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www.escolatecnicasandrasilva.com.br Curso Técnico Mecânica EAD Guia de Estudo REFRIGERAÇÃO Este guia de estudo foi elaborada com o intuito de fornecer aos alunos os conceitos básicos, de facilitar o aprendizado, servir como fonte de consulta e complementação das aulas ministradas e dos conteúdos técnicos do módulo de refrigeração, contudo, que esta publicação não esgota todas as abordagens possíveis relativas à área de atividades. ÍNDICE INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................................ 6 CAPITULO - 1 ......................................................................................................................................................................... 7 1 - TERMOLOGIA .................................................................................................................................................................. 7 1.1 – CALORIMETRIA ......................................................................................................................................................... 8 1.2 – TRANSMISSÃO DE CALOR .................................................................................................................................... 8 1.2.1 – CONDUÇÃO ............................................................................................................................................................. 9 1.2.2 – CONVECÇÃO ........................................................................................................................................................... 9 1.2.3 – IRRADIAÇÃO OU RADIAÇÃO ............................................................................................................................ 9 1.3 – CALOR SENSÍVEL ..................................................................................................................................................... 9 1.4 – CALOR LATENTE....................................................................................................................................................... 10 1.5 – MUDANÇA DO ESTADO DOS CORPOS........................................................................................................... 10 1.6 – CALOR ESPECÍFICO ................................................................................ ...............................................................11 1.7 – QUANTIDADE DE CALOR .................................................................................................................................... 11 1.8 – FONTES DE CALOR ............................................................................................................................................... 11 1.9 – EFEITO DE CALOR SOBRE OS CORPOS ........................................................................................................ 11 1.10 – DEFINIÇÃO DE REFRIGERAÇÃO .................................................................................................................... 11 1.11 – TERMOMETRIA ..................................................................................................................................................... 11 1.11.1 – TEMPERATURA ................................................................................................................................................. 11 1.11.2 – TERMÔMETRO .................................................................................................................................................. 11 1.11.3 – TERMOSTATO ................................................................................................................................................... 11 1.12 – ESCALAS TERMOMÉTRICAS ............................................................................................................................ 12 1.12.1 – CONVERSÃO DE ESCALAS........................................................................................................................... 13 1.12.2 – OUTRAS ESCALAS .......................................................................................................................................... 13 CAPÍTULO - 2 ...................................................................................................................................................................... 14 2 – FLUIDOS REFRIGERANTES .................................................................................................................................... 14 2.1 – CLASSIFICAÇÃO DOS FLUIDOS ....................................................................................................................... 14 2.2 – PRINCIPAIS TIPOS E CARACTERÍSTICAS DOS FLUIDOS REFRIGERANTES.................................... 14 2.3 – ALGUNS FLUIDOS SUBSTITUTOS ................................................................................................................... 15 2.4 – TRANSPORTE DOS FLUIDOS REFRIGERANTES .......................................................................................... 16 2.5 – BREVE HISTÓRICO DOS REFRIGERANTES .................................................................................................. 17 2.6 – CAMADA DE OZÔNIO ........................................................................................................................................... 17 2.7 – DETERMINAÇÕES ATUAIS DO PROTOCOLO DE MONTREAL...................................................................18 CAPÍTULO - 3 ...................................................................................................................................................................... 18 3 – SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO ............................................................... .................................................................18 3.1 – TIPOS DE SISTEMAS DE REFRIGERAÇÃO POR COMPRESSÃO..............................................................19 3.2 – CICLO DA REFRIGERAÇÃO Á COMPRESSÃO DE VAPOR ......................................................................... 20 3.3 – COMPONENTES BÁSICOS DO SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO ............................................................... 20 3.3.1 – COMPRESSOR ..................................................................................................................................................... 21 3.3.2 – CONDENSADOR ................................................................................................................................................. 21 3 3.3.3 – ELEMENTO EXPANSOR ................................................................................................................................................................... 22 3.3.4 – EVAPORADOR ............................................................................................................................................................................. 22 3.3.5 – FILTRO SECADOR ..................................................................................................................................................................... 22 3.4 – CICLO DE FUNCIONAMENTO DOS COMPONENTES BÁSICOS ............................................ . 23 3.5 – SISTEMA HERMÉTICO DE REFRIGERAÇÃO ..................................................................................................................................... 25 3.6 – CLASSIFICAÇÃO DOS SISTEMAS HERMÉTICOS.............................................................................................................................. 24 3.6.1 – ELEMENTO DE CONTROLE ............................................................................................................................................................ 24 3.6.2 – TEMPERATURA DE EVAPORAÇÃO ............................................................................................................................................... 24 CAPÍTULO - 4 ........................................................................................................................................................................................ 25 4 – COMPRESSOR DA UNIDADE HERMÉTICA– PARTES ELÉTRICA .................................................................................................................... 25 4.1 – TESTES NO COMPRESSOR ............................................................................................................................................................. 27 4.2 – GENERALIDADES DO COMPRESSOR ............................................................................ 28 4.3 – COMPONENTES ELÉTRICOS DE UM SISTEMA HERMÉTICO ............................................... 29 4.4 COMPONENTES MECÂNICOS DE UM SISTEMA HERMÉTICO .............................................33 4.5 – FUNCIONAMENTO DO REFRIGERADOR DOMÉSTICO..................................................... 34 4.6 – ACESSÓRIOS......................................................................................................... 34 4.7 – CONDICIONADOR DE AR.......................................................................................... 35 4.7.1 – HIGROMETRIA ........................................................................................................ 35 4.7.2 – AR ATMOSFÉRICO .................................................................................................. 35 4.7.3 – UMIDADE .............................................................................................................. 35 4.7.4 – UMIDADE RELATIVA DO AR....................................................................................... 35 4.7.5 – APARELHO CONDICIONADOR DE AR ......................................................................... 35 4.7.6 –FUNÇÕES DO APARELHO DE AR CONDICIONADO ........................................................ 35 4.7.7 – CONDICIONADOR DE AR .......................................................................................... 37 4.7.8 –COMPONENTES ELÉTRICOS DO AR CONDICIONAL RESIDENSIAL...................................38 4.7.9 – FUNCIONAMENTO DO SISTEMA ELÉTRICO ................................................................. 39 4.7.10 – TESTES E SUBSTITUIÇÃO NO SISTEMA ELÉTRICO....................................................... 41 4.7.11 – TREINAMENTO PRÁTICO ............................................................................................ 42 4.7.12 – CICLO REVERSO DOS CONDICIONADORES DE AR .................................................... 43 4.7.13 – CÁLCULO DE CARGA TÉRMICA................................................................................ 43 4.7.14 – BEBEDOURO ......................................................................................................... 44 4.7.15 – COMPONENTES DO BEBEDOURO ............................................................................ 44 4.7.16 – FUNCIONAMENTO DO BEBEDOURO ......................................................................... 45 4.7.17 – UMIDADE NO SISTEMA ........................................................................................... 45 4.7.18 – FILTRO SECADOR INADEQUADO .............................................................................. 45 4.7.19 – GENERALIDADES ................................................................................................... 46 4.7.20 – VÁCUO NO SISTEMA .............................................................................................. 46 4.7.21 –CARGA NO SISTEMA HERMÉTICO ............................................................................ 47 4.7.22 – MÉTODOS DE CARGA ............................................................................................ 47 CAPÍTULO - 5 ..................................................................................................................................................................................... 48 5 – FERRAMENTAS BÁSICAS PARA USO NO SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO .............................................................. 48 4 CAPÍTULO - 6 ...................................................................................................................................................................... 54 6 – DEFEITOS, CAUSAS E SOLUÇÕES ...................................................................................................................... 54 6.1 - TABELAS DE DEFEITOS E CORREÇÕES ......................................................................................................... 58 BIBLIOGRAFIA .................................................................................................................................................................... 60 5 REFRIGERAÇÃO INTRODUÇÃO História da Refrigeração O emprego dos meios de refrigeração já era de conhecimento humano mesmo na época das mais antigas civilizações. Pode-se citar o povo chinês que, muitos séculos antes do nascimento de Cristo, usavam o gelo natural colhido nas superfícies dos rios e lagos congelado e conservado com grandes cuidados, em poços cobertos com palha. As civilizações gregas e romanas que também aproveitavam o gelo colhido no alto das montanhas, a custo do braço escravo, para conservar os alimentos e também para o preparo de bebidas geladas. Já a civilização egípcia, que devido a sua situação geográfica e ao clima de seu país, não dispunham de gelo natural, refrescavam a água usando vasos de barro, semelhantes às moringas, tão comuns no interior do Brasil. Alimentos tambem eram corservados em banhas e sal grosso. Mas apenas com a invenção do MICROSCÓPIO em 1863, os cientistas estudaram os microorganismos (bacterias, enzimas e fungos). Eles descobriram que estes organismos microscópios multiplicam-se com o calor e que elas eram responsalveis pela decomposição dos alimentos, porém, com uma temperatura mais baixa essas bacterias não se propagavam. Temperaturas mais baixas não elimanam microorganismos, apenas controlam o seu desensolvimento. Com o uso do frio se consegue conservar o alimento por mais tempo. Atualmente dispomos de meios para produzir refrigeração em qualquer estação do ano, mais somente em 1913, tivemos algo mais concreto com aparição dos primeiros refrigeradores. A partir de 1926 nos EUA que a refrigeração tomou seu grande impulso com o advento da unidade mecânica. No Brasil, a refrigeração mecanica começou na década de 60 com modelos importados. A partir dos anos 70, começamos a fabricar nossos próprios compressores na EMBRACO (Empresa Brasileira de Compressores). Benefícios da Refrigeração: • Conservação dos alimentos; • Conforto e bem estar; • Aumento da produtividade e qualidade. 6 CAPÍTULO – 1 1. TERMOLOGIA É a parteda física que estuda os fenômenos relativos ao calor, ou seja, ela estuda as manifestações dos tipos de energia que de qualquer forma produzem variação da temperatura, do aquecimento, do resfriamento, ou mesmo a mudança de estado físico da matéria, quando ela recebe ou perde calor. No sentido físico da palavra, “calor” não é sinônimo de quente e não é uma substância. Calor é uma forma de energia térmica em movimento. Ele pode ser transferido de um corpo/ambiente para outro em que existam diferenças de temperatura, ou seja, calor é uma transmissão de energia térmica. Um corpo pode receber certa quantidade de calor e continuar frio, ou perder calor e continuar quente. O calor não desaparece, ele é transferido, que vai de um corpo para o outro, para ser mais especifico, movimenta-se do corpo de temperatura mais alta para o corpo de temperatura mais baixa até que suas temperaturas se igualem (entre em equilíbrio térmico). O conjunto de fenômenos que caracterizam esta passagem da forma de energia é denominado Transmissão de Calor. Abaixo mostra dois corpos de temperaturas diferentes em contato entre si. Nesta situação a energia térmica passará do corpo mais quente para o mais frio até que suas temperaturas se igualem. Durante o processo o corpo quente esfriará e o corpo frio aquecerá. Nota: A taxa de transferência de calor é maior quando os corpos tiverem maior diferença de temperatura. 1.1- CALORIMETRIA (quantidade de calor). É a área da física que é usada para medir a quantidade de calor. Calor é a energia térmica que flui de um corpo para outro em virtude da diferença de temperatura entre eles. 7 Caloria (cal) é a unidade de medida para determinar a quantidade de calor contida em um corpo. Uma caloria é igual à quantidade de calor necessário para elevar 1ºC de uma grama de água pura sob pressão de uma atmosfera. Se, ao contrário diminuir de 1ºC a mesma quantidade de água, diz-se que é frigoria. A caloria é uma unidade muito pequena por isso usa-se a quilocaloria (Kcal) que é igual a 1.000 calorias. Nos países de língua inglesa a grandeza usada para medir a energia térmica é a BTU (British Thermal Unit - Unidade Térmica Britânica). Uma BTU é igual à quantidade de calor necessária para elevar 1ºF a temperatura de uma libra de água pura sob pressão de uma atmosfera (1 lbs. = 0,454 Kg). Para converter de: Para: Multiplique por: Kcal KJ 4,186 Kcal BTU 4 Kw HP 1,341 CV HP 0,9863 CV Kw 0,7355 TR BTU/h 12000 TR Kcal/h 3024 1.2- Transmissão de Calor Em certas situações, mesmo não havendo o contato físico entre os corpos, é possível sentir que algo está mais quente. Como quando se chega perto do fogo de uma lareira. Assim, concluímos que de alguma forma o calor emana desses corpos "mais quentes" podendo se propagar de diversas maneiras. Como já vimos anteriormente, o fluxo de calor acontece no sentido da maior para a menor temperatura. A propagação da energia térmica pode ser transmitida das seguintes maneiras: condução, convecção, irradiação. 1.2.1- Condução: É o processo de transmissão pelo qual o calor é transferido de uma região para outra através do contato físico direto das partículas, ou seja, de molécula para molécula dentro de uma substância homogênea. 8 1.2.2- Convecção: É o processo de transmissão de calor que ocorre nos líquidos ou gases. É consequência da circulação do fluido gerada naturalmente por diferença de densidade. 1.2.3- Irradiação ou radiação: É o processo de transmissão de calor que ocorre sob forma de energia radiante através das ondas de calor (ondas eletromagnéticas). A transmissão de calor pode ocorrer simultaneamente: 1.3- Calor sensível: Quando o calor é adicionado ou extraído de um corpo ocorrendo apenas mudança de temperatura, sem que haja mudança de estado físico. Exemplos deste fato são comuns na vida cotidiana. Se 1 kg de água a 60°C é aquecida até 90°C, à mudança de temperatura e pode ser medida com um termômetro ou sentida pela mão. Neste exemplo 30 Kcal foram adicionados e a diferença resultante em temperatura pode ser sentida. Isso representa uma mudança no calor sensível. 9 1.4- Calor latente: Quando adicionamos ou extraímos calor de um corpo e ocorre mudança de estado físico, sem alterar a temperatura. 1.5- Mudança do estado dos corpos Na natureza, as substâncias podem ser encontradas em três diferentes fases, as quais são denominadas de fase sólida, fase líquida e fase gasosa. Os fatores que determinam o estado em que as substâncias se encontram são a temperatura e a pressão. Ou seja, para cada fase os materiais possuem temperatura e pressão diferente. 10 1.6- Calor específico: Calor específico é a quantidade de calor necessário para aumentar ou diminuir 1°C, a temperatura de 1kg de um corpo. O calor específico da água é 1, portanto, para elevarmos ou diminuirmos a temperatura de 1kg de água de 1°C será necessário uma caloria. No sistema métrico o calor específico é denominado Kcal(quilocaloria) e no sistema inglês de medidas B.T.U. O calor específico varia com os diferentes materiais. O cobre possui um calor específico menor do que a água, sendo por isso maior sua capacidade de absorver calor. 1.7- Quantidade de calor: É um determinado valor de energia térmica em um corpo. 1.8- Fontes de calor: O sol, os bicos de gás, a combustão de carvão, tanto mineral como vegetal, os aparelhos elétricos (ferro elétrico, arco voltaico etc.). 1.9- Efeitos do calor sobre os corpos: Aquecimento do corpo, dilatação do corpo, mudança de estado físico do corpo, produção de trabalho mecânico. 1.10- DEFINIÇÃO DE REFRIGERAÇÃO: De acordo com toda explicação anterior à definição ficou assim: Refrigeração é o processo de remoção de calor de um corpo ou ambiente, reduzindo a temperatura de forma controlada. A refrigeração não é um processo de adicionar frio, como normalmente se pensa é de remover o calor. O refrigerador doméstico não adiciona frio no interior do gabinete, e sim, retira o calor dos alimentos nele armazenado. 1.11- TERMOMETRIA A termometria é a parte da termologia que estuda a medição de temperatura. 1.11.1- Temperatura: Temperatura é a medida do grau de agitação térmica das moléculas de um corpo (intensidade de calor). 1.11.2- Termômetro: Instrumento utilizado para medir a temperatura. Existem diversos tipos de termômetros com grandezas termométricas diferentes. 1.11.3- Termostato: 11 Instrumento utilizado para controlar a temperatura. As medidas de temperatura são obtidas de maneira indireta, por comparação. Isto é possível porque há muitas propriedades físicas dos corpos que variam com a temperatura, eis algumas: Volume de um líquido; Comprimento de uma barra; Resistência elétrica de um fio; Volume de um gás sobre pressão constante. 1.12- ESCALAS TERMOMÉTRICASPara que seja possível medir a temperatura de um corpo, foi desenvolvido um aparelho chamado termômetro. O termômetro mais comum é o de mercúrio, que consiste em um vidro graduado com um bulbo de paredes finas que é ligado a um tubo muito fino, chamado tubo capilar. Quando a temperatura do termômetro aumenta, as moléculas de mercúrio aumentam sua agitação fazendo com que este se dilate, preenchendo o tubo capilar. Para cada altura atingida pelo mercúrio está associada uma temperatura. A escala de cada termômetro corresponde a este valor de altura atingida. 1) Escala Celsius ou centígrado( físico sueco Anders Celsius) Ao qual atribuímos no ponto de fusão do gelo o valor zero e o ponto de ebulição da água o valor 100. O intervalo entre dois pontos é dividido em 100 partes iguais, e cada parte é igual a um grau Celsius. 2) Escala Fahrenheit (físico alemão Daniel Gabriel Fahrenheit) Ao qual atribuímos no ponto de fusão do gelo o valor de 32 e ponto de ebulição da água o valor 212. O intervalo entre dois pontos é dividido em 180 partes iguais, e cada parte é igual a um grau Fahrenheit. 12 Obs.: As Escala Celsius e Escala Fahrenheit são as mais utilizadas. Os valores de temperatura são sob pressão normal de 1Atm. 1.12.1- Conversão de escalas: As relações entre: Celsius e Fahrenheit serão: C = F - 32 5 9 Existe outra forma de realizar a conversão. Observe: Celsius→ Fahrenheit Multiplicamos a temperatura em ºC por 1,8 e ao resultado somamos 32. (ºC x 1,8) + 32 = ºF Exemplo: Converter a temperatura de 15 ºC para ºF. 15 x 1,8 = 27 + 32 = 59 ºF Fahrenheit → Celsius Subtraímos a temperatura em ºF por 32 e dividimos o resultado por 1,8. (ºF – 32) : 1,8 = ºC Exemplo: Converter a temperatura de 40 ºF para ºC. 40 – 32 = 8 : 1,8 = 4,4 ºC 1.12.2 Outras escalas A escala Réamur (símbolo: °R, °Ré, °Re) é uma escala de temperatura proposta em 1970 pelo físico e inventor francês René Antoine Ferchaut de Réamur, cujos pontos fixos são o ponto de congelamento da água em 0°Re e seu ponto de ebulição em 80°Re. O intervalo entre dois pontos é dividido em 80 partes iguais, e cada parte é 1ºRe. Existem escalas absolutas de temperatura, assim chamadas porque o zero delas é fixado no zero absoluto de temperatura. As duas escalas absolutas são: Kelvin e Rankine. A escala Kelvin é em homenagem ao físico inglês William Thompson, também conhecido como Lorde Kelvin, onde o ponto de fusão do gelo tem o valor 273,15K e ponto de ebulição da água tem o valor 373,15K. O intervalo entre dois pontos é dividido em 100 partes iguais, e cada parte é 1K. A escala Rankine (símbolo °R, °Ra) é uma escala em homenagem ao engenheiro e físico escocês Willian John Macqourn Rankine, que a propôs em 1859. O ponto de congelamento da água (491,67°R) e seu ponto de ebulição (671,67°R). 13 CAPÍTULO - 2 2. FLUIDOS REFRIGERANTES Os fluidos refrigerantes são substâncias com baixa temperatura de ebulição e com grande capacidade de absorver calor. Fluido refrigerante é o fluido que absorve calor do ambiente a ser refrigerado, ou seja, é a substancia usada para transferência de calor entre o ambiente interno e externo num sistema de refrigeração. O fluido absorve calor pela sua evaporação a baixa temperatura e pressão evaporador e cede calor pela sua condensação em alta temperatura e pressão no condensador. Não há um fluido refrigerante que reúna todas as propriedades desejáveis, de modo que, um refrigerante considerado bom que possa ser aplicado em determinado tipo de instalação frigorífica, porém, não é recomendado para ser utilizado em outra instalação. O bom refrigerante é aquele que reúne o maior número possível de boas qualidades que satisfaçam um determinado fim. As principais propriedades de um bom refrigerante são: • Condensar a pressões moderadas; • Evaporar a pressões acima da atmosférica; • Pequeno volume específico (menor trabalho do compressor); • Elevado calor latente de vaporização; • Ser quimicamente estável (não se altera apesar de suas repetidas mudanças de estado no circuito de refrigeração); • Não ser corrosivo; não ser inflamável; • Não ser tóxico; ser inodoro; • Deve permitir fácil localização de vazamentos; • Ter miscibilidade com óleo lubrificante e não deve atacá-lo ou ter qualquer efeito indesejável sobre os outros materiais da unidade; • Em caso de vazamentos, não deve atacar ou deteriorar os alimentos, • Não deve contribuir para o aquecimento global e • Não deve atacar a camada de ozônio. 2.1- Classificação dos fluidos Os refrigerantes podem ser divididos em três classes, conforme sua maneira de absorção ou extração do calor das substâncias a serem refrigeradas. São elas: Classe 1 – essa classe inclui os refrigerantes que resfriam materiais por absorção do calor latente. São exemplos dessa classe os CFC’s, HCFC’s e os HFC’s. Classe 2 – os refrigerantes dessa classe são os que resfriam substâncias pela absorção de seus calores sensíveis. São elas: ar, salmoura de cloreto de cálcio, salmoura de cloreto de sódio (sal comum) e álcool. Classe 3 – esse grupo consiste de soluções que contêm vapores absorvidos de agentes liquidificáveis ou meios refrigerantes. Essas soluções funcionam pela natureza de sua habilidade em conduzir os vapores liquidificáveis que produzem um efeito de resfriamento pela absorção do calor latente. Um exemplo desse grupo é a água amônia ou amoníaco, que é uma solução composta de água destilada e amônia pura. 2.2- Principais tipos e características dos fluidos refrigerantes: CFC São moléculas formadas pelos elementos cloro, flúor e carbono. (Exemplos: R-11, R-12, R-502, etc.). Utilização: ar condicionado automotivo, refrigeração comercial, refrigeração doméstica (refrigeradores e freezers), etc. Os CFC’s destroem a camada de ozônio. A camada de ozônio sendo danificada permite que raio ultravioleta (UV) do sol alcance a superfície da Terra. As indústrias químicas nacionais cessaram a produção de CFC’s e a importação destas substâncias virgens está controlada. Para converter ou 14 substituir um equipamento operado com CFC foram criados dois tipos de refrigerantes alternativos: HCFC’s e HFC’s. HCFC Alguns átomos de cloro são substituídos por hidrogênio (Ex: R-22, R-410a, R-141b, e outros). Utilização: ar condicionado de janela, Split, self, câmaras frigoríficas. HFC Todos os átomos de cloro são substituídos por hidrogênio (Ex: R-134a, R-404A, R-407C, etc.). Utilização: ar condicionado automotivo, refrigeração comercial, refrigeração doméstica (refrigeradores, bebedouros e freezers). Na refrigeração a palavra Retrofit (abreviatura da expressão inglesa “retroactive refit” que significa “readaptação posterior”) vem sendo empregada para designar as adaptações que são realizadas em equipamentos que trabalham com CFC’s para que esses possam trabalhar com os fluidos alternativos, tornando-os eficientes, modernos e econômicos. A linha de fluidos alternativos, também chamada de “blends”, é uma boa alternativa para a conversão de equipamentos que estão em operação no campo, pois exigem mínimas alterações no sistema original e na maioria dos casos não é necessária à substituição do compressor. Amônia (R-717 – NH3): É largamente empregado em grandes instalações industriais, dada a sua capacidade térmica. É um gás incolor, com odor forte e característico, é tóxico, inflamável e explosivo. Devido ao seu alto calor latente, são possíveis grandesefeitos de refrigeração com maquinaria relativamente reduzida. É muito tóxica e necessita de embalagens de aço. 2.3- Alguns fluidos substitutos: R-11: 141b. R-11. Ele é um líquido incolor e quase inodoro que entra em ebulição a temperaturas ambiente. Muito usado como dissolvente na limpeza dos componentes de um sistema de refrigeração. O R11 foi substituído pelo R-141b. R-12: R-401a, MP-39, R-134a. R-12 - Um refrigerante muito usado em equipamentos de tipo alternativo e rotativo e em alguns de tipo centrífugo. Também é utilizado como diluente em um gás esterilizador, e como agente expansor em aplicações de espuma rígida. O R12 não é tóxico, nem inflamável, nem corrosivo, nem explosivo e altamente estável. MP-39 – É um substituto temporário do R-12 em sistemas refrigeradores comerciais de temperatura média. Contém HCFC- 22 / HFC-152a / HCFC-124. R-134a - Tem propriedades físicas e termodinâmicas similares ao R-12. Um refrigerante para substituir o R-12 no ar condicionado para automóveis, e em sistemas de refrigeração comerciais e industriais. Também é utilizado como um agente expansor em isolamentos de espuma rígida. R-22: R-410a, 407c. R-22 - Muito empregado em ar-condicionado. Requer baixo deslocamento volumétrico, o que possibilita equipamentos de tamanho reduzidos. Devido a sua tendência a altas temperaturas de descarga, sua temperatura de sucção deverá ser mantida no mínimo possível, principalmente com compressores herméticos. Os condensadores devem estar bem limpos para facilitar a circulação de ar; caso contrário sua pressão sobe rapidamente a valores prejudiciais ao compressor. Tem maior capacidade térmica do que o R-12, pois requer apenas 60% do deslocamento para mesma capacidade frigorífica. Também tem maior capacidade de absorver umidade do que o R- 12, razão porque um sistema com R-22 raramente sofre problema de obstrução por congelamento da umidade. Ao mesmo tempo isso é uma desvantagem, pois a umidade residual circulará livre no sistema, oxidando as partes internas e o óleo. 15 R-410a - Mistura de fluidos refrigerantes de alta pressão tais como R-32 e R-125, possui melhor capacidade de resfriamento, porém requer uma reavaliação do projeto do sistema. R-407c - Mistura de fluidos refrigerantes tais como R-32, R-125 e R-134a, possui propriedades e desempenho similares ao R-22, porém é necessária a mudança do óleo lubrificante. 2.4- Transporte dos fluidos refrigerantes 1. Em um carro especializado para o serviço, não levar nunca o cilindro de refrigerante no compartimento de passageiros. 2. Nunca permitir que os raios diretos do sol incidam por longos períodos de tempo sobre um cilindro, total ou parcialmente carregado. 3. No caso de empresas transportadoras, observar os dispositivos regulamentares existentes. 16 2.5- Breve histórico dos refrigerantes: 1834: Perkins refrigeração por compressão de vapor utilizando éter etílico; 1880 - 1920: amônia, ácido sulfúrico, dióxido de carbono e propano; 1930 - 1940: CFCs (R-12, R-11, R-114, R-113); 1950: HCFCs (R-22, R-502); 1974: Teoria da destruição do Ozônio (Molina e Rowland); 1987: Protocolo de Montreal (eliminação de CFCs e HCFCs); 1992: Convenção do Clima (Eco/92 - UNFCCC); 1997: Protocolo de Kyoto (redução das emissões de HFC, PFC, CO2, SF6, N2O, CH4); 3º milênio: Quais refrigerantes serão utilizados? 2.6- CAMADA DE OZÔNIO A camada de ozônio é uma capa de gás e está localizado logo acima da superfície terrestre em uma camada conhecida como estratosfera. Esta camada natural atua como um escudo protetor contra a radiação ultravioleta. Destruindo o ozônio, tem como resultado danos à saúde e ao meio ambiente, como por exemplo: aumento dos casos de câncer de pele; danos aos olhos; às plantações; aos organismos aquáticos (algas marinhas); aumento da temperatura ambiente. No último século, devido ao desenvolvimento industrial, passou utilizar produtos que emitem cloroflurmetano, um gás que ao atingir a camada de ozônio destrói as moléculas que a formam. 17 Nos últimos anos tentou-se evitar ao máximo a utilização de cloroflurmetano. Os primeiros passos para a proteção da Camada de Ozônio e contra os efeitos prejudiciais do chamado Efeito Estufa ao meio ambiente do nosso planeta foram dados em 23.05.85, na Convenção de Viena sobre o Clorofluorcabono. No encerramento desse encontro, a direção executiva do Programa de Meio Ambiente das Nações Unidas concordou em dar continuidade às discussões em novas reuniões. Isso acabou acontecendo através do protocolo de Montreal(1987), a Emenda de Londres (1990) e a Conferência de Copenhagem. 2.7- DETERMINAÇÕES ATUAIS DO PROTOCOLO DE MONTREAL CFCs: • REDUÇÃO DE 75% NA PRODUÇÃO EM 01.01.94 • REDUÇÃO DE 100% EM 01.01.96 HCFCs: • CONGELAMENTO DA PRODUÇÃO EM 01.01.96 • REDUÇÃO GRADUAL ATÉ EM 2020. HFCs • NÃO ATINGE CAPÍTULO - 3 3. SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO É o conjunto de todos os componentes de uma instalação de refrigeração. Os sistemas de refrigeração empregam líquido cujos pontos de ebulição podem estar muitos graus abaixo de zero e dos quais são conhecidos os pontos de ebulição para diversas pressões, isto é, cujas relações pressão-temperatura são conhecidas. Pelo uso de dispositivos mecânicos, a pressão no interior do sistema pode ser mantida em qualquer ponto desejado. Uma vez que se pode controlar a pressão, pode-se também controlar a temperatura. A Refrigeração se fundamenta em três leis básicas: 1. Todos os líquidos ao evaporarem-se absorvem calor do meio que os rodeia. Exp.: Moringa; jarra de água; álcool e suor na pele e etc. 2. A temperatura que evapora ou ferve um líquido depende da pressão exercida sobre o mesmo. Exp.: Temperatura de ebulição da água acima do nível do mar; Ebulição da água em vácuo e etc. 18 3. Todo vapor pode voltar a condensar-se tornando-se líquido se for devidamente comprimido e arrefecido. Exp.: Cilindro de um sistema compressor de ar para pintura e etc. 3.1- TIPOS DE SISTEMAS DE REFRIGERAÇÃO POR COMPRESSÃO Os sistemas de refrigeração mecânica são classificados de acordo com o tipo de compressor utilizado que podem ser: aberto, hermético e semi-hermético. Nestes tipos de sistemas de refrigeração são empregados compressores alternativos ou rotativos. a) Sistema de refrigeração aberto: Denomina-se sistema aberto de refrigeração, todo sistema no qual o compressor e seu acionador são independentes, interligando-se por meio de correias, acoplamentos rígidos, flexíveis, ou por meio de engrenagens. São sistemas que, em geral, utilizam grande volume de fluido refrigerante. b) Sistema de refrigeração hermético: Denomina-se sistema hermético de refrigeração todo sistema no qual o compressor e seu acionador (geralmente um motor elétrico) formam uma unidade blindada, denominada unidade hermética. O eixo do compressor é o prolongamento do eixo do induzido do motor elétrico. c) Sistema de refrigeração semi-hermético: É o sistema no qual o compressor e seu acionador são dependentes, porém fisicamente separados. O compressor e seu acionador (geralmente um motor elétrico) possui o mesmo eixo, porém,tanto o compressor quanto o acionador, são acessíveis. 19 3.2- Ciclo da refrigeração à compressão de vapor Nos sistemas de refrigeração, os fluidos refrigerantes ao se evaporarem absorvem calor. Por outro lado, quando se condensam liberam calor para o meio ambiente. Os sistemas de refrigeração a compressão de vapor utilizam basicamente quatro processos distintos que formam um circuito por onde circula um fluido responsável pela refrigeração, estes processos se apresentam conforme o esquema seguinte: O compressor aspira o fluido refrigerante à baixa pressão da serpentina(que fica na parte interna), onde ocorreu a evaporação, e descarrega à alta pressão em outra serpentina (que fica na parte externa), de onde o calor do fluido é extraído. Na obtenção do ciclo, usam-se substâncias refrigerantes que, entre outras características, devem passar facilmente do estado líquido para o estado gasoso. Devem ter baixo ponto de ebulição e capacidade de absorver e transmitir calor a baixa temperatura e ceder o calor absorvido quando em condensação. Para que o processo se torne econômico, a substância refrigerante evaporada deve ser coletada e reconduzida ao seu estado original, a fim de que o processo possa ser repetido. O fluido refrigerante ganha calor no compressor e no evaporador e perde calor no elemento expansor e no condensador. 3.3- Componentes básicos do sistema de refrigeração: Os componentes mecânicos são elementos fundamentais que participam diretamente do ciclo de refrigeração, que são: Compressor; Condensador; Elemento expansor, e Evaporador. 20 3.3.1- COMPRESSOR: Tem a função de comprimir o fluido refrigerante na fase gasosa elevando a temperatura e pressão, e também faz o fluido circular por todo sistema. O compressor atua com o coração do sistema. Durante o processo o compressor recebe o fluido refrigerante no estado gasoso do evaporador a baixa pressão e temperatura, comprime o fluido e envia-o para o condensador. 3.3.2- CONDENSADOR: A função do condensador é dissipar o calor do fluido refrigerante para o ambiente externo. Com essa troca de calor acontece à transformação do fluido refrigerante do estado gasoso para o estado líquido. O condensador é um dispositivo de transferencia de calor (é um trocador de calor). Através do condensador o fluido refrigerante proveniente do compressor a alta temperatura e alta pressão efetua a troca térmica com o ambiente externo liberando o calor do fluido que foi absorvido no evaporador e no processo de compressão para à Atm. Nesta fase, ocorre transformação do estado físico do gás refrigerante de vapor superaquecido para líquido sub resfriado a alta pressão (calor latente de condensação). Os condensadores são fabricados em ferro, cobre ou alumínio. A troca de calor no condensador pode ser feita de duas formas: com o ar ou com a água. 21 3.3.3- ELEMENTO EXPANSOR: Sua função é controlar a vazão de fluido refrigerante no estado líquido na entrada do evaporador. O elemento de expansão efetiva uma restrição à passagem do fluxo, o fluido é forçado pela restrição onde tem uma queda brusca de pressão e temperatura e também controla a quantidade de fluido refrigerante que irá trabalhar no processo de vaporização. Os elementos expansores podem ser: válvula expansora ou tubo capilar. NOTA: O dispositivo de expansão separa os lados de alta e de baixa pressão do sistema. 3.3.4- EVAPORADOR: No evaporador o fluido refrigerante absorve o calor do ambiente interno a ser refrigerado, e assim permitindo a vaporização do fluido refrigerante. O evaporador é um trocador de calor. Como o próprio nome indica, o evaporador é a parte do sistema onde o refrigerante no estado líquido se evapora, passa para o estado gasoso. Ele recebe líquido refrigerante de baixa pressão e temperatura do dispositivo de expansão. Embora o evaporador seja às vezes um dispositivo muito simples, ele é realmente a parte mais importante do sistema. Qualquer sistema de refrigeração é projetado, instalado e operado com um único fim - retirar calor de alguma substância. Como esse calor é absorvido no evaporador, a eficiência do sistema depende do projeto e da operação adequada do evaporador (calor latente de evaporação). Os evaporadores podem ser: Expansão direta: quando o evaporador troca de calor diretamente com o ambiente a ser refrigerado. Expansão indireta: quando o evaporador NÂO troca de calor diretamente com o ambiente a ser refrigerado. O evaporador troca de calor com uma água e esta água é que troca de calor com o ambiente. 3.3.5- FILTRO SECADOR São componentes que tem a função de reter a umidade e partículas sólidas em sistema de refrigeração. São construídos em cobre ou ferro. Internamente possui uma tela grossa na entrada e uma tela fina na saída, entre as telas são colocados dessecantes que podem ser molecular Sieves ou Silicagel que absorvem a umidade em um sistema de refrigeração. 22 O filtro sempre que possível deve ser instalado na posição vertical com a saída para baixo, jamais deve ser montado na vertical com a saída para cima. Quando a posição vertical não for possível, pode-se montá-lo na horizontal. Em ar condicionado de janelas são usados filtros de telas de malhas finas. 3.4- Ciclo de Funcionamento dos Componentes Básicos O refrigerante no estado liquido flui através do elemento expansor, onde ocorreu a queda brusca de pressão e temperatura e vai em direção ao evaporador, o fluido atravessa a serpentina do evaporador absorvendo calor do ambiente e também vai passando do estado liquido para gasoso. O fluido é aspirado pelo compressor onde ele é comprimido e descarregado a alta pressão e temperatura para o condensador. No condensador o calor absolvido no evaporador é retirado do fluido refrigerante para o ambiente externo e com isso o fluido passa do estado gasoso para líquido e segue para o filtro secador que por sua vez diminui as impurezas sólidas e úmidas do sistema, o fluido chega novamente ao elemento expansor, recomeçando o ciclo. O refrigerante está sob pressão baixa desde a saída do elemento expansor através do evaporador, até a aspiração do compressor, esta parte do sistema é conhecida como lado de baixa pressão. O refrigerante está sob pressão alta desde a descarga do compressor, através do condensador, até a entrada do elemento expansor, esta parte do sistema é conhecida como lado de alta pressão. As pressões dos lados de baixa e alta pressão variam conforme o refrigerante empregado, a temperatura requerida no evaporador e a temperatura do meio de condensação. 23 3.5- SISTEMA HERMÉTICO DE REFRIGERAÇÃO Denomina-se sistema hermético de refrigeração, todo sistema no qual o compressor e seu acionador (geralmente um motor elétrico) formam uma unidade blindada, denominada unidade hermética. Ex.: Geladeiras domésticas, bebedouros, aparelho condicionador de ar. 3.6- Classificação dos sistemas herméticos. A escolha de um compressor para um determinado equipamento de refrigeração depende principalmente de dois fatores: Elemento de controle e Temperatura de evaporação.3.6.1- Elemento de controle Como já vimos todo sistema de refrigeração necessita de um elemento de controle que pode ser uma válvula de expansão ou um tubo capilar. Em circuito dotado de tubo capilar, as pressões nos lados de sucção e descarga se equalizam durante a parada do compressor. Neste tipo de circuito, o compressor é dotado de um motor com baixo torque de partida. Já num circuito com válvula de expansão, somente há fluxo de refrigerante pela válvula enquanto o compressor estiver ligado. Logo, as pressões entre a sucção e a descarga não equalizam. Neste caso, o compressor é dotado de um motor com alto torque de partida. Os motores de compressores apropriados para estes dois sistemas são denominados: LST (Low Starting Torque). Baixo torque de partida empregada em sistemas com tubo capilar. HST (High Starting Torque). Alto torque de partida empregada em sistemas com válvulas de expansão. 3.6.2- Temperatura de evaporação Outro fator que influi na escolha do compressor é a faixa de temperatura de evaporação que o sistema requer. Assim, podemos apontar dois extremos: Congeladores que trabalham com temperaturas bastante baixas, variando entre -25°C a -35°C. Desumidificador que trabalha com temperatura de evaporação acima de 0°C. A absorção de calor pelo refrigerante vai depender da temperatura de evaporação. A uma determinada temperatura no evaporador corresponde uma determinada pressão. A densidade do gás é baixa em temperaturas baixas e, portanto, somente uma pequena quantidade de calor poderá ser absorvida durante a evaporação. Se a evaporação ocorrer a uma temperatura mais alta, por exemplo, 0°C, a pressão e a densidade aumentarão e a quantidade de calor será maior. Por esta razão, podemos concluir que o trabalho realizado pelo motor num compressor será maior que o realizado pelo mesmo compressor em baixa temperatura de evaporação. Consequentemente, motores para aplicação em sistemas de alta pressão de evaporação devem ter torque mais elevado de funcionamento. Os compressores podem ser classificados quanto sua aplicação: • LBP - Low Back Pressure (baixa pressão de retorno) - Baixa temperatura de evaporação. • MBP - Medium Back Pressure (média pressão de retorno) - Média temperatura de evaporação. 24 • HBP - High Back Pressure (alta pressão de retorno) - Alta temperatura de evaporação. Dependendo do modelo do compressor, sua aplicação pode se estender desde a classificação LBP até a HBP (ver tabela abaixo). Classificação Temperatura de Exemplo de Aplicação Evaporação LBP -35ºC até -10ºC Freezers e Refrigeradores L/MBP -35ºC até -5ºC Balcões comerciais e Bebedouros HBP -5ºC até +15ºC Desumidificadores, Refresqueiras e Bebedouros. No momento da escolha do modelo para reposição, é muito importante verificar qual era o compressor original. Como você sabe, as condições de funcionamento do compressor podem variar de acordo com cada projeto. Desta forma, pode haver bebedouros que necessitam de um compressor HBP enquanto outros aplicam um L/MBP. CAPÍTULO – 4 4. COMPRESSOR DA UNIDADE HERMÉTICA – Partes Elétrica Os compressores são encontrados basicamente em dois tipos característicos que são: compressores alternativos e compressores rotativos. Nos compressores alternativos encontramos na parte mecânica o eixo vertical, a conectora, o êmbolo, a placa de válvulas e o cabeçote. Na parte elétrica encontramos o estator (fixo) que contém os enrolamentos de partida e marcha, e o rotor (móvel) com o eixo vertical que transmite o movimento para a conectora, que por sua vez transmite o movimento alternativo que produz o trabalho de aspiração e descarga. O interior da carcaça do compressor constitui a linha de baixa pressão que se comunica com o evaporador através do tubo de aspiração. O motor elétrico acoplado ao compressor é constituído por duas bobinas, uma de marcha e outra de partida (que podemos chamar também de arranque ou auxiliar). As duas bobinas entram em serviço juntas e quando o motor atinge a velocidade desejada, a bobina de partida sai do circuito, enquanto que a bobina de marcha permanece funcionando. A finalidade da bobina de partida é ajudar a bobina de marcha a tirar o motor do repouso (inércia). Tão logo isso aconteça, a bobina de partida será desligada ficando apenas a bobina de marcha sustentando o funcionamento. A bobina de marcha é constituída de um fio mais robusto que a bobina de partida. Apesar de existir quatro pontas de fios, referentes às entradas e saídas das bobinas, só aparecerão do lado externo da unidade três terminais de ligações. Isto ocorre porque a entrada da bobina de marcha, como a entrada da bobina de partida é ligada em um ponto chamado de borne comum. As duas restantes chamaremos de borne de marcha e borne de partida. 25 Para representar cada borne, convencionou-se escrever uma letra para cada um, como: Comum (C). Partida, arranque ou auxiliar (P) ou (A), é mais comum usar a letra “A”. Marcha (M). As letras podem está em inglês: C(common), S(start), R(run). Com o uso de um multímetro colocando-o na escala de resistência ( Ω ) é possível de identificar os pinos de ligação, para isso, construa um triângulo e marque os três pontos que vão representar os bornes do compressor. Em seguida, meça a resistência entre os terminais, e anote no lado do triângulo. Para identificar os pinos (bornes): O pino que estiver de frente para o de maior valor será o pino COMUM(C), O lado do triângulo de menor valor será a bobina de MARCHA(M) e O lado de valor mediano será a bobina AUXILIAR(A). Ainda, pode-se dizer que: - no encontro dos dois lados com valores menores, será o borne COMUM(C). - no encontro dos dois lados com valores maiores, será o borne AUXILIAR(A). - e o borne que fica sobrando é o MARCHA(M). 26 Os terminais dos compressores herméticos, dependendo do aparelho de refrigeração, são dispostos das seguintes maneiras: 4.1- Testes no Compressor a) Partida direta: Chama-se de partida direta o processo de fazer a máquina funcionar se auxilio do relé, e se faz da seguinte maneira: Ligar o rabicho de energia nos pinos comum e marcha do compressor e, em seguida, com um pedaço de fio dar-se um toque rápido no pino auxiliar com o pino marcha, neste instante o compressor entra em funcionamento, mas se por ventura o compressor parar, será necessário efetuar o mesmo procedimento. b) Contato interno: Quando um dos enrolamentos internos do compressor entra em contato com a carcaça, diz-se que o motor é a massa. Verifica-se com o auxílio de um Ohmímetro, conforme a figura abaixo, caso tenha algum valor de resistência é sinal de que está havendo um contato interno dos enrolamentos com a carcaça. Logo, será melhor condenar o compressor. 27 c) Circuito interno interrompido: Se um dos enrolamentos interno é rompido, possivelmente por excesso de corrente, diz-se que o motor está em circuito aberto. A interrupção se dá, com frequência, no enrolamento de partida. d) Curto-circuito interno: Os enrolamentos auxiliar e marcha do compressor são isolados entre si por uma camada de verniz. Quando o isolamento dos condutores está deteriorado a ponto de formar contato elétrico entre si, diz-se que o motorestá em curto-circuito interno. e) Compressor trancado: O compressor pode ficar trancado por vários motivos como: corrosão, ruptura de uma parte mecânica, sujeira, excesso de refrigerante etc. Caso você não tenha um multímetro, alguns testes podem ser feitos de outra maneira, usando uma lâmpada de teste. 4.2- GENERALIDADES DO COMPRESSOR a) Pintura do compressor: Existe certa curiosidade por parte de muitos técnicos e mecânicos, que querem saber qual a razão dos compressores utilizados em sistemas de refrigeração são pintados na cor preta. Na verdade, existe uma explicação para isso: o compressor está situado num local onde a circulação de ar é pequena e a ventilação é pobre. Além disso, o compressor absorve o calor retirado do interior do refrigerador e ainda todo o calor produzido durante a compressão. b) Resfriamento do compressor: O resfriamento do compressor hermético pode ser feito de três maneiras: ventilação natural, ventilação forçada e por resfriamento do óleo. A necessidade ou não de ventilação do compressor é definida com base na máxima temperatura permitida do bobinado, a qual depende das características dos materiais utilizados no compressor e de sua aplicação. Assim, é importante que a temperatura interna do compressor se mantenha nos níveis especificados para garantir a sua durabilidade. Para que isso aconteça, o calor produzido durante a compressão e aquele proveniente do ambiente que está sendo resfriado, tem de ser dissipado. E o calor gerado durante a compressão é maior para aqueles compressores com maior deslocamento, com maior capacidade. Por isso, esses compressores apresentam o tubo resfriador de óleo (TRO), que nada mais é que um trocador de calor que está em contato com o óleo no interior do compressor e que, quando corretamente utilizado, proporciona a redução da temperatura do óleo e, em consequência, da temperatura do bobinado do compressor. Como o objetivo é a redução da temperatura, o TRO deve ser ligado ao condensador do sistema de refrigeração. c) Lubrificação do compressor: Todos os compressores recebem na fábrica, a carga de óleo especial, totalmente desgaseificado e isento de umidade, em quantidade e qualidade especificadas. Pelas suas características, a vida útil do óleo é a mesma do compressor, não devendo ser trocado ou adicionado, sob o risco de prejudicar o funcionamento do compressor. 28 4.3- COMPONENTES ELÉTRICOS DE UM SISTEMA HERMÉTICO Os componentes elétricos têm papel essencial no funcionamento dos compressores. Os dispositivos elétricos são os seguintes: relé, protetor térmico, termostato e capacitor. 1) Relé: Comanda a operação de ligar e desligar o enrolamento de partida (bobina auxiliar). O relé é ligado para auxiliar a partida do motor e desligando-o pouco antes do motor atingir a sua rotação nominal ou velocidade normal, deixando o enrolamento de marcha na linha durante todo o funcionamento do equipamento. O motor do compressor é composto por duas bobinas: a principal atua durante todo o período de funcionamento do compressor e a auxiliar que somente entra em funcionamento durante a partida do compressor. O relé pode ser de dois tipos: Relé magnético e Relé térmico (PTC) a) Relé magnético: No relé magnético, seu funcionamento é baseado no campo magnético que é criado pela corrente no momento da partida do compressor. Está ligado entre a bobina de marcha e de partida do compressor e tem a finalidade de alimentar e desalimentar a bobina auxiliar no momento da partida do compressor. Quando este alcança 75% de sua rotação, este campo magnético cessa de alimentar o enrolamento auxiliar, ficando na linha apenas o de marcha. O relé é especificado de acordo com a tensão e com o número de HP do compressor. Como diz o próprio nome, o primeiro serve para dar o arranque e fazer funcionar o compressor. b) Relé térmico (PTC - Coeficiente de Temperatura Positiva): Em temperatura ambiente, o relé PTC apresenta baixa resistência ôhmica e, caso se estabeleça uma ligação no circuito, o PTC permite a passagem da corrente elétrica. Quando o compressor entra em funcionamento, a intensidade da corrente na bobina auxiliar passa pelo PTC, aumentando a sua temperatura. Com isso, a resistência do PTC aumenta até atingir um valor elevado, que impede a passagem da corrente elétrica para a bobina auxiliar. 29 Os PTC não geram distúrbios elétricos, são mais silenciosos que os relés magnéticos e ainda podem ser utilizados em conjunto com capacitores de funcionamento e, portanto, em compressores de alto rendimento. Mas a corrente necessária para manter o PTC aquecido durante o funcionamento aumenta o consumo do compressor. 2) Protetor térmico: O protetor térmico é acoplado junto à carcaça do compressor, possui uma lâmina, que quando aquecida, interrompe a continuidade da correte elétrica. Tem a função de proteger o motor elétrico toda vez que a intensidade corrente elétrica for excessiva. Por exemplo: nos casos de falta de arranque, bloqueio do rotor, curto-circuito, baixa tensão etc. Se a sobrecarga persistir, o protetor térmico atua novamente até que seja sanada a avaria. Obs.: Os protetores térmicos e os relés de partida são desenvolvidos para aplicação em compressores específicos. Os níveis de corrente elétrica que ligam e desligam os relés estão diretamente relacionados com o tipo de compressor e as faixas de temperatura de atuação dos protetores térmicos. 3) Capacitor: Os capacitores são constituídos de dois condutores (armaduras) separados por um material isolante como papelão, óleo, ar (dielétrico). Aplicando-se uma diferença de potencial elétrico (tensão) entre suas placas ocorrerá o armazenamento de carga elétrica. Nos ar condicionados são usados dois tipos de capacitores: um de partida ou marcha e outro de fase ou permanente. 30 4) Termostato Tem a função de controlar a temperatura do ambiente que foi regulada previamente pelo operador. O termostato faz este controle ligando e desligando o compressor, funciona como um interruptor elétrico. O termostato tem um tubo capilar que recebe o nome de bulbo, e este fica instalado no evaporador. Dentro deste bulbo tem um fluido sensível a temperatura(fluido ativo) que pode ser dióxido sulfúrico, cloreto de metila, ou outro gás similar, no qual este fluido fica em contato direto com a membrana interna do termostato. Conforme a temperatura aumenta ou diminui o termostato liga e desliga o compressor. 31 ESQUEMA ELÉTRICO 32 4.4- Componentes mecânicos de um sistema hermético: a) Compressores São usualmente do tipo fechado. b) Condensadores São de dois tipos: os resfriados a ar por meio de uma ventilação forçada e resfriados a ar por meio de circulação de ar natural. c) Elemento expansor O tubo capilar é essencialmente o dispositivo de expansão usado nos resfriadores domésticos. É um tubo simplesde cobre, de diâmetro muito pequeno, aproximadamente 1,01mm, que une a linha de alta à linha de baixa pressão. Seu comprimento pode variar de 1,50m a 5,50m. Pelo menos 1,20m deve ser soldado na linha de aspiração, para possibilitar a troca de calor entre o líquido resfriado que acabou de sair do condensador com o gás superaquecido que está saindo do evaporador em direção ao compressor. d) Evaporadores São usados normalmente os do tipo expansão direta devido a sua simples execução, baixo custo e à sua capacidade, e também porque oferece uma temperatura mais uniforme e um rápido resfriamento no interior da geladeira. e) Acumulador É um vaso cilíndrico projetado para reter qualquer líquido refrigerante que não se tenha transformado em gás no evaporador, proporcionando ao compressor apenas uma aspiração do refrigerante no estado gasoso. f) Filtro para líquido (secador) É um recipiente cilíndrico colocado antes do tubo capilar, para filtrar essencialmente as impurezas do sistema de refrigeração, evitando, assim, a obstrução do tubo capilar. Outra função importante do filtro secador é absorver pequenas quantidades de umidade que esteja contaminando o fluido refrigerante. 33 4.5- Funcionamento do refrigerador doméstico O compressor é o responsável pela circulação do refrigerante através do sistema. Ele aspira o refrigerante no estado gasoso frio do evaporador e descarrega com temperatura e pressão elevada em sentido do condensador. O condensador é a serpentina de esfriamento do fluido refrigerante quente, onde o calor é expelido para o ar ambiente. Durante esse processo, o fluido refrigerante passa do estado gasoso para o estado líquido. O fluido refrigerante quente sai do condensador no estado líquido e entra no filtro secador, onde são removidas as impurezas e a umidade do sistema e segue em direção ao tubo capilar, O tubo capilar é cuidadosamente calibrado no comprimento e no diâmetro interno, para medir a exata quantidade de líquido refrigerante exigido para cada unidade. Um comprimento prévio do tubo capilar é usualmente soldado ao longo da parte externa da linha de aspiração, formando um trocador de calor que auxilia a esfriar o líquido refrigerante quente no tubo capilar. Quando o refrigerante deixa o tubo capilar, sua pressão já é bem menor em relação à pressão existente no condensador. Ao entrar no tubo maior do evaporador, o repentino aumento desse diâmetro formará uma área de baixa pressão e a temperatura do refrigerante cai rapidamente, provocando a mudança de estado físico de líquido para gasoso. O gás refrigerante à baixa pressão, saindo da serpentina do evaporador entra agora no acumulador. O acumulador é um cilindro projetado para reter qualquer líquido refrigerante que não se tenha transformado em gasoso no evaporador. O acumulador impede qualquer líquido de retornar ao compressor, visto que é impossível comprimir um líquido. Quando o gás refrigerante sai do acumulador, ele retorna ao compressor através da linha de aspiração, que é parte do trocador de calor, completando, desse modo, o ciclo. 4.6- Acessórios Na construção de um refrigerador entram ainda várias outras partes. Algumas delas são evidentes como o gabinete do aparelho, que é uma espécie de armário no qual são montadas as peças que constituem o sistema. Para impedir que o calor do recinto em que está instalado o refrigerador diminua sua eficiência, existe o isolamento térmico. O fecho da porta é do tipo magnético (gaxeta magnética) que é uma guarnição de borracha, em torno da porta, com a função de assegurar a vedação hermética. Embaixo do evaporador está situada uma bandeja de plástico destinada a recolher a água produzida no degelo. 34 4.7- CONDICIONADOR DE AR 4.7.1- Higrometria Tem por objetivo determinar o grau de umidade do ar atmosférico nas diversas condições ambientais. Vários aparelhos chamados higrômetros, são destinados a medir o estado higrométrico do ar e o aparelho mais usado é o psicrômetro. 4.7.2- Ar atmosférico É uma mistura de diversos gases na proporção de 78% de nitrogênio, 21% de oxigênio e 1% de gases raros. O ar contido na atmosfera não é de modo geral seco, mas se encontra associado com vapor de água e outras impurezas, em maior ou menor escala, dependendo de vários fatores. 4.7.3- Umidade A evaporação da água do mar, dos rios e lagos fazem surgir certa quantidade de vapor atmosférico. Esse vapor d’água existente no ar é o que chamamos de umidade. Quando a temperatura do ar diminui, o vapor d’água da atmosfera se condensa, formando o orvalho e a geada (ponto de orvalho). A umidade do ar depende da temperatura. 4.7.4- Umidade relativa do ar É a razão entre quantidade de umidade no ar e a quantidade máxima da umidade que esse ar pode suportar (conter) na mesma temperatura. Quando a temperatura aumenta, a umidade relativa do ar diminui e vice-versa. 4.7.5- Aparelho condicionador de ar O aparelho de ar condicionado é um equipamento destinado a realizar o condicionamento do ar. Condicionamento de ar é um processo em que se pode controlar ao mesmo tempo, a umidade, a filtragem, a temperatura e a circulação do ar num compartimento que deverá estar o mais hermeticamente fechado, de maneira a se conseguir um ambiente que nos seja agradável. Vemos, pois, que os aparelhos de ar condicionado não têm como função única refrigerar o ar, mas também de controlar a umidade do ar. Muitas vezes a diferença de temperaturas entre um ambiente com ar condicionado e o exterior é de aproximadamente de 5ºC, podendo chegar até 14ºC, no entanto, a sensação de bem estar que sentimos é devido a menor umidade do ar. 4.7.6- Funções do aparelho de ar condicionado - refrigeração ou aquecimento; - renovação do ar; - circulação ou ventilação do ar; - redução da umidade do ar; - purificação do ar por filtragem. 35 4.7.7- Condicionador de ar O aparelho de ar condicionado residencial é normalmente de pequena capacidade, instalados em buracos feitos nas paredes (janelas). Possuem capacidade entre 7.500 e 22.000 BTUs. Seus compressores variam de 5/4 a 5 HP. Usam normalmente gás refrigerante R-22. Sua parte elétrica compreende o compressor e o motor elétrico (unidade hermética), motor elétrico das ventilações do evaporador e do condensador, termostato, capacitores de marcha e permanente, chave seletora, protetor térmico. O sistema de refrigeração compõe-se do compressor, condensador, evaporador, filtro de partículas sólidas, tubo capilar e em alguns aparelhos o acumulador de líquido. O filtro de ar produz a purificação do ar, mantendo os ventiladores limpos, impedindo que a poeira se acumule no evaporador, cuja limpeza é muito difícil em virtude das suas aletas ficarem próximas uma das outras. O filtro de ar contribui para manter o recinto a ser refrigerado em melhores condições de higiene. Existem diversos tipos de filtro de ar: filtros de fibra de vidro, filtro de espuma de nylon (o mais usado) e filtro de malhas finas de fios laminados de alumínio. Os dois últimos mencionados são do tipo permanente e lavável. O aparelho de ar condicionado residencial não faz apenas refrigerar o ambiente; faz também a tarefa de desumidificação que consiste na remoção da quantidade em excesso de água do ar. Para eliminar essa água, consequência da desumidificação, o processo que é utilizado é fazê-la evaporar ao lado do condensador. Com isto, melhoramos o resfriamentodo condensador, aumentando o rendimento do compressor. A quantidade de água evaporada depende da umidade relativa do ar e da temperatura. Se o ambiente for muito úmido e quente, parte da água condensada é removida pelo dreno. 36 Circuito do refrigerante no aparelho de ar condicionado 4.7.8- Componentes elétricos do ar condicionado residencial Parte elétrica do compressor Chave seletora Termostato Capacitores de marcha e permanente Protetor térmico Motor ventilador. a) Parte elétrica do compressor O funcionamento elétrico do compressor, que embora semelhante ao da geladeira, é feito de forma distinta: além da ligação normal ao enrolamento de marcha, a ligação do enrolamento auxiliar é feita de forma dupla. O enrolamento auxiliar, mesmo depois do arranque do compressor, permanece funcionando, de forma a melhorar o fator de potência (conjugado de partida) do compressor devido à alta compressão que o R -22 necessita para produzir trabalho no evaporador (pressão de aspiração 60 PSI e descarga 240 PSI). 37 Praticamente é um enrolamento que tem duas finalidades, ou seja, propiciar a partida do compressor e auxiliar o enrolamento de marcha durante o funcionamento da unidade. b) Chave seletora Tem como finalidade dirigir a corrente elétrica ao contato dos diversos componentes elétricos do ar condicionado, de acordo com a solicitação. c) Termostato Liga e desliga o compressor na temperatura preestabelecida. d) Capacitores de marcha e permanente Os capacitores de marcha são construídos com uma blindagem metálica (dielétrico de papel) e em seu interior possuem certa quantidade de óleo. Melhoram o conjugado de partida do compressor dos aparelhos de ar condicionado. Ficam na linha durante todo o período de funcionamento do sistema de refrigeração. No motor dos ventiladores é usado o capacitor de fase ou permanente, e também ficam sempre na linha durante o funcionamento. 38 e) Protetor térmico Protege o compressor de uma sobrecarga (contra excesso de intensidade de corrente elétrica). f) Ventiladores A turbina suga o ar do compartimento a ser refrigerado e joga-o de encontro ao filtro de ar e da serpentina do evaporador e deste direcionando de volta para o compartimento. O outro ventilador aspira o ar do exterior e joga-o de encontro ao condensador, fazendo o resfriamento do mesmo. Ao atingir a temperatura desejada o termostato desliga apenas o compressor, o motor elétrico dos ventiladores continua funcionando para que a circulação de ar interior e exterior continue. O motor ventilador só desligará quando todo o circuito for desligado. 4.7.9- Funcionamento do sistema elétrico É através da chave seletora que selecionamos em qual função o ar condicionado deve trabalhar. Atuando no botão da chave seletora girando-a para tirar da posição de desligado e, selecionando para a primeira ventilação, que é a de maior velocidade, o ventilador entra em funcionamento fazendo a circulação do ar no compartimento, puxando-o e jogando-o de encontro ao evaporador passando antes pelo filtro de ar que absorve as partículas sólidas contidas no ar atmosférico e novamente jogando esse ar de volta ao compartimento, a outra parte do ventilador sempre vai puxar o ar exterior e jogá-lo de encontro ao condensador. Quando giramos o botão da chave seletora para a segunda ventilação, a velocidade do motor vai ser menor e a circulação do ar é igual à ventilação mais rápida. Girando o botão para a terceira posição, estamos alimentando o sistema de refrigeração para começar a refrigerar. O compressor entra em funcionamento junto com o ventilador. O ventilador passa a funcionar mais rapidamente como se tivesse na primeira posição. A quarta e última posição manterá o compressor funcionando, o que muda é a velocidade do ventilador que diminui. Com isso, o ar vai passar com menor intensidade pelo evaporador que absorverá menos calor, diminuindo o resfriamento do ambiente. 39 O bulbo do termostato fica em contato com a corrente de ar que fica passando pelo evaporador. Quando a temperatura fica de acordo com o que foi regulado no termostato, o mesmo desliga o compressor, ficando apenas a ventilação na linha. Ocorrendo um aumento de temperatura, o bulbo faz o termostato alimentar novamente o compressor. 40 4.7.10- Testes e substituição no sistema elétrico a) Testar componentes elétricos Sequência de testes elétricos no ar condicionado residencial: Abrir painel de comando posicionando a chave seletora na posição “desligada”. Descarregar capacitores de marcha e permanente. Testar rabicho com ohmímetro ou lâmpada teste. Apertar todos os terminais, limpando os que estiverem oxidados para evitar um mau contato. Testar o termostato girando o botão para a direita e para a esquerda, até ouvir um “click”, neste caso estará operando corretamente. Verificar os capacitores quanto a deformações, vazamento de líquido e testar com ohmímetro para ver se existe um circuito interno aberto ou em curto-circuito. Testar a chave seletora em todas as posições. É aconselhável retirar todos os seus terminais, deixando livre o borne da chave. Testar o motor do ventilador quanto às duas velocidades. Testar o compressor quanto ao isolamento entre si. Testar protetor elétrico com o ohmímetro. Se o marcador do ohmímetro se movimentar, o protetor estará bom. Caso contrário troque-o. 41 b) Substituição dos componentes elétricos Toda vez que formos substituir qualquer peça de um aparelho de ar condicionado, devemos fazer a troca por uma peça de igual capacidade. Quando for fazer uma ligação para um ar condicionado, ligar diretamente do registro para o disjuntor e depois para o aparelho. Um capacitor de marcha defeituoso normalmente permite a partida do motor, porém, após poucos minutos, aquecem-se os enrolamentos por passagem excessiva de corrente e o motor para com a intervenção do protetor térmico. 4.7.11- Treinamento prático a) Análise dos testes nos componentes elétricos: Deverá ser realizado na oficina de refrigeração com os referidos componentes elétricos. b) Rendimento, cuidados e manutenção do aparelho de ar condicionado: O ar condicionado doméstico não deve ser instalado em altura não inferior a 1,50m e não superior a 1,80 m do piso. O ar refrigerado é circulado com a umidade existente que, ao passar pelo evaporador, tende a condensar-se. Por esse motivo o equipamento deve ter uma inclinação de 5º (2 a 5 cm) para trás, o que evitará que a umidade formada alague o compartimento. Esta água passará para a parte do condensador onde seu ventilador joga-a de encontro às aletas para ajudar no resfriamento do gás refrigerante. Depois esta água é expelida para fora. O carvão ativado é normalmente usado para retirar odores dos diversos compartimentos.São invólucros de carvão instalados nos condutos de aspiração dos condicionadores centrais. Zona de conforto é a temperatura mais apropriada para o conforto pessoal. A temperatura do corpo humano é normalmente de 36,5ºC. A temperatura de conforto deverá ser de 10º C abaixo da temperatura do corpo humano, isto é, 26,5ºC. Na zona de conforto a temperatura pode variar de 24ºC a 30ºC. Um filtro de ar sujo provoca perda de rendimento e o evaporador começa a se congelar. Deve-se lavar esse filtro periodicamente. Um condensador sujo faz a pressão do sistema a subir e o compressor para por sobrecarga através do protetor térmico. Uma das causas do compressor não entrar em funcionamento pode ser o capacitor de marcha aberto. Uma chave seletora com defeito também não alimentará nenhum componente elétrico. Se a ventilação não funcionar as causas prováveis são: capacitor permanente aberto ou a chave seletora não comanda a sua ligação. 42 4.7.12- Ciclo reverso dos condicionadores de ar Os condicionadores de ar equipados com ciclo reverso proporcionam tanto o resfriamento quanto o aquecimento do ar, passando então o evaporador a atuar como dissipador de calor, enquanto que o condensador atua como absorvedor de calor. Ciclo Normal Ciclo Reverso 4.7.13- Cálculo de carga térmica Consiste em determinar a quantidade de calor que deverá ser retirada de um ambiente, dando-lhe condições climáticas ideais para o conforto humano. 43 4.7.14- BEBEDOURO Os bebedouros de água são fabricados em diversos tamanhos e modelos, para atender a várias exigências. O equipamento do bebedouro de água é dividido em duas classes: resfriadores de garrafa e resfriadores de pressão ou compressão. O bebedouro de água tipo garrafa é diferente do tipo de pressão principalmente pelo fato de que o primeiro não exige qualquer ligação de encanamento, visto que a garrafa de água (geralmente mineral) é fornecida ao usuário para ser adaptada na parte superior do bebedouro, enquanto que o tipo de pressão depende de pressão de água ligada ao bebedouro, por meio da linha de suprimento. No caso do nosso curso, falaremos sobre o bebedouro que usa a pressão de água, pois é o mais usado. Estes bebedouros possuem, basicamente, os mesmos equipamentos de um refrigerador doméstico, diferindo apenas porque possuem um circuito a mais: o circuito hidráulico. 4.7.15- Componentes do bebedouro a) Circuito mecânico: compressor, condensador (com resfriamento natural ou forçado), evaporador e tubo capilar. b) Circuito elétrico: relê, termostato, capacitor de partida, protetor térmico e ventilador (se o condensador for resfriado a ar forçado). c) Circuito hidráulico: cuba d’água, válvula de entrada d’água, filtro d’água, dreno e válvulas de saída de água gelada. 44 4.7.16- Funcionamento do bebedouro O evaporador fica mergulhado dentro da cuba d’água. Essa cuba fica isolada termicamente por fora para que não se condense a umidade do ar, prejudicando a troca de calor entre o fluido refrigerante e a água. O compressor comprime o fluido refrigerante e descarrega-o para o condensador e deste segue para o tubo capilar. O refrigerante se evapora no evaporador, absorvendo o calor da água contida na cuba. O bulbo do termostato fica mergulhado na cuba e quando a temperatura da água chega ao ideal, ele desliga o compressor. A cuba recebe pressão de água oriunda de uma rede de alimentação. Esta água passa pelo filtro, enche a cuba e fica sob pressão. Quando o usuário abre a válvula de saída, libera a água gelada e, automaticamente, a mesma quantidade de água será reposta na cuba. Esta água vindo com uma temperatura um pouco alta, faz com que o termostato comande a alimentação elétrica do compressor para um novo ciclo de funcionamento e para baixar a temperatura desta água. 4.7.17- Umidade no sistema O excesso de umidade em um sistema de refrigeração provoca uma série de danos e formação de impurezas, muitas vezes fatais. A presença de umidade - isto é, certa quantidade de água em contato com o gás refrigerante, geralmente resulta na formação de gelo em pontos vitais do sistema, causando entupimentos, isto acontece com frequência com o tubo capilar. A umidade também causa corrosão em outros pontos do sistema, principalmente nas tubulações e partes do compressor. Isto ocorre quando a água se combina com gases, provocando a formação de íons que atacam o sistema e o corroem. Outras consequências da presença de umidade no sistema é o aparecimento do chamado plaqueamento de cobre, que é a deposição de sais de cobre sobre as partes quentes do compressor, como mancais, eixo, êmbolo e conectora. O plaqueamento não deixa por menos, provoca a queima do motor que será muito exigido. E se não bastassem todos estes problemas trazidos pela umidade, esta ainda é causadora de mais um, bastante grave: curto-circuito no motor do compressor, pois o poder isolante do óleo fica sensivelmente reduzido e os materiais isolantes se decompõem. Alguns materiais celulósicos, como o papelão, ao se decomporem liberam umidade para o sistema, diminuindo a vida útil do compressor. A consequência é óbvia: geralmente acontece um curto-circuito, queimando o motor. 4.7.18- Filtro secador inadequado O filtro secador é parte importante de um sistema. Mal utilizado, ele também compromete a limpeza do mesmo. Por isso, ele deve ser trocado sempre que necessário. Durante a troca, evite aquecer o filtro que está sendo retirado senão a umidade retida nele poderá voltar ao sistema. Se o aquecimento for necessário, circule nitrogênio seco (N2) pelo sistema através do filtro secador. Também é importante usar o filtro específico do sistema que estiver sendo reparado. O filtro secador, quando trocado, deve ser novo e estar vedado, evitando sua contaminação. 45 4.7.19- Generalidades Para uma limpeza completa, não se pode esquecer algumas recomendações importantes. Jamais tente resolver o problema da umidade usando anticongelantes, como o álcool, pois causam danos irreparáveis ao sistema. Impurezas e resíduos não removidos, obstruem determinados componentes ou ficam retidos no filtro secador, o que provoca a troca frequente do mesmo. O álcool metílico, também conhecido como metanol, álcool de madeira ou carbinol, apresenta um grau de insalubridade máximo. Quando manuseado, o álcool metílico pode causar irritação nas mucosas nasais e oculares, dor de cabeça, vertigens, transtornos digestivos, distúrbios visuais e até a cegueira. Tudo isso porque o álcool metílico pode ser absorvido pela pele. Esses sintomas também podem ocorrer pela inalação direta do produto ou em locais fechados onde ele esteja armazenado. A ingestão acidental do álcool metílico pode provocar a morte por parada cardíaca ou parada respiratória. O álcool metílico também apresenta alto risco de explosão, recomendando-se não fumar próximo de reservatórios ou embalagens do produto. Também deve ser evitado o despejo do álcool metílico diretamente na pia ou esgoto de residências e oficinas, pois o produto é altamente corrosivo. 4.7.20- Vácuo no sistema Antes de dar carga de gás refrigerante em um sistema, é importantefazer um vácuo perfeito de gases não condensáveis, como o oxigênio e o nitrogênio. É importante também, retirar toda a umidade que por acaso se encontra no sistema. O oxigênio, aliado à pressão da umidade, provoca a corrosão e ainda oxida o óleo. Já o nitrogênio aumenta a temperatura de descarga. Para fazer um vácuo perfeito use sempre uma bomba de vácuo adequada, jamais use o compressor hermético do sistema de refrigeração como bomba de vácuo, pois não conseguirá o nível de vácuo desejado e ainda haverá risco de contaminação do compressor. O vácuo ideal é de 29 a 30 inHg no Manifold ou menor que 500 microns usando o Vacuômetro. A bomba de vácuo boa tem que se igual ou acima de 5 cfm. Nunca utilize produtos químicos (álcool metílico, dryzon) para desidratar um sistema hermético. Produtos químicos não desidratam, abaixam o ponto de congelamento da umidade interna e corroem o alumínio e o isolamento da parte elétrica do compressor. 46 4.7.21- CARGA NO SISTEMA HERMÉTICO A carga num sistema hermético é dada em duas circunstâncias: Se há vazamento de refrigerante. Se alguma peça do sistema foi substituída. Em qualquer das situações acima o sistema deve ser aberto, ocasionando a necessidade da produção do vácuo. A figura seguinte ilustra um vácuo processado com bomba de vácuo. A tomada de carga “A” é dotada de dois manômetros que medem baixa pressão, “B” e “C”. A ampola “E” deve estar colocada na mangueira do centro, com sua válvula fechada. “F” é um capilar que deve ser soldado no apêndice de carga do compressor para restringir o fluxo de refrigerante por ocasião da carga. Abrindo as válvulas “B” e “C”, colocando-se a bomba “D” em funcionamento, esta aspirará do sistema e descarregará para a atmosfera. Uma vez produzido o vácuo, fecha-se a válvula “B”. O vácuo será indicado no manômetro “C”. Se por acaso o vácuo cair, será necessário dar-se pressão no sistema e pesquisar se há vazamento. Após a pesquisa e correção da falha, o processo de vácuo deve ser repetido. 4.7.22- Métodos de carga a) Por pesagem É um dos métodos mais eficientes para a carga de gás. Pesa-se a ampola de Freon e mede -se a quantidade de gás refrigerante que o sistema vai suportar, através do peso total da ampola. Cada sistema vem com o peso de gás refrigerante escrito na plaqueta ou manual. b) Pela amperagem De acordo com a amperagem de trabalho do sistema (escrita na plaqueta ou manual), dá-se carga até alcançar o valor da referida amperagem. c) Por pressão Cada sistema de refrigeração possui sua pressão de aspiração e descarga de trabalho. Dá-se a carga de acordo com suas respectivas pressões. d) Pela produção no evaporador Quando não podemos pesar a ampola, verificar a pressão do sistema ou não possuir um amperímetro dá-se carga verificando a produção no evaporador. Quando começar a formar gelo em todas as serpentinas, é sinal que a quantidade de gás refrigerante é suficiente. 47 CAPÍTULO - 5 5. FERRAMENTAS BASICAS PARA USO NO SISTEMA DE REFRIGERAÇÃO: Neste capítulo serão listados os principais instrumentos de medidas que o mecânico de refrigeração deverá utilizar em seu trabalho. a) Manifold (conjunto analisador de pressões) Instrumento apropriado para medir pressão e temperatura do fluido refrigerante. Manifold eletrônico Manifold mecânico É constituído por: Manômetro de baixa pressão (azul) Possui duas escalas com uma mesma origem. Uma para medir pressão negativa (abaixo da pressão atmosférica), ou seja, vácuo, e outra para pressões positivas. É combinado, pois indica ao mesmo tempo valor de pressão em PSI e Kg/cm² ou PSI e KPa ou PSI e Bar. Toda vez que o ponteiro indicar um valor de pressão coincidirá com a temperatura de evaporação do refrigerante logo após sair do elemento expansor. É mais preciso (varia de 1 em 1 PSI) e possui uma escala menor em relação ao manômetro de alta pressão(-30 in/hg a 350PSI). Deve ser utilizado para verificação de pressão/temperatura em qualquer ponto do sistema de refrigeração entre a saída do elemento expansor e entrada do compressor. Manômetro de alta pressão (vermelho) Geralmente possui somente escala positiva. É combinado, pois indica ao mesmo tempo valor de pressão em PSI e Kg/cm² ou PSI e KPa ou PSI e Bar. Toda vez que o ponteiro indicar um valor de pressão coincidirá com a temperatura de condensação do refrigerante. Isso ocorre, aproximadamente, a 3/4 do condensador. Tem a leitura menos precisa (5 em 5 PSI) e sua leitura pode chegar a 500PSI. Deve ser utilizado para verificação de pressão/temperatura em qualquer ponto do sistema de refrigeração entre a saída do compressor e a entrada do elemento expansor. 48 Manômetro de baixa e manômetro de alta Possuem três mangueiras: a azul, a amarela e a vermelha. As mangueiras são iguais só se diferenciando nas cores. Toda vez que for conectada ao sistema, indicará um valor de pressão/temperatura, independente de válvula estiver aberta ou fechada. Em uma de suas extremidades tem uma conecção de rosca simples, na outra possui uma conecção com percussor, que deve ser conectado ao sistema na válvula shiraid(válvula de retenção). Mangueira azul É conectada ao manômetro de cor azul que é de baixa pressão. Mangueira vermelha É conectada ao manômetro de cor vermelha que é de alta pressão. Mangueira amarela É a mangueira central do manifold. Também conhecida como mangueira de serviço. Esta mangueira é instalada na ampola de gás, na bomba de vácuo e na bomba recolhedora de gás. OBS: As mangueiras (azul, vermelha e amarela) não podem ter suas extremidades invertidas. O extremo que possui o percussor (geralmente com uma angularidade de 45°) não poderá está instalado diretamente ao manifold, haja vista que o outro lado, por não possuir este artifício, não liberará o gás. Percussor localizado na extremidade com angularidade 49 Gancho Permiti que o manifold fique pendurado proporcionando ao operador as mãos livres para trabalhar mais a vontade. Válvulas Uma solidária ao manômetro de baixa pressão e a outra ao manômetro de alta pressão. Visualização do interior do manifold Visor de líquido Indica ao operador que o gás está entrando ou saindo do sistema. b) Alicate amperímetro Aparelho destinado à medição da intensidade da corrente elétrica. No modelo mostrado abaixo, é um instrumento que reúne muitas funções, pode-se medir também resistência ôhmica e voltagem, e etc, conhecido como multímetro. 50 c) Capacímetro O capacímetro é o instrumento adequado para se medir à capacitância dos capacitores. A capacitância é a medida em Farad. Antes de efetuar a medição, o capacitor deverá ser desernegizado. Para desernegizar é só efetuar um curto circuito entre seus terminas, com uma chave de fenda, alicate ou pedaço de fio. Nunca utilize as mãos para descarregar o capacitor. Risco de choque elétrico. d) Vacuômetro As pressões de vácuo devem ser medidas com um instrumento de precisão, com escala apropriada para informar a pressão em mícron de mercúrio. O vácuo ideal em sistema de refrigeração tem queser menor que 500 microns. e) Bomba de vácuo Tem a função de remover o ar atmosférico, a umidade e os gases não condensáveis do interior do sistema, recomenda-se que o mesmo seja evacuado até atingir vácuo total. A escolha de uma bomba de vácuo é feita pela sua vazão em CFM (cubic feet per minute - pés cúbicos por minuto). 51 f) Kit flangeador, alargador, chave de catraca e cortador de tubos. O flangeador serve para fazer uma pequena abertura (boca de sino) no tubo de cobre ou alumínio para que seja ligado a uma válvula ou niplo. O alargador tem a função de alarga o tubo em até 40% a mais do seu diâmetro. O alargamento de tubos se faz necessário, quando existir a necessidade de soldar tubos de mesmo diâmetro. A chave de catraca do refrigerista deve ser utilizada para realizar abertura de válvulas especiais. Elas possuem várias medidas (3/16”, 1/4”, 5/16”, 3/8”, etc.). O cortador de tubo serve para cortar o tubo sem amassar o mesmo. Geralmente possui um escareador para tirar as pequenas rebarbas encontradas após o corte. g) Curvador de tubos É uma ferramenta que permite curvaturas de tubos em raios e ângulos variados sem danificar a parede e o diâmetro interno. Com o curvador de tubos é possível fazer curvaturas sem necessidade de aquecimento do tubo. Os três mais utilizados são: curvador de tubo do tipo alavanca; curvador de tubo do tipo mola e curvador de tubo do tipo alavanca e catraca. 52 h) Alicate de pressão lacrador O Alicate de Pressão trabalha por pressão e dá um aperto firme ao tubo (lacra o tubo), sendo sua pressão regulada por intermédio de um parafuso existente na extremidade. i) Garrafa para transporte do fluido refrigerante j) Kit de solda oxigênio e acetileno O kit de solda oxigênio e acetileno servirão para efetuar soldas nos tubos por onde circula o gás refrigerante. Não se esqueça de que quando um gás inflamável vaza em um ambiente fechado o ambiente fica sujeito à explosão em caso de faíscas. Por isso cuide para que o Kit fique em ambiente aberto por onde o gás possa escapar em caso de vazamento. As ampolas de oxigênio e acetileno são recarregáveis. Maçaricos Kit solda de oxigênio e acetileno É possível efetuar solda com maçarico menos complexo. Nestes casos, o maçarico portátil bernzomatic TS8000 é um dos mais utilizado. A ampola de MAP-PRO(Metil- Acetil- Propileno Estabilizado) pesa 400gr e é descartável. Maçarico portátil bernzomatic TS8000 53 CAPÍTULO – 6 6. DEFEITOS, CAUSAS E SOLUÇÕES. Um sistema de refrigeração, seja ele doméstico ou comercial, pode apresentar muitos defeitos ao longo de sua vida útil. Os problemas que ocorrem com maior frequência será o nosso assunto. Mostraremos aqui as causas e as soluções para esses defeitos. Desta forma, o mecânico terá um resumo dos principais defeitos que costumam ocorrer em um sistema de refrigeração. a) Alta amperagem Voltagem muito alta ou muito baixa, localização inadequada do refrigerador, transformador com problemas e até mesmo um compressor defeituoso, são as causas da alta amperagem. As soluções imediatas são: corrigir a instalação ou instalar estabilizador automático, no caso da voltagem desregulada; deslocamento do refrigerador para local ventilado, distante dos raios solares ou locais sem ventilação; trocar o transformador defeituoso por outro em boas condições e, finalmente, trocar o compressor hermético com defeito por um novo. Considerando que um refrigerador está com alta amperagem, quando se intercala um amperímetro e o mesmo acusa amperagem superior à especificada, é preciso observar o seguinte: Intercalar um voltímetro. A voltagem deverá estar entre 95 a 150V para 127V, e 185 a 255V no caso de 220V, na frequência de 60Hz. Voltagem alterada requer o uso de um estabilizador. Verificar se o condensador está muito sujo, exposto ao sol, próximo a fogões ou a paredes que recebem sol direto. Caso isto esteja acontecendo, limpe o condensador ou mude o refrigerador para um local mais ventilado e limpe o condensador. Se o sistema estiver funcionando com transformador, ligue um voltímetro na saída do mesmo, assim você verificará se a voltagem está correta. Se o voltímetro acusar voltagem incorreta, substitua o transformador. Se tudo estiver em ordem, faça a ligação direta do amperímetro no compressor, mas se a amperagem estiver fora do especificado, então deverá ser efetuada a troca do compressor. Obs.: Não esqueça que a amperagem do compressor aumenta à medida que ele esquenta. b) Curto-circuito Geralmente são causados por voltagem muito alta ou muito baixa, ou ainda por deficiência da rede de energia, por defeitos internos do sistema (umidade, por exemplo) e, finalmente, pela excessiva oscilação da voltagem. Como se trata de problema interno do compressor, o curto-circuito, quando ocorre, leva sempre à troca do mesmo. c) Termostato avariado A geladeira tem seu funcionamento contínuo porque o termostato não desalimentou o compressor. O termostato pode desligar e não ligar. Devemos retirar o mesmo e fazer uma ligação direta entre seus dois terminais. Se o compressor funcionar devemos substituir o termostato. d) Capacitor aberto O compressor tenta partir e não consegue porque o enrolamento auxiliar não foi alimentado. Para testar o capacitor utiliza- se um rabicho ligando os terminais do capacitor para que o mesmo seja carregado, após a carga com auxilio de uma chave de fenda feche um contato entre os terminais, 54 neste momento será observado um estalo acompanhado de uma faísca. OBS.: com auxilio de um capacímetro mede-se a capacitância do capacitor. e) Defeitos no relé Quando um relé fica avariado, o compressor pode ficar sem alimentação elétrica. Os seus defeitos são vários. Contatos sulfatados e bobina aberta são facilmente identificados. Às vezes, uma simples limpeza com lixa fina nos contatos resolve o problema. Quando não for possível, proceder à troca. f) Defeitos no protetor térmico Quando na posição de aberto, o compressor fica sem alimentação elétrica. Devemos fazer uma ligação direta entre seus dois terminais; se o compressor funcionar trocar o protetor. Quando sua resistência não consegue se curvar, devido à uma sobrecarga, para desligar o compressor, provoca a queima dos enrolamentos do motor elétrico, avariando a máquina. g) Refrigerador dando choque Quando um refrigerador começa a dar choque, tem algo errado com ele. Pode ser um fio sem isolamento (descascado) encostado no gabinete, um termostato defeituoso, a solenoide com problemas, o timer que não funciona ou, o problema pode ser ainda do compressor. Para solucionar estes problemas, as soluções imediatas são: i. Fios não isolados: Localizar o ponto não isolado e isolar o fio. Se for necessário, troque todo o fio descascado; ii. Termostato defeituoso: Quando o termostato estiver com defeito, é necessário trocá-lo; iii. Relé com defeito: Substituir o relé que não funciona por um novo; iv. Timer e solenoide defeituosos: Tais componentes, quando se verifica que não funcionam, devem ser trocados por outros v. Compressor queimado: Sempre que isto acontecer, será preciso fazer a troca do compressor queimadopor um compressor novo ou recondicionado. Obs.: Verifique se o defeito não está na tomada. vi. Protetor térmico defeituoso: Protetor defeituoso ou inadequado deve ser trocado por um novo e adequado, também o compressor deverá ser substituído neste caso; vii. Compressor defeituoso: Proceder à troca; viii. Terminal da tomada interna solto: O compressor deve ser substituído por um novo. h) Compressor não arranca Quando isto acontece, certamente algo está errado com o compressor. A voltagem pode estar muito baixa, a rede deficiente, o relé e o térmico defeituosos ou incorretos, o termostato pode estar defasado, o chicote de conexão interrompido, o timer com problemas, o compressor pode até estar preso ou pode ser que o capacitor de partida esteja defeituoso ou instalado de forma incorreta. Seja o que for às soluções imediatas são: Quando a voltagem da rede não estiver correta, deverá ser corrigida e é aconselhável um estabilizador de voltagem; Se o problema for o relé, é só trocá-lo; Se o protetor térmico estiver defeituoso, deve ser substituído por um novo; o mesmo procedimento deve ser adotado em relação ao termostato defeituoso. 55 No caso do chicote de conexão interrompido, este deverá ser substituído ou consertado; quando não houver força na tomada, verificar o fusível(disjuntor) e as instalações elétricas da casa; Se o compressor estiver preso, deverá ser trocado. Se o problema for no ¨timer¨, este tem que ser substituído por um novo; Se o problema estiver na voltagem, é só fazer a ligação na voltagem correta; Finalmente, se o problema for o capacitor, trocá-lo. i) Ruídos e barulhos São muitos os fatores que podem levar um sistema a apresentar barulhos e ruídos estranhos e incômodos. Canos encostados uns nos outros, pinos trepidando, condensador encostado na parede, expansão do gás no evaporador, termostato oscilando no momento do liga - desliga compressor com defeito interno, falha na fixação do condensador e compressor batendo no gabinete. Tudo isto causa barulhos insuportáveis. Para se livrar deles, é necessário: desencostar canos, calçar pinos e afastar o refrigerador da parede; o barulho do gás em expansão no evaporador é normal, sendo em alguns evaporadores maior e noutros menor. No caso do compressor que bate no gabinete, forçar um pouco o compressor, afastando-o do gabinete. Deve-se observar ainda o fato de que quando se trata de barulho ou ruído interno no compressor, proveniente de alguma peça interna danificada, o compressor apresentará ruídos e barulhos constantes. Não há paliativos, um compressor nestas condições deve ser trocado por um novo imediatamente. Quando o ruído for externo, principalmente na hora do liga-desliga do motor, faça uma busca minuciosa, verificando e reparando canos/tubos encostados, pinos trepidando etc. Nestes casos não há necessidade de troca do compressor. Outra dica: não vá confundir barulhos internos do compressor com os do sistema. j) Entupimento do compressor (tubo de descarga) Quando isto acontece é porque o compressor apresenta defeito em seu sistema. Neste caso, no tubo de descarga (veja ilustração abaixo). Considerando que não se pode abrir um compressor para reparar qualquer componente, a solução óbvia é a troca do mesmo por um novo. k) Linha de sucção congelada Isto acontece sempre que o coletor estiver em posição incorreta; quando houver excesso de gás ou o próprio compressor estiver defeituoso. Aqui, o procedimento é colocar o coletor na posição correta, trocar a carga de gás e, finalmente, trocar o compressor. Voltamos a lembrar de que um sistema de refrigeração, quando apresenta defeitos, as causas podem ser várias e as soluções idem. O importante é considerar sempre como um todo, efetuando sempre uma checagem minuciosa de todos os equipamentos e peças que o compõem. l) Falta de rendimento Neste caso, podemos afirmar que os problemas são os seguintes: termostato encostando-se ao tubo do evaporador, má distribuição dos alimentos no refrigerador, toalhas plásticas nas prateleiras, excesso de utilização do refrigerador, porta com má vedação, entrada de ar no refrigerador, instalações com defeitos, sujeira no condensador, vazamento parcial de gás, válvula de degelo defeituosa, timer defeituoso, luz interna não apaga. As providências são: Trocar ou regular o termostato; desencostar o bulbo do termostato do tubo do evaporador; instruir o usuário da geladeira a distribuir corretamente os alimentos dentro da mesma; desaconselhar o uso de toalhas plásticas nas prateleiras. Além disso, esclarecer para abrir menos a porta e não colocar alimentos quentes dentro da geladeira ou do freezer. Aconselha-se, ainda, a regular corretamente a porta ou trocar a borracha; verificar todas as vedações, consertando-as se estiver com defeitos; instalar o refrigerador não muito próximo a fogões, lareiras, paredes expostas ao sol, não embuti-lo etc.; corrigir o vazamento de gás e trocar o compressor se o vazamento estiver localizado nele; trocar a válvula de degelo defeituosa; trocar o timer defeituoso e verificar o motivo pelo qual a luz interna não apaga, checando o interruptor de luz ou regulando a porta do refrigerador. 56 m) Refrigerador congela demais Se o refrigerador está gelando mais que o normal pode ter certeza de que o problema está no termostato. Ele deve estar em posição muito alto, ou desregulado. Se o bulbo do termostato estiver solto ou mal colocado, o problema deve estar aí. E se você não conseguiu achar nenhum destes defeitos, certamente o termostato está danificado. Veja com detalhes o que fazer em cada caso: i. Termostato em posição alta ou desregulado: ajuste-o na posição adequada e faça a sua regulagem. ii. Bulbo do termostato mal fixado ou solto: confira a colocação do bulbo. Se notar qualquer desajuste, o defeito está aí. Fixe-o corretamente. iii. Termostato com defeito: depois de conferir a regulagem e a colocação do termostato, veja se ele está em boas condições. Se não estiver, troque-o. n) Lâmpada não acende Neste caso, o problema pode ter diferentes origens. A lâmpada pode estar queimada ou mal instalada. Pode ser que o interruptor ou o soquete estejam com defeito. Ou, ainda, o chicote pode estar interrompido. A solução é simples: verifique se a lâmpada está queimada. Se estiver, troque- a corretamente. Se o interruptor e o soquete estiverem com defeito, troque-os. O mesmo você deve fazer se o chicote estiver interrompido. o) A lâmpada não apaga Às vezes ocorre o contrário: a lâmpada não apaga quando se fecha a porta da geladeira. O problema deve estar sendo causado pelo interruptor defeituoso ou pela porta mal regulada. Verifique cada um deles. Se o interruptor estiver com defeito, troque-o, mas se o problema for com a regulagem da porta, você deverá fazer um ajuste correto. p) Suor externo na porta e gabinete As causas deste defeito podem ser várias: a má vedação da gaxeta, falha no isolamento, penetração de umidade em grande quantidade, termostato desregulado ou em graduação muito alta, operador de água mal posicionado, fita condensadora queimada, localização inadequada do refrigerador, ou ainda devido à elevada umidade relativa do ar. Veja como proceder em cada caso: i. Má vedação da gaxeta: faça a regulagem da porta até que a gaxeta esteja bem vedada. Se não conseguir uma boa vedação, troque a gaxeta. ii. Falha no isolamento (devido à falta de lã de vidro ou poliuretano): neste caso, reforce o isolamento nos locais necessários. iii. Penetração de umidade em grande quantidade: verifique com cuidado todas as formas possíveis de penetraçãode ar. Veja as vedações das presilhas das molduras, o furo inferior da porta, a saída da linha de sucção, o asfalto do gabinete etc. iv. Termostato em graduação muito alta: baixe a graduação do termostato e reforce o isolamento na região onde ocorreu o suor, se for necessário. v. Aparador de água mal posicionado: posicione-o corretamente. vi. Fita condensadora queimada: a única solução é trocá-la. vii. Localização do refrigerador: às vezes, a simples localização do refrigerador pode causar o aparecimento do suor externo. Lembre-se: nunca deixe o refrigerador próximo de fogões e aquecedores, o posicionado sempre em locais bem ventilados. viii. Umidade relativa do ar muito elevada – acima de 85 %: neste caso, muito comum no litoral, tudo o que você pode fazer é explicar ao cliente que o problema não é defeito do sistema, mas sim causado pelas condições climáticas do lugar. 57 Obs: Os defeitos que podem ocorrer em um bebedouro são basicamente iguais ao de uma geladeira doméstica. 7. TABELAS DE DEFEITOS E CORREÇÕES a) O refrigerador está suando internamente ISTO ACONTECE QUANDO: O QUE DEVE SER FEITO: 1. Termostato em graduação muito baixa. - Aumentar a graduação do termostato. 2. Lâmpada não apaga. - Verificar o interruptor ou a regulagem da porta. 3. Porta desregulada. - Regular a porta. 4. Falta a prateleira de vidro. - Colocar a prateleira de vidro. 5. Excesso de uso. - Abrir a porta com menor frequência. 6. Aparador de água defeituoso. - Trocar aparador. 7. Porta do congelador defeituosa. - Trocar a porta do congelador. 8. Capilar ou bulbo do termostato - Desencostar o tubo capilar ou bulbo do encostado na caixa interna. termostato da caixa interna. 9. Termostato desregulado. - Regular ou trocar o termostato. 10. Aba do aparador de água virada para - Virar a aba para dentro do aparador. fora. 11. Entrada de ar no refrigerador. - Levantar os pontos onde possa entrar ar no refrigerador e regular a porta. b) Mau cheiro no refrigerador ISTO PODE ESTAR OCORRENDO SOLUCIONE O PROBLEMA DESTA FORMA: PELAS SEGUINTES CAUSAS: 1. Entrada de líquido entre a caixa e o - Trocar o isolante e fazer a vedação correta como massa, entre a mata-junta e a caixa gabinete. interna. 2. Refrigerador ficou muito tempo -Trocar o isolamento e não deixar o desligado ou com a porta fechada. refrigerador desligado com a porta fechada. 3. Isolamento defeituoso. - Trocar o isolamento. - Não guardar alimentos estragados dentro do 4. Colocação de alimentos estragados no refrigerador. Obs.: Para todos os casos é aconselhável interior do refrigerador. colocar um pedaço de carvão vegetal dentro do refrigerador. 58 c) Alto consumo de energia AS CAUSAS SÃO: AS SOLUÇÕES SÃO: 1. Luz interna não apaga. - Verificar interruptor ou regulador da porta. 2. Porta desregulada. - Regular a porta. - Recomendar a localização do refrigerador 3. Localização inadequada do refrigerador. distante de fogões e colocá-lo na parte mais ventilada do ambiente (cozinha). 4. Termostato defeituoso ou bulbo solto. - Trocar termostato ou fixar corretamente o bulbo. 5. Vazamento parcial de gás. - Consertar o vazamento ou, em último caso, trocar o componente com vazamento. 6. Utilização muito intensa do refrigerador. - Abrir menos vezes a porta do refrigerador. 7. Compressor com alta amperagem. - Trocar o compressor. d) O refrigerador não desliga ESTA SITUAÇÃO PODE SER CAUSADA O PROBLEMA TEM AS SEGUINTES POR: SOLUÇÕES: 1. Termostato defeituoso. - Trocar o termostato. 2. Bulbo do termostato solto. - Bulbo do termostato deve ser fixado corretamente no evaporador. BIBLIOGRAFIA CENGEL, Yunus A. Transferência de calor e massa. 3. ed. São Paulo: McGraw Hill, 2010. STOECKER, W. F.; JABARDO, José M. Saiz (Autor). Refrigeração industrial. 2. ed. São Paulo: E. Blücher, 2008 Anderson, E. P., Palmquist, R. E. Manual de Geladeiras Residenciais, Comerciais e Industriais. Editora Hemus; Silva, J. G. Introdução à Tecnologia da Refrigeração e da Climatização. 1ª edição. Editora Artliber, São Paulo, 2003; ELearningFull – Software da Tecumseh, disponível em: www.tecumseh.com.br; Manual de Aplicação de Compressores – Embraco. Código 00004, junho de 2007 –Versão 01, disponível em: www.embraco.com.br. 59