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Etimologia da palavra epidemiologia
epí- (em cima de, sobre) l - demos povo. logos estudo
 “ciência do que ocorre sobre o povo”.
Definição de Epidemiologia estudo de doenças transmissíveis,passou a abranger todos os eventos relacionados ao processo saúde/doença da população
Rouquayrol (1999) é a ciência que estuda o processo saúde/doença em coletividades humanas, propondo medidas específicas de prevenção, controle ou erradicação de doenças. 
- abordagem clínica se dedica ao estudo da doença no indivíduo, a epidemiologia estuda os problemas de saúde em coletividades humanas .
- constitui na principal ciência da informação em saúde e é considerada a ciência básica da saúde coletiva. 
Saúde Coletiva É a ciência e a arte de evitar doenças, prolongar a vida e desenvolver a saúde física, mental e a eficiência, através de esforços organizados da sociedade, para:
o saneamento do meio ambiente;
o controle das infecções entre as pessoas;
a organização de serviços médicos e paramédicos para prevenção, diagnóstico precoce e o tratamento da doença;
o aperfeiçoamento da máquina 
histórica da Epidemiologia
Antiguidade: a contribuição de Hipócrates os fatores ambientais ligados às doenças, defendendo um conceito ecológico de saúde/doença. Daí, surgia a Teoria Miasmática. 
O Renascimento
O pensamento renascentista propiciou as bases para a compreensão racional da realidade que resultou na constituição das ciências modernas. 
A partir dessa nova visão de mundo, “explodiu”, entre os séculos XVI e XVIII a necessidade da produção de conhecimento em todos os saberes. 
Formação histórica fundamentada em 3 eixos (tríade): Ø Clínica: saberes sobre saúde/doença – século XVII Fisiologia, Patologia, Bacteriologia, etc. Ø Estatística: diretrizes metodológicas quantitativas – século XVII; Ø Medicina social: práticas de transformação da sociedade – século XVIII. Hegemonia da medicina “cientifica” (“biologização”) apesar do desenvolvimento da medicina social no final do século XIX:
 Fisiologia; Patologia; Bacteriologia.
Rudolf Virchow criativa atividade em várias áreas: patologia, antropologia, política (ativista da saúde pública). 
As enfermidades de maior prevalência eram as de natureza infecto-contagiosa, o que favoreceu a abordagem individual e curativa, superando o enfoque coletivo e os determinantes socias da saúde. 
A Revolução industrial, grande impacto nas condições de vida e saúde das populações. início do movimento pela medicina social: as revoluções populares deveriam resultar nos principais determinantes da saúde social: democracia, justiça, igualdade, liberdade e fraternidade.
Epidemia de cólera em Londres (1854): destaque aos estudos do médico inglês John Snow o Pai da “epidemiologia de campo” devido às coletas planejadas de dados. 
. Nos anos 50:
- Desenvolvimento/aperfeiçoamento dos desenhos epidemiológicos;
- Substituição da Teoria Monocausal por uma tendência ecológica (multicausalidade)
 prevalência e incidência;
- Formalização do conceito probabilístico de risco;
- Introdução da Bioestatística.
1960 e 1970 
. computador “matematização” da área. 
Nos anos 70 e 80: Três tendências principais: 
aprofundamento das bases matemáticas, 
proposta de uma Epidemiologia clinica (tendência à “biologização),
reafirmação do processo saúde-enfermidade-cuidado oposição à “biologização”.
Na Europa e na América Latina reafirmando a influência dos determinantes sociais da saúde (DSS) no processo saúde-doença. 
• Nos anos 70 e 80: pandemia da SIDA ou AIDS (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida).
Principais objetivos da Epidemiologia- ações de prevenção, controle e tratamento das doenças; 
Características do Período Pré-Patogênico:
- Ocorre previamente à instalação do agente patogênico; 
- Ausência da doença;
- Medidas de Atenção Primária à Saúde.
Atenção Primária à Saúde 	Objetivos: Promoção à saúde e proteção específica;
Características do Período Patogênico:
- Instalação do agente patogênico;
Presença da doença; 
Medidas de Atenção Secundária à Saúde.
Atenção Secundária à Saúde Realizada no indivíduo sob ação do agente patogênico, isto é, quando o período pré-patogênico já foi ultrapassado e o processo patológico foi desencadeado. 
As medidas nesse nível incluem: diagnóstico precoce, tratamento imediato e limitação da incapacidade. 
Características do Período Patogênico:
- Momento após a instalação do agente patogênico;
Presença ou ausência de incapacidades ou invalidez conforme a doença que se instalou;
Medidas de Atenção Terciaria à Saúde. Atenção Terciária à saúde
recuperação total ou parcial, através dos processos de reabilitação e de aproveitamento da capacidade funcional remanescente. 
profissionais de educação física e fisioterapia, a educação nutricional, a terapia ocupacional e a readaptação à vida normal são as medidas mais frequentemente utilizadas nesse nível.
Corresponde às medidas adotadas após as consequências da doença, representadas pela instalação de deficiências funcionais. 
Aula 3: Determinantes Sociais da Saúde
Epidemiologia social e os Determinantes Sociais da Saúde (DSS)
DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE (DSS) 
São as condições sociais nas quais as pessoas vivem e trabalham ou seja, "as características sociais dentro das quais a vida transcorre”.
Os DSS são “as causas das causas”.
A determinação social do processo saúde/doença explora a ecologia da doença humana: “as causas das causas”!
Anemia ferropriva infantil Diversos outros fatores
Saneamento inadequado,Baixo nível socioeconômico,Hábitos Alimentares Incorretos,Desajustamento
Desmame precoce,Baixa Escolaridade Materna
Aula 4: INDICADORES EPIDEMIOLÓGICOS
INDICADORES DE SAÚDE
São parâmetros/medidas utilizados internacionalmente com o objetivo de avaliar o nível de saúde de uma coletividade, bem como do desempenho do sistema de saúde. 
Vistos em conjunto, devem refletir a situação sanitária de uma população e servir para a vigilância das condições de saúde. 
• Podem ser classificados de acordo com a dimensão de saúde a que se referem:
n Saúde do indivíduo (morbidade e mortalidade);
n Condições ambientais (saneamento básico);
n Condições socioeconômicas (desigualdade);
n Serviços de saúde (recursos assistenciais).
• Nível de saúde no espaço e/ou tempo. 
REQUISITOS DOS INDICADORES DE SAÚDE
• Simplicidade de construção e interpretação;
• Discriminatório → permitir comparações entre populações;
Mensurabilidade → basear-se em dados disponíveis ou fáceis de conseguir;
• Validade → capacidade de medir o fenômeno de interesse
(sensibilidade=medir as alterações desse fenômeno e especificidade= medir somente o fenômeno analisado);
• Relevância → capacidade de responder a prioridades de saúde; 
• Custo-efetividade → resultados justificam recursos e tempo;
• Ética → a coleta de dados não acarreta danos às pessoas. 
INDICADORES DE SAÚDE
• Para refletir:
→ Dificuldade na mensuração do estado de saúde das pessoas. Geralmente se mede a ausência da saúde.
→ A construção de indicadores é um processo dinâmico: novas doenças = novos indicadores.
→ Como as doenças e agravos de interesse em saúde coletiva se distribuem segundo as condições de vida ? 
MEDIDAS DE FREQUÊNCIA OU DE OCORRÊNCIA DE DOENÇAS, AGRAVOS E ÓBITOS 
PRINCIPAIS FINALIDADES
Definição de áreas prioritárias para investimento de recursos;
Avaliação do impacto das ações sobre estado de saúde da população;
Comparação da situação de saúde entre grupos populacionais com diferentes características (diferentes áreas geográficas, diferentes níveis socioeconômicos, etc.). 
Segundo Paulo Buss (2000), o estado de saúde está associado à qualidade de vida das populações e que as características da vida em sociedade, o modo de viver a vida e as relações sociais guardam relação com o nível de saúde. Daí a necessidade de analisar a situação sanitária de acordo com as características sociais, econômicas, políticas e culturais das coletividades.
Taxas ou Coeficientes 
São as relações entre o número de eventos reais e os quepoderiam acontecer.
Informam quanto ao “risco” de ocorrência de um evento. 
No cálculo das taxas, é necessário excluir do denominador as pessoas não expostas ao risco. 
Morbidade e mortalidade são os principais indicadores utilizados na epidemiologia para avaliar o estado de saúde das comunidades.
MORBIDADE 
Morbidade ou doença é uma variável característica de comunidades de seres vivos.
O Indicador de Morbidade refere-se ao conjunto de indivíduos que adquirem doenças em um dado intervalo de tempo e lugar. 
Uniformização na denominação das doenças e causas de morte: a OMS propõe a adoção, em nível internacional, da Classificação Internacional de Doenças (CID-10).
Os indicadores de morbidade são genericamente definidos como a proporção entre o número de casos de uma doença e a população (número de habitantes ou de pessoas que estão expostas à doença em um lugar e tempo definidos).
Indicador de Morbidade = no de casos de uma doença x 10n 
 População
Em Saúde Pública, os indicadores utilizados com mais frequência para avaliar o risco de um problema de saúde ou para descrever a situação de morbidade em uma comunidade são as duas medidas básicas da frequência: a prevalência e a incidência.
PREVALÊNCIA X INCIDÊNCIA 
CASOS NOVOS INCIDÊNCIA
CASOS EXISTENTES PREVALÊNCIA - CURAS, ÓBITOS
PREVALÊNCIA
Número de casos existentes de uma doença em um dado momento
Exemplo: Estimativa de 30 milhões de pessoas vivendo com HIV no mundo em 1998.
INCIDÊNCIA
Frequência com que surgem novos casos de uma doença num intervalo de tempo;
Exemplo: Notificações de casos novos de AIDS em maiores de 13 anos durante o ano de 1998. 
PREVALÊNCIA
Prevalência: “fotografia” de uma condição existente em indivíduos.
Fatores que influenciam a prevalência de uma determinada doença
PREVALÊNCIA 
No de casos conhecidos de uma doença em determinado período de tempo x 10n 
 no de pessoas na população 
INCIDÊNCIA
• “dinâmica”= mudança de estado de saúde;
• Frequência com que surgem novos casos de doença/tempo;
A taxa de incidência (TI) é o número de casos novos de uma doença em um dado local e período, relativo a uma população exposta.
Reflete a intensidade com que acontece uma doença em uma população e, dessa maneira, mede a frequência ou probabilidade de ocorrência de casos novos dessa doença na população. Alta incidência significa alto risco coletivo de adoecer.
TAXA DE INCIDÊNCIA
É definida como a proporção entre o número de casos novos de uma doença ocorridos em um determinado intervalo de tempo e a população exposta ao risco de adquirir a referida doença no mesmo período e no mesmo local, multiplicado o resultado por uma potência de 10. 
 node novos casos de uma doença em determinado período x 10n 
 node pessoas expostas ao risco de adquirir a doença no mesmo período
MORTALIDADE 
Maneira mais antiga de medir a doença (Londres, século XVI).
• Uniformidade do conceito de morte e metodologia de registro.
• Classificação Internacional de Doenças (CID-10).
• Fonte primária: declaração de óbito (DO).
• Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM/MS, 1975).
• Problema de sub-notificação. 
INDICADORES DE MORTALIDADE 
Taxa de mortalidade= no de óbitos em determinado local e período x 10n 
 População exposta
Os indicadores de mortalidade podem ser definidos como a proporção entre a frequência absoluta de óbitos e número de sujeitos expostos ao risco de morrer (população exposta) no mesmo período de referência e no mesmo local.
De acordo com a definição da população considerada exposta ao risco de óbito em determinado lugar e período de tempo, pode-se calcular a taxa de mortalidade geral (TMG) e os indicadores de mortalidade específicos relativos a grupos populacionais definidos de acordo com gênero, idade, raça, causa do óbito, grupo socioeconômico ou outra característica de interesse. 
É importante destacar que para a realização desse cálculo é necessário dispor, para todos os estados e municípios brasileiros, de dados de óbitos registrados no Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM). Os dados dos denominadores são obtidos de censos e estimativas populacionais do IBGE e do Sistema de Informações de Nascidos Vivos (SISNAC).
COEFICIENTE GERAL DE MORTALIDADE (CGM)
OU TAXA DE MORTALIDADE GERAL (TMG)
A taxa de mortalidade geral é calculada dividindo-se o número total de óbitos por todas as causas, em um determinado ano, pela população daquele ano, registrados em uma determinada área e multiplicando-se por 1.000 habitantes, base referencial para a população exposta.
 TMG= no total de óbitos em determinado local e período x 1.000
 no de habitantes no mesmo local e período 
A TMG tem importante aplicação na avaliação do estado sanitário de populações e áreas definidas. Esse indicador possibilita relacionar o estado e o nível de saúde de diferentes regiões em uma mesma época. 
TAXAS ESPECÍFICAS DE MORTALIDADE 
TAXA DE MORTALIDADE INFANTIL (TMI) 
É calculada dividindo-se o número de óbitos de crianças menores de 1 ano (um ano incompleto de vida) registrados em um dado período (ano) pelo número de nascidos vivos naquele ano, em uma determinada área e multiplicando-se o valor encontrado por 1.000, método conhecido como direto. A TMI mede, portanto, o risco de morrer no primeiro ano de vida. 
no total de óbitos em menores de 1 ano em dado local e período x 1.000
 no de nascidos vivos (SINASC) no mesmo local e período 
EVOLUÇÃO DA TMI NO BRASIL, A TMI é considerada um bom indicador para descrever e analisar as condições de vida e saúde de uma população, visto que as crianças menores de 1 ano são extremamente sensíveis às condições socioeconômicas que repercutem no meio ambiente em que vivem 
LETALIDADE uma proporção aplicada para avaliar a gravidade de uma doença, considerando as variáveis idade, sexo, condições socioeconômicas da região além de outras características de interesse. 
no de óbitos por determinada doença em um local e período x 100
no de pessoas acometidas pela mesma doença no mesmo local e período
ACERTANDO O ALVO A febre amarela silvestre é uma doença que apresenta grande variação na letalidade. Dados do SINAN - Sistema de Informação sobre agravos de notificação do Ministério da Saúde, revelam que entre 2001 e 2006 foram notificados no Brasil 109 casos confirmados da doença e 51 óbitos (RIPSA, 2008).
Calcule o coeficiente de letalidade da febre amarela nesse período.
RESPOSTA
Cálculo de coeficiente de letalidade da febre amarela no período 2001 e 2006 :
no de óbitos por determinada doença em um local e período x 100
no de pessoas acometidas pela mesma doença no mesmo local e período
Coeficiente de letalidade= 51 x 100 = 46,8%
 109 
MORTALIDADE PROPORCIONAL POR FAIXA ETÁRIA
INDICADOR DE SWAROOP E UEMURA OU RAZÃO DE MORTALIDADE PROPORCIONAL (RMP) 
MORTALIDADE COM 50 ANOS OU MAIS DE IDADE 
RMP= n de óbitos de 50 anos em um local e período x 1000
 n. de óbitos no mesmo local e período 
NÍVEIS DE SAÚDE:
1ºnível (RMP ≥75): países ou regiões onde 75% ou mais da população morre com 50 anos ou mais de idade, típico de países desenvolvidos;
2ºnível (RMP entre 50% e 74,9%): países com certo desenvolvimento econômico e regular organização dos serviços de saúde;
3ºnível (RMP entre 25% e 49,9%): países em estágio atrasado de desenvolvimento das questões econômicas e de saúde; e
4ºnível (RMP< 25): países ou regiões onde 75% ou mais dos óbitos ocorrem em pessoas com menos de 50 anos, característico de alto grau de subdesenvolvimento.
Indicador de Swaroop &
 Uemura
Brasil e Regiões (1979 a 2000)
grafico
Para facilitar e permitir a comparação entre as taxas, tanto as de mortalidade quanto as de morbidade, calculadas para diferentes locais ou para o mesmo local em diferentes períodosde tempo, utiliza-se, sempre, uma base comum (100, 1.000, 10.000, 100.000, 1.000.000) que representa uma potência de 10 (10n). Essa potência de 10 é escolhida de forma a tornar os números obtidos o mais próximo possível de números inteiros. Por convenção, nos coeficientes de mortalidade geral e infantil, a base é 1.000; e quando se trata de mortalidade por causa, a base mais adequada é 105 = 100.000. A taxa de letalidade se expressa, sempre, em porcentagem.
ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO 
AULA 5: METODOLOGIA EPIDEMIOLÓGICA
FUNDAMENTOS DA PESQUISA EM EPIDEMIOLOGIA
(PROBLEMATIZAÇÃO NA PESQUISA EPIDEMIOLÓGICA) 
EPIDEMIOLOGIA
Estudo da distribuição e dos determinantes dos eventos ou padrões de saúde em populações definidas e a aplicação desse estudo para controlar os problemas de saúde.
RAZÕES PARA O USO DE POPULAÇÕES EM EPIDEMIOLOGIA
Embora o nível primário de interesse seja o indivíduo, o objetivo final da Epidemiologia é melhorar o perfil de saúde das populações.
As populações são necessárias para se fazer inferências sobre determinados fatores e a ocorrência de doenças. 
Estratégias de problematização propiciam o crescimento da capacidade humana em conhecer a realidade e transcender o seu universo. 
PROBLEMA EPIDEMIOLÓGICO 
Agravos à saúde que acometem grupos humanos 
Determinação da problemática na pesquisa epidemiológica 
Necessidade social de reconhecer, controlar e remover fatores ambientais, culturais, biológicos, físico-químicos ou socioeconômicos nocivos à saúde humana. 
RACIOCÍNIO EPIDEMIOLÓGICO
Objetivo: explicação de um problema através do levantamento de hipóteses. 
Hipóteses são respostas possíveis aos problemas colocados pela ciência e pelo senso comum.
HIPÓTESE EPIDEMIOLÓGICA 
Explicação para algum fenômeno, segundo pessoa, tempo e lugar:
Ex: distribuição ou determinação do surgimento de doenças e/ou indivíduos doentes em populações, aspectos da doença na população e as variações nos componentes ambientais (físicos, químicos, biológicos, socioeconômicos). 
EPIDEMIOLOGIA DESCRITIVA
É aplicada com o objetivo de compreender o comportamento de um agravo à saúde em uma população. 
Caracterizada pela busca contínua pelo aprofundamento do conhecimento sobre o problema epidemiológico respondendo a questões como: Quem? Quando? Onde?
O primeiro passo para o entendimento de um problema de saúde ou de uma doença consiste em descrevê-lo por meio de variáveis relacionadas à pessoa, tempo e lugar. 
VARIÁVEIS EPIDEMIOLÓGICAS
elementos do processo saúde-doença que serão estudados
VARIÁVEIS QUALITATIVAS
Estão relacionadas às diferenças essenciais, como por exemplo a variável gênero que inclui as categorias feminino e masculino, a variável situação conjugal, ocupação, entre outras.
VARIÁVEIS QUANTITATIVAS 
Referem-se a propriedades que mantêm a mesma natureza e podem ser manifestadas em termos numéricos, como idade, temperatura corporal, pressão arterial, peso e estatura.
VARIÁVEL PESSOA: QUEM? 
Pessoas podem ser descritas em termos de: 
suas características herdadas ou adquiridas (idade, gênero, cor, escolaridade, renda, estado nutricional e imunológico, etc.); 
suas atividades (trabalho, esportes, práticas religiosas, costumes, etc.); 
e circunstâncias de vida (condição socioeconômica).
VARIÁVEL TEMPO: QUANDO?
A distribuição dos casos por períodos de tempo serve para orientar as intervenções cabíveis, fornecendo, por exemplo, informação sobre os melhores momentos para intensificar a imunização e para prevenir um possível surto. 
VARIÁVEL LUGAR: ONDE?
O conhecimento do lugar onde ocorre determinada doença é muito importante, principalmente para se conhecer o agente etiológico e as fontes de contaminação. 
Ao se distribuir os casos sobre um mapa detalhado da área, identifica-se sua concentração ou dispersão, orientando, dessa forma, as ações de investigação de casos e contatos, como também a aplicação das medidas de controle.
Utiliza-se a distribuição geográfica para identificar de que forma as doenças se distribuem no espaço (urbano/rural, etc.), associando a sua alta ocorrência, por exemplo, a baixas coberturas vacinais, precariedade no saneamento básico, existência ou não de uma rede básica de atenção à saúde, etc.
Vários elementos geográficos espaciais podem influenciar a distribuição das doenças.
Pode-se dizer que a expressão “onde ocorre” uma determinada doença significa o mesmo que dizer em que “tipo de ambiente”. 
DISTRIBUIÇÃO DAS DOENÇAS FAUNA , RELEVO, ESPAÇO URBANO , ESPAÇO URBANO, CLIMA, POLUENTES URBANOS E RURAIS, CONTAMINAÇÃO DE ALIMENTOS, TIPO DE HABITAÇÃO 
A desigualdade no acesso aos serviços de saúde também pode ser observada, mediante a visualização das trajetórias percorridas pelos pacientes.
O local onde as pessoas vivem ou trabalham pode determinar, em parte, o tipo de doença ou problema de saúde passível de ocorrência. 
FORMAS DE OCORRÊNCIA DAS DOENÇAS: DISTRIBUIÇÃO DAS DOENÇAS NO ESPAÇO E NO TEMPO
DISTRIBUIÇÃO DAS DOENÇAS QUEM ADOECEU? ONDE A DOENÇA OCORREU? QUANDO A DOENÇA OCORREU
EPIDEMIA
Elevação do número de casos de uma doença ou agravo em um determinado lugar e período de tempo, que caracterize, de forma clara, um excesso de casos em relação à frequência esperada.
O mais importante é o caráter desse aumento – descontrolado, brusco, significante, temporário. Exemplo: epidemia de dengue no verão.
SURTO EPIDÊMICO
É uma ocorrência epidêmica, onde todos os casos estão relacionados entre si, atingindo uma área geográfica pequena e delimitada, como vilas, bairros, etc. ou uma população institucionalizada, como de escolas/colégios, quartéis, creches, etc.
Exemplo: ocorrência de diversos casos de intoxicação alimentar em uma creche, após a ingestão de mamadeira com leite contaminado.
 ENDEMIA
Refere-se à presença usual de uma doença, dentro dos limites esperados, em uma determinada área geográfica, por um período de tempo ilimitado. Esse fenômeno ocorre quando há uma constante renovação de suscetíveis na comunidade, exposição múltipla e repetida destes a um determinado agente.
Exemplo: Doença de Chagas, malária e febre amarela.
SAZONALIDADE 
É a propriedade de um fenômeno de repetir-se sempre na mesma estação (sazão) do ano. 
VARIAÇÕES SAZONAIS
São variações na incidência de uma doença, cujos ciclos coincidem com as estações do ano. As doenças são sujeitas à variação sazonal com aumentos periódicos em determinadas épocas do ano, geralmente relacionados ao seu modo de transmissão. 
VARIAÇÕES SAZONAIS RADIAÇÕES SOLARES , UMIDADE DO AR, CONCENTRAÇÃO DE POLUENTES NO AR 
PANDEMIA
A existência de um grande número de pessoas susceptíveis aliada a condições facilitadoras da propagação de um agente infeccioso no ambiente, como aquelas determinadas por movimentos migratórios, facilidade de transporte, concentração de indivíduos, etc, pode determinar um processo epidêmico caracterizado por uma ampla distribuição espacial da doença, atingindo diversas nações ou continentes. Um exemplo típico deste evento é a AIDS que acomete todos os continentes.
PRINCIPAIS DESENHOS DE PESQUISA EM EPIDEMIOLOGIA
Os desenhos de pesquisa representam conjuntos formados por indivíduos, particularizados um a um (individuados) ou agregados por algum critério
"INDIVIDUADO" RANDOMIZADO (ALEATÓRIO) 
Conceito de Amostra (caráter aleatório) – a escolha pode ser realizada por sorteio concedendo a cada membro do grupo ou da população a mesma chance de compor a amostra. 
AGREGADO
Investigação de base territorial
 utiliza uma referência geográfica para a definição das suas unidades de informação em qualquer nível de abrangência - bairros, distritos, municípios, estados, nações, continentes.
Investigações de agregados institucionais 
utilizam organizações coletivas de qualquer natureza como referência para a definição da unidade de informação - fábrica, escola, prisões.
Papel do Investigador 
1. posição passiva (observação)
2. posição ativa (intervenção)
Temporalidade do estudo 
1. instantânea (transversal)
2. serial (longitudinal)
CLASSIFICAÇÃODAS PESQUISAS EPIDEMIOLÓGICAS PELOS DESENHOS 
ESTUDOS ECOLÓGICOS 
Abordam áreas geográficas bem delimitadas. 
São realizadas correlações entre indicadores de saúde.
Subtipos:
Investigação de base territorial;
Estudos de agregados institucionais.
DE ACORDO COM A ORIGINALIDADE:
Estudos Primários: são as investigações originais.
Estudos Secundários: são os estudos que procuram estabelecer conclusões a partir de estudos primários, com registros comuns aos mesmos. Incluem as revisões da literatura e os artigos de revisão. 
DE ACORDO COM A INTERFERÊNCIA DO PESQUISADOR NO ESTUDO:
Estudos Observacionais: o pesquisador simplesmente observa o paciente, as características da doença ou transtorno, e sua evolução, sem intervir ou modificar qualquer aspecto que esteja estudando. 
Estudos Intervencionais: o pesquisador não se limita à simples observação, mas interfere pela exclusão, inclusão ou modificação de um determinado fator.
DE ACORDO COM O TIPO DE UNIDADE DO ESTUDO:
Pesquisa clínica (ensaio, trial): são os estudos que envolvem pacientes (humanos), onde os investigadores designam pessoas elegíveis para grupos de intervenção.
Pesquisa experimental: São os estudos que envolvem modelos experimentais como animais experimentais, cultura de células, tecidos e microorganismos.
DE ACORDO COM PERÍODO DE SEGUIMENTO DO ESTUDO: 
Estudo Longitudinal (estudo com seguimento, sequencial, follow up): Destinam-se a estudar um processo ao longo do tempo para investigar mudanças, ou seja, refletem uma sequência de fatos. Podem ser aplicados em seres humanos, células em cultura, microorganismos, populações humanas completas ou organizações mantenedoras de saúde. Os estudos longitudinais podem ser prospectivos ou retrospectivos.
Estudo Longitudinal (estudo com seguimento, sequencial, follow up): Destinam-se a estudar um processo ao longo do tempo para investigar mudanças, ou seja, refletem uma sequência de fatos. Podem ser aplicados em seres humanos, células em cultura, microorganismos, populações humanas completas ou organizações mantenedoras de saúde. Os estudos longitudinais podem ser prospectivos ou retrospectivos.
DE ACORDO COM A DIRECIONALIDADE TEMPORAL DO ESTUDO:
Estudo Prospectivo (estudo contemporâneo, prospectivo concorrente, concorrente): o estudo é montado no presente e é seguido para o futuro. 
Estudo Retrospectivo (estudo histórico, prospectivo não concorrente, não concorrente, invertido): o estudo é realizado a partir de registros do passado, e é seguido adiante a partir daquele momento até o presente. 
DE ACORDO COM O PERFIL DE AVALIAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DO ESTUDO:
Estudo Descritivo: descreve a caracterização de aspectos semiológicos, fisiológicos, fisiopatológicos e epidemiológicos de uma doença. Em relação ao tempo, esse tipo de estudo visa encontrar uma associação da doença ou agravo com horários, periodicidade, variação sazonal, dentre outras variáveis. Em relação ao espaço, visa encontrar uma associação com distribuição geográfica, urbana, rural ou outra. Em relação às peculiaridades individuais visa encontrar uma associação com fatores como sexo, idade, etnia, condições socioeconômicas, dentre outros. Podem abranger desde relatos ou séries de casos até estudos populacionais (ecológicos). Trata-se de estudos longitudinais.
DE ACORDO COM O PERFIL DE AVALIAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DO ESTUDO:
Estudo Descritivo: descreve a caracterização de aspectos semiológicos, fisiológicos, fisiopatológicos e epidemiológicos de uma doença. Em relação ao tempo, esse tipo de estudo visa encontrar uma associação da doença ou agravo com horários, periodicidade, variação sazonal, dentre outras variáveis. Em relação ao espaço, visa encontrar uma associação com distribuição geográfica, urbana, rural ou outra. Em relação às peculiaridades individuais visa encontrar uma associação com fatores como sexo, idade, etnia, condições socioeconômicas, dentre outros. Podem abranger desde relatos ou séries de casos até estudos populacionais (ecológicos). Trata-se de estudos longitudinais.
DE ACORDO COM O TIPO DE FREQUÊNCIA: 
Estudos de prevalência (detecção de casos, screening): Como estudamos na aula 4, a prevalência de uma doença ou transtorno é medida pelo cálculo da proporção entre o número de pessoas acometidas (casos) e as que estão saudáveis. São levantamentos fotográficos de uma população de indivíduos, incluindo casos e não-casos, constituindo-se em estudos transversais. Portanto, visam conhecer a probabilidade de indivíduos assintomáticos desenvolverem ou não a doença ou situação clínica.
Estudos de incidência: Como estudamos na aula 4 a incidência é medida pela proporção de um grupo inicialmente livre de uma condição clínica, e que a desenvolve depois de um período determinado de tempo. Ou seja, é o estudo de casos novos de uma doença específica, que ocorrem numa população que não os apresentava. Detectam-se os novos casos, ao longo do tempo, mediante a realização de exames periódicos. Na prática, utiliza-se a medida de incidência como uma estimativa de risco. Constituem-se em estudos longitudinais.
DE ACORDO COM A RELAÇÃO TEMPORAL ENTRE EXPOSIÇÃO-EFEITO /DOENÇA:
Estudos tipo caso-controle (estudo caso-referência): Nesse modelo, após o pesquisador distribuir as pessoas como doentes ou portadoras de uma situação clínica e não doentes ou não portadoras da situação clínica, é verificado, retrospectivamente, se houve exposição prévia a um fator entre os doentes e os não doentes. As pessoas doentes ou portadoras são denominadas “casos”, e as não doentes ou não portadoras de “controle”. Portanto, o parâmetro a ser estudado é a exposição ou não a um fator. Comparam-se as proporções de exposição prévia a determinado fator, entre os doentes e os não doentes. São modelos de estudos longitudinais e retrospectivos. Possuem como vantagens o fato de serem pouco onerosos e rápidos, além de serem úteis para gerar novas hipóteses. 
DE ACORDO COM A INTERVENÇÃO TERAPÊUTICA EM SERES HUMANOS 
Ensaio clínico consiste em qualquer forma de experimento planejado que envolve pessoas doentes, e é formulado para determinar o tratamento mais apropriado nos futuros pacientes com a mesma doença. Objetiva testar a eficiência de um tratamento por fármacos, por tratamento cirúrgico ou por outro tipo de intervenção. 
Os estudos que envolvem seres-humanos devem ser devidamente autorizados pelo Comitê de Ética da instituição.
Criada pela Resolução 196/ 96, a Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) está vinculada ao Conselho Nacional de Saúde e tem por objetivo desenvolver a regulamentação sobre proteção dos seres humanos envolvidos em pesquisas. 
DE ACORDO COM A PROCEDÊNCIA DA EQUIPE DE INVESTIGAÇÃO: 
Centro único: Os integrantes da pesquisa pertencem a apenas uma instituição de pesquisa, universitária ou não.
Estudo multicêntrico: Trata-se de estudo cooperativo entre diversas instituições. Permite a obtenção de casuísticas maiores (megatrials). Exigem uma elaboração mais complexa quanto a protocolos, assim como treinamento e integração das equipes.

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