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Psicomotricidade Relacional

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UNIFENAS - Faculdade de Psicologia - Campus de Varginha
Disciplina: Psicomotricidade
Docente: Flaviana Néias Bueno
PSICOMOTRICIDADE RELACIONAL
	HISTÓRICO
A Psicomotricidade Relacional foi criada pelo educador francês André Lapierre na década de 70, juntamente com sua filha Anne Lapierre, vindo para o Brasil em 1982, durante o primeiro Congresso organizado pela Sociedade Brasileira de Terapia Psicomotora, realizado no Rio de Janeiro, por intermédio de Beatriz Saboya, Regina Morizot e outros fundadores da Sociedade Brasileira de Psicomotricidade (VIEIRA; BATISTA; LAPIERRE, 2005), e difundida a partir de então por José Leopoldo Vieira, discípulo de André Lapierre e diretor do CIAR – Centro Internacional de Análise Relacional, com sedes em Curitiba e Fortaleza.
A Psicomotricidade Relacional é uma prática educativa, de valor preventivo e terapêutico, que permite crianças, adolescentes e adultos, expressar seus conflitos relacionais, superando-os através do brincar, do jogo simbólico e nos coloca de forma decisiva a importância do lugar do corpo na educação e de suas influências na comunicação humana.
CONCEITUAÇÃO
A Psicomotricidade Relacional visa desenvolver e aprimorar os conceitos relacionados ao enfoque da Globalidade Humana. Busca superar o dualismo cartesiano corpo/mente, enfatizando a importância da comunicação corporal, não apenas pela compreensão da organicidade de suas manifestações, mas essencialmente, pelas relações psicofísicas e sócioemocionais do sujeito. Preza por uma abordagem preventiva, com uma perspectiva qualitativa e, portanto, com ênfase na saúde, não na doença.
É uma pratica que permite que a criança, ao jovem e ao adulto, a expressão e superação de conflitos relacionais, interferindo de forma clara, preventiva e terapeuticamente, sobre o processo de desenvolvimento cognitivo, psicomotor e sócio-emocional, na medida em que estão diretamente vinculados a fatores psicoafetivos relacionais.
Não se trata de uma psicoterapia que põe em jogo a personalidade do sujeito através da análise de sua problemática inconsciente, mas sim, de uma decodificação de seus comportamentos atuais, evidenciando suas significações simbólicas e as necessidades que expressam.
Define-se dessa forma, como um método de trabalho que proporciona um espaço de legitimação dos desejos e dos sentimentos no qual o indivíduo pode se mostrar na sua inteireza, com seu medos, desejos, fantasias e ambivalências, na relação consigo mesmo, com o outro e com o meio, potencializando o desenvolvimento global, a aprendizagem, o equilíbrio da personalidade, facilitando as relações afetivas e sociais.
Introduz em sua prática ao jogo espontâneo em que o corpo participa em todas as dimensões, privilegiando a comunicação não-verbal, onde, através de situações lúdicas e dinâmicas, joga com o corpo em movimento, buscando induzir situações nas quais sejam expressos atos desencadeados por sentimentos, que somente mais tarde traduzirão em termos conscientes, as emoções em que se originaram, ou seja, num primeiro momento de forma impulsiva e inconsciente, para depois chegar ao consciente. 
Isso quer dizer que o comportamento e a comunicação são provocados e desencadeados por imagens de relações inscritas no corpo, com todos os matizes sensoriais como visão, audição, olfato, paladar, tato, sensações viscerais e outras. Podemos aqui ressaltar o momento de relaxamento, em que o encontro consigo mesmo ou com o outro evoca imagens mentais de pessoas, lugares, músicas, cheiros e relações integradas no tempo e no espaço de algo a ser conhecido, mas também de um EU, um self no ato de conhecer.
Nesse contexto, o sujeito que vive ao mesmo tempo aquele que sente, observa, percebe e toma conhecimento de que são seus atos e os sentimentos. Essas imagens sensoriais estão sempre acompanhadas por uma presença, que significa o Eu, que é o sentimento do que acontece quando o SER é modificado pelas ações vividas de aprender algo e essa presença tem que estar presente, caso contrário, não há como existir.
A Psicomotricidade Relacional, enfim, é uma prática que permite a libertação do desejo e do prazer de ser, de comunicar-se de estar vivo!
OBJETO DE ESTUDO
Objeto de estudo da Psicomotricidade Relacional é o ser humano, criança, adolescente ou adulto nas suas dimensões psicossociais e afetivas, ressaltando as diversas formas relacionais estabelecidas em seus diferentes grupos de pertinências. Pretende compreender os diversos níveis de comunicação corporal estabelecida a partir do jogo espontâneo, para daí proporcionar os meios de decodificação das nuances expressas nas relações, levando em consideração seu desenvolvimento psicomotor e sócio-histórico, com a finalidade de atender às necessidades de seres em formação, nos aspectos psíquicos, motores e emocionais que, em conjunto, influem diretamente na construção e desenvolvimento da personalidade.
Nesse sentido enfoca de maneira especial toda a organização tônica, involuntária, espontânea, parte integrante da experiência afetiva e emocional, necessariamente ligadas às pulsões, às proibições, aos conflitos relacionais, ao inconsciente. “Um agir espontâneo cuja significação não pode ser ignorada, ligada à experiência imaginária vivenciada pelo corpo em sua relação com o outro e com o mundo” (LAPIERRE, 2004).
É difícil pensar num desafio sedutor para a reflexão e para a investigação, do que a Psicomotricidade Relacional, pois, em geral, para aqueles que a conhecem e, em particular, para aqueles que com ela atua, despertar a ânsia de praticar até esgotar o desejo e a sede de compreender e de se maravilhar com suas própria natureza. 
Se levarmos em conta um dos marcos teóricos da Psicomotricidade Relacional que é a comunicação não verbal manifestada através do jogo espontâneo, onde o corpo participa com todas as suas dimensões representativas inserido em uma complexa rede de inter-relações, onde estão presentes conteúdos biológicos, psicológicos, somáticos, vivenciais, históricos e sociais, podemos então compreender e não apenas interpretar, os conflitos intrapsíquicos e suas repercussões psicossomáticas, possibilitando ao ser humano a capacidade para redimensionar suas relações de forma que possa obter melhor condições de vida e bem estar pessoal, familiar, físico, social e profissional.
FORMAÇÃO DO PSICOMOTRICISTA RELACIONAL
Assim como quis André Lapierre, é absolutamente impossível, sob o risco de se prejudicar alguém, conduzir uma sessão de Psicomotricidade Relacional, com crianças, jovens ou adultos sem que se cumpra um processo de formação pessoal ordenado e de supervisão regular. 
Isso por que ser Psicomotricista Relacional é, pois, desenvolver um modo de ser que envolve um processo de autoconhecimento e conhecimento do outro que não termina jamais, na medida em que, como pessoas, vamos nos modificando, conhecendo e reconhecendo ao longo de nossa vida. O Psicomotricista Relacional é, portanto, uma pessoa aberta e respeitadora, que busca a compreensão do Ser, que se coloca à escuta e à comunicação com o outro, aberto a novas experiências e conhecimentos que possam enriquecer sua vivência pessoal e profissional.
Para se tornar um profissional em Psicomotricidade Relacional é necessário cursar uma Formação Especializada e essa deve ser ministrada por profissionais devidamente preparados e reconhecidos para exercerem tal função.
A experiência profissional e a divulgação da Psicomotricidade Relacional no Brasil, por José Leopoldo Viera, levaram-no à elaboração de uma estrutura curricular, reconhecida por André e Anne Lapierre, que contempla três aspectos indispensáveis e indissociáveis para a formação de novos psicomotricistas relacionais. São elas:
• Formação Teórica: disciplinas específicas com aprofundamento nos conteúdos psicoafetivos, bioantropológicos e psiconeurológicos;
• Formação Profissional: com estágios e prática profissional supervisionada; 
• Formação Pessoal: um processo de autoconhecimento,por meio de ações espontâneas, que proporcionam o acesso às motivações inconscientes, priorizando o comportamento e a comunicação não-verbal.
Atenção especial deve ser dada à Formação Pessoal, pois é nela que o futuro psicomotricista relacional irá encontrar respaldo para seu autoconhecimento, condição	 indispensável para que sua atuação seja de qualidade. É a partir de suas próprias vivências em Psicomotricidade Relacional que o futuro profissional encontrará subsídios para atuar de maneira a promover o maior aproveitamento e desenvolvimento daqueles que participam de seus grupos de atendimento.
Pois é por meio da Formação Pessoal que se adquire a experiência do saber vivido. Esse processo permite superar problemas pessoais, descobrir as projeções inconscientes, reestruturar a vida e aumentar a capacidade de compreensão de certos conceitos teóricos.
	PSICOMOTRICIDADE RELACIONAL
O corpo e a aprendizagem caminham juntos! É por meio do corpo que o indivíduo entra em contato com o conhecimento. Do nascimento à idade adulta o corpo registra experiências e sentimentos, automatiza e domina movimentos, amplia sua capacidade de ação e produz padrões culturais de comportamentos.
A Psicomotricidade Relacional é uma ferramenta que investe não em dificuldades e sintomas, mas em possibilidades de crescimento e de aperfeiçoamento em que o sujeito potencializa a capacidade de desenvolver globalmente sua personalidade.  A Psicomotricidade Relacional tem comprovado sua eficácia em termos de:
- Comportamento: ajusta positivamente sua agressividade, inibição, falta de limites, baixa tolerância à frustração, hiperatividade etc.
- Aprendizagem: desperta o desejo para aprender; eleva seu rendimento escolar; minimiza suas dificuldades de expressão motora, verbal ou gráfica; melhora sua orientação espaço-temporal, apesar de a criança apresentar um desenvolvimento cognitivo normal, aumenta sua capacidade de assimilar novos conteúdos; reduz distúrbios de atenção; desenvolve o potencial criativo, dentre outros.
- Socialização: facilita a integração em grupos sociais, potencializa o desejo de participar de atividades grupais, eleva a capacidade para enfrentar situações novas etc.
Cabe ao psicomotricista relacional decifrar a linguagem lúdico-corporal da criança. Não emitir juízo de valor, não reprimir, não culpar, não punir, apenas deixar que os sentimentos fluam, naturalmente, oportunizando a expressão simbólica, para que a criança possa, através do prazer de brincar, descarregar suas tensões e elaborar seus conflitos.
 	Quando uma criança não consegue se expressar, aparecem angústias e distúrbios psicossomáticos. Ela necessita de um espaço para exteriorizar sentimentos e emoções. A ordem é comunicação corporal e o Psicomotricista Relacional se posiciona como um parceiro simbólico na convivência com as crianças, permitindo-lhe decodificar as suas reações e as suas relações com a vida.
A Psicomotricidade Relacional justifica a sua ação nesse processo quando proporciona um espaço na escola para a expressão corporal do aluno e do educador, na manifestação dos impulsos inconscientes que os levem à busca do conhecimento, na afirmação da própria identidade e à superação de conflitos normais do desenvolvimento, o que proporciona a liberação do desejo de aprender.
A finalidade da Psicomotricidade Relacional é a de atuar sobre os fatores psico-afetivos relacionais adquiridos na infância. Esses fatores estão diretamente vinculados a dificuldades de adaptação no cotidiano e no convívio social. Esta prática propicia a descoberta dos meios que facilitam o desenvolvimento global do SER.
 O ineditismo do método reside no fato de que a criança, através do lúdico consegue revelar, de modo natural, o que se passa no seu mundo interior, sem necessidade de qualquer expressão verbal. Elas expressam desejos, necessidades e dificuldades, sem se darem conta do que acontece, fazendo o que elas mais gostam e sabem fazer: brincar. Para elas o brincar é coisa séria e é brincando que as crianças estruturam o seu aparelho psíquico, brincam para aprender e a simbolizar, portanto, o brincar já é uma terapia.
Quando a criança apresenta, notadamente na escola, condutas de: agressividade, inibição, hipercinesia, muita agitação, dependência, falta de limites, TOC, medos, TDA/H (hiperatividade), frustrações, auto-estima baixa, entre outros, tais fatores comprometem seu aprendizado.
A Psicomotricidade Relacional vai, então, gerar estímulos para o ajuste positivo daqueles distúrbios comportamentais, sociais e cognitivos: incentivando o aprendizado, despertando o desejo de aprender, melhorando a produtividade da criança, superando medos, prevenindo dificuldades de expressão motora, verbal ou gráfica, estimulando à criatividade, a atenção, a concentração, a memória, elevando a auto-estima, aceitação de limites, aceitação de frustrações, resultando em mais desejo de aprender, pela constante exploração de suas potencialidades. São valorizados os aspectos positivos de sua personalidade, necessários à superação de suas dificuldades, construindo, assim, o caminho rumo à sua autonomia. O método pode ser levado a escolas, creches e clínicas e organizações.
APLICAÇÃO E ÁREAS DE ATUAÇÃO
A Psicomotricidade Relacional pode ser desenvolvida no âmbito escolar, clínico e empresarial, com crianças, jovens, adultos e idosos. Acontece em grupo e é no brincar dos participantes (incluindo o psicomotricista relacional) que aparecem situações de jogo simbólico, onde os indivíduos se encontram e passam a expressar de maneira autêntica seus sentimentos.
Nesse aspecto, é requisitada como uma ferramenta de trabalho revolucionária, por seu modo de
abordar as relações e o desenvolvimento humano.
• PSICOMOTRICIDADE RELACIONAL NO CONTEXTO ESCOLAR
No âmbito escolar, pode-se dizer que o principal objetivo da Psicomotricidade Relacional é promover o desenvolvimento integral das crianças, envolvendo os aspectos: cognitivo, social, psicoafetivo e psicomotor. Isso porque, a educação passa hoje por um período de mudança de seus paradigmas.
Diversos teóricos têm assumido o fato de que não é mais possível que a escola se restrinja à transmissão dos saberes socialmente elaborados. Faz-se necessário que a Instituição Escolar, independentemente da classe social que atenda, preocupe-se também com a formação de valores em seus educandos.
Nesse sentido, para a Psicomotricidade Relacional a aprendizagem e o desenvolvimento se produzem pelas formas de relação afetiva com o outro, de acordo com as possibilidades e limites de cada um, em comum acordo. Pretende promover a expressão de professores e crianças em sua plenitude, recriando uma escola em que se abre o espaço para vivências de aspectos afetivos, que permeiam a evolução da personalidade e a inserção social.
A Psicomotricidade Relacional na escola enfatiza a comunicação humana e comportamentos afetivo-emocionais indispensáveis à conquista do conhecimento e ao bem estar pessoal e social com função preventiva.
Compromete-se também em auxiliar o professor e o aluno na construção de valores necessários ao processo de ensino-aprendizagem, canaliza ações, efetiva sonhos e direitos para que estabeleçam uma comunicação autêntica. Trabalha com o que há de positivo nas relações interpessoais, reforçando-as e renovando-as.
Possibilita uma variedade de experiências psicomotoras, que favorecem e organizam a socialização, a afirmação da identidade e a superação de conflitos normais do desenvolvimento e das dificuldades de aprendizagem. Permite ao aluno avançar para uma pedagogia da descoberta ao se sentir estimulado a aprender e a buscar novos conhecimentos.
Motricidade e aprendizagem caminham juntas; por meio do corpo (primeiro meio de comunicação com outro ser humano), o indivíduo descobre e conhece o mundo. Trabalhar as relações sociais no cotidiano escolar na perspectiva da Psicomotricidade Relacional consiste em viver e instigar a aprendizagem, na qual o afeto, a ação(corpo e movimento) e o respeito à singularidade estão inseridos, baseando-se no desejo e não somente na lógica do dever. Desta forma, professor e aluno solidificam relações de confiança e segurança nece ssárias ao investimento em possibilidades de descobrir e ampliar conhecimentos e assumem a co-autoria na construção do saber, fazendo valer o papel social da educação e confirmando a afirmação de André Lapierre: “o desejo de aprender é um componente secundário do desejo de agir, do desejo de SER.”
• PSICOMOTRICIDADE RELACIONAL NO CONTEXTO CLÍNICO
Já no ambiente clínico a Psicomotricidade Relacional difere em sua finalidade uma vez que essa tem por objetivo compreender e trabalhar no nível da terapia psicomotora, as desordens relativas ao desenvolvimento da criança nas esferas motoras, relacionais, afetivas e cognitivas, tendo como referência o enquadre psicodinâmico da motricidade infantil. 
A Psicomotricidade Relacional Clínica atua no plano da saúde de um modo geral, embora esteja diretamente vinculada a uma demanda específica como queixa dos pais ou da escola que encaminhou o paciente, situando-se inicialmente em relação ao pedido de ajuda, sem perder de vista as qualidades de prevenção e profilaxia. Promove ainda a expressão da criança em sua plenitude, recriando um espaço para vivências de aspecto afetivo que permeiam a evolução da personalidade e a inserção social. Favorece o processo de interação, desenvolvendo a capacidade relacional, numa descoberta de uma comunicação afetiva, onde a autenticidade e o respeito sejam parâmetros para o projeto de vida.
O trabalho em contexto clínico traz procedimentos específicos desse atendimento, entre eles a entrevista inicial com pais, sessões iniciais com o participante, com o fim de diagnóstico, o encontro com outros profissionais ou instituições que trabalham com a criança ou o adolescente, apresentação aos pais do plano de trabalho e as sessões propriamente dita.
Vale ressaltar que a qualidade do trabalho do psicomotricista relacional em cada um desses procedimentos será reflexo direto do investimento que fez em sua Formação e no acompanhamento constante de Supervisão de sua atuação.
• PSICOMOTRICIDADE RELACIONAL NO CONTEXTO ORGANIZACIONAL
Como foi anunciada anteriormente, a implantação da metodologia da Psicomotricidade Relacional no contexto empresarial se deve ao educador Leopoldo Vieira. Ele trouxe a prática da Psicomotricidade Relacional para esse ambiente, levando em conta o fato de que o pleno desenvolvimento emocional oferece o maior grau na concretização de todo o potencial humano e que o equilíbrio nas relações de trabalho, numa perspectiva ampla, é o resultado de um processo comunicativo autêntico, que desemboca na auto-afirmação do indivíduo e no valor de cada um dos elementos implicados nesse processo. Essa auto-afirmação compreende um conhecimento e uma aceitação de si mesmo.
O trabalho centra-se essencialmente sobre a relação, isto é sobre a observação e análise do que se passa quando pessoas entram em comunicação com outras pessoas. Nos dias atuais, a qualidade de comunicação está cada vez mais mediatizada por uma dinâmica relacional mais ou menos saudável, onde qualquer falha ou ruído provoca interferências significativas no desenvolvimento de qualidades pessoais essenciais ao acesso do conhecimento e ao sucesso em todos os empreendimentos, tanto pessoais do trabalhador quanto da empresa enquanto organização. À vista disso, resultados bastante positivos vêm sendo alcançados nesse contexto. 
Como se pode perceber, a Psicomotricidade Relacional, seja ela aplicada a qualquer uma das conjunturas citadas anteriormente, é fiel a sua principal característica de buscar potencializar os aspectos positivos do ser humano, bem com sua capacidade afetiva, emocional e relacional.
SESSÃO DE PSICOMOTRICIDADE RELACIONAL
Nas sessões de Psicomotricidade Relacional a proposta é a de jogos livres e simbólico, com utilização da criatividade corporal, vivenciando o imaginário e concretizando-o a partir de uma relação não verbal, apenas com discurso corporal. 
Para essa experiência, realizamos sessões individuais ou em grupo, de acordo com a faixa etária das crianças, em clínica ou escola, uma sessão semanal, com duração de uma hora.
A criança começa brincando sozinha e, convivendo com seu grupo, vai desenvolver-se no seu lado emocional e cognitivo. O próximo passo será a procura do outro, nessa brincadeira. Começa a incluir outras pessoas. Aí não está mais só e sim com o outro. Começa a respeitar os limites que o outro lhe impõe, fazendo a passagem do egocentrismo para a socialização.
Para as sessões de Psicomotricidade Relacional, é de suma importância a utilização de uma sala ampla, arejada, livre de objetos que possam comprometer a integridade física das crianças, porque nas sessões são empregados materiais tais como: bolas, bambolês, cordas, caixas de papelão, tecidos, jornais e espaguetes, entre outros.
SOBRE . . . 
JOSÉ LEOPOLDO VIEIRA é maior divulgador da Psicomotricidade Relacional no Brasil. 
- Doutorando pela Universidade de Évora (Portugal)
- Mestre em Educação Especial pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Brasil)
- Terapeuta Pós-Graduado na Área de Movimento Humano pela Boston University (Estados Unidos)
- Psicomotricista Relacional Didata, Analista Corporal da Relação Didata pela SIAC (França)
- Diretor do CIAR (Brasil), Pedagogo e Professor de Educação Física
CONCEPÇÃO DE ANDRÉ LAPIERRE
“Eu tenho confiança na criança. Não quero destruir sistematicamente sua estrutura, não quero lhe dar outra. Somente quero ajudá-la a descobrir a sua, aquela que lhe permitirá se desembaraçar ao máximo de dependências e de conflitos neuróticos, de valorizar suas potencialidades, neste difícil equilíbrio entre a afirmação pessoal e o respeito aos outros”. 
BIBLIOGRAFIA BÁSICA SOBRE PSICOMOTRICIDADE E PSICOMOTRICIDADE RELACIONAL, SEGUNDO JOSE LEOPOLDO VIEIRA:
ACOUTURIER, B. LAPIERRE, A. A simbologia do movimento: psicomotricidade e educação. 3ª ed. Curitiba: Filosofart e CIAR, 2004.
________. As Nuanças: do vivenciado ao abstrato através da educação psicomotora. São Paulo: Manole, 1985.
________. Associações de contrastes: estruturas e ritmos. São Paulo: Manole, 1985. 
________. Fantasmas corporais e prática psicomotora. São Paulo: Manole, 1984.
________. Os contrastes e a descoberta das noções fundamentais. São Paulo: Manole, 1985.
AJURIAGUERRA, J.de. Manual de psiquiatria infantil. São Paulo: Masson.
BATISTA, M. I. B. As expressões possíveis da agressividade dentro de uma intervenção psicomotora - IX Congresso Brasileiro de Psicomotricidade. Olinda, 2004.
FONSECA, V. Psicomotricidade: perspectivas multidisciplinares. Lisboa: Ancora, 2001.
LAPIERRE, A. Da Psicomotricidade Relacional à Análise Corporal da Relação. Curitiba : UFPR/CIAR, 2002.
LAPIERRE, A. e LAPIERRE, A. O adulto diante da criança. Psicomotricidade Relacional e formação da personalidade. 2ª ed. Curitiba: UFPR/CIAR, 2002.
LA TAILLE, Y, OLIVEIRA, M. K. e DANTAS, H. Piaget, Vygotsky, Wallon: teorias pscoenergéticas em discussão. São Paulo:Summus, 1992.
LE BOULCH. Educação psicomotora: a psicocinética na idade escolar. Porto Alegre: Artes Médicas, 1988.
VAYER, P. O equilíbrio corporal: uma abordagem dinâmica dos problemas de atitude e do comportamento. Porto Alegre: Artes Médicas, 1984.
VIEIRA, L. BATISTA, M.I.B. LAPIERRE, A. Psicomotricidade Relacional: a teoria de uma prática. Curitiba : Filosofart/Ciar, 2005.

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