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Competência de foro em ações judiciais

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47. Para as ações fundadas em direito real sobre imóveis é competente o foro de situação da coisa.
§ 1o O autor pode optar pelo foro de domicílio do réu ou pelo foro de eleição se o litígio não recair sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, divisão e demarcação de terras e de nunciação de obra nova.
§ 2o A ação possessória imobiliária será proposta no foro de situação da coisa, cujo juízo tem competência absoluta.
Comentário
O novo Código mantém a regra do diploma anterior no tocante ao foro da situação da coisa em ações envolvendo direitos reais sobre imóveis, fixando como competente o foro da situação do imóvel, estabelecida como critério de competência absoluta.
Se o litígio fundado em direito real imobiliário não versar sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, divisão e demarcação de terras e nunciação de obra nova, o novo CPC excepciona a regra para admitir a propositura no foro do domicílio do réu ou no foro eleito pelas partes.
Nas ações possessórias imobiliárias, determina-se a competência pelo foro da situação da coisa, nada importando a controvérsia doutrinaria sobre a natureza da posse: mero fato, direito real ou direito pessoal.
Guilherme Rizzo Amaral entende que o § 2o refere-se tão somente às ações possessórias stricto sensu, que não são fundadas em direito real ou pessoal, mas sim na posse. Tais ações protegem a posse, e não eventual direito à posse (como no caso em que se postula a restituição da posse como consequência da resolução de contrato de promessa de compra e venda).
Art. 48. O foro de domicílio do autor da herança, no Brasil, é o competente para o inventário, a partilha, a arrecadação, o cumprimento de disposições de última vontade, a impugnação ou anulação de partilha extrajudicial e para todas as ações em que o espólio for réu, ainda que o óbito tenha ocorrido no estrangeiro.
Parágrafo único. Se o autor da herança não possuía domicílio certo, é competente:
I – o foro de situação dos bens imóveis;
II – havendo bens imóveis em foros diferentes, qualquer destes;
III – não havendo bens imóveis, o foro do local de qualquer dos bens do espólio.
Comentário
O foro do falecido no Brasil é o competente para o inventário, a partilha, a arrecadação, o cumprimento das disposições de última vontade, a impugnação ou anulação de partilha extrajudicial e todas as ações em que o espólio for réu, ainda que o óbito tenha ocorrido no estrangeiro. Não sendo conhecido o domicílio do autor da herança, é competente o foro da situação de qualquer dos bens imóveis; não havendo bem imóvel, o foro de qualquer dos bens do espólio.
Art. 49. A ação em que o ausente for réu será proposta no foro de seu último domicílio, também competente para a arrecadação, o inventário, a partilha e o cumprimento de disposições testamentárias.
Comentário
A regra de competência para a ação que o réu for ausente é o do seu último domicílio. A ausência é a figura que decorre da sentença proferida em ação de declaração de ausência, como dispõem os artigos 22 e seguintes do Código Civil. A regra se aplica ainda nos casos em que o ausente não seja réu, mas que lhe sejam de seu interesse como por exemplo a ação de arrecadação, inventário, partilha e cumprimento de disposições testamentárias.
Art. 50. A ação em que o incapaz for réu será proposta no foro de domicílio de seu representante ou assistente.
Comentário
No caso de incapacidade absoluta ou relativa da parte, a ação contra ele proposta deve correr no foro do domicílio do seu representante ou assistente.
Art. 51. É competente o foro de domicílio do réu para as causas em que seja autora a União.
Parágrafo único. Se a União for a demandada, a ação poderá ser proposta no foro de domicílio do autor, no de ocorrência do ato ou fato que originou a demanda, no de situação da coisa ou no Distrito Federal.
Comentário
O artigo 51 praticamente repete o disposto nos §§ 1o e 2o da Constituição: “as causas em que a União for autora serão aforadas na seção judiciária onde tiver domicílio a outra parte”, “as causas intentadas contra a União poderão ser aforadas na seção judiciária em que for domiciliado o autor, naquela onde for houver ocorrido o ato ou fato que deu origem à demanda ou onde esteja situada a coisa, ou, ainda, no Distrito Federal.
Art. 52. É competente o foro de domicílio do réu para as causas em que seja autor Estado ou o Distrito Federal.
Parágrafo único. Se Estado ou o Distrito Federal for o demandado, a ação poderá ser proposta no foro de domicílio do autor, no de ocorrência do ato ou fato que originou a demanda, no de situação da coisa ou na capital do respectivo ente federado.
Comentário
 
Como nas ações em que a União é autora ou ré, a ação de Estado-membro ou do Distrito Federal deve ser proposta no foro do domicílio do réu. Sendo réus, a ação pode indiferentemente ser proposta no foro de domicílio do autor, no foro do fato integrante da causa de pedir ou na capital
Art. 53. É competente o foro:
I – para a ação de divórcio, separação, anulação de casamento e reconhecimento ou dissolução de união estável:
a) de domicílio do guardião de filho incapaz;
b) do último domicílio do casal, caso não haja filho incapaz;
c) de domicílio do réu, se nenhuma das partes residir no antigo domicílio do casal;
II – de domicílio ou residência do alimentando, para a ação em que se pedem alimentos;
III – do lugar:
a) onde está a sede, para a ação em que for ré pessoa jurídica;
b) onde se acha agência ou sucursal, quanto às obrigações que a pessoa jurídica contraiu;
c) onde exerce suas atividades, para a ação em que for ré sociedade ou associação sem personalidade jurídica;
d) onde a obrigação deve ser satisfeita, para a ação em que se lhe exigir o cumprimento;
e) de residência do idoso, para a causa que verse sobre direito previsto no respectivo estatuto;
f) da sede da serventia notarial ou de registro, para a ação de reparação de dano por ato praticado em razão do ofício;
IV – do lugar do ato ou fato para a ação:
a) de reparação de dano;
b) em que for réu administrador ou gestor de negócios alheios;
V - de domicílio do autor ou do local do fato, para a ação de reparação de dano sofrido em razão de delito ou acidente de veículos, inclusive aeronaves.
Comentário
O artigo 46 estabelece como regra geral o foro do domicílio do réu. O artigo 53, ora comentado, estabelece numerosas exceções.
Aboliu-se a previsão de que as ações de divórcio ou de separação deveriam ser propostas no domicílio da mulher. Agora, as ações de divórcio, de separação, de anulação de casamento e de dissolução de união estável devem ser propostas no foro do domicílio do guardião de filho incapaz. Não existindo filho incapaz, é competente o foro do último domicílio do casal. Se nenhuma das partes reside no último domicílio do casal, é competente o foro de domicílio do réu.
Nas ações de alimentos, o foro competente é o do domicílio ou da residência do alimentando.
O inciso III estabelece a competência do foro do lugar da sede da pessoa jurídica, para a ação em que for ré; do lugar da agência ou sucursal, quanto às obrigações por ela contraídas; do lugar de sua atividade, para as ações contra sociedade ou associação sem personalidade jurídica; da residência do idoso, para a causa fundada no respectivo Estatuto; da sede da serventia notarial ou de registro, tais como Tabelionatos, Registro de Imóveis, Cartórios de Títulos e Documentos, para as ações contra eles propostas.
Tendo a ação judicial por fundamento exigência de cumprimento obrigacional, a competência é do foro do local em que a obrigação deveria ter sido satisfeita espontaneamente. As obrigações têm por local do pagamento em regra o domicílio do devedor, também chamadas de obrigações quesíveis, ou, conforme disposição contratual, o domicílio do credor (obrigações portáveis).
O local do ato ou do fato é competente para as ações indenizatórias propostas contra o administrador ou gestor de negócios alheios.
Nas ações decorrentes de delito ou de acidente de veículos, inclusive de aeronaves,a ação poderá ser proposta no local do ato ou do fato ou no foro do domicílio do autor.
Bibliografia
AMARAL, Guilherme Rizzo. Comentários às alterações do novo CPC. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2015.
BUENO, Cassio Scarpinella. Novo Código de Processo Civil Anotado. São Paulo: Saraiva, 2015.
MARINONI, Luiz Guilherme. Novo código de processo civil comentado. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2015.
WAMBIER, Teresa Arruda Alvim et alii. Primeiros comentários ao novo código de processo civil: artigo por artigo. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2015.

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