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O IMPACTO DOS GRUPOS DE TABAGISMO NA CESSAÇÃO DO VÍCIO

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA 
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE 
DEPARTAMENTO DE SAÚDE PÚBLICA 
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
Érica Rodrigues Freire 
 
 
 
 
 
 
 
 
O IMPACTO DOS GRUPOS DE TABAGISMO NA CESSAÇÃO DO VÍCIO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FLORIANÓPOLIS (SC) 
2016 
 
 
 
2 
Érica Rodrigues Freire 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O IMPACTO DOS GRUPOS DE TABAGISMO NA CESSAÇÃO DO VÍCIO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Monografia apresentada ao Curso de 
Especialização em Saúde Coletiva da 
Universidade Federal de Santa Catarina, 
como requisito para obtenção do título de 
Especialista em Saúde Coletiva. 
 
Orientador: Prof. Walter Ferreira de 
Oliveira 
 
 
 
 
 
 
 
 
FLORIANÓPOLIS (SC) 
2016 
 
 
 
 
3 
 
 
 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA 
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE 
DEPARTAMENTO DE SAÚDE PÚBLICA 
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA 
 
 
 
 
 
 
O IMPACTO DOS GRUPOS DE TABAGISMO NA CESSAÇÃO DO VÍCIO 
 
 
 
 
Érica Rodrigues Freire 
 
 
 
Essa monografia foi analisada pelo professor orientador, aprovada e submetida à 
apreciação da banca examinadora para obtenção do grau de Especialista em Saúde 
Coletiva no Departamento de Saúde Pública da Universidade Federal de Santa Catarina 
 
 
Florianópolis, 05 de dezembro de 2016. 
 
Professor Alcides Milton da Silva 
Coordenador do Curso 
 
 
 
Professor Walter Ferreira de Oliveira 
Orientador do trabalho 
 
 
 
 
4 
O IMPACTO DOS GRUPOS DE TABAGISMO NA CESSAÇÃO DO VÍCIO 
 
 
 
Resumo: 
O objetivo deste estudo foi identificar a eficácia dos grupos de apoio a cessação do 
tabagismo. Trata-se de um estudo literário. O tratamento antitabagismo é imprescindível, 
porém fatores como a síndrome da abstinência, depressão, convivência com fumantes, grau 
de dependência, ansiedade e baixa motivação em participar das terapias podem influenciar 
a não adesão ao tratamento e a não cessação do tabagismo para os que continuaram até o 
término das terapias. O que leva o fumante a procurar tratamento para cessação do 
tabagismo está ligado à presença de doenças relacionadas ao tabaco, sendo um dos grandes 
fatores de motivação para o sucesso no tratamento. Como primeiro passo no tratamento, 
os fumantes devem ser instruídos pela equipe multiprofissional a estabelecer um dia para 
abandonar a pratica. Percebemos que os fumantes em tratamentos devem ser monitorados 
quanto aos progressos e dificuldades encontrados, bem como devem identificar as 
situações de alto risco de recaídas e desenvolver estratégias de manejo para superá-las. 
 
Palavras-chave: hábito de fumar, grupos de tabagismo, cessão do vício. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
SIGLAS 
LILACS - Bases de Dados de Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da 
Saúde 
BDENF - Base de Dados de Enfermagem 
BIREME - Centro Latino-Americano e do Caribe de informações em Ciências da Saúde 
DECS - Descritores em Ciências da Saúde 
MS - Ministério da Saúde 
INCA - Instituto Nacional do Câncer 
PNCT - Programa Nacional de Controle do Tabagismo 
PNCF - Programa Nacional de Combate ao Fumo 
OMS - Organização Mundial de Saúde 
CID - Classificação Internacional de Doenças 
TCC - Terapia Cognitivo-Comportamental 
ACS - Agente Comunitária de Saúde 
CAGE - Cuttingdown, Annoyed, Guilt, Eyeopen 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMARIO 
 
 
 
6 
 
1. Introdução 
 
O tabagismo é, reconhecidamente, uma doença crônica resultante da dependência à 
nicotina e um fator de risco para mais de 50 doenças, entre elas vários tipos de câncer, 
asma, infecções respiratórias e doenças cardiovasculares. Sua prevalência vem reduzindo 
progressivamente, entretanto, ainda mostra-se expressiva em certas regiões e grupos 
populacionais mais vulneráveis. 
(1)
 
Das mais de 4.700 substâncias tóxicas encontradas no cigarro a nicotina é a 
responsável pela dependência química e física, além de causar tolerância, ou seja, a 
necessidade de doses progressivamente maiores para obter o mesmo efeito. 
(2)
 
Por outro lado, estudos comprovam que as razões para os indivíduos fumarem não 
se restringem à dependência da nicotina, pois existem componentes comportamentais e 
psicossociais, ainda não bem-compreendidos, cujo tratamento exige apoio de equipes 
multiprofissionais e programas de cessação de tabagismo para que se obtenha sucesso no 
abandono do vício. 
(2) 
No que diz respeito à busca pelo tratamento, a maioria dos tabagistas procura o 
ambulatório voluntariamente, e os outros são encaminhados por médico ou procuraram o 
ambulatório por sugestão de familiares. A mudança de comportamento está associada à 
reflexão, à vontade e à determinação pessoal. O profissional e os grupos familiares e 
sociais podem motivar, apoiar e auxiliar neste processo mas para o tratamento ser eficaz a 
decisão de mudar precisa ser assumida pelo indivíduo. 
(2)
 
O ato de fumar envolve hábitos, comportamentos, percepções, sensações, prazeres e 
sentimentos que juntos constroem todo um significado atrás do simples ato de tragar um 
cigarro, implicando diretamente na dificuldade de muitos de largar o fumo
. (3)
 
O Programa Nacional de Combate ao Fumo foi criado na estrutura do Ministério da 
Saúde em 1985 e, em 1988, sua coordenação sentiu necessidade de planejar sua atuação 
num horizonte mais amplo, tendo como objetivo analisar a criação, implementação e 
resultados do Programa Nacional de Combate ao Fumo, concebido em 1988 pelo governo 
federal, estabelecendo estratégias e metas para o controle do tabagismo no país, em cinco 
grandes campos de atuação: (a) ação educativa junto a profissionais de saúde e educação; 
(b) ação educativa junto a grupos populacionais de risco e a população em geral; (c) ação 
 
 
 
7 
legislativa e na esfera econômica; (d) ação médico-social; e (e) ação de pesquisa e 
informação. 
(5)
 
A mortalidade geral é duas vezes maior nos fumantes quando comparados aos não 
fumantes. Fumar cigarro pode provocar: câncer, doença cardiovascular, doenças 
pulmonares, úlcera péptica e outras patologias. Esse hábito é considerado a mais 
importante causa de morbidade e mortalidade prematura no mundo. 
(5)
 
Os sintomas da abstinência da nicotina têm sido apontados como a principal razão 
pela qual apenas 5% a 10% dos fumantes conseguem parar de fumar sem auxílio. A 
procura de tratamento para cessação tabágica está associada à presença de doenças 
relacionadas ao tabaco, sendo um dos grandes fatores de motivação para o sucesso no 
tratamento. 
(6)
 
 A finalidade de grupos de aconselhamentos, e ajudar o fumante a cessação do vício, 
e o diálogo com esses pacientes é o primeiro passo para o abandono do fumo. Deve-se 
avaliar se o doente é dependente ou não da nicotina, quanto fuma, se está disposto a parar 
de fumar, se tem doenças associadas e quais são as formas de tratamentos mais acessíveis a 
ele. 
(12)
 
Alguns autores apontam que os grupos de autoajuda e a psicoterapia - individual ou 
em grupo - com sessões de aconselhamento são coadjuvantes eficazes no tratamento da 
dependência de nicotina. Isso é especialmente significativo quando a dependência é 
acompanhada de outras afecções como a depressão e a ansiedade. O aconselhamento ajuda 
a identificar as situações em que o tabagistabusca o cigarro por um comportamento (após 
as refeições, ao tomar um café, em reuniões com amigos) ou circunstâncias emocionais 
(ansiedade, aborrecimentos). Com base nisso o fumante aprende estratégias para quebrar o 
vínculo entre esses fatores e o ato automático de fumar. 
(12)
 
 Há também uma grande importância do tratamento medicamentoso no combate ao 
tabagismo. A maioria das pessoas é capaz de para de fumar com a ajuda de grupos 
específicos, que estes proporcionam bem estar e confiança, e ajuda familiar incentivando o 
individuo a largar o vicio, proporcionando um ambiente livres de tabacos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
 
2. Objetivo 
2.1 Objetivo Geral 
Compreender o funcionamento e buscar entender a forma de como são estruturados 
os grupos de tabagismo que visam a cessação do vicio. 
 
 
2.2 Objetivos Específicos 
Esclarecer e divulgar que a estratégia motivacional aplicada pelo multiprofissional 
de saúde no grupo de combate ao tabagismo ajuda na cessação do vicio de fumar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
 
3. Metodologia 
 
3.1 Tipo de estudo 
Trata-se de um estudo retrospectivo, descritivo em perspectiva quantitativa, 
realizado, através da revisão de literatura nacional. 
A revisão bibliográfica de literatura ajuda nas fundações para um estudo 
significativo para a enfermagem, sendo uma tarefa inicial crucial. A revisão de literatura 
proporciona aos leitores os antecedentes para a compreensão do conhecimento atual sobre 
um tópico e esclarece a importância do novo estudo. 
(8)
 
As habilidades envolvidas na revisão de literatura de pesquisa e na preparação de 
uma revisão por escrito, no entanto, são necessárias tanto para os produtores quanto para os 
consumidores da pesquisa em relatórios de pesquisa em enfermagem. 
(8)
 
 
3.2. Materiais 
Foram incluídos periódicos publicados no período compreendido entre 2010 a 
2016, nas Bases de Dados de Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da 
Saúde (LILACS), Base de Dados de Enfermagem (BDENF), em livros nas Bibliotecas da 
Universidade Federal de Santa Catarina e no Centro Latino-Americano e do Caribe de 
informações em Ciências da Saúde (BIREME). 
Os descritores utilizados foram: hábito de fumar, grupos de tabagismo, cessão do 
vício, encontram-se Identificados nos Descritores em Ciências da Saúde (Decs). 
 
3.3. Instrumentos para coleta de dados 
Foi elaborado um roteiro semi-estruturado pelos autores da pesquisa, a saber: dados 
de identificação do artigo, instituição sede do estudo, características metodológicas, 
amostra, resultados e conclusões (Anexo). 
 
3.4. Operacionalização da coleta de dados 
A coleta de dados ocorreu no decorrer do segundo semestre do ano letivo após 
aprovação do projeto pela coordenação de enfermagem. 
 
 
 
10 
Após a identificação dos artigos na integra para verificar se atenderiam aos objetivos do 
estudo, após a leitura dos artigos e decisão por inclusão no estudo, foi preenchido o roteiro 
com os dados da pesquisa. 
3.5. Tratamento e apresentação dos resultados 
Os resultados de caracterização das publicações identificadas foram apresentados 
por meio de estatística descritiva. Após a análise do material, identificado as categorias 
temáticas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
 
 
4. Resultados e Discussão 
Os resultados obtidos ao levantamento bibliográfico dos 20 periódicos científicos 
encontrados no idioma de português publicados no período de 2010 a 2016 no banco de 
dados verificamos a relação do impacto dos grupos de tabagismo na cessão do vício. 
 
Tipos de periódicos Nº de periódicos 
Registro prospectivo / transversal 
Artigo descritivo 
Artigos de revisão e atualização 
Estudo comparativo e analise 
Diretrizes 
Artigo para testes 
Coleta de dados 
Total 
 
 
4.1 Impacto do controle do tabagismo na saúde brasileira 
No Brasil, segundo documento produzido pela Rede de Desenvolvimento Humano 
do Banco Mundial intitulado "Controle do Tabagismo", entre 1996 e 2005, foi registrado 
mais de um milhão de hospitalizações por causas atribuídas ao fumo, o que significou 
custos de aproximadamente meio bilhão de dólares. O Programa Nacional de Controle do 
Tabagismo é considerado extremamente inovador, ainda que tenha se focado 
principalmente em ações não relacionadas aos preços dos derivados do tabaco. O relatório 
conclui que o Brasil avançou, significativamente, nos programas e ações relacionadas ao 
controle do tabagismo. Um avanço ainda maior nas ações, em especial de prevenção, por 
exemplo, de óbitos prematuros, poderia gerar mais ganhos na saúde. 
No Brasil foi a Lei nº 10.167 de 27 de dezembro de 2000, em seu artigo 3º, que 
restringiu a propaganda comercial do fumo em pôsteres, painéis e cartazes na parte interna 
dos locais de venda. A parte interna do local de venda é considerada “área fisicamente 
delimitada localizada no interior do estabelecimento comercial destinada à venda de 
 
 
 
12 
produtos derivados do tabaco e seus acessórios". No inciso IV desse artigo, consta ainda 
que ele não pode ser associado à pratica de atividades esportivas e olímpicas. Diz, ainda, 
que é proibida sua venda postal, a propaganda por via eletrônica, incluindo a internet, a 
distribuição de qualquer tipo de amostra ou brinde e sua comercialização em 
estabelecimentos de ensino e saúde. 
(20) 
 
4.2 Programa Deixando de fumar sem mistério (INCA) 
Para combater o tabagismo no Brasil o Ministério da Saúde (MS) assumiu, através 
do Instituto Nacional do Câncer (INCA), a função de coordenar o Programa Nacional de 
Controle do Tabagismo (PNCT) e outros fatores de risco de câncer, visando à prevenção 
de doenças na população por meio de ações que estimulem a adoção de comportamentos e 
estilos de vida que sejam saudáveis e contribuam para a redução da incidência e 
mortalidade por câncer e doenças relacionadas ao tabaco no país. 
(2)
 
 A primeira Lei Federal de controle do tabagismo do país, de nº 7.488, de 11 de 
junho de 1986, determinava que o Poder Executivo, por meio do MS, promovesse, 
anualmente, na semana que anteceder o dia 29 de agosto – declarado Dia Nacional de 
Combate ao Fumo – uma campanha de âmbito nacional, visando a alertar a população para 
os malefícios advindos com o uso do fumo. 
(4)
 
Em 1988, o PNCF (Programa Nacional de Combate ao Fumo) estava 
suficientemente institucionalizado na estrutura do MS e sua coordenação sentia 
necessidade de planejar sua atuação num horizonte mais amplo. Foi então elaborado um 
Plano de Trabalho para o período de 1988-2000, que “visava a ordenar a ação 
governamental e a articulação não governamental de controle ao tabagismo no Brasil”. (4) 
De acordo com o INCA, novas orientações devem ser adotadas pelo Brasil e pelos 
países que ratificaram a Tratado Internacional da Organização Mundial da Saúde, 
determinando que lugares públicos e ambientes de trabalho sejam 100% livres da fumaça 
do tabaco, e reforçando o fato de que ventilação e filtragem do ar não são suficientes para 
reduzir a exposição passiva aos malefícios da fumaça do tabaco. 
(5)
 
Contudo, não há métodos seguros de proteção em ambientes fechados para aqueles 
que não fumam. Dessa forma, a Organização Mundial de Saúde (OMS) entende que a 
única medida eficaz de proteger totalmente a saúde de não fumantes em recintos fechados 
é a adoção de ambientes 100% livres do tabaco, proibindototalmente o tabagismo em 
ambientes fechados. 
(5)
 
 
 
 
13 
 
 
 
4.3 Histórico do tabagismo no mundo 
Estima-se que, em todo o mundo, por ano, ocorram cinco milhões de mortes 
relacionadas ao hábito de fumar, sendo ele responsável por 10 mil mortes por dia, ou seja, 
uma pessoa a cada seis segundos, reduzindo a expectativa de vida em 15 anos. Se não 
ocorrerem mudanças no atual padrão de consumo de tabaco, a Organização Mundial da 
Saúde (OMS) estima que o número de fumantes passará, do ano 2000 a 2030, de 1,2 
bilhões para 1,6 bilhões, e que o número de mortes atribuíveis ao tabagismo passará para 
10 milhões, sendo que 70% ocorrerão nos países menos desenvolvidos. 
(5)
 
No mundo, é estimado que o tabagismo cause cerca de 8% das mortes (4,9 milhões) 
e cerca de 4% das incapacitações (59,1 milhões). A mortalidade em homens é de 
13,3%, e das mulheres, 3,8%. O tabagismo e a exposição à fumaça do cigarro estão 
associados a aproximadamente 443.000 mortes prematuras, e a 5,1 milhões de anos de vida 
perdidos. A prevenção de início e a cessação do tabaco em todas as idades é benéfica na 
redução da mortalidade e da morbidade. Nos Estados Unidos, estima-se que 19,8% dos 
adultos são fumantes atuais de cigarros, e cerca de 40% dos fumantes tentam parar a cada 
ano. O tabagismo aumenta os custos médicos e contribui para a perda de produtividade em 
todo o mundo. Anualmente, calcula-se um custo de US$ 64.2 bilhões para homens e cerca 
de US$ 32.6 bilhões para mulheres. 
(5) 
 
Em 1993 a Organização Mundial da Saúde, incluiu o tabagismo na Classificação 
Internacional de Doenças (CID) como dependência do tabaco. As bases teóricas 
relacionadas à dependência do tabaco abrangem desde o sistema de diagnóstico até a base 
neurobiológica de recompensa cerebral. 
(5)
 
 
4.4 Histórico do tabagismo no Brasil 
No Brasil, o tabagismo resultou em 130 mil mortes em 2008, 13,0% do total de 
óbitos, já superando estimativas internacionais de 10,0% de mortes atribuíveis ao tabaco 
em 2015. 
(17)
 
Os custos do tratamento das doenças tabaco-relacionadas foram de R$21 bilhões 
em 2011, considerando os sistemas de saúde público e suplementar. Desde a década de 
1980, o Ministério da Saúde vem adotando várias ações para controle do tabagismo, que 
 
 
 
14 
culminaram na criação do Programa Nacional de Controle do Tabagismo, coordenado pelo 
Instituto Nacional de Câncer (INCA), a partir do início da década de 1990, e hoje parte 
integrante da Política Nacional de Controle do Tabaco, de caráter intersetorial. O programa 
engloba desde ações abrangentes, como promoção de ambientes livres de fumo, às mais 
focalizadas, como promoção e apoio à cessação de fumar. 
(17) 
O Programa de Tratamento do Tabagismo foi implementado no Sistema Único de 
Saúde (SUS), a partir de 2002, visando a aumentar o acesso do fumante aos métodos 
eficazes para cessação de fumar e adotando os métodos reconhecidos como primeira linha 
de tratamento e, conforme recomendações do Consenso para Abordagem e Tratamento do 
Fumante. 
(17)
 
De acordo com alguns autores, para a realização da implementação plena do 
programa seriam necessários R$20,28 milhões, beneficiando 35.323 fumantes motivados a 
parar de fumar, de um total de 175.331 fumantes, representando R$574 por paciente. Desse 
total, o custo da abordagem e tratamento seria R$19,05 milhões e de gerenciamento, 
R$1,24 milhão. Na análise de sensibilidade, o custo total variou entre R$13,61 e R$34,35 
milhões. 
(17)
 
 
4.5 Acolhimento e vínculo como estratégias no cuidado da motivação 
As habilidades motivacionais são técnicas para evocar no paciente as suas boas 
motivações para fazer mudanças comportamentais no interesse de sua própria saúde. 
(5)
 
Na abordagem do tabagista, o profissional da saúde estimula-o a adotar hábitos 
saudáveis, instrumentalizando-o com estratégias baseadas na entrevista motivacional. 
(5)
 
Segundo estudos, cerca de 70% dos fumantes afirmam que gostariam de parar de 
fumar. Destes, um terço deles fez, pelo menos, três tentativas sérias de parar. Ainda, menos 
de 5% dos fumantes que tentaram parar de fumar sem ajuda, permaneceram abstinentes por 
um ano. O hábito de fumar é considerado um ato que necessita de tratamento. 
(23)
 
Os sintomas da abstinência da nicotina têm sido apontados como a principal razão 
pela qual apenas 5% a 10% dos fumantes conseguem parar de fumar sem auxílio. A 
procura de tratamento para cessação tabágica está associada à presença de doenças 
relacionadas ao tabaco, sendo um dos grandes fatores de motivação para o sucesso no 
tratamento. 
(6)
 
Em um dos artigos estudados, foram analisados os principais motivos que levam as 
pessoas a tentarem parar de fumar e as principais dificuldades: 
 
 
 
15 
 
Principais motivos que levam as pessoas a decidirem parar de fumar: 
- Comportamentos preconceituosos por parte de não fumantes; 
- Conselhos de familiares sobre a procura do serviço; 
- Conselhos de Profissionais de saúde para o abandono do vício; 
- Participação ativa do familiar no tratamento; 
- Preocupação com a saúde atual e futura; 
- Doença relacionada com o tabaco; 
- Preocupações financeiras; 
- Gravidez / começar uma família; 
- Impacto que o cigarro estaria acarretando em crianças e na saúde da família. 
 
Principais dificuldades encontradas pelos fumantes ao tentarem parar de fumar; 
- Ausência de apoio familiar; 
- Desestruturação familiar; 
- Ver outras pessoas fumando; 
- Problemas familiares e falta de apoio; 
- Desconhecimento quanto às formas de tratamento; 
- Muitos fumantes não sentem os efeitos prejudiciais que o cigarro causa a saúde a curto ou 
médio prazo; 
- Ignorar ou desconhecer os resultados que o cigarro poderá ocasionar; 
- Sentimentos como o prazer em fumar, tédio, força do hábito, estresse; 
- Tentação ambiental e fatores sociais; 
- Pressão emocional, vício e comportamento habitual. 
(3)
 
Muitas pessoas têm facilidade para largar o vicio, enquanto outros lutam com 
bastante dificuldade para largar o ciclo vicioso. As proibições de fumar em lugares 
públicos estão em vigor, mas isso não é suficiente para um tratamento de tabaco completo 
bem como única forma de prevenção. Sendo necessário que sejam inclusos programas de 
controle e apoio á cessação. 
(3)
 
O estado motivacional é um importante fator que reforça a necessidade de trabalhar 
o comportamento ambivalente evidenciado pelo fumante que simultaneamente procura 
ajuda, mas não está preparado para a cessação. Além disso, a baixa motivação em parar de 
fumar favorece a não permanência dos fumantes nos grupos de Terapia Cognitivo-
 
 
 
16 
Comportamental (TCC), aumentando a chance de fracasso na cessação. Na verdade, essa 
baixa motivação corrobora a não adesão do fumante ao planejamento terapêutico proposto 
e, consequentemente, possibilita que esses fumantes não alcancem o desfecho de sucesso 
na cessação. 
(14)
 
Assim, torna-se imprescindível a avaliação do estagio de motivação em que o 
paciente se encontra no momento da primeira consulta, orientando-o ou fazendo o reforço 
motivacional, caso seja necessário. 
(14)
 
Sabendo que o menor grau de motivação esta associado ao fracasso terapêutico, 
cabe aos profissionais de saúde mostrar receptividade e abertura para aceitar no Programa 
os pacientes ambivalentes e/ou resistentes ao tratamento, mostrando empatia e 
flexibilidade, bem como que saberá respeitar os desejos do fumante em relações as suas 
mudanças comportamentais, visando a maior eficácia no tratamento. 
(14)
 
Assim, torna-se imperioso conhecer o estagio motivacionaldo fumante para poder 
trabalhar as intervenções terapêuticas individuais, e as escalas de motivação tem ajudado 
na identificação desse estagio, auxiliando o profissional de saúde na escolha do tratamento 
mais eficaz. 
(14)
 
Considera que, entre as mulheres, uma das principais preocupações e motivo 
reconhecido de recaída são o ganho de peso e a dificuldade em manejar as pressões 
estressoras do cotidiano, uma opção interessante a ser considerada neste contexto 
específico é a prescrição de bupropiona ou de terapias de reposição de nicotina. 
(7)
 
Muitos são os fatores que influenciam o indivíduo a abandonar a tentativa de parar 
de fumar, dentre eles, a modificação no estilo de vida, bem como a mudança de hábitos 
que se tornam muitas vezes automáticos no dia-a-dia dos sujeitos. Da mesma forma, as 
adversidades relacionadas ao medicamento usado nos grupos de tratamento de tabagistas 
como as reações adversas e a própria síndrome de abstinência a nicotina, são muitas vezes 
os grandes responsáveis por esta situação. 
(19) 
 
4.6 Políticas voltadas à cessação do tabagismo 
Iniciar uma política antitabagista é um passo importante para o aumento da 
longevidade de uma população, sendo, portanto, um grande fator de promoção de saúde. 
Pretende-se com essa política introduzir uma prática intensiva, pautada na ação de um 
grupo disciplinar, com participação de médicos, agentes comunitários de saúdes e 
assistentes sociais, para desestimular o tabagismo, com enfoque não só entre pessoas que 
 
 
 
17 
realmente estão interessadas a abandonar o vício, mas também no convencimento daqueles 
que não se dizem prontos para isso. 
(9)
 
A cessação do tabagismo é uma meta da saúde pública internacional. A 
identificação de fatores que dificultam a cessação do tabagismo poderá fornecer novos 
subsídios para as políticas públicas na área. O Brasil é um dos países em que a resposta às 
políticas voltadas para o controle do tabagismo tem sido bastante efetiva, com redução 
importante. Entretanto, poucos estudos conduzidos no Brasil investigaram condições 
socioeconômicas, agravos à saúde física, hábitos de vida, padrões do tabagismo e uso de 
serviços de saúde associados a essa redução. 
(15)
 
 
4.7 A Equipe Interdisciplinar como apoio no grupo antitabagismo 
Geralmente esses grupos são criados por profissionais de saúde que visam a 
melhoria da qualidade de vida, realizados por equipes de Saúde da Família. Esses 
profissionais de saúde torna-se mais relevante à medida que o paciente manifeste o desejo 
de parar de fumar. Após um estudo constatou-se que 32,1% dos entrevistados procuraram 
tratamento após o incentivo médico, contrastando com 9,4% após o incentivo de 
familiares. Além disso, 69,8% dos entrevistados chegaram ao serviço por encaminhamento 
de um profissional de saúde (os demais chegaram ao serviço por procura espontânea ou por 
orientação de amigos ou conhecidos). 
(3)
 
 A próxima etapa constitui no cadastramento da população interessada em ingressar 
no programa e a realização da Anamnese clínica inicial para o tratamento do tabagismo. 
Durante o período de realização do estudo, foram realizados um total de 46 anamnese, 
sendo 29 participantes do sexo feminino (63%) e 17 participantes do sexo masculino 
(37%). O número muito maior de mulheres aderindo ao tratamento, pode justificar-se por 
uma maior vinculo do gênero feminino pela unidade de saúde e por uma consciência maior 
sobre os riscos da dependência para a saúde delas e dos familiares. As mulheres costumam 
eleger o cigarro como companheiro, amigo e fonte de prazer e, por isso, atenção especial 
aos anseios dessas mulheres. A faixa etária dos participantes variou de 27 a 71 anos, sendo 
eu a idade média 46 anos. 
(7)
 
Com relação à idade, a frequência do tabagismo é diretamente proporcional ao 
avanço etário. Esse achado reforça o fato de que, atualmente, a juventude fuma menos, 
uma vez que essa é a faixa etária em que a maioria das pessoas inicia esse vício. Quase a 
metade dos tabagistas iniciaram seu vício antes dos 12 anos de idade, e mais de três 
 
 
 
18 
quartos deles antes dos 18 anos. A redução do fumo entre os jovens talvez seja decorrente 
do avanço de pesquisas sobre os riscos do tabagismo, da proibição de propagandas sobre 
cigarro no Brasil e da implementação de programas para conscientizar as pessoas sobre os 
malefícios do cigarro. 
(8)
 
Como primeiro passo no tratamento, os fumantes devem ser instruídos pela equipe 
multiprofissional a estabelecer um dia para abandonar a pratica. Eles ainda devem se 
comprometer a frequentar o posto de saúde, principalmente nos primeiros dias de 
abstinência para que seja implementada uma terapia que culminara na cessação, definitiva 
do fumo. 
(9)
 
Os principais temas discutidos nos grupos de cessação ao tabagismo são: 
- Explicar porque se fuma e como isso afeta a saúde. 
- Ensinar como lidar nos primeiros dias sem cigarro. 
- Demonstrar como se vence os obstáculos para permanecer sem fumar. 
- Demonstrar os benefícios obtidos após parar de fumar. 
- Introduzir medicação (bupropiona) para os pacientes que ainda não pararam de fumar 
sem utilização do fármaco. 
(12)
 
Estudos comprovam a necessidade de uma equipe multiprofissional motivadora 
com ênfase no suporte psicológico; uma divulgação maior do programa de prevenção do 
tabagismo e que as instituições de saúde implantem o ambulatório em suas unidades para 
que contemple um maior número de pessoas e, consequentemente, auxilie no abandono ao 
uso do tabaco com repercussões positivas sobre a saúde e qualidade de vida desses 
indivíduos. 
(6)
 
O gerenciamento do programa é feito de forma articulada pelos níveis federal, 
estadual e municipal de gestão do SUS. Os treinamentos, apoio técnico às atividades e 
distribuição dos insumos utilizados são feitos “em cascata”, desde o nível federal até o 
municipal. Material educativo e medicamentos são fornecidos pelo Ministério da Saúde, 
podendo haver complementação pelos estados e municípios. A coleta e consolidação das 
informações são feitas do nível local para o central. 
(17)
 
O primeiro encontro corresponde a uma entrevista individual onde são coletados 
dados pessoais (sexo, idade, renda familiar, nível de escolaridade e outros), além de 
avaliação do apoio familiar, facilidade de acesso ao centro de tratamento, anamnese clínica 
completa com aplicação do Questionário de Tolerância de Fagerström, avaliação do 
estágio da motivação, de depressão, aplicação do teste de CAGE para etilismo, avaliação 
 
 
 
19 
de contraindicações e apresentação da proposta por meio de um modelo informativo 
clássico. A sessão seguinte de TCC em grupo é caracterizada pela disposição dos pacientes 
em círculo e por perguntas e relatos individuais, assumindo uma abordagem de intervenção 
motivacional. Para tal, o fumante é estimulado a passar à ação, incluindo a definição da 
data de parar de fumar (dia “D” ou Quit Day), permitindo-se a decisão individual por 
diferentes formas de parada (redução gradual ou parada abrupta). O paciente é orientado 
sobre medidas comportamentais que o afastem da lembrança ou rotina diretamente ligada 
ao cigarro. Também é orientado para o combate à fissura e estratégias para manter as mãos 
ocupadas e evitar recaídas. Os pacientes são estimulados a estabelecerem metas 
alcançáveis e contextualizadas, dentro das limitações de cada indivíduo. 
(21)
 
O tratamento para cessar de fumar deverá considerar o contexto clínico, a gravidade 
da dependência de nicotina, a idade de início do consumo do tabaco, as co-morbidades, a 
história familial, a motivação para cessar, os condicionamentos,as situações e os 
sentimentos relacionados com o tabagismo. 
(5)
 
Fumantes em manutenção devem ser monitorados quanto aos progressos e 
dificuldades encontrados, bem como devem identificar as situações de alto risco de 
recaídas e desenvolver estratégias de manejo para superá-las. 
(5)
 
O uso de medicamentos é um facilitador no tratamento da cessação do tabagismo, 
quando a abordagem comportamental é insuficiente pela presença do elevado grau de 
dependência da nicotina. 
(5)
 
A equipe do grupo de tabagismo é composta pelos seguintes profissionais, em 
primeiro momento: Agente Comunitária de Saúde (ACS) - estabelece vínculo e divulgação 
do trabalho na ESF; médico da família/comunidade e enfermeiro - podem atuar 
diretamente na condução e coordenação dos grupos e no trabalho psicossocial intensivo 
durante as sessões; farmacêutico - responsável pela dispensação de medicamentos, 
incluindo revisão das prescrições e orientações aos pacientes. Posteriormente, os 
profissionais complementares: fisioterapeuta - aplicar a técnica de auriculoterapia, 
proporcionando satisfação e acolhimento; educador físico - responsável em propor 
atividade física e redução do sedentarismo; nutricionista - realiza aconselhamento e 
reorientação nutricional e alimentar; psicólogo e psiquiatra - propõe terapias e 
acompanhamento psicológico e psiquiátrico em grupo ou individual; odontólogo - 
comprovar os benefícios da cessação do tabagismo e prevenir doenças futuras; e assistente 
social - garante a adesão ao tratamento, e abordagem familiar. Assim constituindo a equipe 
 
 
 
20 
interdisciplinar que participarão no processo da cessação do tabagismo. Protagonistas que 
atuarão na efetividade e eficácia do tratamento. 
(21)
 
4.8 Fatores que contribui para a cessação do vício 
No que diz respeito à busca pelo tratamento, a maioria dos tabagistas procura o 
ambulatório voluntariamente, e os outros são encaminhados por médico ou procuraram o 
ambulatório por sugestão de familiares. A mudança de comportamento está associada à 
reflexão, à vontade e à determinação pessoal. O profissional e os grupos familiares e 
sociais podem motivar, apoiar e auxiliar neste processo mas para o tratamento ser eficaz a 
decisão de mudar precisa ser assumida pelo indivíduo. 
(2)
 
Segundo estudos já realizados mostra os principais fatores que levam os fumantes a 
procura para a cessão do vício (em %): 
- Decisão do próprio individuo 83,3%; 
- Preocupação com a saúde 83,3%; 
- Restrição a ambientes fechados 3,3%; 
- Bem-estar familiar 58,3%; 
- Custo financeiro 58,3%; 
- Ser antissocial 58,3%; 
- Pressão de outros 16,6%. 
(2)
 
A dependência tabágica explica porque cerca de 70% dos fumantes querem 
abandonar o fumo, mas não o conseguem. Desses, cerca de um terço tem êxito por apenas 
um dia e menos de 10% ficam em abstinência por doze meses. A cessação definitiva do 
tabagismo geralmente só ocorre após várias tentativas, e o número de recaídas é muito 
grande. 
(5)
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
 
5. Conclusão 
 
Cessar o vício resulta em melhoras na saúde e na qualidade de vida do indivíduo e 
das pessoas que convivem com ele. Quando a pessoa deixa de fumar, logo senti os 
benefícios, como o aumento da capacidade pulmonar, melhora da disposição física e 
redução do risco de doenças cardiovasculares, enfisema pulmonar e diversos tipos de 
câncer. 
Sabemos que deixar de fumar é extremamente difícil, porém, o tratamento desta 
dependência e um desafio que deve ser enfrentado pelas equipes de saúde em todos os 
níveis de atenção, assim podendo aumentar e muito as chances de sucesso na cessação do 
vício. 
As pessoas que não conseguem abandonar o tabaco tem dificuldade em superar os 
efeitos causados pela crise de abstinência, principalmente a irritabilidade e a ansiedade. 
Daqueles que abandonam o cigarro com sucesso, menos de 25% conseguem fazê-lo 
na primeira tentativa. A maioria dos indivíduos que fumam tem três a quatro fracassos 
antes de deixar definitivamente a nicotina. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
 
 
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Londrina. 2011. Editora da Universidade Estadual de Londrina. 224 p. ISBN 978-85-7216-
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Participantes do Grupo de Terapia de um Centro de Saúde do Distrito Federal. Revista de 
Divulgação Cientifica Sena Alves. Revisa. 2012; 1(1): 3-8 – Jan/Jun 2012. 
 
7. Francisquini MNB. Combate ao Tabagismo: A Experiência de grupos de 
aconselhamento em uma Equipe de Saúde da Família. Universidade Federal de Minas 
Gerais. Faculdade de Medicina. Núcleo de Educação em Saúde Coletiva. Corinto, 2013. 
 
 
 
 
 
23 
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tabagismo e ao seu abandono. Revista de Medicina (São Paulo). 2010 abr.-jun.;89(2):76-
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de Minas Gerais. Belo Horizonte (MG). 2014. Disponível em: 
https://www.nescon.medicina.ufmg.br/biblioteca/imagem/6298.pdf. 
 
10. Mesquita AA. Avaliação de um programa de tratamento do tabagismo. Revista 
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11. Faria ADV. Projeto de Intervenção ao Combate e Controle do Tabagismo na USF 
III de Abadiânia – GO. 2015. Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS). Ac e rvo d e 
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12. Moura CF. Uma Abordagem Multiprofissional em Unidade Básica de Saúde Contra 
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13. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas Dependência à Nicotina. Arquivos do 
Instituto Nacional do Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA) - Ações e Programas 
no Brasil - Programa Nacional de Controle do Tabagismo. Portaria Nº 761, de 21 de Junho 
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14. Pawlina MMC, Rondina RC, Espinosa MM, Botelho C. Ansiedade e Baixo Nível 
Motivacional Associados ao Fracasso na Cessação do Tabagismo. Jornal Brasileiro 
Psiquiatria. vol.63 nº.2. Rio de Janeiro 2014. Disponível em: 
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15. Lopes CS, Sampaio MMA, Werneck GL, Chor D, Eduardo Faerstein E. Influênciade Fatores Psicossociais na Cessação do Tabagismo: Evidências Longitudinais no Estudo 
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16. Daher RP. Eficácia de Serviços de Aconselhamento Telefônico para Cessação do 
Tabagismo - “Quitlines”. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Instituto de 
Avaliação de Tecnologias em Saúde. Parecer Técnico Científico. Goiânia, Agosto de 2013. 
 
17. Mendes ACR, Toscano CM, Barcellos RMS, Ribeiro ALP, Ritzel JB, Cunha VS, 
Duncan BB. Custos do Programa de Tratamento do Tabagismo no Brasil. Brasília (DF). 
2016. Revista de Saúde Pública 2016;50:66. 
 
 
18. Roecker S, Marcon SS. Educação em saúde. Relatos das Vivências de Enfermeiros 
com a Estratégia da Saúde Familiar. Maringá (PR). Invest. Educ. Enferm. 2011;29(3): 381-
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19. Honorato MO, Cunha NBA, Silva PHA, Machado SEF, Pechú CO. Avaliação da 
Dificuldade de Cessação do Tabagismo Diante da Síndrome de Abstinência. V Jornada 
Internacional de Politicas Publicas. São Luís do Maranhão (MA). 2011. Disponível em: 
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e_desafios_das_politicas_de_educacao/avaliacao_da_dificuldade_de_cessacao_do_tabagis
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20. Reinaldo MAS, Goecking CC, Silveira BV. Impacto das Imagens de Prevenção do 
uso de Tabaco Veiculadas em Maços de Cigarro na Perspectiva de Adolescentes. Belo 
Horizonte (MG). REME – Revista Mineira de Enfermagem. 16(3): 364-372, jul./set., 2012. 
 
21. Duarte RS, Martins IH, Mendes CP, Costa MAS, Mendes DS, Romano VF et al. 
Proposta interdisciplinar de Apoio à Cessação do Tabagismo em uma Unidade de Saúde da 
Estratégia Saúde da Família: relato de experiência. Rev. Bras. Med. Fam. Comunidade. 
Rio de Janeiro, 2014 Out-Dec; 9(33):384-390. 
 
22. 23 Silva DN, Schneider KS. Programa de Controle do Tabagismo em um Centro 
de Atendimento Integral à Saúde: Perfil e Resultados. Revista Saúde e Desenvolvimento. 
vol.4 n.2. Jul/Dez 2013. 
 
 
 
 
 
25 
 
 
 
1 PROBLEMA DE PESQUISA Porque o número de pessoas que param com o hábito de fumar ainda é 
reduzido, pergunta-se: qual a relação entre a motivação e a cessação do vicio de fumar?. 
2 HIPÓTESE 
 
Eu acho que... pela família por doenças 
Os grupos de apoio para combater o tabagismo influenciam positivamente na cessação do vício, tendo como 
base a motivação nos trabalhos desenvolvidos no grupo e individualmente. Não desconsiderando é claro o 
tratamento medicamentoso proposto para cada paciente. 
 
3- OBJETIVOS GERAIS: Esclarecer/divulgar/ que a estratégia motivacional aplicada pelo multiprofissional de 
saúde no grupo de combate ao tabagismo ajuda na cessação do vicio de fumar. 
4 – OBJETIVOS ESPECÍFICOS: 
Incentivar/Propor como estratégia a motivação nos grupos e individualmente; Tornar um instrumento 
norteador para os trabalhadores da saúde; Instrumentalizar os profissionais da saúde para a aquisição de um 
conjunto de ferramentas teórico-práticas que visa ao aprimoramento das intervenções para cessação do 
tabagismo.(NUNES;CASTRO, 2011); 
 
4- JUSTIFICATIVA 
É expressivo o número de fumantes no Brasil apesar da adoção de programas e políticas voltadas ao 
combate do tabaco e suas consequências à saúde. Porém é perceptível que após medidas de enfrentamento 
ao consumo e restrição de uso em locais públicos do tabaco houve um maior número de pessoas que 
procuram o tratamento ofertado pelo Ministério da Saúde nas unidades de saúde. No entanto, ainda é 
“pequeno” o número de participantes que conseguem atingir seus objetivos até o final do programa. Portanto, 
justifica-se este trabalho por ser de relevância social e acadêmico discutir, desenvolver e aprimorar nossas 
ações na tentativa de ampliar o número final de participantes a atingir seus objetivos. No qual torna-se viável 
a intensificação da estratégia motivacional para alcançar/ampliar as metas. Além disso contribuiremos para 
aumentar o número de pessoas a parar de fumar e como consequência diminuirá também os casos de 
morbimortalidade.

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