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DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL

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PROTEÇÃO PENAL AO INDIVÍDUO
DOS CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL
1
CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL
Dos crimes contra os costumes – redação original do CP.
Relação conservadora e preconceituosa, alcançando, sobretudo as mulheres. 
Crimes de sedução e adultério revogados;
Lei nº 12.015/2209 – modificações significativas na seara dos crimes sexuais, criação de novos delitos e recrudescimento das penas.
Dignidade da pessoa humana – dignidade sexual.
Liberdade sexual: é o direito de cada pessoa dispor do próprio corpo e escolher com quem se relacionar sexualmente.
2
CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL
Art. 213, CP: Estupro
Crime hediondo em suas formas simples e qualificadas;
 Objeto jurídico: a liberdade sexual do ser humano (homem ou mulher;
 Tipo objetivo: O núcleo é constranger (forçar, compelir, obrigar), mediante violência ou grave ameaça, devendo haver dissenso da vítima.
Lei 12.015/2009 – nova acepção da palavra “estupro”; revogação formal do art. 241, CP.
3
CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL
Art. 213, CP: Estupro
Nucci: “Estupro é uma espécie de constrangimento ilegal associado à conjunção carnal ou outro ato libidinoso. Trata-se de um constrangimento ilegal específico, voltado à ofensa da liberdade sexual.”
Antes da lei: conjunção carnal e atos libidinosos (concurso material); Não reconhecimento do concurso formal e continuidade delitiva.
Após a lei: crime de estupro (conduta múltipla – crime único). Dentro do mesmo contexto fático e constrangendo a mesma vítima.
OU concurso de crimes: crime continuado (requisitos do art. 71, CP) ou concurso material de crime.
4
CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL
Art. 215, CP: Violação sexual mediante fraude. 
Artigo alterado pela Lei nº 12.015/2009 que, incorporou, com modificações, os antigos artigos 215 (posse sexual mediante fraude) e 216 (atentado ao pudor mediante fraude).
Fraude: engodo, artifício, ardil, que leva o engano à falsa aparência da realidade.
Induzimento da vítima em erro.
“Estelionato sexual” – Luiz Regis Prado.
Crime de estupro durante a percepção da fraude.
Vantagem econômica: agente que mantém conjunção carnal com mulher rica, com o objetivo de engravidá-la para posteriormente com ela se casar.
5
CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL
Art. 216 – A, CP: Assédio sexual.
- Lapso do legislador em não inserir o §1º;
O §2º foi inserido pela Lei nº 12.015/2009;
Crime de menor potencial ofensivo;
OBS: Conciliação somente no “caput”, quando se tratar de ação penal pública condicionada à representação.
Transação e suspensão condicional do processo: somente no “caput” independente de ser a ação pública condicionada ou incondicionada.
Se a vítima contar com menos de 14 anos de idade ou sem discernimento para a prática do ato ou sem capacidade de resistência, o crime será o de estupro de vulnerável.
6
CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL
Art. 216 – A, CP: Assédio sexual.
Críticas do verbo “constranger”: ausência de complemento. Ausência de violência ou grave ameaça.
“Molestar, perturbar, intimidar”.
-Objeto jurídico: a liberdade sexual, notadamente nas relações de trabalho e educacionais.
Celso Delmanto: “em face do princípio da proporcionalidade não se configura o crime se o intuito do agente é apenas o de fazer galanteios, “paquerar”, “flertar” ou de obter simples beijo ou abraço. Há que se distinguir atos que atentam contra o pudor daqueles simplesmente reprováveis e inoportunos, que somente molestam o ofendido e podem caracterizar as contravenções dos arts. 61 a 65.”
7
CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL
Art. 216 – A, CP: Assédio sexual.
Tipo subjetivo: dolo acrescido com o especial fim de agir,ou seja, para obter vantagem ou favorecimento sexual. Trata-se do dolo específico.
Consumação: com a efetiva prática do ato constrangedor, independente da obtenção de vantagem ou de favorecimento sexual. Trata-se de crime formal.
Posição contrária: Crime habitual, sendo necessária a prática de reiterados atos constrangedores.
Posição majoritária?
8
CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL
Art. 216 – A, CP: Assédio sexual.
- Relação de professor e aluno:
Guilherme Nucci: “não configura o crime a mera relação entre docente e aluno, por ausência entre os dois sujeitos do vínculo de trabalho”.
Luis Régis Prado: “não se exige uma carreira funcional, mas apenas uma relação de domínio, de influência, de respeito e até mesmo de temor reverencial”. 
Posição majoritária?
9
CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL
Capítulo II: Dos crimes sexuais contra vulnerável.
Art. 217 – A: Estupro de vulnerável.
Acrescentado pela Lei nº 12. 015/2009;
Crime hediondo tanto em suas formas simples quanto qualificadas;
Objeto jurídico: proteção sexual do vulnerável.
Vulnerabilidade: critério etário, enfermidade mental ou ausência de resistência.
OBS: a vulnerabilidade do ofendido implica a invalidade do seu consentimento.
Erro de tipo: possibilidade.
10
CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL
Art. 217 – A: Estupro de vulnerável.
A vulnerabilidade, seja em razão da idade, seja em razão do estado ou condição da pessoa, diz respeito à sua capacidade de reagir a intervenções de terceiros quando no exercício de sua sexualidade. É de dizer: o sujeito passivo é caracterizado como vulnerável quando é ou está mais suscetível à ação de quem pretende intervir em sua liberdade sexual, de modo a lesioná-la. 
Menor de 14 anos: critério etário; ainda que a vítima tenha consentido no ato, pois a lei acaba por presumir que o menor carece de capacidade e discernimento para compreender o significado do ato sexual.
E a menor corrompida/prostituída? 
11
CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL
Art. 217 – A: Estupro de vulnerável.
Figura equiparada, § 1º:
É necessário que o agente tenha conhecimento da enfermidade ou deficiência mental da vítima, e que, em virtude dela, lhe falte discernimento para o ato sexual.
Segunda parte:
É necessário haver prova segura da completa impossibilidade da vítima de oferecer resistência, como no caso dela estar sedada, anestesiada em clínica ou hospital.
Figura qualificada, § 3º e 4º: figuras preterdolosas.
Lesão grave e resultado morte.
12
CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL
Art. 217 – A: Estupro de vulnerável.
Figura qualificada, § 3º e 4º: figuras preterdolosas.
OBS: Registre-se que se o agente pretende alcançar tais resultados qualificadores, ou, no mínimo assume o risco de produzir o resultado (dolo eventual), há concurso material entre o delito sexual praticado e o crime de homicídio ou de lesão corporal grave. 
13
CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL
Art. 217 – A: Estupro de vulnerável.
Ação penal:
Ação penal pública incondicionada; crime hediondo insuscetível de graça, fiança, anistia e indulto;
Regime inicialmente fechado;
Prisão temporária: 30 dias prorrogável por mais 30 em caso de extrema e comprovada necessidade;
Prescrição: art. 111, V, CP.
14
CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL
Art. 218, CP: Corrupção de menores.
Sujeito passivo: somente o menor de 14 anos, não importando se do sexo feminino ou masculino, ou que já tenha experiência sexual, seja corrompido ou prostituído.
“Comportamento erótico por parte do menor de 14 anos”. Contemplação passiva, sem qualquer envolvimento físico.
Lascívia: desejo sexual, luxúria, erotismo.
Ex: induzir menor de 14 anos a vestir fantasias para satisfazer a luxúria de alguém, assistir a vítima a dançar nua etc.
15
CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL
Art. 218, CP: Corrupção de menores.
Núcleo do tipo penal: “induzir”, que possui a significação de persuadir, levar, mover;
A mediação pressupõe um triângulo de sujeitos.
O indutor não pode ser considerado coautor do crime de estupro de vulnerável. Exceção à teoria monista.
Tipo subjetivo: o dolo e o elemento subjetivo do tipo constituído pelo especial fim de agir; dolo específico. 
16
CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL
Art. 218, CP: Corrupção de menores.
Se o ofendido apresentar idade igual ou maior de dezoitoanos, estará caracterizado o crime do art. 227, CP.
O delito se consuma com o induzimento da vítima nos moldes já citados (delito de resultado).
OBS: Se a finalidade é induzir a vítima à prostituição (art. 218-B); se o agente utiliza-se de criança ou adolescente em cena pornográfica, de sexo explicito ou vexatória (art. 240, ECA). 
17
CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL
Art. 218, CP: Corrupção de menores.
O “destinatário” da atividade criminosa poderá incorrer no crime descrito nos arts. 240, 241 e 241-A 241-E, ECA (hipóteses de pornografia infantil).
O erro sobre menoridade elide o dolo, porém, admite-se dolo eventual se houver dúvida;
OBS: Se a vítima receber algum tipo de contraprestação do agente, ou de terceiro em decorrência do seu comportamento (satisfação da lascívia) será reconhecido o crime de favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual (art. 218-B, CP).
18
CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL
Art. 218 – A, CP: Satisfação de lascívia mediante presença de criança ou adolescente.
Artigo incluído pela Lei nº 12.015/2009;
“Praticar” – realizar ou executar. Relação sexual assistida por menor de 14 anos, permitindo a presença do menor para satisfazer sua lascívia própria ou de outrem.
“Induzir”;
“Voyerismo às avessas”;
Recursos tecnológicos configuram o crime: webcam, videoconferência etc.
Não há nenhum tipo de contato físico do vulnerável com qualquer pessoa. 
19
CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL
Art. 218 – B, CP: Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual de vulnerável.
Artigo incluído pela Lei nº 12.015/2009;
Poderá surgir concurso de crimes se houver violência ou grave ameaça.
Qualquer forma de exploração: striptease, disque-sexo etc.
Conduta comissiva ou omissiva (o agente tem o dever jurídico de impedir que a vítima ingresse na prostituição e nada faz).
Ver art. 228, CP (diferença em razão da qualidade da vítima). 
Ver pena dos arts. em comento.
20
CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL
Art. 218 – B, CP:
OBS: Consumação – nas modalidades “submeter”, “induzir”, “atrair” ou “facilitar”, consuma-se o crime no momento em que a vítima se dedica à prostituição (crime instantâneo)
Na modalidade de “impedir” ou “dificultar” o crime é permanente.
§1º - “cafetão” – delito com o fito de lucro.
Figuras equiparadas (§2º):
I – “o cliente” - é necessário o conhecimento do agente com relação à idade da vítima.
II – proprietário, gerente ou responsável – “forma qualificada do crime de casa de prostituição” – art.229, CP.
21
CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL
Art. 218 – B, CP: Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual de vulnerável.
OBS: Se a vítima não é vulnerável (art. 228,CP), se o agente mantém, por conta própria, estabelecimento que ocorra exploração sexual, com ou sem o intuito de lucro ou mediação direta do proprietário ou agente (art. 229, CP).
§3º: efeito da condenação obrigatório. 
Devendo ser motivado na sentença.
OBS (3): Revogação tácita do art. 244-A, ECA;
Crime hediondo acrescentado pela Lei nº 12.978/2014.
22
CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL
Art. 225, Ação Penal:
Artigo alterado pela Lei nº 12.015/2009;
A.P. Penal Púb. Cond. à Rep.
A.P. Penal Púb. Incond. Se a vítima é menor de 18 anos ou pessoa vulnerável.
Ver informativo 509, STJ.
“A norma que altera a natureza da ação penal não retroage, salvo para beneficiar o réu.”
OBS: A. P. Púb. Incond. nos previstos nos Capítulos V e VI do Título XI (dos arts. 227 a 234, CP).
23
CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL
Art. 226 - Aumento de pena:
Lei nº 11.106/ 2005 – alterações:
I – concurso de pessoas: maior temor causado à vítima;
II – Maior reprovação moral da conduta - aumento de pena para as situações descritas no inciso II, passou a ser de metade (antes, era de quarta parte);
A redação do inciso II foi alterada, tendo sido incluídas as categorias de madrasta, tio, cônjuge e companheiro;
III - Foi revogada a causa de aumento de pena do inciso III, que se referia à circunstância do agente ser casado.
24
CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL
Capítulo V – Do lenocínio e do tráfico de pessoa para fins de exploração sexual. 
Art. 227, CP: Mediação para servir a lascívia de outrem.
Lenocínio é a conduta delitiva consistente em intermediar, facilitar ou promover atos de libidinagem, bem como obter proveito da prostituição alheia.
Lenocínio principal: o agente induz a vítima a satisfazer a lascívia de outrem ou a leva efetivamente a prostituir-se.
Lenocínio acessório: o agente, encontrando a vítima corrompida ou prostituída, apenas facilita ou explora a concretização de atos libidinosos.
Bem jurídico: liberdade sexual das pessoas, inclusive sua integridade autonomia sexual, com o interesse precípuo de evitar o fomento e a proliferação da prostituição. 
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CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL
Capítulo V – Do lenocínio e do tráfico de pessoa para fins de exploração sexual. 
Art. 227, CP: Mediação para servir a lascívia de outrem.
Aquele que tiver sua lascívia satisfeita não comete crime. Também não pode ser considerado coautor do crime – Luiz Régis Prado.
O sujeito passivo pode ser qualquer pessoa, até mesmo a pessoa já corrompida embora para estas o delito seja de difícil configuração, pois não se pode induzir quem já se encontra inteiramente corrompido (Magalhães Noronha).
O destinatário do lenocínio deve ser pessoa determinada, pois em caso de pessoas indeterminadas, pode configurar o delito do art. 228, CP.
26
CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL
Capítulo V – Do lenocínio e do tráfico de pessoa para fins de exploração sexual. 
Art. 227, CP: Mediação para servir a lascívia de outrem.
Tipo subjetivo: representado pelo dolo; elemento subjetivo: especial fim de satisfazer a lascívia de outrem.
§1º - desenvolvimento físico e psíquico do induzido; hipóteses de lenocínio familiar.
OBS: Se a vítima contar com menos de 14 anos, o crime será o previsto no art. 218, CP.
A forma qualificada tem seu fundamento na violação do dever do agente de zelar pela formação moral da vítima e na menor capacidade de resistência desta, o que revela um desvalor na ação; Possibilidade de efeitos da condenação do art. 92, II, CP. 
27
CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL
Capítulo V – Do lenocínio e do tráfico de pessoa para fins de exploração sexual. 
Art. 227, CP: Mediação para servir a lascívia de outrem.
§2º - vítima enganada ou forçada a satisfazer a lascívia de outrem;
Há concurso material de infrações no caso do emprego da violência física.
Fraude: falsa suposição da realidade fática.
§3º - lenocínio mercenário – a venalidade ou fito de lucro constitui o elemento impulsionador da mediação.
Maior reprovabilidade pessoal.
28
CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL
Art. 228, CP: Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual.
Nas condutas de “impedir” e de “dificultar”, o crime é permanente e admite-se tentativa;
Pessoa já prostituída – atipicidade?
Luiz Regis Prado: a condição moral da vítima não importa para que receba ela a proteção jurídica, já que, mesmo a pessoa totalmente corrompida, pode ser vítima do delito em análise, uma vez que a norma incriminadora alcança as condutas de facilitar ou impedir que alguém abandone a prostituição.
Vítima menor de 18 anos, portadora de enfermidade ou deficiência mental ou incapaz de discernir o ato ou sem possibilidade de oferecer resistência, o crime será o previsto no art. 218-B, CP.
29
CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL
Art. 228, CP: Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual.
Na ação de “facilitar” há o que se denomina de lenocínio acessório, em que o agente, sem induzir a vítima, proporciona meios eficazes de exercer a prostituição, arrumando clientes, colocando-a em lugares estratégicos. 
A conduta admite a forma omissiva, no caso da mãe que coniventemente, permite que seu filho pratique a prostituição.
 Prostituição: exercício habitual do comérciodo próprio corpo para a satisfação de um número indeterminado de pessoas.
Exploração sexual: domínio, abuso, manipulação sexual da pessoa das mais variadas formas. 
30
CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL
Art. 229, CP: Estabelecimento para exploração sexual.
A Lei nº 12.015/2009 alterou a redação do “caput”. Antes, falava-se em “casa de prostituição ou lugar destinado a fim libidinoso”, agora a expressão “estabelecimento em que ocorra a exploração sexual”.
Não há que se falar em atipicidade material em face do princípio da adequação social. Também, não há que se falar em revogação da lei, tendo como argumento o seu desuso.
STF: HC nº 104.467/RS, Rel. Min. Carmém Lúcia.
STJ: Ag no Resp 1.167.646/RS, 6ª Turma.
Resp 820.406/RS, 5ª Turma.
HC nº 108.891/MG, 5ª Turma, Rel. Min. Félix Fischer.
31
CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL
Art. 229, CP: Estabelecimento para exploração sexual.
“A 1ª Turma indeferiu o habeas corpus impetrado em favor de condenados pela prática do crime descrito antiga redação do art. 229, CP (...)”.
“A defesa sustentava que, de acordo com os princípios da fragmentariedade e da adequação social, a conduta perpetrada seria materialmente atípica, visto que, conforme alegado, o caráter criminoso do fato estaria superado, por força dos costumes.”
“(...) caberia somente ao legislador o papel de revogar ou modificar a lei penal em vigor, de modo que inaplicável o princípio da adequação social ao caso”.
32
CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL
Art. 229, CP: Estabelecimento para exploração sexual.
Desídia do Estado; Ineficiência dos órgãos responsáveis pela persecução penal.
A pretensa aceitação pela sociedade pode ocorrer hipóteses de erro de proibição (art. 21, CP), de acordo com o caso concreto.
Obj. jurídico: a moralidade pública sexual;
Tipo objetivo: o verbo “manter” tem sentido de continuidade, permanência, reiteração; exige-se habitualidade na conduta, não bastando o comportamento ocasional.
33
CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL
Art. 229, CP: Estabelecimento para exploração sexual.
Menor de 18 anos e maior de 14 anos: art. 218-B, §2º, II, CP.
Cliente que pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com pessoas compreendidas nessa faixa etária: art. 218-B, §2º, I, CP.
Vulnerável: 
Cliente: art. 217-A, CP (autor).
Intermediário: partícipe.
34
CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL
Art. 229, CP: Estabelecimento para exploração sexual.
“Explorar é colocar em situação análoga à de escravidão, impor a prática de sexo contra vontade ou, no mínimo, induzir a isso, sob as piores condições, sem remuneração ou liberdade de escolha. A prostituição forçada é exploração sexual, um delito escabroso, merecedor de punição severa, ainda mais se praticado contra crianças. O resto não merece atenção do Direito Penal.” (Paulo José da Costa Júnior)
35
CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL
Art. 230, CP: Rufianismo.
“Aproveitar-se da prostituição alheia.”
O dispositivo em comento visa especial proteção àqueles que se dedicam à prostituição, o que por si só, não é crime, e são explorados em razão disso.
Rufianismo ativo: “tirar proveito da prostituição alheia” – o rufião (ou cafetão) obtém vantagem diretamente dos lucros auferidos pela prostituta (o). Há uma espécie de “sociedade empresarial” com a pessoa prostituída.
Rufianismo passivo: participação indireta; o agente vive às custas da meretriz, recebe dinheiro, alimentação, moradia etc.
A vantagem (direta ou indireta) deve ser proveniente da prostituição. 
36
CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL
Art. 230, CP: Rufianismo.
Crítica (Cleber Masson): “Se não há crime para quem lucra com a própria prostituição, qual seria a punição do terceiro que se aproveita do adulto (e plenamente capaz) que exerce a prostituição, sem se valer de violência à pessoa, grave ameaça ou fraude?”
Possibilidade de concurso de crimes “casa de prostituição” (art. 229, CP) e “rufianismo”, não havendo qualquer possibilidade de consunção.
Se o agente induz ou atrai alguém à prostituição ou qualquer outra forma de exploração sexual, e habitualmente tira proveito dessa atividade, deve ser responsabilizado pelos crimes favorecimento da prostituição (art. 228) e rufianismo (art. 230), em concurso material.
37
CRIMES CONTRA A DIGNIDADE SEXUAL
Cap. VI - Do ultraje público ao pudor
Art. 234-A, CP: causas de aumento de pena.
Incidem na terceira fase da fixação da pena.
Gravidez: preocupação do legislador nos crimes de estupro e estupro de vulnerável.
Estupro praticado pela mulher: não há aumento de pena.
Transmissão de doenças sexualmente transmissíveis: 
Antes da lei 12.015: concurso formal impróprio com o art. 131, CP.
Depois da lei: absorção do crime, servindo somente como majorante, evitando assim bis in idem.
Apuração dos crimes em segredo de justiça;
38

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