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Capítulo 2 – Psicrometria e Processos do Ar Prof. Dr. Ricardo Wilson Cruz rcruz@uea.edu.br – 8804.5758 9 CAPÍTULO 2. Psicrometria e Processos do Ar É o estudo sistemático das relações entre o ar seco (AS) e o vapor d’água (VP) presente, formando uma solução chamada de ar úmido (AU). 1. AR ÚMIDO A tabela abaixo mostra a composição do ar em um país industrializado. Nota-se que o teor de VP é baixo, mas a sua importância para a refrigeração do ar é enorme. Composição média de uma atmosfera poluída típica Gás Fração molar (ou volumétrica) média em [%] N2 (nitrogênio) 78 O2 (oxigênio) 21 H2O (água) 0 a 4 Ar (argônio) 0,93 CO2 (dióxido de carbono) 0,035 Ne (neônio) 0,001 8 He (hélio) 0,000 5 CH4 (metano) 0,000 17 H2 (hidrogênio) 0,000 05 N2O (dióxido de nitrogênio) 0,000 03 Xe (xenônio) 0,000 009 O3 (argônio) 0,000 004 Particulado (poeira, sal, pólen, etc.) 0,000 001 CFC (refrigerantes halogenados) 0,000 000 01 Fonte: Oklahoma University (22/11/2006). http://okfirst.ocs.ou.edu/train/meteorology/Variables.html A composição aproximada do AU é, em termos de frações molares (volumétricas): N2 78,00 % A massa molecular média do AS O2 20,95 % é calculada assumindo apenas a Ar 0,93 % composição: 79% N2 + 21% O2. CO2 0,03 % ∴ ====arM 0,79(28) + 0,21(32) ≅ 29 kg/kmol Outros 0,09 % O VP no ar está no estado superaquecido, mas assumir que é estado saturado não introduz erros sensíveis na entalpia, em largas faixas de pressão, como mostrado abaixo. Figura 6. Diagrama de Mollier da água na região vapor. Capítulo 2 – Psicrometria e Processos do Ar Prof. Dr. Ricardo Wilson Cruz rcruz@uea.edu.br – 8804.5758 10 O ar úmido obedece à lei dos gases ideais e à lei de Dalton das pressões parciais: kPa,ppp VPASatm 3101====++++==== (em Manaus) (1) 2. DEFINIÇÕES Temperatura de Bulbo Seco ( BST ) É a medida usual de temperatura, obtida com um termômetro de bulbo nu. Temperatura de Bulbo Úmido ( BUT ) Sua medida é feita com um termômetro cujo bulbo foi envolvido por uma mecha de algodão embebido em água (Figura 7). Observa-se experimentalmente, BST > BUT . A temperatura BUT é obtida quando o ar alcança o equilíbrio de concentração com aquela do vapor de água na interface com uma região molhada. Do ponto de vista termodinâmico, BUT se define pelo dispositivo saturador adiabático, analisado no tópico “resfriamento por umidificação adiabático-isentálpica”, da seção 4. Figura 7. Medição da TBU Temperatura de Ponto de Orvalho ( POT ) É a menor temperatura que o ar atinge para que o vapor d’água condense. Ou seja, é a temperatura onde a pressão parcial da água é igual à sua pressão de saturação, psat.. Assim, seu valor pode ser determinado por tabelas de vapor. Ocorre em serpentinas de resfriamento. A magnitude de POT é da forma (Figura 8): BST > BUT > POT . Figura 8. Comparação entre TBS, TBU e TPO Capítulo 2 – Psicrometria e Processos do Ar Prof. Dr. Ricardo Wilson Cruz rcruz@uea.edu.br – 8804.5758 11 Umidade Absoluta (w) É a massa de água contida em 1 kg de AS. Ou seja: (((( )))) (((( )))) VPatm VP AS VP AS VP AS VP AS VP AU pp p p p M M TR~pVM TR~pVM m m w −−−− ==== ============ 29 18 ∴∴∴∴ −−−− ==== VPatm VP AU pp p ,w 6220 [kgVP/kgAS], [lbVP/lbAS], etc. (2) Umidade Relativa (φ) É definida como a razão entre a pressão parcial do vapor contido no AU (pressão local) e a máxima pressão parcial do VP que o AS admite (pressão de saturação), na .satT local. Os valores limites de φ são 0% e 100%. Então: ==== .sat VP p p100φ [%] (3) Quando φ = 100%, BU.satBS TTT ======== , daí porque φ dá uma indicação indireta de BUT , e vice-versa. Na prática, φ é medida com aparelhos (higrômetros – figuras 8a e 8b). Em (3), a pressão de saturação pode ser obtida de uma tabela de saturação da água, ou, com boa aproximação pela seguinte correlação polinomial, em [kPa]: 352321 10032254542105513640611059885572410333390266 .sat.sat.sat T,T,T,,p .sat −−−−−−−−−−−−−−−− ⋅⋅⋅⋅++++⋅⋅⋅⋅++++⋅⋅⋅⋅++++⋅⋅⋅⋅==== 65947 0513328611003772811210386394933 .sat.sat.sat T,T,T, −−−−⋅⋅⋅⋅++++⋅⋅⋅⋅++++ −−−−−−−− (4) Figura 8a. Higrômetro de fio-de-cabelo. Figura 8b. Higrômetro giratório Entalpia do Ar Úmido ( AUh ) É a soma da entalpia do AS com a entalpia do VP. Então: ====++++==== VPASAU HHH VPVPASAS hmhm ++++==== . A entalpia específica do AU pode ser obtida dividindo a equação de AUH pela massa do AS, ASm , porque esta não varia (a massa do AU é variável); assim: ASVPVPASASASASAU mhmmhmmH ++++======== Capítulo 2 – Psicrometria e Processos do Ar Prof. Dr. Ricardo Wilson Cruz rcruz@uea.edu.br – 8804.5758 12 Ou seja: VPASAU hwhh ++++==== [kJ/kgAS], [kcal/kgAS], [Btu/lbAS] (5) Pode-se obter boas aproximações para AUh assumindo a hipótese, já justificada, de que o VP está no ar no estado saturado, como seja, .lat.sens.satVP hhhh ++++====≈≈≈≈ . Então: (((( )))) .lat.sensAUASAU hhwhh ++++++++==== [kJ/kgAS], [kcal/kgAS] , [Btu/lbAS] (6) A fórmula acima exige usar tabelas de vapor. Uma maneira de estimar as entalpias é através dos calores específicos; igualmente, para estimar a entalpia de vaporização da água usa-se seu valor a 1 atm. Então, no SI, com uma temperatura de referência de 0 C: 1,01 kJ/kg.C 1,805 kJ/kg.C 2 491 kJ/kg (((( )))) (((( ))))[[[[ ]]]] .latBSVP,pAUBSAS,pAU hTcwTch ++++−−−−++++−−−−==== CC 00 ∴ (((( ))))AUBSAUAU w,,Twh 80510114912 ++++++++==== [kJ/kgAS] (7) Em unidades métricas: ∴ (((( ))))AUBSAUAU w,,Twh 4310240559 ++++++++==== [kcal/kgAS] (8) E em unidades inglesas: ∴ (((( ))))AUBSAUAU w,,Twh 43102403612 ++++++++==== [Btu/lbAS] (9) Volume Específico do Ar Úmido ( AUv ) É o volume de AU ocupado por cada 1 kg de AS. Numericamente, é igual ao volume de AS por cada 1 kg de AS, conseqüência da lei de Dalton das pressões parciais, porque, para que p = pAS + pVP, implica V = VAS = VVP (os componentes ocupam o mesmo volume). Então, da equação dos gases: (((( )))) ASVP BS ASAS BS ASAU Mpp TR~ Mp TR~ vv −−−− ============ ∴ VP BS AU pp T, v −−−− ⋅⋅⋅⋅ ==== 2870 [m³/kgAS] (10) 2.1 Diagrama Psicrométrico As propriedades do AU são dispostas no chamado diagrama psicrométrico (DP), ou carta psicrométrica, obtido como se explica a seguir. Observe-se na Figura 9 as linhas de BST , BUT , POT , φ , AUw e AUv constantes, todas passando no ponto A qualquer. Para a construção do DP a uma dada atmp local, as BST são dados independentes: 1. A curva ====1φ 100% é o lugar geométrico de )( BST.satp (polinômio (4)); a curva ====2φ 90%, é o lugar geométrico de )(90 BST.satp, ; e assim sucessivamente, até ====10φ 10%. Capítulo 2 – Psicrometria e Processos do Ar Prof. Dr. Ricardo Wilson Cruz rcruz@uea.edu.br – 8804.5758 13 2. Cada valor da escala vertical de AUw é obtido combinando as equações (2) e (3) com os dados de .satp , resultando: (((( ))))[[[[ ]]]].sati.satiAU pp,w φφ −−−−==== 16220 (i = 1, 2, ..., 10). 3. Cada valor da escala de POT , marcada sobre a curva 1φ , é igual ao valor de BST correspondente a cada valor de 1φ . Uma horizontal liga uma POT a uma AUw . 4. Para obter as retas AUh , primeiro se definem os extremos da escala de AUh . Então, toma-se um valor .consthAU ==== ;e deste, uma reta é traçada variando-se livremente BST e, por (8) ou (9), obtendo as AUw correspondentes. 5. As retas .contTBU ==== coincidem com as retas .consthAU ==== (a rigor, sob erro desprezível), desde que o ar alcança a BUT por um processo isentálpico. Isso é justificado na seção 4, tópico “resfriamento por umidificação adiabática”. 6. As retas .constvAU ==== são traçadas procedendo como às retas .consthAU ==== : varia-se livremente BST e, pela equação (10), se obtêm as VPp correspondentes. 7. O DP pode disponibiliza ainda mais informação. Em alguns, o eixo vertical em uma dos lados fornece dados de .satp . Mas, em geral, todos os DP fornecem dados do fator de calor sensível (FCS – vide a seção 4, tópico “insuflamento com mistura”), ora por uma escala também vertical, ora por uma escala tipo “meia-lua”. Figura 9. Detalhes construtivos do diagrama psicrométrico Nas subseções seguintes, são mostrados dois DP, ambos para a pressão atmosférica local (barométrica) de 101,3 kPa. O primeiro, da companhia Carrier, tem sua escala de FCS locada no eixo vertical direito, com ponto-pivô em ====BST 24 C e φ = 50%; enquanto o segundo não dispõe de escala FCS. A limitação do DP Carrier é seu pequeno alcance das condições típicas da Amazônia. Capítulo 2 – Psicrometria e Processos do Ar Prof. Dr. Ricardo Wilson Cruz rcruz@uea.edu.br – 8804.5758 14 2.1.1 Diagrama Psicrométrico Para 1 atm (nível do mar) Se tem a seguir um DP da Companhia Carrier (EUA) em unidades do SI, na pressão de 1 atm (101,3 kPa) e próprio para pequenas faixas de combinações de BST , BUT , φ , AUw e AUv (típicas de climas temperados). Observe-se as linhas de desvio BUAU Th . Figura 10. Diagrama psicrométrico para climas temperados Capítulo 2 – Psicrometria e Processos do Ar Prof. Dr. Ricardo Wilson Cruz rcruz@uea.edu.br - 8804.5758 15 2.1.2. Diagrama Psicrométrico Para 1 atm (nível do mar) −−−− Ampliado O diagrama seguinte permite trabalhar com combinações de BST , BUT , φ , AUw e AUv maiores do que com os do gráfico da Carrier (típicas de climas quentes). Figura 11. Diagrama psicrométrico para climas quentes e úmidos 3. LEI DA LINHA RETA Adaptando o enunciado de Stocker e Jones (1985): Quando o ar transfere calor e massa de água a uma superfície molhada o processo no DP segue uma reta, traçada pelos pontos das condições iniciais até a temperatura dessa superfície ( BUT ). A figura abaixo mostra o caso geral, em que tudo varia, mas o processo pode seguir ou uma linha .constTBU ==== ou uma linha .constwAU ==== (vide os processos a seguir). Figura 12. Lei da linha reta Capítulo 2 – Psicrometria e Processos do Ar Prof. Dr. Ricardo Wilson Cruz rcruz@uea.edu.br - 8804.5758 16 4. PROCESSOS PSICROMÉTRICOS DE VERÃO Em Manaus e na região amazônica, quente e úmida, só interessam os processos que promovem o resfriamento e baixam a umidade do ar. 4.1. Resfriamento Sem Desumidificação Processo obtido em uma serpentina de resfriamento (figura 13a), em que só se altera a BST , resultando na variação de φ, sem variação da umidade absoluta. Define-se a demanda por refrigeração do AU, e propiciada por uma serpentina necessária para resfriar uma vazão de AU, AUm& , cujo processo se define pela variação do estado na condição 1 até a condição 2 (figura 13b), como: (((( ))))21 .AU.AUAU.refr hhmQ −−−−==== && [kW], [kcal/h], [Btu/h] (11) Figura 13a. Resfriamento por serpentina (SR) do AU. Figura 13b. Processo de resfriamento do AU 4.2. Resfriamento por Umidificação Adiabático-Isentálpica É feita com aspersão de água no ar. Grandes palácios no Saara o usam até hoje para obter conforto ambiental. Na Figura 14 se tem um dispositivo para essa finalidade, o saturador adiabático – ou seja, sem troca de calor com o exterior – mas que pode trocar calor e massa com a água; e assim, BUAU TT →→→→ , pela lei da linha reta. O balanço de energia deste dispositivo, entre os pontos (1) e (2), é: (((( )))) )()( 2121 BUBU TT .AU.AU.AU.sat.AU hwwhh ====−−−−⋅⋅⋅⋅++++ (12) Se (((( )))) dpzwwh .AU.AU.sat ====−−−− 12 , resta 21 hh ≅≅≅≅ . Então, o processo segue uma linha .consthAU ==== , ou seja, além de adiabático, o processo também é isentálpico. Capítulo 2 – Psicrometria e Processos do Ar Prof. Dr. Ricardo Wilson Cruz rcruz@uea.edu.br - 8804.5758 17 Figura 14. Saturador adiabático Em refrigeração de ar, a umidificação adiabática é parcial, aparecendo no DP como se vê abaixo, ou seja, ao fim do processo o ar não atinge φ = 100%. Se a umidificação porventura aquecer o ar, o processo é chamado de umidificação diabática, como também se mostra na figura abaixo, em que 21 .AU.AU hh ≠≠≠≠ . Figura 15. Processo de umidificação adiabática do AU Capítulo 2 – Psicrometria e Processos do Ar Prof. Dr. Ricardo Wilson Cruz rcruz@uea.edu.br - 8804.5758 18 4.3. Resfriamento com Desumidificação É obtido em uma serpentina (Figura 16a) de uma sala individual, variando BST , φ e AUw . A capacidade de refrigeração da serpentina para resfriar o AU, SRDQ& , é dada pela mesma expressão (11). Este processo aparece no DP como se vê na Figura 16b. Figura 16a. Resfriamento e desumidificação do AU. Figura 16b. Resfriamento e desumidificação no DP Na figura do processo no DP, o ponto 1 possui uma temperatura de orvalho, 1.POT , que é a mínima na qual o AU iniciaria a condensação nas condições deste ponto. Mas o AU sai não saturado nas condições do ponto 2, porque nem toda a corrente aérea toca na serpentina, cujas condições são dadas pelo ponto X, com uma temperatura de orvalho X.POT . O processo real entre os pontos 1 e 2 não segue uma linha reta em si, mas essa linha imaginária atende à lei da linha reta entre 1, 2 e X (vide o Cap. 4, seção “serpentinas de evaporação”). A eficiência de uma serpentina de evaporação em promover o máximo de contato do AU com seus tubos e aletas (figura abaixo) é determinado pelo seu fator de contato, ou pelo seu complementar, o fator de passagem (fator de by-pass), definidos: X.PO.BS .BS.BS X.AU.AU .AU.AU X.AU.AU .AU.AU TT TT hh hh ww ww FC −−−− −−−− ≅≅≅≅ −−−− −−−− ==== −−−− −−−− ≡≡≡≡ 1 21 1 21 1 21 (13) X.PO.BS X.BS.BS X.AU.AU X.AU.AU X.AU.AU X.AU.AU TT TT hh hh ww ww FCFP −−−− −−−− ≅≅≅≅ −−−− −−−− ==== −−−− −−−− ====−−−−≡≡≡≡ 1 2 1 2 1 21 (14) Nestas relações, a substituição das AUw pelas AUh decorre da equação (5); e a substituição pelas BST de Tch p==== , mas é aproximada, porque se assume que .constc p ≅≅≅≅ nas várias temperaturas. Os valores de FC se encontram entre 0,8 e 0,9 (Jones, 1983) Capítulo 2 – Psicrometria e Processos do Ar Prof. Dr. Ricardo Wilson Cruz rcruz@uea.edu.br - 8804.5758 19 A figura abaixo ilustra o porquê do AU que atravessa uma SRD não emergir com a POT desta. Observa-se ali que nem todo o AU que atravessa a SRD toca seus tubos, emergindo assim como uma mistura na qual X.PO.BS TT <<<<2 . Figura 17. Corte transversal de um SRD sob um fluxo de AU 4.4. Desumidificação por Adsorção Este processo reduz a umidade do ar utilizando o dessecante sílica gel (vide o Cap. 3), sem troca de calor. A imagem da desumidificação por adsorção no DP é semelhante à da umidificação adiabático-isentálpica (porém invertida). É usado para reduzir o trabalho que uma máquina de refrigeração teria para desumidificar o AU. No sistema da figura abaixo, se tem a sílica gel aplicada em um disco giratório, no qual o AU penetra diametralmente oposto à área de regeneraçãoda sílica. O calor para a regeneração em grandes sistemas aproveita resíduos térmicos, por exemplo, de motores de combustão interna. Em sistemas pequenos, a fonte de calor para a regeneração da sílica gel é uma resistência elétrica. Figura 18. Dispositivo desumidificador de AU por dessecagem com sílica gel Capítulo 2 – Psicrometria e Processos do Ar Prof. Dr. Ricardo Wilson Cruz rcruz@uea.edu.br - 8804.5758 20 4.5. Insuflamento com Mistura A Figura 19a mostra o chamado sistema de zona simples (SZS), cuja máquina de refrigeração só atende a um ambiente: a máquina filtra, resfria e desidrata uma mistura de ar externo (higienização), em& , e ar de retorno do ambiente atendido, Rm& ; e insufla essa mistura tratada no ambiente. Se a máquina atende a mais de um ambiente, cada um com requisitos próprios, o sistema é chamado de zonas múltiplas (SZM). Na Figura 19b se mostra o processo de um SZS no DP, onde “ext.” (e) e “int.” (i) denotam os estados do ar externo e interno do ambiente, respectivamente. O ar de retorno (R) tem as mesmas condições de “int.” O ponto M denota as condições do ar de mistura; o ponto I está nas condições do ar insuflado no ambiente (saída da serpentina de resfriamento e desumidificação – SRD); e o ponto X denota as condições da superfície da SRD (ponto de orvalho da máquina). As setas explicam o ciclo do ar. No DP, também se mostra uma escala de fator de calor sensível (FCS), que serve de apoio para o traço das retas I-“int.” e X-M. Figura 19a. Insuflamento com mistura. Figura 19b. Processo de insuflamento com mistura no DP Definem-se dois FCS: um devido à soma das cargas térmicas sensível interna, i.SQ& , e latente interna, i.LQ& ; e outro devido à soma destas cargas (ou seja, do retorno) com as cargas sensível e latente que o ar externo para higienização acrescenta à mistura: i.Li.S i.S i QQ Q FCS && & ++++ ==== (15) (((( )))) (((( )))) .hig.Li.L.hig.Si.S .hig.Si.S e QQQQ QQ FCS &&&& && ++++++++++++ ++++ ==== (16) Capítulo 2 – Psicrometria e Processos do Ar Prof. Dr. Ricardo Wilson Cruz rcruz@uea.edu.br - 8804.5758 21 Nestas equações, carga térmica é a refrigeração requerida por certa massa de ar para que a sua i.BST (relativa ao calor sensível) e a sua iφ (ou a i.BUT , relativas ao calor latente) reduzam (vide o Cap. 5). No DP, as cargas sensível, latente e total são expressas assim: (((( )))) (((( ))))IYII.BSi.BSAU.pIi.S hhmTTcmQ −−−−====−−−−==== &&& (17) (((( ))))YiIi.L hhmQ −−−−==== && (18) (((( ))))IiIi.Li.Si.tot hhmQQQ −−−−====++++==== &&&& (19) A entalpia hY acima, é dada pelo vértice Y do triângulo retângulo formado pelos pontos I, “int.” e Y (Figura 19b). Disso, com (17) e (18), a equação (15) também pode ser escrita: (((( )))) Ii IY Ii I.BSi.BSAU.p i.Li.S i.S i hh hh hh TTc QQ Q FCS −−−− −−−− ==== −−−− −−−− ==== ++++ ==== && & (20) Também, de (17) a (19), se pode obter a vazão de ar de insuflamento (AU) no ambiente: (((( )))) Ii i.tot Yi i.L IY i.S I.BSi.BSAU.p i.S M hh Q hh Q hh Q TTc Q mm −−−− ==== −−−− ==== −−−− ==== −−−− ====≡≡≡≡ &&&& && Ι (21) O ponto de mistura M fica na entrada da SRD, mistura essa de ar nas condições do ambiente (“int.”), com ar nas condições externas (“ext.”). As propriedades em M são obtidas por balanços de massa de ar seco,1 umidade e energia neste ponto (figura A acima): desprezível MeR.ág mmmmm &&&&& ====++++≅≅≅≅++++Ι (22) eeRRMM wmwmwm &&& ++++==== (23) eeRRMM hmhmhm &&& ++++==== (24) A determinação da vazão em& é feita no Cap. 5, no contexto do cálculo das cargas térmicas. Observe-se, na Figura 19a acima, que em& vaza por frestas de portas e janelas. Controlando- a, pode-se obter no ambiente pressão alta (mínimo risco de entrada de incêndios, e. g. em salas de teatros); ou atmosférica (uso geral). O Cap. 5 detalha isso melhor. São também possíveis balanços do ar ambiente, que consideram a carga total i.totQ& : eR mmm &&& ++++====Ι (25) eeRRII wmwmwm &&& ++++==== (26) eeRRi.totII hmhmQhm &&&& ++++====++++ (27) 1 As vazões na equação (21) são dadas em [kg/s] de ar úmido. Como a massa de vapor é pequena relativamente à massa de ar seco, o erro é desprezível (vide o DP Carrier, onde o máximo é wAU = 33 g/kgAU). Capítulo 2 – Psicrometria e Processos do Ar Prof. Dr. Ricardo Wilson Cruz rcruz@uea.edu.br - 8804.5758 22 Um balanço de energia do ar na SRD (ponto X da Figura 19a) permite obter a sua capacidade de resfriamento e desumidificação (ou seja, da máquina de refrigeração), SRDQ& : ΙhmQhm MSRDMM ++++==== && (28) Há três maneiras de se localizar os pontos M e I no DP: (i) Com as equações (22) a (24), determinam-se hM e wM para locar o ponto M na reta “ext.”- “int.” Traça-se uma reta desde “int.” até a curva φ = 90%, pelo fator FCSi, ou por cálculo. Onde essa reta cortar a curva φ = 90% se tem o ponto I (saída da SRD). E traça-se uma reta do ponto M passando pelo ponto I até a curva φ = 100%, onde se tem o ponto X; (ii) Pelas retas definidas pelo fatores iFCS e eFCS com apoio da escala auxiliar do DP. (iii) Pela regra geométrica sobre o eixo de BST na figura B acima (apud Silva, 1968). 4.5.1. Pivotamento da Linha de Processo do Ar de Mistura A linha de processo do ambiente (I-“int.”) é fixa, porque é o próprio iFCS . Então, o ponto I funciona como pivô para a linha de processo do ar de mistura (X-M). Na Amazônia, três situações podem ocorrer, aquelas ilustradas nas Figuras 20a, 20b e 20c. Figura 20a. Caso extremo em que não há introdução de ar para higienização ( ====em& 0). A linha X-M coincide com a linha fixa I-“int.” Figura 20b. Caso normal, em que é admitido ar para higienização Figura 20c. Caso extremo em que o ar insuflado é todo derivado do exterior; não há recirculação ( ====Rm& 0). A linha X-M coincide com a linha I-“ext.”, mas só alcança a linha de saturação se φe < 50%. Por isso, não ocorre na Amazônia; exceto nas suas áreas de cerrado, no segundo semestre. Capítulo 2 – Psicrometria e Processos do Ar Prof. Dr. Ricardo Wilson Cruz rcruz@uea.edu.br - 8804.5758 23 4.5.2. Necessidade de Reaquecimento do Insuflamento Na Figura 19b, a posição do ponto I é restringida pelo intervalo de temperatura de difusão ΙTTD i −−−−==== . A ASHRAE recomenda, para o verão (Silva, 1968): 7 C ≤ D ≤ 20 C. Se XT restar muito próximo de 0 C, ou se a reta X-M não alcançar φ = 90%, é preciso reaquecer o ar (Figura 21a), do ponto I’ até o ponto I (Figura 21b), após a SRD, noutra serpentina de ar quente, vapor, água quente, ou usando resistência elétrica. Daí, arbitra-se um valor para o diferencial 'III TTT −−−−====∆ , e a carga de reaquecimento é dada por: (((( )))) 'IIISRA hhmQ −−−−==== && (29) Reaquecer o ar implica desperdício de capacidade de resfriamento da SRD. Figura 21a. Resfriamento (SRD) e reaquecimento (SRA) do ar. Figura 21b. Processo de reaquecimento 4.5.3. Reaquecimento Devido ao Ventilador Em sistemas com ventiladores de baixas potências é desprezível (SZS). Mas geralmente em sistemas centralizados (SZM), não o é. Pode-se estimar a elevação de temperatura do ar que sai da SRD e passa pelo ventilador, VTT∆ , igualando a sua potência de compressão de ar ao ganho de calor sensível pelo ar nesse processo. A potência de compressão é menor do que a potência elétrica do ventilador, VT.elW& , por um fator de rendimento VTη , em geral, superior a 0,7. Ou seja, então: AU.pAU VT.elVT AU.pAUAU VT.elVT VTVTAU.pAUAUVT.elVTcm W cV W TTcVW & & & & && η ρ ηρη ========→→→→==== ∆∆ (30) Se podem assumir: ≅≅≅≅AUρ 1,2 kg/m³ e ====AU.pc 1,03 kJ/kgAS.C. A título de orientação, o ar se aquece de ====VTT∆ 1 C por cada ====AUm& 1 kg/s e cada ====VT.elW& 1,471 kW ( ====VTη 0,7). Capítulo 2 – Psicrometria e Processos do Ar Prof. Dr. Ricardo Wilson Cruz rcruz@uea.edu.br - 8804.5758 24 5. EXEMPLOS 5.1. O Problema da Refrigeração de Ar na Amazônia Certo fabricante de um chiller (máquina de refrigeração geladora de água para uso em serpentinas nos ambientes) fornece a curva de desempenho de seu equipamento segundo os dados discretos da tabela abaixo. Deseja-se usar este chiller na refrigeração de ar para uso em um SZS, para o qual são conhecidas as cargas sensível e latente, respectivamente de 65 kW e 8 kW. Para tanto, o ambiente será mantido sob ====i.BST 25 C e ====iφ 50%. O ar externo tem as condições: ====e.BST 40 C e ====eφ 85%. E a mistura deverá se dar na proporção de 1 parte de ar externo para 6 partes de ar retornado. Despreza-se o reaquecimento do ar pelo ventilador. Tabela de dados do chiller Temperatura do ar na saída da SRD, [C] Temperatura de entrada da água fria na SRD, [C] Bulbo seco Bulbo úmido 4 10,7 10,5 5 11,6 11,5 6 12,5 12,4 7 13,3 13,2 8 14,1 13,9 9 14,8 14,5 (A) Determine as condições do ar que entra na SRD do chiller (ponto M no DP) Na figura abaixo: ▪ Propriedades no DP, do ponto “ext.”: ≅≅≅≅eh 147 kJ/kgAS e ≅≅≅≅ew 41 g/kgAS ▪ Propriedades no DP, do ponto “int.”: ≅≅≅≅==== Ri hh 47 kJ/kgAS e ≅≅≅≅==== Ri ww 9,7 g/kgAS Das equações (22), (23) e (24), do ponto M: ▪ MeR mmm &&& ====++++ , e tendo que 61====Re mm && ∴ eR mm && 6==== e eM mm && 7==== (eq.s A) ▪ MMeeRR wmwmwm &&& ====++++ ∴ ==== ++++ ====++++==== e e e R e e e M e R M R M w m m w m m w m m w m m w & & & & & & & & 77 6 (((( )))) (((( )))) ====++++====++++==== ASAS g/kg410,143g/kg9,70,8570,1430,857 eR ww 14,2 g/kgAS ▪ MMeeRR hmhmhm &&& ====++++ ∴ ====++++==== e M e R M R M h m mh m mh & & & & (((( )))) (((( )))) ====++++====++++==== ASAS kJ/kg1470,143kJ/kg470,8570,1430,857 eR hh 61,3 kJ/kgAS ▪ Propriedades no DP, do ponto M: ≅≅≅≅M.BST 27,1 C e ≅≅≅≅M.BUT 22 C Capítulo 2 – Psicrometria e Processos do Ar Prof. Dr. Ricardo Wilson Cruz rcruz@uea.edu.br - 8804.5758 25 (B) Determine as condições do ar que sai na SRD do chiller (ponto I no DP) O DP aqui usado não tem escala de FCS . Mas já que o ponto M está definido, pode-se arbitrar o local do ponto I puxando uma reta desde M até a curva φ = 100% (onde está o ponto X). Onde esta reta cortar a curva φ = 95% marca-se o ponto I. Então, da figura abaixo: ▪ ≅≅≅≅I.BST 14 C , ≅≅≅≅I.BUT 13 C , ≅≅≅≅Ih 37 kJ/kgAS e ≅≅≅≅X.POT 5 C. ▪ Para a SRD, da equação (13): (((( ))))(((( )))) ====−−−− −−−− ==== −−−− −−−− ≅≅≅≅ C525 C1425 X.POi.BS I.BSi.BS TT TT FC 0,55. É um valor baixo. Apenas 55% da massa de ar que passa pela SRD toca em seus tubos. (C) Selecione a temperatura da água de entrada no chiller A tabela do fabricante fornece várias temperaturas de entrada ( água.ET ) e respectivas temperaturas do ar de saída, .tab.BST e .tab.BUT . Então, a estratégia é fazer uma interpolação Capítulo 2 – Psicrometria e Processos do Ar Prof. Dr. Ricardo Wilson Cruz rcruz@uea.edu.br - 8804.5758 26 para a temperatura de bulbo seco ====I.BST 14 C, e uma para a temperatura de bulbo úmido ====I.BUT 13 C, obtendo uma água.ET de cada; e dessas, obtém-se a temperatura definitiva por uma média entre as duas anteriores. Como sejam: Interpolação Para BS.IT Para BU.IT Média água.ET 7,87 6,75 7,31 (C) Determine a capacidade de refrigeração da SRD do chiller Da equação (21), para os dados obtidos: ▪ (((( )))) (((( )))) ====−−−− ++++ ==== −−−− ====≡≡≡≡ ASkJ/kg3747 kW865 Ii i.tot MI hh Q mm & && 7,3 kg/s E da equação (28), para os demais dados: ▪ (((( )))) (((( )))) ====−−−−====−−−−==== 3761,37,3IMMSRD hhmQ& 177,39 kW Conclusões ▪ O FC convencional de chillers comerciais (0,8 a 0,9) é maior do que o necessário acima (0,55). Por isso, o ar na saída da SRD terá condições off-point, ou seja, deslocadas dos valores calculados. ▪ A diferença (((( ))))====++++−−−− LSSRD QQQ &&& 177,39 kW – (65 + 8) kW = 104,39 kW é atribuída aos processos de resfriamento e desumidificação do ar externo (higiene), apesar de sua vazão ser menor do que a do ar recirculado. Ou seja, a vazão do ar externo que é, das eq.s A, ======== 7Me mm && ====7kg/s7,3 1,04 kg/s, tem condições de estado muito superiores do que as condições do ar de recirculação (interna). 5.2. Balanceamento de Cargas Uma instalação de ar refrigerado SZS, que consiste de (figura abaixo) tomada de ar externo, duto para recirculação de ar, câmara de mistura, SRD, ventilador e duto de alimentação, movimenta 1,3 kg/s de ar, fruto da mistura de 15% de ar fresco, no estado de ====e.BET 35 C e ====eφ 75%; com 85% de ar recirculado, nas condições ====i.BET 25 C e ====iφ 50%. A passagem do ar pelo ventilador eleva a sua temperatura em 1 C; e a passagem pelo duto de insuflação o aquece em 2 C. Nestes termos, determine o que a seguir se pede. Capítulo 2 – Psicrometria e Processos do Ar Prof. Dr. Ricardo Wilson Cruz rcruz@uea.edu.br - 8804.5758 27 (A) A carga térmica total na SRD Pode ser obtida pelo balanço (27), notando que, aqui, a notação para a saída da SRD é “S”: (((( ))))[[[[ ]]]] ====−−−−++++====−−−−++++====−−−−++++==== SeRSSSeSRSSSeeRRi.tot hh,h,mhmhm,hm,hmhmhmQ 150850150850 &&&&&&&& (((( )))) ====−−−−==== SMS hhm& 1,3 kg/s⋅(61 – 31) kJ/kgAS = 39 kW, ou 11,1 TR (B) Desagregue a carga térmica total na SRD em seus componentes Metodizando em forma tabular: Componente Formulação Cálculo (%) (1) Carga do ar fresco (((( ))))ieS hhm, −−−−&150 ou (((( ))))iMS hhm −−−−& 0,15⋅1,3(106 – 53) = 10,34 kW ou 1,3(61 – 53) = 10,4 kW 26,55 (2) Carga latente (((( ))))YiS hhm −−−−& 1,3(53 – 45) = 10,4 kW 26,71 (3) Carga sensível (((( ))))IdYS hhm −−−−& 1,3(45 – 34) = 14,3 kW 36,72 (4) Ganho no ventilador (((( ))))SIvtS hhm −−−−& ou, aproximadamente vtAU,pS Tcm ∆& 1,3(32,5 – 31) = 1,95 kW ou, aproximadamente 1,3 kg/s ⋅ 1,03 kJ/kg.C ⋅ 1 C = 1,34 kW 5,01 (5) Ganho no duto (((( ))))IvtIdS hhm −−−−& ou, aproximadamente dAU,pS Tcm ∆& 1,3(34 – 32,5) = 1,95 kW ou, aproximadamente 1,3 kg/s ⋅ 1,03 kJ/kg.C ⋅ 2 C = 2,68 kW 5,01 Total 38,94 kW ou 39,12 kW 100,00 Observe-se que (1) + (2) + (3) + (4) + (5) = (((( ))))ieS hhm, −−−−&150 + (((( ))))YiS hhm −−−−& + (((( ))))IdYS hhm −−−−& + (((( ))))SIvtS hhm −−−−& + (((( )))) ====−−−− IvtIdS hhm& (((( ))))[[[[ ]]]]SieS hh,h,m −−−−++++==== 850150& é substancialmente o mesmo que (((( ))))SMS hhm −−−−& do item (A). Capítulo 2 – Psicrometria e Processos do Ar Prof. Dr. Ricardo Wilson Cruz rcruz@uea.edu.br - 8804.5758 28 5.3. Atendimento de Ambientes Diferentes Uma central refrigeradora de ar deve atender um SZM constituído de três diferentes ambientes, em um hospital-escola (figura abaixo), a saber: ▪ Sala 1 (aulas) − ====1.BST 25 C, ====1φ 50%, ====1.SQ& 40 kW e ====1.LQ& 10 kW; ▪ Sala 2 (descanso de médicos) − ====2.BST 25 C, ====2φ 50%, ====2.SQ& 11 kW e ====2.LQ& 4 kW; e ▪ Sala 3 (cirurgia) − ====3.BST 18 C, ====4φ 35%, ====3.SQ& 20 kW e ====3.LQ& 6 kW.Admite-se que os três ambientes são insuflados com 15% de ar fresco e 85% de retorno. As condições do ar externo são ====e.BST 35 C e ====eφ 80%. Considere que a passagem do ar pelo ventilador e o duto de insuflação (adiabático), até o ponto Id, situado a montante da primeira sala, aquece o ar em 1 C; e que o duto de retorno, desde o ponto de mistura Mb, situado a jusante da primeira sala (figura abaixo), aquece o ar em 1 C. Deseja-se determinar o processo psicrométrico do ar e a capacidade da máquina necessária para a instalação. Capítulo 2 – Psicrometria e Processos do Ar Prof. Dr. Ricardo Wilson Cruz rcruz@uea.edu.br - 8804.5758 29 Processo psicrométrico Capacidade da máquina necessária ▪ Propriedades no DP: − Ponto externo: ≅≅≅≅eh 112 kJ/kgAS ▪ São necessárias as vazões de insuflamento. Para isso, é preciso estimar a temperatura de saída da SRD (ponto S): − ====S.BST 12 C e ====Sh 32,5 kJ/kgAS; − Pelo aquecimento de 1 C até o ponto Id, ====IdT 13 C, e ====Idh 34 kJ/kgAS; − Nos três ambientes: ======== 21 ii hh 52 kJ/kgAS e ====3ih 42,5 kJ/kgAS. ======== 21 II ww 10,4 g/kgAS e ====3Iw 7,9 g/kgAS. Capítulo 2 – Psicrometria e Processos do Ar Prof. Dr. Ricardo Wilson Cruz rcruz@uea.edu.br - 8804.5758 30 ∴ ==== −−−− ++++ ==== −−−− ++++ ==== −−−− ==== 3452 1040 Idi LS Idi i.tot hh QQ hh Q m 1 11 1 1 1 &&& & Ι 2,77 kg/s ∴ ==== −−−− ++++ ==== −−−− ++++ ==== −−−− ==== 3452 411 Idi LS Idi i.tot hh QQ hh Q m 2 22 2 2 2 &&& & Ι 0,83 kg/s ∴ ==== −−−− ++++ ==== −−−− ++++ ==== −−−− ==== 3442,5 620 Idi LS Idi i.tot hh QQ hh Q m 3 33 3 3 3 &&& & Ι 3,06 kg/s ▪ As propriedades do retorno no ponto Ma, mistura da sala 3 com a 2, saem por balanços: (((( )))) (((( )))) (((( )))) (((( ))))000 223323 −−−−++++−−−−====−−−−⋅⋅⋅⋅++++ i.BSAU.pIi.BSAU.pIMaIIAU.p TcmTcmTmmc &&&& ∴ (((( )))) (((( )))) ≅≅≅≅ ++++ ++++ ≅≅≅≅ ++++ ++++ ≅≅≅≅ 0,833,06 250,83183,06 23 2233 II i.BSIi.BSI Ma mm TmTm T && && 19,5 C [A] (((( )))) 223323 IIIIMaII wmwmwmm &&&& ++++====++++ ∴ (((( )))) (((( )))) ==== ++++ ++++ ==== ++++ ++++ ==== 0,833,06 10,40,837,93,06 23 2233 II IIII Ma mm wmwm w && && 8,4 g/kgAS [B] ▪ As propriedades do retorno em Mb, mistura de Ma com a sala 1, são dadas por relações semelhantes a [A] e [B] acima: (((( )))) (((( )))) (((( )))) (((( )))) (((( )))) (((( )))) ≅≅≅≅++++++++ ++++⋅⋅⋅⋅++++ ≅≅≅≅ ++++++++ ++++++++ ≅≅≅≅ 2,770,833,06 252,7719,50,833,06 123 1123 III i.BSIMaII Mb mmm TmTmm T &&& &&& 21,8 C (((( )))) (((( )))) (((( )))) (((( )))) (((( )))) (((( )))) ====++++++++ ++++⋅⋅⋅⋅++++ ==== ++++++++ ++++++++ ==== 2,770,833,06 10,42,777,90,833,06 123 11323 III IIIII Mb mmm wmwmm w &&& &&& 8,9 g/kgAS A temperatura do retorno em Mc é 1 C maior que Mb: ====++++==== C1C21,8McT 22,8 C E do DP, para McT e McMc ww ==== : ====Rh 46 kJ/kgAS ▪ Dado a proporção de mistura do ar (15% fresco + 85% retorno), a entalpia de mistura é: MMeeRR hmhmhm &&& ====++++ ∴ e M e R M R M h m mh m mh ++++ ==== & & & & ∴ ∴ (((( )))) (((( )))) ====++++====++++==== 1120,15460,850,150,85 eRM hhh 55,9 kJ/kgAS ▪ E portanto, a capacidade da máquina, que é a capacidade da SRD, vale: (((( )))) (((( )))) (((( )))) ====−−−−⋅⋅⋅⋅++++++++====−−−−==== SMIIISMS.tot hhmmmhhmQ 321 &&&&& (((( )))) (((( )))) ====−−−−⋅⋅⋅⋅++++++++==== 32,555,9kg/s3,060,832,77 155,8 kW , ou 44,3 TR. Capítulo 2 – Psicrometria e Processos do Ar Prof. Dr. Ricardo Wilson Cruz rcruz@uea.edu.br - 8804.5758 31 6. EXERCÍCIOS 1. Uma mistura ar-vapor (AU) tem os dados: ====BST 35 C e φ = 75%. Determine no DP todas as demais propriedades deste ar, num local onde a pressão atmosférica é 101,3 kPa. Respostas: ====BUT 30,5 C , ====AUw 0,027 kg/kgAS , ====AUv 0,91 m³/kgAS , ====AUh 106 kJ/kgAS. 2. Um AU tem os dados: ====BST 35 C, φ = 80%, ====atmp 101,3 kPa. Determine: A) A POT [C], pela definição e pelo DP. Resposta: ====POT 31 C. B) AUw , e AUh , por fórmula e pelo DP. Respostas: ====AUw 0,028 92 kg/kgAS e ====AUh 109,2 kJ/kgAS. 3. Determine o volume específico de uma mistura ar-vapor, em [m³/kgAS], dadas as condições: ====BST 30 C, ====AUw 0,015 kg/kgAS, e ====atmp 90 k. Resposta: ====AUv 0,99 m³/kg. 4. Calcule pelas fórmulas e pelo DP a entalpia de um AU cuja ====BST 40 C e φ = 90%. Resposta: ====AUh 152,30 kJ/kgAS, 36,32 kcal/kgAS e 113,4 Btu/lbAS. 5. Desenvolva um DP para a cidade de Manaus, para uso em refrigeração de ar. Considere um intervalo de BST entre 15 C e 45 C. 6. Desenvolva um DP para a cidade de Manaus, para uso em refrigeração para conservação. Considere um intervalo de BST entre −30 C e 45 C. 7. Sejam três localidades distintas, para as quais o AU é saturado (φ = 100%) na temperatura de 30 C: a primeira, ao nível do mar, tem a pressão atmosférica padrão (101,3 kPa); a segunda está em uma altitude cuja pressão atmosférica é 75% da padrão; e a terceira está noutra altitude, com uma pressão atmosférica de 50% da padrão. O que se podem concluir e generalizar para AUw e φ destas localidades, relativamente às altitudes? Resposta: Conforme a altitude aumenta wAU aumenta para uma mesma TBS, ou seja, a curva φ = 100% no DP se desloca para cima relativamente à curva da pressão padrão. Capítulo 2 – Psicrometria e Processos do Ar Prof. Dr. Ricardo Wilson Cruz rcruz@uea.edu.br - 8804.5758 32 8. Jones (1983) fornece a fórmula abaixo para a pressão parcial do vapor em um AU, obtida de experimentos com higrômetros giratórios, para BUT [C] e BST [C]: (((( ))))BUBS.atm.sat.satVP TTp,pp T −−−−⋅⋅⋅⋅==== −−−−−−−− 410676)( [kPa] Onde )( .sat.sat Tp [kPa] é dada por tabelas, ou pelo polinômio (4), tendo que BU.sat TT ==== (porque a saturação ocorre sob φ = 100%); e ====atmp 101,3 kPa, em Manaus. Nestes termos, dado um AU em Manaus (AM), cujos parâmetros medidos são ====BST 40 C e ====BUT 37 C, determine-o, por fórmulas e pelo DP: a VPp , a AUw e o φ. Respostas: ====VPp 6,08 kPa, ====AUw 0,039 68 kg/kgAS, φ = 96,8%. 9. Uma SRD resfria um AU de TBS = 35 C, até TBS = 26,5 C, sob wAU = const. Determine: A) A potência térmica da serpentina, por [kg/s] de ar, se ====1φ 60%. Resposta: 8,81 kJ/kgar. B) A potência térmica da serpentina, por [kg/s] de ar, se ====1.BUT 28,4 C. Resposta: 8,92 kJ/kgar. C) 1φ para o dado do item (B). Porque este valor é diferente do valor do item (A)? Resposta: 88,5%. A diferença entre os valores deriva de que neste item (C) se usou a equação de Jones (1983) para 1.VPp , dada no Ex. 5, que é uma aproximação, enquanto o valor 61% do item (A) é do DP. 10. Um AU1, no estado ====1.BST 60 C e ====1.BUT 32,1 C, se mistura com outro AU2 com o estado ====2.BST 60 C e ====2.BUT 32,1 C. Se as vazões de ar são, respectivamente, 3 kg/s e 2 kg/s, calcule, para a mistura de AU1 e AU2: A) A entalpia e a umidade absoluta. Resposta: ====AUh 69,12 kJ/kgAS e ====AUw 0,011 86 kg/kgAS. B) A temperatura de bulbo seco, pela entalpia e pela relação (16). Respostas: pela entalpia, 38,4 C; pela expressão (16), 38 C. 11. Um xeque árabe opta por resfriar as dependências do seu palácio pela técnica do resfriamento adiabático-isentálpico. Deveráser construído um lago que circundará o palácio, tal que o ar quente e seco escoará sobre a água do lago para sofrer queda de temperatura, antes de adentrar as dependências do palácio a 25 C. O arquiteto real estimou a demanda de ar para o palácio em 6 000 m³/h. Sabendo que as condições do ar externo do Saara são TBS = 50 C e φ = 10%, estime o volume d’água carregado pelo ar nesse processo, em [litro/h]. Resposta: 70,47 lito/h. Capítulo 2 – Psicrometria e Processos do Ar Prof. Dr. Ricardo Wilson Cruz rcruz@uea.edu.br - 8804.5758 33 12. Uma torre de resfriamento (figura abaixo) é um equipamento no qual ar, escoando verticalmente de baixo para cima, resfria água borrifada de cima para baixo escoando em contra-corrente com o ar. Se 15 m³/s de ar a ====BST 35 C e ====BUT 24 C, a 101 kPa, adentram uma torre e saem saturados a 31 C, estime: A) Até que temperatura essa corrente de ar pode resfriar água borrifada a 38 C e com uma vazão de 20 litro/s?. Resposta: 31,3 C. B) Quantos [kg/s] de água devem ser repostos no sistema para compensar a água que evapora, carregada pelo ar?. Resposta: 882 litro/h. 13. Uma sala é refrigerada por um aparelho tipo split, tal que as condições da sala são ====i.BST 25 C e ====iφ 50%; enquanto as condições do ar externo são ====e.BST 32 C e ====eφ 85%. Sabe-se que as vazões de ar são: externo – ====em& 0,7 kg/s; retorno – ====Rm& 4,5 kg/s. Sabe-se também que as cargas térmicas deste ambiente são: ====i.SQ& 12 kW e ====i.LQ& 2 kW. Calcule-o: A) A temperatura de insuflamento. Resposta: 14,3 C. B) A capacidade da serpentina SRD. Resposta: 103,4 kW. C) A quantidade de água retirada pela SRD, em [litro/h]. Resposta: 57,17 litro/h. 14. Uma instalação de refrigeração de ar deve atender três ambientes, cujas condições ambientais são mostrados na tabela abaixo. SQ& [kW] LQ& [kW] BST [C] φφφφ [%] m& [kg/s] Posição S1 S2 S3 S1 S2 S3 S1 S2 S3 S1 S2 S3 S1 S2 S3 Interior 12 15 10 2 5 4 Exterior 8 4 37 85 0,7 1,0 0,35 Retorno 25 25 20 50 50 30 4,5 5,0 3,5 Determine: A) A temperatura de insuflamento. B) A capacidade da serpentina SRD. C) A quantidade de água retirada pela SRD. Capítulo 2 – Psicrometria e Processos do Ar Prof. Dr. Ricardo Wilson Cruz rcruz@uea.edu.br - 8804.5758 34 BIBLIOGRAFIA E REFERÊNCIAS CREDER, Hélio. Instalações de Ar Condicionado. LTC Livros Técnicos e Científicos Editora. 5ª. Ed. 360 p. Rio de Janeiro. 1996. DA SILVA, Jesué G. Introdução à Tecnologia da Refrigeração e da Climatização. Artliber Editora. 219 p. São Paulo. 2004. JONES, W. P. Engenharia de Ar Condicionado. Editora Campus. 506 p. Rio de Janeiro. 1983. SILVA, Remi Benedito. Ar Condicionado. Editora da USP. 276 p. São Paulo. 1968. STOCKER, Wilbert F., JONES, Jerold W. Refrigeração e Ar Condicionado. Editora McGraw- Hill. 481 p. Rio de Janeiro, RJ. 1985.
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