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O Marketing de Rede suas características

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
ELRIAN TIAGO GAMA DA SILVA MATOS
O MARKETING DE REDE E SUAS CARACTERÍSTICAS	
Rio de Janeiro
2017
ELRIAN TIAGO GAMA DA SILVA MATOS
O MARKETING DE REDE E SUAS CARACTERÍSTICAS
Artigo apresentado à Universidade Estácio de Sá como requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Administração.
ORIENTADOR: Prof. Paulo Rodrigues Junior
Rio de Janeiro
2017
O Marketing de Rede e suas características
RESUMO
Marketing de Rede é um modelo comercial de distribuição de bens ou serviços em que os ganhos podem advir da venda efetiva dos produtos, serviços ou pelo recrutamento de novos vendedores. Também conhecido como Marketing Multinível e Marketing de Relacionamento esse modelo de negócio possui em diversos países da América e na Europa lugar conceituado e consagrado no mercado de trabalho. Através de pesquisa bibliográfica foi possível constatar o crescimento exponencial que essa tendência mercadológica teve no Brasil nos últimos 5 anos. Avaliada como “ O Negócio do século XXI” a mesma entrou na vida de muitos brasileiros ajudando a construir uma nova visão de futuro junto ao empreendedorismo. Toda a expansão do Marketing de rede é extremante significante para o desenvolvimento econômico do país considerando que grande parte da população está se alinhando e esse novo modelo de negócio para criar uma renda familiar auxiliar.
Palavras Chave: Marketing de Rede, Negócio do Século XXI, Desenvolvimento Econômico, Pirâmide Financeira.
SUMÁRIO
1.	INTRODUÇÃO	5
2.	DESENVOLVIMENTO	6
2.1.	O que é Marketing?	6
2.2.	O que são estruturas de redes de negócios?	7
2.3.	O que é Marketing de Rede?	7
2.4.	O que é Pirâmide Financeira?	8
2.5.	Surgimento das Pirâmides Financeiras (Esquemas Ponzi)	10
2.6.	O Surgimento do Marketing de Rede	11
2.7.	Diferenças entre Marketing de Rede e Pirâmide Financeira	12
2.8.	Estrutura do Marketing de Rede	14
3.	CONCLUSÃO	18
4.	REFERÊNCIAS	19
INTRODUÇÃO
Tem-se percebido que as formas de marketing estão sendo reformuladas por conta da globalização e toda correlação de concorrência entre as empresas internacionais, fazendo com que a disputa pelo mercado fique cada vez mais acirrada. Com o advento da internet e difusão do seu uso, muitas empresas estão conseguindo entrar na briga e conquistar mercados consideráveis.
Uma das metodologias que tem tomado seu espaço no mercado e contribuído para que diversas organizações construam impérios de clientes fidelizados em um curto espaço de tempo é o Marketing de Rede, ou, também conhecido como Marketing Multinível.
Porém, esta metodologia vem sendo confundida com uma prática ilegal, contra a economia nacional, conhecida como Pirâmide Financeira ou Esquemas “Ponzi”.
Através de pesquisa bibliográfica, este trabalho visa esclarecer o que é Marketing de Rede, sua metodologia e características e efetuar comparativos que diferenciam um negócio legítimo de uma pirâmide financeira.
DESENVOLVIMENTO
O que é Marketing?
Marketing é a metodologia utilizada pelas organizações para identificar as necessidades e desejos do seu público-alvo a fim de obter crescimento no mercado atuante.
Kotler (2007, p.3) define marketing como “administrar relacionamentos lucrativos com o cliente [...]”.
“Marketing é a função empresarial que identifica necessidades e desejos insatisfeitos, define e mede sua magnitude e seu potencial de rentabilidade, especifica que mercados-alvo serão mais bem atendidos pela empresa, decide sobre produtos, serviços e programas adequados para servir a esses mercados selecionados e convoca a todos na organização para pensar no cliente e atender ao cliente”. KOTLER, p. 11)
Dentre as formas de marketing, existe o marketing direto que é a publicidade de produtos ou serviços para um público específico.
“O marketing direto consiste em comunicações diretas dirigidas a consumidores individuais cuidadosamente selecionados e destinadas não somente a obter deles uma resposta imediata, mas também a cultivar relacionamentos duradouros" (KOTLER, 2007, p. 433).
O que são estruturas de redes de negócios?
Sobre as transformações e megatendências do futuro da administração de negócios, Chiavenato, um grande autor da área, cita o seguinte: “a tradicional organização hierárquica e piramidal com características autocráticas e impositivas cede lugar para redes informais (networks) de comunicação, facilitando a interação das pessoas e dinamizando as organizações. ” (CHIAVENATO, 2012)
Machado (2008) esclarece em sua pesquisa que rede de negócios pode partir de oito características: “1) compartilhamento de recursos; 2) práticas informais ou regras; 3) competências sinérgicas ou complementares; 4) reciprocidade; 5) aprendizagem ou co-evolução; 6) poder de troca; 7) posição ou espaço ocupado na rede; 8) alinhamento da proposta de valor. [...]”
O que é Marketing de Rede?
“Marketing de Rede, também conhecido como Marketing Multinível ou Venda Direta Multinível, é um componente da empresa de venda direta. É um método de distribuição que leva produtos e serviços diretamente ao consumidor, de diversos mercados, por meio de distribuidores independentes. (COSTA, 2001, p. v)
De acordo com Turatti (2016)
 “Trata-se de um modelo de venda direta (relação pessoal entre vendedor e comprador e, portanto, submetido ao código de regras da ABEVD – Associação Brasileira de Vendas Diretas).
A ideia principal deste modelo é estimular indivíduos para que formem sob si uma rede de outros indivíduos que comercializem o produto, criando uma estrutura de diversos níveis.
A receita dos membros da rede vem de duas origens: a principal é a venda dos produtos para consumidores fora da rede (e tal receita é repartida entre os membros dos diferentes níveis dentro de uma mesma subrede).
Como receita secundária, membros também ganham ao trazerem novos membros para a rede, o que na perspectiva do fabricante é uma forma de incentivar o crescimento e cobertura. Muitos fabricantes também se responsabilizam pela capacitação da rede para que tenham melhor performance. “
Devido a toda competitividade com a globalização da economia, as empresas se viram obrigadas a reestruturar as suas formas de marketing, antes de dentro para fora (Empresa > Cliente) e agora de fora para dentro (Cliente > Empresa). Focando assim em formas de Relacionamento. Uma delas é o uso do Marketing de Rede.
Segundo Marks (1995), citado por Costa (2001, p.15) , “O Marketing de Rede, ou Marketing Multinível é um sistema de distribuição, ou forma de marketing, que movimenta bens e/ou serviços do fabricante para o consumidor por meio de uma ‘rede’ de contratantes independentes. É um sistema que elimina o ‘intermediário’. ”
Costa (2001) aponta que o Marketing de Rede é uma tendência mercadológica que se utiliza de Marketing de Relacionamento e Marketing Direto.
Segundo Najjar e Gracioso (1997, p.34), “O Marketing de Rede é uma das formas que assume a venda direta, distinguindo-se apenas pela maneira de remunerar o vendedor.” 
Segundo Costa (2001) “O Marketing de Rede nada mais é do que a transformação das estruturas hierárquicas rígidas em uma imensa rede democrática de contatos comerciais entre empresa, distribuidor e consumidor.
O que é Pirâmide Financeira?
Mas qual é a relação entre pirâmide financeira e marketing multinível? Trata-se do mesmo assunto? Turatti (2016), em seu artigo, relata o seguinte: “Nas pirâmides financeiras a receita vem principalmente do recrutamento de novos membros para a rede, e também pela venda de (ou o ato de empurrar) produtos dentro da própria rede (muitas vezes disfarçada de necessidade de compra ou estoque mínimo para o revendedor).
Em vários casos, o produto transacionado pela rede é algo secundário ou de demanda relativamente obscura. Obviamente, um modelo destes não se sustenta no médio prazo, uma vez que aqueles que entram mais tarde na organizaçãonão conseguem mais replicar o modelo (encontrar novos revendedores e receber por isso, ao invés de vender o produto para consumidores fora da rede).”
MELO (2017, p.166), relata que “as pirâmides financeiras se caracterizam por sua insustentabilidade. ” E de uma forma bem pessoal e inconformado continua “São estruturas criadas para, propositalmente, terem início, meio e fim. Elas representam um dos maiores exemplos humanos de ambição e ganância destemidas. Constituem-se como produtos de mentes doentias, associadas à mais baixa fraqueza de caráter e bom senso que alguém pode possuir. ” (MELO, 2017, p. 166)
BERGO (2015) ressalta que “Pirâmide Financeira é um empreendimento débil que busca excessivo lucro em um curto espaço de tempo através da rotatividade de dinheiro oriunda da angariação de novos investidores. ” (BERGO, 2015, p. 33)
“‘A oferta de ganhos altos e rápidos proporcionados principalmente pelo recrutamento de novos entrantes para a rede, o pagamento de comissões excessivas, acima das receitas advindas de vendas de bens reais e a não sustentabilidade do modelo de negócio desenvolvido pela organização sugerem um esquema de pirâmide financeira, o que é crime contra a economia popular, tipificado no inciso IX, art. 2º, da Lei 1.521/51’, informou a Seae. ” (GASPARIN, 2013)
COSTA (2001) cita MOORE (1998) definindo pirâmide como um esquema em o participante pega um valor considerável pela chance de receber compensação por introduzir uma ou mais pessoas adicionais no esquema ou pela chance de receber uma compensação quando a pessoa introduzida indica também outro participante. Portanto, é um programa que compensa seus participantes meramente pelo ato de recrutamento e envolvimento de outras pessoas no programa. A ênfase deste programa não é a venda de um produto, mas sim o recrutamento de um novo participante.
COSTA (2001) nos apresenta um exemplo para entendimento do funcionamento de uma pirâmide financeira, da seguinte forma:
“Para fazer parte, deve-se efetuar um pequeno ou grande investimento, dependendo do esquema. Conforme a figura a seguir, US$ 1,000 compra uma das posições do nível da base; sendo que US$ 500 desse dinheiro vão para a pessoa diretamente acima do pagante, e os outros US$ 500, para a pessoa no topo da pirâmide. Se todas as posições da lista forem preenchidas, o promotor do esquema irá coletar US$ 16,000, e os outros abaixo deste estarão US$ 1,000 mais pobres. Quando o promotor é pago, ele é removido e o segundo nível começam a ter ganho. Para que estes dois sejam pagos, devem ser incluídos mais 32 novos participantes a continuar o esquema. Mas claro, a pirâmide pode “quebrar” antes que se chegue ao topo. Em ordem para que todos tenham ganho em um esquema de pirâmide, não deve acontecer o fim do suprimento de novos participantes. Na realidade, o suprimento de participantes é limitado, e cada novo nível de participantes tem menos chance de recrutar outros e uma grande chance de perda de dinheiro.”
Fonte: Adaptado COSTA (2001)
Surgimento das Pirâmides Financeiras (Esquemas Ponzi)
As pirâmides financeiras tiveram seu estopim por volta da década de 20 através de um homem chamado Charles Ponzi, com o primeiro grande evento desses esquemas. Levando, assim, o nome do autor.
“O nome esquema Ponzi vem de Carlos Ponzi, ou Charles Ponzi, que prometia aos clientes, nos anos 1920, nos EUA, duplicar o investimento em três meses através de um negócio de venda de selos postais. Na verdade, Ponzi pagava aos investidores mais antigos utilizando o "investimento" dos novos clientes. Não foi o primeiro esquema deste género, mas pela sua dimensão, Ponzi batizou este tipo de fraude.” (RAMALHETE, 2016)
Os esquemas de pirâmide foram surgindo e sendo desmantelados ao longo de todos esses anos. Recentemente, em 2013, ocorreu o maior esquema no Brasil através de uma empresa americana chamada TELEXFREE.
Os sócios foram acusados de montar um esquema de pirâmide financeira para venda de serviço de telefonia Voip, que atraiu cerca de 1 milhão de pessoas no mundo, com pena de 10 anos de prisão e devolver bens avaliados em 140 milhões de dólares americanos. (G1, 2016)
“A empresa chegou ao Brasil em 2012. A Telexfree oferecia ligações de longa distância mais baratas pela internet e prometia ganhos de mais de 200% ao ano para quem publicasse anúncios e trouxesse novos clientes. As investigações nos EUA apontaram que menos de 1% do que a empresa recebia vinha dos produtos de telefonia e que a empresa é um esquema de pirâmide disfarçada. ” (G1,2016)
O Surgimento do Marketing de Rede
As primeiras atividades do Marketing de Rede surgiram em meados do século XX através de um médico, Dr. Carl Rehnborg, que desenvolveu estudos sobre os efeitos dos nutrientes e das vitaminas no organismo humano. Montou um laboratório e criou os primeiros suplementos de vitaminas e mineirais dos Estados Unidos. (MELO, 2014)
Rehnborg lançou oficialmente, em 1945, seu plano de vendas em parceria com a Mytinger & Casselberry INC. Contou com a ajuda de dois jovens empreendedores, Jay Van Andel e Rich DeVos. (SILVA, 2016) 
“Carl Rehnborg buscava uma alternativa para o enfadonho sistema de vendas daquela época. Como pensador e químico, acreditava que algo poderia ser feito para aumentar a rentabilidade de um negócio, promover a expansão deste e consequentemente fazer crescer o lucro.” (BERGO, 2015, p. 39)
“Para poder expandir sua operação ele solicitou aos distribuidores mais experientes que treinasse novos distribuidores sendo que a companhia pagaria uma porcentagem sobre parte das vendas que eles realizassem.” (SILVA, 2016)
Conforme Bergo (2015), o Dr. Rehnborg “criou um vantagem em que aquele revendesse o produto e atraísse outros revendedores receberia, obviamente, pelas suas vendas e também pelo pequeno valor por aquele associado angariado.”
“Ou seja, forma de estímulo das vendas em si e da busca por novos revendedores que venderiam e indicariam mais, consequentemente aumentando toda rotatividade e lucro do negócio envolvido.” (BERGO, 2015, p. 39)
Melo (2014) comenta que “o Dr. Rehnborg não tinha noção da dimensão de tal ideia, mas, com a implantação das bonificações em alguns níveis, ele inventara o network marketing.”
“No espaço de tempo de pouco mais de uma década, Carl Rehnborg revolucionou o campo da nutrição e deu uma nova visão ao conceito até então conhecido apenas como vendas diretas.” (MELO, 2014, p. 12)
“Tão revolucionário quanto aumentar as vendas foi o fato de criar a possibilidade de um simples vendedor potencializar seus ganhos. Ao invés de um vendedor ganhar pelo seu esforço pessoal nas vendas, por que não potencializar os ganhos com a possibilidade de um vendedor convidar outro?” (MELO, 2014, p. 12)
“A partir daquele momento, iniciou-se um rompimento de conceito e comportamento entre o que era um vendedor e o que era um distribuidor independente de uma companhia de multinível.” (MELO, 2014, p. 12)
Diferenças entre Marketing de Rede e Pirâmide Financeira
Segundo Bergo (2015) os sistemas apresentam muitas familiaridades, ainda mais, depois da dita “evolução” da Pirâmide Financeira que se revestiu de certas características do Marketing Multinível afim de, caso fosse necessário, diante de certa fiscalização, se passar por tal, já que a primeira diferença clara é: Marketing Multinível é um sistema completamente aceitável e legal, enquanto Pirâmide Financeira é caracterizada como crime contra a ordem econômica, no ordenamento jurídico brasileiro.
Conforme Kishel & Kishel (1993) citado por Santos, Spers & Cremonezi (2017), as pirâmides financeiras possuem a mesma estrutura organizacional do Marketing Multinível, a diferença é que as empresas de MMN geram renda a partir das vendas de produtos e serviços e recebem bônus por recrutar novos distribuidores, já as pirâmides geram renda apenas por recrutar novos membros e por cobrar taxas para entrar no negócio, muitas vezes não há produtos.
“Destaca-se o primeiro ponto importante e caracterizador do MMN – produto com eficiente divulgação. Ouseja, o negócio busca de fato a venda do bem ou serviço oferecido através da propagação da qualidade/utilidade destes, da angariação de novos entusiastas em vender o referido produto e, por fim, ganhar além dos valores das vendas propriamente ditas, um bônus pelo novo investidor captado para vender.” (BERGO, 2015, p. 40)
Nos princípios legais, MOORE (1998) citado por COSTA (2001),” destaca que uma empresa de Marketing de Rede, de distribuição multinível, significa qualquer pessoa, empresa, corporação, ou outra entidade de negócio que venda e distribua um bem ou serviço, através de agentes independentes, contratantes, ou distribuidores em diferentes níveis, onde tais participantes possam recrutar outros participantes. Comissões, bônus, restituições, descontos, dividendos, ou outras considerações do programa são ou devem ser pagas como result	ado da venda de tal serviço ou produto ou do recrutamento, ações, ou desempenho de participantes adicionais.”
	Segundo com GRACIOSO & NAJJAR (1997), as principais características que diferenciam o Marketing de Rede de outros esquemas, como as pirâmides, são:
Produtos e serviços de alta qualidade;
Produtos e serviços com potencial de consumo – utilidade cotidiana;
Pequeno investimento inicial para entrar no negócio, com possibilidade de recuperação em caso de mudança de ideia;
Controle ético sobre os participantes da rede;
Oferta de treinamento para os distribuidores;
Proibição de compras desnecessárias (formação de estoques, por exemplo e regras razoáveis de recompra dos produtos pela empresa);
Não compensação do recrutamento de novos participantes; e
Garantia de satisfação ao consumidor.
DOMUS (texto A, 1998) citado por COSTA (2001), diferencia as pirâmides ilegais dos negócios legais de vendas diretas, como o Marketing de Rede, através dos fatores apresentados no quadro abaixo.
	EMPRESAS LEGÍTIMAS
(Marketing de Rede/Venda Direta)
	EMPRESAS ILEGÍTIMAS
(Pirâmides)
	- negócio baseia-se na venda de produtos de qualidade a consumidores. Direito à devolução do produto ou dinheiro;
	- envolve venda de produtos não viáveis comercialmente;
	- desencoraja o acúmulo de estoques e aceitam devolução dos produtos reembolsando 90% do custo líquido do vendedor;
	- encorajam ou requerem grandes estoques de produtos não reembolsáveis.
	- capital inicial mínimo e como o direito a reembolso na desistência de prosseguir com o negócio;
	- requer altas taxas de admissão e/ou alto investimento em estoques, ambos não reembolsáveis;
	- as vendas e planos de marketing são baseados no reconhecimento e recompensa progressivos dos revendedores diretos, com base em consumidores que consumam os produtos da empresa.
	Oferece planos do tipo “fique-rico-facilmente”, induzindo participantes a ganhar posições de base ou de liderança. Não há oportunidades viáveis para negócios de longo termo.
Fonte: Adaptado de COSTA (2001).
COSTA (2001) ressalta que pirâmides são ilegais, no qual grande número de pessoas na base da pirâmide pagam em dinheiro a poucas pessoas do topo da pirâmide. Cada novo participante paga pela chance de avançar ao topo e obter ganhos de outros que, possivelmente, farão parte do esquema.
Estrutura do Marketing de Rede
O Marketing de Rede é uma forma de Marketing Direto. Se distinguem de outras formas de marketing e vendas por não envolver formas tradicionais como publicidade em meios de comunicação de massa. Além disso, a maior parte dos distribuidores trabalha a partir de suas próprias casas, dispensando escritórios e pessoal de apoio. Os gastos operacionais e com marketing envolvidos na venda dos produtos são, consequentemente, pequenos, o que reduz o risco do empreendimento.” (COSTA, 2001, p. 14)
“O modelo multinível, então, cria rapidamente uma estrutura de canais muito mais leve que a tradicional. Isto tende a ser ainda mais efetivo hoje em dia, uma vez que os indivíduos têm mais recursos para manterem conexões entre si, seja por mídias sociais, mensagens instantâneas ou e-mails. Um distribuidor multinível pode se comunicar facilmente com o fabricante, bem como controlar melhor suas equipes à distância, em tempo real e a custo baixo.” (TURATTI, 2016)
O sistema MMN tem sua renda gerada diretamente da venda dos produtos, por exemplo, se o distribuidor não conseguisse novos membros, esse, por sua vez, ainda receberia o valor referente a venda dos seus produtos ou serviços. Já se recrutasse cinco novos membros e esses não conseguissem vender nada, o lucro seria zero, pois, no Marketing Multinível, o lucro depende da venda do produto ou serviço (BERGO, 2015, p.38).
Segundo Moore (1998) citado por Costa (2001):
“O Marketing de Rede vem a ser, então, um componente importante da indústria de vendas diretas, conhecido como “marketing estrutural” ou venda “direta de rede”. Além de organizar e remunerar revendedores envolvidos em vendas diretas, possui um plano de remuneração de vendas diretas no qual revendedores podem receber ganhos de duas maneias: primeiro, revendedores podem receber compensações por suas vendas pessoais de produtos e serviços a consumidores e, segundo, os revendedores podem ser remunerados pelas revendas ou compras por meio de pessoas que ele próprio recrutou e patrocinou no plano, ou ser remunerado com base nas revendas do grupo ou rede que foram recrutados e patrocinados por pessoas por eles previamente recrutadas. Portanto, é uma oportunidade ao revendedor de estabelecer seu próprio negócio, revendendo bens e serviços, e desenvolvendo e treinando uma organização ou rede de revendedores, por ele patrocinados, para fazerem o mesmo.”
Moore (1998), citado por Costa (2001), ainda acrescenta que o Marketing de Rede (muitas vezes referido como marketing multinível, que define mais apropriadamente a estrutura de pagamento) tem sua origem na Venda Direta. Deve-se esclarecer que a essência do canal de distribuição da Venda Direta/Marketing de Rede reside do aspecto de pessoa-para-pessoa no processo de venda, e a promoção de uma linha de produto ou serviço.
Segundo Costa (2001), o termo “multinível” de fato descreve os vários níveis unidos em uma organização de vendas criada por um distribuidor individual, conforme demonstrado a seguir.
Fonte: Costa (2001)
De acordo com WFDSA (1999), citado por Costa (2001), vale ressaltar que o marketing multinível é um método de compensar a força de vendas em um negócio de vendas diretas. A força de vendas pode receber compensação em dois caminhos fundamentais: primeiro podem ter lucro sobre as vendas pessoais de produtos e serviços a consumidores, e segundo, podem ter lucro sobre as vendas do grupo ou “rede” de pessoas recrutadas.
A renda é baseada num acúmulo mensal de pontos onde cada produto comprado corresponde a pontuações. “A compensação dos distribuidores baseia-se em resultados.” (MARKS, 1995)
Dependendo das vendas realizadas, o ganho se dá tanto no atacado, quanto no varejo. A renda é dividida em duas categorias: os lucros do varejo e a renda residual. Os lucros do varejo refletem a habilidade de um distribuidor em vender um produto ou serviço. Já a renda residual resulta das retiradas de bônus que são pagas sobre o volume do atacado gerado por toda uma organização de vendas, ou seja, a renda continua crescendo com base no crescimento da organização (rede), completa Costa (2001).
Costa (2001) cita Buaiz (1998) como forma de entendimento dos sistemas de remuneração:
“Single-level – Uma empresa de vendas diretas oferece a um distribuidor a possibilidade de ganho de apenas 30% de lucro sobre a venda e gasta 20% de seu faturamento com publicidade, promoções, programas de incentivos e treinamento. O distribuidor dessa empresa, denominado ANA, tem um rendimento em média o equivalente a R$ 5.000,00 e rendimento mensal na faixa de R$ 1.500,00. ANA possui um cadastro de 50 clientes na cidade de sua residência. A possibilidade de ANA aumentar sua renda ocorrerá somente se ela empenhar-se cada vez mais nas vendas, pois ela jamais terá a possibilidade de vender em outrosmercados.
Multinível – Uma empresa de Marketing de Rede oferece a um distribuidor de trabalhar com produtos e preços muito parecidos com os de ANA, com a possibilidade de 25% de lucro sobre a venda. A princípio, a oportunidade parece menos atrativa, porém a empresa permite que este distribuidor, denominado JOÃO, cadastre seus próprios vendedores e receba 10% de comissão sobre todas as vendas que eles fizerem (1º nível), além de mais 5% de lucro a JOÃO sobre o 2º nível (venda de todos os distribuidores patrocinados pelo 1º Nível). Assim, sucessivamente, todos esses distribuidores possuem a possibilidade de cadastrar outras pessoas, formando uma “rede” de distribuidores, os quais vão sendo remunerados a partir de uma escala de percentagens de ganho previamente estipuladas para cada nível. Portanto, quanto maior for o número de níveis permitido, maior será o potencial de ganhos dos distribuidores.”
O marketing multinível tem também um papel importante ao fomentar o empreendedorismo, tanto do lado do pequeno fabricante que não tem recursos para entrar no jogo dos canais tradicionais quanto do indivíduo que tem boas habilidades de venda e de articulação de times, e que pode ser dono de sua própria rede de revendedores.
Pode ainda funcionar para o desenvolvimento social de uma comunidade na qual os canais tradicionais não têm alcance, circulando dinheiro na compra e venda feita entre moradores da própria comunidade. (TURATTI, 2016)
CONCLUSÃO
Após esta pesquisa, podemos afirmar que Marketing de Rede é um negócio legítimo que possui plena distribuição de produtos ou serviços, capazes de serem comercializados e que atendem a uma demanda real do mercado. Bem como entender que a renda dos distribuidores provém da venda direta desses produtos e serviços e de bonificações geradas pelas vendas realizadas pelos distribuidores convidados pelos primeiros distribuidores e, assim, sucessivamente. Sendo que, caso o distribuidor não convide ninguém, ele ainda permanecerá com o lucro das suas próprias vendas.
Diferentemente das pirâmides financeiras, que não tem produtos ou serviços para serem comercializados ou, quando possuem, estes, não atendem uma demanda real do mercado ou podem ser adquiridos por menor preço com facilidade. Para manter o lucro é necessário estar sempre convidando pessoas para o esquema. Logo, se o participante do esquema não convidar nossas pessoas, seu lucro cessa 100%. Tal prática é um crime contra a economia.
Houve bom êxito em explicar o que é o Marketing de Rede e esclarecer as principais diferenças com as Pirâmides Financeiras, através desta pesquisa.
REFERÊNCIAS
ALVES, Diego Augusto Braz. Monografia: Marketing de Rede. Centro Universitário de Brasil, 2007. 
Artigo: “O QUE É UM ESQUEMA PONZI? QUAIS OS CUIDADOS A TER? ” Disponível em: (http://marketingmultinivel.pt/o-que-e-esquema-ponzi/ ). Acessado em 21/10/2017.
BERGO, T.. CONSIDERAÇÕES ACERCA DE PIRÂMIDE FINANCEIRA SOB O ENFOQUE DO DIREITO PENAL ECONÔMICO. Intertem@s ISSN 1677-1281, América do Norte, 28 6 04 2015.
CHIAVENATO, Idalberto. Princípios da Administração: o essencial em teoria geral da administração. Barueri, SP: Manole, 2012
COSTA, Liliana Alves. O Sistema de Marketing de Rede: uma estratégia de ação mercadológica. Porto Alegre: UFRGS/PPGA, 2001
GASPARINI, Gabriela, 2013. “Entenda o caso Telexfree. ” Disponível em: (http://g1.globo.com/economia/noticia/2013/03/entenda-o-caso-telexfree.html). Acessado em: 21/10/2017
G1, Portal, 2016. “Fundador da Telexfree admite 'fraude' e esquema de pirâmide financeira. ” Disponível em: (http://g1.globo.com/economia/negocios/noticia/2016/10/fundador-da-telexfree-admite-fraude-e-esquema-de-piramide-financeira.html). Acessado em 21/10/2017
KOTLER, Philip. Marketing de A a Z: 80 conceitos que todo profissional precisa saber. Rio de Janeiro, RJ: Elsevier, 2003.
KOTLER, Philip e Gary Armstrong. Princípios de Marketing. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2007.
MACHADO, Denise Del Pra Netto. As Redes Empresariais de Negócios e o seu poder competitivo: Racionalidade Lógica ou Estratégica?. Blumenau, SC: Revista Negócios, 2008.
MELO, Demetrio. Network Marketing: O Negócio do Século XXI. Rio de Janeiro, RJ: Atlas Book, 2014.
NAJJAR, Eduardo; GRACIOSO, Francisco. “Marketing de Rede: a era do supermercado virtual. ” Marketing, São Paulo, ano 30, n. 293, p. 34-52, jun. 1997.
RAMALHETE, Vera, 2016. “Do primeiro ao maior esquema Ponzi. Conheça cinco casos. ” Disponível em: (http://www.jornaldenegocios.pt/mercados/detalhe/do_primeiro_ao_maior_esquema_ponzi_conheca_cinco_casos ). Acessado em: 21/10/2017
SANTOS, SPERS, CREMONEZI. As diferenças entre Marketing Multinível e as Pirâmides Financeiras ou “Esquemas de Pirâmides”. Revista Brasileira de Marketing – ReMark - Vol. 16, N. 2. Abril/Junho. 2017
SILVA, Ricardo, 2016. “Uma breve história do Marketing Multinível (MMN)” Disponível em: (http://doutormultinivel.com.br/uma-breve-historia-do-marketing-multinivel-mmn/). Acessado em: 02/11/2017
TURATTI, Luiz Fernando, 2016. “Afinal, qual a diferença entre pirâmide e marketing multinível? ”. Disponível em: (www.exame.abril.com.br/pme/afinal-qual-a-diferenca-entre-piramide-e-marketing-multinivel/). Acessado em 19/09/2017.

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