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Fichamento GT001 2 (2)

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Aluno (a): Paula Rocha Machado
Texto: Trabalho e Capital Monopolista
Sessão: 4
Várias partes do texto lido devem ser relembradas, principalmente aquela que o autor distingue a Revolução Industrial da chamada revolução técnico-cientifica, pois muitas pessoas, inocentemente ou não, acham que ambas tem o mesmo significado, o que é inverídico. A Revolução Industrial foi aquela que desenvolveu novas tecnologias para aprimorar o processo produtivo interno, aumentando a capacidade de produção das fábricas. Nesta, a ciência acompanhou o processo relativamente á margem do que realmente acontecia, já que ainda não estava estruturada diretamente ao capitalismo nem dominada pelas instituições financeiras do capitalismo em si e foi usada apenas esporadicamente, produzindo teorias sobre o desenvolvimento concreto das indústrias no âmbito mundial, mas principalmente no território inglês. E é importante saber que a ciência só poderia se tornar “parte” do sistema capitalista se antes dela fosse desenvolvido o nós chamamos de técnica. Já na revolução técnico-cientifica, a ciência torna-se auxiliador do capital (assim como a técnica) e seu fornecimento depende da demanda, ou seja, ela se incorpora ao capitalismo, sendo controlado e submisso a ele. Portanto, o período monopolista de onde surgiu o capital monopolista, passou a utilizar de vez a ciência no desenvolvimento tecnológico destinado à produção. 
Na época antiga, a produção tecnológica era feita pelo modo do empirismo, ou seja, na forma de observação e na tentativa de erro e acerto, portanto a ciência não foi base propriamente e diretamente dita para o desenvolvimento das bases industriais, mas o método do empirismo utilizado muitas vezes corrobora a argumentação do autor “... a ciência em seus inicios sob o capitalismo, no mais das vezes formulou suas generalizações lado a lado com o desenvolvimento tecnológico, ou em consequência dele” (pagina 4 – 5). O autor corrobora essa afirmação utilizando o exemplo da máquina de vapor, o que acho plausível já que é um equipamento que representou um grande avanço tecnológico industrial, mas que passou por certas mudanças e problemas técnicos para só depois poder ser utilizada de forma eficiente, provando que o conhecimento do instrumento (ciência) deve-se atrelar com a tecnologia que ela representa. 
O fato é que não é só apenas porque a ciência não estava ligada ao capital que ela não foi absurdamente utilizada na Revolução Industrial, mas também porque não existia a ciência como conhecemos hoje, devidamente organizada, com profissionais altamente qualificados e com diversas áreas de atuação, pois antes ela era regida por princípios clássicos e arcaicos que estavam apenas preocupados em estudar fenômenos físicos, além de que os cientistas da época eram pessoas amadoras, sem grande e profundo conhecimento sobre a área em questão, para se tornar um cientista, precisava-se apenas de ter a qualidade da curiosidade; as universidades não continham grandes quantidades de cientistas nem uma base social estabelecida, já que os governos não investiam em tal área. Porém, com as mudanças sociais, econômicas, filosóficas e politicas sendo ocorrida, a classe burguesa detentora do capital começa a diversificar as áreas de investimentos, proporcionando assim o desenvolvimento e produção da era cientifica.
O seu crescimento e sua incorporação ao sistema capitalista se deu na Alemanha, com a influencia da filosofia de Hegel, pois este teve um papel de destaque na reforma da educação alemã, na segunda década do século XIX. Além de que deu a ciência um papel fundamental e teórico na educação, estimulando assim o desenvolvimento da pesquisa cientifica básica e do pensamento reflexivo, deixando pra trás o senso comum e o empirismo que rodeavam os países naquela época, como os Estados Unidos e a Inglaterra. O desenvolvimento da Alemanha foi tanto, principalmente na área da indústria química, que os outros países, principalmente os Estados Unidos começaram a investir, no início da era do capitalismo monopolista, em equipamentos e criar laboratórios de pesquisas, transformando a ciência em produto, acarretando no aumento do conhecimento cientifico dos profissionais e o papel crescente do governo na pesquisa como base para esse acontecimento. Comprovando assim a frase final do autor “A inovação chave não deve ser encontrada na Química, na Eletrônica, na maquinaria automática, na aeronáutica, na Física Nuclear ou em qualquer dos produtos dessas tecnologias cientificas, mas antes na transformação da própria ciência em capital” (pagina 12). 
Por fim, a ideia principal do texto é abordar a ciência como parte do capitalismo, mostrando como uma nação pode-se desenvolver a partir dela e mostrar como surgiu essa definitiva incorporação (revolução técnico-cientifica). O autor faz essa abordagem por meio de contrastes entre a visão da ciência na época antiga e a visão dela na época moderna e as diferenças entre as revoluções já ocorridas. Ademais, o autor utiliza como exemplo as histórias dos países (Estados Unidos, Inglaterra e Alemanha) contrastando as maneiras dos governos administrarem a politica e a economia de cada país, dos filósofos em influenciar cada uma das sociedades e dos economistas da época em criar teorias que ajudam a nação a crescer economicamente.

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