilidade. 
Quando uma empresa adota as normas internacionais pela primeira vez, ela deve elaborar um balanço de abertura na data de transição e fazer uma declaração explícita e sem reservas de que as demonstrações financeiras estão de acordo com as IFRS. 
No Balanço de abertura a empresa deverá: 
- Reconhecer todos os ativos e passivos exigidos pela IFRS. 
- Não reconhecer itens como ativos ou passivos se as IFRS não permitirem tal reconhecimento. 
- Reclassificar itens reconhecidos conforme a norma local, se tal classificação for diferenciada segundo a IFRS. 
- Aplicar IFRS na mensuração de todos os ativos e passivos reconhecidos. 
A empresa também deve estabelecer duas categorias de exceções para que seu Balanço de abertura esteja em conformidade com a IFRS: 
a) Isenções para algumas exigências. 
b) Proibição da aplicação retrospectiva para alguns itens. 
As isenções e proibições só farão parte do Balanço de abertura. 
As primeiras demonstrações financeiras de uma entidade, segundo as IFRS, devem incluir ao menos três balanços patrimoniais, isso não quer dizer que sejam três conjuntos completos de demonstrações, e sim três balanços acompanhados de duas demonstrações do resultado abrangente e duas das demais demonstrações. Isso implica em pelo menos um exercício comparativo. 
Então, você terá o Balanço de Abertura na data de transição, que é o início do primeiro exercício comparativo para o qual a entidade apresenta informações comparativas completas com base nas IFRS. 
TEMA 2	
A IAS 1 que trata das bases para apresentações das demonstrações contábeis, assegurando a comparabilidade das informações de um ano para outro e também em relação a outras empresas. 
IAS 1 – Apresentação das Demonstrações Financeiras 
A IAS 1 foi revisada em 2008 pelo IASB, atual órgão internacional e entrou em vigor a partir de 1º de janeiro de 2009. 
O objetivo dessa norma é de estabelecer bases para apresentação das demonstrações financeiras, assegurando a comparabilidade das mesmas de um ano para o outro, como em relação aos demonstrativos financeiros de outras empresas. De acordo com essa norma, as demonstrações financeiras que deverão ser elaboradas e publicadas são: 
- Balanço Patrimonial. 
- Demonstração do Resultado do Exercício. 
- Demonstração do Resultado Abrangente. 
- Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido. 
- Demonstração do Fluxo de Caixa. 
- Notas Explicativas. 
No Brasil foi editado pelo CPC, Comitê de Pronunciamentos Contábeis, o CPC 26, que trata da mesma questão e foi elaborado a partir da IAS 1, portanto, a norma brasileira está alinhada com a norma internacional.
Veja alguns pontos importantes de aplicação da norma: 
a) Continuidade: As demonstrações financeiras devem ser preparadas com base no princípio da continuidade. Quando a empresa não tiver a intenção de continuar com suas operações, por intenção da administração em liquidar a entidade, ou não possuir nenhuma alternativa para continuar com suas operações, essa informação deve ser divulgada em notas explicativas. 
b) Regime de competência: As demonstrações contábeis devem ser elaboradas com base no regime de competência, com exceção da demonstração do fluxo de caixa. 
c) Frequência da divulgação: Os demonstrativos contábeis devem ser elaborados e divulgados ao menos uma vez por ano, incluindo a informação comparativa do ano anterior. 
d) Consistência: As entidades deverão manter a apresentação e classificação das contas nas demonstrações contábeis de um período para o outro a menos que outra alternativa seja mais apropriada ou caso outra norma determinar a mudança na apresentação. 
e) Informações Obrigatórias: nome da entidade, nível de arredondamento dos valores, moeda das demonstrações, data ou período coberto pelas demonstrações, e se as demonstrações são individuais ou consolidadas. 
Agora você estudará os demonstrativos obrigatórios de elaboração e publicação por tópicos: 
A) Balanço Patrimonial: a norma internacional não prevê ordem ou formato de apresentação, pode ser apresentado da seguinte maneira: 
- Em correntes e não correntes. 
- Por ordem de liquidez. 
- Por classificação mista. 
Ativo Corrente é todo ativo que satisfaz a qualquer um dos critérios mencionados abaixo: 
Será, provavelmente, realizado, vendido ou consumido dentro do ciclo operacional normal da entidade.
A DFC (Demonstração do Fluxo de Caixa) é estruturada de forma a evidenciar as variações de caixa e equivalentes de caixa de um determinado período. A classificação das entradas e saídas de caixa é dividida em três atividades: 
- Operacional: referem-se à atividade operacional da empresa. Exemplo: recebimento de clientes, pagamento de fornecedores, pagamento de salários. 
- Investimentos: referem-se aos investimentos que a empresa faz no realizável a longo prazo, no ativo imobilizado, intangível e investimentos. Exemplo: aplicações financeiras de longo prazo, aquisição de imobilizado, investimento em ações de outras empresas. 
- Financiamentos: referem-se aos recursos obtidos no passivo não circulante e no Patrimônio Líquido. Exemplo: empréstimos obtidos, aumento de capital, pagamento de dividendos.

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