Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Experimente o Premium!star struck emoji

Acesse conteúdos dessa e de diversas outras disciplinas.

Libere conteúdos
sem pagar

Ajude estudantes e ganhe conteúdos liberados!

Prévia do material em texto

einstein. 2007; 5(2):117-122
117Transplante renal: diagnósticos e intervenções de enfermagem em pacientes no pós-operatório imediato
artigo original
rESUMo
objetivos: Identificar os diagnósticos de enfermagem no período 
pós-operatório imediato de pacientes submetidos a transplante 
renal e levantar as ações de enfermagem, propostas pela Nursing 
Interventions Classification, para os diagnósticos de enfermagem 
identificados nos pacientes submetidos a transplante renal. 
Métodos: Estudo descritivo realizado por meio de prontuários 
digitalizados dos pacientes submetidos a transplante renal no 
período de julho a dezembro de 2004 em um hospital geral, 
particular, de grande porte do município de São Paulo. A coleta 
dos dados foi realizada por meio de instrumento que contém dados 
de identificação do paciente e uma relação de características 
definidoras e fatores relacionados/fatores de risco dos diagnósticos 
de enfermagem, de acordo com as complicações que ocorrem 
com maior freqüência, segundo a literatura, em pacientes no 
período pós-operatório imediato de transplante renal. resultados: 
Incidência de 100% dos seguintes diagnósticos: risco para volume 
de líquidos desequilibrado, risco de queda, risco de infecção, risco 
de aspiração, proteção ineficaz, mobilidade no leito prejudicada, 
integridade da pele prejudicada, déficit no autocuidado para 
banho/higiene. As principais intervenções de enfermagem para os 
diagnósticos levantados são: controle e monitorização de líquidos 
e eletrólitos, prevenção de quedas, proteção contra infecção, 
cuidados pós-anestesia, precauções contra aspiração, cuidados 
com repouso no leito, supervisão da pele, cuidados com lesões, 
assistência no autocuidado e regulação da temperatura. Conclusão: 
Os resultados obtidos facilitam a sistematização da assistência 
de enfermagem, visando à melhoria da assistência prestada ao 
paciente submetido a transplante renal.
Descritores: Transplante de rim; Enfermagem peroperatória; Cuidados 
de enfermagem; Planejamento de assistência ao paciente; Diagnósticos 
de enfermagem
aBStraCt
objectives: To identify the nursing diagnosis in the immediate postoperative 
period of patients undergoing renal transplantation and to register the 
nursing actions proposed by the Nursing Interventions Classification, for 
nursing diagnoses identified in patients undergoing renal transplantation. 
Methods: A descriptive study performed by investigation of computerized 
hospital records from patients undergoing renal transplantation between 
July and December, 2004, in a large private general hospital in the city of 
São Paulo. Collection of data was carried out by means of an instrument 
that contains patient identification data and a list of defining characteristics 
and related factors/risk factors of nursing diagnosis, based on the most 
frequent complications reported in the literature, for patients in the 
immediate postoperative period of renal transplantation. results: Incidence 
of 100% of the following diagnoses: risk of fluid volume imbalance, risk 
of falls, risk of infection, risk of aspiration, inefficient protection, impaired 
bed mobility, impaired skin integrity, self-care deficit for bathing/hygiene. 
The major nursing interventions for the diagnoses found were control and 
monitoring of fluids and electrolytes, prevention of falls, protection against 
infection, post-anesthesia care, precautions against aspiration, bed rest 
care, skin supervision, care of lesions, and assistance on self-care and 
temperature control. Conclusion: The results obtained help to systemize 
nursing assistance aiming to improve care provided to patients undergoing 
renal transplantation. 
Keywords: Kidney transplantation; Perioperative nursing; Nursing care; 
Patient care planning; Nursing diagnoses 
introDUÇÃo
No Brasil, calcula-se que haja cerca de 120 pacientes/ano 
com insuficiência renal crônica em fase terminal para 
cada milhão de habitantes(1).
Transplante renal: diagnósticos e intervenções de 
enfermagem em pacientes no pós-operatório imediato
Renal transplantation: diagnosis and nursing intervention in patients during immediate 
postoperative period
Marilia Moura Luvisotto1, Rachel de Carvalho2, Luzia Elaine Galdeano3
Trabalho realizado no Hospital Israelita Albert Einstein – HIAE, São Paulo (SP), Brasil.
1 Enfermeira da Clínica Médica Cirúrgica do Hospital Israelita Albert Einstein – HIAE – São Paulo (SP), Brasil. 
2 Doutora em Enfermagem pela Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo – USP – São Paulo (SP), Brasil; Professora Responsável da Faculdade de Enfermagem do Hospital Israelita Albert Einstein 
– HIAE – São Paulo (SP), Brasil.
3 Pós-graduanda em Enfermagem no Programa Interunidades das Escolas de Enfermagem de Ribeirão Preto e São Paulo, Universidade de São Paulo – USP; Professora Assistente da Faculdade de Enfermagem 
do Hospital Israelita Albert Einstein – HIAE – São Paulo (SP), Brasil.
 Autor correspondente: Marilia Moura Luvisotto – Rua Rocha Pombo, 343 – Jardim do Pilar – CEP 09185-750 – Santo André (SP), Brasil – Tel.: 11 4426-9493/7167-6267 – e-mail: mariliamluvisotto@
hotmail.com
 As autoras declaram a inexistência de conflitos de interesses entre si. 
 Data de submissão: 9/9/2006 – Data de aceite: 19/3/2007
einstein. 2007; 5(2):117-122
118 Luvisotto MM, Carvalho R, Galdeano LE
A insuficiência renal crônica é a perda gradual e 
irreversível da função renal; e, na fase terminal, a terapia 
renal substitutiva ou o transplante renal tornam-se 
necessários(2).
O primeiro transplante renal no homem foi realizado, 
em 1933, na Ucrânia, porém o enxerto não funcionou. No 
início da década de 1950, vários transplantes renais foram 
realizados em Paris e Boston, mas nenhum fármaco foi 
utilizado para prevenir a rejeição e somente um paciente 
sobreviveu. No Brasil, o primeiro transplante renal com 
doador vivo foi realizado, em 1964, no Rio de Janeiro 
e com doador cadáver, em 1967, no interior do estado 
de São Paulo(3). 
Em 1963, com a associação de corticosteróides 
e azatropina, obteve-se o primeiro esquema de 
imunossupressores, até que no início de 1980 foi 
introduzida a ciclosporina revolucionando os transplantes 
de órgãos(4). Com a disponibilização de outras drogas, 
como o tacrolimus, houve um aprimoramento no 
controle dessas terapias. 
A introdução dos imunossupressores levou à 
diminuição das rejeições e ao aumento da vida média 
do enxerto transplantado, ampliando o tempo de vida 
do receptor.
A toxicidade dessas drogas tornou-se um problema e a 
monitorização terapêutica dos imunossupressores passou 
a ocupar um lugar imprescindível no bom prognóstico 
dos procedimentos de pós-enxerto de órgãos(5).
Todos os receptores necessitam de exames 
imunológicos, laboratoriais, endoscópicos e, em alguns 
casos, procedimentos cirúrgicos de pré-transplante, como 
a nefrectomia(6). 
O doador pode ser vivo ou cadáver. Quanto aos 
doadores vivos, a legislação aceita doação de cônjuges ou 
parentes de até quarto grau, outros possíveis doadores 
necessitarão de autorização judiciária. Em relação 
aos doadores cadáveres, é necessário o diagnóstico de 
morte encefálica por médico que não pertença à equipe 
envolvida no transplante(6-7).
As vantagens do doador vivo em relação ao cadáver 
estão relacionadas a melhores resultados a curto e longo 
prazo, regime de imunossupressão menos agressivo, 
diminuição do tempo de espera por doadores cadáveres, 
enxerto funcionante mais rapidamente, programação da 
cirurgia pela equipe médica e pelo paciente (7).
As contra-indicações para o transplante renal incluem: 
malignidade, infecções crônicas, doença extra-renal 
grave, não complacência e doenças psiquiátricas(8).
Na cirurgia do receptor, o rim doado é colocado na 
fossa ilíaca do lado oposto ao que o rim foi retirado, a 
veia ilíaca externa éusada para anastomose com a veia 
renal, assim como a artéria renal é anastomosada com 
a artéria ilíaca interna ou externa. O ureter do doador é 
anastomosado à bexiga do receptor(1,6,9). 
As complicações cirúrgicas do transplante renal 
incluem: infecção da ferida cirúrgica, hemorragia, 
trombose do enxerto, estenose de artéria renal, perda 
urinária e obstrução ureteral(9).
As primeiras 24 horas do pós-operatório estão 
relacionadas à instabilidade hemodinâmica e respiratória 
e à necessidade de reposição de grande quantidade de 
líquidos. O paciente deve manter sonda vesical de demora 
nos primeiros cinco a sete dias do pós-operatório(6,10).
O sucesso do procedimento está relacionado à 
atuação da equipe multiprofissional(10-11). A assistência 
de enfermagem deve ser altamente qualificada e bem 
treinada(12).
Objetivando promover, manter e recuperar a saúde 
de seus clientes, a idéia de cuidado está implícita na 
enfermagem, uma vez que a assistência é representada 
por atividades que devem ser prestadas com a qualidade 
que se espera de um bom profissional, não apenas do 
ponto de vista ético e humanístico, como também do 
ponto de vista técnico-científico(13).
Como instrumento de trabalho da enfermeira, o 
diagnóstico de enfermagem é uma forma de expressar 
as necessidades de cuidados identificados(14). 
Diagnóstico de Enfermagem é o julgamento clínico 
sobre as respostas do indivíduo, da família ou da 
comunidade aos processos de saúde/processos de vida 
reais ou potenciais. Tais diagnósticos propiciam a base 
para escolha das intervenções que visam à obtenção dos 
resultados pelos quais o enfermeiro é responsável(15).
A Classificação das Intervenções de Enfermagem 
(NIC) denomina e descreve as intervenções que as 
enfermeiras executam, desde os tratamentos mais básicos 
até os altamente complexos e especializados(16).
Define-se intervenção de enfermagem como qualquer 
tratamento (preventivo ou curativo), baseado no 
julgamento e conhecimento clínicos, realizado por um 
enfermeiro para aumentar os resultados obtidos pelo 
paciente(17).
As intervenções constituem um conjunto de ações 
específicas a serem realizadas pelo enfermeiro com o 
objetivo de amenizar ou reverter um diagnóstico de 
enfermagem.
A taxonomia da NANDA e a classificação das 
intervenções de NIC são abordadas como escolha da 
temática proposta, por sua ampla aplicação mundial na 
área de enfermagem.
Na atuação diária, percebe-se a importância de 
trabalhar com as classificações propostas, pois o 
Diagnóstico de Enfermagem é uma das fases do Processo 
de Enfermagem que, por sua vez, caracteriza o papel de 
atuação independente do profissional enfermeiro.
einstein. 2007; 5(2):117-122
119Transplante renal: diagnósticos e intervenções de enfermagem em pacientes no pós-operatório imediato
Dessa forma, este trabalho tem como finalidade 
levantar os diagnósticos de enfermagem no pós-
operatório imediato do transplante renal e listar 
intervenções de enfermagem para cada diagnóstico, 
buscando dados para a implementação da sistematização 
da assistência de enfermagem aos pacientes submetidos 
a transplante renal.
oBJEtiVoS
•	 Identificar os diagnósticos de enfermagem no período 
pós-operatório imediato de pacientes submetidos a 
transplante renal.
•	 Levantar as intervenções de enfermagem, propostas pela 
NIC, para os diagnósticos de enfermagem identificados 
nos pacientes submetidos a transplante renal.
MÉtoDoS
Tipo de estudo. Trata-se de uma análise descritiva, 
transversal, de nível 1. A pesquisa é documental e 
retrospectiva, considerando-se como fonte de informação 
os prontuários digitalizados de pacientes submetidos a 
transplante renal.
Amostra. A amostra deste estudo foi composta de 
prontuários dos pacientes submetidos a transplante renal 
no período de julho a dezembro de 2004.
No período determinado para o estudo, 37 pacientes 
foram submetidos a transplante renal. Destes, oito 
prontuários não se apresentavam digitalizados para 
consulta, sendo excluídos da amostra. Portanto, 
consideram-se 29 pacientes a amostra da pesquisa.
Campo de estudo. O estudo foi realizado no Hospital 
Israelita Albert Einstein, um hospital geral, particular, 
de grande porte do município de São Paulo, no qual 
a maioria dos transplantes realizados é custeada pelo 
Sistema Único de Saúde (SUS)(18-19). 
Instrumento. O instrumento de coleta de dados, 
adaptado de Canero, Carvalho e Galdeano(16), consiste em 
duas partes. A primeira contém dados de caracterização 
da amostra e a segunda, uma relação de características 
definidoras e fatores relacionados/fatores de risco 
dos diagnósticos de enfermagem, de acordo com as 
complicações que ocorrem com maior freqüência, segundo 
a literatura, em pacientes no período pós-operatório 
imediato de transplante renal. A lista de diagnósticos foi 
formulada conforme a Taxonomia II da North American 
Nursing Diagnosis Association (NANDA)(15,18) e a 
listagem das intervenções de enfermagem relacionadas 
aos diagnósticos foi identificada de acordo com a Nursing 
Interventions Classification (NIC)(16). Foi designado 
espaço para outros possíveis diagnósticos, considerando 
a individualidade de cada paciente.
Coleta de dados. A coleta de dados foi realizada pela 
análise de prontuários digitalizados retroativos de pacientes 
submetidos a transplante renal no período de julho a 
dezembro do ano de 2004. Foram utilizadas prescrições 
e evoluções médicas e de enfermagem e anotações de 
enfermagem no período pós-operatório imediato, ou seja, 
nas primeiras 24 horas após o transplante renal.
Os dados foram coletados após aprovação do projeto 
pela Comissão Científica da Faculdade de Enfermagem 
do Hospital Israelita Albert Einstein (FEHIAE) e pelo 
Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Israelita Albert 
Einstein (HIAE). O acesso aos prontuários ocorreu 
após a autorização da coordenadora do Serviço de 
Prontuário do Paciente (SPP), considerando o pedido 
para a não utilização do Termo de Consentimento Livre 
e Esclarecido (TCLE), bem como o compromisso das 
pesquisadoras relativo à utilização das informações. 
Tratamento dos dados. Após a coleta, os dados 
obtidos foram tratados pelas autoras e apresentados em 
números absolutos e porcentuais, por meio de tabelas, 
quadros e figuras. As intervenções foram agrupadas por 
categorias, de acordo com os respectivos diagnósticos 
de enfermagem.
rESUltaDoS 
Considerando a amostra da pesquisa de 29 pacientes, após 
coleta de dados em prontuários digitalizados, verificou-
se que a média da idade dos pacientes submetidos ao 
transplante renal no período de julho a dezembro de 
2004 foi de 43 anos e 52% destes eram do sexo masculino. 
Quanto ao tipo de doador, 52% dos pacientes foram 
submetidos ao transplante com doador vivo. Em apenas 
20% das cirurgias foram realizados transplantes duplos 
– 17% foram transplantes de pâncreas e rim associados 
e 3% transplantes de fígado e rim associados, como 
mostra a figura 1.
Figura 1. Distribuição dos pacientes quanto ao transplante isolado/duplo
Considerando-se que todos os pacientes com 
indicação de transplante renal tinham insuficiência 
renal crônica (IRC) como doença de base, as afecções 
associadas estão relacionadas na figura 2.
einstein. 2007; 5(2):117-122
120 Luvisotto MM, Carvalho R, Galdeano LE
Figura 2. Patologias associadas à IRC nos pacientes submetidos a transplante renal
Figura 3. Antecedentes cirúrgicos dos pacientes submetidos ao transplante renal
De acordo com a figura 2, observa-se grande freqüência 
de pacientes hipertensos (49%), o que pode estar 
relacionado a funções homeostáticas comprometidas, 
em decorrência da doença renal(20), seguidos de 20% 
com diabetes e 16% com outras patologias como artrite 
reumatóide, gastrite, retinopatia e depressão.
Os antecedentes cirúrgicos dospacientes que fazem 
parte da amostra estão relacionados na figura 3.
Verifica-se a confecção de fístula arteriovenosa (FAV) 
em 51% dos sujeitos da pesquisa, dada a necessidade 
de realização de hemodiálise em pacientes com IRC 
em estágio avançado com indicação de realização de 
transplante renal.
Após a leitura e análise dos registros contidos no 
prontuário do paciente, os diagnósticos de enfermagem 
foram identificados mediante a aplicação do processo de 
raciocínio diagnóstico (tabela 1).
As intervenções de enfermagem contidas na NIC(19) 
para os diagnósticos de enfermagem identificadas 
em pacientes no período pós-operatório imediato de 
transplante renal estão relacionadas no quadro 1.
DISCUSSÃO
Serão discutidos neste estudo os diagnósticos de 
enfermagem identificados com freqüência igual ou 
superior a 50%.
Risco para volume de líquidos desequilibrado – é 
definido como “estar em risco de diminuição, aumento ou 
rápida mudança de uma localização para outra do líquido 
intravascular, intersticial e/ou intracelular”(15). Refere-se 
à perda, ganho, ou ambos, dos líquidos corporais, tendo 
como principal fator de risco procedimentos invasivos 
maiores. O paciente submetido a transplante renal é 
exposto a uma série de eventos que podem acarretar 
ora excesso de volume de líquidos, ora déficit(7,13). As 
alterações de volume de líquidos podem ocorrer a cada 
minuto. 
Risco de queda – é definido como “suscetibilidade 
aumentada para quedas que podem causar danos 
físicos”(15). Foram fatores de risco as condições 
pós-operatórias, a sedação e a mobilidade física 
prejudicada.
Risco de infecção – é definido como “estar em risco 
aumentado de ser invadido por organismos patogênicos”(15). 
Foram fatores de risco o próprio procedimento cirúrgico, 
a imunossupressão, as defesas primárias inadequadas 
e a exposição ambiental aumentada, considerando o 
elevado número de pacientes que foram submetidos a 
procedimentos invasivos, como, por exemplo: sondagem 
vesical de demora, inserção de cateter venoso central 
e/ou acesso venoso periférico, inserção de dreno, de tubo 
endotraqueal e de sonda nasogástrica(13- 14).
Risco de aspiração – é definido como “estar 
em risco de entrada de secreções gastrointestinais, 
tabela 1. Diagnósticos de enfermagem identificados no pós-operatório imediato de 
transplante renal
Diagnósticos de enfermagem n %
Risco para volume de líquidos desequilibrado 29 100
Risco de queda 29 100
Risco de infecção 29 100
Risco de aspiração 29 100
Proteção ineficaz 29 100
Mobilidade no leito prejudicada 29 100
Integridade da pele prejudicada 29 100
Déficit no autocuidado para banho/higiene 29 100
Risco de desequilíbrio na temperatura corporal 24 83
Troca de gases prejudicada 13 45
Dor aguda 11 38
Mucosa oral prejudicada 7 24
Comunicação verbal prejudicada 7 24
Náusea 6 21
Confusão aguda 4 14
Hipertermia 3 10
Padrão respiratório ineficaz 2 7
Hipotermia 2 7
einstein. 2007; 5(2):117-122
121Transplante renal: diagnósticos e intervenções de enfermagem em pacientes no pós-operatório imediato
Quadro 1. Intervenções e ações de enfermagem para os diagnósticos de enfermagem identificados com freqüência superior a 50% em pacientes que se encontram no período pós-oper-
atório imediato de transplante renal
Diagnósticos de enfermagem intervenções de enfermagem ações de enfermagem
Risco para volume de líquidos desequili-
brado
Controle e monitorização de 
líquidos e eletrólitos
- Pesar diariamente e monitorar as tendências
- Monitorar a situação da hidratação (membranas mucosas úmidas, adequação das pulsações e 
pressão sangüínea), quando adequado
- Monitorar os resultados laboratoriais relevantes à retenção de líquidos (uréia aumentada, he-
matócrito diminuído e níveis aumentados da osmolalidade urinária)
- Monitorar os níveis anormais de eletrólitos séricos, quando possível
Risco de queda Prevenção de quedas - Orientar o paciente a chamar auxílio ao movimentar-se, quando adequado
- Colocar os itens pessoais ao alcance do paciente
- Usar as laterais da cama com comprimento e altura adequados para prevenir quedas, conforme 
necessidade
Risco de infecção
Proteção ineficaz
Proteção contra infecção - Monitorar sinais e sintomas sistêmicos e locais de infecção
- Monitorar a contagem absoluta de granulócitos, de glóbulos brancos e os resultados diferenciais
- Limitar o número de visitas quando adequado
- Examinar a condição de qualquer incisão cirúrgica/ferida
Risco de aspiração Precaução contra aspiração
Cuidados na pós-anestesia
- Monitorar o retorno da função sensorial e motora
- Monitorar nível de consciência, reflexo de tosse, reflexo de náusea e capacidade para deglutir
- Posicionar decúbito a 90º ou o mais elevado possível
- Manter aspirador disponível
Mobilidade no leito prejudicada Cuidados com o repouso no leito - Posicionar alinhamento correto do corpo
- Manter a roupa de cama limpa, seca e sem rugas
- Elevar as laterais da cama, conforme apropriado
- Virar paciente imobilizado no mínimo a cada 2 horas, conforme programa específico 
- Monitorar a condição da pele
Integridade da pele prejudicada Supervisão da pele
Cuidados com lesões
- Examinar a condição da incisão cirúrgica quando adequado
- Providenciar os cuidados no local de incisão, se necessário
- Examinar vermelhidão, calor exagerado ou drenagem na pele e nas membranas mucosas
- Monitorar a temperatura da pele
- Observar mudanças na pele e na membrana mucosa
- Observar as características de qualquer drenagem
- Manter desobstruídas as sondas de drenagem
Déficit no autocuidado para banho/higiene Assistência no autocuidado - Monitorar a necessidade do paciente de recursos de adaptação para higiene pessoal, vestir-se, 
arrumar-se, fazer a higiene íntima
- Oferecer assistência até que o paciente esteja totalmente capacitado a assumir o autocuidado
Risco de desequilíbrio na temperatura 
corporal
Regulação da temperatura - Monitorar pressão arterial, pulso, temperatura e padrão respiratório quando necessário
- Monitorar e relatar sinais e sintomas de hipotermia e hipertermia
- Monitorar cor, temperatura e umidade da pele
secreções orofaríngeas, sólidos ou fluidos nas vias 
traqueobrônquicas”(15). Foram fatores de risco o nível 
de consciência reduzido e a mobilidade gastrointestinal 
diminuída.
Proteção ineficaz – é definida como a “diminuição 
na capacidade de proteger-se contra ameaças 
internas ou externas, como doenças ou lesões”(15). 
Caracterizou-se pela deficiência na imunidade e 
relacionou-se ao processo cirúrgico e à terapia com 
drogas imunossupressoras(4), além dos procedimentos 
aos quais o paciente foi submetido e que já foram 
citados anteriormente.
Mobilidade no leito prejudicada – é definida como a 
“limitação ao movimento independente de uma posição 
para outra no leito”(15). A característica definidora mais 
freqüente foi a capacidade prejudicada de mover-se da 
posição supina para a posição sentada com as pernas 
alongadas ou desta posição para a supina. A elevada 
freqüência desse diagnóstico está relacionada à extensão 
da incisão cirúrgica, à sonolência causada pelos agentes 
anestésicos e à presença de sondas, drenos e cateteres. 
Integridade da pele prejudicada – é definida como 
“epiderme e/ou derme alteradas”(15). Caracterizou-se 
pela invasão de estruturas do corpo, destruição das 
camadas da pele (derme) e rompimento da superfície 
da pele (epiderme). Relacionou-se a fatores mecânicos 
pelo processo cirúrgico, déficit imunológico causado pela 
imunossupressão e presença de incisão cirúrgica, sondas, 
drenos e cateteres. 
Déficit no autocuidado para banho/higiene é definido 
como a “capacidade prejudicada de realizar ou completar as 
atividades de banho/higiene por si mesmo”(15). Caracterizou-
se por incapacidade de lavar o corpo ou partes do corpo. 
Relacionou-seprincipalmente à barreira ambiental, pois 
os pacientes no POI permanecem na terapia intensiva, e 
também à fraqueza, ao cansaço e/ou à dor. 
einstein. 2007; 5(2):117-122
122 Luvisotto MM, Carvalho R, Galdeano LE
Risco de desequilíbrio na temperatura corporal – é 
definido como “estar em risco de não conseguir manter a 
temperatura corporal dentro dos parâmetros normais”(15). 
Causado, principalmente, por sedação, trauma cirúrgico 
e exposição a ambientes frios. 
Os diagnósticos levantados nesse estudo dizem 
respeito principalmente ao processo cirúrgico em que 
os sujeitos foram submetidos e não às peculiaridades de 
cada paciente. Para verificar as individualidades, seria 
necessária a realização de um estudo de caso aprofundado 
e voltado para aspectos não abordados na pesquisa.
Quanto às intervenções de enfermagem listadas, 
verifica-se certa dificuldade em trabalhar com uma 
classificação internacional que não é adaptada à realidade 
brasileira. É necessária a realização de uma abordagem 
transcultural da linguagem para que essa classificação seja 
utilizada de forma clara e dentro dos padrões da profissão 
no país, visto que trabalhamos em nossa equipe com 
técnicos e auxiliares de enfermagem e não prescrevemos 
as intervenções apenas para enfermeiros.
Dada a importância da implementação da 
Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), 
os dados colhidos e os resultados dessa pesquisa 
possibilitaram o levantamento das intervenções, 
baseadas nos diagnósticos de enfermagem aos pacientes 
submetidos a transplante renal.
ConClUSÃo
A análise dos dados obtidos pela coleta de informações 
nos prontuários dos pacientes submetidos a transplante 
renal permitiu-nos concluir que:
•	 foram identificadas 18 categorias diagnósticas, com 
incidência de 100% para as seguintes: risco para 
volume de líquidos desequilibrado, risco de queda, 
risco de infecção, risco de aspiração, proteção ineficaz, 
mobilidade no leito prejudicada, integridade da pele 
prejudicada, déficit no autocuidado para banho/
higiene;
•	 as intervenções de enfermagem propostas para os 
diagnósticos levantados com freqüência superior 
a 50% são: controle e monitorização de líquidos e 
eletrólitos, prevenção de quedas, proteção contra 
infecção, cuidados pós-anestesia, precauções 
contra aspiração, cuidados com repouso no leito, 
supervisão da pele, cuidados com lesões, assistência 
no autocuidado e regulação da temperatura.
rEFErÊnCiaS 
1. Koff WJ. Transplante renal. In: Darnião R, Bendhack DA, coordenadores. Guia 
prático de urologia [monografia na Internet]. São Paulo; Sociedade Brasileira de 
Urologia; 1999. [citado 2005 Fev 28]. Disponível em: http://www.sbu-mg.org.
br/guia/guia%20pratico%20-%20cap%2062.pdf.
2. Fermi MRV. Insuficiência renal. In: Fermi MRV. Manual de diálise para 
enfermagem. Rio de Janeiro: Medsi; 2004. p. 13-24.
3. Pereira WA. História dos transplantes. In: Pereira WA. Manual de transplantes 
de órgãos e tecidos. 3a ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2004. p. 1-7.
4. Lasmar EP, Vilela EG. Imunossupressão. In: Pereira WA. Manual de transplante de 
órgãos e tecidos. 3ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2004. p. 88-119.
5. Garcia SC, Lopes LS, Schott KL, BeckST, Pomblum VJ. Ciclosporina A e 
tacrolimus: uma revisão. J Bras Patol Med Lab. 2004;40(6):395-401.
6. Salomão Filho A, Ferreira SRC, Câmara FP, Pontes DS, Machado D. Transplante 
renal. In: Pereira WA. Manual de transplante de órgãos e tecidos. 3ª ed. Rio 
de Janeiro: Guanabara Koogan; 2004. p. 268-97.
7. Gritsch HA, Rosenthal T, Danovitch GM. Living and cadaveric kidney donation. 
In: Danovitch GM. Handbook of kidney transplantation. 3rd ed. Philadelphia: 
Lippincott Willians & Wilkins; 2001. p.111-29.
8. Kendrick E. Evaluation of the transplant recipient. In: Danovitch GM. Handbook 
of kidney transplantation. 3rd ed. Philadelphia: Lippincott Willians & Wilkins; 
2001. p.130-45.
9. Gritsch HÁ, Rosenthal JT. The transplant operation and its surgical complications. 
In: Danovitch GM. Handbook of kidney transplantation. 3rd ed. Philadelphia: 
Lippincott Willians & Wilkins; 2001. p.146-62.
10. Amend WJC, Vincenti F, Tomlanovich SJ. The first two posttransplantation 
months. In: Danovitch GM. Handbook of kidney transplantation. 3rd ed. 
Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins; 2001. p.163-81.
11. Barone CP, Martin-Watson AL, Barone GW. The postoperative care of the adult 
renal transplant recipient. Medsurg Nursing. 2004;13(5):296-302.
12. Ley AP, Sangil IM, Hernandez AD. Atención de enfermeria a los pacientes con 
trasplante renal en el posoperatorio inmediato. Rev Cuba Enferm. 1995;11(2):7-8.
13. Carvalho R. Instrumentação cirúrgica: processo ensino-aprendizagem por alunos 
de graduação em enfermagem [tese]. São Paulo: Escola de Enfermagem da 
Universidade de São Paulo; 2002.
14. Braga GB, Cruz DALM. A taxonomia II proposta pela North American Nursing 
Diagnosis Association (NANDA). Rev Latinoam Enfermagem. 2003;11(2):240-4.
15. North American Nursing Diagnosis Association. Diagnósticos de enfermagem da 
Nanda: definições e classificação 2003-2004. Porto Alegre: Artmed; 2005.
16. Dochterman JM, Bulechek GM, Chianca TCM. Classificação de intervenções 
de enfermagem (NIC): avaliação e atualização. Nursing (São Paulo). 
2003;67(6):34-40.
17. McCloskey JC, Bulechek GM. Classificação das intervenções de enfermagem 
(NIC). 3ª ed. Porto Alegre: Artmed; 2004.
18. Canero TR, Carvalho R, Galdeano LE. Diagnósticos de enfermagem para o pós-
operatório imediato de pacientes submetidos a transplante hepático. einstein. 
2004;2(2):100-4.
19. Silva TCC, Carvalho R. Transplante hepático: problemas de enfermagem 
de pacientes no pós-operatório [resumo]. In: 7º Congresso Brasileiro de 
Enfermagem em Centro Cirúrgico, Recuperação Anestésica e Centro de Material 
e Esterilização; 2005. São Paulo: SOBECC.
20. Guyton AC, Hall JE. Fisiologia humana e mecanismos das doenças. 6ª ed. Rio 
de Janeiro: Guanabara Koogan; 1997. p. 191-212.

Mais conteúdos dessa disciplina