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Farmacologia do sistema nervoso autonômo

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2º assunto 
FARMACOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO 
O Sistema Nervoso no organismo humano controla, e, coordena as funções 
de todos os sistemas do organismo como também, ao receber os devidos 
estímulos, tem a capacidade de interpretá-los, e, desencadear respostas 
adequadas aos respectivos estímulos. Enquanto muitas funções do sistema 
nervoso dependem da vontade (voluntários), muitas outras ocorrem sem que 
tenhamos a consciência (involuntários) dessa integração com o meio ambiente. 
O Sistema Nervoso é dividido em Sistema Nervoso Central (SNC), e, 
Sistema Nervoso Periférico (SNP). O SNC compreende o cérebro, o 
cerebelo, o bulbo, e, a medula espinal (ou espinhal). O Sistema Nervoso 
Periférico consiste em todos os neurônios aferentes (sensoriais), e, 
eferentes (motores). No Sistema Nervoso Periférico os nervos sensoriais e 
motores são constituídos por feixes de axônios. A maioria dos nervos é mista 
(sensitivos e motores). Os nervos são considerados cranianos quando partem 
do crânio, e, espinhais quando partem da medula. Os gânglios podem ser 
aferentes ou eferentes, sendo que os aferentes são os cranianos, e, espinhais. 
Os eferentes são autônomos. O Sistema Nervoso Periférico eferente se 
subdivide em Sistema Nervoso Somático (voluntário), e, Sistema Nervoso 
Autônomo (involuntário). O sistema nervoso autônomo é também chamado 
de visceral, vegetativo ou involuntário porque se encontra, em grande parte, 
fora da influência do controle voluntário, e, regula importantes processos do 
organismo humano como todas as secreções exócrinas e algumas endócrinas; 
a contração e o relaxamento da musculatura lisa; os batimentos cardíacos, e, 
certas etapas do metabolismo intermediário, como a utilização da glicose. 
Pode-se afirmar que, a função do Sistema Nervoso Autônomo, é a regulação 
do sistema cardiovascular, digestão, respiração, temperatura corporal, 
metabolismo, secreção de glândulas exócrinas, e, portanto, manter constante o 
ambiente interno (homeostase). A denominação de Sistema Nervoso 
Autônomo foi criada pelo fisiologista britânico John Langley (1853-1925), 
acreditando que os seus componentes funcionariam em considerável grau de 
independência do restante do sistema nervoso. O conceito demonstrou-se 
errado, e, outros nomes foram propostos. Mas nenhum deles mostrou-se mais 
apropriado prevalecendo o nome proposto por Langley. Embora para fins de 
estudo citamos apenas a divisão do sistema nervoso autônomo como 
parassimpático e simpático, pois, são incapazes de funcionar sem o sistema 
nervoso central (SNC), existe também o sistema nervoso entérico que possui 
capacidade de funcionar sem oSNC, e, consiste em neurônios situados nos 
plexos intramurais do trato gastrintestinal embora também receba influxos dos 
sistemas parassimpático e simpático. Os sistemas parassimpático, e, simpático 
exercem ações opostas em algumas situações, por exemplo, no controle da 
freqüência cardíaca, na musculatura gastrintestinal, mas, não exercem ações 
opostas em outras situações como em relação às glândulas salivares, e, o 
músculo ciliar. Enquanto a atividade simpática aumenta no estresse, a 
atividade parassimpática predomina durante o repouso, e, a saciedade. 
Embora os músculos ventriculares não sejam inervados pelo sistema 
parassimpático, este sistema tem significativo controle no nodo sinoatrial, e, no 
nodo atrioventricular. Assim, ambos os sistemas, em condições normais, 
exercem o controle fisiológico contínuo de órgãos específicos. No estudo da 
Farmacologia do Sistema Nervoso Autônomo deve ser lembrado que a inibição 
farmacológica de um sistema permite a predominância da atividade do sistema 
oposto. Os principais transmissores do sistema nervoso autônomo são: 
Acetilcolina (no sistema nervoso parassimpático), e, a noradrenalina (no 
sistema nervoso simpático). A comunicação entre células nervosas, ou seja, 
entre neurônios e órgãos efetuadores, ocorre através da liberação de sinais 
químicos (substancias químicas) específicos produzidos pelas terminações 
nervosas, denominados neurotransmissores. Esta liberação depende de 
processos provocados pela captação de íons cálcio e regulados pela 
fosforilação de proteínas plasmáticas. Existem receptores específicos para os 
neurotransmissores, pois, como são hidrofílicos, portanto, não lipossolúveis, 
não conseguem atravessar a membrana lipídica das células-alvo. Embora 
sejam neurônios considerados simpáticos, nem todos os neurônios pós-
ganglionares simpáticos liberam a noradrenalina, como por exemplo, os 
neurônios pós-ganglionares simpáticos que inervam as glândulas sudoríparas, 
e, alguns vasos sanguíneos nos músculos esqueléticos que liberam a 
acetilcolina em vez da noradrenalina. 
 
A via eferente autonômica é considerada bineuronal, simpática ou 
parassimpática, possuindoum neurônio pré-ganglionar, e, outro pós-
ganglionar.A sinapse chamada ganglionar é a que se situa nos gânglios 
nervosos entre os neurônios pré- epós-ganglionares, e, neurotransmissor das 
sinapses ganglionares, tanto simpáticas comoparassimpáticas, é a 
acetilcolina, que também é o neurotransmissor da sinapse neuroefetorado 
sistema parassimpático.O neurotransmissor da sinapse neuroefetora do 
sistema simpático é a noradrenalina. Osgânglios simpáticos consistem em 
duas cadeias de 22 gânglios dispostos de forma segmentar, laterais à coluna 
vertebral, assim, as fibras pré-ganglionares simpáticas, geralmente, são curtas 
(os gânglios simpáticos estão próximos à coluna vertebral), enquanto as fibras 
pós-ganglionares simpáticas, de modo geral, são longas, pois, surgem nos 
gânglios vertebrais, e,seguem em direção às células efetoras inervadas.Os 
neurônios que liberam a noradrenalina são denominados de neurônios 
adrenérgicos ounoradrenérgicos. Os neurônios que liberam a acetilcolina 
são denominados de neurônioscolinérgicos. 
 
#Sistema Parassimpático 
O sistema parassimpático é formado por algumas fibras que estão contidas nos 
parescranianos III, VII, IX e X, e, por outras fibras que emergem da região 
sacra da medulaespinhal. Esses nervos podem correr separadamente ou junto 
com alguns nervos espinhais.O mais importante nervo parassimpático é o 
vago (pneumogástrico), de ampladistribuição, que transporta as fibras 
parassimpáticas a praticamente todas as regiões docorpo com exceção da 
cabeça, e, das extremidades. A acetilcolina, que é um composto de amônio 
quaternário, é sintetizada no citosol doneurônio a partir da acetilcoenzima-A e 
da colina. A acetilcoenzima-A tem origemmitocondrial, mas, tem como 
substrato a glicose que leva ao piruvato, sendo este étransportado para dentro 
das mitocôndrias onde é convertido em acetil-CoA. A colina provémda fenda 
sináptica, extracelular. A colina atravessa a membrana do terminal axônico por 
ummecanismo de transporte ativo específico, sendo que a combinação da 
acetil-CoA à colina écatalisada pela colina-O-acetiltransferase também 
chamada colina-acetiltransferase (CAT).Depois de formada, a acetilcolina se 
armazena, por processo de transporte ativo acoplado aoefluxo de prótons, nas 
vesículas pré-sinápticas.As vesículas pré-sinápses, as mitocôndrias e a colina-
O-acetiltransferase derivam do soma do neurônio, sendo transportadas ao 
terminal axônico, provavelmente, pelos microtúbulos e neurofilamentos. No 
terminal axônico, as vesículas pré-sinápticas, contendo acetilcolina, esférica ou 
achatadas, de aspectoagranular, ficam concentradas até que haja estimulo ou 
potencial de ação, propagado pelos canais de sódio sensíveis à voltagem.A 
despolarização de uma terminação nervosa possibilita o influxo de cálcio 
através de canais voltagem-sensíveis. Este influxo de cálcio facilita a fusão da 
membrana vesicular com a membrana plasmática da terminação nervosa, 
resultando na extrusão do conteúdo das vesículas. A acetilcolina é inativada 
pela enzima acetilcolinesteraseque tem origem na membranapós-sináptica 
da sinapse colinérgica, e, também encontrada nas hemácias e na placenta. 
Esta enzima, que consiste em uma macromolécula protéica possuindo diversas 
subunidades,provoca a hidrólise da acetilcolina na neurotransmissão 
sináptica.Foi identificada a pseudocolinesterase(também conhecida como 
colinesterase inespecífica,colinesterase plasmática ou butiril colinesterase), 
mas, a sua função fisiológica ainda não foibem esclarecida, embora tenha ação 
sobre o metabolismo da succinilcolina, procaína, e,muitos outros ésteres.No 
sistema cardiovascular, doses pequenas de acetilcolina provocam 
vasodilatação nas redesvasculares mais importantes do organismo, entretanto, 
esta vasodilatação depende de umintermediário denominado óxido nítrico. A 
acetilcolina, assim, produz diminuição daspressões sistólica e diastólica, além 
de reduzir a freqüência cardíaca, produzindo abradicardia.No sistema 
respiratório, a acetilcolina, em doses pequenas produz broncoconstrição 
eaumento da secreção, o que pode desencadear crises asmáticas.No sistema 
urinário, a acetilcolina provoca contração e redução da capacidade da 
bexiga,enquanto no trato gastrintestinal provoca o aumento da motilidade e do 
tônus da musculaturalisa, podendo provocar náuseas e vômitos.Através do 
sistema autonômico simpático, a acetilcolina age nos receptores nicotínicos 
damedula supra-renal provocando a liberação de catecolaminas, como a 
adrenalina e anoradrenalina, o que em situações de estresse, aumenta a 
produção destas catecolaminas,provocando a vasoconstrição, elevação rápida 
da pressão arterial e aumento da frequência cardíaca.Os receptores 
colinérgicos são ou estão em macromoléculas encontradas nas membranas 
préepós-sinápticas, apresentando estruturas de proteínas 
específicas.Experiências comprovaram que a administração da muscarina que 
é o principio ativoextraído do cogumelo venenoso Amanita muscariaproduzem 
ações semelhantes as daacetilcolina em determinados receptores situados em 
alguns órgãos efetores sendodenominados de receptores muscarínicos(ou 
seja, nos mesmos receptores onde a acetilcolinaage).E, verificou-se também 
que administrando a atropina ocorre o bloqueio das açõesestimuladas pela 
acetilcolina ou muscarina nos receptores muscarínicos, mas em 
outrosreceptores a administração da acetilcolina (mesmo logo após o bloqueio 
pela atropina) ocorrea produção de efeitos semelhantes aos da nicotina, 
assim, podemos afirmar que no sistemaparassimpático ou transmissão 
colinérgica existem dois tipos de receptores nos órgãosefetuadores que são 
denominados de receptores muscarinicos, e, receptores nicotínicos.Esses 
termos, nicotínicos ou muscarínicos, lembram as ações e os efeitos da 
nicotina, e,da muscarina.Portanto, no efetor, para obtermos uma resposta à 
estimulação colinérgica, deve existir umreceptor farmacológico do tipo 
muscarínico ou nicotínico.Os receptores colinérgicos são classificados em dois 
grupos: 
Receptores nicotínicos/N-colinérgicos e receptores muscarínicos/M-
colinérgicos 
Podemos, então, associar as ações e efeitos da nicotina e denominar de ações 
e efeitosnicotínicos de acetilcolina, quando referimos aos seguintes locais: 
Sinapse colinérgica entre neurônio e músculo estriado (placa mioneral); e, 
sinapse colinérgica ganglionar, entreneurônio pré-ganglionar e neurônio pós-
ganglionar, tanto do sistema parassimpático como dosimpático.Os receptores 
nicotínicos (estão diretamente acoplados aos canais catiônicos) 
sãoclassificados em dois grupos: musculares, e, neuronais.Enquanto os 
receptores ou tipos musculares (Nm) são encontrados na junção 
neuromuscularesquelética; os receptores ou tipos neuronais (Nn) são 
encontrados principalmente no cérebro,e, em gânglios autônomos, e, 
terminação nervosa sensorial. Como estes receptores existemna junção 
neuromuscular esquelética, portanto, na transmissão neuromuscular, as ações 
daacetilcolina são inibidas pelos bloqueadores neuromusculares como a 
tubocurarina, opancurônio, o rocurônio. Os receptores muscarínicos(estão 
acoplados a proteína G) são classificados em: M1 ouneural, M2 ou cardíacos, 
e, M3 ou glandular. Existem mais dois tipos de receptoresmuscarínicos que 
ainda não estão bem caracterizados.O receptores M1 ou neurais produzem 
excitação (lenta) dos gânglios (entéricos e autônomos),das células parietais 
(estômago), e, do SNC (córtex e hipocampo).O receptores M2 ou cardíacos 
são encontrados nos átrios e provocam redução da freqüênciacardíaca e força 
de contração dos átrios. Estes receptores também agem na inibição pré-
sináptica.Os receptores M3 ou glandulares causam a secreção, contração da 
musculatura lisa vascular,e, relaxamento vascular (agindo no endotélio 
vascular). 
 
#Sistema Simpático 
O sistema simpático se origina em neurônios localizados na medula 
toracolombar. Os axôniosdessas células emergem da medula pelas raízes 
ventrais e se estendem até uma série degânglios simpáticos que se encontram 
em diferentes regiões do corpo. Alguns gânglios selocalizam no pescoço e no 
abdome, porém a maior parte se encontra na região torácica. Essesúltimos 
formam a cadeia simpática lateral.Os neurônios adrenérgicos liberam como 
neurotransmissor a noradrenalina. No sistemasimpático, a noradrenalina, 
portanto, é o neurotransmissor dos impulsos nervosos dos nervosautonômicos 
pós-ganglionares para os órgãos efetuadores.A noradrenalina é formada a 
partir do aminoácido tirosina, de origem alimentar, que chegaaté aos locais da 
biossíntese, como à medula adrenal, às células cromafins e às fibrassinápticas 
através da corrente sangüínea. A tirosina é transportada para o citoplasma 
doneurônio adrenérgico através de um carregador ligado ao sódio (Na+).A 
enzima tirosina hidroxilase transforma a tirosina em DOPA 
(diidroxifenilalanina).A DOPA é transformada em dopamina através da enzima 
DOPA descarboxilase (tambémdenominada L-amino-descarboxilase ácida 
aromática)A dopamina recebendo a ação da enzima dopamina-beta-
hidroxilase, transforma a dopaminaem noradrenalina.A transformação da 
noradrenalina em adrenalina ocorre, em maioria, na medula 
suprarenalatravés da enzima feniletanolamina-N-metil-transferase.Depois de 
sintetizada, a noradrenalina é armazenada em forma ligada, no interior 
dasvesículas, com ATP e com um grupo de proteínas heterogêneas chamadas 
cromograninas,constituindo um complexo que não se difunde, sendo, portanto, 
inativo. Ao lado dessanoradrenalina ligada existe outra forma (ou outras 
formas) de noradrenalina frouxamenteligada, ou mesmo livre, nos terminais 
axônicos e nas vesículas de depósito.As vesículas pré-sinápticas que 
armazenam a noradrenalina se concentram, principalmente,no terminal 
adrenérgico. As vesículas que armazenam noradrenalina podem ainda 
serencontradas na medula supra-renal e até mesmo em certos órgãos sem 
inervação adrenérgica.As vesículas também encerram dopamina-beta-
hidroxilase, (a enzima que transforma adopamina em noradrenalina).Depois 
que interage com seus receptores, situados na células pós-sináptica e na 
célula pré-sináptica,o neurotransmissor adrenérgico deve ser inativado 
rapidamente. Se isso nãoacontecesse, haveria excesso de sua ação, destruiria 
a homeostase e levaria a exaustão doorganismo. A inativação da noradrenalina 
ocorre por dois processos: enzimático e recapitação.As enzimas Monoamina 
oxidase (MAO), e, a Catecol-O-metiltransferase (COMT)inativam a 
noradrenalina.A MAO é uma enzima desaminadora que retira grupamento NH2 
de diversos compostos,como noradrenalina, adrenalina, dopamina, serotonina. 
A MAO localiza-se nas mitocôndriasdos neurônios, e, em tecidos não neurais, 
como o intestinal e o hepático, e, oxida anoradrenalina transformando no ácido 
vanilmandélico.Existem duas formas moleculares de MAO: A que possui 
preferência de substrato para a 5-HT, denominada MAO-A (constituindo o 
principal alvo dos antidepressivosinibidores damonoaminoxidase), e, existe 
também a MAO-B que possui preferência de substrato para afeniletilamina, 
sendo que ambas as enzimas atuam sobre a noradrenalina e a dopamina.A 
COMT, abundante no fígado, transforma a noradrenalina em compostos 
metametilados,metanefrina e normetanefrina. A COMT regula principalmente 
as catecolaminas circulantes. 
As terminações nervosas adrenérgicas tem a capacidade também de 
recapturar a noradrenalinaatravés da fenda sináptica, mediante um sistema 
metabólico transportador, sendo armazenadanovamente nas vesículas pré-
sinápticas, também através de outro sistema de transporte.Os receptores 
adrenérgicos ou adrenoceptores reconhecem a noradrenalina, e, iniciam 
umaseqüência de reações na célula, o que leva a formação de segundos 
mensageirosintracelulares, sendo considerados os transdutores da 
comunicação entre a noradrenalina e aação gerada na célula efetuadora. 
São conhecidos cinco grupos de adrenoceptores ou receptores 
adrenérgicos: Alfa 1 – alfa2 – beta 1 – beta 2 - beta 3. 
Estes adrenoceptores quando são ativados apresentam os seguintes efeitos: 
Alfa 1: Vasoconstrição – aumento da resistência periférica – aumento da 
pressão arterial –midríase – estimulo da contração do esfíncter superior da 
bexiga – secreção salivar –glicogenólise hepática – relaxamento do músculo 
liso gastrintestinal. 
Alfa 2: Inibição da liberação de neurotransmissores, incluindo a noradrenalina 
– inibição daliberação da insulina – agregação plaquetária – contração do 
músculo liso vascular. 
Beta 1: Aumento da freqüência cardíaca (taquicardia) – aumento da força 
cardíaca (dacontratilidade do miocárdio) – aumento da lipólise. 
Beta 2: Broncodilatação – vasodilatação – pequena diminuição da resistência 
periférica –aumento da glicogenólise muscular e hepática – aumento da 
liberação de glucagon –relaxamento da musculatura lisa uterina – tremor 
muscular. 
Beta 3 - Termogênese e lipólise. 
 
Princípios gerais da neurotransmissão simpática e parassimpática 
Etapas da neurotransmissão: 
 Síntese e armazenamento 
 Liberação na fenda sináptica 
 Difusão e reconhecimento pelos receptores pós-sináptico 
 Transdução do sinal 
 Transmissão rápida 
 Transmissão lenta 
 Recaptura do transmissor 
 Desativação do neurotransmissor 
 
Transmissão adrenérgica (simpática) 
Os impulsos nervosos são transmitidos nas sinapses através da liberação de 
substânciasquímicas chamadas neurotransmissores. Quando um impulso 
nervoso ou potencial de açãoalcança o fim de um axônio pré-sináptico, as 
moléculas dos neurotransmissores são liberadasno espaço sináptico. Os 
neurotransmissors constituem um grupo variado de compostosquímicos.A 
transmissão sináptica refere-se à propagação dos impulsos nervosos de uma 
célula nervosaa outra. Isso ocorre em estruturas celulares especializadas, 
conhecidas como sinapses naqual o axônio de um neurônio pré-sináptico 
combina-se em algum local com o neurônio pós-sináptico.A ponta do axônio 
pré-sináptico, que se justapõe ao neurônio pós-sináptico, éaumentada e forma 
uma estrutura chamada de botão terminal. Um axônio pode fazer contatoem 
qualquer lugar do segundo neurônio: nos dendritos (uma sinapse axo-
dendrítica), no corpocelular (uma sinapse axo-somática) ou nos axônios (uma 
sinapse axo-axônica).Os neurônios adrenérgicos liberam como 
neurotransmissor a noradrenalina (tambémconhecida como norepinefrina).No 
sistema simpático, a noradrenalina, portanto, é o neurotransmissor dos 
impulsos nervososdos nervos autonômicos pós-ganglionares para os órgãos 
efetuadores.A noradrenalina é formada a partir do aminoácido tirosina, de 
origem alimentar, que chegaaté aos locais da biossíntese, como à medula 
adrenal, às células cromafins e às fibrassinápticas através da corrente 
sangüínea. A tirosina é transportada para o citoplasma doneurônio adrenérgico 
através de um carregador ligado ao sódio (Na+).A enzima tirosina hidroxilase 
transforma a tirosina em DOPA (diidroxifenilalanina).A DOPA é transformada 
em dopamina através da enzima dopa descarboxilase (tambémdenominada L-
amino-descarboxilase ácida aromática), sendo, então, a DOPA descarboxilada 
para se transformar em dopamina.A dopamina recebendo a ação da enzima 
dopamina-beta-hidroxilase, transforma a dopaminaem noradrenalina.A 
transformação da noradrenalina em adrenalina (também conhecida 
comoepinefrina). Ocorre, em maioria, na medula supra-renal através da enzima 
feniletanolamina-Nmetil-transferase.Depois de sintetizada, a noradrenalina é 
armazenada em forma ligada, no interior dasvesículas, com ATP e com um 
grupo de proteínas heterogêneas chamadas cromograninas,constituindo um 
complexo que não se difunde, sendo, portanto, inativo. Ao lado 
dessanoradrenalina ligada existe outra forma (ou outras formas) de 
noradrenalina frouxamenteligada, ou mesmo livre, nos terminais axônicos e nas 
vesículas de depósito.As vesículas pré-sinápticas que armazenam a 
noradrenalina se concentram, principalmente,no terminal adrenérgico. As 
vesículas que armazenam noradrenalina podem ainda serencontradas na 
medula supra-renal e até mesmo em certos órgãos sem inervação 
adrenérgica.As vesículas também encerram dopamina-beta-hidroxilase, (a 
enzima que transforma adopamina em noradrenalina).Depois que interage com 
seus receptores, situados na células pós-sináptica e na célula présináptica,o 
neurotransmissor adrenérgico deve ser inativado rapidamente. Se isso não 
acontecesse, haveria excesso de sua ação, destruiria a homeostase e levaria a 
exaustão doorganismo. A inativação da noradrenalina dois processos: 
enzimático e recapitação.Além de seus efeitos como neurotransmissores, a 
norepinefrina e a epinefrina podeminfluenciar a taxa metabólica. Essa 
influência funciona tanto pela modulação da funçãoendócrina como a secreção 
de insulina, e, pelo aumento da taxa de glicogenólise e amobilização de acidos 
graxos.As enzimas Monoamina oxidase (MAO), e, a Catecol-O-
metiltransferase (COMT)inativam a noradrenalina.A MAO é uma enzima 
desaminadora que retira grupamento NH2 de diversos compostos,como 
noradrenalina, adrenalina, dopamina, serotonina. A MAO localiza-se nas 
mitocôndriasdos neurônios, e, em tecidos não neurais, como o intestinal e o 
hepático, e, oxida a 
noradrenalina transformando no ácido vanilmandélico,A COMT, abundante no 
fígado, transforma a noradrenalina em compostos metametilados,metanefrina e 
normetanefrina. A COMT regula principalmente as catecolaminas circulantes. 
As terminações nervosas adrenérgicas têm a capacidade também de 
recapturar a noradrenalinaatravés da fenda sináptica, mediante um sistema 
metabólico transportador, sendo armazenadanovamente nas vesículas pré-
sinápticas, também através de outro sistema de transporte.Os receptores 
adrenérgicos ou adrenoceptores reconhecem a noradrenalina e iniciam 
umaseqüência de reações na célula, o que leva a formação de segundos 
mensageirosintracelulares, sendo considerados os transdutores da 
comunicação entre a noradrenalina e aação gerada na célula 
efetuadora.Condições como o exercício, o frio, o trauma, o pânico e a 
hipoglicemia ativam os neurôniossimpáticos. 
Ações do sistema nervoso autônomo simpático: 
Contração do músculo liso da pálpebra superior (elevação da pálpebra) 
Vasoconstrição da glândula lacrimal 
Contração do músculo radial da íris (midríase) 
Secreção viscosa (escassa) das glândulas salivares 
Aumento da freqüência cardíaca 
Relaxamento dos músculos lisos dos brônquios 
Broncodilatação 
Dilatação da traquéia 
Diminuição do tono muscular e da motilidade gastrintestinal 
Contração dos esfíncteres intestinais 
Contração da cápsula do baço 
Liberação de ácidos graxos no sangue 
Relaxa o músculo dextrusor da bexiga 
Contração do trígono e esfíncter (bexiga) 
Aumento do tônus e motilidade do ureter 
Estimula a ejaculação 
Transmissão colinérgica(parassimpática) 
A acetilcolina age em dois receptores diferentes: muscarínicos e nicotínicos. As 
ações muscarínicas assemelham-se muito aos efeitos da estimulação 
parassimpática. Após bloqueio os efeito dos receptores muscarínicos pela 
atropina, doses maiores de ACh produzem outro conjunto de efeitos, muito 
semelhante aos efeitos causados pela nicotina. Tais efeitos incluem: 
1- A estimulação de todos os gânglios autônomos 
2- A estimulação da musculatura voluntária 
3- A secreção de adrenalina pela medula das supra-renais 
Uma dose grande de ACh, administrada após a atropina, produz efeitos 
nicotínicos: uma elevação inicial da pressão arterial, decorrente da estimulação 
dos gânglios simpáticos e conseqüente vasoconstrição, e uma segunda 
elevação dessa pressão, resultante da secreção de adrenalina.A ACh provoca 
vasodilatação generalizada, embora a maioria dos vasos sanguíneos não 
possua inervação parassimpática. Este é um efeito indireto: a ACh age sobre 
as células endoteliais dos vasos promovendo a liberação de óxido nítrico, que 
relaxa o músculo liso.A ACh provoca a secreção das glândulas sudoríparas, 
que são inervadas por fibras colinérgicas do sistema nervoso simpático. 
 A ACh é sintetizada no interior da terminação nervosa a partir da colina, que é 
levada para dentro da terminação por um transportador específico. Quando 
liberada, a ACh sofre hidrólise através de colinesterases em colina e ácido 
acético. A colina resultante é rapidamente recapturada pelas terminações 
nervosas. A etapa limitante da velocidade da síntese de ACh parece ser o 
transporte da colina, cuja atividade é regulada pelavelocidade com que a ACh é 
liberada.A maior parte da ACh sintetizada é armazenada em vesículas 
sinápticas, onde sua concentração é muito alta. A liberação das vesículas 
ocorre por exocitose desencadeada pela entrada de Ca++na terminação 
nervosa. As vesículas colinérgicas acumulam ACh ativamente por meio de 
umtransportador específico; esse acúmulo é bloqueado pelo fármaco 
vesamicol. Após sua liberação, a ACh difunde-se através da fenda sináptica e 
combina-se com os receptores situados na célula pós-sináptica. Parte da ACh 
perde-se no caminho ao ser hidrolisada pela acetilcolinesterase (AChE), uma 
enzima que permanece ligada à membrana basal e que é encontrada entre as 
membranas pré e pós-sinápticas. 
 Os receptores muscarínicos são típicos receptores acoplados à proteína 
G. Os subtipos com numeração ímpar (M1, M3 e M5) acomplam-se à 
proteína G para ativar a via fosfatos de inositol, enquanto os subtipos 
com numeração par (M2 e M4) agem por meio da proteína G inibindo a 
adenilato-ciclase e reduzindo assim o AMPc intracelular. Os receptores 
M1 estão envolvidos no aumento da secreção ácida do estômago que 
ocorre por estimulação vagal. Os receptores M2 estão presentes no 
coração (a ativação desses receptores é responsável pela inibição 
colinérgica do coração). Os receptores M3 produzem principalmente 
efeitos excitatórios, ou seja, estimulação das secreções glandulares 
(salivares, brônquicas, sudoríparas) e contração do músculo liso das 
vísceras. Os receptores M3 também atuam como mediadores do 
relaxamento da musculatura lisa (principalmente vascular), que resulta 
da liberação de óxido nítrico das células endoteliais vizinhas. Os 
receptores M4 e M5 estão em grande parte confinados ao SNC.A 
classificação farmacológica dos vários tipos de receptores vale-se da 
seletividade limitada de certos agonistas e antagonistas que é capaz de 
os diferenciar. 
 Os receptores nicotínicos (canais iônicos controlados por ligantes) da 
ACh podem ser divididos em três classes principais: musculares, 
glandulares e do SNC. Os receptores musculares estão confinados à 
junção neuromuscular esquelética; os receptores ganglionares são 
responsáveis pela transmissão nos gânglios simpáticos e 
parassimpáticos; e os receptores do tipo SNC estão espalhados por todo 
o cérebro e são heterogêneos com respeito à sua composição molecular 
e à localização. Ao agir sobre a membrana pós-sináptica de uma 
sinapse nicotínica (neuromuscular/ ganglionar), a acetilcolina provoca 
grande aumento da permeabilidade dessa membrana a cátions, 
particularmente ao Na+ e ao K+ e, em menor grau, ao Ca++. O influxo 
de Na+ resultante despolariza a membrana a membrana pós-sináptica. 
Bloqueio por despolarização. O bloqueio por despolarização ocorre nas 
sinapses colinérgicasquando os receptores nicotínicos excitatórios são 
ativados de modo persistente e resulta da diminuição da excitabilidade 
elétrica da célula pós-sináptica. 
 
Substancias colinérgicas e antagonistas muscarínicos e nicotínicos 
FÁRMACOS PARASSIMPATOMIMÉTICOS 
Agonistas muscarínicos 
Fármacos que afetam os receptores muscarínicos: Os agonistas muscarínicos, 
tomados como um grupo, são frequentemente denominados 
parassimpatomiméticos, porque os principais efeitos que produzem no animal 
inteiro se assemelham àqueles resultantes da estimulação parassimpática. A 
própria ACh e alguns ésteres de colina correlatos agem como agonistas tanto 
nos receptores muscarínicos quanto nosnicotínicos, porém atuam de modo 
muito mais potente sobre os muscarínicos. Atualmente,apenas o betanecol e a 
pilocarpina são utilizados na prática clínica.As características-chave da 
molécula da Ach importantes para sua atividade são o grupo amino 
quaternário, que possui uma carga positiva, e o grupo éster, que apresenta 
uma carga negativa parcial e é suscetível à hidrólise rápida pela 
colinesterase.as variantes da estrutura éster da colina têm o efeito de reduzir a 
suscetibilidade do composto à hidrólise pela colinesterase e de alterar a 
atividade relativa sobre os receptores muscarínicos e nicotínicos. 
Efeitos dos agonistas muscarínicos: 
-Efeitos cardiovasculares. Incluem a diminuição do débito cardíaco e da 
freqüência cardíaca. Também ocorre vasodilatação generalizada (efeito 
mediado pelo óxido nítrico), o que causa diminuição da pressão arterial. 
-Efeitos sobre o músculo liso. O músculo liso, com exceção do músculo liso dos 
vasos, contraise em resposta aos agonistas muscarínicos. A atividade 
peristáltica do trato gastrintestinal aumenta, o que pode causar dor em cólica, e 
a bexiga e a musculatura dos brônquios também se contraem. 
-Efeitos sobre as secreções sudorípara, lacrimal, salivar e brônquica. Essas 
secreções resultam da estimulação de glândulas exócrinas. O efeito combinado 
da secreção brônquica com a constrição dos brônquios pode interferir na 
respiração. 
Os agonistas muscarínicos são utilizados principalmente no tratamento do 
glaucoma, por meio da instilação local na forma de colírio. A pilocarpina é o 
fármaco mais eficaz, visto que, por ser uma amina terciária, é capaz de 
atravessar a membrana conjuntiva. O betanecol é utilizado muito 
ocasionalmente para auxiliar no esvaziamento da bexiga ou para estimular a 
motilidade gastrintestinal. 
Agonistas nicotínicos 
Estimulam a abertura do canal do receptor nicotínico de ACh e produzem 
despolarização da membrana celular. Atuam nos receptores nicotínicos 
ganglionares e da placa motora. 
• NICOTINA (Nicotiana tabacum) – afeta principalmente os gânglios 
autonômicos; 
• SUCCINILCOLINA (SUXAMETÔNIO) – agente bloqueador despolarizante 
utilizado para induzir paralisia durante cirurgias. Age diretamente nos 
receptores nicotínicos e produzem bloqueio por persistir na junção 
neuromuscular e ativar continuamente os canais dos receptores nicotínicos. 
Proporciona breve período de excitação com fasciculações nas células 
musculares, seguida de paralisia flácida (receptores nicotínicos abertos 
mantendo a membrana celular despolarizada, inativando os canais de sódio 
regulados por voltagem); 
• DEXAMETÔNIO – mecanismo despolarizante semelhante à succinilcolina; 
sendo a duração da ação mais prolongada. 
Esses agentestêm como efeitos indesejáveis: bradicardia (evitada com 
administração intravenosa de atropina); hipocalemia (perda de potássio pelo 
músculo) que resulta em disritmia ventricular ou parada cardíaca; aumento da 
pressão intraocular; paralisia prolongada; hipertermia maligna; depressão 
respiratória; mialgia e rabdomiólise. 
 FÁRMACOS PARASSIMPATOLÍTICOS 
Antagonistas muscarínicos 
Os antagonistas dos receptores muscarínicossão antagonistas competitivos 
cujas estruturas químicas geralmente contêm grupos éster e grupos básicos 
encontrados na mesma proporção encontrada na ACh, porém apresentam um 
grupo aromático volumoso no lugar do grupo acetil. Os dois compostos de 
ocorrência natural, a atropina e a escopolamina são alcalóides encontrados em 
plantas solanáceas. Trata-se de compostos de amônio quaternário 
suficientemente lipossolúveis para serem facilmente absorvidos no intestino ou 
no saco conjuntival e, vale destacar, para atravessar a barreira 
hematoencefálica.Os principais efeitos dos antagonistas muscarínicos são: 
inibição das secreções, taquicardia, midríase (pupila dilatada) e inibição da 
motilidade gastrintestinal. 
Antagonistas nicotínicos 
Esses agentes impedem seletivamente a ligação da ACh endógena nos 
receptores nicotínicos, antagonizando a despolarização das células musculares 
caracterizado como bloqueio não despolarizante. Muitos destes fármacos são 
utilizados como agentes adjuvantes da anestesia, associados com ventilação 
artificial, como tubocurarina, pancurônio, vecurônio, atracúrio, mivacúrio e 
galamina, que levam a paralisia motora. Os efeitos indesejáveis mais comuns 
são hipertensão, taquicardia, apneia, broncoespasmo, insuficiência respiratória, 
salivação e rubor. Tais efeitos podem ser revertidos pela administração de 
anticolinesterásicos. Fármacos como galamina e pancurônio podem também 
bloquear o receptor muscarínico no coração levando a taquicardia. Os agentes 
bloqueadores ganglionares trimetafan e mecamilamina são utilizados na clínica 
por via intravenosa na crise hipertensiva em pacientes com dissecção aórtica 
aguda, reduzindo a pressão arterial por meio da atenuação dos reflexos 
simpáticos. A utilização desses agentes pode proporcionar como efeitos 
indesejáveis ileoparalítico, parada respiratória, retenção urinária, hipotensão 
ortostática e sedação. 
Fármacos bloqueadores neuromusculares: Os fármacos capazes de bloquear a 
transmissão neuromuscular agem na região pré-sináptica, inibindo a síntese ou 
liberação de ACh, ou na região pós-sináptica. Na prática clínica, o bloqueio 
neuromuscular é utilizado apenas como um adjuvante da anestesia, quando a 
ventilação artificial está disponível; não consiste em uma intervenção 
terapêutica. Todos os fármacos empregados atuam interferindo na ação pós-
sináptica da ACh e podem ser divididos em duas categorias: 
1- Agentes bloqueadores não-despolarizantes, que agem bloqueando os 
receptores da ACh; 
2- Agentes bloqueadores despolarizantes, que são agonistas dos receptores da 
ACh. 
Agentes bloqueadores não-despolarizantes: O curare é o maior exemplo, uma 
mistura de alcalóides encontrados em várias plantas da América do Sul. O 
componente mais importante é a tubocurarina. Atualmente, a tubocurarina é 
muito pouco utilizada na medicina clínica, pois foi substituída por fármacos 
sintéticos com melhores propriedades. Os mais importantes são opancurônio, o 
vecurônio e o atracúrio. Todas essas substâncias são compostas de amônio 
quaternário, o que significa que elas são pouco absorvíveis e em geral 
rapidamente eliminadas. Também não atravessam a placenta, característica 
importante para seu uso em anestesia obstétrica. A baixa absorção oral da 
tubocurarina permitiu que fosse empregada com segurança na caça de animais 
para alimentação.Todos os bloqueadores não-despolarizantes atuam como 
antagonistas competitivos dos receptores da ACh situados na placa 
terminal.Os efeitos dos agentes bloqueadores neuromusculares não-
despolarizantes são principalmente resultantes da paralisia motora, embora 
alguns deles também produzem efeitos autônomos clinicamente significativos. 
Os primeiros a serem afetados são os músculo extrínsecos do olho 
(provocando visão dupla) e os pequenos músculos da face, dos membros e da 
faringe. Os músculos da respiração são os últimos a serem afetados e os 
primeiros a se recuperarem.O principal efeito colateral da tubocurarina é a 
queda da pressão arterial, resultante sobretudo do bloqueio ganglionar. Outro 
efeito é a liberação de histamina dos mastócitos, que também pode provocar 
broncoespasmos em indivíduos sensíveis. A liberação de histamina não está 
associada aos receptores nicotínicos. 
Agentes bloqueadores despolarizantes: succinilcolina em particular, verificou-
se que essa substância produzia contrações espasmódicas transitórias 
(fasciculação) da musculatura esquelética antes de provocar o bloqueio.A 
succinilcolina, o único tipo de fármaco desse tipo utilizado em clínica, é capaz 
de produzirvários efeitos adversos importantes como bradicardia, liberação de 
potássio, aumento da pressão intra-ocular e paralisia prolongada. 
Outros: 
Fármacos que agem em nível pré-sináptico – Fármacos que inibem a síntese 
de acetilcolina. 
A etapa limitante da velocidade de síntese parece ser o transporte da colina 
para dentro da terminação nervosa. O hemicolínio bloqueia esse transporte e, 
conseqüentemente, inibe a síntese de ACh. Ele é útil como ferramenta 
experimental, mas não possui aplicação clínica. O vesamicol, que age 
bloqueando o transporte de ACh para dentro das vesículas sinápticas, tem 
efeito semelhante. 
Fármacos que inibem a liberação de acetilcolina: A liberação de acetilcolina por 
um impulso nervoso envolve a entrada de Ca++ na terminação nervosa: a 
elevação da [Ca++] estimula a exocitose e aumenta a velocidade de liberação 
quantual. Os agentes que inibem a entrada de Ca++ incluem o Mg++ e vários 
antibióticos aminoglicosídeos. A toxina botulínica atua especificamente inibindo 
a liberação de ACh, através do impedimento da fusão das membranas da 
vesícula de ACh e da terminação nervosa. A intoxicação botulínica causa 
paralisia parassimpática progressiva, com boca seca, visão turva e dificuldade 
para deglutição, seguidas de progressiva paralisia respiratória. 
Fármacos que intensificam a transmissão colinérgica: Os fármacos que 
intensificam a transmissão colinérgica atuam inibindo a colinesterase ou 
aumentando a liberação de ACh.Há dois tipos distintos de colinesterase, a 
acetilcolinesterase (AChE) e a butirilcolinesterase (BuChE), que possuem 
estruturas moleculares muito semelhantes, mas que diferem com relação à 
distribuição, à especificidade por substrato e às funções. Nas sinapses 
colinérgicas, a AChE ligada age hidrolisando o transmissor liberado e encerra 
sua ação rapidamente. A AChE solúvel também está presente nas terminações 
nervosas colinérgicas, onde parece ter um papel na regulação da concentração 
de ACh livre, e de onde pode ser secretada; a função da enzima secretada 
ainda não está clara. A AChE é bastante específica para a ACh e para ésteres 
muito semelhantes a ela.A butirilcolinesterase (pseudocolinesterase) apresenta 
uma ampla distribuição, sendo encontrada em tecidos como o fígado, pele, 
cérebro e musculatura lisa gastrintestinal, bem como no plasma, na sua forma 
solúvel. Não está particularmente associada às sinapses colinérgicas, e sua 
função fisiológica é incerta. A enzima plasmática tem importante papel na 
inativação de fármacos. A duração muito curta da ação da ACh administrada 
por via intravenosa é conseqüência de sua rápida hidrólise no plasma. 
Normalmente, a AChE e a BuChE mantêm a ACh do plasma em um nível 
indetectavelmente baixo, por essa razão a ACh é estritamente um 
neurotransmissor e não um hormônio. 
Fármacos que inibem a colinesterase: Os agentes anticolinesterásicosde ação 
periférica podem ser divididos em três grupos principais de acordo com a 
natureza de sua interação com o sítio ativo, que determina a duração da sua 
ação: 
1- Anticolinesterásicos de ação curta; 
2- Anticolinesterásico de duração média: englobam a neostigmina e a 
piridostigmina que são compostos de importância clínica, e a fisostigmina, uma 
amina terciária; 
3- Anticolinesterásicos irreversíveis: sãocompostos de fósforo pentavalente que 
contêm um grupo lábil, como o fluoreto (no diflos), ou um outro grupo orgânico 
(no paration e no ecotiopato). A enzima fosforilada é geralmente muito estável. 
Com fármacos com o diflos, não ocorre uma hidrólise apreciável, e a 
recuperação da atividade enzimática depende da síntese de novas moléculas 
da enzima, um processo que pode levar semanas. O diflos e o paration são 
substâncias apolares voláteis com alta lipossolubilidade rapidamente 
absorvidas através das membranas mucosas e até mesma através da pele 
íntegra. 
Efeitos dos fármacos anticolinesterásicos – efeitos sobre as sinapses 
colinérgicas autonômicas. 
Esses efeitos refletem principalmente o aumento da atividade de ACh 
nassinapses pós-ganglionares parassimpáticas (aumento das secreções 
salivares, lacrimais, brônquicas e gastrintestinais; aumento da atividade 
peristáltica; broncoconstrição; bradicardia e hipotensão; constrição pupilar). 
Doses grandes são capazes de estimular, e posteriormente bloquear os 
gânglios autonômicos, produzindo efeitos autônomos complexos. O bloqueio , 
quando ocorre, consiste em um bloqueio por despolarização e está associado 
ao acúmulo de ACh no plasma e nos líquidos orgânicos. A intoxicação aguda 
por anticolinesterásicos causa bradicardia grave, hipotensão e dificuldade para 
respirar. 
Neurotoxicidade dos organofosforados: Muitos organofosforados podem 
provocar um tipo grave de desmielinização dos nervos periféricos, que causa 
fraqueza e comprometimento sensorial progressivos. Esse problema não é 
observado com os anticolinesterásicos utilizados na clínica, mas ocorre 
ocasionalmente no envenenamento acidental por inseticidas. 
Reativação da colinesterase: A hidrólise espontânea da colinesterase 
fosforilada é extremamente lenta, o que torna o envenenamento por 
organofosforados muito perigoso. A pralidoxima reativa a enzima ao levar um 
grupo oximaa estrita proximidade do sítio esterásicofosforilado. Esse grupo tem 
forte ação nucleofílica, que atrai o grupo fosfato e o afasta do grupo da hidroxila 
da serina da enzima. A principal desvantagem no emprego dessa substância 
como antídoto para o envenenamento por organofosforados consiste no fato de 
que, em poucas horas, a enzima fosforilada sofre alteração química 
(‘’envelhecimento’’) que a torna não mais suscetível à reativação; por essa 
razão, a pralidoxima precisa ser administrada o mais cedo possível para que 
funcione. 
Efeitos dos fármacos bloqueadores ganglionares: Como seria de se esperar, os 
efeitos dos fármacos bloqueadores são numerosos e complexos, pois ambas 
as divisões do sistema nervoso autônomo são bloqueadas de modo 
indiscriminado.Na prática os efeitos importantes são aqueles que afetam o 
sistema cardiovascular. Uma queda acentuada da pressão arterial resulta 
principalmente do bloqueio dos gânglios simpáticos, que causa vasodilatação 
arteriolar. A maioria dos reflexos cardiovasculares está bloqueada. Em 
particular, a venoconstrição, que ocorre normalmente quando uma pessoa fica 
em pé e é necessária para impedir que a pressão venosa central caia 
abruptamente, está reduzida. O ato de ficar em pé, portanto, causa queda 
súbita do débito cardíaco e da pressão arterial (hipotensão postural) que 
podem causar desmaios.Por causa dos inúmeros efeitos colaterais que 
produzem, os fármacos que bloqueiam os gânglios estão clinicamente 
obsoletos, com exceção da trimetafana, uma fármaco de ação muito curta que 
pode ser administrado na forma de infusão intravenosa em certos tipos de 
procedimento anestésico. 
 
Substancias adrenérgicas e antagonistas 
Fármacos agonistas adrenérgicos/ simpaticomiméticos/ adrenomiméticos/ 
adrenérgicos 
Constituem os fármacos que estimulam direta ou indiretamente os receptores 
adrenérgicos ou adrenoreceptores. O efeito de um fármaco agonista 
adrenérgico administrado em determinado tipo de célula efetora depende 
da seletividade desta droga pelos receptores, assim como, das 
características de resposta das células efetoras, e, do tipo predominante 
de receptor adrenérgico encontrado nas células. Muitos medicamentos 
simpaticomiméticos também estão incluídos no grupo dos fármacos vasoativos 
(como a adrenalina, noradrenalina, metaraminol, fenilefrina, metoxamina, e, 
outros). Os fármacos vasoativos são conceituados como os fármacos que 
podem afetar o músculo liso vascular, atuando diretamente sobre as células 
musculares lisas, ou indiretamente, por exemplo, sobre as células endoteliais, 
sobre terminações nervosas simpáticas ou sobre osistema nervoso central. 
Outros fármacos vasoativos como os vasodilatadores, e, os inotrópicos. 
São conhecidos cinco grupos de adrenoceptores ou receptores 
adrenérgicos: 
Alfa 1 – alfa 2 – beta 1 – beta 2 - beta 3. 
Estes adrenoceptores quando são ativados apresentam os seguintes efeitos: 
Alfa 1: Vasoconstrição – aumento da resistência periférica – aumento da 
pressão arterial –midríase – estimulo da contração do esfíncter superior da 
bexiga – secreção salivar –glicogenólise hepática – relaxamento do músculo 
liso gastrintestinal. 
Alfa 2: Inibição da liberação de neurotransmissores, incluindo a noradrenalina 
– inibição da liberação da insulina – agregação plaquetária – contração do 
músculo liso vascular. 
Beta 1: Aumento da freqüência cardíaca (taquicardia) – aumento da força 
cardíaca (da contratilidade do miocárdio) – aumento da lipólise. 
Beta 2: Broncodilatação – vasodilatação – pequena diminuição da resistência 
periférica – aumento da glicogenólise muscular e hepática – aumento da 
liberação de glucagon – relaxamento da musculatura lisa uterina – tremor 
muscular. 
Beta 3 - Termogênese e lipólise. 
Os agonistas adrenérgicos podem ser de: ação direta – ação indireta – ação 
mista. 
 
1.Agonistas de ação direta - São os que atuam diretamente nos receptores 
adrenérgicos alfa ou beta produzindo efeitos semelhantes ou liberando a 
adrenalina pela medula adrenal. 
Os fármacos de ação direta são: adrenalina – noradrenalina – isoproterenol 
– fenilefrina –dopamina – dobutamina – fenilefrina – metoxamina – 
clonidina – metaproterenol ou orciprenalina – terbutalina – salbutamol ou 
albuterol. As aminas simpaticomiméticas adrenalina, noradrenalina, 
isoproterenol, e, dopamina são denominadas de catecolaminas porque 
contém o grupamento catecol que corresponde ao diidroxibenzeno (anel 
benzeno). As catecolaminas possuem rápido inicio de ação, entretanto, a 
duração é breve, e, não devem ser administradas por via oral devido serem 
metabolizadas pelas enzimas COMT e MAO presentes no trato intestinal. 
Os agonistas adrenérgicos não-catecolaminaspodem ser administradas por 
via oral, e, possui maior duração. 
FÁRMACOS AGONISTAS DE AÇÃO DIRETA. 
ADRENALINA. (Epinefrina) (Adrenalina)( Bupiabbot)(Hydren). 
Também conhecida como epinefrina, estimula predominantemente o receptor 
adrenérgico beta 1, (embora também tenha ação sobre o receptor alfa 1, e, 
outros receptores) Aumenta a força de contração do miocárdio e a freqüência 
cardíaca. Como a adrenalina contrai as arteríolas da pele, das membranas 
mucosas (sobre receptores alfa), e, ao mesmo tempo provoca a dilatação dos 
vasos sangüíneos do fígado e musculatura esquelética, ocorre aumento da 
pressão sistólica e pequena diminuição da pressão diastólica (é um dos 
vasopressores mais potentes). Provoca a elevação da glicemia devido 
estimular a glicogenólise, e, inibir a secreção da insulina. Também provoca alipólise transformando triglicerídeos em ácidos graxos. É utilizada como 
terapêutica inicial no tratamento da asma aguda (causa broncodilatação em 
potencial), e, do choque anafilático. Como possui alguns efeitos fisiológicos 
opostos aos produzidos pela histamina, a adrenalina também é utilizada no 
tratamento das reações alérgicas causadas pela liberação de histamina (um 
sinal importante da reação sistêmica anafilática no paciente é o prurido 
generalizado). Na anestesia local pode ser utilizada (1:100.000 partes de 
adrenalina) aumentando a duração da anestesia devido a vasoconstrição que 
provoca reduzindo o fluxo sangüíneo local na região em for administrada (reduz 
a velocidade de absorção do anestésico). Em oftalmologia é utilizada no 
tratamento do glaucoma. A via de administração pode ser venosa (em 
emergência), subcutânea, cânula endotraqueal, inalação, e, ocular (glaucoma), 
entretanto, as catecolaminas não devem ser administradas por via oral devido 
serem inativadas pelas enzimas intestinais. 
Efeitos adversos: Arritmia cardíaca – hemorragia (devido ao aumento da 
pressão arterial) –hiperglicemia - ansiedade, pânico, cefaléia e tremores (ações 
no SNC). Pode também provocar o edema pulmonar. Em pacientes com 
hipertireoidismo a dose deve ser reduzida, pois, aumenta as ações 
cardiovasculares. Podem ocorrer interações medicamentosas com a digoxina 
aumentando as arritmias, e, com bloqueadores adrenérgicos aumentando ou 
diminuindo a pressão arterial e/ou a freqüência cardíaca. 
NORADRENALINA. 
Também denominada de levarterenol e de norepinefrina, na terapêutica a 
noradrenalina é utilizada no tratamento do choque, entretanto, seu uso vem 
sendo questionado devido aos efeitos adversos, como disritmias ventriculares, 
intensa vasoconstrição e hipertensão arterial. Sua ação ocorre 
predominantemente sobre o receptor adrenérgico alfa 1 e beta. Nunca é 
utilizada no tratamento da asma. Provoca aumento da pressão arterial sistólica 
e diastólica devido a vasoconstrição da maioria dos vasos sangüíneos incluindo 
do rim. 
ISOPROTERENOL (Isuprel). 
Consiste em uma catecolamina sintética que estimula (agonista) 
predominantemente os receptores adrenérgicos beta 1 e beta 2. Utilizado no 
tratamento do bloqueio átrio-ventricularou da parada cardíaca, pois, provoca 
a estimulação cardíaca (através dos receptores beta-1). Embora produza 
rápida broncodilatação (através dos receptores beta-2) que deve ser por via 
inalatória, pouco tem sido usado no tratamento da asma, devido aos efeitos 
adversos semelhantes aos da adrenalina. A forma injetável é usada no 
tratamento do choque. O isoproterenol tem ação considerada curta porque é 
eficientemente biotransformada pelo COMT. 
DOPAMINA (Dopamin) (Revivan). 
Estimula predominantemente os receptores adrenérgicos alfa (em doses altas) 
e beta 1 (em doses baixas). Consiste no precursor metabólico da adrenalina, e, 
ocorre normalmente no SNC, nos gânglios de base e na medula adrenal. A 
dopamina é fármaco de escolha para o tratamento do choque, tem sido 
também usada no tratamento da insuficiência cardíaca congestiva. 
Aumentando a pressão sangüínea devido à estimulação do coração (no 
receptor beta 1), e, aumenta a circulação sangüínea renal e do baço. No rim 
aumenta a filtração glomerular provocando a diurese de sódio. A única via de 
administração é intravenosa em infusão, inclusive pode causar necrose tecidual 
em conseqüência do extravasamento durante a infusão. Não deve ser diluída 
em solução alcalina (bicarbonato de sódio), podendo ser diluída em soro 
fisiológico 0,9%, mas, preferencialmente, em soro glicosado 5%. A 
alcalinização das soluções de adrenalina ou dopamina com bicarbonato produz 
a formação de pigmentos escuros (semelhantes à melanina) provenientes de 
pequena fração de catecolamina ativada, além da possibilidade de formar 
precipitado que pode obstruir a via de infusões, e, formar êmbolos. Como a 
dopamina é metabolizada pelo ácido homovanílico, seus efeitos adversos são 
fugazes, como a hipertensão, náusea e arritmia. Os sinais clássicos do choque 
cardiogênico são: Hipotensão arterial, pulso rápido e fraco, hipóxia ou anóxia 
cerebral, diminuição do débito urinário, e, pele fria e úmida. 
DOBUTAMINA (Dobutrex) (Inotam) 
Agonista de receptores B1, e, catecolamina sintética. Usada na insuficiência 
cardíaca congestiva possui vantagem sobre outros fármacos 
simpaticomiméticos porque não aumenta significativamente o consumo de 
oxigênio, aumenta o débito tendo discreta alteração da freqüência cardíaca. 
Devido aumentar a condução atrioventricular, deve ser utilizada com cuidado 
na fibrilação atrial. Pode ocorrer tolerância com o uso prolongado, e, possui 
outros efeitos adversos semelhantes aos da adrenalina, como o aumento da 
pressão arterial. Ambos os fármacos, tanto a dopamina como a dobutamina, 
apresentam meia-vida curta em cerca de dois minutos, e, com duração da ação 
com tempo inferior a 10 minutos. A dobutamina não estimula a liberação 
endógena de noradrenalina (ao contrário da dopamina), e, não tem efeito 
sobre os receptores dopaminérgicos. A única via de administração é 
intravenosa em infusão. Não deve ser diluída em solução alcalina (bicarbonato 
de sódio), podendo ser diluída em soro fisiológico 0,9% ou soro glicosado 5% 
ou dextrose 5% ou água estéril. 
FENILEFRINA. Mais usado em associações (Naldecon) (Coristina) (Resprin) 
Consiste em um fármaco vasoconstritor sintético que a aumenta a pressão 
tanto sistólica quanto diastólica. Agonista principalmente dos receptores alfa 1. 
Utilizado como descongestionante nasal, tratamento da midríase, para 
aumento da pressão arterial, e, para interrupção de episódios de 
taquicardia supraventricular. A via de administração: oral e intranasal. Em 
doses elevadas, pode ocorrer cefaléia hipertensiva e irregularidades. 
METOXAMINA. 
Adrenérgico sintético e agonista preferencial dos receptores alfa 1, causando 
vasoconstrição provocando aumento da resistência periférica total. Usada no 
tratamento da (alívio) taquicardia supraventricular paroxística, e, para 
controlar a hipotensão durante a cirurgia provocada pelo anestésico halotano. 
A cefaléia hipertensiva e os vômitos são os efeitos adversos. Mas não tem 
tendência a provocar arritmias cardíacas, o que ocorre com a maioria dos 
demais fármacos adrenérgicos. 
CLONIDINA. (Nomes comerciais: Atensina - Catapresan) 
Agonista parcial dos receptores alfa 2, com a ação no SNC, levando ao 
antagonismo aos receptores a nível central, portanto, reduzindo as descargas 
simpáticas, sendo usada no tratamento da hipertensão arterial; enxaqueca, 
e, para aliviar os sintomas da abstinência deopiáceos ou 
benzodiazepínicos. Os pacientes hipertensos com complicação renal também 
podem usar clonidina, pois, não deprime a filtração glomerular, entretanto, deve 
ser associada a um diurético porque retém sódio e água. A via de 
administração é oral. Os efeitos adversos são: hipotensão ortostática, 
sonolência, edema e ganho de peso, hipertensão de rebote. Para evitar o efeito 
rebote (que ocorre após 6 a 7 dias de tratamento) deve ser retirada lentamente 
(reduzindo gradualmente as doses). Atualmente, a tem sido recomendada a 
administração pré-operatória de clonidina para pacientes que será submetido à 
cirurgia vascular importante, em dose única por via oral devido este fármaco 
proporcionar efeitos benéficos como: Diminuição da ansiedade préoperatória, 
e, da freqüência cardíaca basal, atenuar a resposta do sistema nervoso 
simpático à intubação, diminuir as necessidades intra-operatórias de agentes 
inaláveis, e, de narcóticos, além de reduzir as variações da freqüência 
cardíaca, e, da pressão arterial. 
 
 
 
 
2.Agonistas de ação indireta – são os que não afetam diretamente os 
receptores pós-sinápticos,mas provocam a liberação de noradrenalina dos 
terminais adrenérgicos. Os fármacosde ação indireta são: anfetamina – 
tiramina. 
ANFETAMINAS. 
Alguns autores classificam também as anfetaminas como medicamentos do 
grupo dos Estimulantes do Sistema Nervoso Central considerado como 
Estimulantes psicomotores, e, com indicações terapêuticas muito limitadas. Os 
principais derivados da anfetamina constituem a dietilpropiona (ou 
anfepramona), mazindol, metanfetamina, fenmetrazina, femproporex. 
 
Ações das anfetaminas: 
Inibidor da MAO – estimula liberação de noradrenalina (e dopamina em doses 
altas) penetra no terminal neuronal,, deslocando a noradrenalina, e, assim, 
aumenta a ação da noradrenalina (e dopamina em doses altas) penetra no 
terminal neuronal,, deslocando a noradrenalina, e, assim, aumenta a ação 
deste neurotransmissor nos adrenoceptores – estimulante central – 
vasoconstrição da rede vascular – contração do músculo radial da íris - 
degeneração de neurônios cerebrais 
Usos terapêuticos: 
As anfetaminas tem sido recomendadas no tratamento de crianças com 
síndrome de atenção deficiente, obesidade grave, e, narcolepsia (distúrbio com 
incontrolável desejo de dormir, também denominada de hipersonia, sendo o 
metilfenidato mais recomendado no tratamento sob rigorosa indicação médica). 
Vias de administração: 
São administrados, e, bem absorvidos por via oral. 
Efeitos adversos: 
Hipertensão arterial – taquicardia – insônia – arritmias cardíacas – dor 
anginosa – distúrbios da percepção – midríase - dependência física e química - 
comportamento psicótico (também denominado psicose anfetamínica com 
quadro clínico agudo semelhante ao esquizofrenia, e, podendo ser tratada com 
clopromazina). São conhecidos por usuários como “bolinhas”, “rebite”, devendo 
ser lembrado que o uso indiscriminado ou sem a rigorosa análise antes da 
prescrição pode levar até a reações psicóticas graves, e, tem sido utilizados 
(principalmente no Brasil) de modo inapropriado para o controle do peso. 
A TIRAMINA não constitui um fármaco, embora seja amina um agonista 
adrenérgico de ação indireta devido estimular a liberação de noradrenalina. A 
tiramina, existente em alguns alimentos, como em alguns queijos e algumas 
frutas cítricas, e, também em vinhos (Chianti), estimula também a liberação de 
serotonina das plaquetas provocando a cefaléia tiramínica. 
Se o paciente estiver em uso de fármacos inibidores da MAO (que 
correspondem aos seguintes antidepressivos: fenelzina – isocarboxazida - 
tranilcipromina) pode ocorrer crise hipertensiva grave, pois, penetra no terminal 
neuronal,, deslocando a noradrenalina, e, assim, aumenta a ação deste 
neurotransmissor nos adrenoceptores. 
3.Agonistas de ação mista – são os que ativam os receptores adrenérgicos 
na membrana póssináptica, e, causam a liberação de noradrenalina dos 
terminais pré-sinápticos (adrenérgicos). Os fármacos de ação mista são: 
efedrina – metaraminol 
 
 
 
 
Fármacos antagonistas adrenérgicos/ antiadrenérgicos/ bloqueadores adrenérgicos 
 
Os antagonistas adrenérgicos são também denominados de antiadrenérgicosou 
bloqueadores adrenérgicos, devido ligar-se aos receptores adrenérgicos, mas, impede que 
o agonista natural exerça sua atividade. Portanto, são os antagonistas competitivos que 
inibem direta ou indiretamente, de modo seletivo, certas respostas da atividade nervosa 
adrenérgica, da adrenalina, da noradrenalina e de outras aminas simpaticomiméticas. Pode-
se também encontrar a citação de bloqueadores adrenérgicos neuronais como sinônimo 
deantiadrenérgicos ou o termo adrenolíticorelativo à droga que se opõe aos efeitos da 
adrenalina circulante, e, ainda, a palavra simpatolítico refere-se à droga que se apõe aos 
efeitos da atividades dos adrenérgicos. De acordo com o tipo de receptor e local de ação, os 
antiadrenérgicos também podem ser classificados em: 
Alfa-bloqueadores – beta-bloqueadores – fármacos que afetam a captura ou a 
liberação do neurotransmissor. 
Assim, de acordo com o receptor que tem sua ação diminuída ou inibida, os alfa-
bloqueadores podem ser denominados também de: antialfa-adrenérgicos ou alfa-inibidores 
ou alfa-líticos, ou bloqueadores alfa. E, os beta-bloqueadores podem ser denominados 
também de antibeta-adrenérgicos ou betalíticos ou bloqueadores beta ou beta-inibidores. 
São conhecidos cinco grupos de adrenoceptores ou receptores adrenérgicos: Alfa 1 – alfa 2 
– beta 1 – beta 2 - beta 3; os fármacos antagonistas adrenérgicos podem inibir ou 
diminuir, portanto, de acordo com o fármaco e o respectivo receptor, os seguintes 
efeitos: 
Alfa 1: Vasoconstrição – aumento da resistência periférica – aumento da pressão arterial – 
midríase – estimulo da contração do esfíncter superior da bexiga – secreção salivar – 
glicogenólise hepática – relaxamento do músculo liso gastrintestinal. 
Alfa 2: Inibição da liberação de neurotransmissores, incluindo a noradrenalina – inibição da 
liberação da insulina – agregação plaquetária – contração do músculo liso vascular. 
Beta 1: Aumento da freqüência cardíaca (taquicardia) – aumento da força cardíaca (da 
contratilidade do miocárdio) – aumento da lipólise. 
Beta 2: Broncodilatação – vasodilatação – pequena diminuição da resistência periférica – 
aumento da glicogenólise muscular e hepática – aumento da liberação de glucagon – 
relaxamento da musculatura lisa uterina – tremor muscular. 
Beta 3 - Termogênese e lipólise. 
 
Alfa-bloqueadores ou bloqueadores alfa-adrenérgicos. 
São os bloqueadores dos alfa-adrenoceptores, portanto, inibem as ações dos receptores alfa, 
e, levando a potente vasodilatação arterial. Estes fármacos não tem ação sobre os beta-
receptores adrenérgicos. Assim, de acordo com o receptor que tem sua ação diminuída ou 
inibida, os alfa-bloqueadores podem ser denominados também de: antialfa-adrenérgicos ou 
alfa-inibidores ou alfa-líticos, ou bloqueadores alfa. Os alfa-bloqueadores que reduzem o 
tono da musculatura lisa da próstata e do colo da bexiga, são úteis no tratamento 
sintomático da hiperplasia benigna da próstata. 
Os principais FÁRMACOS ALFA-BLOQUEADORES são: 
Indoramina – prazosina – terazosina – doxazosina – fenoxibenzamina – fentolamina – 
tansulosina. 
Somente a fentolamina e a tansulosina são descritos inicialmente, enquanto os demais 
alfabloqueadores são estudados junto com os Fármacos Anti-Hipertensivos. 
 
Beta-bloqueadores. 
São os bloqueadores dos beta-adrenoceptores, portanto, inibem as ações dos receptores 
beta. Os beta-bloqueadores que atuam primariamente nos receptores beta-1, são 
denominados de cárdio-seletivos. Os beta-bloqueadores não seletivos atuam em receptores 
beta-1 e beta-2. Todos os beta-bloqueadores inibem de modo competitivo, os efeitos das 
catecolaminas no local do receptor beta. Ainda em relação aos betabloqueadores, não existe 
bloqueio total ou máximo. Os beta-bloqueadores podem ser denominados também de 
antibeta-adrenérgicos ou betalíticos ou bloqueadores beta ou beta-inibidores. 
Os principais FÁRMACOS BETA-BLOQUEADORES são: Propranolol – atenolol – 
sotalol – nadolol – metoprolol – acebutolol – labelatol – timolol – pindolol – esmolol. 
Todos estes fármacos serão estudados juntos com os Fármacos Anti-Hipertensivos. 
FÁRMACOS QUE AFETAM A LIBERAÇÃO OU A CAPTURA DO 
NEUROTRANSMISSOR: 
Metildopa – guanetidina – reserpina - carbidopa – imipramina – cocaína. 
Somente a carbidopa, a imipramina e a cocaína são descritos inicialmente, enquanto os 
demais serão estudados junto com os Fármacos Anti-Hipertensivos. 
 
CARBIDOPA (Carbidol)(Cronomet). 
Afeta a síntese de noradrenalina, e, inibe a dopamina-descarboxilase, além de aumentar a 
disponibilidade da levodopa no SNC diminuindo o metabolismo deste fármaco no trato 
gastrintestinal e nos tecidos periféricos, aumentando a ação de diminuir os tremores, a 
rigidez e outros sintomas do parkinsonismo.Usado no tratamento da Doença de Parkinson, 
e, administrada por via oral, pode provocar efeitos adversos como anorexia, náuseas, 
vômitos, taquicardia, e, hipotensão. 
IMIPRAMINA (Tofranil)(Depramina). 
Afeta a captação de noradrenalina. Usada no tratamento da depressão, e, da enurese 
noturna, podendo provocar efeitos adversos como sonolência, fadiga, sensação de 
inquietação. 
COCAÍNA. Afeta a captação de noradrenalina, utilizado como anestésico ocular, mas, 
podelevar a dependência, hipertensão e excitação.

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