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Faculdade Estácio de Castanhal Campus Castanhal Enfermagem Teoria das Necessidades Humanas Básicas, Necessidades Fisiológicas: Sono Alba de Oliveira Nascimento Bruna Manoela Dos Santos Leal Evilly Lorena Cordeiro Paz Fernanda Thielle Soares Nascimento Ismar Cruz Monteiro Joana Darc dos Santos Souza Sinara Sousa Lima Castanhal 2018 Alba de Oliveira Nascimento Bruna Manoela Dos Santos Leal Evilly Lorena Cordeiro Paz Fernanda Thielle Soares Nascimento Ismar Cruz Monteiro Joana Darc dos Santos Souza Sinara Sousa Lima Teoria das Necessidades Humanas Básicas, Necessidades Fisiológicas: Sono Castanhal 2018 Trabalho apresentado como requisito para obtenção de nota parcial do Av1 da disciplina Sistematização do Cuidar I, ministrada pela docente Vera Cecim. TEORIA DAS NECESSIDADES HUMANAS BASICAS, NECESSIDADES FISIOLOGICAS: SONO Introdução O sono tem sido definido como um estado fisiológico complexo altamente regulado e controlado, em que ocorrem alterações dos processos fisiológicos e comportamentais, com mobilidade relativa e aumento do limiar de respostas aos estímulos(1). O sono era considerado uma experiência passiva até que os estudos na década de 1950 revelaram a existência de dois padrões fundamentais de sono: com movimentos oculares rápidos (REM) e sem movimentos oculares rápidos (NREM), sendo este último ainda composto por quatro etapas em grau crescente de profundidade - estágios I, II, III e IV. Um ciclo noturno previsível de 90 minutos, conhecido como ciclo vigília sono, marca a variação entre os quatro estágios do sono. . Objetivos Explicar o efeito que o ciclo sono-vigília de 24 horas tem sobre a função biológica. Discutir os mecanismos que regulam o sono. Descrever as etapas de um ciclo de sono normal. Explicar as funções do sono. Comparar e constatar as necessidades de sono das diferentes faixas. Identificar os fatores que normalmente promovem e interrompem o sono. Discutir as características comuns dos distúrbios do sono. Coletar a história de sono de um paciente. Identificar as intervenções de enfermagem destinadas a promover ciclos de sono normais para pacientes de todas as idades. Descrever maneiras de avaliar as terapias de sono. Base do Conhecimento Cientifico Fisiologia do Sono O sono é um processo fisiológico cíclico que se alterna com longos períodos de vigília. O ciclo sono-vigília influencia e regula a função fisiológica e as respostas comportamentais. Ritmos Cardíacos: As pessoas experimentam ritmos cíclicos como parte de suas vidas cotidianas. O ritmo mais conhecido é o de 24 horas, o ciclo dia-noite conhecido como ritmo circadiano ou diurno (do latim: circa “acerca” e dies “dia”). As células nervosas do núcleo supraquiasmático (NSQ) do hipotálamo controlam o ritmo do ciclo sono-vigília e coordenam esse ciclo com outros ritmos circadianos (McCance et al, 2010). Os ritmos circadianos influenciam o padrão das principais funções biológicas e comportamentais. A mudança previsível de temperatura corporal, frequência cardíaca, pressão arterial, secreção hormonal, acuidade sensorial e humor depende da manutenção do ciclo circadiano de 24 horas (Van der Zee al,2009). Regulação do Sono: O sono envolve uma sequência de estados fisiológicos mantidos por uma atividade altamente integrada do sistema nervoso central (SNC). Está associado a alterações nos sistemas nervoso periférico, endócrino, cardiovascular respiratório e muscular. Respostas fisiológicas especificas e padrões de atividade cerebral identificam cada sequência. Instrumentos como: Eletroencefalograma (EEG), que mede a atividade elétrica do córtex cerebral; Eletromiograma (EMG), que mede o tônus muscular; Eletroculografia (EOG), que mede o movimento dos olhos. Estes fornecem informações sobre alguns aspectos fisiológicos estruturais do sono. O principal centro do sono do corpo é o hipotálamo, que secreta hipocretinas (orexinas) que promovem a vigília e o sono de movimento rápido dos olhos. A prostaglandina D2, o L-triptofano e os fatores de crescimento controlam o sono. (McCance et al,2010) Estágios do sono: A teoria atual sugere que o sono é um processo ativo multifásico. Diferentes ondas cerebrais, músculos e atividades dos olhos estão associados a diferentes fases do sono (Izac,2006). O sono normal envolve duas fases: Sono de movimento não rápido dos olhos (NREM). E movimento rápido dos olhos (REM) (Quadro 42-1). Durante o sono NREM, a pessoa passa por quatro estágios de um ciclo de sono típico de 90 minutos. A qualidade do sono do estágio 1 ao estágio 4 se torna cada vez mais profunda. O sono mais leve é característico dos estágios 1 e 2, durante os quais a pessoa é mais facilmente despertado. Os estágios 3 e 4 envolvem um sono mais profundo, chamado de sono de ondas lentas. O sono REM é a fase final de cada ciclo de sono. Diferentes fatores promovem ou interferem nas várias fases do ciclo do sono. Ciclo de Sono: O padrão de sono normal de um adulto começa com um período pré-sono em quem a pessoa está ciente apenas de uma sonolência que se desenvolve gradualmente. Este período normalmente dura de 10 a 30 minutos; no entanto, se a pessoa tem dificuldade para adormecer, dura 1 hora ou mais. Uma vez adormecida, a pessoa geralmente passa por quatro ou cinco estágios de sono NREM, seguido por uma inversão dos estágios 1 ao 4 para 3, para 2, terminando com um período de sono REM. As pessoas normalmente atingem o sono REM depois de cerca de 90 minutos do ciclo de sono. Por volta de 75%a 80% do tempo de sono é gasto no sono NREM. A cada ciclo de sono sucessivo, os estágios 3 e 4 encurta-se, e o período de sono REM aumenta. O sono REM dura até 60 minutos durante o último ciclo de sono. Nem todas as pessoas progridem de forma consistente pelos estágios do sono. Por exemplo, alguns indivíduos recuam e avançam por intervalos curtos entre os estágios NREM 2,3 e 4 antes de entrar no estágio REM. A quantidade de tempo gasto em cada estágio varia ao longo da vida. Os recém-nascidos e as crianças passam mais tempo em sono profundo. O sono se torna mais fragmentado com o envelhecimento e a pessoa passa mais tempo nos estágios de sono mais leves (National Sleep Foundation, 2009). Mudanças de um estágio de sono para outro tendem a acompanhar os movimentos do corpo. Mudanças para o sono leve ou vigília tendem a ocorrer de repente, enquanto as mudanças para o sono profundo tendem a ser iguais. O número de ciclos de sono depende da quantidade total de tempo que a pessoa gasta dormindo. Funções do Sono A finalidade do sono permanece obscura. O sono contribui pra a restauração fisiológica e psicológica. O sono NREM contribui para a restauração do tecido corporal. Durante o sono NREM, as funções biológicas se desaceleram. A frequência cardíaca de um adulto normal saudável ao longo do dia varia de 70 a 80 bpm ou menos, se a pessoa estiver em excelente condição física. No entanto, durante o sono, a frequência cardíaca cai para 60 bpm ou menos, o que beneficia a função cárdica. Outras funções biológicas reduzidas durante o sono são a frequência respiratória, pressão arterial e tônus muscular. O corpo precisa do sono para restaurar rotineiramente processos biológicos. Durante o sono profundo de ondas lentas (estagio 4 do sono NREM), o corpo libera o hormônio do crescimento humano para a reparação e renovaçãodas células epiteliais e especializadas, como as células do encéfalo. O sono NREM é especialmente importante em crianças, que experimentam um maior estágio 4 do sono. O sono REM é necessário para a restauração do tecido cerebral e parece ser importante para a recuperação cognitiva. Está associado a mudanças no fluxo sanguíneo cerebral, aumento da atividade cortical, maior consumo de oxigênio e liberação de epnefrina (adrenalina). Esta associação ajuda no armazenamento de memória e aprendizagem (McCance et al,2010). A perda do sono REM leva a sentimentos de confusão e desconfiança. Várias funções do corpo (p.ex., humor, desempenho motor, memoria e equilíbrio) são alteradas quando ocorre uma perda de sono prolongada. Sonhos Embora os sonhos ocorram tanto durante o sono NREM Como durante o REM, os sonhos do sono REM são mais vividos e elaborados; alguns acreditam que são fundamentalmente importantes para aprendizagem, processamento, memoria e adaptação ao estresse (kryger et all., 2011). Os sonhos do sono REM progridem em conteúdo durante a noite, passando de sonhos sobre eventos atuais a sonhos emocionais relacionados a infância ou ao passado. Doença física: Qualquer doença que cause dor, desconforto físico ou problema de humor, como ansiedade ou depressão, muitas vezes resulta em problemas do sono. Pessoas com estas alterações frequentemente tem problemas para dormir ou manter-se dormindo. As doenças também forçam os pacientes a dormir em posições estranhas. Por exemplo, é difícil para um paciente com um braço ou perna sob tração descansar confortavelmente. Distúrbios do Sono: Os distúrbios do sono são condições que, se não forem tratadas, geralmente causam sono noturno perturbado que resulta em um dos três problemas: insônia, movimentos ou sensações anormais durante o sono ou ao despertar durante a noite, ou sonolência diurna excessiva (kryger et al.,2011) Insônia: a insônia é um sintoma que os pacientes experimentam quando tem dificuldade crônica para adormecer, despertares frequentes do sono e/ou um sono curto ou não restaurador (kryger et all., 2010). É a queixa de sono mais comum. As pessoas com insônia experimentam sonolência diurna excessiva e quantidade e qualidade de sono insuficiente.no entanto, um paciente muita vezes fica com mais sono do que ele percebe.a insônia muitas vezes sinaliza um distúrbio físico ou psicológico subjacente.ocorre com maior frequência em mulheres e é o problema de sono mais comum entre elas Apneia do sono: É um distúrbio caracterizado pela ausência do fluxo de ar pelo nariz e boca por período de 10 segundos ou mais durante o sono. Existem três tipos de apneia do sono: central obstrutiva e mista. A forma mais comum é apneia obstrutiva do sono (AOS). (Adult Obstructive Sleep Apnea Task Force,2009). A AOS ocorre quando os músculos ou estruturas da cavidade oral ou garganta relaxam durante o sono. A via aérea superior se torna parcial ou completamente bloqueada, diminuindo (hipopneia) ou interrompendo (apneia) o fluxo de ar nasal por até 30 segundos (Kryger et al, 2011) A apneia obstrutiva provoca um sério declínio no nível de saturação de oxigênio arterial. A apneia central do sono (ACS) envolve uma disfunção no centro de controle respiratório do encéfalo. (Kryger et al., 2011) O tratamento inclui terapia para as complicações cardíacas ou respiratórias subjacentes e problemas emocionais que ocorrem como resultado dos sintomas deste distúrbio. Narcolepsia: A narcolepsia é uma disfunção dos mecanismos que regulam os estados de sono e vigília. A sonolência diurna excessiva é a queixa mais comumente associada a esse transtorno. Durante o dia, a pessoa de repente sente uma onda avassaladora de sonolência e adormece; o sono REM ocorre dentro de 15 minutos após adormecer. A cataplexia, ou fraqueza muscular súbita durante emoções intensas como raiva, tristeza ou riso, ocorre a qualquer momento durante o dia. Se a crise cataplética for grave, o paciente perde o controle muscular voluntário e cai no chão. (Ahmed e Thorpy, 2010). A pessoa com narcolepsia adormece incontrolavelmente em momentos impróprios. Quando os outros não compreendem esse distúrbio, a crise de sono é facilmente confundida com preguiça, falta de interesse nas atividades ou embriaguez. Normalmente os primeiros sintomas começam a aparecer na adolescência e muitas vezes são confundidos com a SDE que comumente ocorre em adolescência. Os pacientes com narcolepsia são tratados com estimulantes ou agentes promotores da vigília, como oxibato de sódio, modafinil ou armodafinil, que apenas aumentam parcialmente a vigília e reduzem as crises de sono. (Kryger et all., 2011) Privação do sono: A privação do sono é um problema experimentado por muitos pacientes como resultado da dissonia. As causas incluem sintomas (p.ex., febre, dificuldade respiratória ou dor) causados por doenças, estresse emocional, fármacos, distúrbios ambientais (p.ex., cuidados de enfermagem frequentes) e variabilidade no tempo de sono por causa do trabalho em diferentes turnos. Médicos e enfermeiras estão particularmente propensos a privação de sono como resultado de períodos de trabalho longos e turnos rotativos. A privação crônica do sono está associada ao desenvolvimento de doenças cardiovascular, ganho de peso, diabetes tipo 2, memória fraca, depressão e problemas digestórios (Ohlmann e O`Sullivan, 2009)A resposta de um indivíduo à privação do sono é altamente variável. Parassonias: As parassonias são problemas de sono mais comuns em crianças do que em adultos. As parassonias que ocorrem entre crianças mais velhas incluem o sonambulismo (caminhar durante o sono), terror noturno, pesadelos, enurese noturna (urinar na cama), balançar o corpo, e bruxismo (ranger de dentes). Quando adultos tem esses problemas, muitas vezes indicam distúrbios mais graves. O tratamento específico varia. No entanto, em todos os casos é importante apoiar os pacientes e manter sua segurança. Base do Conhecimento de Enfermagem Sono e Repouso Quando as pessoas estão em repouso, geralmente se sentem mentalmente relaxadas, livres de ansiedade e fisicamente tranquilas. O repouso não implica inatividade, embora as pessoas muitas vezes pensem no repouso como sentar- se em uma cadeira confortável ou deitar na cama. As pessoas têm seus próprios hábitos de descanso e podem encontrar formas de ajustar-se a novos ambientes ou condições que afetam a capacidade de repouso. Doenças e rotinas de cuidados de saúde desconhecidos afetam facilmente os padrões de sono e repouso usuais das pessoas que são internadas no hospital ou em uma outra instituição de saúde. A enfermeira deve sempre estar ciente da necessidade de repouso do paciente. A falta de repouso por longos períodos causa doenças ou o agravamento da condição preexistente. Necessidades e Padrões Normais de Sono A duração e a qualidade do sono variam entre as pessoas de diferentes faixas etárias. Por exemplo, alguns se sentem adequadamente descansados com 4 horas de sono, enquanto outros precisam de 10 horas. As enfermeiras desempenham um papel importante na identificação de problemas de privação de sono tratáveis. Recém-nascidos: O recém- nascido de até 3 meses de idade dorme em média 16 horas por dia, dormindo quase constantemente durante a primeira semana. O ciclo é de 40 a 50 minutos, com despertares a cada um a dois ciclos. Lactentes: As crianças costumam desenvolver um padrão de sono noturno aos 3 meses de idade. Normalmente realizam várias sestas durante o dia, mas geralmente dormem em média de 8 a 10 horas durante a noite para um tempo total diário de sono de 15 horas. Crianças de 1 a 3 Anos (Toddler ou Infante): Por volta dos 2 anos, ascrianças geralmente dormem durante a noite e tiram sonecas durante o dia. A quantidade total de sono é de 12 horas por dia, em média. Após 3 anos de idade, as crianças muitas vezes não realizam os cochilos diurnos. É comum que as crianças de 1 a 3 anos despertem durante a noite. Pré-escolares: Em média, uma criança em idade pré-escolar dorme cerca de 12 horas por noite. Aos 5 anos, raramente cochila durante o dia, exceto nas culturas que tem o costume da sesta. O pré-escolar geralmente tem dificuldades em relaxar ou se acalmar depois de dias longos e ativos; tem medo de dormir, acorda durante a noite ou tem pesadelos. Crianças em Idade Escolar: A quantidade de sono necessária varia durante os anos escolares. A criança de 6 anos dorme em média 11 a 12 horas todas as noites, enquanto uma de 11 anos dorme cerca de 9 a 10 horas. A criança de 6 a 7 anos normalmente vai para a cama com algum incentivo ou fazendo atividades tranquilas. A criança mais velha muita das vezes resiste em dormir porque não tem conhecimento da fadiga ou tem a necessidade de ser independente. (Hockenberry e Wilson, 2011). Adolescentes: Em média, os adolescentes dormem cerca de 7,5 horas por noite. O adolescente típico é sujeito a uma série de alterações, como exigências escolares, atividades sociais extracurriculares e empregos em tempo parcial, que reduzem o tempo em que passa dormindo. O tempo de sono reduzido muitas vezes resulta em SDE, o que frequentemente leva a um desempenho reduzido na escola, vulnerabilidade e acidentes, problemas de comportamento e humor e aumento no consumo de álcool. (Noland et al., 2009; Valido et al.,2009). Adultos jovens: A maioria dos adultos jovens dormem em média 6 a 8,5 horas por noite. Cerca de 20% do tempo de sono é do tipo REM, que permanece consistente ao longo da vida. É comum que as tensões do trabalho, relações familiares e atividades sociais muitas vezes levam à insônia e ao uso de medicação para dormir. A gravidez aumenta a necessidade de sono e repouso. (Kryger et al., 2011). Adultos de Meia-idade: Durante a meia-idade, o tempo total gasto dormindo à noite começa a declinar. A quantidade de estágio 4 do sono começa a cair, um declínio que continua com o avançar da idade. A insônia é particularmente comum, provavelmente por causa das mudanças e estresse da meia-idade. Idosos: As queixas de dificuldades para dormir aumentam com a idade. Mais de 50% dos idosos relatam problemas com o sono. Os idosos apresentam ritmos circadianos frágeis e dessincronizados que alteram o ciclo sono-vigília. Os episódios de sono REM tendem a se encurtar. Há uma diminuição progressiva nos estágios 4, ou sono profundo. A tendência a cochilar parece aumentar progressivamente com a idade, por causa dos despertares frequentes vivenciados durante a noite. Fatores Que Influenciam o Sono: Diversos fatores afetam a quantidade e qualidade do sono. Muitas vezes, um único fator não é a causa exclusiva para um problema de sono. Fatores fisiológicos, psicológicos e ambientais muitas vezes alteram a qualidade e a quantidade do sono. Fármacos e Drogas Ilícitas: A sonolência, insônia e fadiga muitas vezes resultam em um efeito direto de medicamentos comumente prescritos. Esses fármacos alteram o sono e diminuem o estado de alerta durante o dia, o que é problemático. Estilo de Vida: A rotina diária da pessoa influencia os padrões de sono. As rotinas que perturbam o sono incluem; A realização de trabalhos pesados não usuais, engajar-se em atividades sociais tarde da noite e mudar o horário das refeições noturnas. Padrões Habituais de Sono: A sonolência se torna patológica quando ocorre em momentos em que as pessoas necessitam ou querem estar acordadas. Pessoas que sofrem de privação temporária de sono como resultado de compromissos sociais noturnos ou horários de trabalho estendido geralmente se sentem sonolentas no dia seguinte. No entanto, são capazes de superar esses sentimentos mesmo que tenham dificuldades para realizar tarefas e permanecer atentas. Estresse Emocional: A preocupação com problemas pessoais ou com uma situação muitas vezes interrompe o sono. O estresse emocional faz com que a pessoa fique tensa e muitas vezes leva a frustração quando não consegue dormir. O estresse também leva a pessoa a tentar dormir à força, acordar frequentemente durante o ciclo do sono ou dormir demais. Ambiente: O ambiente físico em que a pessoa dorme influência significativamente a capacidade de dormir e permanecer dormindo. Em hospitais e outros serviços de internação, o barulho cria um problema para os pacientes. Exercício e Fadiga: A pessoa que está moderadamente cansada geralmente atinge um sono restaurador, especialmente se a fadiga for decorrente de um trabalho agradável ou exercício. Alimentos e Ingestão Calórica: Manter bons hábitos alimentares é importante para um bom sono. Ingerir uma refeição grande e pesada e/ou picante à noite muitas vezes resulta em indigestão que interfere no sono (Kryger et al., 2011). Pensamento Crítico O pensamento crítico bem- sucedido requer uma síntese do conhecimento, incluindo informações obtidas do paciente, experiência, atitudes de pensamento crítico e padrões intelectuais e profissionais. Julgamentos clínicos exigem que a enfermeira antecipe as informações necessárias, analise os dados e tome decisões sobre os cuidados ao paciente. A enfermeira adapta o pensamento crítico à evolução das necessidades do paciente. No caso do sono, integre os conhecimentos de enfermagem e disciplinas como farmacologia e psicologia. A enfermeira usa atitudes de pensamento crítico como a perseverança, confiança e disciplina para realizar uma avaliação abrangente e desenvolver um plano de cuidados para fornecer um manejo bem-sucedido do problema de sono. Processos de Enfermagem O processo de enfermagem fornece uma abordagem pra a tomada de decisão clínica para a enfermeira desenvolver e implementar um plano de cuidado individualizado. Coleta de dados Durante o processo de avaliação, avalia-se cuidadosamente cada paciente e analisam-se criticamente os resultados para garantir que a enfermeira tome as decisões centradas no paciente necessárias para o cuidados de enfermagem. Sob o ponto de vista do paciente: Avalie os padrões é suficiente usando a história para reunir as informações sobre os fatores que normalmente influenciam o sono. O sono é uma experiência subjetiva. Apenas o paciente é capaz de informar se seu sono e suficiente e repousante ou não. Se o paciente estiver satisfeito com sua quantidade e qualidade de sono, a enfermeira considera os dados como sendo normais e a história da enfermagem é breve. Se o paciente admite ou suspeita e um problema de sono, a enfermeira precisa realizar uma história e avaliação detalhada. Se o paciente tem um problema de sono obvio considere perguntar se o parceiro que dorme próximo ao paciente pode ser consultado para a obtenção e dados de avaliação. Avaliação do Sono. A maioria das pessoas e capaz de fornecer uma estimativa razoavelmente precisa de seu padrão de sono, especialmente se tiverem observado alterações. Direcione sua avaliação para a compreensão das características do problema de sono o paciente e hábitos de sono usuais, para que você incorpore formas de promover o sono nos cuidados de enfermagem Fontes Para a Avaliação do Sono. Normalmente, o paciente é a melhor fonte para descrever os problemas de sono e como eles mudaram seus padrões de sono e vigília habituais. Muitas vezes, o paciente sabe a causa dos problemasde sono, como um ambiente barulhento ou preocupações com um relacionamento. Ferramentas Adotadas Na Avaliação do Sono: Duas medidas subjetivas eficazes para avaliar o sono são a escala de sonolência de Epworth e o Pittsburgh Sleep Quality lndex.. A escala de sonolência de Epworth avalia a gravidade da SDE o Pittsburg Sleep Quality Index avalia a quantidade e os padrões de sono. Outro método subjetivo rápido para avaliar o sono e uma escala numérica com uma classificação de sono de 0 a 10.Peça as pessoas que avaliem separadamente a quantidade e a qualidade de seu sono na escala. Instrua-as a indicar com um número entre 0 e 10 a sua quantidade e qualidade de sono, sendo 0 o pior sono e 10, o melhor. História do Sono: Quando um paciente relata ter um sono adequado, a história do sono costuma ser breve. A determinação da hora de dormir, rituais normais para dormir, ambiente preferido para dormir e que horas o paciente geralmente se levanta lhe dá informações para o planejamento de cuidados propícios para o sono. Quando suspeitar de um problema de sono, avalie a qualidade e as características do sono em maior profundidade, pedindo ao paciente para descrever o problema. Descrição dos Problemas Para Dormir: Conduza uma história mais detalhada quando o paciente tiver um problema de sono. Isso garante que a enfermeira preste cuidados terapêuticos adequados. Perguntas abertas ajudam o paciente a descrever um problema de forma mais completa. Uma descrição geral do problema, seguida de perguntas mais focadas, geralmente revela características especificas que são uteis para o planejamento de terapias. Padrão de Sono Habitual: Sono normal é difícil de definir porque as pessoas variam em sua percepção sobre a quantidade e qualidade adequadas de sono. No entanto, é importante que os pacientes descrevam o seu padrão de sono habitual para determinar a significância das mudanças causadas por um distúrbio do sono. A enfermeira deve fazer algumas perguntas para determinar o padrão de sono do paciente. Doenças Físicas e Psicológicas: Determine se o paciente tem problema de saúde preexistente que interferem no sono. Uma história de problemas psiquiátricos também é relevante. Por exemplo, um paciente com distúrbios bipolar dorme mais quando na fase deprimida do que na fase maníaca. Avalie também o histórico d medicação do paciente, incluindo uma descrição dos fármacos de venda livre e controlada. Avalie também a ingestão diária de cafeína do paciente. Eventos Atuais da Vida: Em sua avaliação, saiba se o paciente está sofrendo alterações no estilo de vida que perturbam o sono. A ocupação da pessoa muitas vezes oferece uma pista para a natureza do problema de sono. Alterações nas responsabilidades de trabalho, turnos rotativos ou prolongados contribuem para um distúrbio do sono. Perguntar sobre atividades sociais, viagens recentes ou horários das refeições ajuda a refinar a avaliação. Estados Emocional e Mental: Os estados mental e emocional do paciente afetam a capacidade de dormir. Por exemplo, se o paciente está sofrendo de ansiedade, estresse emocional relacionado a doença ou situações de crise. Quando um distúrbio do sono está relacionado a um problema emocional, a solução é tratar o problema principal; a sua resolução muitas vezes melhora o sono. Pacientes com doenças podem necessitar de sedação leve para o repouso adequado. Avalie a eficácia de todos os medicamentos e seu efeito na função durante o dia. Rotinas ao Deitar: Pergunte ao paciente o que ele faz para se preparar para o sono. Por exemplo, alguns pacientes bebem um copo de leite, tomam um comprimido para dormir, comem um lanche ou assistem à televisão. Avalie os hábitos que são benefícios em comparação com aqueles que perturbam o sono. Ambiente de sono: Durante a avaliação, peça ao paciente que descreva as condições preferenciais do quarto, incluindo as preferências de iluminação, ruído de música ou televisão em segundo plano ou a necessidade de manter a porta aberta ou fechada. Além disso algumas crianças precisam da companhia de um dos pais para dormir. Identifique os fatores a serem reduzidos ou controlados no ambiente. Comportamentos de Privação de Sono: Alguns pacientes não estão cientes de como os problemas do sono estão afetando seu comportamento. Observe comportamentos como irritabilidade, desorientação (semelhante a um estado de embriaguez), bocejos frequentes e fala arrastada. Se a privação do sono durou muito tempo, às vezes se desenvolve comportamentos psicótico, como alucinações e paranoia. Por exemplo, o paciente relata ver objetos estranhos ou cores no quarto, ou age com medo quando a enfermeira entra no quarto. Diagnóstico de Enfermagem Busca identificar dados relacionados, cujos incluem características definidoras de um distúrbio padrão de sono ou outro problema de saúde. Mediante a identificação de uma enfermeira, frente um problema de sono, especifique a condição como insônia ou privação do sono. Depois de uma identificação o diagnóstico do distúrbio do sono, a enfermeira é capaz de facilmente, realizar intervenções mais eficazes. Como por exemplo, a enfermeira escolhe tratamentos diferentes para pacientes com insônia que são incapazes de dormir do que aqueles com privação do sono. Um ambiente barulhento ou uma alta ingestão de bebidas com cafeína durante o período da noite, pode identificar o fator ligado ou causa provável de um distúrbio do sono. Visto que, se o paciente está com insônia proveniente de um lugar de cuidados à saúde ruidoso, é necessário a disponibilização de algumas recomendações básicas para ajudar na falta de sono, como controlar o ruído de equipamentos hospitalares e manter as portas fechadas. O problema relacionado ao sono afeta os pacientes de várias formas. Por exemplo, a enfermeira descobre que o paciente com apneia do sono tem problemas com um cônjuge que está cansado e frustrado com os roncos da pessoa. Além disso, o cônjuge está preocupado que o paciente está respirando de maneira inadequada e, portanto, está em perigo. O diagnóstico de enfermagem de enfrentamento familiar comprometido indica que a enfermeira precisa fornecer suporte ao paciente e ao cônjuge para que eles compreendam a apneia do sono e obtenham o tratamento médico necessário. Exemplos de diagnósticos de enfermagem para pacientes com problemas de sono incluem: Ansiedade Padrão respiratório ineficaz Confusão aguda Enfrentamento familiar comprometido Enfrentamento ineficaz Insônia Fadiga Privação do sono Prontidão para dormir melhor Planejamento de Enfermagem Metas e Resultados: Durante o planejamento, a enfermeira novamente sintetiza informações de vários recursos para desenvolver um plano de cuidado individualizado. É especialmente importante considerar os padrões prof8issionais ao desenvolver um plano de cuidados. Esses padrões geralmente oferecem diretrizes baseadas nas evidências para intervenções de enfermagem eficazes. É importante que o plano de cuidados para a promoção do sono inclua estratégias adequadas às rotinas de sono, ambiente e estilo de vida do paciente. Estabelecendo Prioridades: Trabalhe com os pacientes para estabelecer os resultados e intervenções prioritárias. Frequentemente, os distúrbios do sono são decorrentes de outros problemas de saúde. Depois de aliviarmos os sintomas, foque nas terapias de sono. Os pacientes são uma fonte útil em determinar quais intervenções são prioritárias. Trabalho em Equipe e Colaboração: Trabalhe em conjunto com o paciente e parceira/o que dorme com ele/a para garantir quetodas as terapias, como a mudança no horário de sono ou alterações no quarto, são realistas e realizáveis. Outros membros da equipe precisam estar cientes do plano de cuidados para que possam agrupar as atividades em determinados moment5os para reduzir os despertares. Quando o paciente tem problemas de sono crônicos, o encaminhamento inicial do paciente muitas vezes é para uma clínica do sono para uma avaliação abrangente do problema. Se a enfermeira trabalha em um ambiente hospitalar e o paciente precisa de um encaminhamento para atendimento continuo após a alta, oferecer informações sobre o problema de sono é útil para o atendimento domiciliar do sono. O sucesso da terapia do sono depende de uma abordagem que se encaixe no estilo de vida do paciente e na natureza do distúrbio de sono. Implementação As intervenções de enfermagem destinadas a melhorar a qualidade do repouso e sono de um indivíduo são amplamente focadas na promoção da saúde. Os pacientes necessitam de sono e repouso adequados para manter um estilo de vida ativo e produtivo. Promoção a Saúde: Em ambientes de saúde comunitários e domiciliares, ajude o paciente a desenvolver comportamentos propícios ao descanso e relaxamento. Controle do Ambiente: Todos os pacientes necessitam de um ambiente de sono com uma temperatura ambiente confortável e ventilação adequada, fontes mínimas de ruídos, uma cama confortável e iluminação adequada (National Heart, Lung, and Blood Institute, 2009). Promovendo Rotinas Antes de Ir Para a Cama: As rotinas antes de ir para a cama relaxam os pacientes na preparação para dormir (bulechek, Butcher e Dochterman, 2008). Promovendo Segurança: para qualquer paciente propenso à confusão mental ou a quedas, segurança é essencial. Promovendo Conforto: As pessoas dormem somente após se sentirem confortáveis e relaxadas (bulechek, butcher e Dochterman, 2008). Estabelecendo Períodos de Sono e Repouso: Em casa, ajude a encorajar os pacientes a permanecerem fisicamente ativos durante o dia para que estejam mais propensos a dormir durante a noite. Redução do Estresse: a incapacidade de dormir por causa de estresse emocional também faz com que a pessoa se sinta irritada e tensa. Lanches ao Deitar: Alguns indivíduos gostam de lanchar na hora de dormir, ao passo que outros não conseguem dormir depois de comer. Abordagens Farmacológicas: A melatonina é um neuro-hormônio produzido no encéfalo que ajuda a controlar os ritmos circadianos e promover o sono (Kryger et al.,2011). Cuidados Agudos: Os pacientes em ambientes de cuidados agudos têm sua rotina de sono e repouso normal interrompida, o que geralmente leva a problemas de sono . Controle Ambiental: Em um hospital, a enfermeira controla o ambiente de várias maneiras. Feche as cortinas entre os pacientes em quartos semiprivativos. Promovendo o Conforte: Comparado com a cama de casa, o leito hospitalar muitas vezes é mais rígido e tem altura, comprimento ou largura diferente. Estabelecimento de Períodos de Sono e Repouso: Em um hospital ou unidade de cuidados prolongados, é difícil proporcionar aos pacientes o tempo necessário para o repouso e sono. Promovendo Segurança: Os pacientes com AOS estão em risco de complicações enquanto internados. A cirurgia e anestesia perturbam os padrões de sono normais. Redução do Estresse: os pacientes que estão internados para exames diagnostico extensivo muitas vezes tem dificuldade em descansar ou dormir por causa da incerteza sobre o seu estado de saúde. Cuidados de Restauração ou Manutenção: As intervenções de enfermagem implementadas no contexto de cuidados agudos também são usadas no ambiente de cuidados de restauração ou manutenção. Promovendo Conforto: Fornecer higiene pessoal melhora a sensação de conforto do paciente. Um banho ou ducha quente antes de dormir é relaxante. Controle dos distúrbios fisiológicos: A enfermeira aprenderá a controlar os sintomas da doença física que perturbam o sono. Por exemplo, um paciente com anormalidades respiratórias dorme com dois travesseiros ou em uma posição semissensata para facilitar o esforço respiratório. Abordagens farmacológicas: O uso liberal de fármacos para controlar a insônia é muito comum na cultura americana. Os estimulantes precisam ser usados com moderação e sob tratamento médico. Avaliação De Enfermagem Sob o ponto de vista do paciente: No que diz respeito a problemas com o sono, o paciente é a fonte para avaliação dos resultados. Cada paciente tem uma necessidade única de sono e repouso. O paciente é o único que sabe se os problemas do sono melhoraram e quais intervenções ou terapias foram mais bem-sucedidas na promoção do sono. Resultados do paciente: Determine se os resultados esperados foram atingidos. Use medidas de avaliação pouco depois de tentar uma terapia (p.ex., observar se o paciente adormece depois de reduzir os ruídos e escurecer o quarto). Utilize medidas de avaliação depois que o paciente despertar do sono. z Diagnostico de enfermagem: Insônia Leva 1 hora para adormecer; Vai para a cama 2 horas mais tarde do que o habitual; Bebe duas a três xicaras de café após jantar; Bebe vinho ao deitar para dormir. Intervenções Pedir à paciente que mantenha um diário de sono por 1 semana; Ensinar medidas de higiene do sono à paciente; Ensinar técnicas de relaxamento à paciente a serem usadas para induzir o sono; Incentivar a paciente a beber uma xicara de chá de camomila ou leite morno antes de dormir; Diagnostico de enfermagem: Estilo de vida sedentário Interrompeu sua rotina de caminhadas diárias; Não tem tempo para caminhar por causa das horas de trabalho adicionais. Intervenções Ajudar a paciente a desenvolver um plano para realizar exercícios; Orientar a paciente a manter um diário de exercícios; Incentivar a paciente a pedir ajuda aos filhos com sua mãe para que ela possa caminhar à noite; Fornecer reforço positivo para o aumento na realização de exercícios. MAPA CONCEITUAL Problema de saúde primário: Depressão, estresse situacional Avaliações prioritárias: História do sono, rotina antes de ir para cama, níveis de estresse, manifestações fisiológicas do estresse. Diagnostico de enfermagem: sobrecarga por estresse Trabalha mais horas em um caso importante do trabalho Cuidados com a mãe em casa Tem menos paciência com os filhos Relata dificuldade para dormir e sentimentos de fadiga Diagnostico de enfermagem: Fadiga Relata sentir-se cansada ao acordar Tem dificuldade de concentração no trabalho à Tem olheiras sob os olhos Boceja com frequência Intervenções Ajudar a paciente a identificar situações que produzem ansiedade e estresse Incentivar a paciente a definir um calendário com sua família para que eles possam prestar apoio e assistência nos cuidados com sua mãe Usar a escuta ativa ao conversar com a paciente Incentivar a paciente a verbalizar seus sentimentos Incentivar a paciente a participar das atividades familiares Intervenções Orientar a paciente a entrar em contato com o médico se a fadiga persistir após a melhora do sono Encorajar cochilos curtos, se possível Planejar períodos de descanso para contrabalancear com as atividades Conexão entre o diagnóstico médico e o diagnóstico de enfermagem - - - - - Conexão entre os diagnósticos de enfermagem Referências: Niedermeyer E. Historical aspects. In: Niedermeyer E, Silva FL, eds. Electroencephalography, basic principles,clinical Applications and related fields. 5thed. Baltimore: Lippincot Williams & Wilkins; 2005. p. 1-15 POTTER, Patricia. PERRY, Anne. Fundamentos de enfermagem.8.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013.
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