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Resumo 5 lições de psicanálise

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Cinco lições
da
psicanálise
Nome: Jessica Duque Schneider
Matrícula: 201502427281
Psicologia 1º período noite
Primeira Lição
Muitos se enganam quando dizem que a psicanálise teve início com Freud. Em seu texto, ele diz que ainda estudava quando foi iniciada a prática com o médico Dr. Joseph Breuer, utilizando-a no tratamento de uma jovem histérica (1880-1882), e que depois foi publicado por Freud e Breuer em 1895 “Estudos Sobre a Histeria”.
A jovem de 21 anos tinha altos dotes intelectuais, mas apresentava perturbações físicas e psíquicas (como paralisia, problemas de visão, confusão, delírio), além de repugnância pelos alimentos e impossibilidade de beber. O que foi chamado de histeria.
Isso ocorreu quando a jovem estava tratando seu pai doente, que acabou falecendo.
A medicina por falta de conhecimento e de tratamento julgava os pacientes como exagerados e simulados. Mas Breuer não “rotulou” nem “censurou” a jovem.
Nos estados de absence (confusão e alteração da personalidade), a doente murmurava coisas que ficava em seu inconsciente. E quando o médico a hipnotizava, a mesma relatava fantasias. A própria paciente denominou este tratamento de “talking cure” (cura de conversação).
Após isso, ela voltava à vida normal, até ocorrer um próximo estado de absence.
Uma vez durante a hipnose, a doente disse que foi ao quarto da sua dama de companhia e viu o cão beber água num copo, e sentiu repugnância. Após esse relato, conseguiu voltar a beber.
Concluiu-se que experiências emocionais deixavam “resíduos”, “traumas psíquicos”.
Considerando que na maioria dos casos o que deixava os sintomas eram muitos traumas, toda recordação tinha que ser reproduzida em ordem cronológica e inversa.
Os histéricos sofrem de reminiscências (lembranças) e símbolos mnêmicos (memória) de experiências traumáticas, não só as recordam como ainda se prendem a elas emocionalmente esquecendo a realidade e ao presente.
A paciente manifestou diante do médico sua energia afetiva que estava contida. Podia verificar que era inútil recordar acontecimentos sem mostrar afeto.
Podemos assim, imaginar que as emoções regulavam tanto a doença, como a cura. Estas emoções tornavam-se patogênicas quando não se mostravam normais, virando sintomas físicos, “conversão histérica”, que representa uma expressão mais intensa das emoções.
Outra observação de Breuer era de que num indivíduo são possíveis vários agrupamentos mentais, sem que um "nada saiba" do outro, e que podem se alternar entre si em sua emersão à consciência, sendo descritos como “double conscience”. Na "sugestão pós-hipnótica", em que uma ordem dada durante a hipnose é, no estado normal, cumprida, tem-se um modelo das influências que o estado inconsciente pode exercer no consciente, que permite compreender o que ocorre na manifestação da histeria. 
As excitações durante os estados de hipnoides viram doenças porque não encontram neles as condições para a descarga normal.
A teoria de Breuer, dos estados hipnoides, tornou-se embaraçante e supérflua, e foi abandonada pela psicanálise moderna.
Segunda Lição
Quase ao mesmo tempo em que Breuer praticava a cura de conversação, Charcot, em Paris, começava as investigações de onde havia de surgir nova concepção com a enfermidade, com as doentes histéricas da Salpêtrière.
Cerca de dez anos mais tarde, Freud e Breuer publicaram a Preliminary Communication (Comunicação Preliminar) sobre o mecanismo psíquico dos fenômenos histéricos, relacionada com o tratamento catártico da primeira doente de Breuer.
Seguindo o exemplo de Pierre Janet (estudou os processos psíquicos particulares da histeria), eles tomaram a divisão da mente e a dissociação da personalidade como ponto central de sua teoria.
Segundo Janet, a histeria era uma forma de alteração degenerativa do sistema nervoso que se manifestava pela fraqueza congênita do poder de síntese psíquica. Os histéricos seriam incapazes de manter a multiplicidade dos processos mentais, esta seria a explicação para a dissociação psíquica. Contrariando esta suposta fraqueza mental, pode observar nos pacientes, fenômenos de exaltação parcial da eficiência.
Freud prosseguindo as pesquisas iniciadas por Breuer foi levado a outro ponto de vista a respeito da dissociação histérica (a divisão da consciência).
O procedimento catártico realizado por Breuer exigia a hipnose profunda do paciente, pois somente neste estado ele tinha conhecimento das ligações patogênicas, que em condições normais às escapavam. Freud abandonou a hipnose quando viu que a hipnose não tinha muito êxito em todos os pacientes. Decidiu agir com o método catártico independente da hipnose. Questionando-se em como fazer o paciente contar aquilo, recordou-se de uma experiência de Bernheim, que pessoas em estado de sonambulismo hipnótico, executavam atos e depois se lembravam disso em estado normal. Freud prosseguiu da mesma forma com seus pacientes. No momento em que o doente dizia que não sabia de mais nada, ele assegurava-lhes que sabia, e ia até afirmar que a recordação seria a que lhes apontasse no momento em que lhes pusesse a mão sobre a cabeça. Mas essa técnica foi dada como inadequada para ser definitiva.
As recordações do doente não estavam esquecidas, mas que permaneciam no inconsciente. Foi nesta ideia de resistência que Freud alicerçou sua concepção sobre os processos psíquicos na histeria. Para restabelecer o doente, precisava suprimir as resistências.
Freud formula a ideia que denomina a gênese da doença, sendo: as mesmas forças (como resistência) que hoje não deixam que o esquecido volte à consciência deveriam ser as mesmas que antes tinham agido expulsando da consciência os acidentes patogênicos correspondentes, a este processo ele nomeia “repressão” (uma operação psíquica que tende a suprimir conscientemente uma ideia ou um afeto cujo conteúdo é desagradável.).
Por tratamento catártico, Freud pode explicar o mecanismo patogênico da histeria, como o aparecimento de um desejo violento comparado com os outros desejos do indivíduo e incompatíveis com as aspirações morais e estéticas de sua personalidade, sucumbia à repressão e permanecia no inconsciente. Era, portanto, a incompatibilidade entre a ideia e o ego, o motivo da repressão, que evitava o desprazer, um meio de proteção da personalidade psíquica.
A concepção freudiana diferencia-se da de Janet, pois não é atribuída a divisão psíquica à incapacidade inata para a síntese da parte do aparelho psíquico, mas, explica-se pela dinâmica do conflito de forças mentais contrárias. Os conflitos psíquicos são frequentes, sem que isso produza a divisão psíquica.
A hipnose encobre a resistência, deixando livre e acessível um determinado setor psíquico, contudo sua fronteira acumula as resistências, criando para o resto uma barreira intransponível.
O sintoma pode ser um substituto da ideia reprimida, já que o sintoma é protegido contra as forças defensivas do ego, causando sofrimento. Pode ter semelhança do sintoma com a ideia primitiva reprimida.  Assim é necessário que o sintoma seja reconduzido pelo mesmo caminho até a ideia reprimida.
Quando se consegue reconstituir a atividade mental consciente daquilo que fora reprimido, o conflito psíquico que se originara e que o doente quis evitar seria uma solução mais feliz do que a oferecida pela repressão.
Quando o doente passa a aceitar o desejo, é dirigido para um alvo irrepreensível e mais elevado (sublimação) ou reconhece como justa a repulsa, onde o mecanismo de repressão é insuficiente e é substituído por um julgamento de condenação, se alcança o controle consciente do desejo.
Terceira Lição
Apenas nas primeiras vezes que Freud pressionou o paciente ele apresentou o que se buscava. Com a continuação do método surgiram pensamentos sem propósitos. Começou-se então um teste que anos depois sua comprovação científica foi demonstrada por C. G. Jung, de Zurique e seus discípulos.
Duas forças atuavam: o esforço para trazer o quepermanecia no inconsciente à consciência, e a resistência, impedindo a passagem para o consciente do elemento reprimido (quanto maior a deformação do elemento, maior a resistência dele).
Complexo é um grupo de elementos interdependentes, catexizados (catexia é o processo pelo qual a energia libidinal disponível na psique é vinculada a ou investida na representação mental de uma pessoa, ideia ou coisa), de energia afetiva. Assim tem a probabilidade de desvendar um complexo reprimido na medida em que o doente proporcione um número suficiente de associações livres. Realiza-se mandando o doente dizer o que lhe vem a mente indiretamente dependendo do complexo procurado, sendo o único método praticável. Algumas vezes o doente diz que não tem mais nada a dizer, mas ideias livres nunca deixam de aparecer, o paciente influenciado pela resistência disfarçada em juízos críticos sobre o valor da ideia, retém-na ou a afasta. Assim solicita-se ao paciente que exponha o que lhe vier ao pensamento sem nenhuma seleção ou crítica.
A interpretação dos sonhos é o caminho para o conhecimento do inconsciente, a base mais segura da psicanálise. Para Freud não há necessidade de nenhuma hipótese mística em relação aos sonhos, ele seria a realização de desejos trazidos pelo dia. Apresentam-se de forma distorcida, devendo diferenciar o conteúdo que se lembra no dia seguinte do qual permanece do inconsciente.
O que a gente se recorda é substituto ao que permanece no inconsciente, por defesa do ego, por conta dos desejos reprimidos. Quem sonha reconhece tão mal o sentido dos sonhos, como o histérico reconhece as correlações e significados de seus sintomas.
Na “elaboração onírica” (pensamentos inconscientes do sonho disfarçam no conteúdo manifesto), ocorre entre dois sistemas psíquicos distintos, como consciente e inconsciente. Entre estes processos há a condensação (fusão de diversas ideias do pensamento inconsciente, para desembocar numa única imagem no conteúdo manifesto, consciente) e o deslocamento (transforma elementos primordiais de um conteúdo latente em detalhes secundários de um conteúdo manifesto por meio de um deslizamento associativo).
Pela análise dos sonhos descobriu-se que os fatos e impressões da infância exercem no desenvolvimento do homem, conservando todas as peculiaridades e aspirações, como desenvolvimento de repressões, sublimações e formações reativas, e que o inconsciente serve para a representação de complexos sexuais.
Os pesadelos contradizem o nosso modo de entender o sonho como satisfação dos desejos. A ansiedade que os acompanha não depende simplesmente do conteúdo onírico, é uma das reações do ego contra desejos reprimidos violentos. Compreende-se que a interpretação de sonhos, quando as resistências não atrapalham, leva ao conhecimento dos desejos ocultos e reprimidos e dos exemplos entretidos por este.
Tratará agora das pequenas falhas comuns dos indivíduos normais e neuróticos, que costumamos não dar importância, juntam-se atos ou gestos que as pessoas executam sem perceber ou atribuir importância. Os atos falhos exprimem impulsos e intenções que devem ficar ocultos à própria consciência, pois desprende dos desejos reprimidos e dos complexos que são criadores de sintomas e formadores dos sonhos.  Fazem a mesma consideração que os sintomas e os sonhos, que podem levar ao descobrimento da parte oculta da mente.  São do mais alto valor teórico testemunham a existência da repressão e da substituição mesmo na saúde perfeita.
O psicanalista se distingue pela rigorosa fé no determinismo da vida mental. Não existindo nada insignificante nas manifestações psíquicas. Antevê um motivo suficiente em toda parte e está disposto a aceitar causas múltiplas para o mesmo efeito, enquanto nossa necessidade causal, que supomos inata, se satisfaz  plenamente com uma única causa psíquica.
O estudo das ideias livremente associadas pelos pacientes, seus sonhos, falhas e ações sintomáticas, considerando ainda outros fenômenos no decurso do tratamento psicanalítico, chega-se a conclusão de que a técnica é suficiente capaz de realizar aquilo que se propôs: conduzir à consciência o material psíquico patogênico, dando fim aos padecimentos ocasionados pela produção dos sintomas de substituição.
Quarta Lição
O exame psicanalítico relaciona com uma regularidade os sintomas mórbidos a impressões da vida erótica do doente, mostra que os desejos patogênicos são da natureza dos componentes instintivos eróticos e que as perturbações do erotismo têm maior importância entre as influências que levam à moléstia.
Os doentes não facilitam o reconhecimento da tese. Nenhum de nós pode manifestar o seu erotismo francamente. Quando os pacientes tiverem percebido que durante o tratamento devem estar à vontade, estarão em condições de formar juízo a respeito deste problema.
Para esclarecimento da análise é necessário retroceder até a puberdade e a infância do doente, somente estes fatos explicam a sensibilidade aos traumatismos futuros e só com os descobrimentos destes, e com a volta a consciência, é que se tem o poder de afastar os sintomas.
A criança possui o instinto e as atividades sexuais. Na primeira fase da vida sexual infantil a satisfação é alcançada no próprio corpo, excluindo qualquer objeto estranho, chamando de autoerotismo. Os lugares do corpo que proporcionam o prazer sexual são as zonas erógenas. Outra satisfação nessa idade é a excitação masturbatória dos órgãos genitais. Ao lado destas atividades autoeróticas revelam-se na criança, componentes do gozo sexual ou da libido que pressupõe como objeto uma pessoa estranha. Estes instintos aparecem em grupos de dois, um oposto ao outro, ativo e passivo: o prazer de causar sofrimento (sadismo) com o seu reverso passivo (masoquismo) e o prazer visual, ativo ou passivo. Do gozo visual ativo desenvolve-se mais tarde a sede de saber, como do passivo para as representações artísticas e teatrais. A diferença de sexo ainda não tem neste período infantil papel decisivo, pode-se atribuir a toda criança uma parcial disposição homossexual. A escolha de objeto repele o autoerotismo, de maneira que na vida erótica os componentes do instinto sexual só querem satisfazer-se na pessoa amada. Mas nem todos os componentes instintivos originários são admitidos a tomar parte nesta fixação definitiva da vida sexual.
Um princípio da patologia geral afirma que todo processo evolutivo traz em si os germes de uma disposição patológica e pode ser inibido ou retardado ou desenvolver incompletamente. Nem todos os impulsos parciais se sujeitam à soberania da zona genital, o que ficou independente chamamos de perversão e pode substituir a finalidade sexual normal pela sua própria.
A criança toma os genitores como objeto de seus desejos eróticos. A filha tem desejo de ocupar o lugar da mãe e desejo erótico pelo seu pai e o filho o inverso. Os sentimentos nascidos destas relações têm como ponto positivo a ternura, e negativos a hostilidade. O complexo assim formado é destinado à pronta repressão, porém continua a agir do inconsciente com insistência e persistência.
Enquanto é dominada pelo complexo central ainda não reprimido, a criança dedica aos interesses sexuais notável parte da atividade intelectual. O próprio fato dessa investigação e as consequentes teorias sexuais infantis são de importância para a formação do caráter e do conteúdo da neurose futura.
É absolutamente normal que a criança faça dos pais o objeto da primeira escolha amorosa. Porém a libido não permanece fixa neles, posteriormente tomará apenas como modelo.
Quinta lição
Com o descobrimento da sexualidade infantil e atribuindo aos sintomas da neurose os componentes eróticos instintivos Freud chegou a algumas fórmulas sobre a natureza e tendência dos sintomas neuróticos. Viu que os indivíduos adoecem quando, por obstáculos exteriores ou ausência de adaptação interna, lhes falta satisfação de necessidades sexuais e refugiam-se então na doença, para que com seu auxílio encontre uma satisfação substitutiva. Assim os sintomascontêm uma parcela da atividade sexual do indivíduo ou sua vida sexual inteira. A resistência oposta pelos doentes à cura é composta de vários elementos. Não somente o ego do doente se recusa a desfazer a repressão por meio da qual se esquivou de suas disposições originárias, como pode o instinto sexual não renunciar à satisfação que este lhe proporciona, enquanto houver dúvida de que a realidade lhe ofereça algo melhor.
Esta satisfação proporcionada pela doença dá pela regressão às primeiras fases da vida sexual a que na época não faltou satisfação. Esta regressão se mostra sob dois aspectos: temporal, devido à libido em sua necessidade erótica fixa-se aos mais remotos estados evolutivos. E formal porque emprega os meios psíquicos originários e primitivos para manifestação da mesma necessidade. Em ambos os aspectos a regressão orienta-se para a infância, reestabelecendo um estado infantil da vida sexual.
Então, pode-se ver a ligação entre as neuroses e outras produções da vida mental do homem, que com elevadas aspirações de nossa cultura e sob a pressão das íntimas repressões, acham a realidade insatisfatória e por isso mantêm uma vida de fantasia, que compense as deficiências da realidade. Quando a pessoa possui dotes artísticos (psicologicamente ainda enigmáticos) podem suas fantasias se mostrarem em criações artísticas, e não em sintomas.
Pelo estudo psicanalítico dos nervosos, o conteúdo psíquico dos neuróticos pode ser encontrado nos sãos, e eles adoecem pelos mesmos complexos com que os sãos lutam.
A experiência mais importante que confirma a suposição acerca das forças instintivas sexuais da neurose, foi no tratamento psicanalítico de um paciente neurótico, quando surgiu nele o fenômeno da “transferência”, em que o doente consagrou ao médico sentimentos de afeto mesclados por hostilidade, que não são justificados e que devem provir de antigas fantasias tornadas inconscientes. O médico desempenha o papel de atrair para si a energia afetiva aos poucos liberada durante o processo. 
A transferência surge espontaneamente em todas as relações humanas, assim como nas do doente com o médico, e é ela em geral, o verdadeiro veículo da ação terapêutica. A psicanálise não a cria, apenas a desvenda à consciência e dela se apossa a fim de encaminhá-la ao termo desejado.
Existem dois obstáculos para a aceitação das ideias psicanalíticas: a falta de hábito de contar com o determinismo da vida mental, e o desconhecimento das singularidades pelas quais os processos mentais inconscientes se diferenciam dos conscientes que nos são familiares, nestes emprega-se o temor que se faça mal de chamar à consciência do doente os impulsos sexuais reprimidos, como se lhe oferecessem então perigo de aniquilar as mais altas aspirações morais e o privassem das conquistas da civilização.

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