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ARTIGO vazão e qualidade de água de condensado

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNÓLOGIA DE PERNAMBUCO
DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE INFRESTRUTURA E CONSTRUÇÃO CIVIL
SANEAMENTO AMBIENTAL
AMANDA ALBUQUERQUE
RUTE LUNA PACHECO
VAZÃO E QUALIDADE DA ÁGUA DE AR CONDICIONADO
Recife
2017
AMANDA ALBUQUERQUE
RUTE LUNA PACHECO
VAZÃO E QUALIDADE DA ÁGUA DE AR CONDICIONADO
Artigo baseado no projeto de pesquisa da agenda 21 do IFPE, Instituto Federal de Pernambuco, campus Recife, sob a orientação do Prof. Wamberto Junior.
Recife
2017
INTRODUÇÃO
A água é um recurso natural essencial, seja como componente na estrutura de seres vivos, seja como meio de vida da várias espécies vegetais e animais, como elemento representativo de valores socioculturais e como fator de produção de bens de consumo e produtos agrícolas. Outros usos da água são: abastecimento público, dessedentação animal, uso industrial, agricultura irrigada; geração de energia elétrica, transporte aquaviário, turismo e lazer, aquicultura e pesca. Devido ao aumento do consumo de água e sua grande escassez em algumas regiões, esse líquido passou a ser considerado como um bem econômico, conforme Agenda 21, conferida em 1992. (Costa 2005 apud Bastos 2015).
Silveira et. al (2013) relata que o Brasil é o sétimo maior produtor do planeta de água mineral envasada, com crescimento a taxas próximas a 20% ao ano. Em 2010 a produção de água envasada no Brasil foi de 8,4 bilhões de litros contra 7,8 bilhões no ano anterior. Mesmo com essa significativa cifra o índice de consumo per capita de água envasada no Brasil, é considerado baixo - 45 litros/per capta/ano, quando comparado a países como Portugal, cujo consumo é de 100 litros per capta/ano, e Alemanha com 127 litros per capita/ano. 
Devido ao descaso acumulado durante gerações sobre a água, atualmente, o uso racional da água é de extrema importância. O uso indiscriminado e o aproveitamento irracional geraram, e ainda geram problemas ecológicos e sociais. Desta forma, alguns programas e estudos de uso racional da água em escolas e universidades vêm sendo desenvolvidos atualmente, tendo como principal objetivo otimização do uso da água. A produção de água do condensado é influenciada pelo uso e ocupação da edificação. A água que goteja do aparelho é derivada da umidade do ar, condensada pelo ar condicionado quando este resfria o ar do ambiente interno. 
Estima-se que a taxa média de produção de água em edificações de grande porte nos meses de verão seja de 0,4 a 1,5 litros de condensado por tonelada de ar condicionado (0,4 a 1,5 L / kW) para cada hora de operação do sistema de arrefecimento. Estudos reportam a eficiente utilização da água do condensado aplicada em lavagem de pátios e irrigação e este artigo foi desenvolvido para promover a análise da qualidade e quantidade dessa água que dispersada, para evitar assim seu desperdício e dar início a planos de reuso e novas ideias que otimizem a água desperdiçada.
2. METODOLOGIA
Baseado na agenda 21, do IFPE Campus Recife, o projeto visa fazer um analise quali-quantitativa da água proveniente dos aparelhos de ar condicionado do Instituto Federal de Pernambuco. Para isso foram feitas em primeiro plano, análise exploratória de estudos e pesquisas produzidos em revisão a temática proposta. Para então dar sequência ao projeto dentro do Campus Recife.
3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
3.1. Tipos de Água
A água é um bem precioso, finito e um importante recurso natural para todos os seres vivos. Encontramos vários tipos de água para vários tipos de atividades, seja para consumo, agricultura ou atividades industriais ou laboratoriais. Dependendo para qual fim água vai ser utilizada, precisa passar por tratamentos.
3.1.1. Água Potável
Segundo a portaria nº 2914/2011 do Ministério da Saúde, água potável é aquela em que os parâmetros químicos, físicos e microbiológicos estejam de acordo com o padrão de portabilidade estabelecido pela portaria e que não oferece risco a saúde humana.
Para determinar a qualidade da água e ser consumida, ela tem que passar por processos de tratamentos e analises físico-químicas, químicas e microbiológicas. 
[...] para atender as características de potabilidade, a água deve apresentar qualidade determinada através de índices qualitativo e quantitativo, físico-químicos e químicos sendo os mais importantes: pH, acidez, alcalinidade, cloretos, dureza, sólidos, condutividade elétrica, elementos e compostos químicos especiais e gases dissolvidos (NÓBREGA, 2015 apud FERNANDES, 2009).
De acordo com a portaria 2914/11, o pH, quer dizer potencial hidrogenionico, que deve estar na faixa de 6,0 a 9,5, a medição do Ph diz se água estar acida, neutra ou alcalina. Como é uma água que ira entrar em contato com o homem, é recomendado estar neutra, pois uma água muito acida ou alcalina pode prejudicar a saúde humana e causando corrosão nas tubulações por onde a água passa.
Não é encontrado um parâmetro para a alcalinidade por não considerar um padrão de potabilidade. Uma água alcalina não é considerada um risco potencial para saúde humana, só há uma alteração no paladar. Em relação à dureza a portaria limita para 500 mg/L de CaCO3. Os minerais estão sempre presente na água, como por exemplo, o cálcio, potássio e o sódio, este ultimo de acordo com a portaria deve ser de até 200mg/L.
A condutividade elétrica está relacionada com a presença de íons dissolvidos na água, que são partículas carregadas eletricamente. Quanto maior for a quantidade de íons dissolvidos, maior será a condutividade. A condutividade depende dos seguintes fatores: presença, concentração, mobilidade e valência dos íons, bem como da temperatura (SOUSA ET AL, 2015). Segundo Hanna Instruments Brasil, a água potável tem condutividade em torno de 50 a 1500 µS/cm.
Conforme Rhoades et al. (2000), a condutividade elétrica é expressa pelo índice de salinidade. Sugerindo a seguinte classificação: água não salina – CE < 0,7 dS.m-1, ligeiramente salina – CE entre 0,7 e 2,0 dS.m-1, moderadamente salina – CE entre 2 e 10 dS.m-1, altamente salina – CE entre 10 e 25 dS.m-1 e excessivamente salina –CE entre 25 e 45 dS.m-1 (NÓBREGA, 2015). Quando se fala de análise microbiológica é determinada se a água contem coliformes totais, termotolerantes ou bactéria Escherichia coli, essas podem provocar doenças no ser humano quando se encontra na água em grande quantidade. Para isso a portaria determina o valor máximo permitido, ou seja, ausência em 100mL de água analisada.
3.1.2. Água Destilada
A água destilada é geralmente usada em laboratórios, na produção de medicamentos no preparo de cosméticos e utilizados em experiências na preparação de reagentes. Pode ser produzida em laboratórios, através da destilação, ou seja, da condensação do vapor de água retirado da evaporação da água impura que contem microrganismos dissolvidos, como pode ser observado na imagem seguinte. 
Fonte: www.significados.com.br
Essa água é considerada pura por não conter microrganismo. A Quimidrol disponibiliza uma ficha de informações de segurança de produto químico (FISPQ), sobre água destilada, onde diz que o pH deve estar entre 5,0 e 7,5 e a condutividade ser menor que 3,0 µS/cm (PORTANTIOLO, 2015).
A água destilada para uso como água reagente em rotinas laboratoriais, para Clesceri et al. (1998), é classificada através dos valores de condutividade elétrica, sendo de referência para água reagente com alta, média e baixa qualidade: <0,1μS/cm; <1 μS/cm e = 10 μS/cm, respectivamente (Nóbrega, 2015).
Essa água é considerada pura por não conter microrganismo. A CETESB em 1985 trata em norma técnica os limites permissíveis para cada teste químico que controlam a qualidade da água destilada utilizada em laboratório, representados no Quadro 1 (NÓBREGA, 2015).
Quadro 1 – Valores permitidos para água destilada
Fonte: CETESB, 1985.
A água destiladanão é indicada para consumo por não conter minerais suficientes para o nosso corpo. Segundo Lage, para preparar 30 Litros de água destilada gasta se aproximadamente 2000 Litros de água tratada.
3.2. Água Condensada
O condensador é um equipamento destinado a retirada de calor do fluido refrigerante até que o mesmo se condense. Para isto acontecer é necessário que haja outro fluido para fazer a transferência deste calor para o ambiente e é a partir desta característica que os condensadores são classificados em: resfriados a ar, resfriados a água ou evaporativos (STOECKER e JONES, 1985).
O condensador tem por finalidade esfriar e condensar o vapor superaquecido, proveniente da compressão, nas instalações de refrigeração mecânica por meio de vapores. Esta operação é feita transferindo-se o calor do fluido aquecido para o meio (fonte quente), usando-se para isto água, ar ou mesmo ar e água em contato (COSTA, 1982).
Antes de se pensar em técnicas para o aproveitamento de água proveniente dos aparelhos de ar condicionado, é preciso que se entenda o princípio básico do funcionamento destes, e como ocorre esta geração de água que, na maioria das vezes, é desperdiçada. A água que escoa para o ambiente externo pode causar problemas aos pedestres devido ao gotejamento nas calçadas, deixando-a escorregadia e gerando acúmulo de resíduos indesejáveis que pode fazer com que a própria calçada se deteriore mais rapidamente, além de poder danificar as marquises de prédios. Não existem exigências nacionais em relação à água que é expelida pelos aparelhos de ar condicionado. Em alguns casos são constatadas leis municipais que tentam organizar a situação.
Em Porto Alegre e Rio de Janeiro, o gotejamento de água nas vias públicas é passível de multa. Contudo, por falta de interesse dos condomínios, a fiscalização é falha. A água que aparenta ser inconveniente nas calçadas, porém, podem somar vários litros de água ao final do dia, permitindo ser reutilizada em práticas sustentáveis. Independentemente da inconveniência, a prática sustentável permite que haja economia não apenas financeira, mas também economia dos recursos de água potável do planeta. O aproveitamento da água é extremamente beneficente para instituições como Universidades e Hospitais.
Nestes aparelhos, o dreno é a parte que remove a água expelida. Quando em operação, o equipamento retira a umidade do ambiente em que está instalado, realizando processo de condensação, que é quando a água passa do vapor a líquido. Problemas comuns do ar condicionado podem ter origem no dreno. Isto é, se ele não estiver em condições corretas, pode causar gotejamento na unidade interna, perda de eficiência do aparelho e até mau cheiro no ambiente em que o ar condicionado está instalado. Para tal, há a opção de manutenção periódica, tanto do aparelho de ar condicionado quanto do sistema de drenagem do equipamento, que é simples e de baixo custo.
3.2.1. Produção de Água Proveniente do Ar Condicionado
Para garantir conforto ao ambiente interno está cada vez mais freqüente a utilização de aparelhos de ar condicionado, o Brasil, por exemplo, possui uma temperatura elevada e o clima predominantemente quente, na maior parte do ano. Muito utilizado em residências, prédios escolares e comerciais, universidades, shoppings; aparelho vem então com o intuito de refrigerar e aquecer o ambiente, dependendo das condições climáticas, criando um conforto térmico. 
Para entender como a água se origina no aparelho de ar condicionado é preciso entender o funcionamento do sistema. Que realiza a:
Troca de temperatura do ambiente, através da passagem do ar pela serpentina do evaporador que por contato sofre queda ou aumento de temperatura, dependendo do ciclo utilizado, baixando a umidade relativa do ar. Quando alcançada a temperatura desejada é feita leitura através de um sensor localizado no evaporador, e este por sua vez desliga o compressor, fazendo com que o equipamento mantenha a temperatura do ambiente interno. Qualquer variação na temperatura desejada faz com que o compressor seja novamente acionado, sendo ele responsável pela circulação do gás refrigerante dentro do sistema (FORTES, JARDIM E FERNANDES, 2015)
Segundo Fortes, Jardim e Fernandes (2015) o sistema do ar condicionado é constituído de quatro componentes básicos, o compressor, condensador, evaporador e o motor ventilador. Considerando o clima do Brasil, o processo de refrigeração, ainda segundo o autor, tem inicio no ventilador que suga o ar do ambiente interno e em seguida atravessa o evaporador e passa em volta da serpentina, que entrando em contato o ar resfria e volta para o ambiente interno. E durante esse processo e a mudança de temperatura, ocorre a condensação gerando a água que sai pela tubulação no ambiente externo.
Há dois tipos mais utilizados de sistemas de drenagem. O dreno nos modelos Janela consiste num pequeno orifício na parte externa do aparelho, que serve para expelir a água condensada. Porém de acordo com Fortes, Jardim e Fernandes (2015) nunca houve o hábito de captar esta água, uma vez que o próprio dreno já expele a água para o ambiente externo, e esta mesma captação parece inconsiderável, exceto quando as gotas caem em marquises ou calçadas. Quando um instalador profissional instala um aparelho de ar condicionado, ele deve instalar uma tubulação ou um dreno para que a instalação esteja de acordo com os regulamentos dos prédios, devido ao gotejamento para ambiente externo que ocorreria caso não houvesse instalação de sistema de drenagem. Quando isto não ocorre, é possível que o próprio cliente final instale sistema de drenagem em seu aparelho do tipo Janela, sem muitas dificuldades.
Fonte: CLIMAFULL Peças para Refrigeração Todos os aparelhos deste tipo possuem um bico de saída de drenagem, onde pode ser instalada uma mangueira. Caso não seja feita instalação de tal, a água gotejará no parapeito da janela ou em calçadas e marquises. A rápida instalação de uma mangueira previne danos causados pela água do aparelho de ar condicionado do tipo Janela. Para que seja feita a instalação, primeiramente é preciso que se inspecione o bico de saída de drenagem do aparelho de ar condicionado para determinar seu tipo. A maioria dos bicos é de plástico, constituídos de rebarbas, conforme explicitado na figura ao lado, o que requer que a mangueira seja colocada e prendida com uma abraçadeira circular. Contudo Fortes, Jardim e Fernandes (2015) ressaltam o quão importante é que os drenos sejam devidamente instalados, devido ao fato de ser a gravidade responsável pelo escoamento da água. Caso contrário, a água pode gotejar no ambiente interno ou terá dificuldades para escoar, conforme explicitado na figura abaixo. 
Fonte: WEB AR CONDICIONADO 
3.2.2. Quantidade e Qualidade da Água do Ar Condicionado
Na região amazônica é onde concentra se a maior quantidade de água em todo o Brasil, aproximadamente 70%, dos recursos hídricos está concentrada na região Norte. A má distribuição dessa água provoca em alguns estados, estresse hídrico. Mediante a situação crítica dos recursos hídricos, ações de sustentabilidade surgem como uma opção necessária para as gerações atuais, uma vez que, a escassez desses recursos exige ações e soluções inteligentes que visem à conservação e o gerenciamento adequado dos mesmos (PIMENTA, 2016).
A água condensada, segundo Nunes, Queiroz e Silva (2015), não têm muita importância, pois é considerada por muitos, que a quantidade de água gerada é insignificante se for observado de forma isolada. Mas quando se utiliza água de vários condicionadores de ar e observando a o tempo em que esses aparelhos ficam ligados, pode se considerar que a quantidade de água gerada passa a ser significativa passando a ter utilidade e alem ser bastante proveitoso. Gerando economia para quem adota essas medidas.
Estudos realizados por Pimenta (2016), Lima (2015, Nóbrega (2015), e outros autores que fizeram pesquisas na área, demonstrou que a água condensada proveniente dos aparelhos de ar condicionado podeser usada para fins não potáveis como a rega de jardins). Nessas pesquisas foram feitas analise físico-químicas e microbiológicas, da água condensada, e foi constatado que se encaixa com os parâmetros de portabilidade da portaria 2914/2011. 
Em pesquisas realizadas por Cunha, Ozório, Pires (2015) e outros, em sua última etapa foram feitas as análises das águas dos condicionadores de ar, como forma de obter dados quali-quantitativos para suas características físico-químicas, e comparando-as com os parâmetros estabelecidos por portarias da legislação de controle para qualidade de águas. Sendo os mesmos, medidos semanalmente, durante todo mês de monitoramento (Junho/2014), nos intervalos de 09 às 10 horas e 14 às 16 horas. Os parâmetros analisados foram; pH, temperatura, dureza, condutividade, alcalinidade, cloretos e turbidez, todas em duplicata seguindo as normas estabelecidas pelo Standard Methods for Water and Wastewater (APHA, 1992).
Fonte: FUNCEME 2014
Gráfico 01: Monitoramento da umidade relativa do ar no mês de junho de 2014. Os resultados obtidos pelas análises foram comparados com parâmetros da portaria 2914/2011 do Ministério da Saúde e resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) de número 357 de 2005. Os dados de volume foram comparados com os dados de consumo de água mensal do campus na ocasião, resultando uma resposta quanto à viabilidade do estudo.
Quando a água condensada é comparada com água destilada, de acordo com Costa et AL (2015) apud Pimenta (2016), Qualidade das águas é considerada semelhante e tendo o potencial de ser usado para fins mais nobres, no caso em laboratórios.
3.3. Aproveitamento da Água Condensada
Água de reuso pode ser utilizada para diversos fins não potáveis, entre eles irrigação paisagística e irrigação de campos para cultivo (HESPANHOL, 1999). Um dos problemas associados a problemática às águas de reuso urbano não potável é o custo e a dificuldade operacional (MORELLI, 2005). 
De acordo com Brega Filho & Mancuso (2003), o reuso de água é entendido como uma tecnologia desenvolvida em menor ou maior grau, dependendo dos fins ao qual se destina a água e de como ela tenha sido usada anteriormente. Segundo (Telles; Costa, 2007) o uso racional da água compreende no conjunto de ações que tem como objetivo reduzir o consumo de água sem prejuízo ao desenvolvimento das atividades produtivas, aumentando a eficiência deste recurso, na redução de desperdícios e reuso dos efluentes tratados.
Sistema Automatizado de Irrigação
O sistema de irrigação é composto por sensores conectados em cada da horta suspensa (a horta suspensa é parte do projeto de pesquisa sobre hortas domiciliares). Esses sensores enviam dados de umidade e temperatura do solo para o Arduino. O Arduino é uma ferramenta de prototipagem eletrônica muito utilizada na área de automatização, por seu baixo custo e alto rendimento, que recebe os dados dos sensores; compara com as especificações dadas pelo usuário e aciona um relé que por sua vez ativa a bomba d'água, que retira a água da bombona e a leva através de conduítes para a horta. Os dados e como quantas vezes a horta foi regada e quantos litros foram usados são armazenados na ferramenta, para análises futuras.
Reuso da água para outros fins
A água de ar condicionado por ser uma água quase pura, não passando por sistema de purificação como a destilada, pode ser utilizadas em aquários, piscinas, Rega de Jardim, Irrigadores, combate á incêndio, Fontes e lagoas, banheiros, atividades domésticas indiretas : lavagem de roupas, louças
Água de reuso pode ser utilizada para diversos fins não potáveis, entre eles irrigação paisagística e irrigação de campos para cultivo (HESPANHOL, 1999). Um dos problemas associados à problemática às águas de reuso urbano não potável é o custo e a dificuldade operacional (MORELLI, 2005).
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1. Vazão e suas variáveis
Quando o contexto é produção de água proveniente da condensação nos aparelhos de ar - condicionados, a quantificação torna-se sujeita a variações e imprecisões. Principalmente devido o tema ser pouco estudado como fonte de reuso (CUNHA, O. A.J; OZÓRIO, L. V. C; PIRES, B. R.; ALMEIDA, V. J; MELO E. I; WILLIAN P, 2015).
Estudo realizado por Pimenta (2016), feito no Centro de Tecnologia do Campus central da UFRN, localizado na cidade de Natal/RN, com o objetivo de quantificar o volume de água de 88 ares condicionados para ser usado na limpeza e rega de jardim. Foi observado que a vazão permanece quase constante em torno de 1L/s, como pode ser observado no gráfico 1. A vazão de 2,25 L/h encontrada para a potência de 24.000 BTU também foi próxima a encontrada por Lima et al (2015) em seu estudo na cidade de Cuiabá/MT, onde após medições de volumes em dois aparelhos de 24.000 BTU, encontrou uma vazão entorno de 2L/h (PIMENTA, 2016).
Fonte: PIMENTA, 2016.
Estudo semelhante feito por Ferreira, Tose (2016), realizado no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo – Campus Santa Teresa, com a finalidade de medir a vazão de água para cada potência do ar condicionado. Foi feito cinco medições para cada potência, com duração do tempo de funcionamento dos condicionadores de ar, ou seja, oito horas/dia, no segundo semestre de 2015. A tabela 1 mostra que vazão de água aumenta junto com a potência do ar condicionado, a umidade relativa do ar estava variando entre 55 a 68%, segundo o estudo de Ferreira.
Fonte: FERREIRA E TOSE 2016.
Mas Nunes, Queiroz e Silva (2015), atenta que não há uma média estabelecida de produção de água para cada potência/capacidade de ar condicionado, como mostra a tabela 2. Dessa maneira vale considerar que produção de água tem como fatores, que devem ser analisados, a umidade relativa da região na hora da coleta, número de pessoas ou forma de utilização da sala e o isolamento do ambiente, para só assim garantir uma maior precisão da quantificação na produção de água do aparelho (CUNHA, O. A.J; OZÓRIO, L. V. C; PIRES, B. R.; ALMEIDA, V. J; MELO E. I; WILLIAN P, 2015).
Tabela 2 – Média da produção de água pelos aparelhos de ar condicionado.
Fonte: NUNES, QUEIROZ E SILVA, 2015.
O principal objetivo do aparelho de ar condicionado é regular a temperatura ambiente e tirar a umidade do ar, mas quando o aparelho está inserido em um ambiente movimentado, cheio de pessoas, com o abre e fecha de portas, consequentemente a vazão de água vai ser maior porque o aparelho suga toda a água presente no ambiente. A água retirada dos aparelhos de ar - condicionado é derivada da umidade do ar, condensada pelo mesmo quando este resfria o ar do ambiente interno (BARBOSA, COELHO, 2016).
Em relação à umidade relativa do ar é possível notar no trabalho de Pimenta (2016), que a vazão variou de acordo com a U.R (Gráfico 2). Assim como os estudos de Lima (2015), Ferreira (2016) e Cunha, Filho, Shroder (2016). Porém como já foi destacado, [...] o volume de condensação não depende somente desta variável. As diferenças entre a temperatura interna e externa, bem como o tipo de climatização desejada (resfriamento ou aquecimento) interferem nos volumes de condensação (CUNHA, FILHO, SHRODER 2016).
Fonte: PIMENTA, 2016.
E segundo, Arend, Krebs, Amaral (2014) e Barbosa, Coelho (2016) é importante destacar que a vazão pode variar dependendo da temperatura do dia de coleta, em dias com temperatura mais alta (quente), é possível ter uma quantidade maior de água, em temperaturas mais baixas (frio), se coleta menos água.
4.2. Analise qualitativa da água condensada
Como toda água é analisada para ver sua qualidade e logo determinada para qual finalidade irá ser utilizada, a água condensada passa pelo mesmo processo a fim de determinar seu uso dentro do local a ser estudado.
Atentando para as pesquisas realizadas, Souza et al (2016) fez um estudo no Centro de Ciências Tecnológicas da Universidade de Fortaleza (CCT-UNIFOR), onde foi realizado a captação de água provenientes dos aparelhos de ar condicionados nos Blocos I e J paraa caracterização das mesma.
No estudo a água condensada é representada em oito amostras (A1-A8), que foi comparada com águas com padrão de qualidade como a amostra de água destilada - Dest. - e a água desmineralizada comercial – Desm, (SOUSA ET EL, 2016). E também com a água tratada da região.
Figura 1 - Análise do pH para água destilada, desmineralizada e condensada.
Fonte: SOUSA ET AL, 2016.
Figura 2 - Análise da condutividade elétrica e teor de cloretos para água destilada, desmineralizada e condensada.
 
Fonte: SOUSA ET AL, 2016.
Figura 3 - Análise do sódio e potássio para água destilada, desmineralizada e condensada.
 
Fonte: SOUSA ET AL, 2016
Em relação a água do ar condicionado pode ser visto, que o pH variou de 7,3 a 7,7. Um pH considerado bom e adequado de acordo com MS portaria nº 2914/11, que estabelece de 6,0 a 9,0. A água destilada e a tratada, com valor 7, manteve se neutra e a desmineralizada, segundo a autora, no valor de 6,5 é considerado abaixo da média, podendo causa disso ser irregularidade da manutenção dos aparelhos ou a data referente ao dia de analise.
Em todos as amostras analisadas, o pH enquadra-se nos padrões exigidos pelas normas citadas. Sendo o valor de pH um resultado importante para a composição dos “índices de qualidade de águas”. De acordo com esse parâmetro, a água condensada, encontra-se apta para reuso, já que a alteração brusca ou o elevado valor do pH não foi observado no estudo (SOUSA ET AL, 2016).
O valor da condutividade elétrica variou de 13,28 a 32,93 μS/cm para as amostras condensadas. Conforme Sousa et al (2016), a água condensada apresentou boa qualidade para água de Reagente. Já a água desmineralizada apresentou uma condutividade muito alta, em torno de 65 μS/cm e água tratada apresentou CE de 537,2 μS/cm, para a amostra analisada. Para água condensada, o cloreto variou de 4 a 8,7 mg/L, para a destilada e desmineralizada os valores encontrados foram 12,3 mg/L e 9,0 mg/L, respectivamente. A água tratada, por efeito da adição de cloro durante o tratamento, foi encontrada o valor de 134,19 mg/L.
É notado que a água de ar condicionado transparece melhor qualidade que a desmineralizada, essa usada em radiadores e indústrias nas caldeiras, pois evita incrustações. Desta forma, pode-se avaliar posteriormente a potencialidade de utilização da água condensada para tal aplicação (SOUSA ET AL, 2016).
.As analises de Sódio e Potássio, em águas condensadas, tiveram valores muito pequenos que variou entre 0,1 a 0,7 mg/L para sódio e 0,1 a 0,4 mg/L para potássio, valores próximos a água destilada. Já a água desmineralizada mostrou para sódio e potássio valor de 9 e 1,7 mg/L, respectivamente. Ao passo que a água tratada foi encontrada 35,9 mg/L de sódio e 5,2 mg/L para potássio.
Baseada nessas analises, Sousa et al (2016) conclui que:
As amostras das águas condensadas encontram-se em um padrão mais próximo da qualidade de uma água destilada, com parâmetros físico-químicos melhores do que a água desmineralizada comercial e a água tratada, comprovando que a água condensada poderá ter fins de reutilização mais nobres do que irrigação e ou limpeza de ambientes, que são as estratégias comuns de reaproveitamento, pois segundo Mota (2011) as águas residuais podem ser utilizadas sem que exija uma elevada qualidade, para fins diversos, como regar plantas, lavagem de áreas externas, alimentação de bacias sanitárias, lavagem de veículos, entre outros (SOUSA ET AL, 2016).
Na tabela a seguir apresenta, de forma organizada, analises qualitativas da água proveniente dos ares condicionados de autores que abordaram o assunto. Está presente também a NBR 15527/2007, que estabelece normas para reuso de água da chuva para fins não potáveis, e a Portaria Nº 2914/2011, apresenta padrões de potabilidade para o consumo humano. 
Foram adotados parâmetros de qualidade mais relevantes e que dois ou mais autores fizeram a analises, com o objetivo de reaproveitar a água condicionada, economizar a água tratada. Essas análises são físico-química, química e microbiológica, entre elas está o pH, Condutividade Elétrica, Potássio, Sódio, Coliformes totais e Escherichia coli conhecida mais como E.coli. É possível perceber, de acordo com a tabela, que todos os autores fizeram as analises de pH e Condutividade elétrica, sendo esses dois fundamentais para determinar a qualidade da água.
O trabalho de Nóbrega (2015) foi similar ao de Sousa et al (2016), pois comparou resultados de água condensada, destilada e tratada. E ao contrario da pesquisa de Sousa, a água condensada, do estudo de Nóbrega, estava com a condutividade elétrica em 70 µs/cm considerada de baixa qualidade para preparação de água reagente. Assim como o estudo de Cunha K. et al (2015), onde a condutividade chegou a 50,2 µs/cm.
	TABELA COMPARATIVA QUALITATIVA DA ÁGUA DOS ARES CONDICIONADOS
	Parâmetros de qualidade da água
	Reuso da água de chuva para fins não potáveis
	Padrão de potabilidade
	REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
	
	ABNT NBR 15527/2007
	PORTARIA 2914/11 MS
	LIMA ET AL (2014)
	CARVALHO M. T. C. (2012)
	CUNHA K. ET AL (2015)
	CUNHA J. ET AL (2015)
	NÓBREGA J. M. S. (2015)
	SOUSA ET AL (2016)
	FORTES ET AL (2015)
	BASTOS ET AL (2015)
	PH
	6,0 a 8,0
	6,0 a 9,5 
	6,9
	7,03 - 7,34
	7,22
	7,19
	7,03
	7,3 - 7,7
	7,03 - 7,34
	7,1
	Cor
	 < 15 uH
	15 Pt/L
	0 Pt/L
	 
	 
	 
	4 uH
	 
	 
	 
	Turbidez
	< 2,0 µT e < 5,0 µT
	5 UNT
	1,16 UNT
	 
	0,29 UNT
	 
	0,45 UNT
	 
	 
	0,7 UTN
	Condutividade
	---
	---
	24,7 Ms
	20,76 µs/cm
	50,2 µs.cm
	14,41 µs/cm
	70 µs/cm
	13,28 - 32,93 µs/cm
	20,76 µs/cm
	25,5 µs/cm
	Dureza total
	---
	500 mg/L
	Ausente
	0,85 - 9,33 mg/L
	 
	4,65 mg/L
	12 mg/L
	 
	9,3 mg/L
	 
	Alcalinidade
	---
	---
	0,1 mg/L
	1,01761 mg/L
	 
	0,977 mg/L
	0,47 mmol.L-¹
	 
	0,96 mg/L
	 
	OD
	---
	---
	4,0 mg/L
	
	
	
	
	
	
	
	DBO
	---
	---
	
	 
	10,2 mg/L
	 
	 
	 
	 
	7,62 µg/L
	DQO
	---
	---
	 
	 
	30 mg/L
	 
	 
	 
	 
	0,019mg/L
	Cloreto
	---
	250 mg/L
	7 mg/L
	0 mg/L
	 
	0 mg/L
	0 mg/L
	4 - 8,7 mg/L
	0 mg/L
	 
	Cálcio
	---
	---
	4 mg/L
	 
	 
	 
	0,37 mg/L
	0,066 - 0,659 mg/L
	 
	 
	Magnésio
	---
	---
	5,83 mg/L
	 
	 
	 
	0 mg/L
	0 - 0,1660 mg/L
	 
	 
	Potássio
	---
	---
	<0,01 mg/L
	 
	 
	 
	0 mg/L
	0,1 - 0,4 mg/L
	 
	 
	Sódio
	---
	200 mg/L
	0,32 mg/L
	 
	 
	 
	0 mg/L
	0,1 - 0,7 mg/L
	 
	 
	STD
	---
	1000 mg/L
	 
	
	 
	 
	32,73 mg/L
	 
	 
	17,5 mg/L
	Coliformes totais
	Ausência em 100 mL
	Ausentes
	Ausentes
	 
	 
	 
	 
	119,8 NMP
	 
	866,4 NMP
	Escherichia coli
	---
	Ausentes
	Ausentes
	 
	
	 
	 
	108,6 NMP
	 
	0 NML
	Legionella pneumophila
	---
	---
	
	 
	Ausência
	 
	 
	 
	 
	 
	Vazão
	---
	---
	5 L/h
	1280mL/hora
	 
	2,9 L
	2.160 mL/h
	1,227 - 2,60 L/h
	309 mL/h
	 
	Potência (BTU's)
	---
	---
	24.000
	---
	 
	24.000
	 
	7.000 - 48.000
	12.000
	 
Em relação ao pH da água, todos os autores obtiveram um valor de 7 em média, dentro da faixa de padrões referenciais apresentados. Como a água do ar condicionada não é para o consumo humano, não se faz necessário fazer a analise da cor, porém Lima et al (2014) e Nóbrega (2015), obtiveram valor 0 Pt/L e 4 uH, respectivamente.
A turbidez indica a transparência e a quantidade de partículas dissolvidas na água. Foi verificado que, os autores que fizeram a analise de turbidez, dureza, cloreto e o sódio, alcançaram valor abaixo do que foi determinado pela Portaria nº 2914/11. A alcalinidade determina a presença de íons capaz de neutralizar o ácido. Dessa forma foi encontrado, por Lima et al (2014), alcalinidade de 0,1 mg/L e por Carvalho (2012) o valor de aproximadamente 1,0 mg/L.
Cunha K. et al (2015) e Bastos et al (2015), analisaram a DBO (Demanda Bioquímica de Oxigênio), que é a quantidade de oxigênio necessária para oxidar ou estabilizar a matéria orgânica no valor de10,2 mg/L e 7,62 µg/L, respectivamente; e a DQO, Demanda Química de Oxigênio, mede a quantidade de oxigênio dissolvido consumido pela matéria orgânica, 30 mg/L e 0,019 mg/L, respectivamente. 
O Oxigênio Dissolvido (OD) foi obtido por Lima et al (2014) 4,0 mg/L. Em relação cálcio, magnésio e o potássio foi encontrado em Nóbrega (2015 e Sousa et al (2016) valores aproximado de 0 mg/L e em Lima et al (2014) 4 mg/L para o cálcio, 5,38 mg/L para o magnésio e o potássio não foi encontrado. 
De acordo com o padrão de potabilidade os Solidos Totais Dissolvidos (STD) não deve ultrapassar 1000 mg/L, pois se torna uma água corrosivo não sendo indicada para o consumo humano. Nóbrega (2015) encontrou 32,73 mg/L de STD na água condensada, valor considerado inferior a Portaria nº 2914/11.
A água potável não deve conter microorganismos patogênicos e deve ser livre de bactérias indicadoras de contaminação fecal. Os indicadores de contaminação fecal, tradicionalmente aceitos, pertencem a um grupo de bactérias denominadas coliformes. O principal representante desse grupo de bactérias chama-se Escherichia coli. (FUNASA, 2006).
Segundo a Portaria nº 2914/11 e a NBR 15527/07 a água deve ter pelo menos ausência de coliformes totais para 100 mL de água analisada. No estudo de Sousa et al (2016) foi encontrado 119,8 NMP para coliformes totais e 108,6 NMP para E. coli. Essa contaminação, segundo a autora, foi devido ao ponto onde foi coletada a água, ser um aparelho de ar condicionado do tipo janeleiro, e este continha uma parte do duto de água exposto ao ar e ao ambiente, o que causou um foco de contaminação externa. Nas demais amostras não se detectaram contaminantes (SOUSA ET AL, 2016).
Em relação à bacteria Legionella pneumophila, somente Cunha K. et al (2015) fez analise e foi constatado ausência na água condensada. 
Há uma remota, mas possível possibilidade de contaminação da água de condensado pela bactéria Legionella, caso a drenagem não seja continua e fique estaguinada na bandeja interna do aparelho condicionador de água. O mesmo poderá vir a acontecer, com a bactéria Escherichia coli, mais conhecida pela abreviatura E. coli, caso algum animal de sangue quente possa vir a penetrar no evaporador e morrer dentro do aparelho (BASTOS, 2015).
As legionelas propagam-se, de preferência, em grandes sistemas de circulação de água. Podem ser sistemas de ar condicionado, piscinas de água quente ou umidificadores de ar. Quando os encanamentos estão sujos, forma-se uma microflora. Essa película biológica cria uma crosta, na qual as bactérias se proliferam rapidamente e chega ate os humanos pela via respiratória através de gotículas de água no ar (Made for Minds).
Concluindo é possível ver que a água condensada pode ser reaproveitada. O que antes usava água tratada pode ser substituída pela água proveniente do ar condicionado, em rega de jardins, lavagem de piso, limpeza de salas e em descargas no vaso sanitário. É notável em alguns estudos e casos que essa água pode substituir água destilada e a desmineralizada, em utilização em laboratórios e em indústrias, respectivamente.
5. CONCLUSÃO
O aproveitamento de água proveniente dos aparelhos de ar condicionado deve ser considerado uma solução para a escassez de água no Brasil, sobretudo na região estudada, onde já existem além de escassez, disputas por recursos hídricos.
Com base nas discussões e observações feitas sobre a quantidade de líquido dispersado em aparelhos de ar – condicionado, percebeu – se que em média, os dispersantes de 1 L/H são os aparelhos com BTU’s de 7.000,9.000,12.000,18.000 e 22.000; dispersantes de 2L/H em média são de 24.000 e acima de 4L/H são dos ares-condicionados com BTU de 36.000 formando assim uma relação intrínseca em que água aumenta junto com a potência do ar.
No que diz respeito à variação da quantidade da água dispersada, não há padrão que indique quando irá haver ou não a alteração do seu volume visto que se faz necessário notar-se outros fatores internos e externos que acometem diretamente essa mudança. No ato da coleta ou medição desta água deve ser avaliado:
Umidade relativa do ar (na hora da coleta)
Ambiente movimentado
Forma de utilização da sala e o isolamento do ambiente
Temperatura do dia
Tipo de climatização desejada (resfriamento ou aquecimento)
A pesquisa indica que, além da capacidade dos aparelhos, outras variáveis, como a intensidade de movimentação no ambiente em que os aparelhos estão inseridos (o abre e fecha das portas) tem impacto na produção de água pelos aparelhos. Além disso, a estação do ano (por se tratar da variação de temperatura ao longo do dia), aliada ainda com a variação da umidade do ar, entre outras, podem interferir na produção da quantidade de água dos aparelhos de ar condicionado, sem contar também que a idade dos mesmos é um fator que interfere na produção da água.
Além do aguamento do jardim, o reuso poderia servir também para atividades de limpeza das salas e áreas comuns. O aproveitamento desta água para outros fins que demandem uma quantidade hídrica maior talvez não se tornasse interessante, como, por exemplo, o uso da mesma para abastecer as descargas das bacias sanitárias, em que a quantidade de água não seria suficiente e a intervenção para a instalação para que o sistema funcionasse exigiria intervenções na infraestrutura física de lugares com sistema sanitário coletivo, com ramificações ou cíclicos, além dos custos envolvidos.
Porém, o aproveitamento da água dos aparelhos de ar condicionado não se trata apenas de uma questão financeira, mas também uma visão de preservação ambiental, de aproveitamento ao máximo dos recursos de maneira sustentável. O fato é que esta água é produzida e simplesmente é descartada.
Vale considerar que produção de água tem como fatores, que devem ser analisados, a umidade relativa da região na hora da coleta, número de pessoas ou forma de utilização da sala e o isolamento do ambiente, para só assim garantir uma maior precisão da quantificação na produção de água do aparelho.
Em suma, a alternativa de reuso aqui descrita, reforça a viabilidade de oferecer para instituições, escolas, estabelecimentos comerciais e coorporativos, uma alternativa viável e sustentável para o reaproveitamento dessas águas para diversos fins, concluindo e justificando as potencialidades dos aparelhos de ar-condicionado para a produção de água.
6. REFERÊNCIAS
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BARBOSA, T; COELHO, L. Sustentabilidade por meio do reuso da água dos aparelhos de ar – condicionado da Faculdade de Tecnologia Deputado Waldyr Alceu Trigo – FATEC SERTÃOZINHO. São Paulo, 2016.
BASTOS, C; TÚLIO, S; FRANCI, R. Gestão da água em edificações através do aproveitamento de condensação do sistema de ar – condicionado: um exemplo em Vitoria, Brasil. Vitória – ES, 2015.
CARVALHO, M. T. C. Caracterização quali-quantitativa da água da condensadora de aparelhos de ar condicionado. III Congresso Brasileiro de Gestão Ambiental. Goiânia – GO, 2012.
CETESB. Água destilada. Disponível em:<http://www.cetesb.sp.gov.br/?s=agua+destilada>. Acesso em: 13 abril 2017.
CUNHA, K. T; FILHO, L. C. K; SCHRODER, N. T. Reaproveitamento de água de condensação de equipamentos de ar condicionado. Canoas, 2015.
CUNHA, O. A.J; OZÓRIO, L. V. C; PIRES, B. R.; ALMEIDA, V. J; MELO E. I; WILLIAN P. Quantificação e caracterização das águas de aparelhos de ar condicionados para uma proposta de reuso direto no IFCE. Campus Quixadá/CE, 2015.
DATTRINO, F. P. Aproveitamento de água proveniente de aparelhos de ar condicionado. Resende/RJ, 2015
FERREIRA, E. P; TOSE, M. Uso de água por aparelhos de ar condicionado para fins não potáveis – um estudo de caso. Campus Santa Teresa – ES, 2016.
FORTES, P. D; JARDIM, P. W. C; FERNANDES, J. G. Aproveitamento de água proveniente de aparelhos de ar condicionado. Resende – RJ, 2015.
FUNASA. Manual práticode análise de água. Brasília – DF, 2006.
HANNA INSTRUMENTS BRASIL. Condutividade da água. Disponível em: <http://hannainst.com.br/blog/item/504-condutividade-da-agua>. Acesso em: 18 abril 2017.
LIMA, S. M; ZAQUE, R. A. M; VALENTINI, C. M. A; SOUZA, F. S. C; ALBANO, P. M. F. Água de ar condicionado: uma fonte alternativa de água potável? Porto Alegre/RS, 2014.
MADE FOR MINDS. 1976: Eclode “doença dos legionários”. Calendário Histórico. Disponível em: < http://www.dw.com/pt-br/1976-eclode-doen%C3%A7a-dos-legion%C3%A1rios/a-320233>. Acesso em: 19 abril 2017.
NOBREGA, J. M. S. Água residual de condensadores de ar: perspectiva de substituição à água destilada para uso em laboratórios. Patos/PB, 2015.
NUNES, L. G. C. F; QUEIROZ, M. M; SILVA, S. R. Avaliação do reuso de água dos aparelhos de ar condicionado para fins não potáveis – Estudo de caso da POLI/PE. Recife, 2015. 
PIMENTA, P. L. Análise quantitativa do aproveitamento da água dos aparelhos de ar condicionado do centro de tecnologia da UFRN. Natal-RN, 2016.
PORTANTIOLO, C. S. Ficha de informação de segurança de produto químico. Água Destilada. Quimidrol. Joinville – SC, 2015.
PORTARIA Nº 2914, DE 12 DE DEZEMBRO DE 2011. Ministério da saúde. Disponível em: <http://site.sabesp.com.br/uploads/file/asabesp_doctos/kit_arsesp_portaria2914.pdf >.Acesso em: 10 abril 2017.
SOUZA, R. E. B; ROCHA, C. M. S; ABREU, F. O. M. S; MORAES, S. G. Caracterização físico-química e microbiológica das águas condensadas de aparelhos de ar condicionados visando potencial reutilização. Fortaleza, 2016.
VILELA, S. Reaproveitamento da água usada no processo de destilação em instituições de saúde. Disponível em: <https://www.plugbr.net/reaproveitamento-da-agua-usada-no-processo-de-destilacao-em-instituicoes-de-saude/>. Acesso em: 13 abril 2017.

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