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2º assunto FARMACOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO O Sistema Nervoso no organismo humano controla, e, coordena as funções de todos os sistemas do organismo como também, ao receber os devidos estímulos, tem a capacidade de interpretá-los, e, desencadear respostas adequadas aos respectivos estímulos. Enquanto muitas funções do sistema nervoso dependem da vontade (voluntários), muitas outras ocorrem sem que tenhamos a consciência (involuntários) dessa integração com o meio ambiente. O Sistema Nervoso é dividido em Sistema Nervoso Central (SNC), e, Sistema Nervoso Periférico (SNP). O SNC compreende o cérebro, o cerebelo, o bulbo, e, a medula espinal (ou espinhal). O Sistema Nervoso Periférico consiste em todos os neurônios aferentes (sensoriais), e, eferentes (motores). No Sistema Nervoso Periférico os nervos sensoriais e motores são constituídos por feixes de axônios. A maioria dos nervos é mista (sensitivos e motores). Os nervos são considerados cranianos quando partem do crânio, e, espinhais quando partem da medula. Os gânglios podem ser aferentes ou eferentes, sendo que os aferentes são os cranianos, e, espinhais. Os eferentes são autônomos. O Sistema Nervoso Periférico eferente se subdivide em Sistema Nervoso Somático (voluntário), e, Sistema Nervoso Autônomo (involuntário). O sistema nervoso autônomo é também chamado de visceral, vegetativo ou involuntário porque se encontra, em grande parte, fora da influência do controle voluntário, e, regula importantes processos do organismo humano como todas as secreções exócrinas e algumas endócrinas; a contração e o relaxamento da musculatura lisa; os batimentos cardíacos, e, certas etapas do metabolismo intermediário, como a utilização da glicose. Pode-se afirmar que, a função do Sistema Nervoso Autônomo, é a regulação do sistema cardiovascular, digestão, respiração, temperatura corporal, metabolismo, secreção de glândulas exócrinas, e, portanto, manter constante o ambiente interno (homeostase). A denominação de Sistema Nervoso Autônomo foi criada pelo fisiologista britânico John Langley (1853-1925), acreditando que os seus componentes funcionariam em considerável grau de independência do restante do sistema nervoso. O conceito demonstrou-se errado, e, outros nomes foram propostos. Mas nenhum deles mostrou-se mais apropriado prevalecendo o nome proposto por Langley. Embora para fins de estudo citamos apenas a divisão do sistema nervoso autônomo como parassimpático e simpático, pois, são incapazes de funcionar sem o sistema nervoso central (SNC), existe também o sistema nervoso entérico que possui capacidade de funcionar sem oSNC, e, consiste em neurônios situados nos plexos intramurais do trato gastrintestinal embora também receba influxos dos sistemas parassimpático e simpático. Os sistemas parassimpático, e, simpático exercem ações opostas em algumas situações, por exemplo, no controle da freqüência cardíaca, na musculatura gastrintestinal, mas, não exercem ações opostas em outras situações como em relação às glândulas salivares, e, o músculo ciliar. Enquanto a atividade simpática aumenta no estresse, a atividade parassimpática predomina durante o repouso, e, a saciedade. Embora os músculos ventriculares não sejam inervados pelo sistema parassimpático, este sistema tem significativo controle no nodo sinoatrial, e, no nodo atrioventricular. Assim, ambos os sistemas, em condições normais, exercem o controle fisiológico contínuo de órgãos específicos. No estudo da Farmacologia do Sistema Nervoso Autônomo deve ser lembrado que a inibição farmacológica de um sistema permite a predominância da atividade do sistema oposto. Os principais transmissores do sistema nervoso autônomo são: Acetilcolina (no sistema nervoso parassimpático), e, a noradrenalina (no sistema nervoso simpático). A comunicação entre células nervosas, ou seja, entre neurônios e órgãos efetuadores, ocorre através da liberação de sinais químicos (substancias químicas) específicos produzidos pelas terminações nervosas, denominados neurotransmissores. Esta liberação depende de processos provocados pela captação de íons cálcio e regulados pela fosforilação de proteínas plasmáticas. Existem receptores específicos para os neurotransmissores, pois, como são hidrofílicos, portanto, não lipossolúveis, não conseguem atravessar a membrana lipídica das células-alvo. Embora sejam neurônios considerados simpáticos, nem todos os neurônios pós- ganglionares simpáticos liberam a noradrenalina, como por exemplo, os neurônios pós-ganglionares simpáticos que inervam as glândulas sudoríparas, e, alguns vasos sanguíneos nos músculos esqueléticos que liberam a acetilcolina em vez da noradrenalina. A via eferente autonômica é considerada bineuronal, simpática ou parassimpática, possuindoum neurônio pré-ganglionar, e, outro pós- ganglionar.A sinapse chamada ganglionar é a que se situa nos gânglios nervosos entre os neurônios pré- epós-ganglionares, e, neurotransmissor das sinapses ganglionares, tanto simpáticas comoparassimpáticas, é a acetilcolina, que também é o neurotransmissor da sinapse neuroefetorado sistema parassimpático.O neurotransmissor da sinapse neuroefetora do sistema simpático é a noradrenalina. Osgânglios simpáticos consistem em duas cadeias de 22 gânglios dispostos de forma segmentar, laterais à coluna vertebral, assim, as fibras pré-ganglionares simpáticas, geralmente, são curtas (os gânglios simpáticos estão próximos à coluna vertebral), enquanto as fibras pós-ganglionares simpáticas, de modo geral, são longas, pois, surgem nos gânglios vertebrais, e,seguem em direção às células efetoras inervadas.Os neurônios que liberam a noradrenalina são denominados de neurônios adrenérgicos ounoradrenérgicos. Os neurônios que liberam a acetilcolina são denominados de neurônioscolinérgicos. #Sistema Parassimpático O sistema parassimpático é formado por algumas fibras que estão contidas nos parescranianos III, VII, IX e X, e, por outras fibras que emergem da região sacra da medulaespinhal. Esses nervos podem correr separadamente ou junto com alguns nervos espinhais.O mais importante nervo parassimpático é o vago (pneumogástrico), de ampladistribuição, que transporta as fibras parassimpáticas a praticamente todas as regiões docorpo com exceção da cabeça, e, das extremidades. A acetilcolina, que é um composto de amônio quaternário, é sintetizada no citosol doneurônio a partir da acetilcoenzima-A e da colina. A acetilcoenzima-A tem origemmitocondrial, mas, tem como substrato a glicose que leva ao piruvato, sendo este étransportado para dentro das mitocôndrias onde é convertido em acetil-CoA. A colina provémda fenda sináptica, extracelular. A colina atravessa a membrana do terminal axônico por ummecanismo de transporte ativo específico, sendo que a combinação da acetil-CoA à colina écatalisada pela colina-O-acetiltransferase também chamada colina-acetiltransferase (CAT).Depois de formada, a acetilcolina se armazena, por processo de transporte ativo acoplado aoefluxo de prótons, nas vesículas pré-sinápticas.As vesículas pré-sinápses, as mitocôndrias e a colina- O-acetiltransferase derivam do soma do neurônio, sendo transportadas ao terminal axônico, provavelmente, pelos microtúbulos e neurofilamentos. No terminal axônico, as vesículas pré-sinápticas, contendo acetilcolina, esférica ou achatadas, de aspectoagranular, ficam concentradas até que haja estimulo ou potencial de ação, propagado pelos canais de sódio sensíveis à voltagem.A despolarização de uma terminação nervosa possibilita o influxo de cálcio através de canais voltagem-sensíveis. Este influxo de cálcio facilita a fusão da membrana vesicular com a membrana plasmática da terminação nervosa, resultando na extrusão do conteúdo das vesículas. A acetilcolina é inativada pela enzima acetilcolinesteraseque tem origem na membranapós-sináptica da sinapse colinérgica, e, também encontrada nas hemácias e na placenta. Esta enzima, que consiste em uma macromolécula protéica possuindo diversas subunidades,provoca a hidrólise da acetilcolina na neurotransmissão sináptica.Foi identificada a pseudocolinesterase(também conhecida como colinesterase inespecífica,colinesterase plasmática ou butiril colinesterase), mas, a sua função fisiológica ainda não foibem esclarecida, embora tenha ação sobre o metabolismo da succinilcolina, procaína, e,muitos outros ésteres.No sistema cardiovascular, doses pequenas de acetilcolina provocam vasodilatação nas redesvasculares mais importantes do organismo, entretanto, esta vasodilatação depende de umintermediário denominado óxido nítrico. A acetilcolina, assim, produz diminuição daspressões sistólica e diastólica, além de reduzir a freqüência cardíaca, produzindo abradicardia.No sistema respiratório, a acetilcolina, em doses pequenas produz broncoconstrição eaumento da secreção, o que pode desencadear crises asmáticas.No sistema urinário, a acetilcolina provoca contração e redução da capacidade da bexiga,enquanto no trato gastrintestinal provoca o aumento da motilidade e do tônus da musculaturalisa, podendo provocar náuseas e vômitos.Através do sistema autonômico simpático, a acetilcolina age nos receptores nicotínicos damedula supra-renal provocando a liberação de catecolaminas, como a adrenalina e anoradrenalina, o que em situações de estresse, aumenta a produção destas catecolaminas,provocando a vasoconstrição, elevação rápida da pressão arterial e aumento da frequência cardíaca.Os receptores colinérgicos são ou estão em macromoléculas encontradas nas membranas préepós-sinápticas, apresentando estruturas de proteínas específicas.Experiências comprovaram que a administração da muscarina que é o principio ativoextraído do cogumelo venenoso Amanita muscariaproduzem ações semelhantes as daacetilcolina em determinados receptores situados em alguns órgãos efetores sendodenominados de receptores muscarínicos(ou seja, nos mesmos receptores onde a acetilcolinaage).E, verificou-se também que administrando a atropina ocorre o bloqueio das açõesestimuladas pela acetilcolina ou muscarina nos receptores muscarínicos, mas em outrosreceptores a administração da acetilcolina (mesmo logo após o bloqueio pela atropina) ocorrea produção de efeitos semelhantes aos da nicotina, assim, podemos afirmar que no sistemaparassimpático ou transmissão colinérgica existem dois tipos de receptores nos órgãosefetuadores que são denominados de receptores muscarinicos, e, receptores nicotínicos.Esses termos, nicotínicos ou muscarínicos, lembram as ações e os efeitos da nicotina, e,da muscarina.Portanto, no efetor, para obtermos uma resposta à estimulação colinérgica, deve existir umreceptor farmacológico do tipo muscarínico ou nicotínico.Os receptores colinérgicos são classificados em dois grupos: Receptores nicotínicos/N-colinérgicos e receptores muscarínicos/M- colinérgicos Podemos, então, associar as ações e efeitos da nicotina e denominar de ações e efeitosnicotínicos de acetilcolina, quando referimos aos seguintes locais: Sinapse colinérgica entre neurônio e músculo estriado (placa mioneral); e, sinapse colinérgica ganglionar, entreneurônio pré-ganglionar e neurônio pós- ganglionar, tanto do sistema parassimpático como dosimpático.Os receptores nicotínicos (estão diretamente acoplados aos canais catiônicos) sãoclassificados em dois grupos: musculares, e, neuronais.Enquanto os receptores ou tipos musculares (Nm) são encontrados na junção neuromuscularesquelética; os receptores ou tipos neuronais (Nn) são encontrados principalmente no cérebro,e, em gânglios autônomos, e, terminação nervosa sensorial. Como estes receptores existemna junção neuromuscular esquelética, portanto, na transmissão neuromuscular, as ações daacetilcolina são inibidas pelos bloqueadores neuromusculares como a tubocurarina, opancurônio, o rocurônio. Os receptores muscarínicos(estão acoplados a proteína G) são classificados em: M1 ouneural, M2 ou cardíacos, e, M3 ou glandular. Existem mais dois tipos de receptoresmuscarínicos que ainda não estão bem caracterizados.O receptores M1 ou neurais produzem excitação (lenta) dos gânglios (entéricos e autônomos),das células parietais (estômago), e, do SNC (córtex e hipocampo).O receptores M2 ou cardíacos são encontrados nos átrios e provocam redução da freqüênciacardíaca e força de contração dos átrios. Estes receptores também agem na inibição pré- sináptica.Os receptores M3 ou glandulares causam a secreção, contração da musculatura lisa vascular,e, relaxamento vascular (agindo no endotélio vascular). #Sistema Simpático O sistema simpático se origina em neurônios localizados na medula toracolombar. Os axôniosdessas células emergem da medula pelas raízes ventrais e se estendem até uma série degânglios simpáticos que se encontram em diferentes regiões do corpo. Alguns gânglios selocalizam no pescoço e no abdome, porém a maior parte se encontra na região torácica. Essesúltimos formam a cadeia simpática lateral.Os neurônios adrenérgicos liberam como neurotransmissor a noradrenalina. No sistemasimpático, a noradrenalina, portanto, é o neurotransmissor dos impulsos nervosos dos nervosautonômicos pós-ganglionares para os órgãos efetuadores.A noradrenalina é formada a partir do aminoácido tirosina, de origem alimentar, que chegaaté aos locais da biossíntese, como à medula adrenal, às células cromafins e às fibrassinápticas através da corrente sangüínea. A tirosina é transportada para o citoplasma doneurônio adrenérgico através de um carregador ligado ao sódio (Na+).A enzima tirosina hidroxilase transforma a tirosina em DOPA (diidroxifenilalanina).A DOPA é transformada em dopamina através da enzima DOPA descarboxilase (tambémdenominada L-amino-descarboxilase ácida aromática)A dopamina recebendo a ação da enzima dopamina-beta- hidroxilase, transforma a dopaminaem noradrenalina.A transformação da noradrenalina em adrenalina ocorre, em maioria, na medula suprarenalatravés da enzima feniletanolamina-N-metil-transferase.Depois de sintetizada, a noradrenalina é armazenada em forma ligada, no interior dasvesículas, com ATP e com um grupo de proteínas heterogêneas chamadas cromograninas,constituindo um complexo que não se difunde, sendo, portanto, inativo. Ao lado dessanoradrenalina ligada existe outra forma (ou outras formas) de noradrenalina frouxamenteligada, ou mesmo livre, nos terminais axônicos e nas vesículas de depósito.As vesículas pré-sinápticas que armazenam a noradrenalina se concentram, principalmente,no terminal adrenérgico. As vesículas que armazenam noradrenalina podem ainda serencontradas na medula supra-renal e até mesmo em certos órgãos sem inervação adrenérgica.As vesículas também encerram dopamina-beta- hidroxilase, (a enzima que transforma adopamina em noradrenalina).Depois que interage com seus receptores, situados na células pós-sináptica e na célula pré-sináptica,o neurotransmissor adrenérgico deve ser inativado rapidamente. Se isso nãoacontecesse, haveria excesso de sua ação, destruiria a homeostase e levaria a exaustão doorganismo. A inativação da noradrenalina ocorre por dois processos: enzimático e recapitação.As enzimas Monoamina oxidase (MAO), e, a Catecol-O-metiltransferase (COMT)inativam a noradrenalina.A MAO é uma enzima desaminadora que retira grupamento NH2 de diversos compostos,como noradrenalina, adrenalina, dopamina, serotonina. A MAO localiza-se nas mitocôndriasdos neurônios, e, em tecidos não neurais, como o intestinal e o hepático, e, oxida anoradrenalina transformando no ácido vanilmandélico.Existem duas formas moleculares de MAO: A que possui preferência de substrato para a 5-HT, denominada MAO-A (constituindo o principal alvo dos antidepressivosinibidores damonoaminoxidase), e, existe também a MAO-B que possui preferência de substrato para afeniletilamina, sendo que ambas as enzimas atuam sobre a noradrenalina e a dopamina.A COMT, abundante no fígado, transforma a noradrenalina em compostos metametilados,metanefrina e normetanefrina. A COMT regula principalmente as catecolaminas circulantes. As terminações nervosas adrenérgicas tem a capacidade também de recapturar a noradrenalinaatravés da fenda sináptica, mediante um sistema metabólico transportador, sendo armazenadanovamente nas vesículas pré- sinápticas, também através de outro sistema de transporte.Os receptores adrenérgicos ou adrenoceptores reconhecem a noradrenalina, e, iniciam umaseqüência de reações na célula, o que leva a formação de segundos mensageirosintracelulares, sendo considerados os transdutores da comunicação entre a noradrenalina e aação gerada na célula efetuadora. São conhecidos cinco grupos de adrenoceptores ou receptores adrenérgicos: Alfa 1 – alfa2 – beta 1 – beta 2 - beta 3. Estes adrenoceptores quando são ativados apresentam os seguintes efeitos: Alfa 1: Vasoconstrição – aumento da resistência periférica – aumento da pressão arterial –midríase – estimulo da contração do esfíncter superior da bexiga – secreção salivar –glicogenólise hepática – relaxamento do músculo liso gastrintestinal. Alfa 2: Inibição da liberação de neurotransmissores, incluindo a noradrenalina – inibição daliberação da insulina – agregação plaquetária – contração do músculo liso vascular. Beta 1: Aumento da freqüência cardíaca (taquicardia) – aumento da força cardíaca (dacontratilidade do miocárdio) – aumento da lipólise. Beta 2: Broncodilatação – vasodilatação – pequena diminuição da resistência periférica –aumento da glicogenólise muscular e hepática – aumento da liberação de glucagon –relaxamento da musculatura lisa uterina – tremor muscular. Beta 3 - Termogênese e lipólise. Princípios gerais da neurotransmissão simpática e parassimpática Etapas da neurotransmissão: Síntese e armazenamento Liberação na fenda sináptica Difusão e reconhecimento pelos receptores pós-sináptico Transdução do sinal Transmissão rápida Transmissão lenta Recaptura do transmissor Desativação do neurotransmissor Transmissão adrenérgica (simpática) Os impulsos nervosos são transmitidos nas sinapses através da liberação de substânciasquímicas chamadas neurotransmissores. Quando um impulso nervoso ou potencial de açãoalcança o fim de um axônio pré-sináptico, as moléculas dos neurotransmissores são liberadasno espaço sináptico. Os neurotransmissors constituem um grupo variado de compostosquímicos.A transmissão sináptica refere-se à propagação dos impulsos nervosos de uma célula nervosaa outra. Isso ocorre em estruturas celulares especializadas, conhecidas como sinapses naqual o axônio de um neurônio pré-sináptico combina-se em algum local com o neurônio pós-sináptico.A ponta do axônio pré-sináptico, que se justapõe ao neurônio pós-sináptico, éaumentada e forma uma estrutura chamada de botão terminal. Um axônio pode fazer contatoem qualquer lugar do segundo neurônio: nos dendritos (uma sinapse axo- dendrítica), no corpocelular (uma sinapse axo-somática) ou nos axônios (uma sinapse axo-axônica).Os neurônios adrenérgicos liberam como neurotransmissor a noradrenalina (tambémconhecida como norepinefrina).No sistema simpático, a noradrenalina, portanto, é o neurotransmissor dos impulsos nervososdos nervos autonômicos pós-ganglionares para os órgãos efetuadores.A noradrenalina é formada a partir do aminoácido tirosina, de origem alimentar, que chegaaté aos locais da biossíntese, como à medula adrenal, às células cromafins e às fibrassinápticas através da corrente sangüínea. A tirosina é transportada para o citoplasma doneurônio adrenérgico através de um carregador ligado ao sódio (Na+).A enzima tirosina hidroxilase transforma a tirosina em DOPA (diidroxifenilalanina).A DOPA é transformada em dopamina através da enzima dopa descarboxilase (tambémdenominada L- amino-descarboxilase ácida aromática), sendo, então, a DOPA descarboxilada para se transformar em dopamina.A dopamina recebendo a ação da enzima dopamina-beta-hidroxilase, transforma a dopaminaem noradrenalina.A transformação da noradrenalina em adrenalina (também conhecida comoepinefrina). Ocorre, em maioria, na medula supra-renal através da enzima feniletanolamina-Nmetil-transferase.Depois de sintetizada, a noradrenalina é armazenada em forma ligada, no interior dasvesículas, com ATP e com um grupo de proteínas heterogêneas chamadas cromograninas,constituindo um complexo que não se difunde, sendo, portanto, inativo. Ao lado dessanoradrenalina ligada existe outra forma (ou outras formas) de noradrenalina frouxamenteligada, ou mesmo livre, nos terminais axônicos e nas vesículas de depósito.As vesículas pré-sinápticas que armazenam a noradrenalina se concentram, principalmente,no terminal adrenérgico. As vesículas que armazenam noradrenalina podem ainda serencontradas na medula supra-renal e até mesmo em certos órgãos sem inervação adrenérgica.As vesículas também encerram dopamina-beta-hidroxilase, (a enzima que transforma adopamina em noradrenalina).Depois que interage com seus receptores, situados na células pós-sináptica e na célula présináptica,o neurotransmissor adrenérgico deve ser inativado rapidamente. Se isso não acontecesse, haveria excesso de sua ação, destruiria a homeostase e levaria a exaustão doorganismo. A inativação da noradrenalina dois processos: enzimático e recapitação.Além de seus efeitos como neurotransmissores, a norepinefrina e a epinefrina podeminfluenciar a taxa metabólica. Essa influência funciona tanto pela modulação da funçãoendócrina como a secreção de insulina, e, pelo aumento da taxa de glicogenólise e amobilização de acidos graxos.As enzimas Monoamina oxidase (MAO), e, a Catecol-O- metiltransferase (COMT)inativam a noradrenalina.A MAO é uma enzima desaminadora que retira grupamento NH2 de diversos compostos,como noradrenalina, adrenalina, dopamina, serotonina. A MAO localiza-se nas mitocôndriasdos neurônios, e, em tecidos não neurais, como o intestinal e o hepático, e, oxida a noradrenalina transformando no ácido vanilmandélico,A COMT, abundante no fígado, transforma a noradrenalina em compostos metametilados,metanefrina e normetanefrina. A COMT regula principalmente as catecolaminas circulantes. As terminações nervosas adrenérgicas têm a capacidade também de recapturar a noradrenalinaatravés da fenda sináptica, mediante um sistema metabólico transportador, sendo armazenadanovamente nas vesículas pré- sinápticas, também através de outro sistema de transporte.Os receptores adrenérgicos ou adrenoceptores reconhecem a noradrenalina e iniciam umaseqüência de reações na célula, o que leva a formação de segundos mensageirosintracelulares, sendo considerados os transdutores da comunicação entre a noradrenalina e aação gerada na célula efetuadora.Condições como o exercício, o frio, o trauma, o pânico e a hipoglicemia ativam os neurôniossimpáticos. Ações do sistema nervoso autônomo simpático: Contração do músculo liso da pálpebra superior (elevação da pálpebra) Vasoconstrição da glândula lacrimal Contração do músculo radial da íris (midríase) Secreção viscosa (escassa) das glândulas salivares Aumento da freqüência cardíaca Relaxamento dos músculos lisos dos brônquios Broncodilatação Dilatação da traquéia Diminuição do tono muscular e da motilidade gastrintestinal Contração dos esfíncteres intestinais Contração da cápsula do baço Liberação de ácidos graxos no sangue Relaxa o músculo dextrusor da bexiga Contração do trígono e esfíncter (bexiga) Aumento do tônus e motilidade do ureter Estimula a ejaculação Transmissão colinérgica(parassimpática) A acetilcolina age em dois receptores diferentes: muscarínicos e nicotínicos. As ações muscarínicas assemelham-se muito aos efeitos da estimulação parassimpática. Após bloqueio os efeito dos receptores muscarínicos pela atropina, doses maiores de ACh produzem outro conjunto de efeitos, muito semelhante aos efeitos causados pela nicotina. Tais efeitos incluem: 1- A estimulação de todos os gânglios autônomos 2- A estimulação da musculatura voluntária 3- A secreção de adrenalina pela medula das supra-renais Uma dose grande de ACh, administrada após a atropina, produz efeitos nicotínicos: uma elevação inicial da pressão arterial, decorrente da estimulação dos gânglios simpáticos e conseqüente vasoconstrição, e uma segunda elevação dessa pressão, resultante da secreção de adrenalina.A ACh provoca vasodilatação generalizada, embora a maioria dos vasos sanguíneos não possua inervação parassimpática. Este é um efeito indireto: a ACh age sobre as células endoteliais dos vasos promovendo a liberação de óxido nítrico, que relaxa o músculo liso.A ACh provoca a secreção das glândulas sudoríparas, que são inervadas por fibras colinérgicas do sistema nervoso simpático. A ACh é sintetizada no interior da terminação nervosa a partir da colina, que é levada para dentro da terminação por um transportador específico. Quando liberada, a ACh sofre hidrólise através de colinesterases em colina e ácido acético. A colina resultante é rapidamente recapturada pelas terminações nervosas. A etapa limitante da velocidade da síntese de ACh parece ser o transporte da colina, cuja atividade é regulada pelavelocidade com que a ACh é liberada.A maior parte da ACh sintetizada é armazenada em vesículas sinápticas, onde sua concentração é muito alta. A liberação das vesículas ocorre por exocitose desencadeada pela entrada de Ca++na terminação nervosa. As vesículas colinérgicas acumulam ACh ativamente por meio de umtransportador específico; esse acúmulo é bloqueado pelo fármaco vesamicol. Após sua liberação, a ACh difunde-se através da fenda sináptica e combina-se com os receptores situados na célula pós-sináptica. Parte da ACh perde-se no caminho ao ser hidrolisada pela acetilcolinesterase (AChE), uma enzima que permanece ligada à membrana basal e que é encontrada entre as membranas pré e pós-sinápticas. Os receptores muscarínicos são típicos receptores acoplados à proteína G. Os subtipos com numeração ímpar (M1, M3 e M5) acomplam-se à proteína G para ativar a via fosfatos de inositol, enquanto os subtipos com numeração par (M2 e M4) agem por meio da proteína G inibindo a adenilato-ciclase e reduzindo assim o AMPc intracelular. Os receptores M1 estão envolvidos no aumento da secreção ácida do estômago que ocorre por estimulação vagal. Os receptores M2 estão presentes no coração (a ativação desses receptores é responsável pela inibição colinérgica do coração). Os receptores M3 produzem principalmente efeitos excitatórios, ou seja, estimulação das secreções glandulares (salivares, brônquicas, sudoríparas) e contração do músculo liso das vísceras. Os receptores M3 também atuam como mediadores do relaxamento da musculatura lisa (principalmente vascular), que resulta da liberação de óxido nítrico das células endoteliais vizinhas. Os receptores M4 e M5 estão em grande parte confinados ao SNC.A classificação farmacológica dos vários tipos de receptores vale-se da seletividade limitada de certos agonistas e antagonistas que é capaz de os diferenciar. Os receptores nicotínicos (canais iônicos controlados por ligantes) da ACh podem ser divididos em três classes principais: musculares, glandulares e do SNC. Os receptores musculares estão confinados à junção neuromuscular esquelética; os receptores ganglionares são responsáveis pela transmissão nos gânglios simpáticos e parassimpáticos; e os receptores do tipo SNC estão espalhados por todo o cérebro e são heterogêneos com respeito à sua composição molecular e à localização. Ao agir sobre a membrana pós-sináptica de uma sinapse nicotínica (neuromuscular/ ganglionar), a acetilcolina provoca grande aumento da permeabilidade dessa membrana a cátions, particularmente ao Na+ e ao K+ e, em menor grau, ao Ca++. O influxo de Na+ resultante despolariza a membrana a membrana pós-sináptica. Bloqueio por despolarização. O bloqueio por despolarização ocorre nas sinapses colinérgicasquando os receptores nicotínicos excitatórios são ativados de modo persistente e resulta da diminuição da excitabilidade elétrica da célula pós-sináptica. Substancias colinérgicas e antagonistas muscarínicos e nicotínicos FÁRMACOS PARASSIMPATOMIMÉTICOS Agonistas muscarínicos Fármacos que afetam os receptores muscarínicos: Os agonistas muscarínicos, tomados como um grupo, são frequentemente denominados parassimpatomiméticos, porque os principais efeitos que produzem no animal inteiro se assemelham àqueles resultantes da estimulação parassimpática. A própria ACh e alguns ésteres de colina correlatos agem como agonistas tanto nos receptores muscarínicos quanto nosnicotínicos, porém atuam de modo muito mais potente sobre os muscarínicos. Atualmente,apenas o betanecol e a pilocarpina são utilizados na prática clínica.As características-chave da molécula da Ach importantes para sua atividade são o grupo amino quaternário, que possui uma carga positiva, e o grupo éster, que apresenta uma carga negativa parcial e é suscetível à hidrólise rápida pela colinesterase.as variantes da estrutura éster da colina têm o efeito de reduzir a suscetibilidade do composto à hidrólise pela colinesterase e de alterar a atividade relativa sobre os receptores muscarínicos e nicotínicos. Efeitos dos agonistas muscarínicos: -Efeitos cardiovasculares. Incluem a diminuição do débito cardíaco e da freqüência cardíaca. Também ocorre vasodilatação generalizada (efeito mediado pelo óxido nítrico), o que causa diminuição da pressão arterial. -Efeitos sobre o músculo liso. O músculo liso, com exceção do músculo liso dos vasos, contraise em resposta aos agonistas muscarínicos. A atividade peristáltica do trato gastrintestinal aumenta, o que pode causar dor em cólica, e a bexiga e a musculatura dos brônquios também se contraem. -Efeitos sobre as secreções sudorípara, lacrimal, salivar e brônquica. Essas secreções resultam da estimulação de glândulas exócrinas. O efeito combinado da secreção brônquica com a constrição dos brônquios pode interferir na respiração. Os agonistas muscarínicos são utilizados principalmente no tratamento do glaucoma, por meio da instilação local na forma de colírio. A pilocarpina é o fármaco mais eficaz, visto que, por ser uma amina terciária, é capaz de atravessar a membrana conjuntiva. O betanecol é utilizado muito ocasionalmente para auxiliar no esvaziamento da bexiga ou para estimular a motilidade gastrintestinal. Agonistas nicotínicos Estimulam a abertura do canal do receptor nicotínico de ACh e produzem despolarização da membrana celular. Atuam nos receptores nicotínicos ganglionares e da placa motora. • NICOTINA (Nicotiana tabacum) – afeta principalmente os gânglios autonômicos; • SUCCINILCOLINA (SUXAMETÔNIO) – agente bloqueador despolarizante utilizado para induzir paralisia durante cirurgias. Age diretamente nos receptores nicotínicos e produzem bloqueio por persistir na junção neuromuscular e ativar continuamente os canais dos receptores nicotínicos. Proporciona breve período de excitação com fasciculações nas células musculares, seguida de paralisia flácida (receptores nicotínicos abertos mantendo a membrana celular despolarizada, inativando os canais de sódio regulados por voltagem); • DEXAMETÔNIO – mecanismo despolarizante semelhante à succinilcolina; sendo a duração da ação mais prolongada. Esses agentestêm como efeitos indesejáveis: bradicardia (evitada com administração intravenosa de atropina); hipocalemia (perda de potássio pelo músculo) que resulta em disritmia ventricular ou parada cardíaca; aumento da pressão intraocular; paralisia prolongada; hipertermia maligna; depressão respiratória; mialgia e rabdomiólise. FÁRMACOS PARASSIMPATOLÍTICOS Antagonistas muscarínicos Os antagonistas dos receptores muscarínicossão antagonistas competitivos cujas estruturas químicas geralmente contêm grupos éster e grupos básicos encontrados na mesma proporção encontrada na ACh, porém apresentam um grupo aromático volumoso no lugar do grupo acetil. Os dois compostos de ocorrência natural, a atropina e a escopolamina são alcalóides encontrados em plantas solanáceas. Trata-se de compostos de amônio quaternário suficientemente lipossolúveis para serem facilmente absorvidos no intestino ou no saco conjuntival e, vale destacar, para atravessar a barreira hematoencefálica.Os principais efeitos dos antagonistas muscarínicos são: inibição das secreções, taquicardia, midríase (pupila dilatada) e inibição da motilidade gastrintestinal. Antagonistas nicotínicos Esses agentes impedem seletivamente a ligação da ACh endógena nos receptores nicotínicos, antagonizando a despolarização das células musculares caracterizado como bloqueio não despolarizante. Muitos destes fármacos são utilizados como agentes adjuvantes da anestesia, associados com ventilação artificial, como tubocurarina, pancurônio, vecurônio, atracúrio, mivacúrio e galamina, que levam a paralisia motora. Os efeitos indesejáveis mais comuns são hipertensão, taquicardia, apneia, broncoespasmo, insuficiência respiratória, salivação e rubor. Tais efeitos podem ser revertidos pela administração de anticolinesterásicos. Fármacos como galamina e pancurônio podem também bloquear o receptor muscarínico no coração levando a taquicardia. Os agentes bloqueadores ganglionares trimetafan e mecamilamina são utilizados na clínica por via intravenosa na crise hipertensiva em pacientes com dissecção aórtica aguda, reduzindo a pressão arterial por meio da atenuação dos reflexos simpáticos. A utilização desses agentes pode proporcionar como efeitos indesejáveis ileoparalítico, parada respiratória, retenção urinária, hipotensão ortostática e sedação. Fármacos bloqueadores neuromusculares: Os fármacos capazes de bloquear a transmissão neuromuscular agem na região pré-sináptica, inibindo a síntese ou liberação de ACh, ou na região pós-sináptica. Na prática clínica, o bloqueio neuromuscular é utilizado apenas como um adjuvante da anestesia, quando a ventilação artificial está disponível; não consiste em uma intervenção terapêutica. Todos os fármacos empregados atuam interferindo na ação pós- sináptica da ACh e podem ser divididos em duas categorias: 1- Agentes bloqueadores não-despolarizantes, que agem bloqueando os receptores da ACh; 2- Agentes bloqueadores despolarizantes, que são agonistas dos receptores da ACh. Agentes bloqueadores não-despolarizantes: O curare é o maior exemplo, uma mistura de alcalóides encontrados em várias plantas da América do Sul. O componente mais importante é a tubocurarina. Atualmente, a tubocurarina é muito pouco utilizada na medicina clínica, pois foi substituída por fármacos sintéticos com melhores propriedades. Os mais importantes são opancurônio, o vecurônio e o atracúrio. Todas essas substâncias são compostas de amônio quaternário, o que significa que elas são pouco absorvíveis e em geral rapidamente eliminadas. Também não atravessam a placenta, característica importante para seu uso em anestesia obstétrica. A baixa absorção oral da tubocurarina permitiu que fosse empregada com segurança na caça de animais para alimentação.Todos os bloqueadores não-despolarizantes atuam como antagonistas competitivos dos receptores da ACh situados na placa terminal.Os efeitos dos agentes bloqueadores neuromusculares não- despolarizantes são principalmente resultantes da paralisia motora, embora alguns deles também produzem efeitos autônomos clinicamente significativos. Os primeiros a serem afetados são os músculo extrínsecos do olho (provocando visão dupla) e os pequenos músculos da face, dos membros e da faringe. Os músculos da respiração são os últimos a serem afetados e os primeiros a se recuperarem.O principal efeito colateral da tubocurarina é a queda da pressão arterial, resultante sobretudo do bloqueio ganglionar. Outro efeito é a liberação de histamina dos mastócitos, que também pode provocar broncoespasmos em indivíduos sensíveis. A liberação de histamina não está associada aos receptores nicotínicos. Agentes bloqueadores despolarizantes: succinilcolina em particular, verificou- se que essa substância produzia contrações espasmódicas transitórias (fasciculação) da musculatura esquelética antes de provocar o bloqueio.A succinilcolina, o único tipo de fármaco desse tipo utilizado em clínica, é capaz de produzirvários efeitos adversos importantes como bradicardia, liberação de potássio, aumento da pressão intra-ocular e paralisia prolongada. Outros: Fármacos que agem em nível pré-sináptico – Fármacos que inibem a síntese de acetilcolina. A etapa limitante da velocidade de síntese parece ser o transporte da colina para dentro da terminação nervosa. O hemicolínio bloqueia esse transporte e, conseqüentemente, inibe a síntese de ACh. Ele é útil como ferramenta experimental, mas não possui aplicação clínica. O vesamicol, que age bloqueando o transporte de ACh para dentro das vesículas sinápticas, tem efeito semelhante. Fármacos que inibem a liberação de acetilcolina: A liberação de acetilcolina por um impulso nervoso envolve a entrada de Ca++ na terminação nervosa: a elevação da [Ca++] estimula a exocitose e aumenta a velocidade de liberação quantual. Os agentes que inibem a entrada de Ca++ incluem o Mg++ e vários antibióticos aminoglicosídeos. A toxina botulínica atua especificamente inibindo a liberação de ACh, através do impedimento da fusão das membranas da vesícula de ACh e da terminação nervosa. A intoxicação botulínica causa paralisia parassimpática progressiva, com boca seca, visão turva e dificuldade para deglutição, seguidas de progressiva paralisia respiratória. Fármacos que intensificam a transmissão colinérgica: Os fármacos que intensificam a transmissão colinérgica atuam inibindo a colinesterase ou aumentando a liberação de ACh.Há dois tipos distintos de colinesterase, a acetilcolinesterase (AChE) e a butirilcolinesterase (BuChE), que possuem estruturas moleculares muito semelhantes, mas que diferem com relação à distribuição, à especificidade por substrato e às funções. Nas sinapses colinérgicas, a AChE ligada age hidrolisando o transmissor liberado e encerra sua ação rapidamente. A AChE solúvel também está presente nas terminações nervosas colinérgicas, onde parece ter um papel na regulação da concentração de ACh livre, e de onde pode ser secretada; a função da enzima secretada ainda não está clara. A AChE é bastante específica para a ACh e para ésteres muito semelhantes a ela.A butirilcolinesterase (pseudocolinesterase) apresenta uma ampla distribuição, sendo encontrada em tecidos como o fígado, pele, cérebro e musculatura lisa gastrintestinal, bem como no plasma, na sua forma solúvel. Não está particularmente associada às sinapses colinérgicas, e sua função fisiológica é incerta. A enzima plasmática tem importante papel na inativação de fármacos. A duração muito curta da ação da ACh administrada por via intravenosa é conseqüência de sua rápida hidrólise no plasma. Normalmente, a AChE e a BuChE mantêm a ACh do plasma em um nível indetectavelmente baixo, por essa razão a ACh é estritamente um neurotransmissor e não um hormônio. Fármacos que inibem a colinesterase: Os agentes anticolinesterásicosde ação periférica podem ser divididos em três grupos principais de acordo com a natureza de sua interação com o sítio ativo, que determina a duração da sua ação: 1- Anticolinesterásicos de ação curta; 2- Anticolinesterásico de duração média: englobam a neostigmina e a piridostigmina que são compostos de importância clínica, e a fisostigmina, uma amina terciária; 3- Anticolinesterásicos irreversíveis: sãocompostos de fósforo pentavalente que contêm um grupo lábil, como o fluoreto (no diflos), ou um outro grupo orgânico (no paration e no ecotiopato). A enzima fosforilada é geralmente muito estável. Com fármacos com o diflos, não ocorre uma hidrólise apreciável, e a recuperação da atividade enzimática depende da síntese de novas moléculas da enzima, um processo que pode levar semanas. O diflos e o paration são substâncias apolares voláteis com alta lipossolubilidade rapidamente absorvidas através das membranas mucosas e até mesma através da pele íntegra. Efeitos dos fármacos anticolinesterásicos – efeitos sobre as sinapses colinérgicas autonômicas. Esses efeitos refletem principalmente o aumento da atividade de ACh nassinapses pós-ganglionares parassimpáticas (aumento das secreções salivares, lacrimais, brônquicas e gastrintestinais; aumento da atividade peristáltica; broncoconstrição; bradicardia e hipotensão; constrição pupilar). Doses grandes são capazes de estimular, e posteriormente bloquear os gânglios autonômicos, produzindo efeitos autônomos complexos. O bloqueio , quando ocorre, consiste em um bloqueio por despolarização e está associado ao acúmulo de ACh no plasma e nos líquidos orgânicos. A intoxicação aguda por anticolinesterásicos causa bradicardia grave, hipotensão e dificuldade para respirar. Neurotoxicidade dos organofosforados: Muitos organofosforados podem provocar um tipo grave de desmielinização dos nervos periféricos, que causa fraqueza e comprometimento sensorial progressivos. Esse problema não é observado com os anticolinesterásicos utilizados na clínica, mas ocorre ocasionalmente no envenenamento acidental por inseticidas. Reativação da colinesterase: A hidrólise espontânea da colinesterase fosforilada é extremamente lenta, o que torna o envenenamento por organofosforados muito perigoso. A pralidoxima reativa a enzima ao levar um grupo oximaa estrita proximidade do sítio esterásicofosforilado. Esse grupo tem forte ação nucleofílica, que atrai o grupo fosfato e o afasta do grupo da hidroxila da serina da enzima. A principal desvantagem no emprego dessa substância como antídoto para o envenenamento por organofosforados consiste no fato de que, em poucas horas, a enzima fosforilada sofre alteração química (‘’envelhecimento’’) que a torna não mais suscetível à reativação; por essa razão, a pralidoxima precisa ser administrada o mais cedo possível para que funcione. Efeitos dos fármacos bloqueadores ganglionares: Como seria de se esperar, os efeitos dos fármacos bloqueadores são numerosos e complexos, pois ambas as divisões do sistema nervoso autônomo são bloqueadas de modo indiscriminado.Na prática os efeitos importantes são aqueles que afetam o sistema cardiovascular. Uma queda acentuada da pressão arterial resulta principalmente do bloqueio dos gânglios simpáticos, que causa vasodilatação arteriolar. A maioria dos reflexos cardiovasculares está bloqueada. Em particular, a venoconstrição, que ocorre normalmente quando uma pessoa fica em pé e é necessária para impedir que a pressão venosa central caia abruptamente, está reduzida. O ato de ficar em pé, portanto, causa queda súbita do débito cardíaco e da pressão arterial (hipotensão postural) que podem causar desmaios.Por causa dos inúmeros efeitos colaterais que produzem, os fármacos que bloqueiam os gânglios estão clinicamente obsoletos, com exceção da trimetafana, uma fármaco de ação muito curta que pode ser administrado na forma de infusão intravenosa em certos tipos de procedimento anestésico. Substancias adrenérgicas e antagonistas Fármacos agonistas adrenérgicos/ simpaticomiméticos/ adrenomiméticos/ adrenérgicos Constituem os fármacos que estimulam direta ou indiretamente os receptores adrenérgicos ou adrenoreceptores. O efeito de um fármaco agonista adrenérgico administrado em determinado tipo de célula efetora depende da seletividade desta droga pelos receptores, assim como, das características de resposta das células efetoras, e, do tipo predominante de receptor adrenérgico encontrado nas células. Muitos medicamentos simpaticomiméticos também estão incluídos no grupo dos fármacos vasoativos (como a adrenalina, noradrenalina, metaraminol, fenilefrina, metoxamina, e, outros). Os fármacos vasoativos são conceituados como os fármacos que podem afetar o músculo liso vascular, atuando diretamente sobre as células musculares lisas, ou indiretamente, por exemplo, sobre as células endoteliais, sobre terminações nervosas simpáticas ou sobre osistema nervoso central. Outros fármacos vasoativos como os vasodilatadores, e, os inotrópicos. São conhecidos cinco grupos de adrenoceptores ou receptores adrenérgicos: Alfa 1 – alfa 2 – beta 1 – beta 2 - beta 3. Estes adrenoceptores quando são ativados apresentam os seguintes efeitos: Alfa 1: Vasoconstrição – aumento da resistência periférica – aumento da pressão arterial –midríase – estimulo da contração do esfíncter superior da bexiga – secreção salivar –glicogenólise hepática – relaxamento do músculo liso gastrintestinal. Alfa 2: Inibição da liberação de neurotransmissores, incluindo a noradrenalina – inibição da liberação da insulina – agregação plaquetária – contração do músculo liso vascular. Beta 1: Aumento da freqüência cardíaca (taquicardia) – aumento da força cardíaca (da contratilidade do miocárdio) – aumento da lipólise. Beta 2: Broncodilatação – vasodilatação – pequena diminuição da resistência periférica – aumento da glicogenólise muscular e hepática – aumento da liberação de glucagon – relaxamento da musculatura lisa uterina – tremor muscular. Beta 3 - Termogênese e lipólise. Os agonistas adrenérgicos podem ser de: ação direta – ação indireta – ação mista. 1.Agonistas de ação direta - São os que atuam diretamente nos receptores adrenérgicos alfa ou beta produzindo efeitos semelhantes ou liberando a adrenalina pela medula adrenal. Os fármacos de ação direta são: adrenalina – noradrenalina – isoproterenol – fenilefrina –dopamina – dobutamina – fenilefrina – metoxamina – clonidina – metaproterenol ou orciprenalina – terbutalina – salbutamol ou albuterol. As aminas simpaticomiméticas adrenalina, noradrenalina, isoproterenol, e, dopamina são denominadas de catecolaminas porque contém o grupamento catecol que corresponde ao diidroxibenzeno (anel benzeno). As catecolaminas possuem rápido inicio de ação, entretanto, a duração é breve, e, não devem ser administradas por via oral devido serem metabolizadas pelas enzimas COMT e MAO presentes no trato intestinal. Os agonistas adrenérgicos não-catecolaminaspodem ser administradas por via oral, e, possui maior duração. FÁRMACOS AGONISTAS DE AÇÃO DIRETA. ADRENALINA. (Epinefrina) (Adrenalina)( Bupiabbot)(Hydren). Também conhecida como epinefrina, estimula predominantemente o receptor adrenérgico beta 1, (embora também tenha ação sobre o receptor alfa 1, e, outros receptores) Aumenta a força de contração do miocárdio e a freqüência cardíaca. Como a adrenalina contrai as arteríolas da pele, das membranas mucosas (sobre receptores alfa), e, ao mesmo tempo provoca a dilatação dos vasos sangüíneos do fígado e musculatura esquelética, ocorre aumento da pressão sistólica e pequena diminuição da pressão diastólica (é um dos vasopressores mais potentes). Provoca a elevação da glicemia devido estimular a glicogenólise, e, inibir a secreção da insulina. Também provoca alipólise transformando triglicerídeos em ácidos graxos. É utilizada como terapêutica inicial no tratamento da asma aguda (causa broncodilatação em potencial), e, do choque anafilático. Como possui alguns efeitos fisiológicos opostos aos produzidos pela histamina, a adrenalina também é utilizada no tratamento das reações alérgicas causadas pela liberação de histamina (um sinal importante da reação sistêmica anafilática no paciente é o prurido generalizado). Na anestesia local pode ser utilizada (1:100.000 partes de adrenalina) aumentando a duração da anestesia devido a vasoconstrição que provoca reduzindo o fluxo sangüíneo local na região em for administrada (reduz a velocidade de absorção do anestésico). Em oftalmologia é utilizada no tratamento do glaucoma. A via de administração pode ser venosa (em emergência), subcutânea, cânula endotraqueal, inalação, e, ocular (glaucoma), entretanto, as catecolaminas não devem ser administradas por via oral devido serem inativadas pelas enzimas intestinais. Efeitos adversos: Arritmia cardíaca – hemorragia (devido ao aumento da pressão arterial) –hiperglicemia - ansiedade, pânico, cefaléia e tremores (ações no SNC). Pode também provocar o edema pulmonar. Em pacientes com hipertireoidismo a dose deve ser reduzida, pois, aumenta as ações cardiovasculares. Podem ocorrer interações medicamentosas com a digoxina aumentando as arritmias, e, com bloqueadores adrenérgicos aumentando ou diminuindo a pressão arterial e/ou a freqüência cardíaca. NORADRENALINA. Também denominada de levarterenol e de norepinefrina, na terapêutica a noradrenalina é utilizada no tratamento do choque, entretanto, seu uso vem sendo questionado devido aos efeitos adversos, como disritmias ventriculares, intensa vasoconstrição e hipertensão arterial. Sua ação ocorre predominantemente sobre o receptor adrenérgico alfa 1 e beta. Nunca é utilizada no tratamento da asma. Provoca aumento da pressão arterial sistólica e diastólica devido a vasoconstrição da maioria dos vasos sangüíneos incluindo do rim. ISOPROTERENOL (Isuprel). Consiste em uma catecolamina sintética que estimula (agonista) predominantemente os receptores adrenérgicos beta 1 e beta 2. Utilizado no tratamento do bloqueio átrio-ventricularou da parada cardíaca, pois, provoca a estimulação cardíaca (através dos receptores beta-1). Embora produza rápida broncodilatação (através dos receptores beta-2) que deve ser por via inalatória, pouco tem sido usado no tratamento da asma, devido aos efeitos adversos semelhantes aos da adrenalina. A forma injetável é usada no tratamento do choque. O isoproterenol tem ação considerada curta porque é eficientemente biotransformada pelo COMT. DOPAMINA (Dopamin) (Revivan). Estimula predominantemente os receptores adrenérgicos alfa (em doses altas) e beta 1 (em doses baixas). Consiste no precursor metabólico da adrenalina, e, ocorre normalmente no SNC, nos gânglios de base e na medula adrenal. A dopamina é fármaco de escolha para o tratamento do choque, tem sido também usada no tratamento da insuficiência cardíaca congestiva. Aumentando a pressão sangüínea devido à estimulação do coração (no receptor beta 1), e, aumenta a circulação sangüínea renal e do baço. No rim aumenta a filtração glomerular provocando a diurese de sódio. A única via de administração é intravenosa em infusão, inclusive pode causar necrose tecidual em conseqüência do extravasamento durante a infusão. Não deve ser diluída em solução alcalina (bicarbonato de sódio), podendo ser diluída em soro fisiológico 0,9%, mas, preferencialmente, em soro glicosado 5%. A alcalinização das soluções de adrenalina ou dopamina com bicarbonato produz a formação de pigmentos escuros (semelhantes à melanina) provenientes de pequena fração de catecolamina ativada, além da possibilidade de formar precipitado que pode obstruir a via de infusões, e, formar êmbolos. Como a dopamina é metabolizada pelo ácido homovanílico, seus efeitos adversos são fugazes, como a hipertensão, náusea e arritmia. Os sinais clássicos do choque cardiogênico são: Hipotensão arterial, pulso rápido e fraco, hipóxia ou anóxia cerebral, diminuição do débito urinário, e, pele fria e úmida. DOBUTAMINA (Dobutrex) (Inotam) Agonista de receptores B1, e, catecolamina sintética. Usada na insuficiência cardíaca congestiva possui vantagem sobre outros fármacos simpaticomiméticos porque não aumenta significativamente o consumo de oxigênio, aumenta o débito tendo discreta alteração da freqüência cardíaca. Devido aumentar a condução atrioventricular, deve ser utilizada com cuidado na fibrilação atrial. Pode ocorrer tolerância com o uso prolongado, e, possui outros efeitos adversos semelhantes aos da adrenalina, como o aumento da pressão arterial. Ambos os fármacos, tanto a dopamina como a dobutamina, apresentam meia-vida curta em cerca de dois minutos, e, com duração da ação com tempo inferior a 10 minutos. A dobutamina não estimula a liberação endógena de noradrenalina (ao contrário da dopamina), e, não tem efeito sobre os receptores dopaminérgicos. A única via de administração é intravenosa em infusão. Não deve ser diluída em solução alcalina (bicarbonato de sódio), podendo ser diluída em soro fisiológico 0,9% ou soro glicosado 5% ou dextrose 5% ou água estéril. FENILEFRINA. Mais usado em associações (Naldecon) (Coristina) (Resprin) Consiste em um fármaco vasoconstritor sintético que a aumenta a pressão tanto sistólica quanto diastólica. Agonista principalmente dos receptores alfa 1. Utilizado como descongestionante nasal, tratamento da midríase, para aumento da pressão arterial, e, para interrupção de episódios de taquicardia supraventricular. A via de administração: oral e intranasal. Em doses elevadas, pode ocorrer cefaléia hipertensiva e irregularidades. METOXAMINA. Adrenérgico sintético e agonista preferencial dos receptores alfa 1, causando vasoconstrição provocando aumento da resistência periférica total. Usada no tratamento da (alívio) taquicardia supraventricular paroxística, e, para controlar a hipotensão durante a cirurgia provocada pelo anestésico halotano. A cefaléia hipertensiva e os vômitos são os efeitos adversos. Mas não tem tendência a provocar arritmias cardíacas, o que ocorre com a maioria dos demais fármacos adrenérgicos. CLONIDINA. (Nomes comerciais: Atensina - Catapresan) Agonista parcial dos receptores alfa 2, com a ação no SNC, levando ao antagonismo aos receptores a nível central, portanto, reduzindo as descargas simpáticas, sendo usada no tratamento da hipertensão arterial; enxaqueca, e, para aliviar os sintomas da abstinência deopiáceos ou benzodiazepínicos. Os pacientes hipertensos com complicação renal também podem usar clonidina, pois, não deprime a filtração glomerular, entretanto, deve ser associada a um diurético porque retém sódio e água. A via de administração é oral. Os efeitos adversos são: hipotensão ortostática, sonolência, edema e ganho de peso, hipertensão de rebote. Para evitar o efeito rebote (que ocorre após 6 a 7 dias de tratamento) deve ser retirada lentamente (reduzindo gradualmente as doses). Atualmente, a tem sido recomendada a administração pré-operatória de clonidina para pacientes que será submetido à cirurgia vascular importante, em dose única por via oral devido este fármaco proporcionar efeitos benéficos como: Diminuição da ansiedade préoperatória, e, da freqüência cardíaca basal, atenuar a resposta do sistema nervoso simpático à intubação, diminuir as necessidades intra-operatórias de agentes inaláveis, e, de narcóticos, além de reduzir as variações da freqüência cardíaca, e, da pressão arterial. 2.Agonistas de ação indireta – são os que não afetam diretamente os receptores pós-sinápticos,mas provocam a liberação de noradrenalina dos terminais adrenérgicos. Os fármacosde ação indireta são: anfetamina – tiramina. ANFETAMINAS. Alguns autores classificam também as anfetaminas como medicamentos do grupo dos Estimulantes do Sistema Nervoso Central considerado como Estimulantes psicomotores, e, com indicações terapêuticas muito limitadas. Os principais derivados da anfetamina constituem a dietilpropiona (ou anfepramona), mazindol, metanfetamina, fenmetrazina, femproporex. Ações das anfetaminas: Inibidor da MAO – estimula liberação de noradrenalina (e dopamina em doses altas) penetra no terminal neuronal,, deslocando a noradrenalina, e, assim, aumenta a ação da noradrenalina (e dopamina em doses altas) penetra no terminal neuronal,, deslocando a noradrenalina, e, assim, aumenta a ação deste neurotransmissor nos adrenoceptores – estimulante central – vasoconstrição da rede vascular – contração do músculo radial da íris - degeneração de neurônios cerebrais Usos terapêuticos: As anfetaminas tem sido recomendadas no tratamento de crianças com síndrome de atenção deficiente, obesidade grave, e, narcolepsia (distúrbio com incontrolável desejo de dormir, também denominada de hipersonia, sendo o metilfenidato mais recomendado no tratamento sob rigorosa indicação médica). Vias de administração: São administrados, e, bem absorvidos por via oral. Efeitos adversos: Hipertensão arterial – taquicardia – insônia – arritmias cardíacas – dor anginosa – distúrbios da percepção – midríase - dependência física e química - comportamento psicótico (também denominado psicose anfetamínica com quadro clínico agudo semelhante ao esquizofrenia, e, podendo ser tratada com clopromazina). São conhecidos por usuários como “bolinhas”, “rebite”, devendo ser lembrado que o uso indiscriminado ou sem a rigorosa análise antes da prescrição pode levar até a reações psicóticas graves, e, tem sido utilizados (principalmente no Brasil) de modo inapropriado para o controle do peso. A TIRAMINA não constitui um fármaco, embora seja amina um agonista adrenérgico de ação indireta devido estimular a liberação de noradrenalina. A tiramina, existente em alguns alimentos, como em alguns queijos e algumas frutas cítricas, e, também em vinhos (Chianti), estimula também a liberação de serotonina das plaquetas provocando a cefaléia tiramínica. Se o paciente estiver em uso de fármacos inibidores da MAO (que correspondem aos seguintes antidepressivos: fenelzina – isocarboxazida - tranilcipromina) pode ocorrer crise hipertensiva grave, pois, penetra no terminal neuronal,, deslocando a noradrenalina, e, assim, aumenta a ação deste neurotransmissor nos adrenoceptores. 3.Agonistas de ação mista – são os que ativam os receptores adrenérgicos na membrana póssináptica, e, causam a liberação de noradrenalina dos terminais pré-sinápticos (adrenérgicos). Os fármacos de ação mista são: efedrina – metaraminol Fármacos antagonistas adrenérgicos/ antiadrenérgicos/ bloqueadores adrenérgicos Os antagonistas adrenérgicos são também denominados de antiadrenérgicosou bloqueadores adrenérgicos, devido ligar-se aos receptores adrenérgicos, mas, impede que o agonista natural exerça sua atividade. Portanto, são os antagonistas competitivos que inibem direta ou indiretamente, de modo seletivo, certas respostas da atividade nervosa adrenérgica, da adrenalina, da noradrenalina e de outras aminas simpaticomiméticas. Pode- se também encontrar a citação de bloqueadores adrenérgicos neuronais como sinônimo deantiadrenérgicos ou o termo adrenolíticorelativo à droga que se opõe aos efeitos da adrenalina circulante, e, ainda, a palavra simpatolítico refere-se à droga que se apõe aos efeitos da atividades dos adrenérgicos. De acordo com o tipo de receptor e local de ação, os antiadrenérgicos também podem ser classificados em: Alfa-bloqueadores – beta-bloqueadores – fármacos que afetam a captura ou a liberação do neurotransmissor. Assim, de acordo com o receptor que tem sua ação diminuída ou inibida, os alfa- bloqueadores podem ser denominados também de: antialfa-adrenérgicos ou alfa-inibidores ou alfa-líticos, ou bloqueadores alfa. E, os beta-bloqueadores podem ser denominados também de antibeta-adrenérgicos ou betalíticos ou bloqueadores beta ou beta-inibidores. São conhecidos cinco grupos de adrenoceptores ou receptores adrenérgicos: Alfa 1 – alfa 2 – beta 1 – beta 2 - beta 3; os fármacos antagonistas adrenérgicos podem inibir ou diminuir, portanto, de acordo com o fármaco e o respectivo receptor, os seguintes efeitos: Alfa 1: Vasoconstrição – aumento da resistência periférica – aumento da pressão arterial – midríase – estimulo da contração do esfíncter superior da bexiga – secreção salivar – glicogenólise hepática – relaxamento do músculo liso gastrintestinal. Alfa 2: Inibição da liberação de neurotransmissores, incluindo a noradrenalina – inibição da liberação da insulina – agregação plaquetária – contração do músculo liso vascular. Beta 1: Aumento da freqüência cardíaca (taquicardia) – aumento da força cardíaca (da contratilidade do miocárdio) – aumento da lipólise. Beta 2: Broncodilatação – vasodilatação – pequena diminuição da resistência periférica – aumento da glicogenólise muscular e hepática – aumento da liberação de glucagon – relaxamento da musculatura lisa uterina – tremor muscular. Beta 3 - Termogênese e lipólise. Alfa-bloqueadores ou bloqueadores alfa-adrenérgicos. São os bloqueadores dos alfa-adrenoceptores, portanto, inibem as ações dos receptores alfa, e, levando a potente vasodilatação arterial. Estes fármacos não tem ação sobre os beta- receptores adrenérgicos. Assim, de acordo com o receptor que tem sua ação diminuída ou inibida, os alfa-bloqueadores podem ser denominados também de: antialfa-adrenérgicos ou alfa-inibidores ou alfa-líticos, ou bloqueadores alfa. Os alfa-bloqueadores que reduzem o tono da musculatura lisa da próstata e do colo da bexiga, são úteis no tratamento sintomático da hiperplasia benigna da próstata. Os principais FÁRMACOS ALFA-BLOQUEADORES são: Indoramina – prazosina – terazosina – doxazosina – fenoxibenzamina – fentolamina – tansulosina. Somente a fentolamina e a tansulosina são descritos inicialmente, enquanto os demais alfabloqueadores são estudados junto com os Fármacos Anti-Hipertensivos. Beta-bloqueadores. São os bloqueadores dos beta-adrenoceptores, portanto, inibem as ações dos receptores beta. Os beta-bloqueadores que atuam primariamente nos receptores beta-1, são denominados de cárdio-seletivos. Os beta-bloqueadores não seletivos atuam em receptores beta-1 e beta-2. Todos os beta-bloqueadores inibem de modo competitivo, os efeitos das catecolaminas no local do receptor beta. Ainda em relação aos betabloqueadores, não existe bloqueio total ou máximo. Os beta-bloqueadores podem ser denominados também de antibeta-adrenérgicos ou betalíticos ou bloqueadores beta ou beta-inibidores. Os principais FÁRMACOS BETA-BLOQUEADORES são: Propranolol – atenolol – sotalol – nadolol – metoprolol – acebutolol – labelatol – timolol – pindolol – esmolol. Todos estes fármacos serão estudados juntos com os Fármacos Anti-Hipertensivos. FÁRMACOS QUE AFETAM A LIBERAÇÃO OU A CAPTURA DO NEUROTRANSMISSOR: Metildopa – guanetidina – reserpina - carbidopa – imipramina – cocaína. Somente a carbidopa, a imipramina e a cocaína são descritos inicialmente, enquanto os demais serão estudados junto com os Fármacos Anti-Hipertensivos. CARBIDOPA (Carbidol)(Cronomet). Afeta a síntese de noradrenalina, e, inibe a dopamina-descarboxilase, além de aumentar a disponibilidade da levodopa no SNC diminuindo o metabolismo deste fármaco no trato gastrintestinal e nos tecidos periféricos, aumentando a ação de diminuir os tremores, a rigidez e outros sintomas do parkinsonismo.Usado no tratamento da Doença de Parkinson, e, administrada por via oral, pode provocar efeitos adversos como anorexia, náuseas, vômitos, taquicardia, e, hipotensão. IMIPRAMINA (Tofranil)(Depramina). Afeta a captação de noradrenalina. Usada no tratamento da depressão, e, da enurese noturna, podendo provocar efeitos adversos como sonolência, fadiga, sensação de inquietação. COCAÍNA. Afeta a captação de noradrenalina, utilizado como anestésico ocular, mas, podelevar a dependência, hipertensão e excitação.
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