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Processo de Soldagem a Laser UFPE – CTG – Engenharia Mecânica Tecnologia Metalúrgica Sumário 1. Introdução 2. O laser 3. Soldagem a laser 4. Parâmetros de controle do processo 5. Variáveis do processo de soldagem 6. Preparação da peça a ser soldada 7. Aplicações 8. Vantagens 9. Limitações 10. Segurança no processo de soldagem a laser 1. Introdução O primeiro LASER, um sólido de rubi, excitado por uma lâmpada fluorescente de vapor de mercúrio e filamento helicoidal, foi construído em 1960 por Maimann. Somente alguns anos depois surgiria um LASER de 𝐶𝑂2. A luz ou radiação eletromagnética de um LASER representa um fluxo luminoso de alta intensidade de energia. A energia a LASER não existe na natureza e é produzida a partir de algum tipo de fonte de energia, como uma lâmpada, que estimula um grande número de elétrons em repouso, os quais são capazes de produzir fótons de luz e este processo desencadeia uma ação repetida de emissão de energia gerando uma luz intensa 2. O laser Principais características Raios colimados: todos os raios de luz caminham na mesma direção, permitindo que uma grande quantidade de energia seja transmitida a um alvo preciso; Luz monocromática: Diferente das luzes naturais, a luz do laser apresenta cor única, correspondente ao comprimento de onda do espectro eletromagnético, o que dará origem a diferentes tipos de aparelho laser Raios coerentes: Os raios caminham paralelos no tempo e espaço 3. Soldagem a laser Processo caracterizado pela fusão localizada da junta através de um bombardeamento por feixe de luz concentrada, coerente e monocromática de alta intensidade Devido a qualidade da radiação é possível obter características que não são obtidas em outros processos como: velocidade de soldagem elevada, ausência de contato entre a fonte de calor e a peça que será soldada além de baixa entrega térmica e distorção 3. Soldagem a laser Os equipamentos utilizados na soldagem podem ser do tipo sólido que utiliza, principalmente, o niódio (Nd) dissolvido num processo denominado Nd:Yag; ou do tipo gasoso que utiliza CO2 como meio ativo e laser do tipo EXCIMER Independente do equipamento, a soldagem ocorrerá através da interação da radiação do feixe com a matéria, sendo que parte da radiação é absorvida e parte refletida. A parte absorvida é suficiente para aquecer o material levando-o a fusão ou vaporização. Em casos de vaporização irá se formar uma coluna de vapores metálicos a partir do ponto de interação do feixe com o metal , e que avança em direção ao interior da peça. Tal coluna é denominada Key-hole e será capaz de absorver grande parte da radiação incidente e fará posterior distribuição. Nesse caso, a forma do cordão de solda se assemelha a um furo Caso a energia seja suficiente apenas para a fusão, a soldagem ocorre por condução e o calor será dissipado lateralmente, semelhante ao mecanismo das soldagens convencionais. O cordão de solda apresentará forma semelhante a um “V” Desenho esquemático do equipamento de produção a laser 4.Parâmetros de controle Potência do feixe Está diretamente relacionado com a espessura máxima a ser soldada É importante reconhecer o comprimento de onda da radiação emitida já que um mesmo comprimento de onda pode soldar facilmente alguns materiais e encontrar dificuldades em soldar outros tipos de material Lasers de ND:YAG podem fornecer até 500W enquanto sistemas de CO2 podem atingir 10 KW Modo do feixe Indica o modo que o feixe se relaciona com a potência distribuída ao longo do feixe O equipamento é formado por espelhos e o laser perde potência em cada espelho refletor utilizado Permite a relação que determinará a potência máxima e a simetria do feixe 5.Variáveis do processo de soldagem Potência do raio LASER • Depende do tipo do LASER (gasoso ou sólido), tipo do material a ser soldado, densidade e o diâmetro do raio. Diâmetro do raio incidente • Responsável pela densidade de energia na peça. • A relação entre o diâmetro (área de atuação do feixe) e a energia (intensidade do feixe) é inversamente proporcional. Velocidade de soldagem • Se a velocidade for alta: solda estreita e com baixa penetração. • Se a velocidade for baixa: maior penetração que podem causar fusões excessivas e consequentemente evaporação e perda do metal e formação de defeitos (porosidade). 5.Variáveis do processo de soldagem Gás de proteção • São usados para corte ou para soldagem • Quanto mais puro o gás, mais eficiente se torna o processo • Serve para remoção do plasma formado na fusão ou vaporização do material. • Obs.: Caso não seja feita a remoção, o plasma absorve e desvia o raio laser causando problemas na solda. • Influencia na penetração • Gases mais usados: Hélio (He) e Argônio (Ar) • O Hélio possui alta condutividade térmica (produz excelente acabamento), alto potência de ionização (produz excelente supressão de plasma e altas velocidades de soldagem) 5.Variáveis do processo de soldagem Posição focal • É o ponto máximo de convergência do feixe. • Considera-se 1 mm abaixo do nível da superfície da peça como sendo ideal, mas pode variar de acordo com a espessura da solda. Pulso • Grande usabilidade • Aumenta a penetração • Parâmetros: duração [ms] e frequência de pulso [Hz] Absorção • Depende de propriedades físicas como: calor especifico, condutividade térmica e difusão térmica. 6.Preparação da peça a ser soldada Deve ser direcionada perpendicularmente ao feixe do laser para garantir que toda a densidade será focalizada e concentrada em apenas um ponto A configuração das juntas a ser soldadas e as tolerâncias dimensionais da preparação tem grande importância. Como o feixe é colimado, qualquer falha na preparação da junta a soldar fará com que o feixe passe pela falha sem interagir com a peça. Conhecimento das propriedades da peça a ser soldada. Como exemplo, a absortividade e a difusão térmica. A absortividade e a difusão térmica determinarão quanto de radiação será refletida ou absorvida pela peça e com isto determina-se a potência do feixe e se será pulsado ou não. 7.Aplicações Apenas na área de metal-mecânica podem-se citar: Corte e furação de peças de geometrias complexas (60%) Soldagem, por exemplo, de baterias de lítio (25%) Marcação de instrumentos de medição (10%) Tratamento térmico de componentes, como por exemplo, válvulas de motores de combustão e demais utilizações (5%) 60% 25% 10% 5% Corte Soldagem Marcação Tratamento Térmico 7. Aplicações Outra grande aplicação deste processo ocorre na soldagem interna ou externa nos painéis do automóvel, sem distorções ou descoloração da parte externa do painel. Em algumas aplicações, o uso do robô para laser de C02 tem propiciado movimentação e posicionamento muito precisos sobre a peça de trabalho. Esta vantagem da soldagem com laser é que tem propiciado a popularização de sua utilização na indústria automobilística. LSW LSW é a abreviação de Laser Screw Welding, a nova tecnologia da Toyota para a montagem de automóveis. Lasers de baixa temperatura impedem a distorção nos painéis garantindo uma precisão superior e construção durável A solda é completa em menos de 1 segundo, menos da metade do laser convencional. É capaz de solucionar problemas de soldagem comuns na união de chapas, como os do slide a seguir Convencional x LSW LSW 8.Vantagens O uso do laser como uma fonte de calor para soldagem é melhor aplicável amuitos processos convencionais devido a: Contribuição térmica elevada à uma área muito pequena. Quando a área afetada é pequena, há uma redução no tamanho da zona termicamente afetada (ZTA) e como resultado uma baixa entrega térmica e distorção da peça. É rara a necessidade de uso de metais de adição. A poça da solda produzida possui uma mínima contaminação. - devido o laser ser concentrado e preciso e raramente necessitar uso de metais de adição. O processo facilmente é monitorado e controlado o que possibilita a sua automatização. 8.Vantagens Não necessita de vácuo para a realização da solda. Alta velocidade atingida durante a soldagem e o total confinamento de energia depositada pelo feixe no material base. Grande potencial de produção de juntas espessas com penetração completa com um único passe. Alta reprodutibilidade e qualidade da solda efetuada. Ausência de contato entre a fonte de calor e a peça a soldar o que possibilita a soldagem de locais de difícil acesso. Possibilita soldar materiais dissimilares. Não há necessidade de retrabalho. 9.Limitações O processo de soldagem a laser apresenta algumas limitações e desvantagens, entre as quais podem- se citar: A baixa eficiência, aproximadamente menor que 10% A dificuldade para mudar o ponto focal A baixa potência do equipamento, que limita a espessura Os problemas com refletividade em alguns materiais e as estreitas tolerâncias de ajuste das juntas. As juntas para o raio laser devem ter tolerâncias muito estreitas. A focalização do raio deve ser perpendicular à superfície e a posição da distância focal deve ser exata e fixa durante todo processo; isto requer um sistema de sensores de alto desempenho e em alguns casos também um sistema de sensoriamento por contato. 9.Limitações O alto nível de automação requer produção em larga escala, com mão-de-obra especializada. O alto custo do sistema, requer uma cuidadosa análise econômica para os benefícios das aplicações oferecidas. A tecnologia enfrenta problemas de expansão devido ao alto investimento inicial comparado ao dos processos convencionais; além disso, o sistema a laser é visto como complexo e de alto custo. 10. Segurança do processo soldagem a laser Os lasers emitem feixe de luz infravermelho concentrado que são altamente prejudiciais a pele e aos olhos. (Uso de óculos e aventais) Pela interação com a peça é produzido níveis altos de radiação ultravioleta. (Produtos inflamáveis devem ficar longe) Gera fumos que podem apresentar risco respiratório para os trabalhadores. (Boa ventilação no ambiente) 10. Segurança do processo soldagem a laser A soldagem por feixe de elétrons devido ao choque dos elétrons com a superfície da peça gera Raios-X, elétrons secundários e emissão termo iônica. (Câmara blindada contra radiação) O manual do fabricante geralmente é a melhor fonte de informação de segurança para o uso de cada equipamento de soldagem a laser. Deve-se observar também a NR-15 (CNEN-NE-3.01)
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