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CENTRO UNIVERSITARIO ESTACIO DE SÃO PAULO – UNIDADE INTERLAGOS Rachel Jaqueline Procópio Viana REVISTA VEXATORIA: Ofensa há Dignidade da Pessoa Humana São Paulo 2017 CENTRO UNIVERSITARIO ESTACIO DE SÃO PAULO – UNIDADE INTERLAGOS Rachel Jaqueline Procópio Viana REVISTA VEXATORIA: Ofensa há Dignidade da Pessoa Humana Artigo científico apresentando como exigência parcial para a obtenção de grau de Bacharel em Direito pela Faculdade Estácio de Sá, sob a orientação do professor Mestre Doutor Fernando de Alvarenga Barbosa. São Paulo 2017 RESUMO Este trabalho é uma análise das consequências da revista íntima nos visitantes realizadas no Sistema Penitenciário Brasileiro em dias de visitas. O sentimento das mulheres que se submetem ao procedimento, opiniões sobre as tecnologias existentes que serviriam como alternativas para o procedimento de revista nos presídios. Além de mecanismos já existentes e colocado em pratica em outros países. Em um pais pautado na dignidade da pessoa humana, não cabe a sociedade dar as costas para as agressões que as visitas dos detentos são obrigadas a suportar, visitantes estes que à revista intima são submetidos. Mudanças urgentes tornam-se necessárias para que assim direitos sejam efetivados. Os que adentram o sistema prisional na condição de visitantes, não podem ser humilhados e penalizados por um crime que não cometeram. Palavras-chaves: Sistema penitenciário, dignidade da pessoa humana, violação, direitos. Sumário Introdução; 1. A regulamentação normativa da revista intima; 2. Na prática a teoria é outra; 3. Os efeitos da transferência da pena para a pessoa do visitante; 4. Do direito à dignidade da pessoa humana; 5. Qual a justificativa plausível para manter as revistas vexatórias nos presídios?; 6. A constatação de objetos proibidos dentro dos estabelecimentos prisionais; Conclusão. 4 INTRODUÇÃO A revista vexatória em visitantes de detentos é uma ilustração do paradoxo nas Políticas de Segurança Pública. A discussão em torno do desrespeito no que se refere ao direito individual dos cidadãos brasileiros em prol da coletividade é recorrente. O atual sistema penitenciário brasileiro clama por mudanças, direitos e garantias fundamentais, coisas que são totalmente violadas em um Estado Democrático de Direito, alicerçado no princípio da dignidade da pessoa humana, não podendo se evadir para esta arbitrariedade. A revista íntima vexatória, realizada nos visitantes dos presos, não só tem sido tema de relevantes discussões, como também de demandas judiciais, exigindo do Estado a reparação pelos danos causados. A sustentação de que para se garantir segurança da sociedade alguns direitos individuais são suprimidos sendo bem nítido no Sistema Penitenciário Brasileiro, em foco no procedimento de revista íntima realizadas em visitantes dos detentos em dias de visitas. Os diagnósticos servem como base para a devida reflexão acerca do procedimento com amigos e familiares de presos. O tratamento realizado pelo Estado aos cidadãos que visitam pessoas presas e condenadas pela Justiça merece uma análise mais direta e específica. Na Constituição federal de 1988 prevê a dignidade da pessoa humana e é base para a efetivação de um Estado Democrático de direito e trazendo consigo uma gama de direitos e garantias individuais que o Estado garante aos cidadãos, independentemente de sua nacionalidade, raça, credo, cor ou ideologia política e religiosa, garantindo-lhes, o direito à vida privada, à intimidade, à honra, à imagem. Neste parâmetro a realização da revista intima vexatória, passou a ser questionada e discutida. As mulheres, idosas, crianças ou qualquer outra pessoa, que tenha suas roupas retiradas, seus cabelos e corpos revistados e ter que realizar movimentos de agachar e tossir, frente aos agentes penitenciários, aquele cidadão que está ali para exercer e garantir um direito, tem, de forma banal e arbitrária, a sua dignidade violentada. 5 1. A REGULAMENTAÇÃO NORMATIVA DA REVISTA INTIMA Pelo menos em nove estados brasileiros foram baixadas normas que proíbem a realização de revista íntima para ingresso em unidades prisionais. Nesse tipo de averiguação, o visitante é obrigado a ficar nu e agachar-se em cima de espelhos, terem as partes íntimas inspecionadas, com frequência. O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e outras instituições recomendam o fim desses procedimentos, por considerá-los ofensivos aos direitos individuais garantidos pela Constituição Federal. A mais recente ofensiva contra essa prática foi adotada no último dia 2 de setembro, quando o Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP) publicou a Resolução n. 5, de 28 de agosto de 2014. Ela determina a substituição da revista íntima pelo uso de equipamentos eletrônicos detectores de metais, aparelhos de raios X, escâner corporal, entre outras tecnologias capazes de identificar armas, explosivos, drogas e outros objetos ilícitos. A norma substitui outras duas resoluções do colegiado, de 2000 e 2006, igualmente contrárias à revista vexatória. Com vistas a fazer valer o artigo 41, inciso X, da nossa Lei de Execução Penal, que estabelece o direito do preso a visita dos seu conjugue ou da sua companheira, de parentes ou de amigos, em dias determinados. A primeira unidade da Federação a proibir o procedimento foi Minas Gerais, por meio da Lei Estadual n. 12.492/1997. A mais recente foi o Amazonas, onde, em 21 de agosto de 2014, o juiz Luís Carlos de Valois Coelho, titular da Vara de Execuções Penais do estado, assinou a Portaria n. 007/14/VEP, que proíbe a prática na capital Manaus. 6 2. NA PRÁTICA A TEORIA É OUTRA Como demonstrado anteriormente, a Resolução número 5 do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária coloca a realização da revista íntima uma exceção. De acordo com o Art. 1º. A revista pessoal é a inspeção que se efetua, com fins de segurança, em todas as pessoas que pretendem ingressar em locais de privação de liberdade e que venham a ter contato direto ou indireto com pessoas privadas de liberdade ou com o interior do estabelecimento, devendo preservar a integridade física, psicológica e moral da pessoa revistada. Parágrafo único. A revista pessoal deverá ocorrer mediante uso de equipamentos eletrônicos detectores de metais, aparelhos de raio-x, scanner corporal, dentre outras tecnologias e equipamentos de segurança capazes de identificar armas, explosivos, drogas ou outros objetos ilícitos, ou, excepcionalmente, de forma manual. Ou seja, só pode ser realizada se houver fundada suspeita de que o revistando é portador de objeto ou substâncias proibidas legalmente e/ou que venha a pôr em risco a segurança do estabelecimento. A regra, portanto, deveria ser a realização apenas de procedimentos superficiais, realizados por agentes penitenciários sobre a roupa do visitante, ou até mesmo com um mero detector de metais, já que a própria Resolução permite a utilização desses instrumentos. Contudo, o que assistimos na prática é a conversão de algo que deveria ser tido como uma exceção em regra. O Estado ao colocar os visitantes em condiçõesautomáticas de suspeitos, passa a imiscuir suas intimidades, fazendo com que esse tipo de revista se torne uma afronta direta aos direitos fundamentais da pessoa humana. Em relato realizado por familiar de uma pessoa que se encontra em cárcere em regime privativo de liberdade, podemos verificar como são realizadas na pratica essas revistas. Eu me sinto constrangida. Você fica pelada na frente de uma pessoa que você nem conhece. Chega lá, tem que ficar se arreganhando, mas tem que fazer isso..., A gente entra, tira toda a roupa, se abaixa [agachada] três vezes de frente e de costas, passa pelada pelo detector de metal. Aí vai pro banquinho [detector de metal], se senta sem roupa, para identificar se você tem metal no corpo... afirma "Paula, comerciante de 42 anos. O marido dela cumpre pena há cinco anos por roubo. Neste período inteiro, só uma única vez "Paula" não precisou se despir e fazer agachamentos diante de funcionárias do presídio. 7 A revista meramente preventiva, é aquela superficial, que se realiza sobre a roupa do visitante, sem que provoque qualquer tipo de violação a seus direitos, por não ser invasiva. Já a revista que vem se tornou regra nos estabelecimentos penitenciários, como visto no relato acima, ao contrário disso, consiste no desnudamento do visitante que, colocado a frente de agentes penitenciários responsáveis por tais tipos de procedimentos, passa por uma averiguação totalmente vexatória. Tal procedimento, em regra, é realizado da seguinte forma: o visitante é chamado pelo responsável pela revista em uma sala reservada, onde é “convidado” a retirar toda sua roupa. Após isso, é levado a agachar e levantar três vezes, normalmente sobre um espelho e que tussa bem forte, para que os agentes penitenciários possam verificar se os visitantes não trazem nenhum tipo de objeto proibido nas cavidades de seus corpos ou em seus órgãos genitais. No caso se o visitante for do sexo masculino, pede que o mesmo vire de costas para analisarem se não porta também nenhum desses objetos no ânus. Não bastasse o constrangimento pelo qual o visitante tem que se submeter ao ter que se despir na frente de terceiros, desconhecidos, não raras vezes ainda ocorre a introdução do dedo do executor da revista no ânus ou na vagina do visitante para que a “fundada suspeita” seja totalmente sanada. De acordo com Thais Lemos Duarte, Essa revista é mais rigorosa nos visitantes de sexo feminino. Os homens apenas tiram as roupas em frente aos agentes penitenciários e as vestem novamente. Em algumas unidades prisionais, os homens somente passam por revistas manuais, não precisando ficar nus. As mulheres devem se despir, ficando nuas diante das agentes penitenciárias. Via de regra, elas devem abaixar e levantar três vezes, primeiro de frente e depois de costas. De acordo com o relatório. Procedimento de revista dos familiares das pessoas presas no estado do Rio Janeiro, divulgado pela Associação pela Reforma Prisional (ARP) da Universidade Cândido Mendes, em algumas penitenciárias as mulheres precisam ficar despidas, virar de costas, abaixar o tronco e olhar a agente entre as pernas. Em outros presídios, as mulheres precisam ficar com o tronco para baixo, abrir suas partes íntimas com as mãos e soprar uma garrafa plástica. 8 3. OS EFEITOS DA TRANSFERENCIA DA PENA PARA A PESSOA DO VISITANTE Está sob a tutela do Estado a segurança de todos os cidadãos, e ainda que este esteja na condição de apenado, deverá ser resguardado os seus direitos fundamentais. A Constituição do Império, em seu inciso XX, previa que: “Nenhuma pena passará da pessoa do delinquente. Portanto, não haverá em caso alguma confiscação de bens, nem a infâmia do Réu se transmitirá aos parentes em qualquer grão, que seja”. A Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil, de 16 de julho de 1934, em seu artigo 113, inciso 28, também dispunha que nenhuma pena poderia passar da pessoa do condenado. Após não vir elencado na Constituição dos Estados Unidos do Brasil, de 10 de novembro de 1937, volta a figurar no ordenamento jurídico brasileiro na Constituição de 1946, estando dispostos no artigo 141, no seu parágrafo 30, que “nenhuma pena passará da pessoa do delinquente”. Hoje este princípio está previsto no art. 5º, XLV da CF. Também denominado princípio da intranscendência ou da pessoalidade, preconiza que somente o condenado, e mais ninguém, poderá responder pelo fato praticado, pois a pena não pode passar da pessoa do condenado. Assim sendo, leciona Zaffaroni e Pierangeli que “a pena é uma medida de caráter estritamente pessoal, em virtude de consistir numa ingerência ressocializadora sobre o apenado”. Consubstanciando com o ensinamento de Dotti, que diz que “a sanção penal não pode ser aplicada ou executada contra quem não seja o autor ou partícipe do fato punível.” Porém, o que se observa frente a pratica do procedimento de revista intima (vexatória) nos familiares e amigos é a mais completa violação a este princípio, os estigmatizando como suspeitos e os rotulando frente a sociedade. Neste sentido, Márcio Luís de Oliveira alerta que está evidente que a ideia de um Estado Democrático de Direito se mostra incompatível com políticas que não observam a totalidade dos direitos humanos, uma vez que estes devem ser compreendidos na sua indissociabilidade. Assim sendo, resta claro que, pena não deve alcançar terceiros, como familiares do recluso e entes próximos, ou seja, a pessoa que é condenada por um crime deve individualmente cumprir a sua pena legalmente e socialmente. 4. DO DIREITO Á DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA 9 No século XX, após a Declaração Universal da ONU (1948) e o militarismo (1965- 1985), o conceito de dignidade da pessoa humana passou a ser positivado. O princípio da Dignidade da pessoa humana tornou-se norteador de todo ordenamento jurídico. A Constituição Federal, em seu artigo 1º, III, garante o princípio da dignidade da pessoa humana. Já o art. 5º, que trata dos direitos e garantias fundamentais, prevê que ninguém será submetido a tratamento desumano ou degradante e que a intimidade é inviolável. Neste sentido, leciona Ingo Wolfgang Salert, Consagrando expressamente, no título dos princípios fundamentais, a dignidade da pessoa humana como um dos fundamentos do nosso Estado democrático (e social) de Direito (art. 1º, inc. III, da CF), o nosso Constituinte de 1988 – a exemplo do que ocorreu, entre outros países, na Alemanha -, além de ter tomado uma decisão fundamental a respeito do sentido, da finalidade e da justificação do exercício do poder estatal e do próprio Estado, reconheceu categoricamente que é o Estado que existe em função da pessoa, e não o contrário, já que o ser humano constitui a finalidade precípua, e não meio da atividade estatal. Assim, ao ingressar ao ordenamento jurídico brasileiro como uma norma, a dignidade da pessoa humana passa a agregar noções valorativas e principiológicas, tornando-se preceito de observação obrigatória e fundamento da República Federativa do Brasil e o seu valor deve ser considerado superior e legitimador de toda e qualquer atuação do Estado. Se faz o esclarecimento de Salert, A da pessoa humana, na condição de valor fundamental atrai o conteúdo de todos os direitos fundamentais, exige e pressupõe o reconhecimento e proteção dos direitos fundamentais de todas as dimensões. Assim, sem que se reconheçam à pessoa humana os direitos fundamentais que lhes são inerentes, em verdade estar-se-á negando-lhe a própria dignidade. Ao que cabe definição da dignidade da pessoa humana para Ingo Wolfgang Salert, a qualidade intrínseca edistintiva de cada ser humano que o faz merecedor do mesmo respeito e consideração por parte do Estado e da comunidade, implicando, neste sentido, um complexo de direitos e deveres fundamentais que assegurem a pessoa tanto contra todo e qualquer ato de cunho degradante e desumano, como venham a lhe garantir as condições existenciais mínimas para uma vida saudável, além de proporcionar e promover sua participação ativa e corresponsável nos destinos da própria existência e da vida em comunhão com os demais seres humanos. A partir da definição de Salert sobre a dignidade da pessoa humana, passa-se a analisar a pratica da revista vexatória, violando não só os corpos dos que adentram as penitenciarias, mas principalmente direitos. 10 Neste ponto Abrão salienta que a dignidade é uma condição irrenunciável e inafastável ao ser humano, não se distanciando esta condição mesmo quando um determinado sujeito comete os crimes mais repugnantes. O homem – apenas por sê-lo – não perde a sua dignidade, por mais indigna ou infame que seja a sua conduta. O que faz esta pratica extrapolar ainda mais os limites legais de respeito ao próximo e a sua dignidade, pois a pratica caracteriza-se como transmissão da pena ao visitante. O que mantém a visita aos presos é a necessidade de se manter os laços familiares, e a ligação com o mundo além dos muros dos presídios, as visitas mantem as esperanças do encarcerado, fazendo assim que não sucumbam frente ao degradante ambiente penitenciário e mantenham-se esperançoso pelo retorno a liberdade. Garantindo assim também a sua saúde mental. O Brasil ratificou em 1989 a Convenção da ONU contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes – o que obriga o País a seguir as recomendações internacionais sobre o tema. Para o Relator Especial da ONU sobre Tortura, as revistas íntimas se caracterizarem como uma prática humilhante e degradante e até mesmo como agressão sexual ou tortura, quando conduzidas com uso de violência. O Subcomitê de Prevenção à Tortura da ONU, em seu relatório de 2012 sobre o Brasil, recomenda que “revistas intrusivas vaginais ou anais devem ser proibidas pela lei”. A Convenção Americana sobre Direitos Humanos, por sua vez, garante o direito à integridade pessoal e o direito da proteção da honra e da dignidade. Alerta Ingo Sarlet que a dignidade evidentemente não existe apenas onde é reconhecida pelo Direito e na medida em que este a reconhece, já que constitui dado prévio, não esquecendo, todavia, que o Direito poderá exercer papel crucial na sua proteção e promoção. De origem latina, o vocábulo violência vem da palavra vis que quer dizer força e se refere às noções de constrangimento e de uso da superioridade física sobre o outro. A violência pode tomar diversas formas de expressão, seja através da violência física, violência sexual, violência patrimonial, violência doméstica, violência familiar, ou a violência moral, mas de forma devastadora a violência psicológica está presente em todas elas e gera danos irreversíveis a vítima. Para a Organização Mundial de Saúde, a violência constitui o uso da força física ou do poder, real ou em ameaça, contra si próprio, contra outra pessoa, ou contra um grupo ou uma comunidade, que resulte ou tenha qualquer possibilidade de resultar em lesão, morte, dano psicológico, deficiência de desenvolvimento ou privação (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA 11 SAÚDE, 2002, p. 5). E é justamente o dano psicológico causado como consequência da pratica da revista vexatória que agora se analisa. Cabe-se ressaltar que o despimento na frente de estranhos, por si só, já causa danos psicológicos e morais. Mas os efeitos desses danos ganham maiores proporções quando este desnudamento é feito perante agentes desrespeitosos e grosseiros, que fazem chacotas e piadas com o revistado. 5. QUAL A JUSTIFICATIVA PLAUSÍVEL PARA MANTER AS REVISTAS VEXATORIAS NOS PRESIDIOS? Como exposto, a justificativa é que tal procedimento deve ser realizado para que se evite a entrada de objetos proibidos para dentro dos estabelecimentos prisionais, visando-se com isso prevenir a ocorrência de crimes e promover a segurança dentro destes estabelecimentos. 12 Tendo em vista que de um lado, os direitos fundamentais do cidadão, e de outro, a segurança do estabelecimento prisional. Alguns alegam que tal violação aos direitos dos visitantes se justificaria na medida em que deve haver, no caso, uma ponderação de valores. Não existiriam, assim, direitos absolutos, podendo os mesmos, em determinadas circunstâncias, serem limitados. Mas, nos parece claro e óbvio, que não há como colocarmos o critério de “segurança do estabelecimento prisional” como justificativa para a violação de direitos fundamentais, ainda mais quando essa “segurança” pode ser garantida por meios não tão invasivos e nada vexatórios. No caso não há como se falar em proporcionalidade, pelo menos quando a revista é realizada por meio do despimento e de práticas, como já demonstradas, altamente humilhantes para os visitantes. Atualmente, com a evolução dos meios tecnológicos, já existem máquinas capazes de detectar qualquer tipo de objeto dentro do corpo humano e suas cavidades. Scanners corporais, detectores de metais, e muitos outros, todos esses aparatos tecnológicos já existentes deveriam serem utilizados pelo Estado nestes tipos de revistas. Se existem meios eletrônicos no mercado capazes de garantir a “segurança” desejada, e de forma muito mais eficaz, não tem motivos para continuar a realizar a revista íntima, além disso, realizá-la do modo mais desumano possível. Em outros órgãos ou estabelecimentos do mundo já existem scanners corporais pelos quais os usuários devem passar com o intuito de também proibir a entrada de determinados objetos proibidos nestes locais e que não causam constrangimento para o cidadão, ao menos se comparado com a revista íntima. Não há necessidade de se despir, não é necessário ser tocado por ninguém e, diferentemente da revista, não há possibilidade de ninguém burlar o equipamento. Uma vez submetido a tal averiguação, qualquer tipo de objeto será detectado. Portanto, mais segurança e menos violação a direitos fundamentais. De acordo com a Administração de Segurança em Transporte (TSA) dos Estados Unidos, o chamado “full body scan.’’ Possui uma tecnologia avançada de imagem com capacidade de detectar qualquer tipo de objeto, metálico ou não, incluindo aqui armas, explosivos, drogas, ou qualquer outro objeto que o indivíduo traga escondido embaixo da roupa. Ondas eletromagnéticas seriam emitidas por todo o corpo da pessoa, que será escaneada da cabeça aos pés. Após este processo, é formada uma imagem de todo o corpo em que é possível verificar se a pessoa está portando algum tipo de objeto ou não. Tendo-se em vista informações divulgadas pela própria TSA, essa tecnologia de ondas milimétricas seria segura para todas as 13 pessoas, incluindo crianças e mulheres grávidas, pois ela emite uma quantidade dez vezes menor de radiofrequência que aquela emitida por um telefone celular. Sendo assim não seria capaz de gerar nenhum tipo de doença, sendo a mais discutida o câncer, para a pessoa submetida a este tipo de equipamento. O “fullbody scan”, nada mais é do que uma cabine na qual entram as pessoas a serem verificadas, devendo permanecerem nela por alguns segundos, enquanto é formada a imagem das mesmas em tempo real. Se nada for detectado a pessoa é automaticamente liberada, devendo apenas pegar todos os seus pertences como celulares, cintos,chaves, que devem ser retirados antes da sua submissão à máquina. Conforme os dados do TSA, todo o procedimento não duraria mais do que um minuto. A Penitenciária Nelson Hungria, localizada em na cidade de Contagem, Minas Gerais, já vem utilizando tal equipamento há algum tempo, de acordo com a Secretaria de Defesa Social do Estado. A tecnologia adotada funciona da seguinte forma. O aparelho é uma espécie de cabine, a qual permite enxergar dentro do corpo dos funcionários e visitantes. Em uma sala anexa, o operador da máquina visualiza a imagem gerada pelo equipamento como uma radiografia dos ossos, órgãos, objetos e contorno do corpo. O procedimento será usado sempre que o visitante ou funcionário for entrar na unidade prisional. A pessoa passa pelos trâmites normais de identificação biométrica e revista de alimentos, que é realizada pelos agentes, e em seguida é conduzida à cabine do Body Scan, onde permanece por cerca de 40 segundos. Conforme regulamentado pelo Procedimento Operacional Padrão (POP), em caso de identificação de algum objeto ilícito, o visitante é detido e a Polícia Militar é acionada para lavrar o Boletim de Ocorrência. Diante do exposto, não há razões que justifiquem ainda a realização da revista íntima nos presídios, tendo-se em vista o surgimento de tecnologias capazes de realizar tal tipo de verificação corporal sem promover nenhum tipo de constrangimento para a pessoa a qual é submetida. Preserva-se com isso os direitos fundamentais do cidadão e ao mesmo tempo alcança a “segurança” que ainda é o argumento para a realização desse tipo de procedimento. 14 6. A CONSTATAÇÃO DE OBJETOS PROIBIDOS DENTRO DOS ESTABELECIMENTOS PRISIONAIS Das visitas realizadas entre fevereiro e abril dos anos de 2010 a 2013, em São Paulo – que tem a maior população carcerária do país – houve tentativa de adentrar as unidades com drogas ou celulares em apenas 0,03%. Nenhuma pessoa tentou levar armas para os internos, segundo pesquisa da Rede Justiça Criminal, a partir de dados fornecidos pela Secretaria de Administração Penitenciária. Entre os internos de nove presídios paulistas analisados, apenas 2,61% foram acusados de possuir algum objeto ilícito. 15 Em 2012, das quase 3,5 milhões de pessoas que foram submetidas a revistas vexatórias em São Paulo, apenas 0,02% foram flagradas com alguma quantidade de droga ou componente eletrônico, de acordo com dados cedidos pela Secretaria de Administração Penitenciária de São Paulo à Defensoria Pública, publicados na pesquisa da Rede Justiça Criminal. O número de apreensões de objetos ilícitos feitos dentro dos presídios é quatro vezes maior que as realizadas com visitantes. Sendo assim a revista íntima, como procedimento voltado a impedir a entrada de objetos proibidos nos estabelecimentos prisionais, tem se apresentado como um meio invalido e ineficaz para alcançar tal objetivo. Não seriam os visitantes dos presos os verdadeiros responsáveis pela entrada destes tipos de objetos para dentro do sistema prisional. As notícias veiculadas no meio jornalístico, não são raras as vezes que agentes penitenciários são acusados de possibilitar a entrada de drogas, celulares ou armas para dentro dos presídios. Como exposto neste artigo o processo da revista se volta de forma primordial para amigos e familiares dos presos, porém, não tem o mesmo rigor de fiscalização para aqueles que trabalham dentro do estabelecimento prisional. Tratando da forma mais humilhante possível os visitantes, enquanto a corrupção dentro do próprio sistema cresce cada dia mais. De acordo com Duarte, Segundo o relatório da ARP, entre dezembro de 2006 até abril de 2007, ocorreram três apreensões de objetos ilícitos e proibidos nas visitantes do Presídio Ary Franco, no Rio de Janeiro. Esse presídio recebe em média 2.100 visitantes ao mês e, dentro do referido período, teriam comparecido a essa unidade cerca de 10.500 visitantes. Portanto, as três apreensões efetuadas demonstram que menos de 1% das visitantes foi surpreendida portando objetos ilícitos ou de uso proibido nos presídios. Devem existir outros meios de entrada de objetos ilícitos e proibidos nos presídios, que não estão necessariamente relacionados às visitas. Esses dados, embora referentes apenas a um dos presídios do estado do Rio de Janeiro, são capazes de nos alertar para algo que acreditamos ser corrente no que se refere à entrada de objetos proibidos nos estabelecimentos prisionais. Acreditamos que, certamente, tais objetos não entram, através dos visitantes dos presos, porém, por outros meios. Seja através das próprias pessoas que trabalham no interior de tais estabelecimentos, seja por pessoas que ficam do lado de fora, mas não são visitantes, que adotam procedimentos 16 tais capazes de lançar objetos para dentro do estabelecimento, se utilizando, por exemplo, do “pombo correio”, onde os objetos são fixados no animal de forma a possibilitar sua entrada para dentro do sistema carcerário. No caso de armas de fogo, por exemplo, é algo praticamente impossível de se colocar dentro do órgão genital da mulher, pois de acordo com uma ginecologista de Santa Catarina: Este órgão possui sete centímetros de comprimento longitudinal e pode esticar lateralmente de 6 cm à 10 cm. Não é qualquer mulher que é elástica; as mulheres que já tiveram filhos são mais elásticas. A vagina somente aceita objetos tubulares para dentro dela. Uma arma seria impossível de ser colocada dentro de uma vagina. A introdução de um celular na vagina dependeria do tamanho e da posição em que fosse colocado. Do seu ponto de vista científico, o agente prisional que revista só conseguiria verificar alguma coisa se o objeto fosse mal colocado, ou colocado em excesso, ultrapassando o tamanho da vagina. De outro lado, não é simples colocar objetos dentro da vagina sem que caia, ou cause algum incômodo. Não há dados divulgados acerca da quantidade exata de produtos proibidos apreendidos dentro dos estabelecimentos prisionais, porém, com base nas informações divulgadas pela Secretaria da Justiça e Cidadania, só no Estado do Ceará mais de 800 celulares já foram apreendidos durante o ano de 2014 no sistema carcerário do estado. No Estado de São Paulo, em matéria veiculada ainda no ano de 2008, o número de celulares apreendidos mensalmente nas prisões paulista era de 800 a 900 celulares por mês. No Rio Grande do Sul, durante o mês de novembro do ano de 2010, cerca de 160 celulares, armas, drogas, videogame, câmeras fotográficas, barras de ferros, dentre outros, foram apreendidos em três presídios do Estado. Enfim, de acordo com o Jornal Extra, em notícia veiculada em outubro do ano de 2014, foi preso um agente penitenciário suspeito de entrar com um quilo e meio de maconha na Penitenciária Bangu II, no Rio de Janeiro. De acordo com a matéria. Ele iria assumir o plantão da penitenciária, quando foi surpreendido durante revista de rotina tentando entrar com dois tabletes escondidos em sua bolsa e na calça. De acordo com informações da secretaria, o agente relatou que o material seria entregue a três presos condenados por roubo e que receberia R$ 1.500,00 pela encomenda. Em observação, embora todos os procedimentos realizados ao tentar impedir a entrada de objetos proibidos para o interior do sistema prisional se voltem para os visitantes dos presos, outros meios existem para possibilitar tal entrada, sendo que, ao ver, estes seriam os que efetivamente a possibilitam. 17 Isso porque a revista a qual é submetida os familiarese os amigos dos presos é por demais humilhante e severa, como tal, tende a identificar em geral os objetos proibidos quando da sua realização. Contudo, mesmo com estas revistas, os objetos continuam entrando nos estabelecimentos, como visto em notícias tratadas acima. Se tais objetos continuam entrando em um número elevado, isso se dá por outros meios, e não pelas visitas. Como bem destaca Lemos Duarte: Na prática, as apreensões de objetos nos presídios são resultados de um trabalho de investigação e de monitoramento, ao invés de serem essencialmente produtos das revistas íntimas. Vale aqui destacar também informações trazidas por Yuri Frederico Dutra no sentido de que: No Centro de Detenção Provisória (CDP) do Belém, zona leste da capital, um agente penitenciário admite que os celulares têm entrado nas unidades mais por meio dos funcionários do que pelos parentes. As revistas têm sido mais rigorosas e os salários são baixos. Temos que as razões existentes para a manutenção da realização das revistas íntimas nos presídios são, em primeiro lugar, a realização das mesmas como forma de tentar esconder uma corrupção existente dentro do próprio sistema, e em segundo lugar, a revista ainda é realizada para tentar afastar os visitantes do preso, de forma de desvinculá-lo de qualquer contato com o mundo exterior, tendo-se em vista que uma vez submetendo os visitantes a tal tipo de procedimento humilhante como é o da revista íntima, estes podem não mais comparecer nos dias de visita para não terem que passar por tal vexamento. Nesse sentido: “A “revista vexatória” é a forma pela qual o Estado massacra os familiares e amigos de detentos. Ao desistir de realizar a visita, o familiar e amigo abre a oportunidade para que o Estado, através de seus agentes penitenciários torture, humilhe e explore os presidiários. Interessa ao Estado, que os familiares não denunciem os abusos cometidos no interior dos presídios. Por isso realiza a revista humilhante, para pressionar os familiares a NÃO VOLTAREM MAIS!”. Com o apresentado, chega-se à conclusão que as grandes razões pelas quais ainda hoje se permite a realização das revistas íntimas, e extremamente vexatórias, nos familiares e amigos daqueles que cumprem uma pena privativa de liberdade. Tentando impedir a realização da visita para que assim não sejam denunciados os abusos recorrentes dentro dos sistemas prisionais, as condições precárias às quais os detentos são submetidos em seu interior e, sobretudo, para mascarar uma corrupção existente dentro do próprio sistema, onde seus próprios funcionários se tornam os instrumentos de entrada dos objetos proibidos. 18 CONCLUSÃO Em nosso pais, não é raro observar reportagens e matérias sobre o estado precário em que se encontram os presídios Brasileiros. Os detentos na grande maioria desses estabelecimentos, não tem seus direitos humanos resguardados. A revista íntima vexatória a que são submetidos os familiares de presos para ingresso nas penitenciarias em dias de visitas onde se encontram seus parentes, ferem o princípio da dignidade da pessoa humana, pois em certas situações, esses visitantes necessitam passar por completa vistoria de forma invasiva em sua intimidade, tendo que ficarem nus na presença de servidores e demais funcionários que trabalham no procedimento dessas revistas. É de pratica que crianças e mulheres tenham que se agachar completamente sem roupas, sobre espelhos, para fins de fiscalização para saber se a pessoa está portando algo ilícito. Esse 19 procedimento tem que ser banido do nosso sistema carcerário e essa é a intenção dos legisladores e operadores do direito. Diversos magistrados têm manifestado suas decisões no sentido de abolirem tais revistas, ou então impor que elas sejam feitas usando equipamentos eletrônicos de revistas, tais como “escâner corporal”, detectores de metais, máquinas de raio-x, dentre outros. Frisando que, se existe a disposição daqueles que trabalham no sistema carcerário equipamentos eletrônicos capazes de auxiliar no combate a entrada de objetos ilícitos, por qual razão ainda é utilizado métodos de revistas íntimas vexatórias nos familiares de encarcerados? Essa é uma pergunta realmente irrespondível e nos leva a acreditar que a razão da manutenção desses procedimentos seria justamente a falta destas tecnologias por parte dos estados e municípios que se encontram com seus presídios e demais estabelecimentos prisionais totalmente esgotados e escassos. É importante mencionar também, que parte desse problema advém das condições em que trabalham os agentes e demais servidores do sistema penitenciário. Muitos deles recebem salários baixíssimos, trabalham em ambiente desumano e de certa forma encontram-se muitas vezes no mesmo patamar dos detentos. Diante disto, uma solução plausível para esse problema brasileiro, seria tratar e investir com seriedade e compromisso no sistema penitenciário, assim como foi feito nas construções dos presídios federais brasileiros, com a aquisição de equipamentos modernos de detecção de produtos proibidos. Além da criação de novas leis que tratem de forma atual a problemática vivenciada, introduzindo no ordenamento punições severas para aqueles que venham a transgredir os direitos fundamentais e a dignidade da pessoa humana, mas sem colocar em risco o sistema penitenciário como um todo. Tais medidas poderiam de fato ajudar a ressocializar o preso e melhorar o ambiente prisional, para que o reeducando retornasse ao convívio da sociedade sem precisar e nem ter o intuito de voltar a cometer outro ato ilícito. Uma das ferramentas que deveriam ser colocadas em prática num primeiro momento e de forma responsável, seria justamente como tratar e receber essas pessoas que por algum motivo na vida necessitam visitar seus parentes que se encontram presos, respeitando assim seus direitos e garantias asseverados pela lei maior nossa Constituição. Portanto, não cabe aqui a desculpa ou argumento do estado em manter o diálogo de não ter condições financeiras suficientes para dotar os presídios de equipamentos eletrônicos 20 modernos para detectar a entrada de produtos ilícitos, evitando assim as revistas íntimas vexatórias. Com essas medidas além de gerar um ambiente mais humano dentro das cadeias, com certeza também trariam maior segurança para aqueles que também trabalham nesses locais e para aqueles que lá cumprem sua pena, evitando assim rebeliões, homicídios entre os próprios preso e fugas. A dignidade da pessoa humana é um princípio que sob nenhum aspecto ou razão deve ser violado em decorrência da falta de recursos por parte do estado, não devendo acontecer tamanha aberração em pleno século XXI. Diante de tudo aqui mencionado, o que se quer deixar explicitado neste trabalho acadêmica, é que de nenhuma forma, a necessidade de se prevenir crimes no sistema penitenciário não pode afastar o respeito ao Estado Democrático de Direito, devendo o próprio Estado solucionar a questão e buscar de todas as formas e meios necessários. Dessa forma, poderão ser utilizados recursos tecnológicos avançados que detectem objetos ilícitos que supostamente pode estar com estas pessoas que querem adentrar nos presídios como visitantes, além de se adotarem outras ações de fácil implementação e sem grandes investimentos, como por exemplo a revista pessoal no preso quando do retorno às suas celas de convivência, detectando possíveis produtos proibidos sendo portados por eles. Tais ações de uma vez por todas, acabaria assim as com as revistas íntimas vexatórias no sistema carcerárioBrasileiro. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS Agente penitenciário é preso suspeito de tentar entrar com drogas em Bangu II. Matéria disponível em: http://extra.globo.com/casos-de-policia/agente-penitenciario-preso-suspeito- de-tentar-entrar-com-drogas-em-bangu-ii-2859323.html . Apreendidos celulares e videogame em presídios no RS. Matéria veiculada pelo Jornal “O Estado de São Paulo”, disponível em: http://www.estadao.com.br/noticias/geral,apreendidos- celulares-e-video game-em-presidios-no-rs,644622,0.htm. Assembleia Legislativa do Estado de Minas Gerais. Lei 12.492 de 1997, de 16/04/1997(texto atualizado). Disponível em: http://www.almg.gov.br/consulte/legislacao/completa/completa.html?ano=1997&num=12492 &tipo=LEI . BARROSO, Luís Roberto. A dignidade da pessoa humana no direito constitucional contemporâneo: natureza jurídica, conteúdos mínimos e critérios de aplicação. 2010. 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