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ARTES|vestenem Este conteúdo é parte integrante do curso VestEnem do Aulalivre.net e não pode ser vendido separadamente. 1 ARTE E CULTURA BRASILEIRA I Pré-história O território brasileiro possui um valioso patrimônio arqueológico. Em Minas Gerais, podemos destacar o sítio arqueológico de Lapa Grande. O local é tombado pelo Iphan, o que atesta sua importância e aumenta as chances de preservação. No interior das grutas e abrigos de Lapa da Cerca Grande, nas pinturas pode ser observadas figuras zoomorfas e antropomorfas. A cor predominante nessas imagens é a vermelha, porém se observa a amarela, a branca e a preta. Outro sítio importante também tombado pelo Iphan está no Parque Nacional da Serra da Capivara, no Piauí. Lá foi coletado na década de 70 grande quantidade de dados e vestígios arqueológicos. Com isso, concluiu-se que os primeiros habitantes dessa região, provavelmente caçador-coletores, nômades e seminômades se abrigaram nas grutas da região e teriam sido eles os autores das pinturas e gravações lá encontradas. Estas pinturas e gravuras podem ser divididas em obras com motivos naturalistas e obras com motivos geométricos. Na Amazônia também foram encontrados vestígios da arte rupestre, principalmente no Pará. Arte indígena Pintura corporal e arte plumária Os índios brasileiros pintam o corpo para enfeitá-lo e também para defendê-lo contra o sol, os insetos e os espíritos maus. Além disso, acreditam que com essa prática podem revelar de quem se trata, como está se sentindo e o que pretende. ARTES|vestenem Este conteúdo é parte integrante do curso VestEnem do Aulalivre.net e não pode ser vendido separadamente. 2 As cores e os desenhos falam por si, assumindo grande significado. Assim, boa tinta, boa pintura, bom desenho garantem boa sorte na caça, na guerra, na pesca, na viagem. Cada tribo e cada família apresentam padrões de pintura que denotam seu jeito de ser. Nos dias comuns, a pintura pode ser bastante simples, porém nas festas, nos combates, mostra-se requintada, cobrindo também a testa, as faces e o nariz. A pintura corporal é função feminina, a mulher pinta os corpos dos filhos e do marido. Assim como a pintura corporal, a arte plumária serve para enfeites: mantos, máscaras, cocares, e passam aos seus portadores elegância e majestade. Esta é uma arte muito especial porque não está associada a nenhum fim utilitário, mas apenas a pura busca da beleza. Arquitetura Os índios se organizam em Tabas ou Aldeias que são a reunião de 4 a 10 ocas. Em cada oca vivem várias famílias, geralmente entre 300 a 400 pessoas. No centro da aldeia fica a ocara, a praça. Ali se reúnem os conselheiros, as mulheres preparam as bebidas rituais, e ali acontecem as grandes festas. A oca é construída para durar no máximo 5 anos, e é erguida com varas, fechada e coberta com palhas ou folhas. Não recebe reparos e quando inabitável os ocupantes a abandonam. Não possuem janelas, têm uma abertura em cada extremidade e em seu interior não tem nenhuma parede ou divisão aparente. Vivem de modo harmonioso. Ornamentos A disposição e as cores das penas do cocar não são aleatórias. Além de bonito, ele indica a posição de chefe dentro do grupo e simboliza a própria ordenação da vida. Em forma de arco, uma grande roda a girar entre o presente e o passado. A aldeia também é disposta assim. Lá, cada um tem seu lugar e sua função determinados. Trançados e cerâmica A variedade de plantas que são apropriadas ao trançado no Brasil dá ao índio uma inesgotável fonte de matéria prima. ARTES|vestenem Este conteúdo é parte integrante do curso VestEnem do Aulalivre.net e não pode ser vendido separadamente. 3 É com o trançando que o índio constrói a sua casa e uma grande variedade de utensílios. Entre eles estão cestos para uso doméstico, para transporte de alimentos e objetos trançados para ajudar no preparo de alimentos, armadilhas para caça e pesca, abanos para aliviar o calor e avivar o fogo, objetos de adorno pessoal, redes para pescar e dormir, instrumentos musicais para uso em rituais religiosos, etc. Tudo isso sem perder a beleza e feito com muita perfeição. A cerâmica destacou-se principalmente pela utilidade, buscando a sua forma nas cores e na decoração exterior, o seu ponto alto ocorreu na ilha de Marajó. Arte colonial Após a chegada de Cabral ao Brasil, Portugal tomou posse do território e transformou as novas terras descobertas em sua colônia. Em um primeiro momento foram construídas as feitorias, construções muito simples com cerca de pau a pique ao redor, pois os portugueses temiam ser atacados pelo índios. Preocupado com que outros povos ocupassem terras brasileiras, o rei de Portugal enviou, em 1530, uma expedição comandada por Martim Afonso de Sousa para dar início à colonização. Com isso foi fundada a vila de são Vicente onde se instalou o primeiro engenho de açúcar, iniciando-se o plantio de cana-de-açúcar que se tornaria a principal fonte de riqueza produzida no Brasil. Após a divisão em capitanias hereditárias, houve grande necessidade de construir moradias para os colonizadores que aqui chegaram e engenhos para a fabricação de açúcar. Arquitetura A arquitetura era muito simples, com estruturas retangulares e cobertura de palha sustentada por madeira roliça inclinada. Eram conhecidas por tejupares, palavra que vem do tupi-guarani. Com o tempo os colonizadores passaram a construir casas de taipa. Com a evolução começam a aparecer as capelas, os centros das vilas, dirigidas por ARTES|vestenem Este conteúdo é parte integrante do curso VestEnem do Aulalivre.net e não pode ser vendido separadamente. 4 missionários jesuítas. Nas capelas há crucifixo, a imagem de Nossa Senhora e de algum santo, trazidos de Portugal. Eram erguidas igrejas em todos os lugares aonde chegavam os colonizadores, especialmente no litoral. Os principais arquitetos do período colonial foram: Francisco Dias, Francisco Frias de Mesquita, Gregório de Magalhães e Fernandes Pinto Alpoim. A liberdade de estilo dada ao arquiteto modifica o esquema simples, mas talvez pela falta de tempo ou por deficiência técnica não se deu um acabamento mais aprimorado. Escultura Os jesuítas ensinaram aos índios e negros o alfabeto, a religião e a trabalhar o barro, a madeira e a pedra. O índio é muito hábil na imitação, mas, também muito primário e rústico na execução. O negro adapta-se mais facilmente e é exuberante no desenho, na arte, no talhe e nas lavras. Sob direção dos religiosos e de mestres, vindos além-mar, o índio e o negro esculpiram muitos trabalhos, que são a base da arte Barroca no Brasil. Barroco O estilo barroco desenvolveu-se no Brasil durante o século XVIII, se estendendo até o século XIX. O barroco brasileiro é intimamente associado à religião católica. No entanto, o Barroco brasileiro se divide em duas linhas diferentes. Em regiões enriquecidas pelo comércio de açúcar e pelamineração, as igrejas apresentam trabalhos em relevos feitos em madeira, entalhados, e recobertos por finas camadas de ouro, com janelas, cornijas e portas decoradas com detalhados trabalhos de escultura. Contudo, em regiões onde o açúcar e o ouro não faziam parte da economia local, as igrejas apresentavam talhas modestas e os trabalhos foram realizados por artistas menos experientes e famosos do que os que viviam nas regiões mais ricas. ARTES|vestenem Este conteúdo é parte integrante do curso VestEnem do Aulalivre.net e não pode ser vendido separadamente. 5 Em Minas Gerais, o Barroco brasileiro encontra seu ápice na integração entre arquitetura, escultura, talha e pintura a partir dos trabalhos de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho e Manuel da Costa Ataíde, o Mestre Ataíde. Missão artística francesa Quando os exércitos de Napoleão Bonaparte invadiram Portugal, obrigando D. João VI, sua família e sua corte a virem para o Brasil, o rei preocupado com o desenvolvimento cultural, trouxe consigo, material para montar a primeira gráfica brasileira, na qual foram impressos inúmeros livros e um jornal chamado A Gazeta do Rio de Janeiro. Com isso, o Brasil recebe forte influência cultural europeia, que se intensifica mais ainda com a chegada de um grupo de artistas franceses encarregados da fundação da Academia de Belas Artes, na qual os alunos poderiam aprender as artes e os ofícios artísticos. Esse grupo, conhecido como Missão Artística Francesa pintava, desenhava, esculpia e construía à moda europeia. Seguiam claramente o estilo neoclássico, o qual propunha a volta aos padrões da arte da Antiguidade. Os pintores desse período deveriam seguir algumas regras na pintura. Entre elas a inspiração nas esculturas clássicas gregas e na pintura renascentista italiana, sobretudo em Rafael, mestre inegável do equilíbrio da composição e da harmonia do colorido. Thomas Ender, de origem austríaca chegou ao Brasil e viajou pelo interior retratando paisagens e cenas da vida no nosso povo em Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. ARTES|vestenem Este conteúdo é parte integrante do curso VestEnem do Aulalivre.net e não pode ser vendido separadamente. 6 Johann-Moritz Rugendas, alemão, esteve no Brasil entre 1821 e 1825. Além do nosso país, visitou outros países da América Latina, documentando, por meio de desenhos e aquarelas, a paisagem e os costumes dos povos que conheceu. Além destes artistas é importante citar a vinda de Nicolas-Antonine Taunay, pintor francês de grande destaque na corte de Napoleão Bonaparte. Ele foi considerado um dos mais importantes da Missão Francesa. Durante os cinco anos que residiu no Brasil, retratou várias paisagens do Rio de Janeiro. No entanto, Jean-Baptiste Debret foi considerado a alma da Missão Artística Francesa. Ele foi desenhista, aquarelista, pintor cenográfico, decorador, professor de pintura e organizador da primeira exposição de arte no Brasil em 1829. Contudo, em uma viagem pitoresca ao Brasil, produziu uma coleção composta de três volumes com um total de 150 ilustrações, na qual retrata e descreve a sociedade brasileira. Seus temas preferidos são a nobreza e as cenas do cotidiano brasileiro e suas obras nos dão uma excelente ideia da sociedade brasileira do século XIX. Pintura acadêmica Por volta do século XIX, o Império Brasileiro passou por um período de prosperidade econômica proporcionada pelo café, como também estabilidade política após Dom Pedro II assumir o governo e dominar as muitas rebeliões que agitaram o Brasil até 1848. Além disso, o imperador procurou potencializar o desenvolvimento cultural, incentivando as letras, as ciências e as artes. No campo artístico, a tendência estilística se mostra nitidamente conservadora, refletindo os modelos clássicos europeus. A pintura acadêmica segue os padrões de beleza da Academia de Belas Artes. Dessa forma, o artista não deve imitar a realidade, mas tentar recriar a beleza ideal em suas obras, por meio da imitação dos clássicos, principalmente os gregos, na arquitetura e dos renascentistas, na pintura. ARTES|vestenem Este conteúdo é parte integrante do curso VestEnem do Aulalivre.net e não pode ser vendido separadamente. 7 Como principais artistas acadêmicos, podemos citar Pedro Américo de Figueiredo e Melo. Ele trabalhou temas bíblicos e históricos, como também imponentes retratos, como o de Dom Pedro II na Abertura da Assembleia Geral, porém sendo sua obra mais divulgada, O Grito do Ipiranga. Vitor Meireles de Lima tem como obra mais conhecida, A Primeira Missa no Brasil. Pintou também Moema. Assim como Pedro Américo, seus temas mais recorrentes eram históricos, bíblicos e retratos. José Ferraz de Almeida Júnior foi considerado o mais brasileiro dos pintores nacionais do século XIX. Em seus trabalhos aparecem temas históricos, religiosos e regionalistas. Produziu também retratos, paisagens e composições. Suas obras mais conhecidas são Picando Fumo, O Violeiro e Leitura.
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