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Critério trifásio de aplicação da pena

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TRABALHO SOBRE O CRITÉRIO TRIFÁSICO DE APLICAÇÃO DA PENA 
 
Art. 68, C.P. – A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 
deste código; em seguida serão consideradas as circunstâncias atenuantes e 
agravantes; por último, as causas de diminuição e de aumento. 
Parágrafo único – No concurso de causas de aumento ou de diminuição 
previstas na parte especial, pode o juiz limitar-se a um só aumento ou a uma só 
diminuição, prevalecendo, todavia, a causa que mais aumente ou diminua. 
 
Para a fixação da pena o código penal adotou o modelo trifásico de 
apreciação, ou seja, o juiz ao analisar o caso concreto decidirá o quantum de pena a 
ser cumprido pelo réu. Este modelo se fundamenta em 3 (três) fases: a fixação da 
pena-base; apuração das circunstâncias agravantes e atenuantes; e, por último, da 
aplicação das causas de diminuição e de aumento da pena, resultando, após esse 
processo, no total de pena a ser cumprida pelo réu. 
 
As circunstâncias judiciais (ou inominadas) são elencadas na primeira 
fase da fixação da pena, o juiz competente, ao analisar o caso concreto, observará 
as características do delito e aplicará a pena descrita naquele tipo penal, sempre 
respeitando o mínimo e o máximo ali cominado. As circunstâncias judiciais 
influenciam, inclusive, na suspensão de condicional do processo e na concessão de 
sursis, visto que o ordenamento preceitua que os referidos benefícios somente serão 
concedidos se estas circunstâncias autorizarem, ou seja, quando puderem beneficiar 
o réu. 
 
O juiz deverá observar, para a fixação da pena-base, os seguintes elementos: 
culpabilidade; antecedentes; conduta social; personalidade; motivos do crime; 
circunstâncias do crime; consequências do crime e comportamento da vítima. 
 
São dados subjetivos e objetivos que fazem parte do crime cometido, contudo 
sem modificar a sua essência. São elementos que se agregam ao ilícito, sem 
modifica-lo, embora produzam efeitos e consequências relevantes. 
 
As circunstâncias agravantes e atenuantes permitem que o juiz aumente 
ou reduza a pena-base fixada inicialmente. A legislação prevê que as circunstâncias 
agravantes aumentem a pena cominada inicialmente pelo magistrado, essas 
circunstâncias somente poderão ser aplicadas quando não qualificarem o crime ou 
quando não constituírem elementar do fato delituoso. 
 
As circunstâncias atenuantes, ao contrário das agravantes, permitem que o 
juiz reduza a pena fixada na fase imediatamente anterior. Ambas as circunstâncias 
não podem ficar além ou aquém do permitido legalmente. 
Há que se ater ao fato de ambas as circunstâncias ocorrerem no mesmo fato 
delituoso, isso é o que se chama de concurso de circunstâncias atenuantes e 
agravantes, neste caso o juiz não deverá compensar uma pela outra, o 
procedimento se dá na ponderação entre as circunstâncias preponderantes, ou seja, 
circunstâncias como reincidência, personalidade do autor do delito e motivos 
fundamentais para a ocorrência do crime. 
 
A terceira, e última, fase do processo de aplicação de pena são as causas de 
diminuição e aumento de pena. São causas que permitem ao juiz aumentar ou 
diminuir, além ou aquém, respectivamente, do estipulado legalmente. Ambas as 
causas podem estar previstas na Parte Geral do Código Penal, como na Parte 
Especial. 
 
Igualmente nas causas atenuantes e agravantes, as causas de diminuição e 
aumento podem ter a ocorrência de concurso de causas, se o concurso ocorrer na 
parte especial o magistrado deverá se limitar a um só aumento e a uma só 
diminuição, impondo-se a que mais diminua ou aumente, contudo se ocorrer uma 
causa de aumento na parte especial e outra na parte geral, o juiz poderá aplicar as 
duas, visto que a lei se refere apenas ao concurso das causas previstas na parte 
especial do código penal. 
 
Se tratando das qualificadoras é possível que o magistrado reconheça duas 
ou mais em um mesmo delito e, conforme a doutrina preceitua, a primeira deverá 
servir como qualificadora e as seguintes como agravantes genéricas. Contudo pode 
ocorrer que em determinados delitos a outra qualificadora não seja entendida como 
circunstância agravante, devendo o juiz aplica-la como circunstância do crime. 
 
O cálculo da pena deverá obedecer ao critério trifásico de aplicação, onde 
inicialmente caberá ao juiz efetuar a fixação da pena-base, seguindo os critérios do 
artigo 59, do C.P., em sequencia deverá aplicar as circunstâncias agravantes e 
atenuantes e, por último, as causas de aumento e de diminuição. 
 
 
 
Referências 
 
CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal: parte geral, volume I. 7ª edição. São 
Paulo: Editora Saraiva, 2004. 
 
NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de direito penal: parte geral e parte especial. 
2ª edição. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2006. 
 
GONÇALVES, Victor Eduardo Rios. Direito penal: parte geral. 12ª edição. São 
Paulo: Editora Saraiva, 2006. - (Coleção sinopses jurídicas; v.7)

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