Buscar

SEMANA 03 ATOS JURISDICIONAIS PROC PENAL II 2018.1 DISCENTES

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 66 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 66 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 66 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS 
JURISDICIONAIS
Prof. Marco Aurélio de Jesus Pio
Classificações
• Lato sensu, os atos jurisdicionais são classificados 
em duas ordens:
a) Despachos de mero expediente: aqueles 
destinados ao impulso do processo, sem qualquer 
carga decisória. Relacionados ao cumprimento das 
várias etapas que integram cada procedimento 
legalmente previsto.
Exemplos: determinação de que seja o réu citado, de 
que sejam intimadas testemunhas arroladas, vista às 
partes para que se manifestem sobre desistência de 
testemunhas, aprazamento de audiências etc.
• Sem carga decisória, caracterizam-se pela 
irrecorribilidade, muito embora possam ensejar 
correição parcial pelo prejudicado se forem exarados 
contrário a lei.
• Os despachos objetivam ordenar a sequência de atos 
do procedimento, até alcançar a sentença. 
• Se, em vez de ordem eles provocarem tumulto 
processual, surge o fenômeno chamado de inversão 
tumultuária, é cabe pedido correicional. 
• A correição parcial, não possui natureza recursal, e 
sim de medida administrativo-disciplinar contra atos 
de magistrado praticados por error in procedendo 
(erro de procedimento) ou abuso de poder.
Classificações
b) Decisões: pronunciamentos que produzem 
sucumbência, destinados a resolver incidentes 
processuais ou pôr fim a processo.
• As decisões podem ser sentenças 
definitivas(condenatórias ou absolutórias) ou 
decisões interlocutórias (simples ou mistas).
Sentenças definitivas de 
condenação ou de absolvição:
• Também chamadas de sentenças stricto sensu, 
encontram-se em extremo oposto aos 
despachos de mero expediente.
• São aquelas que põem fim ao processo, 
absolvendo ou condenando o réu, depois de 
esgotadas todas as etapas do procedimento.
• Possuem carga decisória plena (julgam o 
mérito da causa em todos os seus aspectos)
• Quanto ao órgão de que emanam, as sentenças 
definitivas poderão ser exaradas pelo juiz 
singular ou pelo juiz-presidente do Tribunal do 
Júri a partir de deliberação dos jurados.
• Como geram sucumbência a uma das partes ou 
até mesmo a ambas (sucumbência recíproca), 
as sentenças sempre poderão ser impugnadas. 
Em regra, o recurso cabível será a apelação (art. 
593, I e III, do CPP).
• Exceção: Em crime político, não cabe apelação 
e recurso ordinário constitucional para o STF 
(art. 102, II, b).
REQUISITOS FORMAIS DA SENTENÇA
• O Código de Processo Penal, no art. 381 e 
seguintes, disciplina os requisitos formais da 
sentença penal. A ausência dessas 
formalidades torna viciada a decisão.
Relatório
• Trata-se do primeiro requisito obrigatório da 
sentença criminal, encontrando-se previsto, 
implicitamente, no art. 381, I e II, do CPP, quando 
dispõem que a sentença conterá “os nomes das 
partes ou, quando não possível, as indicações 
necessárias para identificá-las” e “a exposição 
sucinta da acusação e da defesa”.
• Em linhas gerais, o relatório consiste no resumo 
das principais etapas do procedimento e dos 
incidentes que, eventualmente, tenham sido 
suscitados ou resolvidos no curso do processo.
• Ressalvada a hipótese prevista no art. 81, § 3.º, da 
Lei 9.099/1995, que dispensa o relatório nas 
sentenças do Juizado Especial Criminal, a ausência 
dessa formalidade é causa de nulidade absoluta da 
sentença, já que se trata de formalidade essencial 
do ato (art. 564, IV, do CPP).
• O juiz na sentença não coloca o nome do Promotor 
de Justiça que subscreveu a denúncia, o Promotor 
fala em nome do Ministério Público e não em nome 
próprio.
• Tratando-se, porém, de ação penal privada, a 
referência ao nome do querelante é obrigatória, sob 
pena de nulidade.
• Quanto à ausência do nome da vítima na 
sentença proferida em ação penal pública, a 
omissão, quando muito, poderá caracterizar uma 
irregularidade, sem força para nulificar o ato.
• Tocante à identificação do réu, trata-se de 
formalidade obrigatória sob pena de nulidade 
absoluta, com presunção de prejuízo. Mesmo 
porque, sendo a qualificação do acusado ou os 
elementos pelos quais se possa identificá-lo 
requisito obrigatório da denúncia e da queixa 
(art. 41 do CPP).
• Sobre à exigência de exposição sucinta da 
acusação e da defesa, consiste na referência, 
pelo magistrado, às teses acusatórias e 
defensivas suscitadas no processo, importando a 
ausência, mais uma vez, em causa de nulidade. 
• Não é necessário, para fins de cumprir esta 
exigência legal, que o relatório seja minucioso.
• Se, ausente menção às teses das partes no 
relatório, forem estas apreciadas na 
fundamentação não há que se falar em 
declaração de nulidade se não estiver 
concretamente demonstrado o prejuízo
Motivação
• A motivação é requisito geral das decisões 
judiciais, com previsão no art. 93, IX, da CF). 
• Em nível de legislação infraconstitucional, 
encontra-se no art. 381, incisos III e IV do CPP
• O art. 155 do CPP estabelece que o juiz formará 
sua convicção pela livre apreciação da prova 
produzida sob o contraditório judicial
• Julgamentos sem motivação apenas são 
admitidos no Tribunal do Júri, já que, neste caso, 
os jurados, decidem pela íntima convicção.
• A motivação deverá abranger tanto as matérias 
de fato relativas à autoria e à materialidade 
como as matérias jurídicas que constituem as 
teses de acusação e defesa. 
• Também, devem ser indicados os dispositivos de 
lei incidentes no caso concreto. Sua ausência 
implica em nulidade absoluta da decisão, salvo 
se, apesar de não mencionados expressamente, 
houver referência implícita a eles.
• Na fundamentação devem ser examinadas 
todas as teses da acusação e defesa, sob pena 
de nulidade.
• Mas, pode ser feita contextualmente, sem a 
necessidade de resposta individualizada a 
todos os argumentos, bastando que examine 
as circunstâncias fáticas e jurídicas relevantes, 
e apresentar tese contrastante com aquela 
defendida pelas partes, valendo-se da 
doutrina e da jurisprudência e das provas 
produzidas que lhe convenceram. 
• Esse é o entendimento dominante na visão 
dos tribunais. 
• Fundamentação ad relationem (ou per 
relationem) = Trata-se da hipótese em que o 
juiz, na sentença (e se estende aos acórdãos 
proferidos pelos tribunais), deixa de utilizar 
fundamentação de sua lavra para acolher 
manifestação das partes ou o teor de outra 
decisão judicial.
• É entendimento majoritário de que tal tipo de 
fundamentação é válida e não fere a CF, desde 
que a decisão não se resuma a uma simples 
transcrição de outra peça, por exemplo da 
denúncia. 
• A sentença deve se ater ao objeto do processo, 
não podendo implicar:
• Sentença citra petita é aquela que não analisa 
todos os fatos articulados na denúncia ou na 
queixa. Embora seja nula, é possível o 
saneamento da omissão mediante a oposição 
de embargos declaratórios.
• Sentença ultra petita é aquela que vai além do 
que consta no pedido formulado pelo autor 
(v.g., condenando por roubo e estupro 
indivíduo acusado apenas do primeiro desses 
crimes). Tal decisão será absolutamente nula na 
parte em que extrapolar a imputação.
• Sentença extra petita é aquela que reconhece 
objeto de natureza diversa à daquele 
requerido na inicial (v.g., condenando por 
furto o indivíduo acusado de estelionato). Esta 
modalidade decisória é absolutamente nula, 
não sendo possível saná-la nem mesmo por 
embargos de declaração, pois desobedece ao 
princípio da correlação.
Dispositivo
• Art. 381, V, do CPP = Trata-se da conclusão da 
sentença, isto é, o momento em que o julgador 
condena ou absolve o réu, indicando os 
respectivos dispositivos legais.
• Tratando-se de sentença condenatória, deverá o 
juiz consignar o tipo legal (artigo de lei) pelo 
qual está sendo responsabilizado o réu. A falta 
dessa indicação é causa denulidade, que, 
todavia, estará sanada se tiver sido feita 
referência ao nomem iuris do crime.
• Já na sentença absolutória, impõe-se ao magistrado 
declinar o fundamento dentre os os arts. 386, 397 
ou 415 do CPP.
• Isso é importante porque em certas hipóteses, a 
sentença penal absolutória elide a obrigação de 
indenizar, assegurando-se ao réu absolvido a certeza 
de que contra si não poderá ser intentada ação de 
reparação de danos pelo ofendido. 
• Isto ocorre nas hipóteses previstas nos arts. 65 do 
CPP e 935 do Código Civil: o fato praticado ao abrigo 
de excludentes de ilicitude, ou fica provada a 
inexistência do fato imputado ou provada a 
circunstância de não ter o réu concorrido para a 
prática da infração penal
Autenticação
• Art. 381, VI, do CPP = corresponde à aposição da 
assinatura do juiz. 
• A sua falta torna a sentença inexistente, pois é a 
subscrição pelo julgador que lhe confere 
autenticidade.
• Quando proferida oralmente em audiência, só terá 
valor no momento em que o juiz, após redução a 
escrito, conferência e revisão, assiná-la.
• Outra formalidade é a rubrica pelo juiz em todas as 
folhas da sentença, nos termos do art. 388 do CPP. 
Sua ausência gera mera irregularidade. 
SENTENÇA PENAL ABSOLUTÓRIA
➢Fundamentos da absolvição (art. 386 do CPP)
I. Estar provada a inexistência do fato: nesta 
situação, o juiz criminal constata a partir da prova 
coligida ao processo que o fato imputado na 
denúncia ou queixa evidentemente não ocorreu. 
• Nesta modalidade consoante a regra do art. 935 
do CC, faz coisa julgada no cível afastando a 
possibilidade de ingresso posterior de ação de 
reparação dos danos supostamente causados 
com a infração penal.
II. Não haver prova da existência do fato: trata-se da 
hipótese em que não foi comprovada a materialidade 
ou a existência do fato imputado. 
• Este fundamento da sentença não produz qualquer 
reflexo na esfera cível, sendo possível, a despeito da 
absolvição operada no juízo criminal, acionar o 
ofensor no juízo cível visando ao pagamento de 
indenização.
III. Não constituir o fato infração penal: trata-se do 
reconhecimento da atipicidade da infração descrita na 
inicial. Nesta espécie de absolvição criminal também 
não haverá qualquer efeito civil sobre a obrigação de 
indenizar, que poderá ser normalmente discutida no 
juízo cível por meio da ação própria.
IV. Estar provado que o réu não concorreu para a 
infração penal: reconhece não ter o réu 
concorrido para a infração penal, se alinha ao art. 
935 do Código Civil, e faz coisa julgada no cível. 
V. Não existir prova de ter o réu concorrido para a 
infração penal: Tratando-se desta última situação, 
haverá coisa julgada cível, ex vi do art. 935 do CC. 
VI. Existirem circunstâncias que excluam o crime 
ou isentem o réu de pena (arts. 20, 21, 22, 23, 26 
e § 1.º do art. 28, todos do Código Penal), ou 
mesmo se houver fundada dúvida sobre a sua 
existência: neste caso, há fundamentos distintos 
da absolvição criminal:
a) Absolvição fundada em circunstâncias que 
excluam o crime: 
• também conhecidas como excludentes de 
ilicitude ou de antijuridicidade, são as tratadas 
no art. 23 do Código Penal. 
• Obs.: Muito embora a absolvição fundada em 
excludentes de ilicitude produza coisa julgada 
no cível (art. 65 do CPP) tal coisa julgada não 
prejudica o direito de terceiros.
b) Causas que isentem o réu de pena: 
• art. 20, § 1.º, 1.ª parte, do CP (descriminantes 
putativas)
• excludentes de culpabilidade propriamente 
ditas consagradas nos arts. 21 (erro de 
proibição inevitável), 22 (coação moral 
irresistível e obediência hierárquica à ordem 
não manifestamente ilegal), 26, caput 
(inimputabilidade por doença mental ou 
desenvolvimento mental incompleto ou 
retardado), e 28, § 1.º (embriaguez fortuita 
completa).
c) Fundada dúvida sobre a existência de 
circunstâncias que excluam o crime ou de causas 
que isentem o réu de pena:
• Fundamento: in dubio pro reo ou art. 386, VII, do 
CPP, que possui caráter residual.
• contempla-se a hipótese em que, muito embora 
não haja certeza quanto à efetiva ocorrência 
destas situações, haja fundada dúvida a respeito.
• cabe ponderar que a absolvição fundada em 
dúvida quanto à presença de excludente, seja ela 
qual for, não produzirá reflexos civis com o fim de 
excluir a obrigação de indenizar.
VII. Não existir prova suficiente para a 
condenação: motivo residual, aplicável quando 
a prova dos autos revelar-se frágil, impondo-se a 
absolvição em razão do princípio in dubio pro 
reo. 
• Evidentemente, tal espécie de absolvição não 
gera qualquer repercussão na esfera cível, não 
obstando que venham o ofendido ou 
sucessores a mover ação ordinária de 
indenização em relação ao acusado.
➢Efeitos da sentença absolutória
• Como efeito principal da sentença absolutória 
própria está a liberdade do réu, que caso 
esteja preso, deverá ser imediatamente posto 
em liberdade, não ficando suspenso este 
efeito pela superveniência de recurso da 
acusação (art. 386, parágrafo único, I, e art. 
596 do CPP).
• E quando se tratar de sentença absolutória 
imprópria? (art. 26, caput, do CP, e art. 386, 
VI, 2.ª parte e parágrafo único, III, do CPP). 
Nesta hipótese, duas situações poderão 
ocorrer:
a) O indivíduo, apesar de inimputável ao 
tempo do fato, respondeu ao processo em 
liberdade = Absolvido o réu com a imposição 
de medida de segurança, deverá continuar 
em liberdade, até o trânsito em julgado da 
sentença.
b) O indivíduo, no curso do processo, foi 
internado em estabelecimento psiquiátrico, 
encontrando-se nesta condição no momento da 
sentença = se já estava internado antes, assim 
deverá continuar, até que transite em julgado a 
absolvição imprópria e possa ser executada a 
medida de segurança.
SENTENÇA PENAL CONDENATÓRIA
• A sentença penal condenatória é aquela que 
reconhece a responsabilidade criminal do 
acusado em decorrência de infração a uma 
norma penal incriminadora, imputando-lhe, 
em consequência, uma pena. 
• Exige comprovação plena acerca da autoria e 
da materialidade do delito imputado, não 
bastando um mero juízo de possibilidade ou 
probabilidade.
Execução da Pena
• Até pouco tempo atrás, tal efeito era passível de 
aplicação somente depois do trânsito em julgado da 
condenação. 
• Neste cenário, a segregação pós-decisão condenatória 
recorrível poderia ser imposta apenas a título de prisão 
preventiva, quando presentes os pressupostos.
• Em 17.02.2016, no julgamento do HC 126.292/SP, o 
Plenário do STF deliberou pela execução provisória da 
pena quando, diante de recurso da defesa, ocorre a 
confirmação da sentença condenatória em Segundo 
Grau, sem ofensa a presunção de inocência, e 
independente dos pressupostos da prisão preventiva.
• Em 05.10.2016, pronunciando-se acerca das 
liminares requeridas nas Ações Declaratórias 
de Constitucionalidade 43 e 44 propostas, 
respectivamente, pelo Partido Nacional 
Ecológico e pelo Conselho Federal da OAB em 
relação ao art. 283 do CPP, o STF ratificou o 
entendimento adotado no julgamento do 
referido HC 126.292/SP, compreendendo, pela 
maioria de 6 votos a 5, que o referido art. 283 
não impede o início do cumprimento da pena 
após esgotadas as instâncias ordinárias.
• em 11.11.2016, no julgamento do Recurso 
Extraordinário 964.246/SP, o Plenário virtual 
do STF, novamente por maioria, reafirmou a 
mencionada orientação. 
• Tratando-se, neste caso, de deliberação 
meritória realizada após reconhecimento da 
repercussão geral da matéria, a tese firmada 
pelo Excelso Pretório, doravante, deverá ser 
aplicada nos processos em curso nas 
instâncias inferiores.
FIXAÇÃO DA PENA NA SENTENÇA 
CONDENATÓRIA
• Tem base no art. 68 do Código Penal:
1.ªEtapa: fixação da pena-base, levando-se em 
conta as circunstâncias judiciais do art. 59 do 
Código Penal.
2.ª Etapa: fixação da pena provisória, 
considerando-se as circunstâncias agravantes e 
atenuantes.
3.ª Etapa: fixação da pena definitiva, utilizando-se 
as causas de aumento e de diminuição de pena.
Decisões interlocutórias
• As decisões interlocutórias integram uma 
classificação intermediária entre os despachos 
de mero expediente e as sentenças 
propriamente ditas. 
• Possuem carga decisória, podendo acarretar 
ou não a extinção do processo, conforme o 
caso.
• O enquadramento de uma determinada 
manifestação judicial como decisão 
interlocutória ocorre de forma residual.
Decisões interlocutórias simples
• Constituem a maioria das decisões judiciais e 
destinam-se a solucionar incidentes que venham 
a surgir antes da sentença, sem, porém, acarretar 
qualquer extinção, seja do processo, seja de uma 
fase do respectivo procedimento. 
• Exemplos: decretação da prisão preventiva, 
concessão de liberdade provisória, relaxamento da 
prisão em flagrante, deferimento ou 
indeferimento da habilitação do assistente de 
acusação, desclassificação (art. 419 do CPP), 
recebimento da denúncia e da queixa-crime etc.
• Esta forma de pronunciamento judicial é 
impugnável por meio de recurso em sentido 
estrito, quando houver previsão legal dessa 
via impugnativa para o caso concreto em 
análise. 
• Não havendo possibilidade de ingresso desse 
recurso, poderá ser atacada por meio de 
habeas corpus, mandado de segurança ou 
correição parcial, que não possuem natureza 
recursal.
Decisões interlocutórias mistas
• São pronunciamentos do juiz que ocorrem antes da 
sentença final, possuindo, obviamente, carga 
decisória. 
• Diferenciam-se das decisões interlocutórias simples 
porque, ao contrário destas, acarretam a extinção 
do processo (provocando o respectivo 
arquivamento) ou a extinção de uma fase do 
procedimento criminal. 
• Cabe recurso em sentido estrito, desde que haja 
previsão legal. Não havendo, cabe apelação (art. 
593, II, do CPP).
Decisões interlocutórias mistas terminativas
• Também chamadas de decisões definitivas, 
são aquelas que, conquanto não possuam 
natureza de sentença, acarretam a extinção 
do processo ou do procedimento. 
• Exemplos: rejeição da denúncia, não 
recebimento da queixa, acolhimento das 
exceções de ilegitimidade de parte, coisa 
julgada e litispendência, absolvição sumária 
(arts. 397 e 415 do CPP), impronúncia (art. 
414 do CPP) etc.
Decisões interlocutórias mistas não 
terminativas
• Também chamadas de decisões com força de 
definitivas, são as que, a despeito de não 
acarretarem a extinção do processo, 
extinguem uma etapa do procedimento. 
• A respeito, o único exemplo aceito pela 
unanimidade da doutrina é a pronúncia, que 
encerra a primeira etapa do procedimento do 
júri (juditium acusationes) e inaugura a 
segunda fase (juditium causae).
Observação
1) O professor Noberto Avena entende que podem 
enquadrar-se nesta classificação as decisões que rejeitam 
as defesas preliminares (antes do recebimento da 
denúncia ou da queixa) previstas em algumas formas 
procedimentais, já que nestes casos a decisão do 
magistrado que desacolhe a defesa oferecida e recebe a 
denúncia está extinguindo uma fase do procedimento (a 
fase da defesa preliminar) e dando início a outra (o início 
do processo penal propriamente dito).
• Exemplos: desacolhimento da defesa preliminar prevista 
no art. 514 do CPP em relação aos crimes funcionais 
afiançáveis imputados a funcionários públicos; art. 55 da 
Lei 11.343/2006, art. 81 da Lei 9.099/1995.
2) Segundo parte da doutrina, as decisões 
interlocutórias não importam em qualquer 
manifestação quanto a aspectos de mérito. A 
afirmação, contudo, não procede. Não há a menor 
relevância para que se classifique uma decisão 
como interlocutória no fato de haver ou não 
abordagem de aspectos relativos ao mérito. Isso 
porque não é apenas na sentença condenatória e 
na sentença absolutória que há exame meritório. 
Tal ocorre, em verdade, cada vez que o magistrado, 
para decidir, necessita adentrar, ainda que 
superficialmente, em questões relativas à autoria, à 
materialidade, à tipicidade, à presença de 
qualificadoras, etc.
Reconhecimento do Ato
1) Trata-se de um mero comando de impulso processual? 
Em caso positivo, haverá despacho de mero expediente.
2) É uma decisão condenatória ou absolutória proferida 
após esgotar todas as fases do procedimento? Se sim, 
haverá sentença.
3) É decisão que, não sendo despacho nem sentença, põe 
fim ao processo, importando em seu arquivamento? 
haverá decisão interlocutória mista terminativa.
4)É decisão que, não sendo despacho nem sentença, põe 
fim a uma fase do processo, dando início a outra, sem 
importar em seu arquivamento? Em caso positivo, haverá 
decisão interlocutória mista não terminativa.
Outras Classificações
• Decisões condicionais: carecem de um 
acontecimento futuro e incerto, tal como se dá 
com o sursis penal e o livramento condicional.
• Decisões executáveis: são aquelas que podem 
ser executadas imediatamente. 
• Exemplo: a sentença absolutória proferida pelo 
juiz, que importa em imediata liberdade ao réu 
nos termos do art. 596 do CPP.
• Decisões não executáveis: são aquelas que, 
opostamente, não admitem execução 
imediata, condicionando-se ao trânsito em 
julgado. 
Exemplos: a) a sentença condenatória, pois a 
pena nela estabelecida não pode ser executada 
antes do respectivo trânsito em julgado sob pena 
de infringência ao princípio constitucional da 
presunção de inocência; 
b) sentença que impõe medida de segurança, 
dispondo o art. 171 da Lei 7.210/1984 que 
somente depois de transitada em julgado será 
expedida a guia para a execução;
• Decisões subjetivamente simples: proferidas 
por órgão singular. Exemplo: a sentença do juiz 
singular que condena o réu.
• Decisões subjetivamente plúrimas: emanadas 
de órgão colegiado homogêneo, como 
câmaras, turmas, grupos e seções dos tribunais. 
Exemplo: acórdão que, julgando apelação da 
defesa, absolve o réu.
• Decisões subjetivamente complexas: proferidas 
por órgão colegiado heterogêneo, a exemplo 
do Tribunal do Júri.
• Decisões suicidas: são aquelas em que o 
dispositivo (ou conclusão) não se coaduna com a 
fundamentação, sendo nulas caso não corrigidas 
mediante oportuna oposição de embargos 
declaratórios.
• Decisões vazias: são aquelas que não incorporam 
a necessária fundamentação, infringindo o art. 
93, IX, da CF e o art. 381, III e IV, do CPP. Trata-se 
de pronunciamentos absolutamente nulos, sem a 
possibilidade de correção ou saneamento.
• Decisões autofágicas: que reconhece a 
imputação, mas declara extinta a punibilidade, 
como ocorre com o perdão judicial. 
PRINCÍPIO DA CORRELAÇÃO
Emendatio libelli (art. 383, CPP)
• Neste caso, a denúncia ou a queixa já contém 
toda a descrição fática do crime que o juiz 
está a reconhecer na sentença, havendo 
simples equívoco na indicação do tipo penal 
pelo Parquet ou pelo querelante. 
• Não há, pois, óbice a que o juiz proceda à 
correção (emendatio libelli) e sentencie de 
plano, sem necessidade de oitiva prévia das 
partes, ainda que o dispositivo legal 
estabeleça pena mais grave. 
• Como o réu se defende dos fatos e não da mera 
tipificação legal, não há que se falar em prejuízo.
• Nos termos do art. 617 do CPP, a emendatio libelli 
pode ser aplicada até mesmo na fase recursal, desde 
que não implique reformatio in pejus.
• Os tribunais superiores adotaram o entendimento 
de que a correção da inicial deve se dar no momento 
de prolação da sentença, porém o STF declarou que, 
em situações excepcionais, quando a qualificação 
jurídica do crime imputadorepercutir na definição 
da competência, é viável aplicar a emendatio libelli 
por ocasião do recebimento da inicial acusatória.
Tipos 
• Emendatio libelli por defeito de capitulação: 
situação na qual o juiz profere sentença 
condenatória ou decisão de pronúncia em 
conformidade exata com o fato descrito na 
denúncia ou na queixa. Sem embargo, reconhece 
que tal fato amolda-se ao dispositivo penal 
distinto daquele que constou na inicial. 
• Exemplo: denunciado o acusado por roubo, mas, 
por equívoco, capitulada esta infração na 
denúncia como o art. 147 do CP (crime de 
ameaça).
• Emendatio libelli por interpretação diferente: 
examinando a descrição do fato constante da 
denúncia ou da queixa, realiza o juiz 
interpretação diferente da que o fez o Ministério 
Público ou o querelante quanto ao 
enquadramento da conduta narrada. 
• Exemplo: o Ministério Público oferece denúncia 
por homicídio qualificado por meio cruel (art. 
121, § 2º, III, CP) enquanto que o magistrado, 
com amparo na mesma situação fática, 
vislumbra, em oposição, a qualificadora de 
recurso que impossibilitou a defesa do ofendido 
(art. 121, § 2º, IV, CP).
EMENDATIO LIBELLI
Conceito Modificação, pelo juiz, da capitulação jurídica dada ao 
fato na inicial acusatória.
Momento Prolação da sentença.
Exemplo MP narra subtração com violência na denúncia (art. 
157, CP), requerendo condenação por furto (art. 155, 
CP).
Procedimento Sem ouvir as partes, o magistrado altera o tipo penal, 
ainda que a pena do novo delito seja mais grave.
Defesa do réu Não há prejuízo, pois o réu se defende de fatos e estes 
não foram alterados por ocasião da aplicação do 
instituto.
Aplicação em instância 
recursal
É possível, vide art. 617 do CPP.
Possíveis consequências 
da aplicação do instituto
Oferecimento de proposta de suspensão condicional 
do processo (art. 89 da lei nº 9.099/95)
Remessa dos autos para o juízo competente
Mutatio libelli 
(art. 384, e parágrafos, CPP)
• Ocorre quando durante a instrução se verifica que 
existe elementar ou fatos diversos dos narrados na 
peça acusatória. 
• A sentença deve abranger os fatos narrados na 
denúncia ou queixa. Se outros estiverem presentes 
no processo, há necessidade de aditamento.
• A mutatio libelli só tem cabimento nas ações públicas 
ou privada subsidiária (não sendo admissível na ação 
privada exclusiva ou personalíssima), não podendo, 
ademais, ser invocada na fase recursal (súmula nº 
453, STF).
Procedimentos
1) “não procedendo o órgão do Ministério 
Público ao aditamento, aplica-se o art. 28 deste 
Código” (o juiz, discordando do Parquet, remete 
os autos ao Procurador-Geral de Justiça) (§ 1º). 
Neste particular, entendemos que a ausência de 
aditamento por parte do Procurador Geral 
inviabiliza a condenação do réu, devendo o juiz 
absolvê-lo por ausência de correlação;
2) “ouvido o defensor do acusado no prazo de 5 
(cinco) dias e admitido o aditamento, o juiz, a 
requerimento de qualquer das partes, designará dia 
e hora para continuação da audiência, com inquirição 
de testemunhas, novo interrogatório do acusado, 
realização de debates e julgamento” (§ 2º);
3) se a nova definição jurídica do fato implicar 
possibilidade de proposta de suspensão condicional 
do processo, o juiz dará vista dos autos ao Ministério 
Público para que este a ofereça e, caso haja negativa, 
o magistrado procederá nos termos do art. 28, CPP 
(remessa dos autos ao Procurador-Geral de Justiça (§
3º);
4) se a definição nova do fato importar em 
modificação de competência, os autos serão 
encaminhados ao juízo respectivo (§ 3º);
5) “havendo aditamento, cada parte poderá 
arrolar até 3 (três) testemunhas, no prazo de 5 
(cinco) dias, ficando o juiz, na sentença, adstrito 
aos termos do aditamento; 
MUTATIO LIBELLI
Conceito Oportunização ao MP de inclusão de nova 
circunstância fática em razão da divergência entre os 
fatos indicados na inicial e aqueles apurados na 
instrução processual.
Momento Encerrada a instrução probatória.
Exemplo MP narra subtração sem violência e requer 
condenação por furto (art. 155, CP), mas a instrução 
revela ter havido violência na execução do crime.
Procedimento Abre-se vistas ao MP para aditamento da denúncia no 
prazo de 5 dias. O defensor se manifestará também em 
5 dias. Haverá novo interrogatório e oitiva de 
testemunhas (máx. 3).
Defesa do réu Como se defende de fatos, precisa se manifestar sobre 
o aditamento.
Instância recursal É vedada, vide súmula nº 453/STF.
Possíveis consequências 
da aplicação do instituto
Oferecimento de proposta de suspensão condicional 
do processo (art. 89 da lei nº 9.099/95)
Remessa dos autos para o juízo competente
CASO CONCRETO
SEMANA 03
• QUESTÃO 01 - O MP ofereceu denúncia contra Caio por, em 
tese, o mesmo ter subtraído o aparelho de telefone celular de 
Maria, na Av. Rio Branco, na altura do nº 23, pugnando pela 
condenação do acusado nas penas do art. 155, inciso II do CP 
(furto qualificado pela destreza). No entanto, ao longo da 
instrução probatória, nas declarações prestadas pela vítima e 
pelo depoimento de uma testemunha arrolada pela acusação, 
constatou-se que Caio teria, na ocasião dos fatos, dado um forte 
tapa no rosto da vítima no momento em que arrebatou o 
aparelho celular. Assim sendo, diante das provas colhidas na 
instrução probatória, o magistrado prolatou sentença 
condenatória contra Caio, fixando a pena de 4 anos e 6 meses, a 
ser cumprida em regime semiaberto, diante da primariedade e 
da ausência de antecedentes criminais do acusado, como 
incurso no art. 157 do CP. Pergunta-se: Agiu corretamente o 
magistrado? Indique na resposta todos os fundamentos cabíveis.
• QUESTÃO 02 - (Magistratura/PR-2008) Quanto aos atos 
jurisdicionais penais, assinale a alternativa correta:
a) As decisões interlocutórias simples são aquelas que 
encerram a relação processual sem julgamento do mérito 
ou, então, põem termo a uma etapa do procedimento. 
São exemplos desse tipo de decisão a que recebe a 
denúncia ou queixa ou rejeita pedido de prisão 
preventiva;
b) As decisões interlocutórias mistas não se equiparam 
as decisões interlocutórias simples, pois as primeiras 
servem para solucionar questões controvertidas e que 
digam respeito ao modus procedendi, sem contudo 
trancar a relação processual. Enquanto que as decisões 
interlocutórias simples trancam a relação processual sem 
julgar o meritum causae;
c) A decisão que não recebe a denúncia é 
terminativa de mérito, por isso não pode ser 
considerada decisão interlocutória mista;
d) As decisões interlocutórias simples servem 
para solucionar questão controvertida e que diz 
respeito ao modus procedendi, sem contudo 
trancar a relação processual; as interlocutórias 
mistas, por sua vez, apresentam um plus em 
relação àquelas: elas trancam a relação 
processual sem julgar o meritum causae.
QUESTÃO 03 – “A” foi denunciado pela prática de furto, 
tendo a denúncia narrado que ele abordou a vítima e, 
após desferir-lhe um empurrão, subtraiu para si a bolsa 
que ela carregava. Nesse caso: 
(a) o juiz não poderá condenar o réu pelo roubo, por ser a 
pena desse crime mais grave que a do furto;
(b) como o fato foi classificado erroneamente, o juiz 
poderá condenar o réu por roubo, devendo, antes, 
proceder ao seu interrogatório;
(c) o juiz poderá dar aos fatos classificação jurídica 
diversa, condenando o réu pela praticado do roubo;
(d) o juiz poderá dar ao fato classificação jurídica diversa 
da que constou da denúncia, dando ao Ministério Público 
e à Defesa oportunidade para se manifestarem e 
arrolarem testemunhas.
“Quem quer estudar se esforça, lê, pergunta, 
questiona, inquire, prioriza e procura quaisquer 
meios para alcançar o aprendizado, obtendo 
naturalmente êxito! Quem não quer inventamediocremente, com fenomenal inteligência, 
infinitas e criativas desculpas para convencer a si 
mesmo e aos outros de que fracassou não por 
falta de empenho, mas atrapalhado e 
surpreendido por quaisquer outros motivos 
imprevisíveis e alheios aos seus próprios méritos”. 
Marco Aurélio de Jesus Pio

Continue navegando