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COMPLETO TSP1

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LETTYCIA DOS SANTOS BARROS
 ROBERTA HELENA DIAS QUELIS
 TEORIAS E SISTEMAS PSICOLÓGICOS
 COMPREENDER O BEHAVIORISMO
 JUIZ DE FORA
 2018
Behaviorismo: definição e história 
O behaviorismo tinha como ideia central a “ciência do comportamento”. Foi questionado acerca da ciência do comportamento ser uma psicologia, pois parte dos psicólogos não aceitavam a ideia de psicologia como ciência, já outros defendiam que o comportamento fosse seu objeto de estudo. Contudo ocorreu várias discussões sobre o que se definia a ciência e por isso foi chamada de análise comportamental. 
Segundo o texto, a análise comportamental, é considerado uma filosofia da ciência pois aborda assuntos em relação a nossa maneira de agir que vai ao desencontro com o pensamento tradicional. 
De filosofia a ciência 
Nesse tópico o autor ressalta que toda ciência tem uma origem filosófica e que a filosofia se diferencia da ciência porque ela parte de suposições a respeito das coisas e a ciência parte da observação. 
As suposições filosóficas se referem ao mundo abstrato, das ideias, algo além de universo natural e que se o raciocínio for correto, torna se uma verdade absoluta. Já as suposições científicas referem se apenas ao universo natural e por isso possuem uma verdade relativa e provisória (até que sejam feitas novas suposições científicas sobre aquele determinado assunto). 
Muitas coisas na época foram explicadas “Porque Deus quis assim” como por exemplo os efeitos climáticos. E com o passar do tempo a maioria dos filósofos se dedicaram apenas a ciência deixando de lado as suposições hipotéticas. Vale ressaltar William Harley, que foi um dos primeiros filósofos que começou a abrir os animais e ver como funcionava o organismo, assimilou ao funcionamento de uma máquina e o discriminou de uma força viva misteriosa. 
No século XIX a psicologia era chamada de ciência da mente. A mente foi reconhecida como um objeto de estudo para a ciência. Foi proposto o método da introspecção, mas não era uma tarefa fácil para se obter resultados científicos por isso criaram duas correntes de pensamento: psicologia objetiva e psicologia comparativa.
Psicologia objetiva 
De acordo com o compreendemos alguns psicólogos não confiavam na introspecção como método científico. Pois achavam que os resultados eram muito vulneráveis a distorções cognitivas. Por exemplo: todos nós somos diferentes um dos outros, temos sensibilidade, opiniões e comportamentos diferentes. Isso mostra que as respostas da introspecção eram muito subjetivas. Por isso usaram o método objetivo (métodos que pareciam medir os processos mentais de forma objetiva) como por exemplo: medir intensidade da sensação (através de uma escala). A partir do momento que o método é objeto, com respostas objetivas fica mais claro a compreensão para se obter um resultado. 
Psicologia comparativa 
A teoria da evolução das espécies de Darwin começou a ter um foco maior na ciência e por isso começaram a reconhecer que tínhamos traços anatômicos e comportamentos parecidos com o dos animais por compartilharmos da mesma história evolutiva.
E assim começaram a supor que os traços mentais dos animais eram parecidos com o dos humanos, só que de forma mais simples. Surgindo a psicologia comparativa. A psicologia comparativa nada mais é do que a comparação entre os humanos em relação a outras espécies.
Com o passar do tempo começaram a fazer experiências com os animais, para testar sua cognição. O problema é que a resposta era muito subjetiva já que cada pessoa poderia analisar do seu ponto de vista e ter uma interpretação diferente em relação ao comportamento do animal. 
A primeira versão do behaviorismo 
Através de um artigo, Watson, demonstrou sua insatisfação com o método da introspeção, dizendo que era excessivamente dependente do indivíduo. E também questionou as analogias entre os animais e seres humanos. De acordo com ele, a psicologia deveria ser definida como ciência do comportamento e não como ciência da consciência. 
Na época o estudo da psicologia ficou voltada para a “humanização da besta” ou seja, o condicionamento do animal para uma maior aproximação com o comportamento humano, Watson trouxe uma proposta diferente a “bestialização do ser humano” princípios encontrados nos animais que podem ser aplicados a seres humanos. 
Além disso Watson procurou compreender o comportamento de todas as espécies, incluindo as plantas. Todos os behavioristas concordavam com a ciência do comportamento de Watson e que a psicologia poderia ser ciência. 
 
Livre arbítrio versus determinismo 
Foi compreendido que o comportamento é caracterizado por fatos hereditários e ambientais e a relação entre estes. Já o livre arbítrio diz que a pessoa além dos fatores hereditários e ambientais pode escolher a maneira que deseja se comportar. 
Argumentos prós e contras o livre arbítrio 
Existem situações que nos fazem refletir de forma pró e contra o livre arbítrio como por exemplo: uma pessoa que nasceu em uma família de músicos e adora cantar. Podemos explicar que ela foi motivada pelo fator determinante (genético e ambiental) Ou se ela não gostar de música, que ela possui o livre arbítrio. Existem duas maneiras de enxerga o que motiva o comportamento e isso vai depender do ponto de vista que a pessoa está analisando. 
Realismo 
O mundo é real existe independente se eu perceber. Independente das nossas experiências com as coisas do mundo, e dos nossos pensamentos, as coisas vão continuar existindo. No mundo interno ficam nossas percepções, pensamentos e sentimentos em relação as coisas. 
Universo objetivo: O universo possui um mecanismo, ele é objetivo. Independe do que pensamos em relação ao universo, ele permanece do jeito que ele é. 
Descoberta e verdade: O realismo propõe que devemos estudar cientificamente como funciona o mecanismo do universo, para compreendê-lo melhor e conhecer sua verdade.
Dados sensoriais e sua subjetividade
Para o realismo não podemos estudar o mundo objetivo diretamente, pois só conseguimos perceber as aparências das coisas e descrevê-las. E cada pessoa tem a sua percepção, gerando uma incerteza em relação às verdades do mundo. Através do conhecimento de como funciona o planeta podemos explicar as causas dos efeitos climáticos. (Como eles acontecem e porque acontecem...)
Para o realismo a descrição só nos conta sobre a aparência das coisas (causadas pela sensação que temos). Mas o conhecimento verdadeiro (acerca do funcionamento das coisas) os eventos que percebemos são explicados. 
Pragmatismo 
O pragmatismo foi apresentado por James, como teoria da verdade (aquilo que pode ser explicado). Para ele a ciência torna nossa experiência, compreensível, porém todas teorias científicas são aproximações. 
Segundo Mach, a ciência tem a ver com a experiência, foi se desenvolvendo de acordo com a necessidade das pessoas de compreenderem o mundo e acumularem conhecimento (passando de geração e geração as informações adquiridas é assim facilitando a aprendizagem). 
Economia conceitual 
A ciência cria conceitos, e nós usamos esses conceitos no nosso dia a dia.
Foram criados através de experiências passadas e nos permitem um previsão do que pode acontecer ou seja ela facilita nossa compreensão ( economia conceitual) 
Um exemplo: quando aprendemos a dirigir e o instrutor explica o que devemos ou não fazer em diferentes situações. Através de suas experiências passadas, ele passa seus conceitos para outras pessoas. 
Explicação e descrição 
 Diferente do realismo, para Mach o objetivo da ciência é a descrição (baseada em observações e aparências). Para Mach o que importa para o pragmatismo é a relação que fazemos entre uma observação e outra e assim a obtenção da compreensão. Para ele quando um evento se mostra familiaré explicado. 
Behaviorismo radical e pragmatismo
O baseamento teórico dos comportamentalistas radicais, é o pragmatismo que tem o direcionamento para resolver as questões de forma realista com resultados mais garantidos, ao contrário do realismo, que deixa uma visão dualista das pessoas. O antigo behaviorismo fazia uso do realismo. Como realistas metodológicos, diferenciavam o mundo objetivo do subjetivo consideravam que era necessário o estudo fora do sujeito, Os realistas acreditavam que o mundo subjetivo está inacessível, enquanto isso os behavioristas metodológicos acreditavam que a única forma de prosseguir com a ciência do comportamento seria através da utilização do estudo fora do sujeito, em seu meio de vivência, e a coleta de dados sensoriais a partir disso. 
O autor ressalta que a maiorias dos psicólogos que trabalham com experimentos, são behavioristas metodológicos que afirmam estar estudando a mente, personalidade, atitudes, dentre outros e que há interferências no mundo interior a partir de percepções de comportamento externo, fazendo o uso de dinâmicas como o uso de teste com caneta, quebra cabeça, questionários, dentre outros. A única a diferença entre psicólogos metodológicos e behavioristas metodológicos é que os psicólogos fazem interferências no mundo interior, e os behavioristas utilizam apenas de fatos externos.
É destacado que o behaviorismo radical não distingue o mundo objetivo do subjetivo, busca termos que são possíveis de descrever, na história podemos ver que que o estudo do comportamento usou termos como resposta, reforço e estímulo. Isso mudou o progresso da ciência comportamental e esses conceitos podem ter alterações futuras, assim como nós, a ciência está em constante mudança, podem surgir novos termos, estudos e descobertas.
Mentalismo
O objetivo desse estudo é conseguir uma possível explicação, porém não ajuda muito, um exemplo de mentalismo é quando uma mãe pergunta a um filho, porquê o desobedeceu e tem como resposta, " porque quis" A teoria foi adotada pelo Skinner, mas podemos entender que não é uma linha de explicação plausível.
Eventos públicos e privados
Podemos definir eventos públicos como algo que vivenciamos e temos como dialogar, como uma tragédia na cidade, um jogo de futebol, até eventos mais simples que podem nem ser comentados, mas se foi vivenciado por mais de uma pessoa, como o latido de um cachorro. Sentimentos, emoções, pensamentos são considerados eventos privados, é subjetivo. Só é possível que outra pessoa tenha conhecimento a partir do relato.
A distinção entre esses eventos não tem muita importância para os behavioristas radicais, para Skinner os eventos públicos e privados são eventos naturais, vai depender de onde está a pessoa, se está sozinha, ou em meio outras pessoas.
Eventos naturais
Tudo que acontece a nossa volta, o que vivenciamos no dia a dia sendo assim, a ciência também é um evento natural. Os eventos naturais estudados são organismos vivos, os eventos privados podem ser inseridos para analisar o comportamento, pois a ciência precisa que os eventos sejam naturais e para isso precisam ser localizados no espaço e tempo, então se for necessário será atribuído as questões subjetivas, não tem nenhuma regra que restringe isso.
Natural, mental e fictício
Podemos dizer que ter uma mente é algo bom, é onde armazenamos todas as emoções, os pensamentos, sentimentos, enfim. Assim entendemos que como cada ser tem seus braços e pernas, cada um tem sua mente, a diferença é que não conseguimos vê-la, não é um órgão do corpo, vai muito além disso, a conclusão é que o desenvolvimento intelectual é efetivado a partir do comportamento, sendo ele, deliberado, refletido, consciente. 
Dizer que a mente é fictícia é algo complexo, não tenho como falar que tenho uma mente da mesma forma que digo que consigo pensar e sentir, o que conseguimos é perceber o trabalho dela, saber que penso e sinto vem da mente. Ao contrário dos behavioristas radicais, os metodológicos admitem os eventos naturais excluindo apenas os eventos fictícios.

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